Start Geek

Page 1

Start indica: Livros Filmes Séries

Ainda nesta edição: Namoro combina com vídeo game?

Especial Marvel VS DC Comics



Revista Start Geek #1

Processo criativo da START GEEK #1


Start Geek pronta para decolar A Start Geek foi projetada para que podemos mostrar aqui, matérias que dizem respeito ao nosso amado mundo geek. Nessa primeira edição, trazemos para você o começo da rivalidade entre Marvel e DC Comics, e dois leitores para darem seus pontos de vista. Além disso, se você já achou a tampa da sua panela, mas não consegue largar o console, saiba que dá para conciliar os dois. Casais gamers explicam tudo na nossa matéria especial de relacionamento. Então, toda a revista e suas matérias foram escolhidas e criadas para que você, nerd querido, se sinta à vontade lendo sobre assuntos que fazem parte da sua rotina e seus gostos, tudo para você se sentir em casa. Muito obrigada pelo apoio, e esperamos te ver muitas outras vezes. Caso queira mandar suas opiniões para a gente, é só enviar suas considerações para start.geek@outlook.com.br, e a gente se vê por aí. Só não vale ir pro lado negro da força, hein. Expediente: Editora-chefe: Ariadne Zanelatto Redação: Adenilson Moura, Caique Padovan, Janaina Romão e Paula Alabarse Arte da capa: Wesley Adão Diagramação: Marina Mendes da Mota Revisão: Janaina Romão e Paula Alabarse

Ariadne Zanelatto

Adenilson Moura

Janaina Romão

Caique Padovan

Paula Alabarse


Sumário Start Indica: Livro .....................…………………………………………………………………… 06 Tornar-se um mago ………………….....…………………………………………........................ 08 Parabéns ao encanador …………………………………………………………........................... 13 Aplicativos indispensáveis para o seu celular …….....………………….................................... 14 Nostalgia: O que há nas décadas de 1980 e de 1990 ………………………............................. 16 Oscar dos Games está chegando ……………………….......................................................... 21 Um Bar Geek para chamar de seu ……………………………………………........................... 22 Torres, Anômalos e Uma Dose de Blues: Literatura Fantástica no Brasil …............................. 24 Um mundo chamado Pokémon …………………………………………………........................ 30 A forma interativa de viver nos Games …………………………………...……....................... 34 Marvel VS. DC Comics: A maior polêmica Geek do século …………………......................... 35 História continuada do Flappy Bird ………………………………………………...................... 40 Itens de colecionador …………………………………………………………….......................... 42 Relacionamentos VS Videogame ………………………………………………............................ 43 25 de Maio: A data mais Nerd de todas ……………………………………….......................... 48 Start Geek Indica: Séries e Trilha Sonora ............................................................................... 49 E esse mundo mwasculino? ..................................................................................................... 50

5


Geek Indica

Tudo o que você sempre quis saber sobre a Marvel Comics, Sean Howe te conta nesse livro. A pesquisa vai desde a criação de histórias como X-Men, Hulk, Vingadores e Demolidor, até a venda da empresa para a Disney, e a transição para as telonas.

Marvel Comics – A História Secreta Editora Leya, R$ 49,90

6

Paula Alabarse

Se você é daquele geek que gosta de se arriscar na cozinha, e tem várias dúvidas sobre o preparo dos alimentos, esse livro é para você! O autor nos mostra diversas curiosidades sobre a culinária, e com várias receitas ótimas.

Cozinha Geek – Ciência Real, ótimos truques e boa comida Editora Alta Books, R$ 89,90


Esse romance nos mostra a história de Archie, um Mago Nível 5 no universo RPG, mas com vários desafios em sua vida real, como lidar com os valentões babacas do colégio, ou com a relação complicada entre os pais. Até que uma bela gótica entra em seu caminho e Archie resolve entrar em uma aventura para conquistar seu coração.

Fator Nerd – Contatos imediatos do 1º amor Galera Record, R$ 35,00

Ei, jovem Padawan, se a sua vida está no single player mode, e você quer reverter essa situação, esse manual pode te ajudar. Com a ideia de ajudar aqueles que não sabem como largar o xadrez tridimensional que é o mundo dos solteiros.

Geek Love – O manual do amor nerd Editora Gente, R$ 19,90

Fotos: Reprodução

7


Torne-se um mago

Em Magic the Gathering você será um Mago dos planos com o objetivo de derrotar o seu oponente. Para isso você deve travar um embate com seu adversário que se dará através de criaturas, encantamentos, mágicas e feitiços invocados aos campos de batalha sob seu controle. Para tornar-se um Mago dos planos do Multiverso você precisará recrutar seu exercito, escolher suas magicas e traçar suas estratégias. Escolha sua cor de suas magias, elas influenciaram e alimentaram seus confrontos caro mago, pois você é uma das poucas criaturas que poderão utilizar dessa energia. Você precisara formar um grimório que conterão as armas de seu exercito. É nele que estarão as criaturas, vindas de todos os planos do universo, que lutaram por você as magias que você domina e te ajudaram em seus embates. Para conseguir tudo isso não é necessário estar dentro de um livro ou filme de aventura. O necessário são algumas cartas (grimório) e um oponente. Pronto, você já pode tornar-se um poderoso mago do Multiverso. Magic the Gathering é o jogo de estampas ilustradas que mistura estratégia com cards colecionáveis. Para

8

começar a jogar é necessário um grimório, também chamado de deck. Para quem esta começando as lojas especializadas já tem esses decks montados para iniciantes. Assim você poderá participar de uma batalha imediatamente. Mas para isso você precisará saber um pouco mais sobre as regras do jogo, por isso, ai vai uma ajuda. O formato mais conhecido de Magic inclui um deck formado por 60 cards, nesse deck você encontrará cartas de manas, criaturas, feitiços

Ariadne Zanelatto e magicas. Dessa forma você deve zerar os pontos de vida do seu inimigo, que como o seu serão 20 pontos de vida. Deixa-me explicar um pouco mais.

Manas: A única coisa em Magic que não muda entre os planos são as manas e cada tipo delas representa uma tendência de suas magicas. Elas são a energia que possibilitaram você invocar suas magias, estas são divididas em cinco cores que representam cinco elementos.

As manas brancas representam as Planicies, são as ordens e as leis. Estes locais são habitados por poderosos anjos, religiosos clerigos e fortes soldados e cavaleiros.


As manas vermelhas representam as montanhas, são o fogo, um ritimo frenetico a selvageria mortal. Essas montanhas e vulcoes sõa habitados por ordas de goblins, poderosos dragões e elementais temperamentais.

As manas verdes representam as florestas, são a força, vida, a natureza e seu crescimento desenfreado. Embrenhados entre as colosais arvores estão magnificos elfos, terriveis bestas e gigantescos vormes.

As manas pretas represetam os pantânos, representam o a busca desenfreada pelo poder, as doenças e a morte. Entre os putedros pantanos do Multiverso vivem os zumbis, vampiros e terriveis horrores.

9


As manas azuis representam as ilhas, resentam as águas infinitas, seus mares e lagos, e seu poder nescessário e controlador. Nestas vastas aguas vivem inteligentes tritões, perigosas fadas da água e antigos e aterrorizantes krakens.

Criaturas

Essas cartas serão com seus soldados, elas atacaram seus inimigos para reduzir os pontos de vida deles ao seu comando. É preciso entender que essas criaturas têm um poder de ataque e outro de resistência.

E cabe ao seu oponente escolher se defender ou não com as criaturas dele. Dessa forma protegendo os próprios pontos dele colocando as criaturas dele para defender de seu ataque. Se sua criatura sobreviver ela continua no campo de batalha, caso seu oponente seja mais forte, sua carta é destruída e ira para o cemitério. Feitiços e Mágicas: Nestas cartas está o elemento surpresa do jogo. Elas podem criar escudos, deixar as criaturas mais fortes ou fracas, impedir que o oponente faça al

10

gumas de suas jogadas, equipar suas cartas com mais habilidades. Um jogador que escolhe bem a combinação destas cartas pode até mesmo vencer um oponente com criaturas muito mais fortes que as criaturas dele. Estes são os elementos primordiais para participar desse jogo. Entretanto há mais uma figura chave para completar esse universo, são os Planeswalker, viajante dos planos. Estes magos chegaram a um nível de poder tão gigantescos que descobriram os diversos planos do Multiverso que aprenderam a viajar entre eles.


Planeswalker

Depois que começaram a atravessar os planos, estas criaturas começaram a traçar sua própria historia no jogo, eles buscam por objetivos únicos e a cada coleção modificam suas habilidades e aumentam seus poderes. E o melhor é que elas são cartas que funcionam como um segundo jogador em capo de batalha, logo os Planeswalker são poderosos aliados para ter ao seu lado. Um pouco do Magic the Gathering lhe foi apresentado. Entretanto existem muitos mais coisas, regras, dezenas de cartas e coleções e até livros sobre o Multiverso. Agora cabe a você decidir se juntar ou não a historia do Multiverso de Magic the Gathering. Mas antes, há mais uma historia que não está nos livros e nem nas cartas. É a historia de um professor de matemática que ao tentar vender um tabuleiro sobre um labirinto de robôs, para uma editora no porão de uma casa, acabou vendendo cartas e tornando-se o dono de um dos maiores jogo do mundo.

Como o Magic nasceu Tudo começou em uma pequena editora, Wizards of the Coast, que trabalhava com livros de RPG (role play game) em um pequeno porão da casa de Peter Adkison em 1991. Quando um professor de matemática Dr.Richard Garfield, procurou a editora para que ela produzisse, RoboRally, um jogo de tabuleiros, criado por ele, sobres robôs que corriam por um labirinto. Porém a empresa não tinha condições de produzir um jogo neste formato, apesar de terem gostado. Adkison viu o potencial do professor e perguntou se ele já havia criado outros jogos, que fossem mais baratos para a produção. Então Garfield apresentou um jogo chamado The five Color of Magic (as cinco cores da magia). A Wizards gostou e logo começou a produção. Depois de alguns ajustes e modificações o jogo, que a passou a se chamar Magic: The Gathering ganhou sua

primeira versão e foi para as prateleiras das lojas em 1993. O jogo tornou-se um sucesso a pequena editora já não dava mais conta da demanda, que cada vez crescia mais. Não demorou muito para Magic tornar-se um sucesso mundial. O jogo passou a ser produzidos em outras línguas, como alemão, espanhol e italiano. Jogadores pelo mundo todo começaram a compra e colecionar o primeiro e mais conhecido trading card game (jogo de cards ilustrados) do mundo. Hoje Magic também é traduzido para português, russo, japonês, coreano e chinês e estima-se que mais de 10 milhões de magos do Multiverso espalhados pela terra. Existem diversa lojas licenciadas pelo mundo que vendem os produtos dessa franquia, ainda promovem campeonatos de diversos tipos e muitas vezes tem um espaço destinado para os jogadores trocarem cartas, socializar e praticar seu hobby. Foi em uma dessas lojas que conheci os jogadores

