A APLICAÇÃO DA PERMACULTURA NA HABITAÇÃO POPULAR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS – UNILESTE MG CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

PAULA GUIMARÃES SCHUAB NAZÁRIO

A APLICAÇÃO DA PERMACULTURA NA HABITAÇÃO POPULAR

CORONEL FABRICIANO 2013 Paula Guimarães Schuab Nazário


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Paula Guimarães Schuab Nazário

A APLICAÇÃO DA PERMACULTURA NA HABITAÇÃO POPULAR

Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do titulo Arquiteto e Urbanista. Orientadora: Dannielly Garcia

CORONEL FABRICIANO 2013


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RESUMO

Hoje, no Brasil a decisão sobre habitação popular está nas mãos de políticos que não tem qualificação técnica para gerenciar a produção dessas habitações, que acabam se tornando ineficientes e gerando espaços insalubres, desconfortáveis e sem qualquer menção a cultura ou costumes da comunidade em que vai ser inserida. Suas tipologias são reproduzidas sistematicamente, onde os futuros usuários (utópicos clientes), os moradores de baixa renda, não tem participação sobre qualquer tipo de processo ou decisão. A participação do arquiteto na elaboração de metas e métodos seria de fundamental importância para tratar cada trabalho ou assistência como significativo para a mudança visual e conceitual das cidades e cidadãos. Tendo em vista que esses profissionais com seus conhecimentos técnicos contribuiriam para o entendimento entre as relações estabelecidas do homem e sua moradia, conseguindo assim produzir uma arquitetura capaz de abarcar boa construção, cultura local e convívio harmonioso com a paisagem e seu entorno. Motivado pelas péssimas qualidades das habitações populares no Brasil e a debilidade no que se refere ao tamanho e qualidade espacial o trabalho busca entender esses moradores, e aplicar técnicas alternativas para amenizar a carência dessa população no que se refere ao bem mais importante do cidadão, seu lar. Relacionando sempre a historia, morador e materiais.

Palavras-chave: Qualidade de vida.

Habitação

popular.

Técnicas

alternativas

de

construção.


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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 05 2. HABITAÇÃO POPULAR ..................................................................................... 07 2.1. Estado da arte da habitação popular ............................................................. 07 2.2. Assistência técnica em arquitetura ............................................................. 15 3. PRODUÇÃO VERNACULA DE ARQUITETURA..................................................18 4. PERMACULTURA.................................................................................................23 5. BIOCONSTRUÇÃO...............................................................................................24 5.1. Conceitos iniciais ............................................................................................ 24 5.2. Sistemas de infraestrutura............................................................................27 5.3. Experiências.............................................................................................47 6. APLICABILIDADE.................................................................................................51 6.1. Bioconstrução na habitação popular ............................................................... 51 7. PROPOSTA DE TCC2...........................................................................................57 8. DIAGNÓSTICO......................................................................................................58 8.1. A cidade................. .........................................................................................58 8.2. Local........................................................................................................59 8.3. Usuário.............. ..................................................................................60 8.4. A casa........ ......................................................................................61 8.5. Dimensões.....................................................................................66 9. CONCLUSÃO........................................................................................................67 10. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA.........................................................................68 11. ANEXO.................................................................................................................69


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1. INTRODUÇÃO

A aplicação da permacultura tendo como tecnologia construtiva técnicas alternativas, busca a criação de um projeto arquitetônico, de funcionamento sistêmico e que conviva com harmonia com o meio a ser inserido. A análise desses processos busca minimizar as agressões ao meio ambiente provocadas pela implantação e vivência da casa, oferecendo um ambiente ideal, acessível, seguro, confortável e com baixo custo para sua construção e manutenção. O trabalho busca entender o processo evolutivo da arquitetura popular no Brasil e seu vínculo com técnicas alternativas de construção para estabelecer um processo de inclusão do morador em novas articulações de concepção e execução de obra, bem como se aliar a Permacultura e sua filosia de vida, que é viver em total integração com o meio ambiente aliado ao cultivo de alimentos, para ser suporte de desenvolvimento social para a família levar uma vida digna na cidade. Essa filosofia elevada à escala humana seria capaz de produzir edificações saudáveis para pessoas carentes de soluções. O estudo da bioconstrução consiste em analisar diversas soluções alternativas de construção para serem aplicadas como tecnologia, que valorize o morador inserido na obra, que seja confeccionado com materiais locais para não se descaracterizar do ambiente e que apresente sistemas viáveis e funcionais para se adequar ao contexto de uma cidade, visto que a maioria das experiências na ramificação acontece em áreas rurais. Estas técnicas buscam alternativas de infraestrutura com baixo custo, conforto térmico e pouco impacto ambiental. Os funcionamentos dos sistemas de infraestrutura da habitação devem estabelecer na rotina diária dos usuários hábitos que façam da habitação um “organismo vivo”, funcional e somático na vida de pessoas que detém o mínimo possível para sobrevivência com o alto custo de vida na cidade.


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O resgate da cultura vernacular para projetos de baixa renda se faz eficiente, como alternativa de inserção do morador no processo de concepção como um todas suas proposições envolvem técnicas alternativas desenvolvidas apartir da arquitetura de sabedoria popular, e com o desenvolvimento desse trabalho essa arquitetura tende a ser aprimorado pelos conhecimentos técnicos e sensíveis de um arquiteto e urbanista. O trabalho busca desenvolver um caráter de assistência técnica em arquitetura para famílias que não conseguiriam ter acesso a esse tipo de serviço, fornecendo auxilio de soluções viáveis para fazer e manter. A compilação desses estudos deve resultar em um projeto que entenda a família, disposto a fazer analise perceptivas sobre o lugar, pessoas, contexto e materiais. Como objetivos específicos, busca-se: 1 – Identificar fatores relacionados com a qualidade de vida das pessoas de baixa renda. 2 – Identificar fatores relacionados com a qualidade de vida de moradores de bioconstruções. 3 – Conhecer infraestruturas relacionadas. 4 – Identificar fatores relacionados com arquitetura vernacular. 5 – Conhecer legislações e financiamentos. 6 – Identificar um local para a instalação de uma biorresidência e como esta se relaciona com o meio ambiente.

2. HABITAÇÃO POPULAR 2.1. O estado da arte da habitação popular no Brasil


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A crise da moradia popular no Brasil não é recente, desde o inicio do século XIX datam o surgimento dos primeiros barracos nos morros cariocas e em São Paulo. Com a abolição da escravidão, crise da lavoura cafeeira e processos de industrialização, essas comutas culminaram no adensamento das cidades, data-se ainda que nessa época existisse uma política de atração de imigrantes, que teoricamente, por possuírem experiência em indústrias poderiam contribuir para o desenvolvimento do país, essa proliferação de pessoas caracterizou uma desordem urbana no nível de moradias populares. Dessa maneira com a formação dos centros, começam a aparecer os problemas urbanos que

aumentavam demasiadamente o numero de

habitantes. Nesta época ainda não se falava claramente na questão habitacional e de sua vinculação com o estado. Consequentemente a população de baixa renda se instalava em áreas de risco ou cortiços. O cortiço é a forma de habitação mais antiga do Brasil para a população proletária, uma casa onde cada cômodo era alugado para famílias distintas com instalações sanitárias comuns. Essa habitação de baixo custo era a forma mais viável de moradia para a classe trabalhadora. A situação desses cortiços era insalubre, com instalações precárias de infraestruturas e conforto térmico. Essas condições eram favoráveis para a frequente ocorrência de epidemias de varíola e febre amarela nos cortiços, o que culminou em chamar a atenção do governo para a agrura que se passava no sistema habitacional popular no país Neste quadro as habitações coletivas pioravam o estado da saúde publica do país, que necessitava urgentemente de medidas quanto à questão da moradia para trabalhadores de baixa renda.


