Recriando a vida: a educação além da escola

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A VIDA

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A EDUCAÇÃO ALÉM DA ESCOLA Paula Carlesso | TFG I 2017/1



"A educação modela as almas e recria os corações. Ela é a alavanca das mudanças sociais." Paulo Freire


Paula Carlesso

recriando a vida: a educação além da escola Introdução ao Trabalho Final de Graduação, submetido como requisito parcial necessário à obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo, outorgado pela Universidade Federal da Fronteira Sul Orientadora Prof. Me. Natalia Nakadomari Bula UFFS junho 2017


SUMÁRIO

1 2 3 4 5

INTRODUÇÃO

.1 Apresentação do tema, justicativa e objetivos

6

REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL

.1 Contexto da educação no Brasil .2 Legislação federal .3 O lugar da educação integral na política social .4 A pesquisa qualitativa como método de investigação do problema .5 Pedagogias alternativas .6 Estudos de caso

8 10 12 14 18 20

APROXIMAÇÃO AO OBJETO

.1 Local .2 Análises do recorte .3 Associação Benecente Recriando a Vida .4 Resultados da pesquisa qualitativa .5 Denição de demanda

30 32 34 36 40

PROPOSTA PROJETUAL

.1 Diretrizes e intenções projetuais .2 Zoneamento e programa de necessidades .3 Conceito e partido .4 Volumetria e linguagem

42 44 46 48

REFERÊNCIAS

.1 Lista de guras 2. Referências bibliográcas 3. Apêndices

50 52 54

5


1

POR QUÊ? PARA QUÊ? PARA QUEM?

6


JUSTIFICATIVA A proposta pretende atender a uma demanda real identicada no bairro Presidente Vargas, município de Erechim/RS, oferecendo uma estrutura capaz de viabilizar as atividades atualmente realizadas pela Associação Recriando a Vida em uma residência alugada. O primeiro contato direto com a Associação Benecente Recriando a Vida ocorreu no ano de 2015, com a participação das atividades da semana da criança. A instituição se mantém em funcionamento por meio de doações e colaboração voluntária e entidades, empresas e grupos de pessoas que solidarizam-se com a proposta de tirar crianças e jovens da rua no período complementar ao da escola. A ociosidade durante o período de contraturno escolar pode ser vista como um risco no que diz respeito à marginalização de crianças e jovens. Por isso, acredita-se que a instituições como a Associação Recriando a Vida assumem o papel de manter e fortalecer o vínculo da criança e do adolescente com a escola, reforçando ainda mais a importância das experiências extraescolares oferecidas.

OBJETIVOS

Proposta arquitetônica de um espaço adequado às atividades desenvolvidas pela Associação Benecente Recriando a Vida, no município de Erechim/RS.

Objetivos especícos - Pesquisar bibliograa sobre o tema; - Analisar projetos e edicações semelhantes; - Elaborar as diretrizes projetuais e o programa de necessidades de maneira participativa; - Lançamento de proposta projetual. 7


Escola Nova Manifesto dos pioneiros da educação na época (Anísio Teixeira). Obrigatoriedade da educção de qualidade para todos.

Constituição brasileira Tem início as discussões sobre a Lei de Diretrizes e bases da educação ‘’Movimento de defesa da escola pública’’

Institucionalização do ensino superior

1932

1946

1549

1824

1934

Educalção religiosa Jesuítas

Constituição Imperial Acesso e gratuidade à educação primária a todo ciddão brasileiro

Constituição brasileira Ensino primário como dever do Estado.

1808

2

Lei de diretrizes e bases da educação Primeira aprovação da proposta ainda com alguns conceitos considerados conservadores, pois dava maior foco ao ensino privado

1961

Constituição brasileira Educação denida como direito social e de responsabilidade do Estado

1988

1950

1980

Escola-parque, BA Anísio Teixeira Primeiras propostas para ampliação da jornada escolar

CIEP, RJ Centro Integrado de Educação Pública Oscar Niemeyer Atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Educação integral.

REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL

CONTEXTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Linha do tempo elaborada pela autora a partir de SANDER (2007), FILHO et al (2000) e Ministério da Educação e Cultura (MEC).

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Cidade Escola Aprendiz, SP Promoção de experiências e políticas públicas orientadas por uma perspectiva integral da educação

Programa Escola Integrada, MG Política municipal de Belo Horizonte, promove o ensino integral para além do edifício escolar.

1997

PNE Plano Nacional de Educação Diretrizes, metas e estratégias para 10 anos (2014 a 2024). A meta 6 trata especicamente da educação integral.

2006

2014

1990

2000

2010

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente Proteção e prioridade aos direitos da infância e adolescência.

CEU, SP Centro de Artes e Esportes Unicados Além de atividades esportivas e culturais, oferece assistência social, formação e qualicação para promover a cidadania em territórios de alta vulnerabilidade social.

Programa Mais Educação Ampliação da jornada escolar para no mínimo 7h diárias, nas instituições de ensino municipais e estaduais, por meio de atividades optativas que envolvem educação ambiental, acompanhamento pedagógico, aulas de reforço escolar e prática de esportes.

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50,8% 2014

50%

2014

2014

BRASIL

2014

25,6%

RS

42%

25% 2024

15,7%

2014

17,5% 2014

ERECHIM

50% 2024

Matrículas na rede pública em tempo integral na Educação Básica

META

META

Escolas públicas da educação básica com matrículas em tempo integral

O gráco acima apresenta a relação da meta 6 estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE), a qual visa ‘’oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da Educação Básica’’ em um período de 10 anos (2014 a 2024) (Observatório PNE, 2017). Os dados disponibilizados pela plataforma do PNE indicam que para o número de escolas com oferta de ensino integral, a única esfera que ainda não atingiu a meta é a nacional. Com relação ao número de alunos matriculados, em âmbito nacional e municipal os números não se mostram satisfatórios. O município de Erechim, com relação ao número de escolas que oferecem as atividades em tempo integral está dentro da meta proposta. Entretanto, de acordo com os dados de 2014, o número de alunos matriculados nesta modalidade de ensino está em 17,5 dos 25% propostos.

2

REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL LEGISLAÇÃO FEDERAL

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E.M. Othelo Rosa 365 matrículas ensino fundamental 1° a 9° ano

85 alunos

matriculados no programa

MAIS EDUCAÇÃO

23,3% atendidos pelo ENSINO INTEGRAL

A Escola de Ensino Fundamental Othelo Rosa, localizada no bairro Presidente Vargas, atualmente é uma das 62,5 mil escolas de educação básica do Brasil vinculadas ao programa Mais Educação. As atividades ofertadas de segunda a quintafeira contemplam aulas de português, matemática, taewkondo, artesanato e basquete. Em virtude das dependências da escola estarem ocupadas quase em sua totalidade durante os dois turnos, o atendimento em turno integral para 100% dos alunos ca impossibilitado. Isto ocorre para a maioria dos casos de escolas públicas no Brasil, pois para atender a um programa de educação integral, a edicação escolar deve ter sido planejada previamente para este m. Por ser um tema relativamente atual, a falta de infraestrutura para viabilizar as atividades no contraturno torna-se um desao.

O cenário da educação pública no Brasil vem provocando discussões e questionamentos no que diz respeito à qualidade e aos seus resultados efetivos. Uma das respostas a esse quadro são as novas políticas educacionais voltadas ao ensino integral, que também tem gerado debates que colocam em análise a estrutura física e pedagógica do sistema de educação atual e sua real capacidade para ampliar a carga horária de permanência de crianças e adolescentes nas instituições de ensino. Foi elaborada pelo Governo Federal uma proposta que prevê a ampliação da jornada escolar em no mínimo 7 horas diárias, o Programa Mais Educação, regulamentado pelo Decreto 7.083/10. A proposta visa atender escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e localizadas em zonas de vulnerabilidade social, situadas em capitais, regiões metropolitanas ou cidades com população igual ou superior a 90 mil habitantes. Por se tratar de uma política pública em construção, ainda não alcançou seu objetivo em muitas instituições de ensino, já que demanda de altos investimentos para sua implementação, tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto ao preparo dos prossionais da docência para esta nova modalidade. (ASSIS, 2011) O discurso da educação integral também está inserido no texto que compõe a Lei n° 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e prevê o aumento progressivo da jornada escolar para o regime de tempo integral (arts. 34 e 87, § 5°), além de reconhecer e valorizar as iniciativas de instituições que desenvolvem, como parceiras da escola, experiências extraescolares (art. 3°, X). Neste contexto encontram-se as organizações não-governamentais, que desenvolvem atividades no período inverso ao da escola e, como apoio a ela, assumem um caráter educativo geralmente em “bairros que são, em sua maioria, pouco providos de serviços e oportunidades destinados à proteção, educação e lazer de crianças, adolescentes e jovens’’. (GUARÁ, 2009) Para Oliveira (2013), a origem do problema do alto índice de marginalidade infanto-juvenil se dá pela má qualidade dos serviços de assistência social, carência nanceira, desestrutura familiar e evasão escolar, que acabam por congurar uma situação de vulnerabilidade social. Se por um lado, a legislação e os novos programas de educação integral apresentam-se como as principais garantias de proteção e recuperação deste público, por outro, a trajetória da educação no país indica métodos de ensino consolidados que dicultam o alcance aos objetivos dos programas já citados. A partir desta problemática surge a necessidade de pensar espaços que atendam às necessidades dos usuários, considerando a realidade local e o contexto em que estão inseridos.