11


Danilo Ruys, 18, Guilherme Amaral, 22, e o colecionador Marcelo Duarte, 25. Entre suas partidas e negociações de cartas eles contaram que começaram a jogar por volta dos 11 e 14 anos por indicações de amigos que já jogavam. “Conheci o Magic quando tinha 14 anos e um amigo me mostrou sua coleção de cartas, no começo achei jogo complicado, mas depois de algumas partidas achei o jogo interessante e divertido” diz Danilo. Ao redor é possível ver pessoas de idades e estilos diferentes, não existe um padrão, nem mesmo entre os três rapazes que estão entretidos com suas cartas. Os jogadores disseram que eles têm uma diversidade de cartas no jogão muito grande, ao ponto de eles mesmos criarem uma historia para cada partida. “Magic é um jogo muito dinâmico, uma jogada pode mudar todo o rumo do jogo. Mas o que mais me atrai é a historia, não é só um jogo de cartas, é toda uma mitologia elaborada com personagens e diversos mundos, criaturas, magias novas a cada edição.”. Explica Guilherme enquanto se concentra ao planejar uma joga decisiva para sua partida. “Cada um pode montar seu próprio grimório, com os cards que quiser, usando combinações diferentes e únicas, é como se você colocasse sua própria personalidade no deck.”, completa Danilo enquanto presta atenção no embate entre seus dois amigos. Neste instante a mesa

12

fica em silêncio Guilherme arma sua jogada para tentar vencer sua partida. Ele invoca sua melhor magia, mas não é o bastante, Marcelo vence a partida com sua horda de anjos. Não demora muito a começar uma discussão acalorada sobre as vantagens que Marcelo tem por ser colecionador. Mas logo clima volta ao normal e eles passam a trocar cartas. Marcelo tem pastas repletas de cartas de dezenas de coleções, adquiridas em mais de 10 anos de jogo em lojas especializadas, trocas e lotes nacionais e internacionais comprados pela internet. “Jogo todos os tipos de jogos, sou perfeccionista com eles, quero completar 100% deles e com o Magic não é diferente, quero ter tudo.”. Ele também conta que algumas pessoas acham besteira ele investir tanto dinheiro em cartas, porem ele diz não ligar. “Magic é um hobit, ops personagem errado, é um hobby, e daqui uns anos essas cartas vão valer bastante, de certa forma, é um investimento em longo prazo.”. Os outros companheiros de jogo também concordam que as pessoas não intendem o passa tempo deles. “As pessoas tratam o jogo como coisa de “nerd”, já escutei muita gente dizer que o jogo é esquisito e idiota sem ao menos saber do que o jogo se trata.”. Afirma Danilo. Entretanto para eles todos tem preconceito com alguma coisa e nem se importam com isso, “a cultura geek sofre preconceito, assim como di-

versos outras culturas. Mas já conheci muitos que criticavam o jogo, entretanto quando conheceu o mundo de Magic acabaram mudando de opinião”. De repente a sala explode em risos, alguém perdeu uma aposta e terá de imitar uma galinha. Os três rapazes param suas negociações para assistir, “Esse é um dos motivos pelo qual venho aqui, sempre dou muitas risadas, faço amigos que gostam das mesmas coisas que eu. Aqui somos todos iguais, todos geeks e ninguém se importa que meu ídolo seja o Batman e não um jogador de futebol.”, disse Danilo enquanto organiza suas cartas, depois de ganhar uma partida contra Marcelo que se distraiu com a “dança da galinha”. Aquela tarde de domingo foi se encerrando, cada um dos três jovens magos arrumou suas mochilas e partiram em direção as suas casas. Quem diria que em meio a São Paulo existem um portal para outro mundo, ondem jovens magos podem controlar exércitos cheios de criaturas e controlar e destruir seus oponentes com magias e feitiços. É não importa onde você esteja, se você quiser viver uma aventura monte um deck, escolha sua cor, vire um poderoso viajante dos planos e conheça os Multiverso de Magic the Gathering.

Fotos: Reprodução


Parabéns ao encanador

Ariadne Zanelatto

Fonte: The ultimate videogame history. Steven Kent

C

erto encanador italiano, baixinho e bigodudo, que pisa em tartarugas e vive tentando salvar uma donzela indefesa, está completando 25 anos. Sim é ele Mario Bros uns dos personagens mais famosos dos videogames de todos os tempos. Provavelmente você já cruzou com esse jogo em algum momento da sua vida. Mas você sabia que a franquia Mario Bros tem mais de 250 jogos lançados, ou que ele ajudou a salvar a Nintendo da falência ou que um dos maiores ícones japoneses, foi criado em Nova York? Se não sabe vamos contar um pouco da historia desse carinha de macacão. Na década de 1980 um jovem, recém-formado em design industrial, chamado Shigeru Miyamoto foi contratado pela Nintendo of America, na época um galpão cheio de estagiários dirigido por Minoru Arakawa e Yoko Yamauchi (filha do dono da Nintendo). Os talentos desse jovem rapaz impressionaram Gunpei Yokoi (criador do Game Boy e o jogo Kid Icarus) na época chefe de desenvolvimento criativo da Nintendo, e a ele foi incumbida a missão de salvar a empresa americana que estava indo a falência, pois seus jogos não conseguiram conquistar o mercado local que preferiam

jogos como Pac Man, Namco e Space Invaders, Tataio. Miyamoto foi escolhido para desenvolver o jogo do Popeye, mas detalhes legais impediram. Então os desenvolvedores aproveitaram os personagens já criados e adaptaram o jogo para um pequeno homenzinho, Jumpman, que corria entre canos para salvar uma bela donzela de um gorila gigante. O jogo tornou-se uma febre salvando a Nintendo americana da falência e ainda arrecadando milhões de dólares para a empresa da terra do sol nascente.

Em 1985 que o já tão querido Jumpman ganhou o nome de Mario, um sotaque italiano, a profissão de encanador e um irmão gêmeo, Luigi. Foi nesse ano que uma princesinha loira, chamada Peach, foi raptada por uma tartaruga gigante do mal, Bowser, e então Mario, seu salvador, e seu irmão e leal companheiro saíram pelos canos de Nova York com a missão de salva-la pela primeira vez. Nasceu ai Super Mario Bros a maior franquia de jogos da historia dos games.

O gorila tornou-se o Donkey Kong e ganhou sua própria série cheia de sequências, mas essa história fica para outra edição.

Foto: Reprodução

13


Aplicativos indispensáveis para o seu celular Por Caique Padovan

N

os últimos anos, a telefonia móvel proliferou-se rapidamente pelo mundo. E, na mesma rapidez que ocorreu essa viralização, aconteceu uma enorme evolução dos sistemas de telefones móveis, permitindo ao usuário usar a internet, fotografar, filmar, ouvir música, jogar, entre outras coisas. Isso é possível pela existência de softwares disponibilizados pelos sistemas IOS e Android. Essa criação de aplicativos para celulares facilitou o acesso a tudo. E, a cada dia, mais aplicativos são criados. A rapidez é tanta, a quantidade é tão infinita, que nos perdemos no meio de tudo isso. Não sabendo o que é necessário ter em seu celular. A revista Start Geek separou alguns aplicativos para poder facilitar a sua vida.

ritas, de livros e até listas de listas. Mas, muitas vezes o pepel e a caneta nos deixam na mão. Ou acaba o papel ou acaba a tinta da caneta. E, para evitar esses impecílios, lhes apresento um aplicativo que promete organizar e armazenar tudo em seu celular: o Wunderlist.

Band Of The Day Sistema: Android / IOS Preço: Grátis Shazaam Sistema: Android / IOS Preço: Grátis

É o horário de almoço do trabalho e você vai para o restaurante mais próximo. E, enquanto espera pelo pedido, se entretêm com uma música que está em execução nas caixas de som espalhadas pelo ambiente. Mas você não sabe que música é, quem canta e muito menos como achá-la, só sabe que gostou da melodia. Assim, sem saber de quase nada, você volta triste e pensativo para o trabalho, por não identificar aquela música que tanto te entreteu. E por aí fica. Contudo, Wunderlist para que isso não aconteça mais, Sistema: Android / IOS tenha o Shazaam em seu celular. Preço: Grátis Com apenas um toque na tela, ele identifica a música que está Listas, listas e mais lis- tocando no local que você está. tas… É dessa forma que todos se organizam. Fazemos listas de tarefas, de supermercado, de bandas, cds e músicas favo-

14

O aplicativo Band Of The Day funciona como uma biblioteca musical. Catalogando uma banda nova, diariamente, para os seus usuários. E, em anexo, é oferecido informações sobre o artista, o gênero musical a que pertence, localização e, de brinde, é disponibilizado uma música para execução - assim pode-se concluir se a banda é boa ou ruim. É ótimo para quem gosta de sempre estar atualizado sobre o que há de novo na indústria musical.


8mm App Sistema: IOS Preço: $1.99 Unindo a atual tecnologia da telefonia móvel ás antigas técnicas de gravação de vídeo, o 8mm app simula a lente oito milímetros de uma antiga filmadora, além de permitir o uso de uma diversidade de filtros nas filmagens feitas via celular.

cumentos, que ocupam espaços indesejáveis, e deixa o telefone móvel mais leve para o uso.

Duolingo Sistema: Android / IOS Preço: Grátis Praticamente um simulador de apostila de inglês. Indo do básico do que é ensinado nos cursos de língua inglesa, até lições avançadas, ajudando iniciantes e veteranos a fixarem o que foi aprendido e relembrar quem parou as aulas de inglês.

Wildagotchi Sistema: Android Preço: Grátis É possível brincar, outra vez, com um dos jogos/brinquedos mais simbólicos para quem passou a infância entre a metade da década de 1990 e o início da primeira década dos anos 2000, o Tamagotchi [bichinho virtual]. Através do celular, com o aplicativo Wildagotchi, pode-se mexer com uma versão retrô do simulador virtual de bicho de estimação.

Clean Master Sistema: Android / IOS Preço: Grátis A acumulação de arquivos excessivos, e que não são utilizados, acaba deixando o celular carregado e com a memória cheia, impedindo que haja a possibilidade de baixar novos aplicativos para o aparelho. O Clean Master se livra desses do-

Hello Food Sistema: Android / IOS Preço: Grátis Muitas vezes, enquanto está em um local desconhecido, bate aquela fome e não tem nenhum restaurante por perto. Assim, por não conhecer a região, acaba ficando sem comer nada e com a barriga roncando até chegar em casa. Mas, para isso não ocorrer outra vez o aplicativo Hello Food promete ajudar: ao ativa o GPS, irá localizar o ponto em que você está e fará uma lista dos estabelecimentos mais próximos para poder conseguir almoçar com tranquilidade.