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Figura 01: População em frente a um cortiço da década de 30. Fonte: educaterra.terra.com.br

Figura 02: Pátio de um cortiço na década de 30 formado por antigos casarões. Fonte: educaterra.terra.com.br


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Até o início da década de 30 os esforços dos trabalhadores eram principalmente, por questões salariais, isto é, ainda não haviam atinado que o governo deveria tomar partido da questão habitacional pelo bem coletivo. Em 35 com a implantação da previdência o Estado passou a arrecadar uma grande soma em dinheiro e este estaria destinado a setores estratégicos, dentre eles a construção de moradias populares. Na década de 40 é instituída uma comissão com objetivo de aniquilar as favelas, fazendo com que os moradores retornassem ao seu estado de origem e expulsassem as famílias que não tivessem renda fixa, evidentemente o plano não obteve sucesso, mas ficou clara a intenção dos governantes em não estabelecer metas de melhoria para a desordem habitacional no Brasil. Neste âmbito o estado e os trabalhadores já haviam se dado conta da importância da casa na vida do cidadão e no posicionamento que o governo deveria apresentar para solucionar as adversidades. Os estudos nas áreas sociais, foram marcantes para o entendimento das moradias daquela época, foram esses profissionais que analisaram e designaram as mudanças profundas que deveriam acontecer nos país diante do quadro preocupante entre a linha da moradia e o papel humano que o governo deveria desenvolver a frente das questões habitacionais e urbanas, descreveram acreditar que sendo o homem fruto do seu meio, era urgente a reformulação na moradia popular, só assim conseguiriam o avanço da nação. As casas encontradas para levantamento na favela estavam em estado de calamidade, seu aspecto físico era detratado e em sua maioria correndo risco de desabar. Segundo o assistente social André Luiz Santos denominou as habitações, sendo:

01 – Barracos: Construções em madeira, em situação frágil, que oferecia proteção contra o vento, sol, chuva,mas era umidado e anti-higiênico.

Figura 03: barros da década de 40 em um morro carioca. Fonte: www.controversas.com/historiafavelas


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02 – Casebre: Pequenas habitações em tijolo, mas que não ofereciam abrigo contra intempéries naturais. 03 – Pau-a-pique: Construções resistentes ao tempo, tendo inclusive especialistas na técnica. 04 – Bambu: Nem eram consideradas construção, nem casa, pela precariedade. Segundo Carlos Souza (1944) : “Se a família é o meio natural à formação do homem, a casa é o ambiente natural a vida familiar”

A partir dessa citação é entendível que as famílias que não possuiam uma estabilidade física da moradia própria, também não conseguiam estabelecer relações familiares saudáveis, o local ao qual erão submetidos a morar interferia diretamente nos laços e relações. A área da desenvolvimento social no país se apresentava para tratar a edificação como um objeto de auxilio para mudança, para ensinar o usuário a morar, já que os beneficiários dessas residências foram transgredidos pelas velhas formas de habitação na cidade

Em 28 de junho de 1937 saiu o decreto 1.749 que possibilitou um efetivo desenvolvimento do programa habitacional, podendo, consequentemente, ser considerado o marco inicial de atuação dos debates políticos do Estado neste campo da habitação. Este decreto foi o primeiro programa referente a habitação e se baseou em 3 planos básicos: PLANO A = Aquisição de terreno para construção de casas econômicas e construção ou aquisição dessas casas, para serem revendidas aos associados, em prestações módicas, pagáveis no prazo máximo de 20 anos. PLANO B = Empréstimo em dinheiro para associados, para a construção,


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reconstrução, liberação ou aquisição de casas destinadas exclusivamente á moradia do associado, sob hipoteca do imóvel até a liquidação da dívida pagável em prestações mensais e no prazo máximo de 20 anos. PLANO C = Empréstimo hipotecário das reservas previdenciárias a qualquer pessoa física ou jurídica em operações imobiliárias, objetivando a abstenção da mais elevada remuneração do capital aplicado. No entanto a realidade pelo plano apresentado pelo governo tinha por lógica a construção de habitações tal qual seu custo fosse o menor possível e em sua prática aboliam todos os serviços que eram considerados baldados e introduzidos simplificações na edificação que fossem compatíveis com as exigências mínimas da técnica. Essas simplificações geravam muita variação de temperatura bem como o conforto dentro da edificação, os tijolos ficavam aparentes, as paredes sem reboco e divisórias dos cômodos eram de madeira e os espaços se apresentavam de maneira medíocre, ou seja, a edificação que seria o livramento da classe operária dos cortiços e favelas se expressou prejudicando sua habitabilidade. A NBR 15575 Norma de Desempenho, como é conhecida, estabelece parâmetros técnicos para vários requisitos importantes de uma edificação, como desempenho térmico, acústico, durabilidade e vida útil, a norma é a interpretação técnica das necessidades brasileiras considerando o estágio técnico e socioeconômico do Brasil, a norma estabelece responsabilidades para cada uma das partes ligadas a uma edificação – construtores, projetistas, fabricantes de materiais e próprios usuários, na aplicação geral da norma de desempenho para habitabilidade devem ser analisados sistemas estruturais, pisos, vedações verticais internas e externas, sistemas de coberturas e sistemas hidrossanitários para garantir a habitabilidade dentro das edificações. As habitações foram sendo produzidas sem levar em consideração os moradores, suas mais variadas especificidades, assim, mesmo havendo as novas construções, elas chegavam ao usuário com os mesmos problemas anteriores, não resolviam ainda o caos da época, apenas, protelavam e mascaravam a verdadeira demanda por habitações saudáveis que iriam caracterizar o lar das famílias beneficiadas. Em 1946 surge a criação da Fundação da Casa Popular, sendo esse o primeiro órgão nacional voltado à habitação de baixo poder aquisitivo. A fundação desejava o atendimento à população que não participava do mercado formal de trabalho, proporcionando a aquisição ou construção de moradia própria em zona urbano ou rural,


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assim cumpriria sua razão proporcionando financiamento da construção ou aquisição de residências popular; Financiamento também das prefeituras para melhoramentos urbanos ligados a habitação popular ou indústrias de matérias primas para a construção. Mas em seu desenvolvimento a fundação apresentou problemas na entidade, pois previa que os recursos fossem captados através de taxação das transações imobiliárias no país, mas a falsificação dos valores e a falta de interesse do governo minaram o caixa da fundação, culminando no seu fracasso em 1967.

