UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
PAVILHÃO CULTURAL EM CONTAINER
Acadêmica: Pâmela Dosso de Moraes Orientador: Prof. Dr. Oigres Leici Cordeiro de Macedo
Maringá 2012
PÂMELA DOSSO DE MORAES
PAVILHÃO CULTURAL EM CONTAINER
Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Estadual de Maringá como requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação do Prof. Dr. Oigres Leici Cordeiro de Macedo.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Maringá 2012
Dedico este trabalho aos meus pais, pelo apoio e amor incondicional; e Ă minha irmĂŁ, pela amizade imensurĂĄvel.
Agradeço primeiramente pela confiança que meus pais sempre depositaram em mim, dando esta oportunidade única de realizar um sonho, mesmo distante de seus olhos; à todas as palavras de incentivo nos momentos difíceis, que minha família soube trazer com carinho e proximidade nas horas necessárias, nas quais eles não puderam estar presentes mas sentiam na pele, mesmo há quilômetro de distância; à “turma da catequese”, que estavam sempre dispostos a compartilhar arquivos, conhecimentos e uma longa noite, seja de trabalho ou de descontração; aos amigos de arquitetura espalhados pelo mundo, que abriram meus horizontes e me proporcionaram criar laços tão fortes; aos amigos não relacionados à arquitetura, que nunca entenderam muito bem a dinâmica do curso, mas sempre estavam apoiando minhas decisões; ao meu companheiro de todos os dias, que sabe expressar seu amor da forma mais pura, Tom; ao meu namorado e amigo, Gabriel, por todo apoio ao longo deste ano, adotando minha causa e falta de tempo como sua. aos mestres desta caminhada, sem os quais não teria chegado até aqui.
“Arquitetura é coisa para ser exposta à intempérie e a um determinado ambiente; Arquitetura é coisa para ser encarada na medida das ideias e do corpo do homem; Arquitetura é coisa para ser concebida como um todo orgânico e funcional; Arquitetura é coisa para ser pensada estruturalmente; Arquitetura é coisa para ser sentida em termos de espaço e volume; Arquitetura é coisa para ser vivida.” (Lucio Costa, 1902-1998)
RESUMO O projeto arquitetônico faz uso de uma tecnologia pouco explorada até então no Brasil, os containers, que se encontram em quantidades excedentes nos portos uma vez que não é lucrativo para as empresas devolvê-los sem carga. Com isso, e devido às especificações técnicas que eles possuem, se tornou possível sua inserção no campo da arquitetura. Associado a esta tecnologia, foram criados espaços dedicados à comunidade, com volumes contrastantes e bastante definidos em suas caraterísticas industriais. O público se torna o maior responsável pela criação e dinâmica do todo. A implantação ocorre em um sítio da antiga Zona Industrial de Maringá, que está cercada de áreas bastante consolidadas e mantém seu caráter industrial intocado, que passará a ser explorado com a abertura da avenida voltada para ela, antes com linha férrea em nível. Os blocos são desenhados para convidar o público e se dividem em café, administração, palco de apresentações, sanitários, ateliê de criação e exposição, e auditório, interligados através de passarelas e pisos em mesmo nível para integração e coesão do projeto.
Palavras-chave: Pavilhão. Container. Cultural. Industrial. Exposições.
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. PAVILHÕES DE EXPOSIÇÃO 3. ARQUITETURA EM CONTAINER 3.1. Dados Técnicos 3.2. Padronização e sua estrutura 4. OBRAS CORRELATAS 4.1. Decameron Design 4.2. Tim Festival 4.3. Gad Container Gallery 4.4. Puma City 5. CONDICIONANTES 5.1. Terreno 5.2. Legislação 6. O PROJETO 6.1. Partido Arquitetônico 6.2. Programa de Necessidades 7. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO 8. CONCLUSÃO 9. REFERÊNCIAS 10. ANEXOS
8 11 13 17 19 20 21 27 32 37 41 41 49 52 52 56 58 72 73 75
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1.
INTRODUÇÃO O presente trabalho serve como embasamento teórico para o desenvolvimento do
Trabalho Final de Graduação – TFG de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Maringá. O tema abordado se refere a um Pavilhão Cultural em Container, desenvolvido para o município de Maringá, em sítio específico. O interesse pela abordagem é a princípio um desejo pessoal de explorar esta nova tecnologia associada à arquitetura, em fase inicial ainda no Brasil e com pouca literatura disponível na língua portuguesa. Além disso, a escolha dos containers se dá por serem estruturas que permitem um projeto bastante flexível, passível de montagem e desmontagem rápida – por intermédio de empilhadeiras –, com baixa geração de resíduos na obra – chegando a ser 25% mais econômica que uma obra convencional –, e permitem alterações e ampliações posteriores devido a sua regularidade. O objetivo deste trabalho é construir um espaço voltado à comunidade, com atividades culturais realizadas durante os períodos matutino e vespertino, que despertem seus diversos interesses em diferentes vertentes da cultura: dança, teatro, pintura, música, cinema, artesanato, artes plásticas, manifestações tradicionais populares, fotografia, yoga, entre outros. Seus usos iniciais abrangem todos os tipos de cultura evidentes no município,
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e serão definidos e especializados com o tempo, de acordo com a apropriação feita pelo público. Além disso, a unidade conta com espaços de armazenamento de materiais e bibliografias disponíveis para todos. Todos os trabalhos realizados são expostos periodicamente para visitantes e frequentadores, no mesmo período em que ocorrem as atividades. Ainda haverá apresentações artísticas no período noturno, preferencialmente em finais de semana e feriados, como um convite a Maringá e sua região para mostrar os trabalhos desenvolvidos e também receber convidados de outras localidades. O objetivo específico é a adaptação das estruturas de containers para abrigar uma arquitetura inovadora, e estudar os materiais utilizados na concepção do mesmo de forma que permita a inserção das qualidades arquitetônicas de insolação e ventilação naturais. Também se busca uma impressão de pavilhão na obra, relacionando-o com o entorno e se mostrando em destaque em relação às demais construções existentes. Este projeto apresenta como intuito inicial uma estrutura bastante completa para servir a comunidade, o qual serve de inspiração para módulos menores, no mesmo segmento projetual, em bairros da periferia de Maringá, de tal maneira que com o tempo haja uma proliferação de módulos culturais chegando até as pessoas e não excluindo nenhuma área da cidade de seus direitos a cultura.