Fotos: Reprodução

15


Revista Start Geek #1

Nostalgia: O que há nas décadas de 1980 e de 1990 Por Caique Padovan

F

oi um fim de semana comum, que fora marcado por uma ritualística reunião familiar que ocorre uma vez ao mês. O evento particular é sempre organizado por tia Lúcia, uma simpática senhora que não pode ver algum sobrinho à sua frente, a menos de dez metros de distância, que já o recebe de braços abertos, pronta para esmagá-lo sem dó e com todo amor que uma tia pode dar. Tia Lúcia é mais que abraçável, é o último resquício de fraternidade que há entre meus parentes. Por isso que é ela quem

16

sempre marca esses encontros familiares. Só para que sentemos todos juntos e conversemos sobre a vida, o passado, presente e futuro, sobre a novela e, acima de tudo, para elogiarmos seus dotes culinários. Nos ver sentados ao redor da mesa, de boca cheia, elogiando cada prato por ela preparado, cria um brilho inigualável em seus olhos castanho-esverdeados e já enrugados pelo tempo. Melhor que isso, só quando ouve nossas risadas frouxas, que sempre damos durante conversas re-

alizadas antes do almoço. Enquanto esperávamos o famoso macarrão com molho italiano de nossa tia, decidi, junto aos meus primos, realizar uma de suas vontades, o verdadeiro intuito desse almoço em família: compartilharmos lembranças. Fomos à sala, todos os sete, e na ordem em que chegamos nos aconchegamos no lugar escolhido por cada. Após alguns minutos de conversa [algo sobre estudos, trabalhos, passeios e relacionamentos] começamos a nos lembrar do passado, do tempo que metade


de nós ainda era criança e o restante estava no início da adolescência. Um assunto muito bem dominado pelos mais velhos e pouco entendido pelos mais novos, mas todos conversávamos e ríamos com saudosismo. E apesar de haver um hiato de uma década e meia que separa meu primo mais novo do mais velho, a diferença etária nunca foi um motivo de discórdia entre nós. Apenas ocorriam comparações que enalteciam a cultura popular da década que um nasceu com a que o outro cresceu. Enquanto os mais velhos, com orgulho, enchiam a boca e os pulmões de ar para cultuar a década de 1980, os mais novos timidamente cultuavam a década de 1990. Uma disputa amigável que chega ao fim quando o almoço está servido sobre a mesa. Após me alimentar, e descansar um pouco, não demorou muito para que estivesse me despedindo de tia Lúcia e voltando para casa. Dei-lhe um abraço, ela me apertou como se não fosse me ver nunca mais, me fazendo perder a respiração por alguns segundos, mas quando percebi já estava dirigindo-me porta afora de sua residência. Durante o caminho, sentado no banco de trás do carro de meu pai, estive dolorido por causa do adeus de minha tia, mas também pensativo acerca da conversa com meus primos. Fiquei incrédulo por saber tão pouco das coisas que ocorreram na época em que nasci, enquanto eles

estavam repletos de argumento. Assim, decidi que quando chegasse em casa iria começar a me aprofundar na história das últimas duas décadas do século XX, mesmo que superficialmente, só para conseguir argumentar sobre o assunto na próxima reunião de família. Década de 1980 Precisei de fontes mais concretas que a rede de computadores para conseguir compreender essa cultuamento oitentista de meus primos. Por isso, fui atrás de uma pessoa que tenha vivido por inteiro, ou o máximo possível, a década de 1980. Alguém que, melhor que uma pesquisa virtual, soubesse transmitir com suas palavras a emoção necessária de como foi ser adolescente nessa época que

por muitos é considerada perdida [por causa da estagnação econômica]. Foi difícil, mas encontrei quem me ajudaria. Foi no tempo em que estava na casa de uma amiga, esperando-a se arrumar para irmos a uma festa, quando comecei a conversar com sua mãe para passar o tempo. E através de Maria Célia Romanelli, que muito me contou sobre a sua juventude, comecei a deduzir os aspectos mais fortes deste período que serviu de início para a carreia de grandes artistas como a cantora Madonna, que em 1983 iniciava uma carreira com o single “Like A Virgin”, e um álbum homônimo, que futuramente lhe concederia o primeiro degrau em direção ao trono de rainha da música pop.

17


Célia narrou de forma desinibida, e inspirada por nossa conversa lhe permitir lembrar do passado, o circuito que percorria para poder ver suas bandas favoritas da época, quando tinha 17 anos de idade. “Frequentei uma danceteria que chamava-se Pool, onde o Cazuza começou a se apresentar. E também viajava muito para Ribeirão Preto para ver os shows, ficava hospedada em uma chácara com alguns amigos...”, nesse momento ela faz uma pausa, suspira, sorri como se batesse uma saudade e retoma a narrativa, “...Como tinha um namorado que era baterista e tocava no barzinho, conseguia entrar de graça e fi-

18

cávamos assistindo lá de cima, na iluminação. Nessa, consegui ver shows do Barão Vermelho, do Kiko Zambianchi, e da Legião Urbana e do Capital Inicial, no tempo em que eles só faziam sucesso em Brasília.” Mas não era apenas de bandas nacionais que formavam o gosto musical da Pedagoga. Seu grupo de amigos era composto pelo esteriótipo bicho-grilo: de pessoas que ainda sonhavam com os hippies da década de 1970 e vestiam-se com batas, calças rasgadas e os cabelos despenteados. Um grupinho que vivia na era do new wave, idolatrando bandas como B 52’S, e outros gêneros musicais que

eram liderados por grupos como Black Sabbath e Queen. O Ibirapuera, na década de 1980, foi a localização do entretenimento da maioria dos jovens que viviam no centro de São Paulo. Célia lembra do local com muito carinho, junto as bandas que fora me citando durante a conversa. Aos suspiros, lembrou da pista de patinação chamada Roller Derby, que ficava em frente ao Shopping Ibirapuera, da Swensens, uma sorveteria que sempre ia com sua prima, e do fliperama, onde sempre usava o truque de colocar a fixa e já tirá-la rapidamente para poder jogar várias vezes. Hoje, aos 47 anos, mui-


to bem casada e com duas filhas, sente muita falta dessa sua fase de jogar River Ride! no Atari, ver Kiko Zambianchi em Ribeirão Preto e de suas idas ao Ibirapuera. Cresceu e não percebeu. Foi de seu entretenimento juvenil de três décadas atrás para as atuais lamentações. Nada que lhe cause apenas saudade. Ao ver sua filha descendo as escadas, ao meu encontro para podermos ir a festa, Célia levanta-se para nos levar até a porta e se despedir de nós. Logo, diz para nos cuidarmos e me agradece pelo papo. E eu? A agradeço pelas lembranças compartilhadas. Me fez entender a década de 1980.

Clã. Comunicar-se com essas diferenças, ao mesmo tempo, deve ter sido interessante. Já meu contato com Gaía Passarelli, que vinha sendo televisivo desde o ano de 2011, quando ela apresentou o programa Goo, na extinta MTV Brasil, e até os atuais textos que posta em seu blog, pude contactá-la via correio eletrônico. Onde ela me contou um pouco do que fez da sua vida até a virada do milênio, em 1999. Nascida no ano de 1977. Ela é a síntese do jovem noventista. Quando tinha apenas 13 anos, em 1990, gostava de folhear suas revistas da Marvel, ler a Folha Ilustrada

atrás de bandas novas e assistir à MTV através de uma antena UHF. Segundo Gaía, sua família também foi peça importante para a sua criação musical: “Em casa sempre teve música. Meus pais são pessoas muito ligadas em música. Eu e minha irmã crescemos com referências nesse sentido.”

Fotos: Reprodução e Arquivo pessoal

Década de 1990 Comecei a trocar alguns e-mails com uma pessoa que atualmente reside no bairro da Vila Madalena, na região oeste da capital paulista. E fui perguntando a ela alguns aspectos da sua adolescência, na década de 1990, para tentar distinguir as variedades da cultura popular desse período com base nas experiências vividas por ela. A única coisa que me era clara até então, é que a década em que nasci, e ela passou o começo de sua juventude, não foi marcada por um padrão. Pelo contrário, nesse período aconteceram coisas completamente distintas uma da outra. A mesma década que Brintney Spears apareceu para a música pop, foi a que lançou o primeiro disco do Nirvana, ou do Wu-Tang

19


Ainda aos 13 anos, começou a ter suas rebeldias. Além de adorar ouvir Twin Peaks, apaixonou-se pelo pós-punk inglês e começou a frequentar porões como o Retrô, o Hoeslich, o Madame Satã. Um rolê que, para ela, a única coisa boa era a trilha-sonora. Os lugares imundos e a violência excessiva que rondava São Paulo não a agradava muito. Só queria poder ouvir Bauhaus e The Cure. A próxima pauta seria acerca de quais shows ela frequentava. Brincando, ela me corrige dizendo que não ia aos shows, eram gigs [apresentações ao vivo de DJs]. Explicou que depois que deixou os porões imundos que tocavam pós-punk, fez sua primei-

20

ra viagem para a Europa. Lá, ela teve seu primeiro contato com os clubs e usou ecstasy pela primeira vez. Voltou com outra cabeça. Isso em 1994. Quando chegou ao Brasil, estavam inaugurando a casa noturna Hell’s. O que foi apenas mais um motivo para entrar de cabeça na cultura dos clubs. Gaía se atraiu pelas luzes coloridas das festas. Com o tempo, ela já estava frequentando outras localizações. Além das raves no meio do mato, provavelmente realizadas no interior de São Paulo, frequentou outros clubs como o U-Turn, Ursa Menor, Base e Paparazzi. E ouvir aos sets ao vivo dos DJs: Mau Mau, Gil Barbara, Julião, Renato Lopes, Mauricio e Daniel UM.

Para Gaía, a música eletrônica, enquanto engatinhava no Brasil, junto as raves, lhe deu um estilo de vida. Por 10 anos ela esteve a frente o rraurl, um site que foi o grande representante da cultura club nacional. Ela só largou o site para entrar na MTV Brasil. Na década de 1990, Gaía ia à Galeria do Rock para comprava discos, foi ao show do Kraftwerk, adorava ler Tolkien e Allan Poe e viu de perto o crescimento da música eletrônica no Brasil. Atualmente, aos 37 anos, tem um filho, mora com namorado, é Editora da Matador Network BR, onde escreve sobre viagens, e tem um o blog onde proseia e defende a música pop brasileira de qualidade, de Criolo a Mc Guimê.


O Oscar dos games está chegando

Ariadne Zanelatto Fonte:spike.com

O

Video Game Awards- VGX- acontecerá 7 de dezembro e os indicados já foram escolhidos. A premiação da Spike TV promete diversas novidades para esse ano. A produção desse ano promete ser uma experiência igual aos jogos favoritos dos expectadores e abandonar aquela carinha de premiação hollywoodiana. Sabe como? Você poderá usar o twitter da premiação enquanto ela acontece para comentar e votar, dessa forma os fãs poderão mudar o programa enquanto ele acontece desbloqueando um conteúdo adicional surpresa. Perguntas e respostas enviadas também serão lidas e respondidas ao vivo. Mesmo os gamers de plantão que moram aqui no Brasil conseguirão assistir o VGX. Ele será transmitido pelo Xbox One e 360, PlayStation 3 e 4, Spike.com, MTV.com e por um aplicativo IOS para Android e claro Ao Vivo na Spike TV.

