PROPOSTA DE PROJETO INTERDISCIPLINAR Área de conhecimento: Linguagens, códigos e suas tecnologias Compõem o PIBID Artes: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro.
Coordenadora de área: Profa. Andrea Hofstae2er
COMPETÊNCIA ENVOLVIDA
Compreender diversas manifestações expressivas do corpo inserido no espaço escolar construídas em suas interações com o outro, em recepção e exposição, em uma perspectiva ética e estética, ao trabalhar a expressão e reconhecimento das diversas formas artísticas como uma possibilidade de reflexão e crítica sobre os hábitos intersubjetivos que vão sendo construídos no cotidiano da escola.
TEMA
Alteridade Ética Estética
POSSÍVEIS CONTEÚDOS ENVOLVIDOS ü Relação corpo/espaço na escola ü Construção da idenBdade na diversidade ü Convívio e respeito à diferença ü Potencial dos espaços escolares ü Interações de risco, áudio e gesto ü Regras de convivência ü Escuta do corpo nas formas de comunicação ü PoeBzação do espaço escolar
JUSTIFICATIVA Construir um projeto articulando a alteridade, a ética e a estética, voltado para a Escola Básica, significa construir uma identidade complexa, que contemple a inserção em uma sociedade tecnológica transformada pelo acesso àcomunicação e informação. Nessa sociedade se percebe a sua própria imagemcomo uma densidade descritiva lida e relida pelo outro, e que ainda pode ser ressignificada e redimensionada virtualmente e recolocada,evidenciando a diversidade que nos constituina relação com o outro. A identidade complexa emergente do projeto visa trabalhar a formação de novos hábitosque envolvem a leitura do outro como uma construção de nossa própria alteridade e a atuação poética e ética sobre o espaço compartilhado.
Compreende-se que este projeto articula, principalmente, o desenvolvimento de duas grandes competências da área, apontadas pela matriz do ENEM, a saber: ü Competência de área 4 - Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.
ü Competência de área 6 - Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
REFERÊNCIAS
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DESCRIÇÃO DAS ETAPAS Etapas básicas gerais: ü Elaboração de percursos didáticos de cada uma das linguagens artísticas; ü Estabelecimento de cruzamentos e possíveis colaborações entre ações de diferentes linguagens; ü Discussão das propostas com supervisores da escola; ü Discussão das propostas com licenciandos bolsistas; ü Execução de percursos didáticos, considerando a especificidade dos contextos; ü Avaliação do processo e dos resultados, com compartilhamento de produções e reflexões.
Perguntas disparadoras para a elaboração de percursos didáticos a serem desenvolvidos e adaptados aos contextos específicos de execução: ü Como eu me descrevo para o outro? ü Como eu faço a leitura da descrição do outro? ü Como o outro ressignifica a minha descrição? ü Como eu “enfeito” a minha imagem, expandindo-a para fora de si na escola? ü Como o objeto de enfeite expandido em gestos pode ser apropriado pelo outro?
PERCURSOS DIDÁTICOS
ARTES VISUAIS: proposta 1 Pensar um percurso didático em Artes Visuais que possa dialogar com a Dança, o Teatro e a Música pode ser pensar em um percurso que vai se construindo a partir de convergências midiáticas no desenvolvimento do processo e culminam na realização da produção final. Nesse sentido, iniciar com uma mídia relacionada diretamente às Artes Visuais, e estrategicamente, trabalhar as competências da leitura e interpretaçãorelativas a área Um, que facilitama apropriação e a aprendizagem a partir do desenvolvimento dehabilidades sensóriocognitivas de sua própria disciplina,pode ser desenhar o seu colega a partir de três referenciais distintos. O trabalho é realizado em grupos de cinco alunos. A referência artística é o trabalho de videoretrato de Robert Wilson e também as narrativas biográficas de William Kentridge.
ARTES VISUAIS: proposta 1
1. Primeiro passo: Cada um faz uma audiodescriçãode si próprio, gravada em um arquivo mp3. A descrição deve contemplar detalhes de cor e texturas (cabelos, olhos, lábios, pele), relações de tamanho e formatos (nariz, orelhas, olhos, sobrancelhas, testa, queixo boca, bochechas, pescoço) e alguns sinais ou inscrições particulares como piercings, tatuagens, marcas, cicatrizes. 2. Segundo passo: Cada um, individualmente, ouve um por um dos quatro arquivos dos colegas de grupo gravados e, simultaneamente, realiza o desenho de cada colega conforme os detalhes daaudiodescrição, com uma caneta permanente sobre papel transparente.
ARTES VISUAIS: proposta 1
3. Terceiro passo: Cada um demonstra somente com gestos o seu enfeite preferido que poderia ser articulado a imagem audiodescritapara o grupo, que desenha com caneta transparente em uma outra folha transparente. 4. Quarto passo: Sessão de estúdio para a realização de retratos fotográficos de cada um portando o enfeite demonstrado e evidenciando os detalhes mais significativos da audiodescrição. 5. Quinto passo: São distribuídas uma foto de cada colega do grupo para que, a partir de uma análise da imagem, cada um faça uma descrição por escrito dos quatro colegas de seu grupo.
ARTES VISUAIS: proposta 1
O sexto passo pode ser realizado em mais de uma mídia. O material resultante do percurso anterior pode ser ressignificado em diálogo com a dança, com o teatro ou com a música. ü Sexto passo Um: a mídia é o espaço, sendo realizada uma instalação com som e imagem, em uma apresentação multimídia. ü Sexto passo Dois: a mídia é o computador e um programa simples de vídeo para a realização de uma animação quadro-a-quadro.
ARTES VISUAIS: proposta 2
PROJETO DE AVATAR EM SITUAÇÃO DE ESCOLA COMO ESPAÇO LÚDICO.