11


Nossa reflexão problematiza e propõe que o pós-escola resulte da articulação do conjunto de esforços/respostas multisetoriais já existentes nos microterritórios da cidade e tomem a realidade local, seus sujeitos e identidades como pauta inicial das situações de aprendizagem oferecidas à população infanto-juvenil. (Carvalho, 2006)

2

REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL O LUGAR DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NA

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POLÍTICA SOCIAL


A arquitetura escolar e os espaços por ela produzidos são responsáveis diretos no que se refere à construção de condutas punitivas e violentas contra alunos. Diante disto, Bencosta (2010) considera que o caráter de escola construído até os dias atuais tem contribuído para tornar este espaço algo que não é entendido pelas crianças e adolescentes como um símbolo de educação e proteção, mas sim como uma prisão na qual devem obedecer a regras e sobre a qual não possuem mínima responsabilidade, pois tudo os leva a entender que este ambiente que só os repreende pertence apenas àqueles que o administram. Os modelos encontrados, em geral, apresentam poucas e pequenas aberturas, sem relação com o exterior e que “lembram antigas prisões”, tornando estes lugares desinteressantes e opressivos. O conceito da educação integral apresenta-se como um debate contemporâneo que envolve fatores como a qualidade e capacidade das escolas brasileiras, tanto com relação ao espaço quanto ao método de ensino. Assegurar a qualidade do ensino torna-se um desao à medida em que o olhar aproxima-se de um contexto social menos favorecido. Mais do que ampliar o número de horas que uma criança ou adolescente passa dentro da escola, é preciso vericar sua real efetividade e se são contempladas todas as políticas setoriais, como cultura, esporte e meio ambiente, por exemplo. Nesse sentido, Carvalho (2006) aponta que as políticas sociais nascem de demandas e iniciativas da comunidade, e não pela mão do Estado. Expandem-se como políticas da comunidade, constroem-se no microterritório e são promovidas por organizações não-governamentais que [...] oferecem um serviço de atenção à infância e juventude. [...] É preciso insistir que milhares de programas de pós-escola, hoje existentes no Brasil, voltados às camadas populares, são ainda iniciativas da sociedade civil [...], são um bem público comunitário e se constituem em um capital social das próprias populações vulnerabilizadas pela pobreza e escassez de oportunidades e serviços. (CARVALHO, 2006)

Instituições de apoio que realizam o atendimento no período complementar ao da escola constituem-se como serviço de proteção social, uma vez que desempenham o papel de manter e reforçar o vínculo escolar da criança e do adolescente. Além disso, a diversidade de atividades envolvendo cultura, educação, esporte, lazer e saúde torna o programa multisetorial, atendendo às reais necessidades do usuário que está inserido em determinado contexto e busca na escola e na comunidade desenvolver sua identidade. (CARVALHO, 2006)

13


2

REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL A PESQUISA QUALITATIVA

COMO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO DO PROBLEMA

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Processo que se caracteriza por um movimento sistemático não linear, um ir-e-vir constante, individual-coletivo, de colher, registrar, analisar, e devolver os dados com o sentido de conhecer, compreender, descrever o fenômeno em estudo e de avaliar e transformar a realidade, quando o objeto assim o requer." (Oliveira, 2013) Com base nos objetivos descritos anteriormente, que se desdobram a partir da problemática de projetar um novo espaço que abrigue as atividades já desenvolvidas pela Associação Recriando a Vida, acredita-se que uma das formas de cumpri-los dar-se-á pela aproximação com o usuário, para permitir que este participe do processo de concepção de algo que deverá, como em todo projeto arquitetônico, atender às suas necessidades. Lawson (2011) arma que o prossional, entendido neste estudo como pesquisador, precisa fundamentar suas escolhas incluindo teorias das ciências sociais e comportamentais, para melhor compreensão da natureza de seus usuários. Diante disto, Bula (2015) descreve a abordagem fenomenológica do processo de projeto como um método que “se diferencia por sua preocupação com o espaço vivenciado, por ter a intenção de causar experiências com signicados”. Em virtude de o tema se tratar de uma demanda real identicada, entende-se a pesquisa qualitativa como um modo de “escutar vozes silenciadas”, termo que é utilizado por Creswell (2014) para justicar este método e quando ele deve ser aplicado. O autor dene a pesquisa qualitativa como: A pesquisa qualitativa começa com pressupostos e o uso de estruturas interpretativas/teóricas que informam o estudo dos problemas da pesquisa, abordando os signicados que os indivíduos ou grupos atribuem a um problema social ou humano. Para estudar esse problema, os pesquisadores qualitativos usam uma abordagem qualitativa da investigação, a coleta de dados em um contexto natural sensível às pessoas e aos lugares em estudo e a análise dos dados que é tanto indutiva quanto dedutiva e estabelece padrões ou temas. O relatório nal ou a apresentação incluem as vozes dos participantes, a reexão do pesquisador, uma descrição complexa e interpretação do problema e a sua contribuição para a literatura ou um chamado à mudança. (CRESWELL, 2014)

A pesquisa qualitativa no contexto da arquitetura também é denida por Duarte et al (2007) como o surgimento de uma prática preocupada em atender às necessidades, expectativas e valores de seus usuários, onde o sentido de pertencimento descrito pelos autores só é realmente efetivado quando existe a participação da criança, dos pais e professores no processo de projeto, somando suas experiências culturais que dão signicado ao ambiente construído, para além do conhecimento teórico do arquiteto. 15


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REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL METODOLOGIAS ABORDADAS

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Para estabelecer uma aproximação com os usuários da Associação Benecente Recriando a Vida e suas necessidades, buscou-se uma metodologia que abrangesse a APO (Avaliação Pós-Ocupação) relacionada à residência na qual são realizadas as atividades da Associação Benecente Recriando a Vida atualmente. A APO constitui-se como uma importante ferramenta de análise de ambientes educacionais, permitindo que sejam realizadas intervenções e melhorias no espaço escolar levando em consideração o olhar do usuário. (RHEINGANTZ et al. 2009) Para compreender as necessidades e anseios das crianças, adolescentes e voluntários que utilizam o espaço atual da Associação Benecente Recriando a Vida, foram escolhidos quatro métodos da APO para aplicação. O método do poema dos desejos para as crianças, o jogo de imagens e palavras para os adolescentes e a entrevista semiestruturada para os voluntários, além da observação experiencial realizada ao longo da pesquisa. Já que a APO considera o ponto de vista do usuário, Rheingantz et al (2009) arma que é pertinente inserir as sensações e experiências do pesquisador, que incluirá um olhar técnico e sensível em virtude da convivência e da criação de vínculos com as pessoas e o local estudado. Esta aproximação pode ser feita através do método da Obseravção Experiencial, onde a leitura do espaço é realizada através das relações pessoais estabelecidas com os usuários. O método desenvolvido em 2002 por Saddek Rebal, denominado Jogo de Imagens e Palavras, surge como alternativa para ampliar as possibilidades de linguagem entre pesquisador e usuário. A atividade é baseada na reexão da opinião dos participantes sobre sua experiência com o ambiente relacionado às imagens apresentadas. (OLIVEIRA, 2013) Desenvolvido por Henry Sanoff, o método do Poema dos Desejos consiste na exposição de sentimentos e desejos de usuários de um determinado espaço através da escrita ou do desenho a partir de questões colocadas pelo pesquisador com relação ao ambiente vivenciado. Para Rheingantz et al (2009),’’É um instrumento que se baseia na espontaneidade das respostas [...] que, de um modo geral, produz resultados ricos e representativos das demandas e expectativas dos usuários.’’ Por m, a entrevista semiestruturada aplica-se nesta pesquisa com o intuito de estudar a opinião dos voluntários da Associação Benecente Recriando a Vida, que também são usuários do espaço atual. A técnica consiste em um roteiro ou esquema básico de perguntas abertas e fechadas, onde o entrevistado pode expressar-se da forma que julgar adequado, sem se prender ao que foi inicialmente questionado. (OLIVEIRA, 2013) 17