Principais categorias:

Melhor jogo para mobile:

Mais esperados do ano:

•Titanfall (Electronic Arts∕ Respawn Entertainment)

• Plants VS Zombies: It’s About Time (PopCap Games)

Melhor jogo do ano:

Melhor personagem do ano:

• Grand Theft Auto V (Rockstar Games ∕ Rockstar North) Studio do ano:

• The Lutece Twins – BioShock Infinite Melhor trilha sonora

•Naughty Dog

Fotos: Reprodução

• Grand Theft Auto V (Rockstar Games ∕ Rockstar North)

21


Um bar geek para chamar de seu Janaina Romão e Paula Alabarse

S

abemos que a cidade de São Paulo é bastante conhecida por causa de sua badalada vida noturna. Essa fama é ainda maior em bairros como a Vila Mariana. Lá, também, é onde você pode encontrar um lugar feito para aqueles que saem com os amigos para conversar sobre filmes, histórias em quadrinhos, e muito mais. Gibi é o projeto do empresário e web designer, Tiago Almeida. “Eu sou nerd, sempre fui. Fiquei um pouco cansado da minha rotina de web designer, e percebi que queria focar em algum projeto desse mundo que eu gosto”. A principio, a ideia era criar uma hamburgueria nerd, junto com um amigo, mas

22

Tiago achou melhor criar um lugar mais intimo para seus futuros clientes. “Hamburgueria você só sai vai lá, come e vai embora. Não é comum você estar no bar e o pessoal virar e perguntar se você viu o novo filme da Marvel, ai tive a ideia de criar um bar geek”. Apesar das diferentes culturas presentes numa metrópole só, não há outros estabelecimentos como o Gibi. “Senti que faltava um lar para os nerds poderem jogar conversa fora, em lugar criado especialmente para eles”, explica o empresário. As paredes do bar são repletas de pôsteres de vários personagens, elemento que pode fazer o cliente se sentir

ainda mais pertencente ao local. Além disso, as figuras de ação encontradas nas vitrines e a coleção de consoles de, praticamente, todas as gerações, são do próprio dono do local: “Todas as action figures que estão lá são da minha coleção particular. De tempos em tempos, eu vou trocando, levo alguns de volta para casa, e trago outros; assim, o Gibi sempre vai estar diferente”. A rotatividade é outra característica diferenciada do local, que oferece drinks inspirados nas hq’s, séries, filmes e nos personagens, mas que estão sempre mudando. “Você nunca vai encontrar sempre as mesmas coisas. Nós trocamos o cardápio e a cartela de cerveja


sempre. Pegamos uma referência de uma série, por exemplo, e aí montamos o drink. É chato você ir num bar que sempre tem as mesmas coisas, por isso temos o Drink of the Week, uma bebida diferente toda semana. Além disso, também temos a Blind Box, que a pessoa pede sem saber o que vem, o barman que vai montar o drink. Se você pedir 20 vezes a Blind Box, virão 20 drinks diferentes”. O retorno dos clientes é muito positivo, de acordo com Tiago, que pretende expandir o negócio. “Nunca pensei no Gibi apenas como um bar, e sim uma marca. Pretendo expandir ainda mais, ter vários tipos de produtos para oferecer. Um

grande passo que vamos dar agora, é a nossa participação na Comic Con, onde estaremos no estande da Sony Pictures, fazendo bebidas inspiradas no filme Hotel Transilvânia”. Com apenas um ano de funcionamento, o crescimento do bar, além da temática diferenciada, por causa de sua agenda cultural. “Toda primeira quarta do mês, durante o ano todo, tivemos um evento para novos desenvolvedores de games, eles levavam seus projetos de jogos e recebiam um feedback do pessoal. Também temos o Quanta gente no Gibi, na última quinta do mês. É uma parceria com a Quanta Academia de Artes, que traz

ilustradores reconhecidos no mercado, que desenham para a DC e para Marvel. Forramos as mesas, e ai a galera pode bater um papo com os professores, e depois a gente transforma tudo em um painel”.

Fotos: Janaina Romão e Paula Alabarse

23


TORRES, ANÔMALOS E UMA DOSE DE BLUES: LITERATURA FANTÁSTICA NO BRASIL Por Adenilson Moura Diversos títulos têm atraído a atenção do público e, quase sempre, eles permanecem na lista dos mais vendidos. Mas há uma temática que não importa quanto tempo passe, ela nunca deixará de ser lida: a literatura fantástica.

A

literatura está vivendo um ótimo período no Brasil. Dados da Bienal do Livro de São Paulo, realizada em agosto deste ano, indicam que em dez dias de feira, o evento reuniu mais de 720 mil pessoas. São diversos leitores que, a cada livro lido, vão às livrarias com a esperança de encontrar algum título que possa preencher o espaço vazio que o último livro deixou. Ainda de acordo com a

organização responsável pela Bienal, dos 720 mil, 120 mil são alunos das mais de duas mil escolas cadastradas para o evento. A procura por livros não para de crescer e, em boa parte dos casos, são os jovens quem estão à procura de uma historia. “Eu acredito que é uma mudança que vem de vários fatores, mas o principal é a popularização de livros porta de entrada, como ‘Harry Potter’ [Rocco, de 1997 a 2007] e ‘Cre-

Eric Novello

24

púsculo’ [Intrínseca, 2005]. Eu comecei com ‘Harry Potter’ e, à procura de algo parecido, encontrei vários outros livros que amo muito, como os livros de ‘Desventuras em Série’ [série de 13 livros, publicada no Brasil entre 1999 e 2006, pela editora Companhia das Letras], e é exatamente isso que está acontecendo com o mercado agora: várias pessoas começaram a ler e estão atrás de produtos parecidos com os livros que amam, então estão consumindo muitos livros YA [‘Young Adult’, em português ‘Jovem Adulto’]”, conta a autora Barbara Morais, 24. LITERATURA FANTÁSTICA Os livros, em geral, podem nos levar para muitos lugares. Podemos sentar à varanda, enquanto bebemos um chá, e viajar para a Inglaterra de Jane Austen, do século XIX, em “Orgulho e Preconceito” (Companhia das Letras, 2011), ou para a Alemanha nazista, relatada por Markus Zusak em “A Menina que Roubava Livros” (Intrínseca, 2007). Estes livros trazem consigo um personagem fictício, mas am-


bientado num mundo verossímil. É próximo da realidade. Entretanto, há títulos que transportam o leitor para lugares que não existem. São distopias e ficções que envolvem magia, fadas, sereias, magos e elfos. Alguns autores optam por inserir, em suas histórias, árvores que falam; outros escolhem dar poderes aos personagens, tornando-os, assim, super-heróis. Independente do enredo, estes livros atingem a um público acostumado a fugir da realidade por intermédio das páginas. “Admiro muito o Tolkien porque ele criou o universo fantasioso mais incrível e isso em uma época em que literatura fantástica não existia”, conta a livreira Rafaela Bibiano, 26. Habituada com a leitura desde cedo, a garota dos cabelos cor-de-rosa afirma que a literatura fantástica é o seu gênero favorito. “Gosto de ler esse tipo [de livro] porque me transporta para longe da realidade. Livros com histórias mais reais me deprimem”, diz Rafaela. Tolkien, contudo, não é o único autor que criou personagens e situações que encantam leitores de todas as idades ao redor do mundo. Neil Gaiman, Raymond E. Feist, Isaac Asimov, Douglas Adams, Stephen King etc. Todos eles são até hoje usados como referência para novos e velhos escritores. “Antes de autores, me inspiram as pessoas. Neil Gaiman tem sido uma grande inspiração não só pelo alcance do seu trabalho e pela sua

dedicação à criação de histórias, mas também pelo bom coração e mente aberta que demonstra ter com as questões realmente importantes da atualidade”, diz o autor, tradutor e roteirista Eric Novello, 35. Novello lançou o livro “Exorcismos, Amores e Uma Dose de Blues” (Gutenberg, 2014) na Bienal do Livro de São Paulo. “‘Exorcismos’ se passa em um mundo muito parecido com o nosso, onde

nós, pessoas comuns, convivemos com magos, seres sobrenaturais e habitantes do mundo dos sonhos”, conta Eric.

25


NO BRASIL Foi em meados do começo do século XXI que, no Brasil, o autor André Vianco lançou-se no mercado literário. De forma independente, e com apenas mil exemplares de tiragem, o autor marcou a estreia de Os Sete (2000), posteriormente publicado pela editora Novo Século. Atualmente este livro já passou os cem mil exemplares vendidos. Após o surgimento de André Vianco, vieram outros autores com o mesmo entusiasmo: Eduardo Spohr lançou a Batalha do Apocalipse, publicado pelo site Jovem Nerd, e em 2010 pela editora Verus. Carolina Munhóz começou sua carreira publicando o livro A Fada (Novo Século, 2011) e seu marido, o autor Raphael Draccon, ficou conhecido pela série Os Dragões de Éter (Leya, 2007). Estes quatro servem como influência tanto para autores iniciantes, quanto para veteranos. Mas eles não são os únicos. “Nós estamos num momento muito legal para o mercado de autores nacionais e tem alguns que são meus favoritos”, diz Barbara Morais. “Atualmente temos tantos bons autores nacionais, mas tantos mesmo, que me espanta um pouco que os leitores ainda não os conheçam”, ressalva Eric Novello. Ambos citam os autores Jim Anotsu e Felipe Castilho. “O Jim Anotsu, que lançou recentemente ‘Rani e o Sino da Divisão’ [Gutenberg,

26 26

Bárbara Morais

2014], é um ótimo autor juvenil, cheio de referências à cultura pop”, elogia Eric. “[Ele] também escreve muito bem e tem ideias incríveis que eu gostaria de ter, como amazonas que usam dinossauros como montaria, cara!”, diz Barbara. Sobre Felipe Castilho, Novello destaca o quanto tem sido boa a premissa de trazer a mitologia brasileira para histórias juvenis, enquanto Barbara dá ênfase à mistura de folclore

brasileiro, MMORPG [Sigla em inglês que, traduzida, significa “Multijogadores Massivos Online em um jogo de interpretação de personagens”] e conscientização ambiental nos livros de Castilho, “Ouro, Fogo & Megabytes” e “Prata, Terra & Lua Cheia” (ambos publicados pela editora Gutenberg em 2012 e 2013, respectivamente). “É genial!”, diz a autora.


Ainda citando os autores nacionais, Eric elenca Cirilo Lemos, autor de “O Alienado” (Draco, 2012), por mesclar “gêneros e questões mais filosóficas” e Giulia Moon, por sua série Kaori. “[Uma] das melhores histórias vampirescas que já li. Quem curte os dentuços precisa conhecê-la”, comenta Novello. Barbara, entretanto, relembra as autoras Alliah, de “Metanfetaedro” [Tarja, 2013], Babi Dewet, responsável pela trilogia “Sábado à Noite”

[Generale, 2012 – 2014] Ainda falando de literatura fantástica, Eric destaca duas autoras por suas histórias distópicas: Roberta Spindler e, a já citada na matéria, Barbara Morais. “Roberta Spindler acaba de lançar ‘A Torre Acima do Véu’ [Giz Editorial, 2014], uma história com ritmo de videogame, onde a humanidade teve de fugir de uma névoa tóxica e se mudar para o alto de grandes edifícios. E a Bárbara Morais [a mesma entrevistada desta matéria] publicou o segundo livro

da ‘Trilogia Anômalos’ [publicados pela editora Gutenberg, ‘A Ilha dos Dissidentes’, 2013, e ‘A Ameaça Invisível’, 2014, são os livros da série], que traz humanos com poderes dos mais diversos tipos, um bocado de ação e debates sobre preconceitos sociais”, fala Novello. O enredo da história e seus personagens podem surgir das formas mais inusitadas possíveis. Foi o que aconteceu, por exemplo, à autora Roberta Spindler. “É até engraçado dizer, mas a ideia geral dele [‘A Torre Acima do Véu’] me veio num sonho”, conta Roberta, 28. “Sonhei com praticamente toda a parte inicial do livro, a missão da protagonista que dava errado e as criaturas que a perseguiam. Vi que era um tema legal e decidi investir nele”, diz Spindler. Roberta conta que além do sonho, usou como inspiração livros, histórias em quadrinho e jogos. “Em ‘A Torre Acima do Véu’ tive influências variadas. ‘O Nevoeiro’ [Signet, 2007], de Stephen King, as HQs do Juiz Dredd [1976], e alguns games, como ‘Mirror’s Edge’ [Eletronic Arts, 2008] e ‘The Last of Us’ [Naughty Dog, 2013]”, relata Roberta.

