CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS CURSO DE ARQUITETURA E URNIBANISMO
PÂMELA PINTO COIMBRA
CENTRO DE REABILITAÇÃO FISIOTERÁPICA
CORONEL FABRICIANO 2013 PÂMELA PINTO COIMBRA
ESTUDO: CENTRO DE REABILITAÇÃO FISIOTERÁPICA
Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do titulo de Arquiteto e Urbanista. Orientador: Fabio Vasconcellos.
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CORONEL FABRICIANO 2013 RESUMO O texto traz estudos sobre os Centros de fisioterapia existentes na região do Vale do Aço e de como uma parcela da população não tem acesso adequado ao tratamento para sua debilidade. Após compreender a deficiência física e motora, foram feitos estudos sobre tratamentos fisioterápicos e ambientes hospitalares. Também foi pesquisada acessibilidade, normas técnicas, conforto ambiental e humanização das áreas de saúde. Por fim foram analisados os tipos de clínicas existentes na região. No TCC2 será desenvolvido um Centro de Reabilitação do Aparelho Locomotor em Coronel Fabriciano. Palavras-chave: deficiência, clínicas, tratamento.
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................9 1.1 Proposta...................................................................................................9 1.2 Objetivos..................................................................................................9 1.3 Justificativa..............................................................................................9 2. CONTEXTO HISTÓRICO..............................................................................10 3. CONCEITUANDO A DEFICIÊNCIA...............................................................13 3.1 Acessibilidade........................................................................................14 4. TRATAMENTOS............................................................................................15 4.1 Termoterapia.........................................................................................16 4.2 Cinesioterapia........................................................................................16 4.3 Eletroterapia..........................................................................................17 4.4 Mecanoterapia.......................................................................................17 2
4.5 Hidroterapia...........................................................................................18 4.6 Terapia Ocupacional.............................................................................18 4.7 Therasuit................................................................................................19 4.8 Atividade da Vida Diária........................................................................19 5. ESPAÇO DE SAÚDE.....................................................................................20 5.1 Humanização.........................................................................................21 5.1.1 Iluminação Natural.......................................................................22 5.1.2 Ventilação Natural........................................................................23 5.1.3 Interação com a Natureza............................................................24 5.1.4 Cor...............................................................................................24 5.1.5 Conforto Acústico.........................................................................25 5.2 Design Centrado no Paciente................................................................25 6. OBRAS ANALOGAS......................................................................................27 6.1 Centro de Reabilitação Motora Vicente López......................................27 6.2 Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek..............................32 7. METODOLOGIA............................................................................................36 7.1 Estudo Clínicas do Vale do Aço..............................................................37 7.1.1 Clínica institucional......................................................................37 7.1.2 Clínica particular..........................................................................39 7.1.3 Clínica pública.............................................................................42 7.2 Legislação.............................................................................................45 7.3 Área de estudo......................................................................................49 7.4 Analise do público alvo..........................................................................53 7.5 Definição do programa..........................................................................53 7.6 Definição da estratégia de projeto.........................................................54 8. CONCLUSÃO................................................................................................54 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................55 10. APÊNDICE...................................................................................................57 A_ Propaganda Seminário de Acessibilidade no Contexto Arquitetônico ......................................................................................................... ..................57 B_ Registro Fotográfico Seminário de Acessibilidade no Contexto Arquitetônico......................................................................................................57 C_ Lista de presença do Seminário de Acessibilidade no Contexto Arquitetônico......................................................................................................58 D_ Questionário de opinião dos pacientes.................................................59 E_ Questionário de opinião dos fisioterapeutas.........................................60 11. ANEXOS.....................................................................................................61 A_ Termo de Consentimento Livre e Esclarecido_ TCLE..........................61
LISTA DE FIGURAS Figura 1_ Presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, em 1933...................................................................................................................11 Figura 2_ Saci....................................................................................................11 3
Figura 3_ Asilo dos Inválidos da Pátria..............................................................12 Figura 4_ Aplicação do tratamento de Termoterapia.........................................16 Figura 5_ Tratamento de Cinesioterapia...........................................................16 Figura 6_ Sessão de Eletroterapia....................................................................17 Figura 7_ Exercício com bola............................................................................17 Figura 8_ Exercício na água..............................................................................18 Figura 9_ Terapia Ocupacional..........................................................................18 Figura 10_ Técnica do Therasuit.......................................................................19 Figura 11_ AVD.................................................................................................19 Figura 12_ Hall do Stobhill Hospital……………………………………………….20 Figura 13_ Recepção e sala de espera do Hospital Albert Einstein em Perdizes. ...........................................................................................................................21 . Figura 14_Área interna Stobhill Hospital...........................................................22 Figura 15_ Sala de espera do Hospital Albert Einstein em Perdizes................23 Figura 16_ Esquema explicativo do sistema ventilação do hospital Rede Sarah Kubitschek. Salvador – BA................................................................................23 Figura 17_ Jardins terapêuticos do Legacy Good Samaritan Hospital, em Portland..............................................................................................................24 Figura 18_ Cínica de Oncologia Pediátrica.......................................................24 Figura 17_ Leito hospitalar nos EUA, que segue a tendência do Design Centrado no Paciente........................................................................................25 Figura 20_ South Jordan Health Center…………………………………………..26 Figura 21_Quarto no Phoenix Children’s Hospital.............................................27 Figura 20_Fachada do Centro de Reabilitação Motora.....................................27 Figura 21_Rampas e janelas.............................................................................28 Figura 22_Acesso e fachada de vidro...............................................................29 Figura 23_Rampas que ligam todo o prédio e o pátio central...........................29
