Projeto (Re)Descobrir a História de Portugal A Expansão Marítima – parte 2 EB1/JI ________________________________________
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A Dinastia de Avis Dom João I, nasceu em Lisboa, em 1357. Era filho de Dom Pedro I e de D. Teresa Lourenço. Casou com D. Filipa de Lencastre, neta de Eduardo III, rei de Inglaterra. Foi cognominado o de Boa Memória pela grata recordação que deixou em todos os Portugueses. A segunda dinastia chama-se Joanina ou de Avis, porque o seu primeiro rei foi D. João, grão-mestre da Ordem de Avis. Aclamado rei nas Cortes de Coimbra, em 1385, D. João I foi o principal paladino da independência nacional. Homem simples, culto e valente, previu que os Castelhanos viriam novamente invadir Portugal, e preparou a sua defesa. D. Nuno Álvares Pereira foi designado Condestável do Reino (chefe supremo dos exércitos portugueses). D. João I faleceu em 1433. Jaz no Mosteiro da Batalha. (LOPES, C. Figueiredo – História de Portugal)
Expansão Marítima (século XV) O ideal que levou os Portugueses às descobertas e conquistas foi o desejo de expandirem a Fé Cristã e alargarem o Reino. Os conhecimentos científicos, matemáticos e astronómicos permitiram aos Portugueses as navegações através dos oceanos, em procura de novas gentes e novos mundos. O século XV é, para os Portugueses, o século do mar. O mar é o caminho das conquistas, dos descobrimentos, da poesia, da inspiração artística e da glória dos Portugueses. No reinado de D. João I, e por iniciativa de seus filhos D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, iniciaram-se as conquistas além-mar.
A conquista de Ceuta
A rainha D. Filipa de Lencastre, apesar de já se encontrar atacada pela peste que grassava em Lisboa, quis entregar as espadas que encomendaria, a seus três filhos, exortando-os ao cumprimento dos seus deveres para com a Pátria. D. Filipa de Lencastre morreu em 18 de julho e a armada partiu para a conquista de Ceuta no dia 25 de julho de 1415. Compunham a esquadra mais de duzentos navios e vinte mil homens. A expedição dirigiu-se a Ceuta e foi comandada pelo rei D. João I e nela participaram os três filhos mais velhos, os infantes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Também tomaram parte na expedição o Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira, muitos nobres e o povo. Foi a primeira grande abalada dos Portugueses a assinalar o início de uma epopeia que não terá paralelo no Mundo – a expansão ultramarina. Ceuta era uma rica e populosa cidade moura do norte de África. Situada à entrada do estreito de Gibraltar, era um centro importante de comércio e a chave do Mediterrâneo. No dia 21 de agosto de 1415 desembarcaram os Portugueses e ocuparam a praça de Ceuta. Após a conquista, D. João I armou cavaleiros seus filhos na mesquita da cidade, convertida em templo cristão. Concedeu a D. Pedro o título de duque de Coimbra e a D. Henrique o de duque de Viseu. D. Duarte era o herdeiro do trono, por ser o filho mais velho. Descobrimentos henriquinos (as ilhas atlânticas) Designaram-se por “descobrimentos henriquinos” os descobrimentos efetuados durante a vida do infante D. Henrique, entre 1418 e 1460. Começaram pelas ilhas atlânticas e terminaram muitas milhas a sul da costa de África, na Serra Leoa.
1415- Conquista de Ceuta. 1419- João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira descobriram a ilha de Porto Santo. 1420- João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo descobriram a ilha da Madeira. 1427 a 1434- Diogo Silves descobre o arquipélago dos Açores.
Localiza e assinala (com um ponto colorido) no mapa os lugares conquistados e descobertos. 1415 – Ceuta (verde); 1418 – ilha de Porto Santo (azul); 1419 – ilha da Madeira (amarelo); 1427 – ilhas do arquipélago dos Açores (vermelho)
A lenda do Machim Machim era um jovem cavaleiro inglês, forte e destemido, que se apaixonou por uma menina da alta nobreza chamada Ana de Arfet. Ela correspondeu inteiramente ao seu amor. Não podiam casar porque não pertenciam ao mesmo grupo social. Namoravam portanto em segredo. Quando os pais de Ana descobriram ficaram furiosos e quiseram pôr fim ao romance. Sendo pessoas importantes, conseguiram que o próprio rei de Inglaterra obrigasse a filha a casar com um fidalgo de alta linhagem. Desesperado, Machim elaborou um plano de fuga. Quanto tinha tudo preparado mandou avisá-la, pedindo que fosse ter com ele ao porto da cidade de Bristol. Ana de Arfet ficou radiante e fugiu de casa à noitinha levando consigo apenas um crucifixo. Felicíssimos, caíram nos braços um do outro. Mas não houve tempo a perder! O navio que os levaria para França estava ancorado ao largo. Se queriam fugir sem ninguém dar por isso, tinham que aproveitar a ausência de tripulação. Meteram-se num bote com alguns companheiros e lá foram remando com mil cuidados para não fazerem barulho. Quando subiram a bordo apressaram-se a soltar as velas e partiram cheios de esperança num futuro risonho. O sonho porém não durou muito! Pouco depois levantou-se um temporal e só então perceberam a falta que lhes fazia um piloto experiente. Arrastados pelo vento, andaram à deriva e perderam-se no mar. Dias depois avistaram uma terra brava, coberta de arvoredo, que os deixou espantados, confusos. Que terra seria aquela? Aparentemente não vivia ali ninguém. Resolveram então desembarcar. Ana pediu que a levassem porque se sentia doente de tão enjoada. Fizeram-lhe a vontade. O sítio onde tinham ido parar não podia ser mais acolhedor. Havia água em abundância, frutas silvestres e até um abrigo natural! Nessa noite dormiram junto à praia dentro de uma árvore fantástica. O tronco era enorme, oco e tão espaçoso como uma cabana. Apesar de tudo a pobre menina não se recompôs. A sorte também não ajudou. Uma tempestade arrastou a nau para longe e deixou-os apenas com um bote a remos! Receando não poder regressar nunca. Ana entregou-se à doença e à tristeza. Morreu pouco depois.
Machim, louco de sofrimento, disse aos outros que tentassem alcançar o continente no barco a remos porque ele ficaria ali junto da sua amada. Os amigos rodearam-no de carinho e compreensão mas de pouco serviu. Alguns dias depois o jovem cavaleiro morreu também. Antes de partirem, os companheiros sepultaram-nos lado a lado. Assim ficariam juntos para todo o sempre! O lugar que serviu de palco a esta linda e triste história de amor viria a chamar-se Machico… (MAGALHÃES, Ana Maria et outros – Os descobrimentos portugueses, A lenda do Machim, pág. 64 e 65)
Desenha e pinta a bandeira de Portugal durante a descoberta do arquipélago dos Açores.