27


FEEDBACK Além de escritores, Eric, Roberta e Barbara mantêm blogs ativos aonde criticam livros, histórias em quadrinhos, jogos, entre outros. “Eu criei o ‘NUPE’ [Nem Um Pouco Épico] com o intuito de comentar sobre o que eu gostava de uma forma que eu gostava. Na época, quase não existiam blogs que falassem sobre entretenimento e cultura geek da forma que eu queria, então pensei: ‘por que não fazer eu mesma? ’”, decla-

ra Barbara. “Creio que com o blog e o vlog eu me aproximo mais dos leitores, é legal ter um espaço para interagir de maneira descompromissada e divertida. Também posso falar de produtos culturais que gosto e que não são muito conhecidos. Acho que assim os leitores me conhecem melhor e eu também passo a conhecê-los mais de perto. Ambos saem ganhando”, diz Roberta, que possui o blog e o vlog “Ruído Criativo”. Com o avanço da tecnologia, não são apenas os autores que saem ganhando.

Leitores também recebem muito nesta troca de informações. Este é o caso do leitor Juliano Carrilho, 23. Fã de jogos, Juliano diz ter nunca ter sido muito preocupado com o enredo dos games. “Nunca percebi que por trás do jogo tinha uma história ótima. Afinal os jogos eram todos em inglês ou japonês”, relata Juliano. “Comecei a ler na ‘Wikipedia’ para saber as histórias e passei a enxergar os jogos com outros olhos. Com o tempo, quis treinar minha leitura. Só que os livros que eu conhe-

Roberta Spindler

28


cia eram muito chatos. Ouvi falar da ‘Guerra dos Tronos’ [Leya, 2010] e vi o Danilo [Leonardi, membro da Cabine Literária] criticando. Amei tanto a resenha que não parei mais de assistir. Antes da Cabine eu não lia nada”, encerra. “’Neon Azul’ [Draco, 2010], o livro que me trouxe de volta ao mercado de literatura em 2010, recebeu boas resenhas e foi bastante comentado, mas nada que se compare ao retorno que estou tendo com o ‘Exorcismos’. E há alguns motivos para isso, um deles a evolução das redes sociais desde então”, conta Eric. O papel das Redes Sociais tem sido importante para a criação de mais leitores. Quem ouve falar de um livro, pesquisa online para saber se ele atende às expectativas. Já há, inclusive, sites voltados para leitores, como o “Skoob” e o “Livreto”. “Leitura é hábito e costume e se você tem livros que te prendem que te jogam para um mundo diferente e te fazem querer mais, você lê cada vez mais”, encerra Barbara.

Fotos: Reprodução e Arquivo pessoal

29


Um mundo chamado Pokémon

Janaina Romão

Fonte: Pokémon Best World/ Entrevistado

V

ocê já sonhou em ser um mestre Pokémon? Sabe cantar todas as músicas dos desenhos que passava na televisão? Você está no lugar certo. Você que é fã dessa longa trajetória, ou não conhece e gostaria de saber mais sobre o assunto, vamos mostrar toda a caminhada desse game que conquista fãs de todas as idades e sexos. Primeira geração: Pokémon Green e Red (1996 – 1998)

rar e treinar o seu Pokémon, tudo com o foco de se tornar o tão sonhado mestre Pokémon “Nessa época eu tinha uns oito pra nove anos, sempre me juntava com amigos e passava boa parte da tarde jogando”. Em 1998, foi lançado o Pokémon Yellow, que veio acompanhado de uma inovação que levaria os fãs a loucura. Assim como na série da Tv, o Pokémon Pikachu ficaria o tempo todo andando ao lado do personagem escolhido.

Criado para o Game Boy, em 1999, surge o Pokémon Gold e Silver que traz 100 pokémons novos. Nessa mesma época também foi lançado o Pokémon Color, melhorando a aparência visual dando cores às telinhas do game, que nas versões anteriores, só era possível jogar em preto e branco. “A cada lançamento eu me surpreendia mais com a Nintendo, e acho que é por isso que a Nintendo e o Pokémon são os meus preferidos”.

Segunda geração: Pokemon Gold e Silver (1999–2002)

Para nos ajudar a explicar um pouco desse mundo cheio de aventuras, nada melhor que um jogador não é mesmo? Pois é, Luiz Felipe Rocha é fanático pelo jogo desde seu primeiro lançamento, o Pokémon Green e Pokémon Red com gráficos simples, com o objetivo de andar pelas cidades para encontrar, captu-

30

Fotos: Reprodução


Terceira geração: Pokémon Ruby e Sapphire (2002–2006)

Pokémon Ruby e Sapphire tiveram lançamentos em meados de 2003, e mais uma vez, a Nintendo surpreendendo seus fãs, lançou esse jogo para um novo console, o Game Boy Advance. Como todos os jogos do Pokémon vêm com alguma surpresa. E esse não foi diferente. Foi acrescentada a mudança climática, ou seja, agora seria possível jogar com tempos de sol ou chuva. E como todo bom jogador, uma das melhores coisas é batalhar entre amigos, poder interagir com outras pessoas, e foi graças Ruby e Sapphire que surgiu a conectividade com outros jogadores através de um adaptador wireless.

Quarta geração: Pokémon Diamond e Pearl (2006–2010)

31


Pokémon Diamond e Pearl vieram realmente para deixar seus jogadores de queixo caído, o console 3DS possibilitou deixar a imagem totalmente em 3D, tal tecnologia provavelmente agradou tanto aquela geração fiel dos anos 90 como o público mais novo. E com o passar dos anos, sabemos que a tecnologia vem melhorando, e assim também aconteceu com o game. Antes só era possível conectar dois jogadores através de um adaptador wireless, mas, nessa versão chegou a tão esperada conexão Wi-fi, conectando

32

jogadores em todo o mundo. Em 2009, o Nintendo DS trouxe o Pokémon HeartGold e SoulSilver, ambos criados através dos jogos Gold e Silver, mas conhecido como remakes. Nessa versão, o jogo vinha acompanhado de uma Pokéwalker, é como se fosse um Bichinho Virtual, que você pode carregar para onde e quando quer , mas torna possível encontrar outros pokémons em seu trajeto.

Quinta geração: Pokémon Black e White (2010-2013) Encerrando as franquias para o Nintendo DS, os Pokémons Black e White foram lançados em 2012. Com o lançamento do Nintendo 3DS, mais melhorias aos jogos foram feitos, tais como: Deixar a câmera em movimento nas batalhas, e uma nova função chamada Street Pass, esse dispositivo permite que os jogadores andem com seus consoles ligados encontrando outras pessoas que possuam o mesmo console.


Sexta geração: Pokémon X e Y (2013-presente)

E finalmente chegamos ao atual, o tão esperado Pokémon X e Y, digo tão esperado por que pude participar pessoalmente dessa espera. Sim, participei do evento que teve em São Paulo e fiquei até ás três da manhã dentro da loja para comprar o jogo. Era im-

pressionante, tinha pessoas de todas as idades e sexos. Todos com a mesma ansiedade nas filas, cantando as músicas da série, ou simplesmente com seus consoles nas mãos fazendo amizades com grande maioria que estava presente.

Mas voltando ao jogo, com mudanças absurdas na parte gráfica, o jogo veio recheado de novidades, que fez os jogadores irem ao delírio. Esse jogo foi feito totalmente em 3D, além de poder personalizar seu Pokémon com roupas, pintar os olhos e comprar roupas, e é claro, não se pode esquecer da parte mais fantástica desse jogo, é possível fazer carinho no seu Pokémon, dar comida e jogar mini games inclusos. Outra diferença absurda foi as Megas Evoluções, essa transformação permite que seu Pokémon fique muito mais forte nas batalhas. E para encerrar, a Nintendo anunciou que irá lançar um remake das versões Sapphire e Ruby, com nomes de Omega Ruby e Alpha Sapphire.

33


A forma interativa de viver nos games

O

mundo dos jogos vem se atualizando para atender todos os tipos de gostos. Temos jogos de aventura, ação, e até terror. Mas, também há aqueles que se identificam com um jogo mais simples, esse é o caso dos fãs da série The Sims. A série teve a sua estreia em 2000. Criado pelo designer Will Wright, que teve a ideia a partir do seu primeiro projeto, SimCity, no qual o jogador construía e controlava sua cidade virtual. Entretanto, Will resolveu inovar e mudar o foco do projeto. Ao invés da pessoa coordenar sua própria metrópole, agora poderia criar um personagem virtual, e ai traçar sua trajetória.

Pela sua descomplicada forma de jogar, o simulador de vida, como passou a ser chamado, logo fez sucesso entre os usuários e a empresa distribuidora, Maxis, resolveu tentar uma versão online do jogo em 2002, que não agradou os jogadores. Para a fã da série, a estudante Ariadny Menezes, é o que falta para melhorar ainda mais o jogo. “Eu jogo desde 2008, quando meu irmão me mostrou. Mas, nunca consegui interagir com outras pessoas, porque não tem a opção de ficar online com outros jogadores. Acho que seria uma ideia bem legal se as cidades pudessem ser vizinhas e os Sims (como são chamados os personagens) pudessem fazer

Paula Alabarse

amizades com novas pessoas”. O deslize foi esquecido em 2004, quando a distribuidora renovou todo o gráfico, trazendo a inclusão do 3D no jogo no The Sims 2. No segundo semestre de 2014, foi lançado a quarta versão, The Sims 4, que traz vários diferenciais. Nessa nova versão, além de escolher os objetivos de vida do seu personagem e poder formar famílias, ter grupos de amigos e tudo mais que inclui um círculo social normal, agora o jogador também pode controlar as emoções, e escolher a estrutura corporal do seu personagem, além do tom de voz, algo inédito no jogo. Ainda existem as expansões, que ajudam no sucesso arrebatador do game, e são compradas separadamente do jogo. São pacotes de atividades e objetos que disponibilizam mais recursos na hora de jogar. A expansão que faz mais sucesso entre os fãs, é a Pets Sims, na qual o personagem pode obter um animal de estimação, até lhe dar uma personalidade. Outra, também, que está no ranking das favoritas é a Vida Universitária. Nesse pacote, os personagens vão para a universidade e a partir daí definem suas trajetórias e objetivos.

