Aprendendo com o plantio da mandioca

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[APRENDENDO COM O PLANTIO DA MANDIOCA] Autoria: Elane Lemos Função: Professora Instituição: Escola Municipal Emaús Município: Camaçari - BA

Durante as experiências nas oficinas de culinária do primeiro semestre, por ocasião da visita da avó de Lorena (uma das alunas) para ensinar a fazer a bolachinha de goma, surgiu o interesse da turma em saber de onde vinha o produto, e a avó de Lorena esclareceu que era da mandioca. Empolgada com a atividade liderada por sua avó, Lorena comentou que na casa da madrinha tinha pé de mandioca e uma casa de farinha. E foi este o pontapé que deu início à investigação que culminou em uma pesquisa sobre roça, pé de mandioca, beiju, casa de farinha, tapioca e goma. A princípio, fizemos uma roda, quando foram feitas as seguintes perguntas para provocar reflexão nas crianças: O que eu sei? e O que eu quero saber sobre a mandioca? Em seguida, as crianças assistiram a um vídeo sobre o cultivo e colheita da mandioca e preparação da farinha, do beiju e de outros derivados da raiz. Fizemos um planejamento para concretizar a pesquisa e convidamos a colega Rosimere (Chuchu), auxiliar de serviços gerais da escola e moradora de Monte Gordo, distrito de Camaçari, onde a escola está situada. Chuchu sempre realiza explorações em plantações com as crianças. Na ocasião ela falou para o grupo sobre seu conhecimento e experiência com a planta. Chuchu contou que as folhas são venenosas e que é preciso cuidado no preparo de um alimento chamado maniçoba. Sobre o caule ela fez o relato e a demonstração de como se planta, de como é feito o corte. Explicou sobre as raízes, que são o fruto da mandioca (manaíba) e que para cortá-las medese um palmo do tamanho da mão. Chuchu explicou que, depois de raspada, cevada, prensada e peneirada, se torna uma massa que, após torrada no forno, vira a farinha que comemos no dia a dia. Ela também explicou para as crianças sobre os derivados dessa farinha: tapioca, goma, bolo de carimã, bolachinhas e beiju. Os alunos participaram trazendo muito do que já sabiam, pois alguns já tinham conhecimento por frequentar a casa de farinha com a família. Como não podia deixar de ser, o próximo passo foi levar todas as crianças da escola para visitar uma casa de farinha na comunidade da Várzea da Meira, Bela Vista, onde fomos recebidos por Gô e Date, que contaram um pouco da história da comunidade, do grupo de


samba Raízes da Terra e responderam às perguntas que as crianças do grupo cinco, das professoras Manuela e Alane, fizeram na roda de conversa. A curiosidade foi grande e muitas perguntas surgiram: De onde vem a farinha? Como se faz? Como se planta e como se colhe a mandioca? O que se faz depois que colhe a mandioca? Quais os alimentos que são feitos com a mandioca? Quanto tempo dura a plantação e a colheita? As crianças tiveram ainda a oportunidade de observar os instrumentos utilizados na preparação da farinha, tocá-los com o apoio dos adultos e ver a transformação da mandioca na massa já seca para preparar beiju e farinha. A visita aconteceu nos dois turnos. No final da manhã e da tarde as crianças e as mães puderam saborear deliciosos beijus antes de voltarem para a escola. Em outra situação de investigação do projeto, convidamos Chuchu para plantar uma roça de mandioca, com a presença das crianças, que acompanharam o desenvolvimento do pé e da raiz até o processo final. Combinamos de fazer a festa da colheita e enviar um convite quando este tempo chegar. Por Rosimere (Chuchu) Quero falar sobre a experiência do plantio da mandioca. Aprendi a plantar mandioca com meu pai, que planta todo ano. Levei a experiência para a escola e chegando lá, juntamente com a professora que estava mediando a pesquisa, eu troquei experiências com os alunos. O grande envolvimento das crianças foi uma surpresa para mim. Falamos da manaíba, que é a semente da mandioca, e como ela se transforma em um caule. Ensinamos aos alunos como plantar, falamos do tempo de crescimento da planta, o que ela precisa para se desenvolver – como, por exemplo, água, luz solar e adubo. Contei para as crianças sobre a planta da mandioca, sobre o que se faz com ela e sobre o processo até chegar à farinha, à goma e ao beiju. Falei que para a planta crescer é preciso muito amor e carinho. E esta fórmula encontrei nas mãos das crianças que plantaram. Com isso tudo, adquiri conhecimento através delas. Isso para mim foi incrível, me senti realizada porque elas trabalharam muito empolgadas e adquiriram conhecimentos.


Assim termino meu relatรณrio realizado com muito amor e carinho.




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