2

REFERENCIAL TEÓRICO-PROJETUAL AS PEDAGOGIAS ALTERNATIVAS KOWALTOWSKI (2011) e BEYER (2014)

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WALDORF EXPRESSÃO ARTÍSTICA CONEXÃO COM A NATUREZA

CRIATIVIDADE PENSAR+SENTIR+QUERER

PAULO FREIRE ASPECTOS SOCIAIS E CULTURAIS CURIOSIDADE

MONTAIGNE RESPEITO À PERSONALIDADE HUMANISMO

VITTRA CORES PEDAGOGIA + DESIGN

EDUCAÇÃO + LAZER

REGGIO EMILIA

EXPRESSÕES DO CORPO

SENSAÇÕES OLHAR DA CRIANÇA AUTONOMIA ESCOLA-PARQUE

LIBERDADE DE APRENDIZADO

PAPEL SOCIAL DA ESCOLA

PIAGET EXPERIMENTAÇÃO

AUTONOMIA

MONTESSORI SENTIDOS E EXPERIÊNCIAS ESCALA DA CRIANÇA

AUTONOMIA

Tomando como ponto de partida a abordagem já utilizada atualmente na Associação Benecente Recriando a Vida, procurouse compor uma síntese dos principais objetivos de algumas das mais importantes pedagogias alternativas da atualidade. O principal conceito que pode ser absorvido dentre todas é o de garantir a autonomia da criança no processo de aprendizado. Com o intuito de inserir estes conceitos na forma de espacialização do projeto, o esquema de palavras acima busca integrá-las a partir do método pedagógico como cada uma realiza este processo, tendo sido utilizada esta síntese para compor as diretrizes projetuais do presente estudo. 19


2

APROXIMAÇÃO AO OBJETO ESTUDOS DE CASO

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A ESCOLA IDEAL EXISTE? Bons exemplos CDPC

Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (Tião Rocha, 1984): organização não-governamental, que tem como ideia central “educação pode ser em qualquer lugar”. Realiza projetos educativos fora da escola, aplicando métodos e pedagogias alternativas aliado à valorização da cultura de cada comunidade onde a proposta está inserida.

Escola da Ponte Escola da Ponte (José Pacheco, década de 70): participação efetiva dos alunos no planejamento e no processo de ensino/aprendizagem dentro da escola. Incentiva a autonomia e o senso de responsabilidade.

Projeto Âncora Projeto Âncora (José Pacheco, 1995): possui os mesmos ideais da Escola da Ponte para tornar o aluno protagonista da sua própria educação. Não há turmas divididas por idades, todos aprendem juntos e os educadores são apenas mediadores neste processo. 21


FIGURA 1

2

APROXIMAÇÃO AO OBJETO ESTUDOS DE CASO

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Escola em Alto de Pinheiros, São Paulo/BR

Base Urbana + Pessoa Arquitetos | Área 796 m² | Ano do projeto 2014 O projeto teve como partido conceber um espaço pedagógico extremamente prático e ao mesmo tempo agradável, melhorando a comunicação entre os estudantes, o ambiente e a experiência de aprendizagem. Os espaços, e em especial o mobiliário, foram pensados para a escala da criança. Prateleiras de livros na altura do usuário, peitoril das aberturas, espaços de estar e de brincar acessíveis possibilitam que o aluno transite livremente pela escola, como mostram as guras 1 a 4. Por se tratar de um projeto e obra com um prazo estreito para FIGURA 2 conclusão (150 dias), optou-se por utilizar estrutura metálica, concreto pré-moldado e fechamento em drywall. Além disso, por questões de conforto e estética da obra, empregou-se o uso da madeira no piso, forro e como moldura em aberturas.

FIGURA 3

FIGURA 4

Figura 5 - Planta baixa pav. térreo.

Figura 6 - Planta baixa segundo pavimento.

Figura 7 - Planta baixa terceiro pavimento.

LEGENDA Salas de aula

Funcionários

Circulação

Cozinha/Refeitório

Sanitários

Quadra poliesportiva 23


LEGENDA Salas de aula Circulação/pátio Sanitários Apoio/serviços Refeitório

Figura 8 - Planta baixa do pavimento térreo.

Figura 9 - Planta baixa do pavimento superior.

2

APROXIMAÇÃO AO OBJETO

ESTUDOS DE CASO

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Jardín Infantil Pajarito La Aurora, Medellin/CO

FIGURA 10

FIGURA 11

Ctrl G + Plan:b arquitectos | Área 1500 m² | Ano do projeto 2011 O desao do projeto era realizar uma interferência mínima na montanha onde seria implantada a escola, para preservar a paisagem. A partir desta condicionante, optou-se por trabalhar com o conceito de um jardim que se conectasse ao entorno, fragmentado em vários edifícios colados entre si e que, juntos, formam o todo, assim como a natureza. Foram trabalhadas áreas côncavas para estar e abrigo e convexas para circulação e brincadeiras. As cores, o pé direito e o mobiliário na escala da criança tornam este projeto especialmente interessante, além das formas espaciais que despertam o sentido de descoberta nas crianças. Os espaços de circulação são explorados com outros possíveis usos, já que esta atividade ocorre no pátio central para onde estão voltadas todas as salas da escola. No pavimento inferior localizam-se todas as atividades relacionadas diretamente ao ensino e sua administração. No segundo pavimento da escola existe o refeitório, a cozinha e as áreas de apoio. A divisão das atividades em níveis acontece para acompanhar a topograa e separar o setor pedagógico dos setores de apoio. As guras 10, 11 e 12 demonstram a exploração de elementos naturais como árvores, arbustos e vegetação forrageira para compor os ambientes externos. A gura 13 ilustra um dos espaços internos da escola, que estabelece conexão visual entre externo e interno, além de fazer o uso de diferentes cores e texturas de materiais para estimular o aprendizado das crianças através da curiosidade.

FIGURA 12

FIGURA 13 25


FIGURA 14

FIGURA 15

2

APROXIMAÇÃO AO OBJETO

ESTUDOS DE CASO

26


Escola Waldorf Anabá, Florianópolis/BR

FIGURA 16

Construção espontânea | Área 60000 m² | Ano do projeto 1980 A escola recebe crianças a partir dos 2 anos de idade, oferecendo Educação Infantil, Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano e Ensino Médio. A proposta pedagógica, voltada para a Antroposoa de Rudolf Steiner, baseia-se na integração entre a esfera cognitiva, o aspecto emocional e o prático-manual. A espacialização da pedagogia evita ângulos de 90° para as paredes, explora a iluminação natural e a escala da criança para aberturas e mobiliário. O uso da madeira para as edicações e mobiliário é frequente, e os espaços para recreação ocorrem durante toda a escola, não havendo um ‘’parquinho’’ concentrado com os brinquedos infantis (gura 16).

Salas de aula distribuídas em torno de um pátio central. (gura15)

FIGURA 17

Alternativas de iluminação natural fazem parte da espacialização da pedagogia Waldorf. (gura 18)

FIGURA 18

Aberturas e mobiliário na escala do usuário tornam o espaço adequado às atividades.

Uso predominante da madeira, expressando a conexão da pedagogia com a natureza através da materialidade.