Segundo a historiadora Cássia Pires em 1964 foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH) que era responsável pela política nacional de habitação, mas seu objetivo não era construir casa popular, e sim impulsionar o mercado da construção civil. O banco visava lucro em aplicações rentáveis, assim, a casa própria para a população de baixa renda ficou mais inatingível, a crise limitou as possibilidades de ação pelo governo culminando assim no desequilíbrio financeiro desdobrado para subsidio da construção das camadas de maior renda. O governo e suas ações políticas voltadas ao planejamento urbano foram ficando cada vez mais confusos e contraditórios, quando trocava de ministério, trocavam também as políticas, e o país continuava a caminhar deixando um vazio na carência habitacional para população de baixa renda. Entra governo e sai governo e as moradias continuam defeituosas e carentes de infraestrutura.

Em 1985 o BNH foi transformado em BNDU (Banco Nacional de Desenvolvimento Urbano) para haver também ampliação de recursos destinados a essas construções, em mais uma tentativa fracassada de reorganização do sistema urbano o BNDU foi transferido para a Caixa Econômica Federal. Em suma nos governos subsequentes algumas vezes foram discutidas e levantados esforços para atender a essas necessidades, mas pela constante ma administração e incessante ma vontade de dos setores públicos esses programas foram timidamente sendo colocados de lado. A

movimentação

publica

urbanística

seguia

erroneamente

práticas

arquitetônicas internacionais em seu exercício projetual, materializando assim Vilas operárias, parques, Conjuntos Habitacionais que não se inseriam no contexto do país. Essas produções não conseguiam enxergar o cidadão como parte do processo da concepção desses projetos. Em tese os moradores são os clientes das práticas que vão ser concebidas, sendo essa produção privada ou não.


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Entre indas e vindas de governos foram tentadas várias instalações de órgãos destinados aos problemas de planejamento e desenvolvimento urbano. Como a criação do Sistema Nacional de Habitação de interesse social (SNHIS) e o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), essas organizações foram implantadas para subsidiar as ações voltadas para famílias de baixa renda. Devido a corrupção no país, as verbas repassadas eram insuficientes para cobrir a demanda, falhando assim com a população que realmente necessitava de suporte habitacional. A falta de verba de estados e municípios para financiar projetos, também acarreta o atraso para investimentos nas áreas. Desde 2007 percebe-se um constrangido mas substante avanço nas articulações entre políticas econômica e habitacional no Brasil,bem como a ampliação da capacidade de endividamento dos estados para estimularem o setor da construção civil, com essas ementas se viabilizou a criação do PAC (Programa de acelaração do crescimento) para o auxilio das praticas habitacionais. O programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” viabilizado em 1988, e atuante nos dias de hoje, tentam aumentar o patamar de investimento em habitações populares, mas para as famílias com rendimento inferior a três salários mínimos por mês, a aquisição da casa própria ainda se edifica com sonho distante. Em analise ao contexto do estado da arte da habitação popular no Brasil, é possível captar que em suma o país nunca contou com uma efetiva e atuante política nacional de habitação que fornecesse recursos financeiros ou institucionais que solucionassem as demandas dos problemas estruturais do seu estado e agravados pelos anos e faltas de soluções, é que as políticas propostas são inacessíveis para as famílias com renda menor a três salários mínimos, continuando assim a não resolver de fato o problema dos realmente necessitados, essa é uma clara demonstração da desorganização do governo em cooperar, assistir e qualificar políticas que realmente possam sanar a falta de moradia digna no país.


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Segundo John Ruskin (1962) :

“As construções civis e domésticas são as mais importantes no significado histórico. A casa do homem do povo deve ser observada,pois, relata a evolução nacional”.

2.2 Assistência técnica em arquitetura

No Brasil, existe a problemática das construções populares desordenadas. Isso acontece pela complexidade gerada pelos governos em relação a normas e pelo acumulo de pessoas com desfavorecido acesso a técnicos. A produção de habitações de interesse social é tratada como produto comercial, sendo gerada para atender a demanda do mercado imobiliário, e essa discussão resulta na produção de habitações repetitivas, sem considerar o lado social e cultural da população a ser beneficiada. Geralmente é edificado em terrenos afastados, o que acarreta na continua definição da exclusão social desses indivíduos.


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O cidadão que é realmente carente de soluções urbanas é posto em escanteio, visto que não existem estimulo para recursos de habitações para pessoas com renda inferior a três salários mínimos. Para esse grupo social a aquisição de um imóvel é muito complexo, o que faz que eles acabem se instalando em áreas de risco e sem qualquer almejo de qualidade e particularidades de um lar, justamente esses compostos que necessitam de serem assistidos e orientados fazendo-se sempre presente nas decisões relacionadas a modificações em seu habita e que essas mudanças considerem fatores culturais. Neste âmbito os esforços em prol da casa se tornam também empenhos na melhoria da qualidade da relação social do individuo com a sua cidade. Neste papel assistencialista o arquiteto desempenha múltiplas funções entre entendimento do cidadão, da família a ser beneficiada e do contexto daquela edificação na cidade. Produzir arquitetura nesse sentido significa melhorar a cidade e as condições sociais dos seus habitantes com uma adequada planificação do interesse dessas classes com soluções para longos prazos, ou seja, a criação de um plano realmente efetivo de assistência que consiga atender e produzir edificações que solucionem o problema de cada moradia com suas especificações.

O profissional designado para desenvolver o papel de assistência a essas famílias deve dignificar seu trabalho para melhorar as condições de habitabilidade a décadas discutidas no Brasil, promovendo uma arquitetura inclusiva levando sempre em consideração as variáveis de cultura, clima e geografia para um bom desempenho da sua edificação. É de fundamental importância a participação do arquiteto nessas produções, com o conhecimento técnico adquirido pela faculdade e práticas para agregam técnicas mais eficazes a esses “modificadores da estética urbana”. A lei de assistência nada mais que a compilação na prática de ideais de arquitetos como Lina Bo Bardi, que sempre defendeu a presença do arquiteto na obra e em contato com os executores, Aldo Rossi que valorizava a estrutura histórica da cidade, Gordon Cullen que defende a analise da paisagem urbana, Jan Gehl com suas ideias de apropriação dos espaços públicos. A contribuição do arquiteto nessas percepções resulta na identificação de fatores que contribuem para a ocorrência dos episódios da historia da


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construção daquele local, o todo não deve se destoar e sim integrar. Esses conhecimentos sociais geram aplicação práticas com soluções dirigidas a cada projeto.

Como tentativa de amparo a todos os esforços em prol da regulamentação de habitações em todo país, em dezembro de 2008 foi sancionada a Lei Federal 11.888/08 conhecida como Lei de Assistência técnica gratuita, que tem como expediente público e gratuito a assistência em arquitetura, urbanismo e engenharia e seus prestados para amparo ás famílias de baixa renda. A lei aperfeiçoa a qualificação do uso racional dos espaços edificados e seu entorno, bem como assistência técnica na parte de projetual, construção ou reforma da habitação. A formalização desses serviços perante o poder público como suporte ativo para o desenvolvimento do país, no que se refere a edificação e qualidade espacial, não aconteçam de forma desordenada.