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A Prefeitura de Maringá possui diversos projetos realizados pela Secretaria de Cultura, com financiamento privado e público, que se concentram na área central da cidade e muitas vezes não vinculados ao desenvolvimento das mesmas, mas apenas designados a se apresentarem para o público. Um exemplo desta realidade é a existência de apenas uma sala para exposições, segundo artigo de CHAVES, 20121.
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Dados obtidos através do relatório de pesquisa elaborado por Laura Chaves de Souza Peludo, titulado de Perfil da Política de Cultura na Região Metropolitana de Maringá.
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2.
PAVILHÕES DE EXPOSIÇÃO Os pavilhões marcaram o século XX com suas aparições, desvinculadas de raízes no
terreno por apresentarem caráter efêmero. A princípio, relacionados ao desenvolvimento industrial, tinham como função a exposição de produtos desta época, e eram incentivo para a população criar novos artefatos para apresentar aos visitantes. Eles são concebidos em poucos meses, construídos e destruídos deixando como rastro apenas fotografias. Entretanto alguns pavilhões se tornaram emblemáticos na história e incitaram sua reconstrução, como o caso do Pavilhão Alemão de Mies Van Der Rohe, demolido no final da Feira Mundial de 1929 em Barcelona, e reerguido no mesmo sítio na década de 80.
Figura 01: Pavilhão Alemão na Feira Universal de Barcelona. Fonte:wikipedia.org
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Em geral, os pavilhões recebem um programa bastante peculiar, uma vez que são projetos encomendados para abrigar alguma simbologia, e não seguem nenhuma imposição, a não ser a do cliente. Além disso, em grande parte, eles expõem a si próprios através de uma arquitetura singular. A palavra “pavilhão”
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em sua definição se mostra como paisagem agregada a um
edifício principal, e ainda, segundo PUENTE, 2011, contém espaços de contemplação e faz uso da iconografia proveniente da arquitetura publicitária por intermédio de cores, neons, logotipos e luzes. O projeto aqui proposto se apresenta como uma arquitetura distinta em relação ao seu entorno, com características bastante peculiares, e é sem objecção uma paisagem agregada ao visual dos antigos galpões industriais.
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Pavilhão(do antigo francês paveillon)m. “Parte de um edifício construída como anexo ao seu corpo principal.” O Dicionário de Língua Portuguesa. Novo Aurélio, séc XXI, (3° edição), Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999.
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3.
ARQUITETURA EM CONTAINER Containers marítimos, num primeiro momento, foram projetados com o objetivo de
armazenamento e transporte de mercadorias a grande distância e de forma compacta. Suas dimensões podem variar, sendo que o Brasil, por ter ratificado a proposta da International Standards Organization (ISO), para normalização técnica dos containers, fundamentou toda a sua regulamentação, tanto para o uso como para a construção deles no nosso País, baseando-se naquela norma. Essa regulamentação é controlada pelos órgãos Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial do Ministério da Indústria e Comércio. Por possuírem escala humana apropriada, os containers marítimos também podem ser utilizados para projetar espaços habitacionais. Além da agilidade de execução em estrutura metálica e da possibilidade de reutilização de um elemento pré-fabricado, cada vez mais o container vem ganhando espaço na arquitetura brasileira, sendo, inclusive, bastante explorado como elemento sustentável de construção em arquitetura, já que se utiliza de elemento pré-fabricado e reciclado de sucata portuária. Entretanto, os pátios portuários vêm se deparando com um problema: em razão do baixo valor de venda no continente asiático e pelo grande fluxo de importação e exportação, os containers marítimos acabam sendo depositados nos portos. O valor do container fica embutido no valor da mercadoria, ou seja, para o exportador, o container
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acaba ficando em seu local de destino depois de descarregado. Para PAGNOTTA, 2011, em seu artigo no site Archdaily, o motivo do acúmulo de containers se dá ao alto valor para reenviar os containers usados para seu país de origem. Sendo assim, um novo destino final para o container já utilizado pode ser a melhor solução para esse impasse. Muitas cidades portuárias como Iitajaí/SC e Paranaguá/PR possuem um grande número de containers ociosos, por isso empresas vêm se especializando na venda e modificações para arquitetura a preços acessíveis, como por exemplo ser o container remanufaturado para venda e aluguel para reenvio, ou alienados para que sejam explorados para outro fim. Na cidade de Paranaguá, aliás, é possível a compra de containers marítimos, com serviço de transporte para a cidade de Maringá/PR pelo Porto Seco de Maringá, localizado no Contorno Sul.
Figura 02: Porto seco de Maringá. Fonte: Autora.
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Figura 03: Containers no porto seco de Maringá. Fonte: Autora.
Aliando estética e baixo custo, o container se destaca como uma alternativa construtiva. Atualmente já existe uma demanda de containers marítimos para seu uso habitacional, assim como container-escritório, quiosques, stands de eventos, dentre
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outros. A vantagem está na flexibilidade na sua tipologia construtiva, que permite muitas opões de uso, porém, para sua correta utilização, é necessário ter conhecimento das especificações técnicas.