Salas de aula com varandas realizam a transição interior x exterior. (guras 14 e 17) 27


FIGURA 19

2

APROXIMAÇÃO AO OBJETO ESTUDOS DE CASO

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Escola MOPI, Rio de Janeiro/BR Mairenes + Patalano | Área 15000 m² | Ano do projeto 2009

FIGURA 20

FIGURA 21

A escola atende desde a educação infantil até o ensino médio. A proposta pedagógica caracteriza-se por uma abordagem por competência, na qual através da autonomia, inovação e atenção aos relacionamentos, o aluno torna-se crítico e capaz de tomar decisões complexas, atendendo da creche ao vestibular. O projeto conta com a fachada principal voltada para uma avenida movimentada da cidade, e a fachada de fundos face a reserva orestal da Tijuca. A escola é composta por quatro volumes conectados por varandas de circulação e um pátio interno. ‘’A fachada principal evoca a onipresente oresta na forma de abstração de uma árvore’’ (Archdaily), como pode ser observado na gura 19. A gura 20 apresenta o espaço destinado às ocinas de culinária oferecidas pela escola, com espaço de bancada que possibilita o processamento do alimento e uma conguração espacial que coloca o aluno em contato visual constante com a movimentação externa. Na gura 21 pode ser observado o espaço de circulação, que ocorre prioritariamente por meio de rampas com leve inclinação. Para tornar o espaço de circulação das rampas mais dinâmico, a proposta conta com a solução de meios-níveis. Além disso, o uso de cores no interior de toda a edicação ocorre em virtude da proposta pedagógica da escola, que visa estimular a curiosidade, a criatividade e a sensibilidade dos alunos. Os demais espaços de circulação também conguram-se como áreas de estar e convivência que conversam com o pano de vidro voltado para o exterior (gura 22). Nas salas de aula também é feito o uso de paredes envidraçadas que possibilitam a visualização parcial de um ambiente para o outro, ilustrado na gura 23.

FIGURA 22

Croqui esquemático de setorização da proposta. Fonte: Archdaily.

LEGENDA Bloco de salas de aula e refeitório Circulação

FIGURA 23

Bloco administrativo 29


3

APROXIMAÇÃO AO OBJETO O LOCAL E O CONTEXTO

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MUNICÍPIO: Erechim

Erechim é um município brasileiro da região Sul, localizado no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Considerada um centro subregional no país, é a segunda cidade mais populosa do norte do estado com 102.906 habitantes (estimativa do IBGE para 2016), superada apenas pelo município de Passo Fundo. O município localiza-se ao Norte do Rio Grande do Sul, na região do Alto Uruguai, sobre a cordilheira da Serra Geral. No contexto do ensino, a Secretaria Municipal de Educação é composta por 14 escolas (6 com ensino fundamental, 6 com atendimento especíco de Educação Infantil e 1 de Belas Artes). Todas as escolas municipais participam do programa Mais Educação e oferecem ensino integral para parte dos alunos matriculados. Uma das escolas de ensino fundamental citadas acima localizase no bairro Presidente Vargas, local de estudo da presente pesquisa, a Escola Municipal Othelo Rosa.

BAIRRO: Presidente Vargas

A formação do bairro Presidente Vargas, onde a instituição está instalada, ocorreu em paralelo ao processo de industrialização no município de Erechim/RS. De acordo com relato documentado pelas Irmãs Teresianas, fundadoras do projeto Recriando a Vida, a formação do bairro ocorreu através de ocupações irregulares pela parcela da população em situação de risco e vulnerabilidade social. Em virtude disto, muitas residências não possuem infraestrutura básica mínima, como água encanada e esgoto.

RECORTE: limites e identicação O recorte de estudo foi denido a partir das análises e visitas à Associação Benecente Recriando a Vida. Durante a aproximação e as conversas com moradores locais, constatou-se que a comunidade não se identica com os limites políticos estabelecidos pela Prefeitura Municipal de Erechim/RS. Diante disto, considerou-se no recorte que a via João Batiston, -demarcada no mapa ao lado em amarelo-, estabelece um limite para o bairro, de acordo com os conceitos de Lynch (1997). O autor trata o bairro como parte da cidade que é percebida como possuindo alguma característica identicadora, que vai desde espaços e forma urbana até usos e habitantes. Com relação aos limites, a teoria de Kevin Lynch arma que são elementos lineares que conguram quebras de continuidade, como ocorre com a via do recorte em estudo. Por m, a abrangência do recorte de estudo leva em consideração a localização das residências das crianças e adolescentes que hoje frequentam a instituição. 31


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I

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mapa 1 - cheios e vazios. escala 1:5000

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Base cartográca Prefeitura Municipal de Erechim/RS Elaboração dos mapas: Paula Carlesso

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Base cartográca Prefeitura Municipal de Erechim/RS Elaboração dos mapas: Paula Carlesso

A

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mapa 2 - uso e ocupação do solo e altura das edicações. escala 1:5000

Caracterização do recorte

3

APROXIMAÇÃO AO OBJETO ANÁLISES DO RECORTE

32

LEGENDA residencial misto (residencial e comercial) comercial institucional terreno atual (480m²) terreno de intervenção (9550m²) áreas verdes e áreas remanescentes limite político do bairro Presidente Vargas

Os mapas 1 e 2 possibilitam analisar as características urbanas do recorte e identicar sua ligação com os usos, a forma de ocupação, as relações entre público e privado, a morfologia urbana e a tipologia do sistema viário. O bairro Presidente Vargas caracteriza-se principalmente por sua horizontalidade, como pode ser visto nos cortes esquemáticos A e B. A ocupação irregular do solo é outro aspecto do local, por ser composta de aglomerados de edicações em sua maioria residenciais devido à sua formação inicial. Os equipamentos existentes no bairro incluem a E.M. Othelo Rosa, que abrange a educação infantil até o ensino fundamental. Além disso, um dos cemitérios municipais está localizado no Presidente Vargas. O atendimento à saúde é realizado na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro, localizado a 500m do terreno de intervenção. O hospital público do município localiza-se a 3km do bairro, com tempo de deslocamento por veículo de 6 a 10 minutos.


O

Condicionantes naturais e legais

ÃO

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A

Ventos predominantes Nordeste

P

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Ventos de inverno Sul I

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É DO

OS UA J

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R

UTP 13 UR-6

Uso conforme para Educação/Cultura Índice de aproveitamento Taxa de ocupação Altura da edicação

1 80% subsolo, térreo e pav. intermediário 60% demais pavimentos 04 pavimentos / 15,50m de altura

mapa 3 - localização dos usuários e elementos importantes do recorte. escala 1:5000

Recuo de fundos

c/ abertura: H/15+1,40m e nunca inferior a 2m s/ aberturas: H/23+1,10m e nunca inferior a 2m H/20+2,50m nunca inferior a 1/10 da prof. do lote

Recuo frontal

4m

Estacionamento

subsolo ou qualquer pavimento

Recuos laterais

De onde vem os usuários? LEGENDA A B

A B

E.M. Othelo Rosa Cemitério Municipal Santa Cruz Ginásio de esportes particular Áreas verdes

Rua Josena Dalla Rosa Terreno da proposta

Área verde 1 criança 2 crianças 3 crianças

Corte esquemático AA. Sem escala. Área verde Terreno da proposta

Corte esquemático BB. Sem escala.

DINARTE

Base cartográca Prefeitura Municipal de Erechim/RS Elaboração dos mapas: Paula Carlesso

Inverno

O PAN

RUA ANGEL

ROSA

Verão

I

L AU

Rua Josena Dalla Rosa

Uma das principais preocupações para a escolha do terreno foi com relação à distância percorrida pelas crianças e adolescentes para chegar até a instituição. Para isso, realizou-se o levantamento da localização das residências de parte dos usuários e constatou-se que estes encontram-se, quase que em sua totalidade, no bairro Presidente Vargas. De acordo com os cadastros e com a coordenação da instituição, apenas duas crianças são moradoras de outro bairro (Paiol Grande). Além disso, a Rua Josena Dalla Rosa, onde está inserido o terreno escolhido para a intervenção, possui conexão com a escola do bairro através do transporte público urbano. Também próximo ao terreno existe um ponto de ônibus. Com relação aos condicionantes naturais, a topograa, as áreas verdes adjacentes e um dos maiores lados do terreno com face para o Norte apresentam-se como um grande potencial para a proposta arquitetônica. 2850m² dos fundos do lote para área de educação ambiental

4 crianças terreno atual (480m²) terreno de intervenção (9550m²) ponto de ônibus

33


FIGURA 24

FIGURA 25

FIGURA 26

3

APROXIMAÇÃO AO OBJETO ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE RECRIANDO A VIDA

34


HISTÓRIA

FIGURA 27

A entidade tem como missão a promoção humana das famílias, prioritariamente com crianças e adolescentes de 06 a 15 anos que estejam em situação de risco e exclusão social. A ação de assistência social está voltada para construir uma sociedade que promova a dignidade das pessoas e os valores éticos e morais para cultivar o respeito mútuo. O projeto socioeducativo Recriando a Vida – Casa Santa Teresa de Jesus foi inaugurado no dia 06 de março de 2008 pela Irmãs Teresianas (Congregação Santa Teresa de Jesus), com a presença de algumas guras importantes do bairro Presidente Vargas, onde está localizada, que incluíam o setor da educação, saúde e administração municipal, além de representantes religiosos do bairro. Em 2014 a nova associação assumiu a entidade, alterando seu nome para Associação Benecente Recriando a Vida.