O projeto busca também intermediar e alertar a importância de assentar a casa em terreno firme legalizando a edificação com as legislações urbanística e ambiental da cidade. A assistência busca garantir uma obra bem executada, que aproveite os espaços adequadamente, seja segura e confortável. A lei garante também a proximidade do profissional com usuário o que valoriza os aspectos culturais e sociais dos habitantes.

Segundo o governo federal a viabilização desses recursos serão analisados e repassados pela Caixa Econômica Federal, segundo eles os profissionais que se organizarem, receberam convênios e termos de parcerias com empresas privadas para fazer dessa iniciativa uma realidade concreta.


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3. PRODUÇÃO VERNACULA DE ARQUITETURA

De acordo com a Revista EcoArktekt Disponível em : ( http://www.ecoarkitekt.com/construcao-sustentavel/arquitectura-

vernacula/#.UZzEdqLBNto) Acesso em 15/03/2013; Arquitetura vernacular é aquela que representa a técnica construtiva de acordo com a tradição local e sabedoria popular.

Essa produção vernacula aborda a autoconstrução e seu caráter espontâneo alheio a qualquer discussão de arquiteturura, neste trabalho essas caracteristicas seriam elevadas para se apoiar em em conhecimentos técnicos de construção. A arquitetura vernácula é de uma época onde não existiam sistemas de climatização e iluminação, onde a construção tinha de ser adequada a região onde seria implantada, o que hoje se assemelha a arquitetura Bioclimática ou EcoArquitetura.


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A maioria dos estudos das manifestações vernáculas enxergam nessa tipologia um subsidio para a busca de uma arquitetura que considere aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais antes de sua concepção. A arquitetura vernacular segue a lógica de acreditar nos conhecimentos antigos, reaproveitar materiais e técnicas, considerando sempre o espaço e o homem que vão se inserir ali, para que ambos participem harmoniosamente com a imagem e vida urbana saudável em sua região. Paralelo às conversas sobre preservação ambiental que tiveram inicio após o “boom” da revolução do computador em todo mundo, a arquitetura vernacular influênciou as discussões do Regionalismo Crítico, que abordava a edificação como contexto para agregar valor e significado de cada cultura ou região, essas manifestações tentavam assimilar a visão “pós-modernista”, que via na imagem consumidora um modelo a seguir como no Estilo Internacional. Esses arquitetos queriam fazer a ponte para a revolução urgente de uma nova arquitetura com preocupações sociais para o mundo. Geralmente a arquitetura vernácula ganhava força onde o Estilo Internacional ainda não havia conseguido se embrenhar. As linhas que cruzam a permacultura e arquitetura vernacular é o estabelecimento da ideia de arquitetura vernacular como a técnica e a bioconstrução como tecnologia, para o desenvolvimento de uma habitação que leve em consideração costumes, materiais e aspectos sociais de cada ambiente. O déficit Habitacional apresentado pelo Brasil é composto por diferentes grupos sociais, assim no contexto da utilização da arquitetura vernacular, seria identificar e considerar os conhecimentos técnicos acumulados por esses grupos e materiais disponíveis nos terrenos de intervenção propondo a partir dessas primícias novas soluções para a habitação de interesse social. A autoconstrução é a arquitetura vernacular e se apresenta como solução mais comum para o deficit habitacional, é importante intender que esse deficit se apresenta não somente em quem não tem casa, mas, também quem vive em condições precárias. No âmbito urbano a arquitetura vernácula se apresenta em projetos pontuais, que acabam caracterizando aquele local, contudo, não existem correntes da


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disseminação da filosofia de utilização de técnicas e materiais locais na produção, para garantir menor custo e danos ao meio ambiente. A produção proposta por essa vertente é a inclusão da diversidade humana e regional, para desenvolver as peculiaridades de cada projeto. As obras vernáculas e da bioconstrução devem sempre ser o retrato do homem que ali habitam. Segundo Carlos A.C. Lemos no livro O que é arquitetura:

“a arquitetura é a habilidade da prática de desenhar e solucionar para criar espaços habitáveis, mas, que encarne valores. A arquitetura deve acomodar com intimidade os seres humanos presentes ali”.

Para o cenário da transposição da permacultura para a cidade busca-se utilizar a arquitetura vernacular como base de análise para a produção dessa edificação, a fim de levar em consideração técnicas, materiais e soluções já utilizadas pelos moradores, a nova edificação continua com um caráter vinculativo com a família e arredores, com a identidade dos moradores. Os materiais já são habituais, ou seja, a família se sente parte do lugar. Neste contexto devemos analisar a arquitetura vernacular não como meio rígido, mas como condição para adapta-las a soluções modernas aliadas ao conhecimento popular. Esta arquitetura defende o uso de tecnologias apropriadas a cada situação geográfica e a cada material disponível no local de implantação da edificação, o que compreende aos princípios de arquitetura sustentável, pois as energias, materiais e técnicas devem estar ao lado do respeito à natureza. Segundo Herman Hertzberger no livro Lições de Arquitetura:

“O segredo é dar aos espaços uma forma tal que a comunidade contribua á sua maneira para um ambiente com o qual possam se relacionar e identificar”


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4. PERMACULTURA

Após o século XX, com a era tecnológica o mundo passou por mudanças drásticas. Se por um lado o avanço da tecnologia permitiu facilitar a vida das pessoas e processos industriais, por outro as máquinas trouxeram consigo um impacto para a produção, funcionamento e manutenção do meio ambiente. Como resposta ao sistema industrial e práticas agrícolas, em meados de 1970 os ambientalistas ecologistas Bill Mollison e David Holmgren, seu então aluno, começaram a discutir os conceitos da Permacultura, que, visava envolver o desenvolvimento harmonioso da paisagem com as pessoas e a natureza. O intuito da permacultura é cuidar, de maneira holística, da terra e das pessoas, propondo a sustentabilidade dos ecossistemas através de uma postura mais consciente diante do uso dos recursos naturais e energias. O termo Permacultura se origina da fusão entre conceitos de “Agricultura e Permanente”, posteriormente substituída por “Cultura Permanente”, por abranger um campo muito amplo de atuação. O sistema funciona com a elaboração, implantação e estabilidade de ecossistemas produtivos, que desenvolva energia, alimentação e moradia de forma aprazível com o meio ambiente. Baseados em teorias, como a Teoria de Gaia de James Loovelock, na qual a Terra é apresentada como um organismo único faziam proposições para que as condições da população na terra tenham função ativa na manutenção das condições para sua existência.


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Os esforços iniciais dos ambientalistas eram para fazer agricultura perene para assentos humanos, depois se ampliou para conceitos básicos de design prático para cidades, casas e edificações. Para Mollison, o design na permacultura é a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza, esse design passa por todos os campos para conceber um projeto com planejamento, desenho e significados e que componha um diálogo com elementos estruturais, materiais e naturais para a criação de um ambiente integrado à convivência sustentável do usuário.