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3.1. Dados Técnicos É necessário uma série de cuidados especiais quando se fala em arquitetura com o uso de containers no tocante à concepção e execução. Como é um elemento reutilizado, é muito importante que esse processo especial seja levado em conta na adaptação em projetos arquitetônicos. A estrutura portante do container foi projetada com a finalidade de suportar grandes esforços exteriores com mínimo preço de execução possível, porém, como podem ser feitas modificações em sua estrutura básica original, é viável ter conhecimento da deficiência estrutural. O container é formado pela sua base de perfis metálicos, cobertos por compensado naval, perfis tubulares em suas arestas e vedação em chapa metálica em aço cortem corrugada. Esta forte estrutura proporciona ao todo grande resistência a tração, flexão e torção, devendo ser devidamente reforçadas quando realizados os recortes.
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Figura 04: Componentes do container. Fonte: ecocontainerhome.com
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3.2. Padronização e sua estrutura Conforme já dito anteriormente, a padronização dos containers é feita através da ISO 668, do ano de 1995. Há diversos tamanhos, dentr os quais se destacam os de 10 pés(3m), 20 pés(6m) e 40 pés(20m). Quanto a sua altura são classificados em low cube, standard e high cube. Sendo apropriado para a arquitetura o high cube que possui altura de 2,896m.
Figura 05: Dimensões do container. Fonte: GARRIDO, Luis. Sustainable Architecture: Containers, 2011.
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4.
OBRAS CORRELATAS
Os correlatos formam uma base fundamental para compreensão lógica da estrutura dos containers, além de permitir a identificação dos diversos materiais utilizados para garantir boas condições climáticas e de iluminação no seu interior. Fornecem também dados relacionados à fundação, que não apresenta necessidade de ser profunda, podendo os containers serem apenas apoiados sobre o solo rígido e compactado. As composições também influenciaram fortemente no desenvolvimento do projeto do Pavilhão Cultural, permitindo criar uma liberdade, antes não imaginada, frente a uma estrutura tão rígida, linear e compacta. Além disso, são apresentados métodos para montagem e desmontagem, que podem aplicados ao projeto em caso de transporte para um novo sítio.
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4.1.
Decameron Design
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 2136 – São Paulo|SP
Arquitetura: Studio MK27 – Marcio Kogan Figura 06: Decameron Design. Fonte: Autora.
A loja de objetos de design Decameron está situada em um endereço onde estão situados diversos projetos arrojados associados a objetos de decoração de renomados designers. Seu projeto incorpora o conceito de arquitetura low tech3 e faz uso de containers sobrepostos, sendo 4 deles de dimensões 12m x3m x3m e 2 de 3m x3m x3m, todos pintados com tinta antiferrugem em cores flúor amarelo, verde-limão, laranja, azul, roxo e rosa.
Figura 07: Cores flúor presentes nos containers. Fonte: Autora. 3
Arquitetura que faz uso de materiais de baixa energia, frequentemente encontrados e processados próximos aos locais de inserção da obra, caracterizando uma construção alternativa e com baixos custos.
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A obra possui 252m² de área construída, dividas entre o corredor de containers, um volume com pé-direito duplo em concreto e estrutura metálica, apoiados sobre os containers, um jardim central e um espaço aos fundos de administração.
Figura 08: Desenhos Técnicos. Fonte: Revista AU 207, Abril de 2011. Modificado pela autora.
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Figura 09: Os diversos ambientes. Fonte: Autora.
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O caráter industrial existente nos containers se mostra presente em toda a obra, que possui piso de cimento queimado e emborrachado, eletrocalhas expostas, escada em estrutura metálica.
Figura 10: Elementos industriais em evidência. Fonte: Autora.
Segundo SOBRAL, o projeto possui elementos que proporcionam boa ventilação e iluminação dos ambientes como todo o revestimento dos containers em lá de vidro e MDF e a cobertura em manta termoplástica. Ainda de acorda com Laura Sobral, os ajustes dos containers foram realizados no próprio porto de Santos, por especialistas, e ajustadas no canteiro de obras, permitindo uma obra de baixo custo, com pouca geração de entulhos, de rápida execução e com uma economia de até 25% em relação a construções convencionais.
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Os containers são os únicos elementos da obra que podem ser facilmente transportados para outro terreno, uma vez que são apenas apoiados sobre o sótio. Eles abrigam exclusivamente a coleção de design holandês Droog.
Figura 11: Containers apoiados diretamente no solo. Fonte: Autora.
Figura 12: Evidencia para a coleção holandesa Droog. Fonte: Autora.
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Em visita ao local foi possível notar todos estes elementos e compreender o que Márcio Kogan quis propor através do racionalismo associado à arquitetura arrojada.
Figura 13: Frase estampada nas paredes internas no 2° pavimento em containers. Fonte: Autora.
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4.2.
Tim Festival
Marina da Glória – Rio de Janeiro, RJ Arquitetura: Bernardes+Jacobsen Ano do projeto: 2007 Figura 14: Tim Festival. Fonte: bjaweb.com.br
A instalação dos containers, que deram origem a este espetáculo ao ar livre, fazem parte de um projeto conhecido como Tim Festival, que ocorre anualmente no Rio de Janeiro, partindo da premissa de sustentabilidade vinculada a um festival de música. O local se transforma em uma mini-cidade construída para servir temporariamente como palco de diversos shows, e pensando nos diversos resíduos que seriam gerados e na praticidade da obra, os containers foram a escolha certa. Estes foram empilhados como uma parede orgânica escalonada, gerando bolsões vazios que geram permeabilidade e permitem que os espectadores tenham o visual do morro, enquanto outros são compostos por telões que projetam os espetáculos ao vivo, vistos a partir da praça. Suas diferentes cores formam no todo uma unidade da obra.
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Figura 15: Apresentações. Fonte: bjaweb.com.br
Nos containers, além das apresentações, existem ainda a localização dos sanitários e bares. Contribuindo também na organização de fluxos, existem estruturas desvinculadas destas principais onde estão inseridas o Tim Stage, Tim Lab, Tim Club, Produção, Imprensa e Motomix. O formato orgânico de composição das estruturas de caráter industrial evidenciam os fluxos e dão forma aos locais de posicionamento do público voltados aos diversos shows.