QUEM É O USUÁRIO? O principal foco da instituição é atender às crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social do bairro Presidente Vargas. Entretanto, além destes, considera-se ainda como usuários do espaço tanto os voluntários quanto as famílias dos estudantes. As crianças e adolescentes que frequentam o projeto pertencem a famílias que encontram-se em situação de risco e vulnerabilidade social, sendo que nem todos possuem infraestrutura básica em suas residências, como água encanada e esgoto. O cadastro para participação das atividades desenvolvidas pela associação ocorre por intermédio da escola de ensino fundamental do bairro Presidente Vargas, Escola Municipal Othelo Rosa.

SEDE ATUAL

FIGURA 28

Desde sua fundação, a associação tem como sede uma residência em madeira (guras 13 a 19), localizada na rua João Michel, n° 88, no bairro Presidente Vargas, em Erechim/RS. O funcionamento do projeto se dá por meio de doações da comunidade, como empresas, entidades e membros da população em geral. Os serviços ofertados (aulas, alimentação, limpeza e acompanhamento) também acontecem por meio do voluntariado.

ATIVIDADES REALIZADAS

FIGURA 29

São realizadas ocinas de segunda à sexta-feira, com o intuito de servir como apoio no desempenho escolar das crianças e adolescentes. Com o auxílio de professoras voluntárias, são ofertadas aulas de artes, música, valores éticos e morais, prática de esportes e reforço escolar nas disciplinas de português e matemática. A associação também fornece alimentação (café da manhã, lanche e almoço), além de acompanhamento e assistência social através de estágios realizados por estudantes de psicologia e enfermagem de universidades da região.

FIGURA 30 35


OBSERVAÇÃO EXPERIENCIAL De acordo com Souza et al (2006), a observação experiencial é uma das principais formas de se conhecer o ambiente de estudo. A aplicação do método ocorreu desde o início da pesquisa, durante as visitas realizadas à Associação Benecente Recriando a Vida. Um dos objetivos era realizar a observação experiencial como forma de conhecer a rotina diária da instituição, além de estabelecer um vínculo afetivo com os usuários do espaço, tanto as crianças e adolescentes quanto com voluntários. As anotações eram feitas em um caderno de campo e surgiam de conversas informais, durante a realização das atividades do local. A maior parte dessas anotações diz respeito às conversas com a coordenadora da instituição, que cuida da parte pedagógica e, com a ajuda do presidente, da parte administrativa. Uma das limitações mais claras é a falta de espaço, apontada como um problema em todas as conversas. Além disso, por se tratar de uma residência adaptada para os usos da associação, a qualidade do espaço disponível também é insuciente. Os locais internos de maior permanência possuem limitações no que diz respeito aos aspectos de conforto, como iluminação e ventilação natural. O pequeno campo de areia disponível para a prática de esportes não possui cobertura, cando comprometida a realização desta atividade em dias de chuva e nos subsequentes. A cozinha onde ocorre o preparo dos alimentos que são servidos para os alunos possui a necessidade de instalação de um exaustor pois, como relatado pela coordenadora, o fogão industrial produz muito calor no ambiente e isso apresenta-se como um fator de desconforto tanto no verão quanto no inverno, quando as portas e janelas estão fechadas e o cheiro não se dissipa. Durante o período da pesquisa, acompanhou-se o processo de solicitação de doação de terreno junto à Prefeitura Municipal de Erechim/RS, que ainda encontra-se em andamento. De acordo com a coordenadora, o valor pago pelo aluguel mensalmente seria mais proveitoso se estivesse sendo aplicado de outra forma. Além disso, as adaptações e reformas na sede atual são recorrentes, demandando altos investimentos. Por m, a falta de espaço disponível no terreno limita certos tipos de intervenção e a ampliação dos espaços.

4

PROPOSTA RESULTADOS DA PESQUISA QUALITATIVA

36


1

POEMA DOS DESEJOS O método foi aplicado para 20 crianças entre 6 e 10 anos que frequentam a instituição. Para subsidiar a criação dos desenhos, foi apresentada uma questão que deveria ser respondida através da expressão gráca dos alunos: ‘’Qual seria a escola dos sonhos para você?’’, levando em consideração aquilo que as crianças consideram uma deciência na atual sede da Associação Benecente Recriando a Vida. Assim como para Souza et al (2006), a atividade ocorreu com o acompanhamento da pesquisadora, que sentou-se junto às crianças para anotar tudo que era dito por elas, facilitando o entendimento para posterior análise das criações.

2

3

4

‘’Este procedimento, além de facilitador da comunicação com as crianças, possibilitou a compreensão do signicado e das intenções que motivaram cada desenho [...] Posteriormente, a iniciativa do observador foi validada na literatura especializada (MÉREDIEU, 2004; SILVA, 2002), uma vez que é comum que crianças pequenas mudem de idéia ao longo da elaboração de um desenho, pois são muito rigorosas com elas mesmas. Este procedimento desloca o foco da interpretação do desenho pelo observador para a sua descrição durante o processo de desenho.’’ (SOUZA et al, 2006)

De um modo geral, a maior parte dos desenhos trouxe áreas externas, espaços de parquinho com ores, árvores frutíferas e um campo de futebol que, segundo os usuários, deveria ser grande (já que o atual da associação é pequeno). Além disso, apesar de não ter sido desenhado, uma das crianças apontou a necessidade de um ‘’teto’’ para o campo de futebol e os brinquedos do parquinho, já que no dia anterior ao da atividade havia chovido e eles não podiam acessar a área externa, que estava molhada. Outro ponto levantado enquanto desenhavam foi a necessidade de um espaço para dormir/descansar na sala de aula, já que a atividade foi realizada por crianças que frequentaram a creche há pouco tempo, portanto tem como espelho o espaço vivenciado neste período. Por m, a gura 4 traz o desenho de um espaço interno expressado por Kauê, que demonstra uma conguração de mesa diferente da tradicional, onde os alunos compartilham a área de estudo de frente um para o outro. O ponto laranja acima da mesa foi descrito por ele como um ‘’lampeão para iluminar na hora de estudar’’.

37


JOGO DE IMAGENS E PALAVRAS O método foi aplicado para 7 crianças e adolescentes com idade entre 9 e 13 anos, com o intuito de estabelecer o diálogo com os usuários a respeito de sua preferência pelos diferentes ambientes apresentados. Durante a atividade, eram apresentadas 4 imagens para cada atividade realizada na entidade (estudar, assistir lmes, comer, descansar e brincar/exercitar), e destas 4 uma deveria ser escolhida e colocada em um painel. A cada item, era questionado pela pesquisadora o motivo da escolha da imagem e as respostas dadas eram anotadas no caderno de campo. Percebeu-se, ao m da atividade, que assim como nos demais métodos de pesquisa aplicados no presente estudo, a solicitação dos usuários é por mais espaço. As experiências pessoais também inuenciaram nas escolhas das imagens, entretanto é possível perceber que existe uma preocupação não só com atividades para a faixa etária do aluno que estava sendo entrevistado, mas também para as crianças de outras idades que frequentam a instituição. Isto demonstra a atmosfera de união existente entre todas as crianças e adolescentes. Atualmente a sala de informática existente na casa não está em funcionamento, pois não há internet para realizar pesquisas pelos alunos. O anseio dos alunos por salas com computadores disponíveis deve-se a isto, já que é uma ferramenta importante de apoio à educação, mas ainda se observa que os alunos não descartam a escrita manual e o papel do professor concomitante a este recurso.