Figura 04: princípios da permacultura Fonte: www.jardimdomundo.wordpress.com


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Esse design tem um papel fundamental para as mudanças de paradigmas, pois suas propostas devem abarcar soluções estéticas e funcionais no contexto do desenho urbano, na produção arquitetônica, envolvendo os pilares entre o social, ambiental e econômico a partir de sua assimilação da visão do mundo.

Figura 05: A flor da permacultura Fonte: www.skyscrapercity.com

No livro Permacultura Passo a passo, Rosemary Morrow descreve

“ É indispensável para fazer um bom design que o arquiteto seja um observador critico de todos os elementos da paisagem. A partir da análise de como as civilizações antigas organizavam seu espaço, os princípios da permacultura buscavam cada vez mais informações para somar as suas possibilidades arquitetônicas. A bioconstrução é uma vertente da permacultura, é a tecnologia construtiva utilizada pela filosofia. “


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4. BIOCONSTRUÇÃO 4.1. Conceitos iniciais

De acordo com site Trevert. Disponível em : (http://www.trevert.com/o-que-e-bioconstrucao) Acesso em 28/03/2013; Bioconstrução é a forma de construir que busca a harmonia entre ambiente, edificação e o meio na qual será inserida, em seus processos construtivos encontra o melhor aproveitamento dos recursos naturais ou não necessários a sua construção.

Figura 06: Casa de uma EcoVila em São Paulo Fonte: www.skyscrapercity.com

Para que seja considerada bioconstruída ela deve ao menos alguns dos princípios e técnicas como: 1 – Uso passivo dos recursos naturais; Sistemas capazes de reaproveitar águas e iluminação natural. 2 – Uso de materiais ecológicos; Materiais certificados, reutilizáveis, terra crua. 3 – Gestão dos resíduos; Tratamentos das águas poluentes geradas pela casa como banheiro e caixa de gordura. 4 – Paisagismo; Buscar ao máximo introduzir áreas verdes na edificação e seu entorno. A bioconstrução agrega técnicas vernaculares e conhecimento técnico, para a sua produção, sempre priorizando materiais locais, mão de obra do usuário e diminuição dos gastos com fabricação e transporte. A intenção é intervir menos no espaço e utilizar mais os recursos naturais.


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Figura 07: Casa no instituto Pindorama no Rio de Janeiro. Fonte: www.pindorama.blogspot.com

Seguindo o pensamento da permacultura, na bioconstrução deve-se haver acompanhamento dos ciclos da produção, e, principalmente, da vida do usuário para qual a residência vai ser produzida. A bioconstrução tende a buscar sempre o envolvimento dos moradores para gerar uma edificação estimulante. O cidadão deve se inserir no processo para que uma identidade com seja criada. Na permacultura e bioconstrução a análise do local a ser implantada a casa é de fundamental importância, é nesse mapeamento que sairão os desdobramentos para nortear o projeto. Devem ser levada em conta clima, região, comunidade, topografia, tipo de materiais naturais já existentes, para se iniciar a escolha das técnicas que serão aplicadas. Na bioconstrução como a permacultura, deve ser levar em consideração as analises perceptivas para projetar e construir.

Segundo o permacultor Peter Webb: “Deve-se programar sistemas de escala humana sem danificar as dinâmicas existentes na co-criação em harmonia com as estratégias da própria natureza”.

Na permacultura os habitantes, sua moradia e o meio ambiente compõe um organismo único, portanto, as plantas, construções e infraestruturas fazem parte do sistema.


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Para que as construções de escala humana tenham eficiência energética e ecológica é necessário aplicar os conceitos básicos de permacultura, para gerar energia e suprir as necessidades do habitante. Devem ser aproveitados todo o calor, brisas, sombra ou paisagismo para somar a edificação.


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4.2. Sistemas de infraestrutura

Após o diagnóstico do local onde vai ser inserida a edificação é possível identificar quais técnicas bioconstrutivas poderão ser aplicadas no contexto da edificação e identificar de onde serão retiradas as matérias primas naturais a serem utilizadas. No contexto da bioconstrução, é de suma importância que os usuários estejam familiarizados com seus sistemas, e que façam sua manutenção. Como os processos “são vivos” no contexto da edificação, necessita que o morador faça uso consciente de produtos, manejo das sobras e das águas poluidoras. Se não existir essa conscientização por parte do morador o sistema, não funcionará como ciclos, ou seja, a infraestrutura que funciona de maneira natural não conseguirá processar os poluidores. Isso afetaria a vida dos moradores, pois, uma vez que o processo anaeróbico das plantas não consegue ser concluído os poluidores causam mau cheiro. Na permacultura busca-se incansavelmente o convívio harmonioso com seu entorno e meio ambiente, por isso procura não somente aproveitar o que a natureza tenha a oferecer, como também assumir a responsabilidade de tratar seus agentes poluidores, portanto, a edificação tende a ser um suporte para um estilo de vida totalmente integrado com a natureza. O sistema de infraestrutura da bioconstrução é o conjunto de elementos, estruturas e materiais que buscam viabilizar uma casa sustentável.

1 - Uso passivo dos recursos naturais Energia solar é uma fonte de energia limpa e renovável que não gera poluente e nunca se esgota. O aproveitamento da energia solar deve servir para aquecer á água dos chuveiros.


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Figura 08: Exemplo da distribuição da água aquecida. Fonte: www.infoescola.com

Para fazer o aquecimento da água por meio de captação solar é necessário um boiler para reservatório e placas coletoras. O aquecimento se da quando o boiler, geralmente de cobre ou alumínio, repletos de água, absorvem a radiação e aquece a água, para depois ser distribuída pela residência.

Figura 09: Boiler e placa solar.

Energia eólica


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Figura 10: Captador de energia eólica Fonte: www.infoescola.com

A energia eólica é produzida a partir do vento que ao incidir sobre o aerogerador, gera força suficiente para girar o eixo central que é conectado ao gerador elétrico, essa eletricidade produzida é injetada no sistema e transmitida aos locais de abastecimento, sua energia é renovável e inesgotável. Não requerer combustível para abastecimento e não emite gases poluentes. Suas instalações são móveis, o que faz dele um sistema reutilizável. É uma excelente forma de se obter energia em áreas que ainda não obtém energia fornecida por companhias, ou não podem ter, pelo auto custo de instalação e mensalidade. Para seus perfeito funcionamento os coletores devem ser instalados em áreas com muito vento, no entanto a poluição sonora é uma desvantagem, também não deve ser instalada em áreas com percurso de aves migratórias, pois as hélices dos geradores podem matar as aves, outra questão considerada desvantagem para o uso dessa energia é a poluição visual. A energia produzida pelos aerogeradores contribui para a agregação de potência de abastecimento energético aos sistemas elétricos.

2 – Uso de materiais ecológicos e reutilizáveis


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Parede viva = se refere às técnicas de construção com terra e outros materiais alternativos. Cada técnica deve ser escolhida de acordo com a disponibilidade de matéria prima no local da construção e o clima.