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Figura 24_Interior do Centro..............................................................................30 Figura 25 _Piscina.............................................................................................30 Figura 26 _Planta Térreo...................................................................................31 Figura 27 _Planta 1ª pavimento.........................................................................31 Figura 28 _Planta 2ª pavimento.........................................................................32 Figura 30_Hospital Sarah em Jacarepaguá......................................................32 Figura 31_ Vista superior do edifício.................................................................33 Figura 32_Auditório............................................................................................34 Figura 33_Solário e o espelho d´água...............................................................34 Figura 34_Os pavimentos do hospital sendo ligados por rampas, e a cobertura retrátil.................................................................................................................35 Figura 35_Cobertura característica das obras da rede Sarah e o espelho d ´água................................................................................................................35 Figura 36_Croqui do hospital.............................................................................36 Figura 37_Sala de reabilitação do CRG............................................................37 Figura 38_Sala de exercício do CRG................................................................38 Figura 39_Box de reabilitação do CRG.............................................................38 Figura 40_Sala de reabilitação do CRG............................................................39 Figura 41_Sala de reabilitação do CRG............................................................39 Figura 42 _Sala de tratamento da Clinica Reabilitar, 8º andar..........................40 Figura 43_Sala de tratamento da Clinica Reabilitar, 8º andar...........................40 Figura 44_Sala de reabilitação da Clinica Reabilitar, 5º andar..........................40 Figura 45_Recepção da Clinica Reabilitar, 5º andar.........................................41 Figura 46_Recepção da Clinica Reabilitar, 8º andar.........................................42 Figura 47_Sala de reabilitação do CEPS..........................................................42 Figura 48_Sala de tratamento do CEPS............................................................42
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Figura 49_Sala de espera do CEPS..................................................................43 Figura 50_Acesso/rampa do CEPS...................................................................44 Figura 51_sala de reabilitação do CEPS...........................................................44 Figura 52_Mapeamento dos pontos de referência............................................50 Figura 53_Mapeamento do entorno...................................................................50 Figura 54_Frente do lote....................................................................................51 Figura 55_Parte do antigo depósito...................................................................51 Figura 56_Lateral do lote, rua Rubi...................................................................52 Figura 57_Dimencionamento do local da proposta...........................................52 Figura 58_Seminario de acessibilidade............................................................58 Figura 59_Seminario de acessibilidade............................................................58 Figura 60_Palestrante Andréa Grativol..............................................................58
1. INTRODUÇÃO 1.1 Proposta Os centros fisioterapêuticos tem a função de reabilitar e tratar debilidades físicas e motoras, através de equipamentos e técnicas que atendam a necessidade de cada paciente. A implantação desses centros especializados serve para possibilitar o tratamento de pessoas com problemas genéticos, má formação, doenças e acidentes. Infelizmente não são todas as cidades em que existem recintos destinados ao tratamento e reabilitação de deficiências físicas e motoras, com isso a população tem que buscar esses tratamentos especializados em outras localidades. 1.2 Objetivos O objetivo geral é analisar as Clínicas que se encontram na região do Vale do Aço, buscando um entendimento do funcionamento, das debilidades e dos tratamentos existentes, com o intuito de desenvolver um referencial teórico para uma Clínica de Reabilitação Fisioterápica. 6
Os objetivos específicos são estudar os conceitos sobre áreas de saúde, acessibilidade, sustentabilidade, conforto ambiental e inovações na arquitetura hospitalar. 1.3 Justificativa Na atualidade, a violência e os acidentes de modo geral constituem a maior causa de mortalidade no Brasil. Boa parte das vitimas, necessitam de certo cuidados médico-hospitalares e algumas se tornam dependentes do serviço de saúde pelo resto de suas vidas. Segundo estudos realizados pelo Centro Nacional de Controle de Qualidade da Rede Sarah Kubitschek, desde 1995 os acidentes de transito constituem a principal causa de internações de pacientes com lesão medular traumática e traumatismo crânio-encefálico. Com aumento da população e o crescimento das cidades da região do Vale do Aço, o numero de casos de violência e de acidentes no transito tem aumentado cada vez mais. Além dessas causas a debilidades motoras e físicas são acarretadas por fatores neonatais, genéticos, bacterianos, virais e de má formação. Segundo a Lei nº7. 853/89, pessoas portadoras de alguma deficiência tem o direito a uma rede de serviços especializados em reabilitação e ao tratamento adequado. Um centro especializado no tratamento e reabilitação do sistema locomotor contribuiria para a melhoria da vida da população da região. 2. CONTEXTO HISTÓRICO Durante anos pessoas com algum tipo de deficiência lutaram por seus direitos como cidadãos, e apesar das conquistas obtidas, ate hoje a população com comprometimento motor ainda sofre preconceito e não tem seus direitos respeitados. A sociedade vem propondo há muito tempo integração social, mas a realidade é bem diferente. O que se vê com frequência é a repetição da intolerância e desrespeito que foi vivenciado ao longo de história da humanidade. Na antiguidade acreditava-se que pessoas com alguma deformação eram amaldiçoadas pelos Deuses, e por isso crianças com alguma deficiência eram abandonadas ou mortas. Na Idade Media os deficientes passaram a ser mais respeitados e encontravam abrigo em Igrejas e conventos. Com o passar do tempo ocorreu o surgimento de instituições para o atendimento e confinamento de pessoas com alguma deformação. Nos séculos seguintes com o avanço na medicina e do grande numero de soldados com sequelas de guerras, houve um aumento nos investimentos relacionados à reabilitação e tratamento dos indivíduos com alguma deficiência.
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Figura 1_ Presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, em 1933. Fonte: http://phylos.net/direito/pd-historia/
A partir século XX as pessoas com comprometimento motor ou físico lutaram e passaram a ter direitos e leis que as beneficiassem. No Brasil a história não foi diferente, basta lembrar-se do folclore brasileiro em que a deficiência e retratada de forma negativa, como nas lendas do Saci Pererê, do Curupira e do Caboclo d'Água, entre outros. Essas histórias colaboram muito para o estereotipo de que pessoas com deficiência são amaldiçoadas.
Figura 2_Saci Pererê Fonte: http://spiritosanto.wordpress.com/2010/11/06/saci-perere-grupo-vissungo-1974/
Em algumas tribos indígenas o nascimento de uma criança com deficiência era considerada castigo dos deuses, por isso recém-nascidos com alguma 8
deformação eram mortos em rituais de purificação. Já os índios que adquirissem a deficiência ao longo do tempo eram abandonados nas matas. Na época do Brasil colônia, ocorreu um crescimento de casos de deficiência adquirida. Os africanos trazidos ao país eram torturados com praticas de açoite e mutilação, esses castigos resultaram em negros com deficiência física. Essas punições tinham o apoio da Igreja Católica. Com vinda dos imigrantes europeus ao Brasil, incidência de casos de deformação continuou grande. Os colonos não estavam acostumados com as características do país e sofriam com as doenças tropicais, os animais e insetos. Por não haver um tratamento adequado muitas pessoas adquiriam sequelas físicas. No século XIX, com os conflitos militares que ocorriam na época e o grande numero de soldados que adquiriram algum comprometimento motor, foi criada a primeira área de saúde voltada para deficientes físicos no Brasil, o “Asilo dos Inválidos da Pátria”. Nesse asilo eram internados e tratados os combatentes que tivessem alguma debilidade gerada nas guerras ou estivessem velhos para lutar.
Figura 3_ Asilo dos Inválidos da Pátria. Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2009/08/16/a-historia-do-brasil-numa-ilha-dofundao-214276.asp
Hoje além de poder contar com seus direitos o deficiente ainda tem o apoio de ONGs e associações que defendem o movimento de inclusão e acessibilidade, no entanto as Leis que os protegem não são sempre cumpridas como deveriam ser. Apesar da evolução que ocorreu durante esses anos tanto na parte de socialização quando na de reabilitação e tratamento, muitos deficientes ainda não conhecem seus direitos e não tem acesso adequado ao tratamento para a sua debilidade. 3. CONCEITUANDO A DEFICIÊNCIA A deficiência física se caracteriza pela disfunção de ordem congênita ou adquirida. Isso quer dizer que esse comprometimento se origina por causa de fatores virais, bacterianos, neonatal, genéticos e traumáticos (acidentes). O Decreto nº 5.296/04, art. 5º, Entende-se por deficiência física a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, neurológica e/ou sensorial, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência
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de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
De acordo com as informações obtidas no censo de 2010, no Brasil 7% da população possui alguma deficiência física ou motora, isso demostra que 13,3 milhões de brasileiros apresentam algum comprometimento locomotor. O censo também demostrou que em relação ao gênero, os homens são maioria em relação a pessoas com deficiência, de forma que 55,65% da população com debilidade motora é do sexo masculino e 44,4% é do sexo feminino. Só na região do Vale do Aço existem cerca de 31.621mil habitantes com alguma deficiência física ou motora. Os estudos feitos pela Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Fmusp(1995), mostram que dos casos atendidos 174 pacientes apresentaram lesão traumática como à causa de 78% dos casos, assim distribuídos: ferimento por armas de fogo, 33%; acidente de trânsito, 19,5%; queda de altura, 19,5%; ferimento por arma branca, 2,4%; queda de objeto, 2,4%; acidente desportivo, 1,2%. Nesse estudo, verificou-se que a faixa etária preponderantemente atingida era a de 18 a 35 anos de idade, com 53% dos indivíduos, sendo que 81,7% dos casos eram do sexo masculino.
