Projeto (Re)Descobrir a História de Portugal A Expansão Marítima – parte 3 EB1/JI ________________________________________
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O Infante D. Henrique (o Navegador) Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu em 4 de março de 1394, no Porto, em cuja Sé foi batizado. Recebeu uma rigorosa formação religiosa, moral e intelectual. Conhecido por Henrique, o Navegador, era um homem bondoso, culto e estudioso, de espírito empreendedor e de uma fé ardente, que muito se interessou pela arte de navegar. Após a conquista de Ceuta, o pensamento do Infante voltou-se para a expansão além-mar, no desejo de dilatar a Fé e de descobrir e conquistar novas terras. Para realizar esse plano, fixou-se em Sagres, no Algarve, onde estabeleceu um centro de estudos náuticos. Aí, rodeado de cartógrafos, geógrafos, astrónomos, matemáticos, navegadores, técnicos de construção náutica e povo anónimo, organizou as primeiras viagens de expansão marítima. Para isso contribuíram os seus bens pessoais e grande parte dos recursos da Ordem de Cristo, de que era grão-mestre. Graças a ele, barcas e depois as caravelas, cheias de gente nova e aventureira, sulcaram os “mares nunca dantes navegados”, percorrendo as costas de África, da Ásia e da América. Descobrimentos Henriquinos (as Ilhas Atlânticas) – Designam-se por “Descobrimentos Henriquinos” os descobrimentos efetuados durante a vida do infante D. Henrique, entre 1418 e 1460. Começaram pelas Ilhas Atlânticas e terminaram muitas milhas a sul da costa de África, na Serra Leoa. De Sagres partiram as primeiras expedições, que foram descobrindo novas ilhas, novos continentes e novos mares. Com os navegadores seguiam, além dos soldados e dos missionários, os artistas mecânicos, conhecidos por “mesteirais” (carpinteiros, calafates, ferreiros, pedreiros, armeiros…). Em 1418, os marinheiros do Infante, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, descobriram a ilha de Porto Santo. Em 1419, os mesmos navegadores e Bartolomeu Perestrelo descobriram uma ilha a que chamaram Madeira porque “não tinha palmo de terra que não tivesse cheio de árvores enormes…”. Em 1427, Diogo de Silves descobriu o arquipélago dos Açores, exceto as ilhas Flores e Corvo. Por alturas de 1431/1432, Gonçalo Velho Cabral fez o reconhecimento dessas ilhas e começou o seu povoamento. (LOPES, C. Figueiredo – História de Portugal)
Cronologia da expansão marítima 1415 – Conquista de Ceuta 1419 – Ilha de Porto Santo 1420 – Ilha da Madeira 1427 – Ilhas dos grupos oriental e central do arquipélago dos Açores 1431/32 – Ilhas do grupo ocidental do arquipélago dos Açores 1434 – Gil Eanes dobra o Cabo Bojador 1441 – Nuno Tristão alcança o Cabo Branco 1443 – Dinis Dias descobre o Cabo Verde 1446 – Álvares Fernandes chega à Guiné-Bissau 1456 – Diogo Gomes descobre as primeiras ilhas de Cabo Verde 1471 – João de Santarém descobre as ilhas de São Tomé e Príncipe 1482 – Diogo Cão descobre a foz do rio Zaire 1488 – Bartolomeu Dias descobre a passagem para o Oceano Índico A viagem de Bartolomeu Dias
Localiza e assinala (com um ponto colorido) no mapa os lugares conquistados e descobertos. 1415 – Ceuta (verde); 1419 – Arquipélago da Madeira (amarelo); 1427 – Arquipélago dos Açores (vermelho); 1434 – Cabo Bojador (azulescuro); 1446 – Guiné-Bissau (cor de laranja); 1456 – Ilhas de Cabo Verde (cinzento); 1471 – Ilhas de São Tomé e Príncipe (azul-claro); 1488 – Cabo da Boa Esperança (preto).
O gigante Adamastor Um determinado local ficaria na História como símbolo da proeza de Bartolomeu Dias. Na viagem de regresso, quando passavam à vista de um grande rochedo, foram surpreendidos por violenta tempestade. Nuvens espessas desfizeram-se em chuva, levantouse um vento rijo, relâmpagos e trovões encheram o ar de luzes e sons terríficos. O mar revolto, encrespado, erguia os navios a alturas inacreditáveis para logo os precipitar no abismo. Pobres marinheiros! Com a alma num susto, terão imaginado que era o fim. O rochedo decerto tomou proporções gigantescas. Era uma ameaça visível. Se se aproximassem, os navios espatifavam-se e não havia salvação. Mas, na iminência de naufrágio, que vontade louca de lá chegar, de pôr os pés em terra firme, de pisar o gigante malvado que não os acolhia. Depois de muito penarem, a sorte decidiu-se a favor dos homens. Combalidos, puderam seguir viagem. Aquela aventura, porém, nunca mais seria esquecida. Consta que Bartolomeu Dias relatou a sua experiência como se o próprio rochedo tivesse a culpa da tempestade, chamando-lhe cabo Tormentoso ou cabo das Tormentas. D. João II ter-lhe-ia mudado o nome para cabo da Boa Esperança, como se o rochedo pudesse transmitir bons presságios e lhe reforçasse a esperança de chegar à Índia. E a fama do “gigante” não ficou por aí. Artistas de todos os tempos deliciaram-se a compor-lhe a figura. Pintores, escultores, poetas, cada um à sua maneira lhe deu vida. Camões atribuiu-lhe forma imponente, magnífica, a de gigante Adamastor:
Não acabava quando uma figura Se nos mostra no ar, robusta e válida De disforme e grandíssima estatura, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má, e a cor terrena e pálida, Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos. Os Lusíadas Canto V, est. 39 Fernando Pessoa atribuiu-lhe forma semelhante. Utilizando linguagem mais simples, deixou-nos um “monstro” com a mesma dimensão. O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar. Mensagem ALBUQUERQUE, Luís de [et al]. - Os Descobrimentos Portugueses: Viagens e aventuras
Desenha e pinta a bandeira de Portugal durante a passagem pelo cabo das Tormentas, em 1488, no reinado de D. Jo達o II.