de JosĂŠ Vaz recontado pelos alunos do 4Âş ano da EB1 do Corpo Santo
Era uma vez um senhor que trabalhava na cave de uma biblioteca. Chamava-se Tomás era viúvo e uma pessoa muito solitária.
Os únicos companheiros do Sr. Tomás eram dois amigos de infância com quem ele tomava chá, de vez em quando. Mas estes pensavam que ele deveria arranjar uma companheira pois considerava os livros com que trabalhava como seus filhos.
Ao final do dia, quando o Sr. Tomás saía da cave da biblioteca, despedia-se dos livros: “Até amanhã meus meninos”…. Estes ganhavam vida e faziam sessões de grandes discussões entre si …todos queriam dar a sua opinião sobre tudo…
Todas as noites era escolhido um livro para presidir às discussões. Naquela noite o escolhido foi o Livro da Divina Comédia…. A algazarra entre eles era grande: tinha entrado um novo livro…
Os livros estavam revoltados, indignados pois achavam que aquele livro, velho, de capa desgastada e título escrito à mão não era digno de se integrar naquela comunidade!
No entanto, o livro de História alertou para o facto de não conhecerem ainda o conteúdo do referido livro. Não o deviam julgar pela aparência. Como nenhum dos outros livros se voluntariou para abrir o livro, o livro da Divina Comédia e o livro de História abriram o livro.
O livro foi aberto… era o livro de contas de uma drogaria… este livro sem ter uma história escrita contava muitas histórias de vida….e falava de um homem bom chamado Abílio que ajudava a todos sem nada pedir em troca.
Os livros voltaram a reunir. Estavam ansiosos por saber qual tinha sido a decisão do livro da Divina Comédia e do livro de História. Então o livro das barbas brancas comunicou à assembleia que aquele livro era digno de integrar aquela pátria pois contava uma história de amor aos seres humanos.
E, assim o livro de contas da drogaria do Sr. AbĂlio foi guardado ao lado de todos aqueles livros a abarrotar de sabedoria na cave daquela biblioteca onde trabalhava um homem que amava os livros como se fossem seus filhos.