ADOBE

Figura 11: Tijolo de adobe pronto. Fonte: Arquivo pessoal do autor

Figura 12: Design no tijolo de adobe, conhecido como adobe africano. Fonte: www.tibarose.com.br


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Figura 13: Casa construída com tijolo de adobe comum. Fonte: http://ambiente.hsw.uol.com.br

Materiais para fabricação: Terra, areia, esterco e fibras naturais.

O barro é um material reutilizável, pois, quando não foi cozido pode ser triturado e umedecido que volta ao seu estado natural. É econômico, pois, na maioria dos casos a terra retirada para fazer o tijolo é do próprio local da construção, ou seja, se gasta pouca energia para transporte e preparação do tijolo. O tijolo de adobe é um excelente regulador térmico, por possuir capilaridade em suas moléculas (proveniente das fibras utilizadas no preparo da massa) há pouca variação de umidade dentro da edificação. Apresenta-se também como excelente isolante térmico mantendo sempre balanceado a temperatura dos ambientes. Entretanto o barro é um material impermeável que se desintegra rápido em contato com água, assim, não deve ser utilizado em casas que não são protegidas da umidade e não é própria para edificações com mais de um pavimento. Super Adobe (terra compactada)


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Figura 14: Casa construída com SuperAdobe. Fonte: www.ecocentro.org

Figura 15: Vista interna da casa construída com Superadobe. Fonte: www.ecocentro.org Materiais para fabricação: Terra, areia, esterco, fibras naturais e saco de polipropileno. De acordo com site Trevert. Disponível em :


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(http://www.sunnet.com.br/home/Noticias/SUPERADOBE-Construindo-com-oterreno.html) Acesso em 28/03/2013; A técnica superadobe ganhou notoriedade nos anos 80 quando a Agência Aeroespacial Norte Americana (NASA), promoveu um simpósio (Lunar Bases and Space Activies of the 21º Century) reunindo arquitetos e engenheiros para discutir a viabilidade de se construir na Lua. Criado por Nader Khalili, arquiteto iraniano radicado nos Estados Unidos, o superadobe surpreendeu por evitar que grandes quantidades de material tivessem que ser levados ao espaço. A principal característica do "superadobe" é sua simplicidade e rapidez em relação ao adobe comum, ao invés de serem colocados no formato de tijolo é ensacado em sacos de polipropileno e o acabamento é feito por apiloamento por processo artesanal, essa técnica é utilizada quando não se tem tempo para esperar o tijolo do adobe secar (20 dias). Essa construção se baseia em estruturas auto-portantes, de maneira que não necessitam de sistema estrutural auxiliar por isso as melhores formas para as aberturas são circulares e ogivais, pois distribuem melhor o esforço. Entretanto, o superadobe apresenta fragilidade as umidades por isso devem estar protegidas de chuva e umidade com impermeabilizantes ou tratamentos, a técnica também apresenta limitação vertical, podendo ser construído apenas um pavimento sem a necessidade da utilização de outros elementos construtivos como vigas e pilares.


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Taipa de Pilão (Terra compactada)

Figura 16: Parede externa construída com taipa de pilão Fonte: rotamogiana.com

Figura 17: Parede interna construída com taipa de pilão Fonte: rotamogiana.com


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Figura 18: Exemplo de montagem do encaixa do Taipal Fonte: rotamogiana.com

Figura 19: Apiloamento artesanal da terra Fonte: rotamogiana.com


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Como mostra a figura 16 à fundação para fazer a parede de Taipa deve ser feita em alvenaria de pedra e a primeira parte da parede construída é feia diretamente sobre a alvenaria. O taipal que é a forma utilizada para moldar a parede é composto por tábuas de madeira pressas em um sarrado e possuem encaixes no topo para que sejam posicionadas as tampas como mostra a figura 18. A terra para construir a parede é retirada inloco na edificação, assim, o comportamento da terra pode variar dependendo da região. Por ser um material permeável, necessita de proteção com detalhes arquitetônicos para sua proteção. Outra desvantagem da técnica é que se o solo sofrer deformações as paredes podem trincar, assim não devem ser feitas em locais com risco de movimentação de terra. Outra desvantagem em relação as outras paredes vivas é que ao contrario das outras técnicas necessita de uma mão de obra numerosa para sua produção.


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CASCAJE (cimento e armação em aço)

Figura 20: Telha de cascaje. Fonte: tibarose.com.br

Figura 21: Laje de cascaje, vista interna, forma aparente. Fonte: tibarose.com.br


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A bioconstrução não é avessa a tecnologia, apenas, tenta aliar processos construtivos com materiais reutilizáveis, para diminuir o impacto causado pelas construções. Como resposta para essa sistema Johan Van Lengen do TIBA (Tecnologia Intuitiva e BioArquitetura) em Friburgo RJ, desenvolveu o Cascaje.Teto feito de painéis abobados com largura de 50cm como apresentado na figura 20 que podem cobrir vãos de ate 4 metros. Esse sistema de ferrocimento tem a vantagem de economizar material básico (1 saco de cimento, faz 6m² de laje) com .Os cascajes podem ser utilizados como laje de forro e laje de teto, podendo sustentar edificações de até dois pavimentos.


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Teto Verde (madeira, substrato, brita, lona e plantas)

Figura 22: Telhado verde. ExperiĂŞncia na Espanha. Fonte: tibarose.com.br

Figura 23: Exemplo de camadas para montagem do telhado. Fonte: arkous.com.br


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O teto verde é uma técnica utilizada na bioconstrução, com objetivo de recolhimento de águas pluviais bem como melhora do conforto térmico na edificação. A camada de vegetação natural presente no telhado verde intercepta a luz natural e reduz o calor irradiado por meio da evotranspiração das plantas, o que regulariza as variações bruscas de calor. Como mostra a figua 23 o solo presente nas plantas e superficies podem funcionar como isolantes acusticos já que as plantas absorvem as frequencias mais altas, desviando da casa ondas sonoras. Essa cobertura vegetal contribui ainda para a renovação do ar no entorno da área. Apesar dos beneficios para a casa e moradores o teto verde pode apresentar uma carga estrutural pelas camadas de substrato , assim, deve ser analisado se o local a ser inserido existe estrutura para isso. A camada impermeabilizante pode sofrer danos causado pelo crescimento de raízes , esse riso pode ser evitado utilizando impermeabilizantes anti-raizes para que os substratos não sirvam de fonte de nutrientes para as raizes. O telhado também requer uma manutenção periodica, diferente de sistemas tradicionais. A permacultura bem como a bioconstrução acredita no relacionamento do ser humano, sua casa e o meio ambiente. Isso não quer dizer que são avessos a tecnologia, apenas tenta utilizar o mínimo para evitar a degradação precoce da terra. Buscam ao minimizar o impacto da edificação sobre o local minimizando os sistemas poluidores que vão voltar para o meio ambiente. Chuveiros, lavatórios de banheiro, tanques, máquinas de lavar roupa, pia de cozinha são exemplos de origem das águas cinza. Ainda no Brasil não existem normas para regulamentar a volta das águas cinzas de edificações para o meio ambiente, mais na bioconstrução por uma forte relação com o entorno, é imprescindível tratar as águas que foram utilizadas pela casa antes de serem devolvidas ao meio ambiente. Após o diagnostico de cada local é possível reconhecer quais filtros são possíveis de instalar e funcionar no contexto do local, edificação e usuários. Abaixo estão alguns sistemas de tratamentos de água cinza. Essas relações elevadas a escala do trabalho proposto são eficientes no sentido de suprir a necessidade por moradia saudável de pessoas que não podem arcar com esses mantenedores da cidade.