1

1

FIGURA 31 FIGURA 34

2

4

RESULTADOS DA PESQUISA QUALITATIVA

38

2

2

FIGURA 35

FIGURA 32

3

3

3

FIGURA 33 ATIVIDADE: ESTUDAR

PROPOSTA

1

1 ‘’Porque eu não gosto muito de fazer trabalho em grupo, na escola eu já tive que fazer tudo sozinha e levar pra casa pra terminar’’ 2 ‘’Porque a gente pode trabalhar em grupo e fazer coisas diferentes, aprender coisas mais legais’’ ‘’Porque é bem colorida, cabe bastante gente e aqui a gente ca muito apertado.’’ 3 ‘’Envolve muitas matérias, aí aprende. E o computador ajuda e o ambiente também.’’ ‘’Porque tem os computadores. Também porque é maior e mais bonita.’’ ‘’Porque dá pra gente pesquisar coisas e quando tiver chovendo a gente pode mexer nos computadores.’’ ‘’Porque tem computador e o professor pode passar no quadro daí também tem espaço na mesa pra copiar. E também dá pra pesquisar as palavras no dicionário e no google tradutor’’

FIGURA 36 ATIVIDADE: ASSISTIR FILMES

ATIVIDADE

1 ‘’Melhor esse, daí já pode deitar pro lado se não 1 ‘’ Porque tem o ar bom tiver muita gente, tem o ventilador e a tela é grande coisas legais pra sentar e bo também’’ trânsito’’ ‘’Porque a gente vai ca 2 ‘’Porque cada um tem o seu. Aqui às vezes tem conversar’’ cadeira e às vezes não.’’ ‘’Porque é melhor pra com é melhor pros pequenos.’’ 3 ‘’A sala iluminada e bem espaçosa, grande pra ‘’Porque a gente pode sa deitar’’ atividade física entre as árv ‘’Porque é grande daí pode ser mais confortável, os pneus’’ que aí a gente pode deitar’’ ‘’Porque aqui a gente não ca bem a vontade e 2 ‘’Porque daí ca comend nesse tem pra todo mundo deitar’’ ‘’Porque é mais fácil, dá pra comer pipoca também’’ 3 ‘’Porque dá pra sentar conversar e é grande’’ ‘’Em grupo que daí cad comida e comer a comida pode trazer alguma coisa p


E: COMER

1

FIGURA 37

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

1

FIGURA 40 FIGURA 43

2 2

A entrevista foi realizada com o grupo de voluntários que frequenta a entidade diariamente: o presidente da associação, a coordenadora e as duas pessoas responsáveis pela alimentação das crianças e adolescentes. Na entrevista com o presidente, foi possível perceber que a associação tem como uma de suas prioridades o acompanhamento dos alunos junto à escola e também à família. De acordo com ele, realiza-se a orientação individualmente quando necessário, para fortalecer os valores éticos e morais destes que estão em fase de desenvolvimento no meio social. Com relação à qualidade dos ambientes da atual sede da associação, todos os entrevistados armam que o principal problema é a falta de espaço e as limitações que isto cria para o desenvolvimento das atividades. Entretanto, o presidente salienta que o trabalho mais importante diz respeito à educação das crianças e adolescentes: ‘’[...] eu sempre passo isso pra eles, que não adianta ter um lugar bonito e não ter as pessoas.

FIGURA 38

FIGURA 44 FIGURA 41

A Recriando não é essa casa, a Recriando são as pessoas que tão aqui.’’

3

A coordenadora da instituição traz o espaço do refeitório como o lugar de encontro, seu ambiente preferido na sede:

3

‘’é o espaço para realização de atividades, onde é servido o café, lanche, onde é feita a recepção das crianças todos os dias, os abraços...’’

FIGURA 39

FIGURA 42 ATIVIDADE: BRINCAR/EXERCITAR

FIGURA 45 ATIVIDADE: DESCANSAR

de sentir, a natureza e as 1 ‘’Porque é grande, dá pra correr bastante e fazer otar o prato. E dá pra ver o bastante brincadeira’’ ‘’Gosto da quadra porque dá pra fazer qualquer ar ao ar livre e dá pra brincadeira e atividade dentro dela’’

1 ‘’Porque dá pra conversar e car vendo a natureza’’ ‘’Porque também ca ao ar livre, tem o sol pra se esquentar e parece fofa a rede’’

mer. Fica mais espalhado e 2 ‘’Porque pode conversar em qualquer lugar e os outros podem brincar. Também porque não tem perigo’’ air, também fazer alguma vores e ainda reutilizando 3 ‘’Porque dá pra tirar o calçado e car de pé no chão na areia, se divertir. Também porque é ao ar livre’’ do todo mundo junto’’ ‘’É bom porque tem dois campos para as meninas e r em grupo que dá pra para os meninos jogarem. E também porque as crianças vão no parquinho e nós no campo. da um pode trazer sua ‘’Porque dá pra brincar bastante e os guris jogam daqui também. Cada um separado’’ ‘’Porque tem mais brinquedo e eu gosto deles’’ pra dividir’’

2 ‘’É um lugar de silêncio, descansar, fazer tuas coisas ou conversar baixo’’ ‘’Porque quando chove um lugar de dentro é melhor’’ 3 ‘’Gosto de fazer atividade ao ar livre ‘’ ‘’Porque pode desabafar pras amigas e os ‘piás’ não escutam. Tem mais ar.’’ ‘’Porque é lá fora daí é bom de conversar’’

Quando questionados sobre o conforto do local, dois dos entrevistados novamente apontam problemas associados à falta de espaço: ‘’Não é confortável, porque não tem espaço para nada. Ontem chovia com 40 crianças divididas em 3 espaços.’’ ‘’Me sinto confortável, mas se fosse maior seria melhor.’’

A voluntária mais antiga na entidade é responsável atualmente pelas refeições. Demonstrou durante a entrevista um grande carinho pela associação e pelas pessoas envolvidas, tanto crianças e adolescentes quanto os demais voluntários. Apontou problemas de espaço na cozinha, especialmente com relação ao tamanho da mesa e aos improvisos diários no preparo das refeições. Quando questionada sobre sentir-se confortável com o espaço atual, respondeu que gosta mais da Recriando do que da própria casa. Por m, de acordo com os voluntários, o local visto por eles como preferido das crianças e adolescentes está entre o parquinho e o campo de areia e a sala de vídeo: ‘’[...] tem muitos que nem querem ir pra casa.’’ ‘’Depois das atividades eles vão pra sala, mas tem que sentar quase um em cima do outro porque não cabe todo mundo.’’

39


4

PROPOSTA DEMANDA A SER ATENDIDA

40


365 matrículas ensino fundamental 1° a 9° ano

85 alunos

matriculados no programa

MAIS EDUCAÇÃO

23,3% atendidos pelo ENSINO INTEGRAL

280 alunos desassistidos 80 alunos

frequentam atualmente a

RECRIANDO A VIDA

160 alunos

entre 06 e 15 anos de idade

Para denir o número de crianças e adolescentes a serem atendidos na nova proposta de sede da Associação Benecente Recriando a Vida, levou-se em consideração três principais elementos desta pesquisa: - Meta 6 do Plano Nacional de Educação, que estabelece o número de escolas e alunos matriculados na Educação Integral até o ano de 2024; - Número de alunos matriculados na E.M. Othelo Rosa atendidos pelo programa Mais Educação; e - Número de crianças e adolescentes atendidos atualmente pela Associação Benecente Recriando a Vida + dimensão, potencialidades e diretrizes para o terreno de intervenção + atmosfera de lar estabelecida pela entidade. A proposta visa dobrar o número de crianças e adolescentes atendidos atualmente pela instituição, totalizando 160 usuários, 80 para cada turno. O número representa 60% da demanda existente, considerando informações obtidas pela escola Othelo Rosa de que o número de alunos matriculados no Mais Educação tende a aumentar. Com relação às intenções projetuais, pretende-se manter o caráter de acolhimento atual, que demanda de atenção individual. Além disso, no terreno de intervenção o objetivo é trabalhar com a horizontalidade característica do bairro e com espaços amplos e áreas livres. Em virtude do que foi descrito, entende-se que será possível efetivar as intenções com o número de 80 usuários/turno. 41


a

espaços amplos e diferenciados Inserir na proposta formas espaciais que possibilitem diferentes organizações de mobiliário e de uso para as atividades da instituição.

e

segurança Ao mesmo tempo em que não são propostos muros, também cria-se uma barreira física para que a criança não tenha acesso aos possíveis perigos da rua. As visuais são mantidas para possibilitar a relação do usuário com a cidade.

