Manual de
Produção
Gráfica Volume 1
Sumรกrio
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Tipos Mรณveis
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Litogravura
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Offset
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Flexografia
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Serigrafia
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Calcografia
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Rotogravura
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Eletrografia
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Impressรฃo Digital
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Plotter de Recorte
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Tipos Móveis
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O alemão Johannes Gutenberg (década de 1390 - 1468) aperfeiçoou uma antiga invenção chinesa e criou, no século XV, a prensa de tipos móveis. Seu invento surgiu a partir da modificação de uma prensa de uvas. Até então, os livros eram todos feitos à mão, um por um, em um processo lento e que encarecia o preço do produto. Com os tipos móveis reutilizáveis de Gutenberg, surgiram as primeiras obras impressas. Os caracteres metálicos, organizados linha por linha, eram presos a uma chapa, besuntados com tinta e prensados sobre o papel. Como este processo poderia se repetir inúmeras vezes, os livros se tornaram bem mais acessíveis. A Bíblia foi a primeiro obra que Gutenberg imprimiu. O desenvolvimento da imprensa também só foi possível pela agilidade que a prensa de tipos móveis trouxe à
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produção de textos. Nos dias de hoje a impressão com tipos móveis fica restrita a trabalhos específicos e diferenciados, já que a impressão requer uma maior mão de obra, tempo e consequentemente um maior valor.
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Litogravura
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O processo de litografia surgiu na Alemanha no final do século XVIII, ela foi inventada por Alois Senefelder quando procurava um meio de impressão para seus textos e partituras. Alois acabou inventando um processo químico novo, econômico e mais rápido de se fazer que todos os outros meios conhecidos na época. O método de escrever sobre uma pedra já era conhecida, a sacada de inventor foi ter equacionado os princípios básicos da impressão a partir da mesma, ele se baseou em textos encontrados de Nuremberg sobre as experiências de Simon Schmidt, sacerdote e professor bávaro, sendo este o primeiro a pensar a pedra como matriz reprodutora. A litografia foi utilizada na produção de instrumentos comerciais, exemplos: cartazes, rótulos e embalagens.
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O processo da Litografia consiste na impressão a partir de uma pedra calcárea de grão fino e materiais gordurosos, como exemplo tinta e óleo. Depois de desenhada com algum destes materiais, a pedra absorve em suas porosidades uma fina camada de gordura que em seguida é tratada quimicamente com um banho de goma arábica e ácidos, desta forma as áreas desenhadas tornam-se ainda mais receptivas à gordura, no caso a tinta de impressão, enquanto as outras áreas não desenhadas vão se manter seladas e repulsivas à gordura no momento da impressão. A característica principal da litografia é a visibilidade dos poros da pedra após ter sido feita a impressão. Seu principal uso é a impressão de todos os tipos de documentos, rótulos, cartazes, mapas, jornais, etc, além de ter possibilitado
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uma nova técnica expressiva para os artistas. O processo litográfico foi se aperfeiçoando e foram inventadas máquinas que produziam com uma velocidade cada vez maior, o último aperfeiçoamento foi o uso da matriz de zinco. Hoje em dia esse processo de impressão já praticamente não existe, alguns artistas plásticos ainda utilizam, esse “descaso” acontece por conta das facilidades da impressão Offset, da qual a litografia deu origem, ela é a impressão litográfica aperfeiçoada e automatizada, porém há um fator diferente e importante, a impressão
offset é um processo de impressão indireto. Na impressão litográfica, o papel recebe a imagem diretamente da pedra ou da chapa de zinco através de um cilindro de pressão, já na impressão offset, o suporte recebe a imagem de uma borracha intermediária entre o cilindro da chapa e o cilindro impressor. Nos dias de hoje, a litografia é mais direcionada aos artistas plásticos e pessoas que procuram fazer um trabalho mais rústico e manual, isso acontece por conta da facilidade e rapidez da impressão offset.