Já a pesquisa realizada pelo Centro Nacional de Controle de Qualidade da Rede Sarah Kubitschek (1997), informa que do total de 293 pacientes com traumatismo da coluna vertebral, registrados naquele ano, 42% foram vítimas de acidentes de trânsito; 24% de disparo de armas de fogo; 12% de mergulhos em águas rasas; 11,6% de quedas e 9,5% de outros tipos de acidentes e violências. A pesquisa aponta também que a faixa etária desses pacientes está entre 10 a 29 anos.
Esses dados demostram que a violência urbana e os acidentes de transito são os maiores agentes causadores das deficiências no Brasil, e com o crescimento desordenado das grandes cidades esse fator só tende acrescer. 3.1 Acessibilidade Em muitos casos pessoas com deficiência são incapazes ou tem grande dificuldade de fazer algum esforço, como por exemplo, caminhar ou subir escadas. Para isso foi desenvolvidos mecanismo que os ajudam nessa locomoção, como próteses, cadeiras de rodas e outros aparelhos auxiliares. Mas mesmo com esses mecanismos, grande parte dessa população tem dificuldade de exercer sua cidadania, a partir do momento que encontram barreiras para se locomover no ambiente construído. Com isso, em 19 de dezembro de 2000, foi criada a Lei nº 10.098, que Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e nos espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação (BRASIL, 2000). 10
De acordo com o Art. 2º dessa lei, a Acessibilidade é garantir à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, o acesso com segurança e autonomia, aos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, às edificações, aos transportes e aos sistemas e meios de comunicação. Enquanto barreira corresponde a qualquer obstáculo, que prejudique ou impeça o acesso seguro às instalações de um determinado local pelas pessoas com necessidades especiais. Mas o que se observa no dia-dia é diferente do que é exigido na lei. O que normalmente nos deparamos é com espaços que não atendem as necessidades dessa parcela dos cidadãos. Durante o Seminário de ACESSIBILIDADE NO CONTEXTO URBANO, que ocorreu durante a Semana Integrada do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unileste, ficou claro que a acessibilidade é essencial para toda população, indiferente se tenha ou não alguma deficiência. A arquitetura pensada para toda a população tem capacidade de eliminar as barreiras e promover uma qualidade de vida melhor. 4. TRATAMENTOS Desde os primórdios da humanidade agentes como água, calor e eletricidade eram usados em conjunto com exercícios e massagens com o intuito de tratar males do corpo. Na China, por exemplo, existem registros de pessoas que utilizavam a cura pelo movimento (conhecida hoje em dia por cinesioterapia), desde o ano de 2.698 a.C. Essas práticas foram evoluindo com o tempo e se tornaram a fisioterapia que conhecemos hoje, que contribui para a prevenção, recuperação e tratamento de distúrbios funcionais do corpo humano, comprometidos por doenças ou acidentes. A fisioterapia voltada para o aparelho locomotor se encontra em duas especialidades: Ortopédica e Neurológica. A fisioterapia ortopédica é á área da fisioterapia que busca reabilitar pacientes com lesões ortopédicas, traumáticas e congênitas. Ela diminui dores e inflamações, aumenta os movimentos, restauram as funções e a flexibilidade, melhora a força e o equilíbrio e corrigi as deformidades. As patologias mais atendidas por essa especialidade são amputações, distúrbios mecânicos e problemas na coluna. A fisioterapia neurológica é a especialidade que busca analisar os distúrbios do movimento, danos sensoriais e cognitivos. Algumas das patologias atendidas na fisioterapia neurológica são: derrame ou AVC, esclerose múltipla, paralisia cerebral e lesão medular. O fisiatra é o especialista que auxiliará no tratamento das debilidades. Essa ciência tratará de pacientes com sequelas neurológicas, musculares, crônicas e que necessitem de reabilitação. Essas áreas da fisioterapia contam com vários tratamentos para auxiliarem na reabilitação e recuperação do aparelho locomotor.
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4.1 Termoterapia É uma terapia que utiliza o calor como tratamento para a dor crônica, redução do espasmo muscular, reparo dos tecidos e a melhorar a cicatrização. Os principais aparelhos que produzem o calor para o tratamento são o ultrassom e o infravermelho.
Figura 4_ Aplicação do tratamento de Termoterapia. Fonte: www.fisioterapiaesaude.com/calor-recursos-fisiterapicos
4.2 Cinesioterapia E uma terapia que utiliza o movimento como tratamento para diminuir distúrbios do sistema locomotor. Nesse método são usados conhecimentos de anatomia, biomecânica e englobam técnicas de reeducação da postura, coordenação motora, equilíbrio, fortalecimento muscular, entre outros.
Figura 5_ Tratamento de Cinesioterapia Fonte: http://www.cesumar.br/cesumar_campus/bloco5/laboratorio-cinesioterapia.htm
4.3 Eletroterapia Esse método utiliza correntes elétricas, que são conduzidas pelo corpo do paciente com o intuito de produzir efeito no tecido tratado. 12
Figura 6_ Sessão de Eletroterapia. Fonte: http://ortoclinique.com.br/tratamentos/eletroterapia
4.4 Mecanoterapia Essa terapia emprega aparelhos mecânicos (molas, elásticos, bolas, etc.) no tratamento das patologias e para ganho de força.
Figura 7_ Exercício com bola. Fonte: www.saude.culturamix.com
4.5 Hidroterapia É o tratamento de patologias através de exercícios de mobilização na água, reabilitando o paciente sem deixa-lo estressado.
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Figura 8_ Exercício na água. Fonte: http://www.corposaun.com/hidroterapia-trata-doencas/1937/
4.6 Terapia Ocupacional É a terapia que faz o uso de atividades diversas e tecnologias visando recuperar a autonomia dos pacientes com dificuldades de interagir em ração de problemas físicos.
Figura 9_ Terapia Ocupacional.
Fonte: http://www.aril.com.br/blog/nosso-trabalho/programa-de-habilitacao-e-
reabilitacao/terapia-ocupacional/ 4.7 Therasuit É uma técnica que utiliza de elásticos para promover estimulação dos músculos, restaurando a função do sistema nervoso e aumentando a resistência.
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Figura 10_ Técnica do Therasuit. Fonte: http://fisioterapiaquintana.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html
4.8 Atividades da vida diária _AVD Esse tratamento atua no treino das atividades do dia-dia, desenvolvendo as habilidades do paciente para que ele possa adquirir sua independência. Nessa terapia o paciente reaprende como escovar os dentes, sentar em uma cama, levar o alimento a boca, dirigir um carro, etc.
Figura 11_ AVD Fonte: http://blogdato.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html
5. ESPAÇO DE SAÚDE Muito deve ser discutido em relação à situação das áreas de saúde no Brasil. O descuido das unidades não se deve apenas pela má administração das entidades, muitos lugares se encontrarem em péssimo estado pelo mau uso dos espaços. A cada dia mais, a arquitetura se integra as unidades hospitalares, uma vez que essas áreas precisam de ambientes que atendam as necessidades de acessibilidade, fluxos e circulação, conforto ambiental e espaços específicos para cada tipo de tratamento. 15
A tendência desses projetos arquitetônicos é atrelar os tratamentos ao conforto do paciente. Concebendo ambientes acolhedores e mais humanos sem se esquecer da funcionalidade, autonomia e privacidade do usuário. A concepção do espaço de saúde tem que ser pensada para as pessoas que estão diariamente utilizando esse ambiente. Os projetos dessas áreas devem levar em conta à acessibilidade, a temperatura, a iluminação, a integração entre as áreas internas e externas, as novas tecnologias, e principalmente a inclusão e independência de seus usuários.