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Filtro Biológico O filtro biológico apresentado na figura 23 é um exemplo de como tratar águas de banho e tanque. São construídos três buracos com areia, pedras e plantas, onde são desaguadas as águas de banho e tanque, o filtro biológico é eficiente em digerir e reter microorganismos nocivos.

Figura 23: Filtro Biólogico Fonte: entrepreneurstoolkit.org


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Bason (Banheiro Seco)

É um sistema integrado de uso e tratamento dos resíduos humanos (fezes, urina papel higiênico) sem consumo de água. Funciona através de uma câmara isolada impermeável, conforme figura 24 que evita a contaminação. Nela se misturam os resíduos com serragem, ver figura 25, promovendo a compostagem seca e a reintegração do excedente ao ambiente.

Figura 24: Esquema de funcionamento banheiro seco Fonte: http://verdedentro.wordpress.com


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Figura 25: Descarga do banheiro seco sendo feita com serragem. Fonte: http://verdedentro.wordpress.com

Figura 26: Vaso sanitรกrio para banheiro seco da taca design. Fonte: tacassas.com.br


43 4 – PAISAGISMO

Na bioconstrução o paisagismo ajudar a compor e harmonizar a edificação com seu entorno como mostra figura 27, aliado aos preceitos da permacultura, o paisagismo, poderia juntar a harmonia trazida pelas plantas com a qualidade de produzir hortas e ervas, ver imagem 28 e 29, a fim de suporte para a família.

Figura 27: paisagismo em casa bioconstruida. Fonte: blog.plantarumarvore.org


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Figura 28: Exemplos de ervas para serem utilizadas no jardim. Fonte: blog.plantarumarvore.org

Figura 29: Exemplo de horta vertical feita com garrafas pet. Fonte: programavidaorganica.com.br


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3.3. Experiências

Neste capitulo serão apresentados algumas experiências em permacultura e bioconstrução no Brasil, e foram escolhidos por serem qualificadores de resgate de cultura local e técnicas construtivas que foram suporte de desenvolvimento social.

Projeto na favela da Babilônia, Zona Sul, Rio de Janeiro. A comunidade da Babilônia sofre com o ineficiente abastecimento de água. A escolinha Tia Percília para crianças padecia da falta de verba para melhoria de abastecimento de água no local, sendo assim o cenário para a primeira iniciativa de bioconstrução na favela. O desafio era providenciar um sistema para captação de água pluvial, para abastecimento de melhoria do funcionamento da edificação. A solução foi construir um teto verde, capaz de captar a água pluvial, filtro biológico e cisterna de 3mil litros. A solução foi tão benéfica para a comunidade, que por ser uma novidade e ter sido totalmente abraçada pelos moradores, obteve reconhecimento nacional, gerou visibilidade pela iniciativa e angariou melhorias com patrocinadores, para a educação para os alunos da creche. Neste episodio uma técnica construtiva na edificação gerou benefícios papáveis para os usuários. A execução contou com a participação de arquitetos, moradores e crianças da creche. Os bioconstrutores ministraram aulas de bioconstrução para construtores e moradores locais. Projeto vencedor do prêmio Planeta Casa 2010.

Figura 30: Montagem da estrutura para o teto verde


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Fonte: tibarose.com.br

Figura 31: Inicio da montagem dos substratos. Fonte: tibarose.com.br

Figura 32: Moradores e arquitetos na montagem. Fonte: tibarose.com.br


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Figura 33: Telhado verde pronto. Fonte: tibarose.com.br


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Figura 34: Vista do telhado verde Fonte: tibarose.com.br


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Projeto do Instituto Baleia Jubarte, Bahia.

O projeto do Instituto engloba todas as técnicas de bioconstrução, incluindo compostagem, horta e viveiro. Além de contratar mão de obra local, foram organizados mutirões com locais e realizadas oficinas com arquitetos bioconstrutores para orientação. A fundação do espaço foi feita toda de pedra e eucalipto da região de acordo com a imagem 35, as paredes de adobe com terra do local (ver imagem 36), treliçado de bambu mirim colhido no terreno ao lado ver imagem 37, placas de plastocimento para pias e bason, ver imagem 38 e 39, que é o sistema de esgotamento sanitário. O banheiro seco, no caso do instituto contava também com separador de urina, ventilação cruzada, armadilha com Pet para moscas. Teto verde nas coberturas para proteção do intenso sol baiano e pré-filtro para água de chuva, filtro biológico para águas cinza.

Figura 35: Montagem da estrutura de eucalipto. Fonte: tibarose.com.br


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Figura 36: Voluntรกrios fabricando adobe Fonte: tibarose.com.br

Figura 37: Voluntรกrios fabricando adobe Fonte: tibarose.com.br


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Figura 38: montagem das placas de plastocimento. Fonte: tibarose.com.br

Figura 39: Banheiro seco pronto. Fonte: tibarose.com.br


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Figura 40: Instituto pronto. Fonte: tibarose.com.br


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6. APLICABILIDADE 6.1. Bioconstrução na habitação popular

As edificações produzidas são meras reproduções de um tipo antiquado já construído. Mesmo no país apresentando diferenças climáticas, a tipologia para a produção de habitações populares não se modifica para adaptações ao local. Segundo a UNESCO um terço das construções do planeta é concebido em terra crua, seguindo esse parâmetro podemos introduzir a Bioconstrução como mais uma técnica e tecnologia para essa produção das massas. Desde a evolução da indústria no século XIX, as pessoas com poucos recursos a produtos industrializados seguem fazendo o uso de técnicas antigas para solucionar sua falta de acesso a assistência em sua moradia. Neste contexto, surge a possibilidade de unir arquitetura vernácula, com Bioconstrução para sanar partes do problema de habitação social para famílias de baixa renda no Brasil. A estética de construção com terra foge a lógica de técnicas tradicionais, mais a aceitabilidade por reciclar e reutilizar é unânime. Essas técnicas em comum acerto com geografia local, estratégias apropriadas de isolamento aliadas a um projeto de arquitetura sensível a real necessidade das famílias de baixa renda, construção saudável, com baixo custo e baixa manutenção. A Bioconstrução integra uma prática da Permacultura que tende ao desenvolvimento de uma sociedade sustentável, sua filosofia busca soluções locais, com multiplicidades, onde é indispensável o convívio harmonioso com a natureza. A produção de sistemas de construção que aperfeiçoam recursos naturais deve dominar o dialogo sobre arquitetura nas próximas décadas. As construções com terra apresentam a mesma durabilidade e longevidade dos materiais convencionais. Outra grande vantagem da Bioconstrução na produção de habitação popular é seu custo em relação aos materiais de alvenaria tradicional. Segue abaixo o exemplo de uma habitação social construída com técnicas bioconstrutivas. Uma residência no Rio Grande do sul é um bom exemplo, com 70m² de área construída, paredes de super adobe, divisórias de adobe, entrada de luz para o teto, foi produzida para uma família com renda inferior a três salários mínimos, com 02 quartos e 01 banheiro seco que economiza 50l/dia de água por pessoa no mês, gastou apenas 32 sacos de cimento na sua fabricação e teve o custo final de R$ 7.500,00, enquanto uma com a mesma tipologia construída em alvenaria sairia por R$ 20.000,00.