Offset
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A impressão offset teve origem no sistema de impressão litográfico, com o tempo essa técnica foi se aperfeiçoando e se automatizando juntamente com os avanços tecnológicos. Baseando-se no princípio de que tinta e água não se misturam, as imagens são colocadas em chapas que são umedecidas em água e depois em tinta. A tinta adere à área da imagem e a água à área sem imagem. A imagem é então transferida a uma placa de borracha e dela para um papel. Por isso, esse processo é chamado “offset” (fora de lugar), uma vez que a imagem não passa direto da chapa para o papel como acontece na impressão de gravura. Ela imprime em até 4 cores (CMYK) e seu uso é para a impressão de diversos tipos de papéis. Nos dias de hoje a impressão offset é o meio de impressão mais utilizado
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em grandes tiragens por ter um baixo custo, pois com apenas 1 chapa (ou uma de cada cor), é possível imprimir milhares de exemplares, evitando estoques excessivos e gastos desnecessários.
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Flexografia
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Não se sabe ao certo onde surgiu a Flexografia. Os ingleses dizem ter documentos comprovando que sua origem data do final do século XIX, pela sociedade Comercial Bibby, Barons & Sons Ltda. Já os registros históricos apontam o surgimento da flexografia nos Estados Unidos, no ano de 1860. A tinta, que inicialmente era um corante a base de anilina dissolvida em álcool, desenvolveu-se em meados dos anos 50, assumindo o pigmento como elemento corante e agregando valor às exigências dos produtos impressos. A flexografia é um processo de impressão direto caracterizado pelo emprego de uma fôrma relevográfica (o conteúdo impresso fica em relevo) e resiliente, produzida na forma de chapas planas ou camisas. Com o desenvolvimento do fotopolímero pela multinacional
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Dupont, a flexografia passou por uma mudança evolucionária, chapas com maior durabilidade, precisão e qualidade. A flexografia pode imprimir praticamente qualquer tipo suporte, e atua em diversos segmentos, desde a impressão em banda larga (embalagens) até a banda estreita (etiquetas e rótulos). Apesar de ter sido estigmatizada durante muitos anos como um processo de impressão de baixa qualidade, quando comparada à rotogravura, o avanço tecnológico da flexografia levou-a a um novo patamar de qualidade, tão boa quanto a impressão rotogravura ou offset, desde que sejam observados os inúmeros controles e monitoramento das variáveis durante o processo. Nos dias de hoje, o maior crescimento da flexografia encontra-se no ramo das embalagens flexíveis (celofane,
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polietileno, polipropileno, nylon, poliéster, alumínio, papel etc.), etiquetas e rótulos auto-adesivos e as embalagens de papelão ondulado. Pode-se também imprimir materiais decorativos, a exemplo dos papéis para presente, móbiles, crepom, papel tissue, TNT, dentre outros. Imprime-se também a cerâmica, tecidos, fórmica e bens duráveis.
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Serigrafia
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Desde os tempos mais remotos, existe no Oriente, o stencil para a aplicação de padrões (modelos, espaços seqüenciais) em tecidos, móveis e paredes. Na China os recortes em papel (cut-papers) não eram só usados como uma forma independente de artefato, mas também como máscaras para estampa, principalmente em tecidos. No Japão o processo com stencil alcançou grande notabilidade no período Kamamura quando as armaduras dos samurais, as cobertas de cavalos e os estandartes tinham emblemas aplicados por esse processo. Já as serigrafia é um processo de impressão no qual a tinta é vazada, pela pressão de um rodo ou puxador , através de uma tela preparada. A tela (Matriz serigráfica), normalmente de poliéster ou nylon, é esticada em um bastidor (quadro) de madeira,
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alumínio ou aço. A gravação da tela se dá pelo processo de fotosensibilidade, onde a matriz preparada com uma emulsão fotosensível é colocada sobre um fotolito, sendo este conjunto matriz e fotolito colocados por sua vez sobre uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros (onde a luz passará pelo fotolito atingindo a emulsão) são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão fotosensível que foi exposta a luz. A serigrafia é utilizada para a impressão em variados tipos de materiais (papel, plástico, borracha, madeira, vidro, tecido, etc.), superfícies (cilíndrica, esférica, irregular, clara, escura, opaca, brilhante, etc.), espessuras ou tamanhos, com diversos tipos de tintas
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ou cores. A impressão serigráfica é ainda muito utilizada nos dias de hoje, como exemplo em camisetas, embalagens, canecas, convites, tecidos e muitas outras superfícies e materiais.