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Figura 16: Localização das atividades e percepção dos fluxos. Fonte: bjaweb.com.br
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Figura 17: Containers empilhados configurando diferentes espaรงos. Fonte: bjaweb.com.br
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Figura 18: Esquemas feitos pelos arquitetos. Fonte: bjaweb.com.br
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4.3.
GAD Container Gallery
Oslo, Noruega Arquitetura: MMW Architects Ano do projeto: 2005 Figura 19: GAD Container Gallery. Fonte: mmw.no
A GAD Container Gallery está situada na área portuária de Oslo, que se encontra em transformação. Cercada por lojas, edifícios e antigos prédios portuários, o projeto pousa no píer, sem criar fundações profundas, já que sua intenção principal é a itinerância do conjunto.
Figura 20: Entorno imediato ao projeto. Fonte: mmw.no
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Figura 21: Vista da área portuária. Fonte: mmw.no
A linguagem da obra não poderia ser outra, uma vez que a paisagem local já está configurada pelos containers empilhados no porto. Para reforçar mais ainda este caráter naval, os arquitetos responsáveis pela criação do projeto fizeram uso de elementos característicos da marinha, como escada marítima, apoios tubulares metálicos para apoio do balanço e janelas circulares. É possível realizar sua montagem e desmontagem no tempo de 1 a 2 semanas, retirando desde as placas cimentícias que compõem o solarium, até as sapatas isoladas circulares.
Figura 22: Sapatas circulares isoladas. Fonte: mmw.no
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Figura 23: Montagem e desmontagem. Fonte: mmw.no
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O acesso à galeria principal ocorre no térreo, onde está localizada também a escada de acesso ao 1° pavimento. As vedações internas são feitas em placas de compensado resinado e placas de gesso acartonado, e com lá de rocha como isolante térmico.
Figura 24: Térreo. Fonte: mmw.no
No primeiro pavimento se encontra a recepção, escritório, sanitário, reserva técnica, copa e sala técnica. O acesso ao 2° pavimento é feito diretamente na sala de projeções para exposição em vídeo, que é um mezanino. Por fim, o salarium é acessado pela sala de expositiva.
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Figura 25: Primeiro Pavimento. Fonte: mmw.no
Figura 26: Segundo Pavimento - Mezanino. Fonte: mmw.no
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4.4.
Puma City
Estrutura Itinerante Arquitetura: LOT-EK Ano do projeto: 2008 Figura 27: Puma City. Fonte: lot-ek.com
Desenvolvido pelo escritório LOT-EK, o Puma City foi montado para além de promover a marca Puma, como apoio ao eventual conhecido como Volvo Ocean Race, que é uma competição internacional de esportes marítimos. Mais um correlato se apresenta instalado em uma zona portuária, mantendo a conexão naval da tipologia. A estrutura toda é formada por 24 containers de 20 metros de comprimento, apoiados e fixados através de parafusos e ferrolhos. Para auxiliar na montagem, que dura cerca de 5 a 7 dias, também são utilizados dois guindastes, uma empilhadeira e uma plataforma elevatória em tesoura. Os containers receberam adaptação na China e desde então sua vida útil vem sendo prolongada passando por sucessivas montagens e desmontagens em portos pelo mundo.
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Figura28: Montagem da estrutura. Fonte: lot-ek.com
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O projeto se divide em 3 nĂveis, sendo o primeiro e segundo utilizados pela loja Puma, e o terceiro como lounge/ bar, com um salĂŁo multiuso para eventos.
Figura 29: Plantas dos pavimentos. Fonte: Container Atlas
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Figura 30: Plano de massa. Fonte: Container Atlas
Através do empilhamento escalonado surgem os balanços utilizados como decks, e os vazios internos que servem de terraço e evidenciam os visuais do píer. Os balanços são proporcionados devido ao peso da estrutura, que apoiadas sobre o segundo nível, impedem sua movimentação. A estrutura é deixada a mostra também no interior da loja, que possui por vezes pédireito duplo feito através de recortes nas bases da estrutura.
Figura 31: Pé-direito duplo proporcionado pelo recorte do fundo do container. Fonte: lot-ek.com
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5.
CONDICIONANTES
5.1. Terreno O terreno escolhido para inserção do projeto está localizado na Zona 10 - antiga Zona Industrial de Maringá, e atualmente classificada como Zona Especial 18 -, no encontro da Avenida Horácio Racanello com a Rua Monlevade.
Figura 32: Mapa de Uso e Ocupação do Solo, com destaque para a ZE18. Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá
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Figura 33: Destaque do terreno em vermelho. Fonte: Google Erath, 2012. Modificado pela autora.
O setor em questão teve como função inicial a instalação de galpões e fábricas para abastecimento dos vagões do trem, que ali entravam em sentido diagonal à linha férrea – rebaixada no ano de 2009-, o que gerou seu traçado diferenciado das demais malhas ortogonais existentes no entorno. A área também se diferencia pela tipologia das construções, em sua maioria longas e delgadas, em formato retangular, com alguns elementos característicos como silos circulares, fornos, tubulações e caixas d’água, de caráter industrial, que se mantém evidente. A baixa densidade também se faz presente, acompanhada de grandes áreas livres.
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Figura 34: Vista a partir do terreno para os Silos da empresa Sambra. Fonte: Autora.
No presente momento a área apresenta um quadro de abandono, porém vem sido modificada e está abrangida por áreas consolidadas. O local possui grande potencial de reconfiguração urbana uma vez que permite grande flexibilidade aos projetos em lotes ainda não subdivididos, e há uma forte atividade industrial, comercial e de serviços voltados para a Avenida Colombo, Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto e Avenida Tuiutí.