Figura 12_ Hall do Stobhill Hospital Fonte: Clínicas e hospitais investem na construção de edifícios que proporcionem maior bemestar e contribuam para a melhor recuperação dos pacientes- Revista ISTOÉ (nº edição: 2113)
5.1 Humanização Em 2004 o Governo Federal propôs a Politica Nacional de Humanização, que tem a intenção criar um conjunto de ações para humanizar os edifícios hospitalares. A finalidade é criar uma relação maior entre profissionais da saúde e pacientes na busca de uma maior qualidade dos serviços e do bemestar. De acordo com o Humaniza SUS (2004, p.5) Ambiência hospitalar refere-se ao tratamento dado ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais que deve proporcionar atenção acolhedora, humana e resolutiva, considerando alguns elementos que atuam como catalisadores da interrelação homem x espaço.
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Muito se tem falado a respeito da humanização dos espaços, e de como a arquitetura é de total importância nessa nova forma de vivenciar as unidades de saúde. Mas a ambiência vai além de um projeto de arquitetura, é um espaço que tem a capacidade de diminuir a ansiedade e angustia dos seus usuários criando áreas acolhedoras e confortáveis.
Figura 13_ Recepção e sala de espera do Hospital Albert Einstein em Perdizes. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/lighting/senzi-consultoria-luminotecnica-hospital-
21-11-2011.html Segundo Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a arquitetura pode ser um instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do paciente com a criação de espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio mais humana.
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Figura 14_Área interna Stobhill Hospital. Fonte: http://www.archdaily.com/188677/stobhill-hospital-ward-extension-reiach-and-hallarchitects/
Hoje a forma de compor a ambiência está interligada ao conforto e autonomia de seus usuários, não somente dos pacientes mais também de acompanhantes, médicos, visitantes e funcionários. O projeto de uma área de saúde humanizada deve propor soluções para minimizar o desconforto, projetando ambientes de descanso, tranquilidade e relaxamento e que atenda a soluções de conforto térmico, iluminação natural, ventilação natural, contato com o interior /exterior, flexibilidade de espaços e cores agradáveis. 5.1.1 Iluminação Natural A iluminação natural exerce influência fisiológica e psicológica sobre os seres humanos. A luz natural traz a sensação de liberdade e integração com a natureza fazendo com os pacientes não se sintam presos ao hospital. Além de reduzir a umidade dos ambientes e a proliferação de microrganismos. Segundo Corbella (2003), a iluminação natural traz benefícios para a saúde, porque dá a sensação psicológica do tempo, tanto cronológico quanto climático, no qual se vive. A luz artificial, necessária à noite e nos dias nublados, deve ser vista sempre como uma complementação e nunca como uma substituição da natural.
Figura 15_ Sala de espera do Hospital Albert Einstein em Perdizes. O mosaico confere uma iluminação natural confortável no interior do hospital. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/lighting/senzi-consultoria-luminotecnica-hospital-
21-11-2011.html
5.1.2 Ventilação Natural O uso da ventilação natural em ambientes hospitalares gera uma renovação interna de ar e melhora as condições de conforto térmico, além de reduzir o consumo energético da edificação. 18
Figura 16_ Esquema explicativo do sistema ventilação do hospital Rede Sarah Kubitschek. Salvador – BA. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/hospitais-anos-90-08-02-2001.html
5.1.3 Integração com a natureza A arborização das áreas de saúde é de total importância para a humanização das unidades. Atualmente esses espaços são conhecidos como jardins terapêuticos e oferecem aos pacientes uma série de benefícios como o alivio da sensação de enclausuramento e desgaste dos usuários.
Figura 17_ Jardins terapêuticos do Legacy Good Samaritan Hospital, em Portland. Fonte: http://www.djc.com/news/co/11184021.html
5.1.4 Cor As cores podem influenciar os usuários, tendo o poder de estimular os sentidos, de unificar ou dividir os espaços, de proporcionar diferentes percepções de um objeto e de tornar os ambientes mais aconchegantes ou alegres. 19
Figura 18_ Cínica de Oncologia Pediátrica. Fonte: http://crisgaiaarquitetura.spaceblog.com.br/2/
Por exemplo, tetos pintados de branco, por exemplo, deveriam ser evitados em unidades de saúde, pois ele da à sensação de afastamento e vazio. 5.1.5 Conforto Acústico O barulho repetitivo ou muito alto gera estresse e pode aumentar problemas de saúde para quem já esta debilitado. Por isso o ideal é que em áreas hospitalares sejam implantados matérias que minimizem os ruídos gerados dentro e fora das unidades. Para diminuir os ruídos devem ser utilizados materiais que não reflitam ou ampliem as ondas sonoras. 5.2 Design Centrado no Paciente Há algum tempo as instituições de saúde se depararam com a filosofia do Design Centrado no Paciente, que elabora espaços funcionais, agradáveis e positivos com a intenção de aumentar o conforto aos usuários. Para isso as unidades médicas passaram a criar espaços que tenham ‘‘aparência de lar’’ adquirindo algumas características das residências para obter ambientes que sejam familiares aos pacientes.
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Figura 19_ Leito hospitalar nos EUA, que segue a tendência do Design Centrado no Paciente. Fonte: http://www.diagnosticoweb.com.br/especiais/arquitetura-hospitalar-tendencias-dedesign-no-mercado-de-saude.html
De acordo com a revista ISTOÉ, estudos demonstram que hospitais e clínicas que são mais bonitas, funcionais e acolhedores, tem maior possibilidade de recuperação dos pacientes. Xiaobo Quan pesquisador associado do Centro para o Design da Saúde, disse a ISTOÉ “Isso é muito importante. Sabemos que um bom design pode ter um papel de peso na redução de infecções hospitalares, de erros médicos e de quedas de pacientes”. As instituições de saúde tem modificado a estética do seu interior, criando espaços funcionais, esteticamente agradáveis, positivos e convidativos, com a intenção de agradar os pacientes e deixa-los cada vez mais confortáveis em suas instalações. Entre os pilares da arquitetura da saúde estão o conforto visual e acústico, a iluminação pensada para cada ambiente, mobiliários, cores, texturas, vista para a natureza, absorção de ruídos e obras de arte para deixar os ambientes mais acolhedores.
Figura 20_ South Jordan Health Center Fonte: http://healthcare.utah.edu/primarycare/southjordan/patient_centered_design.php
Nesse novo conceito de espaços de saúde, os pacientes são encorajados a trazerem elementos do seu dia-dia, como objetos e pertences pessoais. De maneira que ao passar algum tempo internado ou fazendo algum tratamento de saúde o ambiente hospitalar não se torna tão monótono e desanimador.
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Figura 21_Quarto no Phoenix Children’s Hospital. Fonte: http://itdesignblog.com/2012/10/05/um-hospital-colorido/
6. OBRAS ANALOGAS 6.1 Centro de Reabilitação Motora Vicente López
Figura 20_Fachada do Centro de Reabilitação Motora. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
Claudio Vekstein e um arquiteto argentino, formado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires. Desenvolve projetos que tem como ponto principal a relação entre o desenho urbano e paisagem. Este centro foi projetado para a Prefeitura de Vicente Lópes, em Buenos Aires em 2004, e caracteriza-se pela procura de novas soluções experimentais. Para a elaboração deste centro o arquiteto deve que considerar um projeto anterior construído no local com a estrutura de concreto armado parcialmente erguida. A solução para o programa foi à adequação de rampas para o transito dos pacientes. 22
Figura 21_Rampas e janelas. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
A fachada do prédio é uma tela de concreto armado perfurada com as letras IMRVL, que identifica a instituição. Além disso, essa tela funciona como brise para a fachada de vidro do prédio. No acesso dos pacientes a tela é substituída por uma abertura que permite a iluminação deste o alto do edifício.