Fotos: Reprodução

34


MARVEL vs. DC COMICS - A maior polêmica geek do século Paula Alabarse

Q

uando o assunto são histórias em quadrinhos, sabemos que o mercado é um império dividido por duas editoras: Marvel e DC Comics. Já parou e se perguntou como essa rivalidade surgiu, ou você já tem uma opinião formada sobre isso? A Start Geek te ajuda. Essa história começou nos anos 1940, quando a DC reinava com as histórias de Superman e Batman. Entretanto, havia uma pequena editora, Atlas, que também resolveu se arriscar e lançar os personagens Namor, o Príncipe Submarino, Tocha Humana e Capitão América. Esse seria o embrião da Marvel Comics. Em 1960, a DC já tinha comprado várias outras editoras e continuava dominando o mercado de HQ’s, que até então eram lançadas para o público adulto, até que a Atlas, que então passou a se chamar Marvel, deixou que o roteirista de histórias de terror, Stan Lee, divulgasse seu novo projeto, que deu inicio ao crescimento da editora. Em 1961, foi lançada a primeira edição de O Quarteto Fantástico. Na década seguinte, os leitores já estavam divididos pelas duas editoras e seus personagens, dilema que continua até hoje. Para o estudante Caio César, 22, a DC ganha na dis-

puta. “É uma rivalidade como qualquer outra, sempre vai ter alguém que prefira um ou outro. Mas, sem dúvidas, eu prefiro a DC. Já nasceu comigo, sempre chamava mais a minha atenção as histórias e personagens da editora, como “Super Amigos”, “Jovens Titãs”, e principalmente as hq’s do Batman. Mesmo assim, O Esquadrão Suicida ainda é a minha história favorita”. Salvando o mundo em troca de liberdade A primeira vez que o Esquadrão apareceu foi em 1959, na HQ “The Brave and The Bold”, nº 25. Durante a década de 50, se tratava de uma unidade de operações do governo americano, que combatia ameaças superpoderosas. Composta por soldados que concordaram trabalhar para as autoridades em missões consideradas suicidas, daí o nome do grupo. Já em 1986, inspirado na série de tv “Missão Impossível”, e no filme “Os doze condenados”, o roteirista John Ostrander trouxe a ideia do Esquadrão Suicida de volta às HQ’s, especificamente, na “Legends”. Mas, dessa vez, os componentes seriam um pouco diferentes. Foi explicado aos leitores que a assessora do Congresso, Amanda Walker,

reuniu um grupo de vilões e ofereceu liberdade ou redução de pena, caso eles ajudassem o Governo em suas missões. A última versão do Esquadrão era comandada pelo General do Exército Americano, Sargento Rock. A lista de vilões que participam das missões é rotativa, a lealdade é garantida através de nanopartículas controladoras injetadas neles. Algus são bem famosos, como é o caso de Arlequina, Pinguim e Pistoleiro. O Esquadrão já deu as caras também em episódios da “Liga da Justiça”, mas a autocensura da editora mudou o nome para Força-Tarefa X. Do outro lado está o escritor Felipe Maia, 25, que é fã da Marvel. “Vejo muitas pessoas tratando as duas como se fossem times de futebol. Conheço muitos que só gostam da Marvel ou da DC. Bem, eu não sou muito fã do material da segunda, mas também gostaria que muita coisa diferente tivesse sido feita pela Marvel. O Batman é o único herói da DC que eu amo, tenho vários bonecos, mas desde criança que eu me identifico mais com as histórias da Marvel. Minha hq favorita é Os Supremos, economizei meses para comprar as edições especiais, com capa dura, e valeram cada centavo”

35


A história de dois universos

A Marvel, assim como a DC, possui dois universos, paralelos, onde se passam as histórias. Um é chamado de Universo 616 (tradicional), é a trajetória normal das HQ”s. O outro se chama Universo Ultimate, e foi criado em 2000, para que os roteiristas tivessem mais controle das sagas de seus personagens. Vale ressaltar que os fatos que decorrem no 616, não alteram o Ultimate e vice-versa. A primeira HQ lançada pelo Universo Ultimate foi a do Homem-Aranha. Os Supremos nada mais são do que Os Vingadores no Universo Ultimate. É uma trilogia lançada em março de 2012, e conta desde o inicio da formação dos Vingadores. Tudo começa quando o General Nick Fury se junta a Tony Stark, e a Bruce Banner, a fim de recriar o soro do super soldado, usado no Capitão América, que é encontrado congelado. Banner mistura o soro com sua própria fórmula e a injeta em seu próprio corpo, tornando-se o Hulk.

36

As diferenças entre as duas empresas podem ser fundamentais na hora de conquistar os leitores. Há aqueles que se identificam com os problemas pessoais de seus heróis, como Felipe: “Prefiro a Marvel porque seus personagens são mais humanizados, e é mais fácil se identificar com eles. Caio também repara na mesma diferença nas produções. Entretanto ainda fica no Time DC, principalmente, por causa das ambientações das histórias: “Na Marvel as histórias se passam em sua maioria em Nova York, já a Dc tem suas cidades ficticias mais iconicas (Gotham, Metrópolis)”. Pode-se ver que até existe um consenso entre os dois. Caio e Felipe concordam que a humanização dos personagens da Marvel, é uma diferença explicita no processo de criação, e dão até o mesmo exemplo para comprovar. “A DC cria uma aura quase divina para seus heróis, enquanto os heróis da Marvel são muito mais humanos, com seus erros e acer-

tos, acho que o melhor personagem que caracteriza isso é o Homem-Aranha.”, diz Caio. “Pega o Homem-Aranha, por exemplo. É um personagem que passa por problemas cotidianos semelhantes aos de qualquer leitor. Vejo os personagens da DC como arquétipos de grandeza com os quais fica difícil criar esta identificação”, defende Felipe. O que alguns não sabem, é que houve algumas tentativas de junção dos personagens das duas editoras. A primeira aconteceu em 1971, quando o ilustrador Roy Thomas criou um roteiro no qual o Esquadrão Supermo, grupo de vilões da Marvel, começaria a atormentar a Liga da Justiça, pertencente à Marvel. Essa ideia não agradou os fãs, que queriam ver o combate entre Thor e Superman. Já na década de 90, quando ambas resolveram focar nos adolescentes, e o boato de competição já estava rolando, Marvel e DC Comics resolveram resolver esse


embate. Assim, para decidir quais personagens eram mais carismáticos, foi criada a série DC vs. Marvel: O Conflito do Século, lançado em meados de 1996. Essa série tinha como enredo onze lutas entre os personagens, sendo que todas seriam escolhidas pelo público. A Marvel recebeu mais votos, mas na HQ não é definido um vencedor. Para resolver o problema, foi criado um universo novo, o Amálgama, e seus habitantes seriam heróis mesclados das duas editoras, como o Dark Claw, uma fusão de Batman com Wolwerine. Em 2004, houve mais uma tentativa de decidir de vez qual era a vencedora desse duelo de anos. Foi lançada a minissérie Liga da Justiça vs. Os Vingadores. Criado por Kurt Busiek e George Pérez, a HQ tinha como sinopse a história de Krona, um viajante que pretende descobrir como tudo foi criado e não se importa de destruir os universos se isso for necessário para obter suas respostas. Quando chega ao Uni-

verso Marvel, ele é abordado por Grão-Mestre, que lhe lança um desafio: obter artefatos poderosos em troca da autorização de exploração do universo. A partir daí Liga da Justiça e os Vingadores vão se enfrentar para ver quem consegue salvar os universos Marvel e DC. Apenas o mercado das histórias em quadrinhos não foi satisfatório tanto para a Marvel quanto para a DC. Em 1997, veio a adaptação cinematográfica de uma das hq’s da Marvel, MIB – Homens de Preto, a primeira de muitas adaptações. Com o sucesso estrondoso do filme na época, que ainda teve mais duas sequências, lançadas nos anos seguintes, começou um novo mercado, que atraiu aqueles que já liam as histórias em quadrinhos, e os leigos no assunto. Até hoje temos uma lista enorme de filmes baseados nessas histórias, como Blade, Quarteto Fantástico, Homem-Aranha e Os Vingadores, no qual a sequência será lançada em 2015. Há um tempo, a Marvel libe-

rou uma lista com todos os futuros projetos do estúdio, o que causou certo furor na internet. A DC Comics, como qualquer outra boa concorrente não ficou atrás. Aliás, podemos dizer que foi a pioneira nessa ideia de trazer as histórias em quadrinhos às telas. Afinal, em 1951, ia ao ar o piloto da série inspiradas nas aventuras do Superman, e hoje temos filmes das hq’s do Lanterna Verde, Batman, V de Vingança entre outros, no acervo de adaptações cinematográficas. Não contente apenas com o cinema, a DC também possui séries de televisão, sendo que o lançamento mais recente é Flash. Para Caio, que prefere as séries da DC aos filmes Marvel, o lançamento pelo qual ele não pode esperar é o filme da Liga da Justiça, anunciado para 2017. “Acho que não importa se você é team Dc, ou team Marvel, o filme da Liga da Justiça é, com certeza, a realização de um sonho para a maioria, senão todos, os geeks”.

37


Já Felipe discorda e está mais ansioso para a continuação de Os Vingadores: “Mal posso esperar para Os Vingadores: A Era de Ultron. O primeiro filme foi ótimo para juntar todos na mesma produção e empolgar todo o público, mas a história é bem simples e rasa. Não que eu não ame o anterior, só que dá para fazer algo muito mais complexo e interessante – e tenho certeza que a continuação o comerá com farofa. Também espero bastante de Batman v Superman porque ele definirá se a DC conseguirá firmar seu universo cinematográfico ou não. Muitos criticam antes da hora, falando mal da escolha dos atores e de como a história deve ser, mas tenho certeza que o resultado final surpreenderá todo mundo. Aposto que Ben Affleck calará muitas bocas”. Felipe levantou uma questão muito importante, que vale a pena refletir: qual das duas é mais fiel em suas adaptações? Caio dá uma resposta simples, “As duas pecam nesse ponto, mas acho que a Marvel consegue se manter mais fiel as suas publicações”. Já nosso representante do time Marvel, respondeu, “Definitivamente a Marvel. Como eles colocam pessoas apaixonadas pelos personagens para cuidar da direção do universo cinematográfico, as coisas geralmente saem muito mais condizentes com o trabalho original – mesmo com as mudanças necessárias por se tratarem de mídias diferentes. Tá aí o motivo do acerto. Infelizmente a Warner não co-

38

Foto: Arquivo pessoal Caio César

loca alguém apaixonado pelo universo da DC na produção, e por isso ela ainda não conseguiu se firmar no cinema. São pessoas que seguem fórmulas pra fazer o filme vender ao invés de ser coerente com o original. Os filmes recentes do Batman foram um caso isolado. Mas se olharmos O Homem de Aço, dá pra entender um pouco como a Warner tenta forçar abordagens baseadas no que vai vender, não no que o personagem significa – ten-

taram forçar o Super Homem para ele ser menos bom moço e não funcionou tão bem, mesmo o filme não sendo ruim”. Mesmo defendendo avidamente sua editora favorita, há mais um ponto em comum entre eles: o famoso reboot. Para aqueles que não sabem, reboot é uma técnica utilizada para reiniciar uma história. Entretanto, a Dc usa esse método de uma forma completamente diferente da Marvel. “De tempos em tempos, a Dc


relança todos seus quadrinhos com histórias e aventuras novas, e por aí, começam do zero mesmo. Já a Marvel quando fez seu “reboot” continuou suas histórias então não acho muito vantajoso para os leitores leigos que gostariam de começar a acompanhar suas histórias”, explica Caio. Felipe já ressalta outros pontos negativos além do reboot: “O principal erro das duas é esta mentalidade focada em fazer grandes sagas que mudarão toda a estrutura do universo – o que não seria

A DC cria uma to os heróis da erros e acertos, teriza isso é o

um problema se não fosse todo ano. As mudanças acabam durando pouquíssimo e isso desgasta muito a relação da editora com o leitor. Se pegarmos erros de cada uma, considero a DC culpada pelo excesso de reboots, que também ajudam a confundir o fã. Já da Marvel, vejo muitas das coisas que fizeram com o Homem-Aranha nos últimos anos como um atentado ao personagem mais popular deles. Pacto com demônio, revelação da identidade secreta em coletiva de imprensa, Gwen Stacy adúltera, ori-

gem mística dos poderes, Dr. Octopus tomando o corpo dele. São muitas decisões ridículas”.