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Figura 35: Localização das principais avenidas do entorno. Fonte: Google Earth, 2012. Modificado pela autora. Avenida Colombo Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto Avenida Horácio Racanello Avenida Tuiutí
Figura 36: Vista da paisagem consolidada do entorno a partir do terreno. Fonte: Autora.
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As edificações voltadas para a linha férrea ainda são configuradas, em sua maioria, como fundos, possuindo altos muros, porém há espaços se voltando para a nova avenida. Além disso, a concessão do uso dos silos da empresa Sambra foi feita para instalação de um projeto de caráter cultural, conforme publicado no Jornal O Diário em 08 de dezembro de 2010, o que irá fomentar o progresso da área.
Figura 37: Avenida Horácio Racanello. Destaque para as edificações de fundos para a avenida. Fonte: Autora.
Com o rebaixamento de ferrovia o local recebeu também a abertura da Avenida Racanello, que faz a ligação do centro da cidade até a rodoviária de Maringá, facilitando o acesso, e recebeu a pavimentação de pistas de caminhada e ciclovias, o que valorizou a região e aumentou seu uso, embora a princípio seja de passagem e não permanência.
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Figura 38: Pavimentação da pista de caminhada e ciclovia. Fonte: Autora.
A projeção da edificação proposta se faz neste terreno específico, além das razões já especificadas, pela sua grande visibilidade e acessibilidade. Possuindo um desnível de 1,60m em relação à Avenida Horácio Racanello, já aterrado, a construção se mostra em evidencia para qualquer transeunte e de fácil acesso através da Rua Monlevade que acompanha o lote de forma plana.
Figura 39: Desnível do terreno com taludes. Fonte: Autora.
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Há no terreno ainda uma caixa d’água em concreto, que será mantida para realizar a conexão histórica com o local, além do uso dos containers para vínculo com a linguagem industrial existente.
Figura 40: Caixa d’água existente no terreno. Fonte: Autora.
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Figura 41: Caixa d’água em destaque na vista. Fonte: Autora.
Todas as características aqui descritas reúnem as melhores qualidades para que o projeto tenha adesão e apropriação pela população, que define a principal expectativa desta implantação.
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5.2. Legislação O lote escolhido está situado na ZE18, conforme alteração feita através LC797/2010, que determina no Anexo II seus usos permitidos, permissíveis e proibidos. USOS PERMITIDOS
COMÉRCIO E SERVIÇOS CENTRAIS E VICINAIS E OCUPAÇÕES MULTIFAMILIARES
USOS PERMISSÍVEIS
COMÉRCIOS E SERVIÇOS SETORIAIS
USOS PROIBIDOS
TODOS OS DEMAIS USOS
Os comércios e serviços centrais se caracterizam pelas atividades destinadas a população em geral, e estão inclusas nestas atividades livrarias, cafés, galerias de arte, entre outros. O Pavilhão Cultural, aqui desenvolvido, se caracteriza como uma união de atividades com propriedades designadas aos comércios e serviços centais. Os parâmetros de ocupação do solo, estabelecidos no Anexo II na LC331/99, alterada pela LC 797/2010 se encontram na tabela a seguir.
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DIMENSÕES MÍNIMAS DO LOTE TESTADA(M)/ ÁREA(M²) ALTURA MÁXIMA DA EDIFICAÇÃO
COEFICIENTE MÁXIMO DE APROVEITAMENTO (%) TAXA MÁXIMA DE OCUPAÇÃO (%) AFASTAMENTO MÍNIMO (M) AFASTAMENTO MÍNIMO DE DIVISA
ESQUINA 40/4000 COTA 610 COM OUTORGA ONEROSA ATÉ COTA 650 COM OUTORGA ONEROSA ATÉ 4,5 LEI NÃO ESPECIFICA VALORES INFERIORES TÉRREO 60 TORRE 40 ÁREA PERMEÁVEL 20 FRONTAL 10 LATERAL 6 ATÉ 2 PAVIMENTOS FUNDOS 10 NÃO ESPECIFICADO
Os afastamentos mínimos presentes no lote são os grandes definidores do projeto, uma vez que condicionaram a construção na parte central. Não possuindo especificação para o recuo em relação a divisa, utilizou-se o afastamento lateral para até 2 pavimentos, ou seja, 6 metros. Nos demais recuos obedeceu-se o frontal e de fundos que são de 10 metros. Na imagem seguinte está evidenciada a centralização do projeto em função das áreas onde não é possível contruir, sendo em lilás o recuo lateral, e em amerelo os frontais.
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Figura 42: Afastamento mínimos do terreno. Fonte: Autora.
Como as construções existentes foram construídas antes do estabelecimento destas legislações não é possível saber se estão de acordo. Porém em passeio local é possível notar seus baixos gabaritos, coeficientes de aproveitamento próximos aos exigidos e dimensões de lotes excedidas. De acordo com vista aérea da região, notam-se diferentes recuos e grandes massas vegetativas de áreas permeáveis.