Figura 22_Acesso e fachada de vidro. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
No interior do edifício existe um pátio central, que é definido por rampas que dão a ideia fundamental de reabilitação. 23
Figura 23_Rampas que ligam todo o prédio e o pátio central. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
A edificação possui formas geométricas, construção em concreto armado, solidez na arquitetura, caracterizando as entradas de luz e ventilação para dentro da edificação.
Figura 24_Interior do Centro. Fonte: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/154/artigo39666-1.asp
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Figura 25 _Piscina. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
O prédio de três andares é organizado pela faixa etária dos pacientes, escritórios, consultórios e setores de reabilitação. Na parte de uso publico do edifício, ao norte fica localizado as salas de espera, recepção e salas para consultas urgentes, na parte sul fica localizado os consultórios e algumas áreas de fisioterapia.
Figura 26 _Planta Térreo. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
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Figura 27 _Planta 1ÂŞ pavimento. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
Figura 28 _Planta 2ÂŞ pavimento. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/claudio-vekstein-e-marta-tello-centro-de-19-102005.html
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6.2 Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek_ Jacarepaguá, Rio de Janeiro_ RJ
Figura 30_Hospital Sarah em Jacarepaguá. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-redesarah-27-10-2009.html
João figueiras Lima, o Lelé, ficou conhecido pelas construções da rede de hospitais Sarah Kubitschek, que tem soluções voltadas para o conforto ambiental, sustentabilidade e tecnologia. As obras de Lelé se caracterizam principalmente pela racionalização e industrialização da arquitetura. Interessou-se tanto por elementos construtivos que fundou uma fabrica de pré-fabricado, com elementos que ainda não existiam no país. Inaugurado em Maio de 2009, está unidade da rede Sarah se encontra localizada em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e assim como os outros hospitais, incorpora a tecnologia da construção industrializada á arquitetura. Nas obras da rede Sarah, pode se observar o emprego de soluções bioclimaticas que beneficiam o conforto ambiental, como a iluminação e ventilação natural em todos os ambientes e a interação com a natureza. Nesse projeto a humanização dos ambientes é agregada através do contato com a natureza e a arte. Nessa obra Lelé tira partido da vista, das condições climáticas favoráveis, da lagoa e do seu acesso. A arquitetura domina a área com volumes brancos contínuos horizontalmente em contraste com o rígido entorno.
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Figura 31_ Vista superior do edifício. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-redesarah-27-10-2009.html
A circulação ocorre de maneira estratégica, seguindo o desenho de uma grelha que se encontra nas extremidades. A ligação entre os blocos é feita por passarelas cobertas. A cobertura do auditório tem forma esférica e é composta por gomos de alumínio.
Figura 32_Auditório. Fonte: http://www.flickr.com/photos/blood-mari/1188731101/
As mudanças dos ambientes são feitas gradualmente, por camadas de coberturas e vazios, que resguardam a privacidade e conforto ambiental dos usuários. O grande espelho d’água rodeia o bloco de internações, resguardando o hospital de possíveis inundações resultantes da variação do nível da lagoa de Jacarepaguá. 28
Figura 33_Solário e o espelho d´água. Fonte: http://www.sarah.br/paginas/homepage/po/p-home.htm
Os tetos das unidades de internação são constituídos por esquadria metálica e aletas móveis de policarbonato que, ao serem abertas, possibilitam a iluminação e a ventilação naturais do ambiente.
Figura 34_Os pavimentos do hospital sendo ligados por rampas, e a cobertura retrátil. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-redesarah-27-10-2009.html
Através de sheds, Lelé integra os espaços internos com o espaço natural. Para evitar a incidência direta do sol, os sheds são protegidos por venezianas.
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Figura 35_Cobertura característica das obras da rede Sarah e o espelho d´água. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-redesarah-27-10-2009.html
Figura 36_Croqui do hospital. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-redesarah-27-10-2009.html
7. METODOLOGIA Com a finalidade de estabelecer uma comparação entre os centros fisioterápicos do Vale do Aço, foram feitas visitas técnicas a três tipos de clinicas existentes na região, clinica particular, clinica institucional e clinica pública. Nas visitas foram observados o dimensionamento dos ambientes, os mobiliários, os fluxos e circulação, tipos de tratamento, acessibilidade, conforto ambiental e o funcionamento da clínica. Com essas informações obtidas o 30
intuito é entender os espaços utilizados, a setorização das salas, a infraestrutura, os tratamentos empregados. Os métodos utilizados para a coleta dos dados foram: visita as clínicas, aplicação de questionários e levantamento fotográfico. Com esses dados coletados à intenção e observar as debilidades de cada uma e estabelecer o que seria um Centro ideal.
7.1 Estudo: Clínicas Fisioterápicas do Vale do Aço Após analisar informações pertinentes à área de saúde no Brasil e compreender um pouco sobre tratamento e reabilitação para deficientes físicos e motores, inicia-se o entendimento das clínicas fisioterápicas na região do Vale do Aço. Durante as visitas foi observado que os ambientes das clínicas não foram projetados para aquele fim, os espaços tiveram que ser adaptados, causando vários problemas de acessibilidade, funcionalidade e conforto ambiental. 7.1.1 Clínica institucional O Centro de Reabilitação Geral (CRG) é uma Clinica implantada pelo curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), desde 2006. O Centro conta com vários tipos de profissionais, como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O CRG atende portadores de deficiência física e motora visando à orientação, avaliação e treinamento para independência dos pacientes. Dessa forma os usuários aprendem como utilizar as próteses e os materiais que auxiliam na locomoção durante as atividades diárias. Além do treinamento, o centro faz uso da reabilitação convencional, que é por meio de exercícios de alongamento. As áreas destinadas a tratamento e avaliação dos pacientes são salas de aula que foram adaptadas para esses usos. Por isso foram criadas repartições para separar ao pacientes uns dos outros durante a reabilitação.
Figura 37_Sala de reabilitação do CRG. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013
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Apesar das janelas serem em fita, durante uma parte do dia a iluminação proveniente delas não é o suficiente, com isso a luz elétrica é muito usada. No CRG as janelas existentes não abrem por isso o ar-condicionado é usado o dia inteiro.
Figura 38_Sala de exercícios do CRG. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Nas salas do centro não existem atrativos para os usuários, mas atendem as normas de acessibilidade.
Figura 39_Box de reabilitação do CRG. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
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Figura 40_Sala de reabilitação do CRG. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Figura 41_Sala de reabilitação do CRG. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
7.1.2 Clínica particular A Clínica Reabilitar, se localiza no centro de Coronel Fabriciano, na Rua Argemiro José Ribeiro, nº 42, 8ºandar. Essa clínica presta serviços na área de tratamentos ortopédicos, neurológicos, pulmonar e estéticos. Com isso atende diferentes tipos de pacientes. A área da Clinica foi adaptada ao prédio onde funciona, por isso os tratamentos existentes tiveram que ser separados em andares, uma parte dos equipamentos foi para o 8ºandar e o restante no 5º nadar. Uma sala é dividida por vários tratamentos diferentes, com isso é normal duas a três pessoas usando o espaço ao mesmo tempo. Em alguns ambientes existem uma separações entre as macas, mas elas são de tecido.
