Paredes que refletem a expressão das crianças

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[PAREDES QUE REFLETEM A EXPRESSÃO DAS CRIANÇAS] Autoria: Caroline de Souza Função: Coordenadora pedagógica Instituição: CMEI Carmem Pedrosa Município: Natal - RN

“Se enchermos os painéis de babados de papel crepom, por exemplo, o babado aparece mais do que os trabalhos das crianças. Como dar dignidade a um espaço onde o trabalho da criança pode acontecer e “dialogar” com as pessoas? A produção estética das crianças precisa ocupar a escola, de forma a permitir que elas olhem o que fizeram, vejam a produção umas das outras. Os trabalhos se tornam criadores de perspectivas porque as crianças podem olhar para as produções, discutir, conversar e aprender com isso”. Stella Barbieri (2012)

Estávamos em pleno módulo “Assim se faz Arte” e eu aproveitei para discutir as questões da releitura. Preparei o encontro levando diferentes materiais, não apenas tintas. Levei papéis coloridos, coleção de madeira, lápis de cor, canetinha, giz de cera, pratos de papelão, levei também botões coloridos, barbante, cartolinas coloridas cortadas. E assim, cada um foi fazendo sua releitura. Foi interessante porque uma professora, ao ler a obra da outra, disse: - É, mas isso não tem muito a ver com a obra original. Mas a colega respondeu: - Não tem! Mas é a minha releitura. Foi neste contexto que questionei: - Como vocês veem a releitura das crianças? Será que elas têm essas possibilidades de fazerem releituras do jeito delas? Será que nós proporcionamos essas possibilidades às crianças ou elas tem que fazer da forma que a gente quer? A releitura é para ficar tudo igual? O questionamento levou as professoras a refletirem sobre o que realmente pensam sobre releitura, tornando tudo diferente no encontro de formação. Cada uma criou do seu jeito, com liberdade, reproduzindo o que deve acontecer com as crianças, conforme pontuou Stella Barbiere no livro Interações: onde está a arte na infância?, quando fala sobre as paredes da escola, que têm que falar sobre as crianças, têm que dizer o que as crianças estão falando .


Eu digo: - Olha, as paredes da nossa escola tem que mostrar quem são as crianças. Então, por favor, aqui não tem ninguém igual. Nós professores não somos iguais e nossas crianças também não são. Vamos respeitar o jeito delas de fazer. Se vocês querem ser respeitadas nas atividades que vocês fizeram hoje, e se vocês querem ser respeitadas no cotidiano de vocês, então respeitem também e deem a oportunidade das crianças se respeitarem. A reflexão que fizemos neste encontro contribuiu muito e, ao longo, vamos percebendo muitas mudanças nas/os professoras/es, que continuam participando de encontros de formação e planejamentos no CMEI. Assim, começamos a vislumbrar outros jeitos de fazer.




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