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6. O PROJETO 6.1. Partido Arquitetônico A premissa deste projeto é o uso de sua estrutura primária: os containers, compostos de forma diferenciada, sem perder seu caráter industrial, que mantém o vínculo com a sua área de inserção, mas ao mesmo tempo se tornando um projeto arrojado e de destaque na antiga Zona Industrial de Maringá. O objetivo é criar uma estrutura de caráter convidativo à população de Maringá, e mostrar através deste projeto a forma simples e rápida que se pode obter uma construção voltada à comunidade, incentivando que sejam levados projetos de menor escala aos bairros periféricos do município, fazendo com que eles assumam as características de seus usuários e se adaptem as suas necessidades. A organização do projeto se fez em diferentes módulos que abrigassem o programa proposto, sendo utilizados os containers de 40 pés e de 20 pés, ajustados e sobrepostos de acordo com algumas condicionantes: afastamentos mínimos estabelecidos pela lei do município, fomentar o uso da rua interna do bairro sem ignorar a principal avenida que possui em sua outra extremidade, gerar espaços de apropriação pública, ser aberto a comunidade, gerar uma unidade ao projeto mesmo subdividindo-o em módulos, sem
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perder a evidência de cada setor e fazer o aproveitamento máximo da iluminação e ventilação naturais, exceto no auditório que é um ambiente climatizado artificialmente. De forma rígida, porém obtendo uma forma orgânica no todo, o projeto foi pensado também de maneira que seja possível sua ampliação ao longo do tempo, de acordo com as necessidades manifestadas pela comunidade, dando continuidade a suas curvas rígidas no terreno adjacente ao utilizado, que também se encontra sem uso. Os esquemas a seguir mostram as intenções projetuais consideradas para a implantação do Pavilhão.
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Visões do público voltadas para o palco. Sentido de passagem e integração. Edificações Acesso e saída de veículos Área de apropriação pública Divisa do terreno para onde é possível se expandir o projeto. Figura 43: Esquema de fluxos e apropriações no terreno. Fonte: Autora.
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MANHÃ
TARDE
Sentido da trajetória do sol. Sentidos dos ventos.
Figura 44: Esquema de insolação e ventilação. Fonte: Autora.
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6.2. Programa de necessidades
De acordo com PUENTES, 2011, o conceito de Pavilhão permite uma grande liberdade projetual, dependendo apenas da finalidade para a qual foi encomendada, e sem um programa rígido de necessidades. Sendo assim, o projeto está dividido nas seguintes partes: 1.
ATELIÊ DE CRIAÇÃO E EXPOSIÇÃO: composto por 12 containers de 40 pés do tipo high cube, a instalação tem como finalidade a convivência do público e atividades culturais – reuniões, work-shops, oficinas, aulas –, com recursos para exposição das criações. Se configura como uma área de permanência, troca de conhecimentos e ao mesmo tempo de passagem, criando um caráter misto. Além disso fazem a ligação visual com a praça central.
2.
AUDITÓRIO: composto por 6 containers de 40 pés empilhados de forma a criar um pé-direito duplo, abrigando um palco e poltronas para exibição de filmes e palestras, com telão e equipamentos audiovisuais.
3.
PALCO COM ÁREA DE APOIO: formado por 5 containers voltados às apresentações e utilizados durante o dia para ensaios e visitas às áreas técnicas, assim como acesso liberado ao terraço verde na cobertura, que permite ter um visual da Zona 10.
O PROJETO| 57
4.
ADMINISTRAÇÃO: área composta por 4 containers que geram pé-direito duplo, para armazenamento de documentos relacionados ao Pavilhão e atendimento ao público de apoio. Também é um espaço utilizado para pequenas reuniões de caráter interno da administração do local, sendo o único bloco de acesso restrito.
5.
CAFÉ: projetados para servir ao público que ali permanece, permitindo que sua estadia seja prolongada. Possui as portas dos próprio container para acesso de abastecimento, e duas outras portas para acesso do público.
6.
SANITÁRIOS: possuindo acesso tanto pela avenida, quanto pela rua, os sanitários são projetados de acordo com a legislação e prevê acessibilidade, assim como todos os demais blocos existentes. Separados em dois blocos por sexo: masculino e feminino.
Todos os blocos são unificados por um piso grelha, que permite através dele o acesso a todas as unidades do Pavilhão. Este elemento garante, além da acessibilidade, o livre fluxo entre blocos, uma vez que configuram corredores rotacionados de forma a criar uma praça central.
MEMORIAL| 58
7. MEMORIAL O Pavilhão Cultural em Container teve sua primeira iniciativa fundamentada na ocupação permitida do lote e na área onde se inseria. De forma que sua implantação ficou condicionada a área central do terreno e se desdobrou em diferentes volumes a fim de criar a união visual de todos através da praça central do projeto, para onde o palco de apresentações se encontra voltado. Os acessos ficaram condicionados aos limites do terreno, uma vez que sua área central se constituiu como construída. Pela Avenida Horácio Racanello se faz o acesso de veículos através de uma rampa com inclinação de 15%, chegando ao nível de 1,60m, nível em que se encontra o aterro atualmente, não se fazendo necessárias grandes alterações no terreno. A saída de veículos se faz pela Rua Monlevade, por onde também é feito o acesso de pedestres. O terreno não possui desnível internamente, estando plano em relação à Rua Monlevade e com talude de 1,60m em relação à Avenida Horácio Racanello. Desta forma se tornou possível que os containers fossem pousados sobre o terreno, recebendo apenas fundações de sapatas rasas isoladas em suas extremidades. Assim eles foram se ajeitando e compondo um novo visual à antiga Zona Industrial.
MEMORIAL| 59
A composição dos blocos foi embasada em formar uma área central e uma conexão visual entre todo o conjunto, por isso sua leve curva vista na implantação. Ainda, por apresentar um formato diferenciado, proporcionou que em um dos cantos, e ainda assim conectado ao todo, se instalasse um auditório, que por ser fechado não havia necessidade de tamanha integração encontrada nos demais blocos. O auditório é o único bloco climatizado artificialmente pela necessidade de falta de luz interior para projeções de filmes. Os demais blocos todos foram pensados em iluminação e ventilação naturais, possuindo grandes aberturas, e esquadrias com vidro insulado para garantir a temperatura interna no inverno. Pensando ainda no conforto térmico, as paredes são forradas com placas cimentícias fixadas no container através de montantes, sempre respeitando quando há necessidade de paredes hidráulicas. Entre a placa cimentícia e a chapa de aço cortem do container, está a lã de pet, isolante térmico. A unidade do projeto se dá de duas maneiras do ponto de vista do público: através do piso grelha que abraço todos os edifícios, permitindo o acesso a todos eles através dela, e pela grande praça que serve de plateia para o palco de apresentações. O público é o grande transformador deste projeto, podendo agregar a ele as atividades que mais se identificam. Ainda pensando na comunidade e sua ligação com a área, há a mirante na cobertura da área de palco, com teto verde.