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Figura 42 _Sala de tratamento na Clínica Reabilitar, 8º andar. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Figura 43_Sala de tratamento na Clínica Reabilitar,8º andar. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Na edificação existem poucas janelas, por isso na maioria dos ambientes as lâmpadas ficam acessas o dia todo.
Figura 44_Sala de reabilitação na Clínica Reabilitar, 5º andar. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Durante o inverno as janelas ficam abertas, possibilitando a circulação de ar, mais não são todos os espaços que recebem a renovação de ar, a recepção, por exemplo, não recebe ventilação nem iluminação natural.
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Figura 45_Recepção na Clínica Reabilitar, 5º andar. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
No verão o ar-condicionado é indispensável em todos os ambientes da clínica Os espaços para tratamento e a recepção são monótonos e desconfortáveis.
Figura 46_Recepção na Clínica Reabilitar, 8º andar. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
7.1.3 Clínica Pública A CEPS são centros de especialidades administrados pela prefeitura de Coronel Fabriciano. Entre as atividades oferecidas a população está uma clínica de fisioterapia. Essa clínica localiza se na Rua Quintino Alves, nº 93, Bairro Nazaré em Coronel Fabriciano. A clínica presta serviços na área da fisioterapia ortopédica e neurológica. 35
O centro mudou se recentemente para o prédio onde está situado, com isso percebe-se como os ambientes vêm sendo adaptados nos espaços existentes. Na edificação existe uma boa iluminação natural, mais durante a tarde o sol bate na fachada onde as janelas se encontram sendo quase impossível se manter nos ambientes sem que as cortinas estejam fechadas.
Figura 47_Sala de reabilitação do CEPS. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Figura 48_Sala de tratamento do CEPS. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
As janelas por serem grandes ajudam na circulação de ar, mas não são todos os ambientes que ocorrem à ventilação natural. Em certos horários o calor é tão forte que em alguns ambientes os ventiladores não dão conta de amenizar a temperatura. Os usuários não tem conforto nas áreas da clínica. Na sala de espera o espaço é mínimo, de difícil locomoção, monótono e desconfortável para os pacientes.
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Figura 49_Sala de spera do CEPS. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Outra parte problemática é a acessibilidade, na clínica não há sanitários para deficientes, dentro dos espaços existem barreiras que dificultam a locomoção. E o pior é que o único acesso para o prédio é feito por uma rampa com a inclinação muito acima que indicado pela ABNT.
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Figura 50_Acesso/rampa no CEPS. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Figura 51_Sala de reabilitação do CEPS. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
7.2 Legislação Conforme o Art. 80 do Código de Saúde do Estado de Minas Gerais, entendese por estabelecimento de serviço de saúde aquele "destinado a promover a 38
saúde do indivíduo, protegê-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar os danos a ele causados e reabilitá-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afetada", e por estabelecimento de serviço de interesse da saúde aquele "que exerça atividade que, direta ou indiretamente, possa provocar danos ou agravos à saúde da população". O código de obras de Coronel Fabriciano, no Art.115 deixa claro que as edificações destinadas a hospitais e a serviços de saúde deverão estar de acordo à legislação federal e estadual em relação às normas, padrões de construções e instalações de serviços. A Lei 6.229 de junho de 1975 deixa claro que cabe ao Ministério da Saúde a competência para a fixação de normas e padrões para prédios e instalações de saúde. A Portaria 400 de 6/12/1977 padroniza quanto à localização das áreas de saúde: • Disponibilidade de rede de esgoto e de água pluviais, assim como luz, telefone e gás. • Facilidade de vias de acesso e meio de transporte. • Orientação do edifício que possibilite iluminação e ventilação adequadas nos locais de permanência prolongada dos pacientes. • Afastamento de no mínimo 5m em relação às vias públicas e de 3m em relação às divisas de propriedades vizinhas, obedecendo à legislação local. De acordo com o Art.112 do Código de Obras de Coronel Fabriciano, os serviços de saúde deverão atender as normas da ABNT e da CTL quanto à segurança, higiene e conforto nos ambientes de trabalho. Conforme com a norma NBR-9050 da ABNT sobre: 1. Acessos: Esta relacionada à circulação de pessoas e de materiais. Um EAS (estabelecimento de área de saúde) de pequeno porte pode agregar diversos tipos funcionais em um acesso físico. Tipos de acessos (entradas e saídas) do EAS: • Paciente externo transportado e acompanhante; • Paciente a ser internado - ambulante ou transportado; • Materiais e resíduos. Deve haver uma preocupação de se restringir ao máximo esses acessos, com objetivo de se conseguir um maior controle da movimentação no EAS, evitando-se o tráfego estranho em áreas restritas, o cruzamento desnecessário de pessoas e serviços diferenciados, além dos problemas decorrentes de desvios de materiais. 2. Estacionamento: Deve ser previsto locais para o estacionamento de viaturas de serviço e de passageiros. Tipos de serviços e a população usuária que requerem estacionamentos: • Paciente externo transportado, que chega ou parte de automóvel ou ambulância. • Paciente externo de ambulatório; • Funcionários (médicos, enfermeiros), se possível vaga de uso exclusivo; • Demais funcionários; • Remoção de resíduos 39
3. Circulações horizontais As circulações horizontais adotadas no EAS devem seguir às seguintes orientações: _Corredores • Os corredores de circulação de pacientes ambulantes ou em cadeiras de rodas, macas ou camas, devem ter a largura mínima de 2,00 m, não podendo ser utilizados como áreas de espera; • Os corredores de circulação de tráfego intenso de material e pessoal devem ter largura mínima de 2,00 m, não podendo ser utilizados como área de estacionamento de carrinhos; • Nas áreas de circulação só podem ser instalados telefones de uso público, bebedouros, extintores de incêndio e lavatórios, de tal forma que não reduzam a largura mínima estabelecida e não obstruam o tráfego, a não ser que a largura exceda a 2,00 m; • Os corredores destinados apenas a circulação de pessoal e de cargas não volumosas, devem ter largura mínima de 1,20 m; • No caso de desníveis de piso superiores a 3 cm, tem de ser adotado solução de rampa unindo os dois níveis. _Portas • Todas as portas de acesso a pacientes têm de ter dimensões mínimas de 0,80 x 2,10m, inclusive sanitários; • Todas as portas de acesso a ambientes onde forem instalados equipamentos de grande porte, tem de possuir folhas ou paneis removíveis, com largura compatível com o tamanho do equipamento, permitindo assim sua saída; • Todas as portas utilizadas para a passagem de macas e camas devem ter dimensões mínimas de 1,10 x 2,10 m, exceto as portas de acesso as unidades de diagnóstico e terapia, que necessitam acesso de maca, inclusive as salas de exame ou terapias, tem de possuir dimensões mínimas de 1,20 x 2,10m; • As portas de banheiros e sanitários de pacientes devem abrir para fora do ambiente, ou permitir a retirada da folha pelo lado de fora, a fim de que sejam abertas sem necessidade de empurrar o paciente eventualmente caído atrás da porta. As portas devem ser dotadas de fechaduras que permitam facilidade de abertura em caso de emergência. 4. Circulação vertical A circulação vertical para movimentação de pacientes no EAS, só pode ser feita através de rampas e elevadores, sendo permitia a circulação através de escadas, somente para funcionários. São as seguintes as normas a serem seguidas nos EAS, para movimentação vertical de pessoas ou materiais: _Escadas 40
