13/07/2018 O Globo

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Malala destaca projetos brasileiros: 'Quer conhecer algumas das minhas novas amigas?' Ativista apoiará educação de meninas indígenas na Bahia, arte de rua contra o machismo e o racismo no Rio e aulas de balé para meninas em comunidade carioca

POR O GLOBO

13/07/2018 7:52 / atualizado 13/07/2018 10:15

Malala Yousafzai escolheu o Brasil para passar seu aniversário em 2018 - Redes sociais/Reprodução

RIO — A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, de 21 anos, vítima de um ataque do Talibã em 2012 por defender a educação de meninas, convidou seus seguidores do Twitter a conhecerem os projetos brasileiros que ela conheceu durante sua viagem ao Brasil: Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), em Salvador, Rede Nami e Projeto na Ponta dos Pés, ambos no Rio. LEIA MAIS: Malala aprende sobre drama do Rio com bailarinas do Alemão e samba

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No Rio, Malala visita comunidade, pinta desenho de Marielle e assiste a jogoJ na praia Malala cria conta no Instagram no dia em que completa 21 anos no Brasil "Fiz 21 anos hoje no Brasil. Estou muito feliz em passar meu aniversário neste lindo país com garotas incríveis. Quer conhecer algumas das minhas novas amigas?", escreveu a vencedora do Nobel da Paz em seu perfil nesta quinta-feira.

Malala

@Malala

I turned 21 today in #Brazil. So happy to spend my birthday in this beautiful country with amazing girls. Want to meet some of my new friends? 18:59 - 12 de jul de 2018 61,4 mil

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Após participar de um evento em São Paulo, Malala foi a Salvador na terçafeira, onde conheceu a Anaí, que defende os direitos dos povos indígenas. O projeto que a ativista apoiará terá enfoque na educação de meninas entre 14 e 17 anos. No Twitter, ela publicou uma foto em que aparece ao lado de três indígenas que fazem parte da ação social. "Maikele, Hiorrana e Itocovoti vivem na Bahia. Como garotas indígenas, elas enfrentam discriminação na escola e na sociedade. Mas elas são fortes e determinadas a construir um futuro melhor para sua comunidade", afirmou.

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Malala

@Malala Respondendo a @Malala

Maikele, Hiorrana and Itocovoti live in Bahia. As indigenous girls, they face discrimination in school and in society. But they are strong and determined to build a better future for their community. 19:06 - 12 de jul de 2018

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No dia seguinte, Malala visitou a comunidade Tavares Bastos, no Catete, Zona Sul do Rio, onde pintou um desenho da vereadora Marielle Franco, assassinada junto com o motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março. A ação foi realizada a convite do projeto Afrografiteiras, promovido pela Rede Nami, que luta pelos direitos das mulheres negras. "Izabella e Bak são adolescentes que criam arte de rua para combater machismo e racismo que elas vivenciam. Sua organização é chamada @RedeNami", disse a ativista.

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Malala

@Malala Respondendo a @Malala

Izabella and Bak are teenagers who create street art to fight back against the sexism and racism they experience. Their organization is called @RedeNami. 19:26 - 12 de jul de 2018 2.922

347 pessoas estão falando sobre isso

Já nesta quinta-feira, dia de seu aniversário, Malala foi ao Pão de Açúcar, onde assistiu uma apresentação de bailarinas do Projeto Na Ponta dos Pés, que atua na comunidade do Adeus, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade. As aulas de balé são gratuitas para meninas de 4 a 17 anos de idade. "Paloma e suas amigas vivem em um dos bairros mais perigosos do Rio. Elas encontram alegria nas aulas de balé, onde o único custo é um bom boletim escolar. A matéria favorita da Paloma é matemática", registrou no Twitter.

Malala

@Malala Respondendo a @Malala

Paloma and her friends live in one of Rio's most dangerous neighborhoods. They find joy in a ballet class where the only cost is a good report card from school. Paloma's favourite subject is math. 19:13 - 12 de jul de 2018 5.372

606 pessoas estão falando sobre isso

O Na Ponta dos Pés agradeceu o apoio da ativista em seu perfil da rede social e comemorou o bom tempo que fez no Rio nesta quinta-feira, após dias de chuva na cidade. De acordo com as organizadores das aulas de balé, Malala também aproveitou muito passar o aniversário com elas e algumas das alunas, frisando que vê-las dançando lhe trouxe paz.

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Na Ponta dos Pés @NaPontadosPes

O dia estava lindo e a emoção falou na dança. Malala disse: ver vocês dançando me trouxe paz. Foi lindo.@ElaineWelteroth @Malala @MalalaFund @j 20:20 - 12 de jul de 2018

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Veja outros Tweets de Na Ponta dos Pés

Malala tem o costume de celebrar seu aniversário conhecendo meninas, ouvindo suas histórias e defendendo sua educação em algum lugar do mundo. Em 2017, a jovem passou o aniversário em Mossul, no Iraque, cidade então recém-libertada do Estado Islâmico. Em 2016, passara a data num campo de refugiados no Quênia. Neste ano, escolheu o Brasil, que tem uma das maiores economias do mundo, mas o número de meninas fora da escola passa de 1,5 milhão. "O racismo, a pobreza e a violência impedem que as meninas de todo o país alcancem seu pleno potencial", diz o site da Fundação Malala. A organização visa a ajudar meninas do mundo todo a ir para a escola, desde a criação de espaços seguros no Norte da Nigéria, até o treinamento de jovens paquistanesas e aprimoramento da educação aos refugiados sírios. No Brasil, os novos projetos financiarão ativistas em favor da educação para comunidades indígenas e negras em situação de vulnerabilidade e criarão um grupo de defesa dos direitos das mulheres. "Estou muito grata por ter compartilhado momentos incríveis com meus amigos @ElaineWelteroth (ex-editora-chefe da revista

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americana "Teen Vogue"), @ElJuanpaZurita (influenciador digital mexicano) e @jeromejarre (humorista francês). Cada um de nós foi inspirado por estas meninas que nós conhecemos e pelas histórias que ouvimos", disse. Malala vivia até 9 de outubro de 2012 na cidade de Mingora, no Vale do Swat, no Paquistão, quando combatentes do Talibã interromperam o trajeto de um ônibus escolar que a levava de volta para casa depois de um dia de aulas. Um deles entrou e perguntou: "Quem é Malala?" antes de atirar contra a sua cabeça. O Talibã tentava impedir a educação de meninas no país, causa a qual Malala já se dedicava enquanto adolescente. O atentado a converteu num símbolo de resistência mundial e, hoje, a sua luta se espalhou por vários cantos do mundo.

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