MEMORIAL| 60
As cores aplicadas nos containers pretendem dar movimento ao jogo de volumes, assim como pretende dar unidade através das estruturas em preto. Um elemento muito importante no cenário do Pavilhão é a antiga caixa d’água existente no terreno, e mantida no projeto como vínculo com a história do local. Nas imagens realizadas ela se apresenta pintada com uma obra de arte dos artistas de São Paulo conhecidos como “Mulheres Barbadas”, porém vem representar uma possível intervenção de artistas locais nela, sem que interfiram nas cores já padronizadas para a estrutura. Há ainda um elemento importante na composição, uma cobertura de acompanhamento das estruturas feita em estrutura metálica atirantada nos container, que quando possuem aberturas fazem com que os tirantes sejam presos um nível acima ainda. E para unir esta cobertura há uma superior independente, nos mesmo moldes.
MEMORIAL| 61
VISTA A PARTIR DA AVENIDA HORテ,IO RACANELLO.
MEMORIAL| 62
PRAÇA CENTRAL – VÍNCULO VISUAL COM O TODO O PROEJTO
MEMORIAL| 63
AUDITÓRIO EM EVIDÊNCIA, COM VISTA PARA A MARQUISE DE ACOMPANHAMENTO DO PISO GRELHA
MEMORIAL| 64
VISTA GERAL PELA RUA MONLEVADE
MEMORIAL| 65
VISTA A PARTIR DA DIVISA DO TERRENO
MEMORIAL| 66
VISTA A PARTIR DA AVENIDA HORテ,IO RACANELLO
MEMORIAL| 67
VISTA INTERNA DO ATELIÊ DE CRIAÇÃO
MEMORIAL| 68
VISTA INTERNA DO ATELIÊ DO CAFÉ
MEMORIAL| 69
VISTA DO PALCO DE APRESENTAÇÕES
MEMORIAL| 70
VISTA NOTURNA COM ATIVIDADES
CONCLUSÃO| 71
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO NA REGIÃO
CONCLUSÃO| 72
8. CONCLUSÃO A cultura deve ser parte integrante de todas as pessoas, e além de feitas para elas, devem ser feitas com elas. Com este conceito surgiu um projeto capaz de envolver uma área abandonada, um conceito inovador, um produto reaproveitado e uma concepção totalmente nova de ligação entre estes valores. A grande dificuldade do projeto se mostrou na rigidez das peças e no relativo pouco espaço passível de construção para que se pudesse fazer um jogo de movimento e dor ao lugar. Porém, esta questão se tornou fácil quando a compreensão de fazer com que o projeto abraçasse a comunidade, de forma construtiva também, além de como abrigo, foi aplicada a implantação.
REFERÊNCIAS| 73
9. REFERÊNCIAS
____. NBR 10520. Informações e documentação – Citações em Documentos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ____. NBR 14724. Informações e documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ARCHICENTRAL. Puma Cit//Container Retail//Lot-Ek. <http://archicentral.com/puma-city-container-retail-by-lot-ek-290/>.
Disponível
em:
BASULTO, David, PUMA City, Shiping Container Store/ Lot-Ek. 20 Dec 2008. Archidaily. Disponível em: <rchidaily.com-290> BOWEN, ted. Looking at Lot-Ek. Disponível em: <http://www.metropolismag.com/pov/2009056/letter-from-bostom-looking-at-lot-ek>. CHAVES, Laura. Perfil da Política de Cultura na Região Metropolitana de Maringá. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2012. FOIRET, Cyril. PUMA CITY – NOMD STORE. Disponível em: <http://trendland.com/pumacity-nomad-store/#>. GARRIDO, Luis. Sustainable Architecture: Containers. Barcelona: Instituto Monsa de Ediciones, 2011.
REFERÊNCIAS| 74
PAGNOTTA, Brian. The Pros And Cons of Cargo Container Architecture. 2011. Archidaily. Disponível em: <www.archidaily.com/160892>. PUENTE, Moises. 100 Pavilhões de Exposição. Barcelona: Gustavo Gilli, 2001. SOBRAL, Laura. Projetado por Marcio Kogan, loja da Decameron, em São Paulo, incorpora contêineres
sobrepostos.
Revista
AU
Online.
Disponível
em:
<http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/205/aconchego-industrial-2132541.asp> YONEDA, Yuku. Illuminated Shipping Container Wall is a Temporary Music Festival Venue in Rio de Janeiro. Inhabitat, 2011. Disponível em: < http://inhabitat.com/illuminatedshipping-container-wall-is-a-temporary-music-festival-venue-in-rio-de-janeiro/>
ANEXOS| 75
10.ANEXOS
ERRATA Faltou especificar nas pranchas de desenho que as cotas especificadas no Ante Projeto do Pavilhão Cultural em Container, estão em centímetro, e os níveis estabelecidos se encontram em unidade de metro.
orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
nov 2012
01/ 12
orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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02/ 12
orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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orientador: prof. dr. oigres leici cordeiro de macedo
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CULTURAL
ENTRADA
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A composição dos blocos foi embasada em formar uma área central e uma conexão visual entre todo o conjunto, por isso sua leve curva vista na implantação. Ainda, por apresentar um formato diferenciado, proporcionou que em um dos cantos, e ainda assim conectado ao todo, se instalasse um auditório, que por ser fechado não havia necessidade de tamanha integração encontrada nos demais blocos. O auditório é o único bloco climatizado arti cialmente pela necessidade de falta de luz interior para projeções de lmes. Os demais blocos todos foram pensados em iluminação e ventilação naturais, possuindo grandes aberturas, e esquadrias com vidro insulado para garantir a temperatura interna no inverno. Pensando ainda no conforto térmico, as paredes são forradas com placas cimentícias xadas no container através de montantes, sempre respeitando quando há necessidade de paredes hidráulicas. Entre a placa cimentícia e a chapa de aço cortem do container, está a lã de pet, isolante térmico. A unidade do projeto se dá de duas maneiras do ponto de vista do público: através do piso grelha que abraço todos os edifícios, permitindo o acesso a todos eles através dela, e pela grande praça que serve de plateia para o palco de apresentações.