4

b

pátio como articulador dos espaços Salas de atividades com acesso direto ao pátio, onde as varandas criam a transição interior-exterior e reforçam a relação entre todos os ambientes conferindo unidade ao projeto.

f transparência

Explorar as relações visuais para evitar a sensação de connamento e monotonia nos ambientes e ser um ponto de descanso para o olhar do usuário. (KOWALTOWSKI, 2011)

PROPOSTA DIRETRIZES E INTENÇÕES PROJETUAIS

42

Estabelecidas a partir dos resultados da pesquisa qualitativa e dos parâmetros para ambientes de ensino trazidos por KOWALTOWSKI (2011)


iluminação

sentidos cores

c legibilidade

d

Espaços com diferentes caracterísitcas, delimitadas através de elementos que explorem os sentidos do usuário, tais como visão, tato e audição. Por exemplo: salas com mais e menos iluminação, dependendo do uso.

escala do usuário Mobiliário condizente com a escala do usuário, que possibilite o acesso a brinquedos, livros e material pedagógico para fomentar a autonomia do usuário no espaço de ensino.

h g conforto ambiental

+espaços livres Atendendo a demanda atual da instituição por espaços que contemplem as necessidades tanto de crianças quanto adolescentes. Espaços de estar, brincar e jogar.

Soluções arquitetônicas que explorem as possibilidades de ventilação e iluminação natural, auxiliando na eciência energética da edicação e consequentemente na economia da instituição.

i

atmosfera de lar Além de explorar as visuais e as relações com o entorno, trabalhar com pé direito menor para tornar o local mais aconchegante.

Quando me refiro à casa penso no lar, ambiente harmonioso, repouso para os nervos desgastados pela agitação da vida moderna. Penso, sobretudo, em um ambiente apropriado para a educação da criança. (Miguel 2003 apud Levi 1954) 43


Zoneamento

Fluxograma

RUA ANGELO P

Av2

Av3

JOS EFIN

3

192,3 ,3 m

RUA

2

4

AD

2

2 1

ALL

3 2

AR

OS A

Av1

BIBLIOTECA

SALA DE PROF.

SALAS DE ATIVIDADES COORDENAÇÃO

A elaboração do programa de necessidades ocorreu a partir da síntese dos resultados da pesquisa qualitativa, composta pelos quatro métodos já apresentados no presente estudo. Além disso, utilizou-se material de subsídio disponibilizado pelo Ministério da Educação e Cultura e as recomendações de Doris Kowaltowski (2011) a respeito do ambiente de ensino. Além dos espaços descritos na página 45, estarão diluídos no terreno da proposta espaços de estar, tanto ao ar livre quanto no pátio coberto, que possibilitem atividades de conversa, jogos de mesa, piqueniques, atividades físicas e convívio em geral entre os usuários.

4

PROPOSTA ZONEAMENTO + PROGRAMA DE NECESSIDADES

44

PÁTIO COBERTO/DESCOBERTO

RECEPÇÃO

JARDIM DE ACESSO

ALMOXARIFADO

SANITÁRIOS

SALA DE REUNIÕES

SANITÁRIOS/ VESTIÁRIOS SALA DE VÍDEO/CINEMA

DML

LAVAND

RUA GER


Programa de necessidades e estudo de áreas aproximadas SETOR ADMINISTRATIVO

DESCRIÇÃO

ÁREA

1. Recepção e sala de espera 2. Coordenação

1. Controle de entrada e saída de pessoas. 2 e 3. Local de planejamento e preparo do material para atividades pedagógicas e de gerenciamento da instituição. 4. Armazenamento de documentos da entidade.

1. 15m² 2. 10m² 3. 20m² 4. 15m²

1. Armazenamento dos livros, revistas e material pedagógico. Abrigará também um espaço para estudo/leitura reservado, que possibilite concentração. 2 e 3. Os pátios inserem-se na proposta como espaços de transição entre o interno e o externo, fomentando a convivência entre crianças, adolescentes e voluntários. 4.Quadra coberta para permitir o desenvolvimento de atividades físicas em dias de chuva, além de espaços de ginástica, quadra de areia e cestas de basquete para atividades ao ar livre. 5. Espaço de lazer e recreação alternativo ao parquinho, com mobiliário que possibilite o desenvolvimento do usuário. 6. Ambiente de encontro para familiares e voluntários da instituição. Também serve como apoio para a realização de brechós como arrecadação de renda para a instituição. 7. Cria a transição entre a rua e a edicação. Permite as visuais do usuário para o bairro. 8. Espaço com grande relação com o jardim externo e o pátio. Áreas alternativas para comer.

1. 50m²

1

3. Sala de professores 4. Almoxarifado

SETOR DE VIVÊNCIA 1. Biblioteca

O PAN

2. Pátio coberto 3. Pátio descoberto

2,3m m

SALA DE INFORMÁTICA/ MULIMÍDIA

5. Parquinho PARQUINHO

ÁREA DE ESPORTES COZINHA

DERIA

RALDINA DINARTE

ESPAÇO ÁREA VERDE

46,5m

SANITÁRIOS/ VESTIÁRIOS

0,08 m

ML

4. Área de esportes

6. Sala de reuniões 7. Jardim de acesso 8. Refeitório

2

SETOR PEDAGÓGICO 1. Salas de atividades

HORTA 2. Laboratórios (culinária, artesanato) 3. Sala de música 4. Sala de informática/multimídia 5. Sala de vídeo/cinema

3

SETOR DE APOIO

1. Sala de estar (voluntários) 2. Sanitários 3. Vestiários 4. Depósito de materiais de limpeza 5. Lavanderia 6. Depósito de doações (alimentos) 7. Depósito de doações (roupas) 8. Cozinha 9. Horta

4

TOTAL

1. Ambientes que possibilitem diferentes arranjos espaciais, de acordo com a dinâmica da atividade proposta. As salas de aula das crianças terão banheiro próprio. 2. Espaços que possibilitem a oferta de cursos prossionalizantes para os jovens e familiares, onde também podem ser realizadas atividades com as crianças sobre educação alimentar. 3 a 6. Ambientes de apoio às atividades desenvolvidas pela instituição atualmente. 1. Espaço para descanso e convivência de voluntários, com mobiliário macio para sentar e opções de lazer como leitura ou televisão. 2 e 3. Um vaso sanitário para cada 20 usuários / Um lavatório para cada 40 usuários / Um chuveiro para cada 20 usuários. 4. Armazenamento de materiais de limpeza. 5. Espaço para lavar uniformes, panos e toalhas utilizadas no dia-a-dia da entidade. 6 e 7. Armazenamento de doações com acesso externo pelo jardim, em virtude dos uxos. 8 e 9. Cozinha e horta próximas para facilitar uxos. A horta também é utilizada como espaço de aprendizado para as crianças.

2 e 3. 300m²

4. 1000m²

5. 300m² 6. 50m²

7. 200m² 8. 75m²

1. 25m²

2. 30m² 3. 40m² 4. 30m² 5. 50m²

1. 20m² 2. 3. 4. 10m² 5. 10m² 6. 15m² 7. 15m² 8. 35m² 9. 2430m² 45


4

PROPOSTA CONCEITO E PARTIDO

46


criando

A VIDA

re

O conceito da proposta gira em torno do objetivo da instituição, que consiste no desenvolvimento intelectual e social das crianças e adolescentes. A Associação Benecente Recriando a Vida realiza a interface entre a casa e a escola do usuário para fortalecer vínculos e possibilitar a inserção do indivíduo em situação de vulnerabilidade social na comunidade. Para viabilizar o conceito, a proposta tem como partido arquitetônico uma implantação que não siga os padrões escolares atuais de grandes blocos com salas de aula e corredores; mas sim salas de atividades separadas, com áreas de varanda e locais de apropriação para cada uma delas, respeitando a escala do usuário e criando uma atmosfera de lar. O partido arquitetônico pretende estabelecer, a partir do conceito e das diretrizes já apresentadas, a ambiência de lar que estimule o pertencimento da criança e do adolescente àquele local, para que este entenda seu papel e responsabilidade no meio social em que está inserido. Diante disto, as salas de atividades, dispostas à Norte, localizam-se na implantação separadas entre si, para aproveitamento total da iluminação e ventilação natural, além de estabelecer a atmosfera de unidade característica de um lar, para que os usuários sintam-se também responsáveis pelo espaço. Complementando a implantação, o bloco de administração e apoio às atividades pedagógicas cria uma barreira de proteção contra os ventos e abraça o pátio interno, além de encaminhar o usuário para a área de esportes e de educação ambiental. 47


4

3 Esportes: implantação da quadra poliesportiva acompanha o desenho da topograa

Pátio interno articulador dos espaços

Cobertura que liga os blocos

Bloco de apoio (setor administrativo e espaços de uso pedagógico)

N 1 Espaço para educação ambiental (conexão entre as áreas verdes adjacentes ao terreno) 2 Blocos de salas de atividades, voltadas para o Norte e separadas entre si para melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural (com aberturas amplas), além de reforçar a escala do usuário. A cobertura será solta dos blocos ao mesmo tempo em que os abraça e conecta com o restante do conjunto.