Fotos: Reprodução e Arquivo pessoal

aura quase divina para seus heróis, enquanMarvel são muito mais humanos, com seus acho que o melhor personagem que caracHomem-Aranha.”, Caio Ramos, fã da DC

“O Batman é o único herói da DC que eu amo, tenho vários bonecos, mas desde criança que eu me identifico mais com as histórias da Marvel”, Felipe Maia, fã da Marvel

39


História continuada do Flappy Bird

N

o começo de 2013, em meio a tantos aplicativos que viralizaram pelos celulares do mundo, um em especial tirou o sono da maioria das pessoas que o baixaram. Foi o jogo criado pelo vietnamita Nguyên Hà Dông, o Flappy Bird.

40

De aparência semelhante ao jogo do Mário, e uma jogabilidade simples [mas viciante], seu objetivo consistia em fazer um pequeno peixe hibrido, que possuía asas e respirava fora d’água, atravessar uma sequência não linear de

Caique Padovan

canos, até chegar ao final de sua rota. Um jogo sem nexo, mas que foi o suficiente para popularizar-se pelo mundo. E o bastante para gerar, diariamente, cerca de 50 mil dólares para o seu idealizador.


Continuação… Depois que o jogo acaba, não sabemos o que acontece com o personagem. Por isso, vamos teorizar sobre o que pode ter acontecido com Flappy Bird… Como cresceu às margens de um lago, Flappy sempre sonhou em viver longe daquele pequeno e limitado local. Desejava saber o que havia além daquela floresta de canos que rodeava seu pequeno lar. Almejava o oceano, a imensidão azul. Certa noite, depois de tanto desejar algum método escapatório, uma estrela cadente passou bem na hora que ele havia feito o pedido. Assim, em um efeito imediato, o pequeno peixo ganhou asas.

Na manhã seguinte, ele tentou escapar pela primeira vez. Mas como os canos não são iguais em tamanho, e Flappy é muito desajeitado, ele não conseguiu escapar. E foi assim na segunda, na terceira e na quarta vez... até que ele pegasse jeito e habilidade para voar. Numa manhã qualquer, em mais uma de suas tentativas, o pequeno peixe com asas estava decidido a sair dali. Estava preparado para novos habitats. Ele alçou voo, foi em direção ao primeiro cano e começou a seguir esse labirinto até sua liberdade. Depois de horas voando, e desviando dos canos, ele enxerga uma paisagem azul e que parece não ter fim. É o céu entrando em con-

traste com as águas do mar. Ao sobrevoar o que tanto sonhara, Flappy emociona-se e decide se juntar ao oceano, de modo que virem um só.

Fotos: Reprodução

41


Itens de Colecionador Por Adenilson Moura

A

MANGÁ VOLUME UM DO NARUTO Basta procurar na internet para ver o quanto é difícil, quiçá impossível, achar o primeiro volume do mangá de Naruto à venda. Item raro no munTRILHA SONORA DE “O do geek, o mangá dificilmente é SENHOR DOS ANÉIS – A disponibilizado para comércio e, quando é, o valor cobrado SOCIEDADE DO ANEL” seria suficiente para comprar Sucesso de crítica e bi- ao menos outros 10 volumes. lheteria, o filme baseado no livro de J. R. R. Tolkien tem uma das trilhas sonoras mais marcantes de todos os tempos. De incursões a guerras, passando pelo calmo vilarejo dos Hobbits e indo até lutas sangrentas em cavernas, a trilha de “O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel” é, atualmente, um artigo raro e de valor para qualquer fã de Tolkien. escassez de alguns produtos torna-os itens raros e preciosos na coleção de algum fanático. Isso vale para todo tipo de coleção e, é claro, que para as nerds também. Confira itens raros no mercado:

(Reprodução / DeviantArt)

Capa do CD de Trilha Sonora do primeiro filme da trilogia “O Senhor dos Anéis” (Reprodução / Gallery Hip)

42

NINTENDO 3DS EDIÇÃO ESPECIAL Os fãs de “The Legend Of Zelda” são diversos. Entretanto, a edição especial que a Nintendo fez inspirada no jogo não é o suficiente para atender à quantidade de púbico que o jogo tem. Todo dourado e com o símbolo da Triforce (Triângulo formado por outros três triângulos, cada um representando uma virtude: Coragem, Poder e Sabedoria) o console portátil não é tão difícil de ser encontrado, basta ter uma boa quantia separada para comprá-lo.

Edição comemorativa do Nintendo 3DS XL baseada no jogo “The Legend Of Zelda – A Link Between Worlds” (Portal Videogamer Portugal 15/10/2013)

Fotos: Reprodução


RELACIONAMENTO VS VIDEO GAME

Q

uem nunca levou uma bronca da mãe por passar horas jogando vídeo game ao invés de estar estudando? Ou quem nunca sentiu aquele frio na barriga ao escutar: “Desliga esse vídeo game, por que vai queimar a minha televisão”. Essa febre chamada vídeo game não atinge somente crianças, os adultos também gostam de jogar para se divertir. Porém, será que essa brincadeira não interfere no seu dia-a-dia ou em seu relacionamento? Para nos ajudar a desvendar esse mistério, entrevistamos alguns casais para saber a opinião sobre essa “guerra” de vídeo game VS relacionamento. E também uma entrevista com um psicólogo para nos auxiliar nessa questão Os namorados Lucas Cardinali e Marcella Giroldo nos contaram que o vídeo game não atrapalha a vida afetiva, muito pelo contrário, o tempo que eles passam jogando, eles compartilham de aventuras que não existem ou que não seria possível realizá-las na vida real, e que também é uma maneira de companheirismo, podendo ajudar um ao outro. Apesar de terem gostos opostos quando a questão são jogos, Marcella gosta de Minecraft e Carninali de Courter Strike, mas, mesmo quando viajam juntos deixam o gosto pelos jogos de lado, eles costumam levar jogos de cartas. O

casal admitiu que ele é o mais viciado em games, porém, gosta mais de jogos online, e quanto estão juntos passa em média 4 horas jogando online. Marcella e Cardinali afirmaram que gostam de compartilhar esses momentos juntos. Segundo Cardinali, sua família nunca reclamou por passar muito tempo jogando, já Marcella nos disse que sua irmã sempre reclama quando ela fica nos games até de madrugada. Marcella é dona de um blog de moda, quando não está junto de seu namorado ou ele está jogando, ela passar as suas horas livres postando novidades no seu site pessoal.

Janaina Romão

Foto: Arquivo pessoal Lucas Cardinali e Marcella Giroldo

43


Cardinali defende que o vídeo game pode ajudar em muitos aspectos, “Jogar ajuda no desenvolvimento de diversos tratos do caráter humano quando nos treina em reflexos, pensamento lógico, capacidade resolução de problemas em tempo limitado. Jogos multiplayers elevam essa interação com outros jogadores, tornado-se também uma experiência social diferenciada. O único ponto negativo é o exagero, da mesma forma que tudo que você fizer demais na vida pode te prejudicar, jogos tem o mesmo efeito”.

Foto: Arquivo pessoal Danilo Souza e Beatriz Teixeira O casal Danilo Souza e Beatriz Teixeira também já gostava de vídeo game antes de se conhecerem, mas Beatriz admitiu que passou a jogar mais depois que começou o relacionamento entre eles. Beatriz e Souza nos contaram que passam cerca de cinco a

44

seis horas jogando quando estão juntos, mas que acham que não atrapalha em nada no relacionamento. É um gosto que ambos compartilham, passando por momentos divertidos juntos, e que por esse motivo não existe possibilidade de atrapalhar a vida dos dois. Beatriz nos contou que seu jogo favorito é Battlefield que retrata a segunda guerra mundial e Dragons Dogma um jogo de ficção e aventura. Já os jogos preferidos de Souza são Diablo III, que é um jogo RPG de ação para computador, Pokémon Y que também é um game do mesmo gênero de Diablo, Legend of Zelda um jogo de ação e aventura, com alguns elementos RPG, e assim como sua namorada gosta de Battlefield III. Souza afirmou que sempre gostou de games, des-

de criança não consegue passar um dia sem jogar, nem que seja pelo menos 10 minutos do seu dia. Já Beatriz, disse que sempre gostou de vídeo game, mas que só joga quando não tem nenhum compromisso, principalmente quando tem trabalhos da faculdade. Apesar de serem apaixonados por jogos, os namorados nunca brigaram por esse motivo, mas Souza brincou ao dizer que dependendo do jogo acontecem alguns desentendimentos, pois quando estão jogando juntos ele quer fazer de um jeito e Beatriz de outro, porém, acaba rindo de tudo o que fizeram e acaba sendo algo normal no dia a dia. Assim como todas as pessoas que tem seus compromissos, o casal não é muito diferente. Beatriz disse que tem dias que não está muito a


fim de jogar ou simplesmente tem algum compromisso, e quando isso acontece ela lê algum livro ou assiste TV. E Souza quando não está jogando ele passa o tempo desenhando, ou no computador. Como eu já havia falado no começo desse texto, quem nunca levou uma bronca da mãe por passar horas jogando? E é sobre isso que Souza nos contou: “Minha mãe já reclamou muito quando eu estava indo mal na escola, então de dia de semana eu não podia mais jogar, porque essa era a opinião dela. Por fim, acabou que eu continuei indo mal e aí não tinha mais porque me proibir. Foi coisa de época mesmo.” Souza e Beatriz têm a mesma opinião quando levantamos a questão se o vídeo game afasta ou aproxima o relacionamento, ambos concordaram que passam momentos divertidos juntos, e é mais um momento, entre tantos, que eles podem compartilhar, e que acreditam que faz muito bem para a vida dos dois. O casal vê muitos pontos positivos em jogarem juntos, como a diversão citado por Beatriz, o trabalho em equipe, persistência, raciocínio e aprender outros idiomas como o inglês, que segundo Souza aprendeu mais essa língua jogando Pokémon Red do que indo as aulas de inglês. O gamer também alerta ao dizer que tudo que é em excesso faz mal, que não acha válido uma pessoa passar dias jogando, sem se ali-

mentar adequadamente deixando sua vida de lado, para ele, jogos deveriam ser vistos como hobby em momentos que precisa se descontrair. Outro ponto que pode ser considerado negativo é a questão do preconceito de mulheres que jogam vídeo game. Souza e Beatriz nos contaram um pouco sobre o que acham sobre essa questão “Preconceito existe em todo lugar e por qualquer coisa, infelizmente nesse caso também. Mas acho ótimo quando garotos desmerecem uma garota gamer, e aí ela acaba jogando melhor do que esses. Existem algumas atividades que as pessoas inicialmente associavam com um sexo, e

com o tempo isso deixou de ser ‘’exclusivo’’, assim como hoje é mais comum encontrarmos um homem dono de casa e uma mulher engenheira, por exemplo. Então já deu pra ver que isso já está bem ultrapassado”. “apesar do Danilo realmente jogar bem melhor que eu, isso está melhorando, mas ainda se espantam quando vêem meninas que gostam de jogar e levam a sério o esporte”. Encerrou Beatriz.