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Figura 41: Fachada da casa popular com tĂŠcnicas bioconstrutivas. Fonte: tecnicasalterglobo.blogspot.com

Figura 42: Acabamento interno, tijolo de adobe e revestimento de madeira. Fonte: tecnicasalterglobo.blogspot.com


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Figura 43: Poço de iluminação natural no telhado. Fonte: tecnicasalterglobo.blogspot.com

Figura 44: “janela da verdade” dentro da residência mostra a técnica construtiva. Fonte: tecnicasalterglobo.blogspot.com


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7. PROPOSTA PARA TCC2

Ápos as compilações dos estudos acimas citados, esse trabalho busca realizar a reforma de uma habitação popular de baixa renda por meio da aplicação da Permacultura e Bioconstrução. Esse estudo busca representar o trabalho de assistência técnica para a familia beneficiada. Propondo soluções viáveis para seu contexto. Após o estudo do estado da arte na habitação popular no brasil e seus desdobramentos com os usuários, o trabalho busca na filosofia de vida da Permacultura o suporte norteador do projeto em todas as suas fases. Projetual, obra, transporte, relações e mão de obra, tendo a bioconstrução como tecnologia para resolver os sistemas de infraestrutura. É de fundamental entendimento que os moradores devem fazer parte de todos os processos decissivos, afim de criar uma conexão com a edificação.


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8. DIAGNÓSTICO 8.1 CIDADE

Coronel Fabriciano é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Situa-se na mesorregião do Vale do Rio Doce. Sua população foi estimada em 2012pelo IBGE em 104 637 habitantes. A cidade conta com água tratada, energia elétrica, esgoto, limpeza urbana, telefonia fixa e telefonia celular. No ano de 2010, Coronel Fabriciano possuía 31 615 domicílios. Desse total, 28 076 eram casas, 131 casas de vila ou em condomínio, 3 195 apartamentos e 213 eram habitações em casas de cômodos ou cortiço, casas irregulares não foram contabilizadas. O bairro escolhido para intervenção é o Caladinho de cima, caracterizado pelo grande numero de habitações irregulares e por uma população majoritariamente de baixa renda.


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8.1 LOCAL

A rua Poti onde esta localizada a edificação é paralela a BR 381 mas como não é completamente pavimentada, dificulta o acesso.

Figura 45: Mapa de acessos. Fonte: Arquivo do autor.


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Figura 46: Término da pavimentação e início da estrada de terra da rua Poti. Fonte: Arquivo do autor 8.2 USUÁRIOS

Através do CRAS (Conselho Regional de Assistência Social) da cidade foram selecionadas famílias abaixo do nível de pobreza, que apresentavam residências que não contribuíam para uma vida saudável. Ver anexo 1

Nesta casa mora a familia Silva, constituida por seis pessoas: Suelen Silva Rodrigues – 25 anos; Cristiano Silva Santos – 24 anos; Juliana Silva- 10 anos; Taylane Tayssa da Silva- 06 anos; Davi Cristian Silva Santos- 04 anos; Leticia Silva Santos- 02 anos;


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8.3 A CASA

A residência da familia Silva foi selecionada pelo trabalho, primeiramente pela precariedade espacial,seis pessoas vivem em uma casa de dois cômodos, mas,também por estar inserida em um local beneficiado com materiais primas locais Em seu terreno encontra-se fácil acesso a nascente local(imagem 48) e aproveitamento de matéria prima, como o bambu ( imagem 50).Potencializando a aplicação de técnicas de bioconstrução e permacultura.

Figura 48: Curvas topográficas com nascente e edificação. Fonte: Arquivo do autor.


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Figura 49: Pia para vasilhas. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 50: Plantação de bambu no entorno. Fonte: Arquivo do autor.


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Figura 50: Entrada da residĂŞncia. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 51: Fachada lateral esquerda. Fonte: Arquivo do autor.


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Figura 52: Fachada lateral direita. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 53: Fachada lateral posterior. Fonte: Arquivo do autor.


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Figura 54: Terreno. Fonte: Arquivo do autor.


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8.5 DIMENSÕES

9. CONCLUSÃO


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CONCLUSÃO No Brasil existe um déficit habitacional não apenas para quem não tem casa, mas, para aqueles em que suas residências não apresentem espaços habitáveis. Conforme o analisado viu-se que as tipologias adotadas para habitação popular não conseguem agregar sentido cultural em sua arquitetura, ou seja, o usuário não se identifica com a habitação. Neste sentido a produção vernácula de arquitetura, busca qualificar a mão de obra do usuário para trabalhar com materiais locais e criar uma conexão entre lugar e usuário na busca de uma melhora na qualidade de vida. Na Bioconstrução buscar soluções de infraestrutura com baixo custo e fácil manutenção para os usuários, visto que essas pessoas não conseguem se manter com os sistemas convencionais da cidade. Com a aplicação da permacultura busca-se a humanização dos espaços e etapas de projeto, criando uma nova vocação ao local. Um novo modo de morar e estar em harmonia com o meio ambiente. Aliados ao cultivo de alimentos para seu sustento e exercício de socialização. Cuidar da casa se torna uma atividade para o corpo e a mente, ocupando tempo dos moradores que às vezes é ocioso. Assim, este trabalho é concluído com a visão de oferecer suporte para soluções que visem à melhoria da qualidade da habitação e vida de seus moradores.


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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LENGEN, Johan Van Lengen. O manual do arquiteto descalço. São Paulo. Alinea Editora. 2004. Rosemary Morrow. Permacultura passo a passo. 2ª edição, reimpresso em 2010, Brasília. 1º de Outubro de 2003. Kevin Linch. A imagem da cidade. BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto da Criança e do Adolescente. 3ª edição, 2ª reimpressão, Brasília, 2008. CHRISTOPHE, Micheline. Instituiçoes de Longa Permanência para Idosos o Brasil: uma opção de cuidados de longa duração? Rio de Janeiro, 27 de outubro, 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo 2010. Revista MDS – Desenvolvimento social. Disponível em :<http://www.pmjm.mg.gov.br/mat_vis.aspx?cd=6507>. (Acesso em 30/03/2013) Disponível em: <(http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/908750-regioes-nortee-centro-oeste-tem-maior-aumento-populacional.shtml)>.(Acesso

em

31/03/2012) Disponível

em

(

http://www.ecoarkitekt.com/construcao-

sustentavel/arquitectura-vernacula/#.UZzEdqLBNto) Acesso em 15/03/2013; Fiori, Pedro Arantes - Arquitetura Nova


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