O público é o grande transformador deste projeto, podendo agregar a ele as atividades que mais se identi cam. Ainda pensando na comunidade e sua ligação com a área, há a mirante na cobertura da área de palco, com teto verde. As cores aplicadas nos containers pretendem dar movimento ao jogo de volumes, assim como pretende dar unidade através das estruturas em preto. Um elemento muito importante no cenário do Pavilhão é a antiga caixa d'água existente no terreno, e mantida no projeto como vínculo com a história do local. Nas imagens realizadas ela se apresenta pintada com uma obra de arte dos artistas de São Paulo conhecidos como Mulheres Barbadas , porém vem representar uma possível intervenção de artistas locais nela, sem que inter ram nas cores já padronizadas para a estrutura. Há ainda um elemento importante na composição, uma cobertura de acompanhamento das estruturas feita em estrutura metálica atirantada nos container, que quando possuem aberturas fazem com que os tirantes sejam presos um nível acima ainda. E para unir esta cobertura há uma superior independente, nos mesmo moldes.
3° pav
ñ
áreas
implantação do térreo
2° pav
O Pavilhão Cultural em Container teve sua primeira iniciativa fundamentada na ocupação permitida do lote e na área onde se inseria. De forma que sua implantação cou condicionada a área central do terreno e se desdobrou em diferentes volumes a m de criar a união visual de todos através da praça central do projeto, para onde o palco de apresentações se encontra voltado. Os acessos caram condicionados aos limites do terreno, uma vez que sua área central se constituiu como construída. Pela Avenida Horácio Racanello se faz o acesso de veículos através de uma rampa com inclinação de 15%, chegando ao nível de 1,60m, nível em que se encontra o aterro atualmente, não se fazendo necessárias grandes alterações no terreno. A saída de veículos se faz pela Rua Monlevade, por onde também é feito o acesso de pedestres. O terreno não possui desnível internamente, estando plano em relação à Rua Monlevade e com talude de 1,60m em relação à Avenida Horácio Racanello. Desta forma se tornou possível que os containers fossem pousados sobre o terreno, recebendo apenas fundações de sapatas rasas isoladas em suas extremidades. Assim eles foram se ajeitando e compondo um novo visual à antiga Zona Industrial.
01 pavilhão cultural em container universidade estadual de maringá
trabalho nal de graduação
departamento de arquitetura e urbanismo
acadêmica: pâmela dosso de moraes orientador: prof. dr. oigres leici de cordeiro macedo
4. ADMINISTRAÇÃO: área composta por 4 containers que geram pé-direito duplo, para armazenamento de documentos relacionados ao Pavilhão e atendimento ao público de apoio. Também é um espaço utilizado para pequenas reuniões de caráter interno da administração do local, sendo o único bloco de acesso restrito. 5. CAFÉ: projetados para servir ao público que ali permanece, permitindo que sua estadia seja prolongada. Possui as portas dos próprio container para acesso de abastecimento, e duas outras portas para acesso do público. 6. SANITÁRIOS: possuindo acesso tanto pela avenida, quanto pela rua, os sanitários são projetados de acordo com a legislação e prevê acessibilidade, assim como todos os demais blocos existentes. Separados em dois blocos por sexo: masculino e feminino. Todos os blocos são uni cados por um piso grelha, que permite através dele o acesso a todas as unidades do Pavilhão. Este elemento garante, além da acessibilidade, o livre uxo entre blocos, uma vez que con guram corredores rotacionados de forma a criar uma praça central.
corte bb
corte aa
De acordo com PUENTES, 2011, o conceito de Pavilhão permite uma grande liberdade projetual, dependendo apenas da nalidade para a qual foi encomendada, e sem um programa rígido de necessidades. Sendo assim, o projeto está dividido nas seguintes partes: 1. ATELIÊ DE CRIAÇÃO E EXPOSIÇÃO: composto por 12 containers de 40 pés do tipo high cube, a instalação tem como nalidade a convivência do público e atividades culturais reuniões, work-shops, o cinas, aulas , com recursos para exposição das criações. Se con gura como uma área de permanência, troca de conhecimentos e ao mesmo tempo de passagem, criando um caráter misto. Além disso fazem a ligação visual com a praça central. 2. AUDITÓRIO: composto por 6 containers de 40 pés empilhados de forma a criar um pé-direito duplo, abrigando um palco e poltronas para exibição de lmes e palestras, com telão e equipamentos audiovisuais. 3. PALCO COM ÁREA DE APOIO: formado por 5 containers voltados às apresentações e utilizados durante o dia para ensaios e visitas às áreas técnicas, assim como acesso liberado ao terraço verde na cobertura, que permite ter um visual da Zona 10.
02
1 5
pavilhão cultural em container
6 4
3 2
universidade estadual de maringá
trabalho nal de graduação
departamento de arquitetura e urbanismo
acadêmica: pâmela dosso de moraes orientador: prof. dr. oigres leici de cordeiro macedo
03
PAVILHAO CULTURAL
corte ee
corte dd
corte cc
pavilhão cultural em container universidade estadual de maringá
trabalho nal de graduação
departamento de arquitetura e urbanismo
acadêmica: pâmela dosso de moraes orientador: prof. dr. oigres leici de cordeiro macedo