A construção das escadas deve obedecer aos critérios referentes à prevenção de incêndio, ao código de obras da localidade e outras exigências legais supervenientes, bem como às seguintes especificações adicionais: • As escadas que, por sua localização, se destinem ao uso de pacientes, têm de ter largura mínima de 1,50m e serem providas de corrimão; • Escadas destinadas ao uso exclusivo do pessoal têm de ter largura mínima de 1,20m; • O piso de cada degrau tem de ser revestido de material antiderrapante; • Nenhuma escada pode ter degraus dispostos em leque; • Nenhum lance de escada pode vencer mais de 2,00m sem patamar intermediário; • O vão de escada não pode ser utilizado para a instalação de elevadores ou monta-cargas; • As escadas não podem abrir diretamente para corredores; _ Rampas As rampas devem ser construídas obedecendo aos itens: • Rampas só podem ser utilizadas quando vencerem no máximo dois pavimentos independentemente do andar onde esta se localiza. Ex.: poderá ser do térreo ao 2º pavimento, ou do 10º ao 12º pavimento. É livre o número de lances quando complementada por elevadores; • Admite-se o vencimento de mais um pavimento além dos dois previstos, quando este for destinado exclusivamente a serviços; • Quando as rampas mudarem de direção deve haver patamares intermediários, destinados a descanso e segurança; • As rampas devem ter o piso não escorregadio, corrimão e guarda-corpo; • Não é permitida a abertura de portas sobre a rampa; em caso de necessidade deve existir vestíbulo com largura mínima de 1,50 m e comprimento de 1,20 m, mais a largura da folha da porta; e em nenhum ponto da rampa o pé-direito poderá ser inferior a 2,00m. _Elevadores A instalação de elevadores deve obedecer à Norma NBR-7192 da ABNT, aos dispositivos legais do Ministério do Trabalho e a outras exigências legais. • As dimensões internas mínimas da cabine do elevador para pacientes são de 2,20m x 1,20m, para possibilitar o transporte de macas; • Os comandos externos e internos do elevador devem estar localizados a uma altura máxima de 1,30m em relação ao piso; • O elevador para pacientes deve ter portas de correr simultâneas na cabine e no pavimento, com largura livre de 1,10m; O Ministério da Saúde em relação á: • Acabamentos de Paredes e Pisos Os materiais adequados para o revestimento de paredes e pisos de ambientes de áreas críticas, semicríticas e não crítica tem de ser do tipo laváveis e resistentes aos desinfetantes. Sua lavagem requer produtos de limpeza que atendam a normas e requisitos de qualidade: Lei no. 6360(23/ 09/76), Decreto no. 79094 (05/01/77), Portaria no. 15 (23/08/88). 41
• Forros Os tetos em áreas críticas (especialmente nos compartimentos destinados à realização de procedimentos cirúrgicos ou similares) devem ser contínuos, sendo proibido o uso de forros falsos removíveis. Nas demais, pode-se utilizar forro removível, inclusive por razões ligadas a manutenção. • Banheiras “Terapêuticas” Devem ser construídas de modo a impedir permanência de águas residuais quando esgotadas. • Bebedouros O controle de infecção hospitalar, no que se refere à instalação de bebedouros nos E.A.S., deve ater-se às recomendações do Manual de Controle de Infecção Hospitalar - COCIN, 1994. • Renovação de Ar em Áreas Críticas Todas as entradas de ar externas devem ser localizadas o mais alto possível, em relação ao nível do piso, e tem de ficar afastadas das saídas de ar, dos incineradores e das chaminés das caldeiras; as saídas devem situar-se junto ao chão. Todas as aberturas para entrada e saída de ar devem possuir filtros de grande eficiência. • Iluminação Quanto ao quarto e área coletiva da Unidade de Internação Intensiva são quatro tipos de iluminação: • Iluminação geral em posição que não incomode o paciente deitado, com lâmpada incandescente. • Iluminação de cabeceira de leito de parede (arandela); • Iluminação de exame no leito com lâmpada fluorescente no teto e/ou arandela; • Iluminação de vigília na parede (a 50 cm do piso). Serviço de Reabilitação Física passa a compor a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, conforme Portaria GM nº 793 de 24 de abril de 2012, e deve dispor de instalações físicas e de uma equipe multiprofissional devidamente qualificada e capacitada para a prestação de assistência especializada, constituindo-se como referência na manutenção do cuidado e de sua capacidade funcional. _Normas de funcionamento do serviço de reabilitação/habilitação física: O tratamento para as diversas deficiências físicas podem ser os mais variados de acordo com o quadro clínico e o impacto da deficiência física sobre sua funcionalidade. Em seu contexto geral, devem considerar: • Treino para atividade de vida diária, desenvolvimento de habilidades para a execução de atividades de vida prática ou instrumentais de vida diária, favorecendo o desenvolvimento da autonomia pessoal, familiar e participação nos processos de inclusão escolar, social e/ou profissional; 42
• •
Orientações aos cuidadores, acompanhantes e familiares como agentes colaboradores no processo de inclusão social e continuidade do cuidado; Orientar e apoiar as famílias para a adaptação do ambiente ou utensílios ao deficiente físico;
•
Atendimento individual e em grupo de acordo com as necessidades de cada usuário e suas disfunções específicas;
•
Reavaliação periódica demonstrando com clareza a evolução do quadro clínico e as propostas terapêuticas a pequeno, médio e longo prazo;
7.3 Área de estudo A análise do local foi feita através de levantamento fotográfico, mapeamentos e observação. Considerando a estrutura viária da região Metropolitana do Vale do Aço, o local para escolhido para a intervenção localiza-se em Coronel Fabriciano, ente as cidades de Ipatinga e Timóteo, próximo a BR 381. A área para a construção do Centro e um terreno localizado na Avenida Tancredo Neves, no bairro Bom Jesus.
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Figura 52_Mapeamento dos pontos de referência. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
O terreno onde será desenvolvido o projeto de TCC2 se encontra próximo ao prédio Secretaria de Saúde de Coronel Fabriciano e possui vários comércios em seu entorno. Em frente ao lote a uma avenida muito movimentada.
Figura 53_Mapeamento do entorno. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Esse lote pertence à Guiauto, mas há algum tempo está abandonado. No dia em que foi feita a visita estavam sendo retiradas algumas ferragens que haviam sido abandonadas pelo antigo deposito de existia na área.
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Figura 54_Frente do lote. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
No terreno existe um galpão pequeno, restante do espaço está encoberto pelo mato. O lote possui uma pequena inclinação.
Figura 55_Parte do antigo depósito. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
Em relação os condicionantes ambientais, o vento predominante é a 20º Norte e o clima e tropical semi-úmido.
Figura 56_Lateral do lote, rua Rubi. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013
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Figura 57_Dimencionamento do local da proposta. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
7.4 Análise do púbico alvo O público alvo da proposta é a população da região Metropolitana do Vale do Aço que tenham alguma debilidade física ou motora e não tenha condição a um tratamento adequado a sua debilidade.