4

Acesso Rua Josena Dalla Rosa

Apropriação. Espaços de estar e convivência diluídos pelas áreas livres do terreno

PROPOSTA VOLUMETRIA E LINGUAGEM

48


1

2

VOLUMETRIA

3

Para a proposta dos volumes, buscou-se criar um conjunto de formas diferentes que caracterize os usos da edicação. O retângulo ao fundo do terreno demarca a área de esportes, que conecta-se às salas de aula por meio de uma cobertura. Esta cobertura abraça os volumes de salas de atividades, com forma octogonal e dispostos separadamente uns dos outros, acompanhando o partido da proposta arquitetônica. Nesta cobertura de ligação encontra-se também o bloco onde estarão inseridos os espaços de apoio, como setor administrativo e alguns ambientes do setor pedagógico. Como centro de todas as atividades, propõe-se o pátio interno que articula os espaços e reforça as conexões.

LINGUAGEM Aliado às diferentes formas dos blocos que compõe o

4

conjunto da edicação, propõe-se o uso de diversos materiais, entendendo esta escolha como um meio de estimular a curiosidade das crianças e adolescentes sobre o espaço e assim contribuir para o seu desenvolvimento. Além dos materiais ilustrados abaixo, o uso de cores e desenhos de piso também será explorado na etapa projetual. Madeira

Concreto Vidro 49


Figura 1 - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoaarquitetos/57edcd47e58ece4fa8000033-school-in-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos-photo> Acesso em: 02 abr 2017.

Figura 7 - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoaarquitetos/57edcccce58ece4fa800002f-school-in-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos-oorplan> Acesso em: 02 abr 2017.

Figura 2- Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoaarquitetos/57edcc94e58ece3d82000062-school-inalto-de-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetosphoto> Acesso em: 02 abr 2017.

Figura 8 - Jardín Infantil Pajarito La Aurora / Ctrl G + Plan:b arquitectos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.co/co/02-105858/jardin-infantilpajarito-la-aurora-ctrl-g-planb/5740fa04e58ecee2f80000b7-jardin-infantil-pajaritola-aurora-ctrl-g-plan-b-planta-nivel-acceso> Acesso em: 02 abr 2017.

Figura 3 - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoaarquitetos/57edccb6e58ece4fa800002e-school-in-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos-photo> Acesso em: 02 abr 2017.

Figura 9 - Jardín Infantil Pajarito La Aurora / Ctrl G + Plan:b arquitectos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.co/co/02-105858/jardin-infantilpajarito-la-aurora-ctrl-g-planb/5740fa11e58ece6ec9000090-jardin-infantil-pajaritola-aurora-ctrl-g-plan-b-planta-nivel-3> Acesso em: 02 abr 2017.

Figura 4 - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em:<http://images.adsttc.com/media/images/57ed/cc7d/e 58e/ce3d/8200/0061/slideshow/BEACON_491_4.jpg?14 75202167> Acesso em: 02 abr 2017.

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Figura 5 - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoaarquitetos/57edccd8e58ece3d82000065-school-inalto-de-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetosoor-plan> Acesso em: 02 abr 2017. Figura 6 - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoaarquitetos/57edccaae58ece3d82000063-school-in-altode-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos-oorplan> Acesso em: 02 abr 2017.

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Figura 11 - Jardín Infantil Pajarito La Aurora / Ctrl G + Plan:b arquitectos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.co/co/02-105858/jardin-infantilpajarito-la-aurora-ctrl-g-planb/5740fdafe58ecee2f80000bf-jardin-infantil-pajarito-laaurora-ctrl-g-plan-b-foto> Acesso em: 02 abr 2017. Figura 12 - Jardín Infantil Pajarito La Aurora / Ctrl G + Plan:b arquitectos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.co/co/02-105858/jardin-infantilpajarito-la-aurora-ctrl-g-planb/5740fe57e58ecee2f80000c1-jardin-infantil-pajaritola-aurora-ctrl-g-plan-b-foto> Acesso em: 02 abr 2017.

REFERÊNCIAS LISTA DE FIGURAS

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Figura 13 - Jardín Infantil Pajarito La Aurora / Ctrl G + Plan:b arquitectos. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.co/co/02-105858/jardin-infantilpajarito-la-aurora-ctrl-g-planb/5740fd51e58ece6ec9000096-jardin-infantil-pajaritola-aurora-ctrl-g-plan-b-foto> Acesso em: 02 abr 2017. Figura 14-18. Escola Waldorf Anabá. Arquivo pessoal. Figura 19 - Escola MOPI / Mareines + Patalano. Archdaily. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-1765/escola-mopimairenes-mais-patalano/1765_1804> Acesso em: 02 jun 2017. Figura 20 - Escola MOPI / Mareines + Patalano. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-1765/escola-mopimairenes-mais-patalano/1765_1815> Acesso em: 02 jun 2017. Figura 21 - Escola MOPI / Mareines + Patalano. Archdaily. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-1765/escola-mopimairenes-mais-patalano/1765_1811> Acesso em: 02 jun 2017. Figura 22 - Escola MOPI / Mareines + Patalano Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-1765/escola-mopimairenes-mais-patalano/1765_1808> Acesso em: 02 jun 2017. Figura 23 - Escola MOPI / Mareines + Patalano. Archdaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-1765/escola-mopimairenes-mais-patalano/1765_1810> Acesso em: 02 jun 2017. Figura 24 - 30. Associação Benecente Recriando a Vida. Arquivo pessoal. Figura 31 - Governo de Sergipe contempla Campo do Brito com escola reformada e ampliada. Disponível em: <http://www.seed.se.gov.br/portaldoaluno/noticia.asp?cd noticia=7478> Acesso em: 26 mai. 2017. Figura 32- docplayer.it/5783636-Nuove-tecnologie-eloro-impatto-sulla-didattica-corso-per-docenti-neoassunti-usr-lombardia-2015.html Figura 33 - Sala de aula contemporânea dos multimédios. Dreamstime. Disponível em: <pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-salade-aula-contempor%C3%A2nea-image40636469> Acesso em: 26 mai. 2017.

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REFERÊNCIAS

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5

APÊNDICE

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Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Acadêmica: Paula Carlesso Orientadora: Natalia Nakadomari Bula

ROTEIRO ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA Nome: Data:

Tempo na instituição:

Ficha n°:

1. Qual sua relação com as crianças e adolescentes que frequentam a instituição? ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ 2. Qual seu ambiente preferido na Associação Benecente Recriando a Vida? ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3. Qual o maior problema da instituição com relação ao espaço construído? O que poderia melhorar? ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4. Você se sente confortável no ambiente da associação? ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 5. Na sua opinião, qual o ambiente preferido pelas crianças/adolescentes? Por quê? ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________

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FIGURAS APLICADAS NO JOGO DE IMAGENS E PALAVRAS ATIVIDADE: ESTUDAR

Fonte: seed.se.gov.br

ATIVIDADE: BRINCAR/EXERCITAR

Fonte: br.pinterest.com

Fonte: coatzadigital.net Fonte: hypeness.com.br

Fonte: landezine.com

Fonte: docplayer.it

Fonte: pt.dreamstime.com

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Fonte: br.pinterest.com

APÊNDICE

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ATIVIDADE: ASSISTIR FILMES

Fonte: g1.globo.com

ATIVIDADE: COMER

ATIVIDADE: DESCANSAR

Fonte: thinkstockphotos.co.uk

Fonte: br.pinterest.com

Fonte: piovezana.com.br Fonte: cazadoresdebibliotecas Fonte: educacao.uol.com.br

Fonte: br.pinterest.com

Fonte: casa.abril.com.br

Fonte: colegiomichelini.com.br

Fonte: br.pinterest.com Fonte: booking.com

Fonte: tecmundo.com.br

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