Questão norteadora: A partir do que reconheço como eu complexo, como projetamos no espaço da escola aquilo que somos? Como interagimos visualmente uns com os outros nesse espaço? Como podemos, através de transfiguração de nossos corpos visuais, recriar o espaço conforme nossos desejos e sonhos e modo a projetar um novo tipo de convívio com a/na escola?
ARTES VISUAIS: proposta 2 Etapas: 1. Proposição de uma atividade em que eu (o participante) investiga-se em relação ao outro e a partir do contexto e da convivência com o meu grupo escolar: estudo de aparência (vestuário e adereços, sinais e marcas do corpo), de gestos e posturas, de modos de falar. 2. Proposição de uma segunda atividade em que distingo os papéis que os outros exercem no contexto escolar de minha convivência. 3. A partir das observações de si e do outro, elaborar uma atividade (performance ou representação gráfica) em inversão ou troca de papéis, em que eu me torno o outro e o outro me representa. 4. A partir da terceira atividade, reelaborar papéis criando um avatar positivo (uma ficção melhor e desejada de si mesmo, em performance ou como personagem gráfico) 5. Produzir então uma nova situação performática ou ficcional gráfica, emulando a interação a partir dos avatares elaborados no interior de um espaço ⎯ físico ou gráfico, virtualizado pelos avatares criados ⎯ proposto como um jogo interativo em que entrariam por livre adesão os participantes.
DANÇA: proposta 3
1 - Apreciar e contextualizar um recorte de uma obra coreográfica de Pina Bausch no qual os intérpretes-criadores trazem uma referência pessoal para a criação (ainda a definir). Discutir a ideia de identidade móvel na pósmodernidade. 2 - Eleger 3 a 5 palavras que me caracterizem como pessoa cada um em pedaço de papel e colar no meu corpo com fita tipo crepe (seja de características físicas ou de personalidade). 3 – Caminhando livre pela sala, escrever algumas palavras que descrevam alguns dos meus colegas e colar nas costas ou no corpo do colega. Se não conheço bem o colega pode ser alguma impressão que o colega me passe.
DANÇA: proposta 3
4 – Cada um descola as palavras de si e escolhe algumas para transformar numa ação simples ou gestos. Por exemplo: alto, poderia sinalizar com a mão uma altura acima da cabeça ou crescer do nível alto até a pontinha do pé; brabo poderia ser bater os pés contra o chão.Não preciso necessariamente me identificar com as palavras escolhidas. 5 – Acumular alguma dessas ações, criando transições entre elas quase como um novo movimento. Essas ações podem ou não contar uma história imaginária com ou sem sentido. Os colegas podem criar uma história para essas ações. 6 – Manipular esses movimentos (tamanho, níveis, parte do corpo, direções, etc.), criando diferentes versões de uma mesma matriz. Talvez escolher algumas sequências ou alguns movimentos para focar nessa manipulação e trabalhar a turma como um grande grupo ao invés de trabalhos individualizados.
TEATRO: proposta 4 1 – Em dois grupos de Bolsistas, organizados por escola (Instituto de Educação General Flores da Cunha e Marechal Floriano Peixoto) e coordenados pelos professores supervisores, realizar sessões de debates sobre leituras de textos sobre o tema “performance” (conceituação, origens e contextualização de exemplos representativos) e assistir vídeos (disponíveis na Internet), indicados previamente, envolvendo performances, em diálogo com o conceito de alteridade. 2 – Escolher exemplos de performances que “dialoguem” com o conceito de alteridade e experimentá-las, colocando-as em prática no contexto de cada escola. 3 – Registrar as reações manifestadas pela comunidade escolar, mediante observação, gravações em vídeo e fotos e coleta de depoimentos.
TEATRO: proposta 4 4 – A partir de interesses eventualmente demonstrados por alunos, professores e funcionários das escolas, buscar estabelecer parcerias com as mais diversas disciplinas do conhecimento e com setores da escola, que venham a possibilitar experiências de performance aos estudantes, em diálogo com diferentes conteúdos. 5 – Planejar as propostas coletivamente, articulando-as no sentido de explorar relações entre conteúdos, condutas e hábitos próprios do contexto escolar, com vistas a repensar os seus sentidos de forma colaborativa, numa perspectiva estética e ética. 6 – Elaborar relatos documentais e reflexivos acerca das experiências realizadas, em diálogo com os teóricos estudados na primeira etapa e mediados pelo conceito de alteridade.
PRODUTOS FINAIS ü Percursos didáticos interdisciplinares com mídias convergentes que podem ser lidos por diversas áreas, com ênfases no corpo, no texto, na leitura visual, no desenho, na interpretação, na construção da leitura, na construção do gesto e na elaboração técnica e tecnológica das imagens. ü Relatos de Experiência a serem apresentados por meio de pôsteres e apresentações orais como no Salão de Ensino da UFRGS a partir dos acertos e desafios experienciados na proposta. ü Elaboração do planejamento dessas aulas com registros de imagem e de escrita para ser divulgado no site do PIBID/UFRGS. ü Performances realizadas por Bolsistas e por estudantes do Instituto de Educação General Flores da Cunha e Marechal Floriano Peixoto. ü Relatos documentais (complementados por fotos e gravações em vídeo) e reflexivos acerca das experiências realizadas.
COORDENADORES DE SUBPROJETO
Profa Flรกvia Valle (PIBID Danรงa) Profa Lisete Vargas (PIBID Danรงa) Profa Paula Mastroberti (PIBID Artes Visuais) Profa Umbelina Barreto (PIBID Artes Visuais) Profa Vera Bertoni (PIBID Teatro)