7.5 Definição do programa De acordo com a proposta do TCC2, foi elaborado o programa básico da Clinica de acordo com os tratamentos oferecidos. 46
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
3 consultórios para avaliação clinica e triagem; Apoio ao diagnostico. _ Raio X, tomografia computadorizada, ressonância magnética; 2 consultórios para neurologia; 2 consultórios para ortopedia; Área para hidroterapia, - com 1 piscina de água quente e 1 normal, - vestiários masculino e feminino. 5 boxes para eletroterapia; 5 boxes para termoterapia; 2 sala para cinesioterapia; 2 sala para mecanoterapia; 1 sala para o therasuit; 1 sala de Atividades da Vida Diária 1sala para terapia ocupacional; Farmácia; Central de material esterilizado; 1 dala para diretoria; 2 Sala de serviços Administrativos; Sala de reuniões; Recepção; Sala de espera; Sanitários independentes (feminino e masculino); Sanitário independente para pessoa com deficiência; Copa/refeitório para os funcionários; Lavanderia; Banheiro e Vestiários para os funcionários; Deposito de equipamentos; Depósito de material de limpeza; Deposito de lixo; Manutenção Almoxarifado; Espaço para instalação de condicionamento térmico de água para as piscinas; Espaço para instalação de gerador de energia; Estacionamento para funcionários e clientes; Área para embarque e desembarque de veículos;
7.6 Definição da estratégia A estratégia do TCC 2, será criar um espaço contemporâneo onde a população possa receber tratamento e a reabilitação adequada para sua debilidade. O objetivo é a criação de um novo centro público em Coronel Fabriciano que tenha capacidade de atender toda a região Metropolitana do Vale do Aço. Outro ponto importante dentro da concepção da estratégia serão os espaços humanizados e acessíveis pensados para atender melhor os usuários. 8. Conclusão 47
Com o desenvolvimento final da pesquisa, foi possível observar que as clinicas fisioterápicas da região do Vale do Aço, não oferecem conforto ambiental, acessibilidade e tratamentos específicos para algumas debilidades. Com os dados obtidos, a proposta do TCC 2 será desenvolver uma Centro de Reabilitação e Tratamento do Aparelho Motor em Coronel Fabriciano, que atenda toda a região Metropolitana do Vale do Aço. O Projeto deste centro seguira os conceitos da arquitetura humanizada, proporcionando ambientes confortáveis e acessíveis para os usuários.
9. Referência Bibliográfica BRASIL, PNHAH - Programa nacional de humanização da assistência hospitalar - Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Ministério da Saúde - Manual de Ambiência dos Centros Especializados em Reabilitação (CER) e das Oficinas Ortopédicas - Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização- Humaniza SUS: ambiência – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Ministério da saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas- Manual de Legislação em Saúde da Pessoa com Deficiência - Brasília – Ministério da Saúde, 2006. CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos – Conforto Ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. PEREIRA, Cilene. Clínicas e hospitais investem na construção de edifícios que proporcionem maior bem-estar e contribuam para a melhor recuperação dos pacientes- Revista ISTOÉ (nº edição: 2113) BRASIL, Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas e critério básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2000. 48
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49
10. APÊNDICE APÊNDICE A_ Propaganda Seminário de Acessibilidade no Contexto Arquitetônico
50
APÊNDICE B _ Lista de presença do Seminário de Acessibilidade no Contexto Arquitetônico APÊNDICE C_ Registro Fotográfico Seminário de Acessibilidade no Contexto Arquitetônico
Figura 58_Seminario de Acessibilidade. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013
Figura 59_Seminario de Acessibilidade. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013
Figura 60_Palestrante Andréa Grativol. Fonte: Arquivo particular da autora, 2013.
APÊNDICE D _Questionário de opinião dos fisioterapeutas 51
Questionário 1. Nome da Clínica:_____________________________________________ 2. Localização:_________________________________________________ 3. Entrevistado:_________________________________________________ Função:_____________________________________________________ 4. Tipo de Clinica: ( )Particular. ( )Pública. ( )Institucional. ( )Outras________________ 5. Tratamentos Tem
Qualidade dos Equipamentos Fisioterápicos. Não tem Ótimo Bom Ruim Péssimo
Termoterapia Cinesioterapia Eletroterapia Mecanoterapia Hidroterapia Terapia Ocupacional Therasuit Outros:_________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________ 7. O conforto ambiental nas salas onde é realizada a fisioterapia? ( ) Péssimo. ( ) Ruim. ( ) Bom. ( ) Ótimo. ( ) Excelente. Melhorias:_______________________________________________________ ___________________________________________________________ 8. Os ambientes da clinica tem iluminação natural? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Alguns. Quais:_____________________________ _____________________________________________________________ 9. Os ambientes da clinica tem ventilação natural? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Alguns. Quais:_____________________________ _____________________________________________________________ 10. Os ambientes da clinica tem proteção acústica? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Alguns. Quais:_____________________________ _____________________________________________________________
APÊNDICE E_ Questionário de opinião dos usuários das clínicas. Questionário Satisfação dos Pacientes 1. Entrevistado:________________________________________________ 2. Idade: ______ anos 3. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 4. Nome da Clínica:_____________________________________________ 5.Tratamento:_________________________________________________ 52
1ª Parte 6. Como você tomou conhecimento desta clinica? ( ) Médico ( ) Plano de saúde ( ) Amigo ( ) Catalogo telefônico ( ) Outros: ___________________________________________________ 7. Esta foi sua primeira experiência com fisioterapia? ( ) Sim ( ) Não 8. Esta foi sua primeira experiência nesta clínica? ( ) Sim ( ) Não 2ª Parte 9. Como foi o acesso usado por você para chegar a clinica? ( )Rampa ( )Escada ( )Elevador ( )Outros:___________________ 10. Você sentiu alguma dificuldade no acesso a clínica? ( ) Sim, qual foi?_______________________________________________ ( ) Não. 11. Você sentiu alguma dificuldade de se locomover dentro da clínica? ( ) Sim, qual foi?_______________________________________________ ( ) Não. 12. Como são os ambientes da clínica? ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Excelente Melhorias:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ _________________________________________________________ 13. A sala de espera atende as suas necessidades? ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Excelente Melhorias:_______________________________________________________ ___________________________________________________________ 14. Você se sentiu confortável no ambiente aonde você realiza sua sessão de fisioterapia? ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Excelente Melhorias:_______________________________________________________ ___________________________________________________________ 15. Esse ambiente atende as necessidades do tratamento que você esta fazendo? ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Excelente Melhorias:_______________________________________________________ ___________________________________________________________ 14. Sua privacidade foi respeitada durante sua sessão de fisioterapia? ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Excelente Melhorias:_______________________________________________________ ___________________________________________________________ 11. ANEXO ANEXO A_ Termo de Consentimento Livre e Esclarecido_ TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Instituição: Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas_ UNILESTE. 53
Pesquisador (a): Pâmela Pinto Coimbra_ Aluna do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Convidamos o (a)_____________________________________________________________ para participar da Pesquisa sobre as Clínica Fisioterapêuticas sob a responsabilidade do pesquisadora Pâmela Pinto Coimbra, a qual pretende pesquisar sobrea situação das clínicas na região do Vale do Aço. Sua participação é voluntária e se dará por meio de respostas a um questionário. Não há riscos decorrentes de sua participação na pesquisa. Se você aceitar participar, estará contribuindo para o estudo de melhorias clínicas da região. Se depois de consentir em sua participação, o Sr (a) tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. O (a) Sr (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados. Consentimento Pós–Informação Eu,_____________________________________________________________ __, fui informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós. __________________________________________ Assinatura do participante
Data: ___/ ____/ _____
________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável
Fonte: Adaptado de UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, UFAM_Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE < http://www.cep.ufam.edu.br/index.php/tcle>
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