45

45


Jéssica Nakanishi e Alan Pereira também são um casal nerd, porém, Pereira sempre gostou de games, e por passar algum tempo quando estão juntos jogando, Jéssica passou a gostar de jogos, já que não tinha consoles quando era solteira. Jéssica esclareceu que Pereira vive no mundo dos jogos, e que quando está sozinho ou não tem nenhum compromisso passa muito tempo jogando, mas, que isso também não afeta o relacionamento deles e que conseguem lidar com essa situação. Quando o casal está junto não tem o costume de dedicar muito do tempo aos games, dependendo do

jogo costumam passar apenas duas horas praticando o que eles chamam de hobby. Jéssica contou que a mãe de Pereira reclama que ele passa muito tempo na frente do vídeo game, e que isso pode atrapalhar seus estudos na faculdade. Mas a sua opinião o jogo acaba aproxima os dois, pois como ela não tem muito costume de jogar, ele acaba ensinando algumas coisas para ela. Assim como o casal Danilo e Beatriz, eles também concordam que o jogo pode ajudar a melhorar o idioma, citando também o inglês, e que o casal acaba se divertindo quando estão jogando juntos. Eles também concor-

Foto: Arquivo pessoal Alan Pereira e Jéssica Nakanishi dam que algumas pessoas acabam levando esse hobby um pouco a sério demais, e se esquecem da vida real. Assim como o casal Danilo e Beatriz, eles também concordam que o jogo pode ajudar a melhorar o idioma, citando também o inglês, e que o casal acaba se divertindo quando estão jogando juntos. Eles também concordam que algumas pessoas acabam levando esse hobby um pouco a sério demais, e se esquecem da vida real. Os jogadores não acreditam mais nessa questão do preconceito entre mulheres que jogam “Acredito que não. Acho que antes, era muito visto que vídeo-game era feito para

46


os homens, hoje em dia muitas mulheres jogam e se saem melhores que muitos homens”. Entrevistamos também o casal nerd Paulo e Ana Paula que preferiram manter sigilo no sobreme. O casal possui uma página no Facebook chamada Casal Nerd, com várias animações. A intenção dessa página é desenvolver um conteúdo diferenciado para o público nerd. Quando Paulo e Ana se conheceram os dois já jogavam vídeo game desde a infância, mas que não costumam jogar juntos com freqüência. Quando acontece dos dois quererem jogar eles dedicam um tempo que eles consideram “saudável”, que acham o vídeo game um passatempo, que não interfere nos deveres de cada um. O casal concorda que praticar os jogos não atrapalha de maneira alguma o relacionamento, que muito pelo contrário, fortalece a parceria entre eles e também proporciona momentos de diversão juntos. Como todo casal, eles acham que o companheirismo é essencial no relacionamento em diversas situações, por isso, quando apenas um deles quer jogar o outro fica ao lado conversando. Em relação às brigas, Ana reclamou da implicância de familiares que não concordam com o investimento financeiro em consoles e jogos. Já Paulo reclamou do irmão que briga com ele quando tem que dividir o tempo de uso do computador.

Foto: Arquivo pessoal Eles também falaram que não existe rivalidade entre eles na questão quem joga melhor “Cada um possui suas habilidades, e tem jogos que ela é melhor e vice-versa”. O casal defende que tem muitos pontos positivos em praticar jogos, como melhorar o raciocínio, idiomas como o inglês, que também foi citado pelo casal Souza e Beatriz, e também defendem que é uma atividade cerebral. O casal vê como único ponto negativo o tempo que o jogo consome, pois poderia ser destinado a outros propósitos.

Assim como os outros casais, eles também concordam que ainda existe preconceito quando meninas querem jogar “Ainda existe um pouco de preconceito sim, mas isso já diminuiu bastante de uns anos pra cá. As meninas têm se destacado no mundo dos videogames e ganhado mais reconhecimento”. Segundo o psicólogo Dr. Rodrigo Fonseca a pessoa que passa muitas horas do dia jogando compulsivamente pode ser considerado um vício, podendo afetar a vida afetiva, que pode ocasionar até em um término de namoro, pois o jogador que é viciado não tem tempo para outras tarefas e também não admite que esteja viciado no jogo. O médico também nos contou que existe tratamento para esse tipo de comportamento, como a psicoterapia, e em casos mais graves é necessário à avaliação de psiquiatra para

Fotos: Reprodução e Arquivo pessoal

47


25 DE MAIO: A DATA MAIS NERD DE TODAS Por Adenilson Moura Para os viciados em Star Wars, para os fãs de Douglas Adams ou para quem apenas é nerd e sabe bem disso, o dia 25 de maio deve ser tratado com muito carinho. Tudo isso porque, neste mesmo dia, ao redor do mundo, ocorrem diversas comemorações relativas ao universo geek DIA DA TOALHA

J

á dizia Douglas Adams, em seu livro “O Guia do Mochileiro das Galáxias” [Arqueiro, 2004]: “A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar”. Quem leu a série de livros, sabe o quanto significa ter uma toalha sempre por perto. Dentre suas utilidades, ela pode servir de cobertor, de arma, de cama e, acreditem, pode ser usada para secar o corpo. A data foi criada em 2001, ano em que Douglas morreu. Um fã sugeriu que uma data fosse criada para homenageá-lo e o dia 25 de maio foi escolhido. Para entrar na brincadeira, basta andar com uma toalha na mochila ou bolsa durante o dia. Tem vergonha? Tire uma foto com ela e poste na internet. Haverá outras fotos como a sua.

Em homenagem ao Dia da Toalha, fã posta foto com o livro de Douglas Adams e sua toalha. (Portal R7 25/05/2012)

48

DIA DO ORGULHO NERD No ano de 2006, na cidade de Madrid, um encontro marcou o início do Dia do Orgulho Nerd. Organizado por blogueiros espanhóis, centenas de nerds saíram às ruas da cidade para reproduzir uma grande jogatina de Pac Man. O evento ocorreu no dia 25 de maio daquele ano. A data serviu também para instaurar o manifesto nerd, repleto de direitos e deveres. Dentre os mais importantes, o “direito à obesidade e à miopia” e o “direito de ter poucos amigos ou nenhum” fazem referência ao tipo clássico de pessoas associadas ao

mundo nerd: pessoas obesas, com algum problema na visão e que não tenha amigos. DIA DO STAR WARS Para finalizar a lista de eventos nerds, o Dia do Star Wars é uma data, instaurada em 25 de maio de 2007 para comemorar os 30 anos de lançamento do primeiro filme da série “Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança”. A data foi instituída pela prefeitura de Los Angeles como forma de agradecer ao diretor do filme, George Lucas, pela contribuição ao mundo da sétima arte e à cidade.


Start Geek Indica

Trilha-sonora: Guardiões da Galáxia

E

ra meio arriscado apostar na produção de um longa-metragem sobre um grupo de super-heróis que não tiveram tanta relevância quanto Os Vingadores. Mas, para a surpresa da Disney, e da Marvel Studios, o sucesso foi imediato. Todo o conjunto da obra, que foi dirigida pelo cineasta James Gunn, favoreceu para esse sucesso de bilheterias.

Com artistas como David Bowie, Jackson 5 e The Runaways na lista, fica imperdível não escutar essa seleção. É mais que recomendável para os fãs de trilha-sonora.

Séries: The Flash e Gotham

Vendo que estava perdendo público com o sucesso dos filmes das obras de Stan Lee, a DC Comics finalmente decidiu reagir. Vem anunciando, faz alguns meses, que já começou a produzir o longa-metragem acerca da história de seu principal coletivo de heróis, a Liga da Justiça.

Por Caique Padovan

Porém, enquanto as filmagens não começam oficialmente, começaram arriscando-se pela televisão. Com o sucesso de Arrow, foi decidido levar mais duas histórias para as telas do canal Warner: The Flash e Gotham - essa última é um spin-off da história do Batman. Ambas as tramas já estão sendo muito bem acompanhadas desde o começo de outubro deste ano. Os horários de exibição são no período da tarde, ás 17 horas, e no da noite, ás 22 horas, todo domingo e quinta-feira.

Além do roteiro, dos efeitos e dos personagens, o que ajudou bastante para atrair o público aos cinemas foi a trilha-sonora. Cada faixa escolhida a dedo por Gunn, e tocada no walkman de Peter Quill (Chris Pratt), durante a execução do filme, serviu para fazer uma nostálgica referência aos hits musicais da década de 1970.

Fotos: Reprodução

49


E esse mundo masculino?

E

sse mundo é engraçado mesmo. Sabemos que cada pessoa é de um jeito e que, por isso mesmo, cada um gosta de uma coisa diferente do outro. O que não entendo, é porque temos que determinar em categorias tão insignificantes como “coisa de menino ou de menina”. É o que acontece com a maioria de nós, garotas geeks. Vamos esclarecer uma coisinha aqui: só porque eu gosto de jogar video game, ou porque prefiro assistir a um filme de terror do que a um romance meloso, não sou obrigada a ouvir comentários do tipo “meu, você é um moleque”. Alguns caras, incluindo alguns nerds e geeks, acham estranho meninas gostarem dessas coisas. Meu amigo, se você pensa assim e faz comentários do tipo que eu citei acima, o moleque é você.

Na minha opinião, quanto mais pessoas tiverem interesses em comum com os meus, melhor. Vou poder conversar com muito mais gente, poder ter vários tipos de opinião, e fazer muito mais amigos. Então, camarada, se você acha estranho uma menina que é fã de God of War, mas também adora um Just Dance, que curta ouvir um rock mas tem o CD da Taylor Swift inteiro no iPod, ou que ama maquiagem, mas na hora do look opta por um tênis para usar com aquele vestido gracinha, nem venha para o meu lado. Já, amiga geek, se você é das minhas, me ajude a erguer a bandeira de que não existe essa segregação de sexo para definir do que você vai gostar na vida, ou não. Acho, sinceramente, que essa visão deles está começando a mudar, e estamos ganhando nosso espaço. Tomara.

Paula Alabarse

Agora, vou levantar a bandeira aqui, de que tem meninas que acham que só porque o cara é nerd, é esquisito. Vamos parar com isso ai, mulherada. Se você quer ser respeitada pelas coisas que gosta e defende, não julgue o coleguinha do lado, não é mesmo? E para aqueles que não estão nem ai, o que importa é fazer amigos e ter gente com quem possa conversar sobre intermináveis questões nerds, vem aqui me dar um abraço, porque não existe essa de esteriótipos. Aliás, temos coisas mais importantes para discutir, tipo, o que vocês têm a me dizer no trailer de Os Vingadores 2: Era de Últron?

Fotos: Reprodução

50


Conheça nossa versão para Tablet

ira e m Pri ição Ed uita at Gr Disponível para Android e IOS

Baixe já na Play Store e Apple Store



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.