[I MOSTRA DE ARTE DO CEMA – VIAJANDO PELAS BRINCADEIRAS NA ARTE DE IVAN CRUZ] Autoria: Patrícia de Brito Função: Professora formadora Instituição: Centro Educativo Monte Alverne - CEMA Município: Olinda - PE
Impulsionadas e desafiadas pelo projeto Paralapracá, trabalhamos nos meses de novembro e dezembro o eixo arte de uma forma bem intensa. Após formação continuada na escola, decidimos mergulhar nas obras do artista plástico Ivan Cruz, que em suas telas e esculturas retrata as brincadeiras de sua infância, oportunizando às nossas crianças conhecer vivenciando as brincadeiras da cultura popular através das diferentes modalidades da arte visual. Para Stela Barbieri (2009), a arte para as crianças de 0 a 6 anos é a vida delas... e tudo é assusto para a arte. Assim, trabalhar o eixo arte com o tema “brincadeiras de criança” é um encontro maravilhoso para potencializar a criança como sujeito criador. Durante a formação, fomos levadas a refletir sobre como seria possível organizar uma experiência plástica com o nosso grupo de crianças, considerando a exploração de diferentes materiais, tendo em vista o interesse e participação das crianças (Caderno de experiências Assim se faz arte). Sem nos esquecermos de valorizar a criança como sujeito autônomo para a sua criação e do nosso compromisso com a verdade na sua produção. Assim, arregaçamos as mangas e juntas viajamos pelas brincadeiras na arte de Ivan Cruz. Inicialmente, envolvemos todas as professoras da escola, para realizarem com seus grupos atividades que proporcionassem às crianças o conhecimento sobre o artista plástico e suas obras. Através do contato com o livro Folclorices de Brincar (Mercia Maria Leitão e Neide Duarte; Ilustrações de Ivan Cruz; Editora do Brasil) foi dado o primeiro passo. Cada professora, após exploração do mesmo e diante da realidade de suas crianças, escolheu as brincadeiras e realizou as releituras das obras, utilizando as diversas técnicas. Também foram vivenciadas junto com as crianças as próprias brincadeiras reproduzidas nas obras. Elas demonstraram muito entusiasmo e ansiavam experimentá-las a cada dia. Contamos também com a ajuda dos funcionários, como a do Seu Marinaldo (serviço gerais), que mostrou aos pequenos como roda o pião. Todo o trabalho desenvolvido culminou na nossa I Mostra de Arte. O Centro Educativo Monte Alverne (Cema), localizado no bairro do Alto da Bondade em Olinda, envolveu nesta atividade crianças do grupo II ao VI, na faixa etária de 2 a 6 anos de idade, totalizando 160 alunos. A exposição aconteceu nos dias 11 e 12 de dezembro de 2014 na área de eventos
da escola. Tal foi a grandiosidade do trabalho que, de imediato, ouvimos declarações de pais maravilhados, como: “Nossa, tá tudo muito lindo” e “Cadê, professora, o desenho do meu filho?” E, ao perceber, elogiava a produção. Uma mãe pareceu não se cansar de contemplar as produções das duas filhas. Ela visitou nos dois turnos e também ficou convidando os outros pais para irem ver a mostra. As crianças também expressaram seu encantamento quando visualizavam suas próprias produções expostas e sempre falavam o nome de cada brincadeira retratada nas releituras. No relato da professora Elivam de Jesus (G. IV) evidencia-se o quanto foi eficaz todo o percurso vivido, desde a formação de professores até a exposição de arte. Ela diz: “As experiências vivenciadas durante esse projeto proporcionaram um despertar sobre o quanto as crianças na educação infantil são dotadas de dons e talentos no universo da arte”. O sentimento que fica em toda equipe do Cema é o de alegria, mas principalmente de comprometimento, para que, a partir de agora, desenvolvamos práticas que valorizem mais a criança. Porque sabemos que apenas demos o primeiro passo de uma caminhada linda e que ainda temos muito que aprender sobre a criança, a arte e a educação. Referências: BARBIERI, Stela. Interações: onde está a arte na infância? Coleção Interações. São Paulo: Blucher, 2012. Caderno de Experiências Assim se faz arte. Projeto Paralapracá do Instituto C&A. LEITÃO, Mércia Maria; DUARTE, Neide. Folclorices de Brincar. Editora do Brasil, 2012. (Editado por Lilian Galvão – quarta, 24 dezembro 2014, 17:39)