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Espaço teológico

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Editorial

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Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio

A espiritualidade e o amor (continuação)

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No artigo anterior, vimos que o princípio da jornada espiritual é a entrega total ao amor, que nos leva a nossa união com Deus. Essa jornada é de crescimento e de transformação em direção “à plenitude de Cristo” (Ef 4,13). Ela nos conduz à união progressiva com Deus.

Como toda jornada, a espiritualidade cristã também é um desafio. Mas por quê? Porque para que sua prática seja bem feita é necessário que tenhamos em nossa mente duas palavras: amor e relacionamento. Percebemos essa verdade no mandamento “Amarás a Deus sobre todas as coisas .... Amarás o teu próximo como ti mesmo” (Mc 12, 30-31). Nestes versículos encontramos as duas palavras: o amor (Amarás) e o relacionamento (Deus – o próximo – a ti mesmo). 1

Entendeu por que é um desafio? Amar e se relacionar consigo e com alguém diferente não é fácil, pois “implica em abandonar a si mesmo e está em intimidade com o outro, pois nos desperta para a vontade irresistível de nos relacionarmos”. 2

A qualidade desses relacionamentos está baseada na intensidade e verdade da nossa espiritualidade. Isso exige um conhecimento pessoal sobre nós mesmos para que possamos ser amados. Não estamos falando só de um relacionamento pessoal com Deus, mas também com o próximo. Quando o indivíduo assume posturas egoístas e individualistas, a espiritualidade é empobrecida e até anulada, pois “aquele que ama a Deus, ama também a seu irmão” (1Jo 4,21).

Não podemos esquecer que a espiritualizada cristã está totalmente relacionada a nossa vida como um todo, já que ela se desenvolve dentro dela. Isso acontece porque para o cristão, nenhuma área da vida deve estar em desarmonia com Deus, já que “(...) tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus...” (Cl 3.17). Ela deve ser manifestada em cada experiência da nossa vida: seja na igreja, em casa, no trabalho, no lazer, nas festas, na escola, na participação política, na expressão da cultura, enfim, tanto nos compromissos religiosos quanto no exercício da cidadania. O resgate da espiritualidade cristã, segundo o modelo de Jesus, além

de transformar a nós mesmos, é capaz de transformar o meio em que vivemos: cada vez mais e para melhor. “seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.15).

“Que o Senhor nos ajude a nos despertar do espírito de tepidez e a lutar contra esta anestesia suave da vida espiritual”. (Papa Francisco)

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1 Leia os seguintes artigos para entender um pouco mais: outubro, novembro e dezembro de 2017. 2 Ver artigo anterior

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