Calcografia
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A calcografia ou gravura em metal surgiu nos ateliês de ourivesaria e de armaduras, no século XV, onde era comum imprimir os desenhos das jóias e brasões em papel para melhor visualização das imagens. É um sistema de impressão por ranhuras. O suporte é realizado sobre uma folha de cobre ou de zinco, com uma agulha de aço, muito afiada. Depois da gravação da imagem escolhida, sobre a placa de zinco, ela é coberta com uma camada fina de cera, afim de manter a imagem. As partes que serão impressas são descobertas e banhadas numa imersão de três partes de água e uma parte de ácido nítrico. A decapagem vai corroer as partes que ficaram desprotegidas. Após a limpeza da placa, ela é colocada na máquina onde vai ser realizada a impressão. A calcografia é uma técnica refinada que
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permite grande liberdade ao artista podendo ser realizada em diferentes técnicas, sendo as principais: buril e ponta seca, água-forte, água tinta, fotogravura e maneira negra ou mezzotinta. A calcografia nos dias de hoje é utilizada em impressos de segurança, como exemplo as cédulas de dinheiro, em diplomas, alianças e outras representações em superfícies metálicas.
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Rotogravura
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A origem da rotogravura teve inicio com os criativos artistas da Renascença italiana nos anos 1300. A rotogravura é a técnica onde são usados suportes de baixo relevo para imprimir imagens de maior complexidade, com ou sem cor. A matriz é constituída por um único tipo, feito à mão, obtendo-se uma chapa ou um cilindro com os desenhos feitos em áreas contínuas ou então divididas em milhares de pontos individuais, esculpidos um a um, formando assim uma imagem negativa em relação à imagem que se pretende reproduzir. Neste meio usa-se chapas quando se pretende reproduzir em folhas soltas ou então rolos quando se pretende fazer a reprodução em máquinas de cilindros. A matriz é preenchida de tinta e uma lâmina super precisa retira a tinta que está em excesso, ficando tinta apenas
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nos pontos de baixo relevo. A tinta é assim transferida diretamente para o papel, através da pressão da matriz sobre ele. Ela tem um custo elevado por conta da matriz, por isso é necessária uma quantidade grande para tornar este processo viável. Este meio de impressão é utilizado em superfícies flexíveis, como rótulos, etiquetas, etc. A rotogravura é utilizada nos dias de hoje principalmente na impressão de jornais, revistas, rótulos e etiquetas.
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Eletrografia
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A eletrografia ou fotocópia produz uma imagem com esse processo fotográfico seco, inventado por Chester Carlson num laboratório improvisado, mostrava o local e a data de sua execução, que foi em Astoria na data de 22/10/1938. No processo empregava-se uma câmera fotográfica de grande formato, na qual, em vez de filme, era introduzida uma chapa de selênio eletrificada, o selênio fazia o papel do filme, pois quando recebia uma carga de eletricidade tornavase fotossensível, e essa propriedade possibilitava a gravação de imagens. A imagem gravada na chapa era posteriormente transferida a um gaveteiro, contendo o tonalizador constiuido de microesferas de plástico. A chapa de selênio carregada de eletricidade estática atrai o tonalizador para as áreas expostas á luz, formando
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a imagem. Posteriormente, numa terceira gaveta e com auxílio de uma nova carga elétrica, o tonalizador é transferido e fundido ao suporte final, que pode ser papel, tecido, vidro ou até mesmo blocos de pedra. A eletrografia é mais conhecida como xerox, e é um processo de impressão que utiliza um pó pigmentado (tonner) seco e eletricamente carregado (carga negativa) para imprimir cópias em papel a partir de um original.
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Impressão Digital
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Foi em 1993 que se começou a falar de impressão digital, na feira internacional Ipex, na Inglaterra. Nessa oportunidade, apresentaramse os primeiros sistemas digitais de impressão em policromia. Na Drupa de 1995, na Alemanha, a impressão digital foi a grande estrela da maior mostra de equipamentos gráficos do planeta. Na edição de 2000 da Drupa, quando a feira comemorou seus 50 anos, que a impressão digital mostrou que veio mesmo para ficar. A impressão digital é um método de impressão no qual a imagem é gerada a partir da entrada de dados digitais direto do computador para a impressora, chamada de plotter, que podem ter a tinta a base d’água ou a base de solvente. Os equipamentos de impressão digital de grandes formatos contam com resoluções de até 2400
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dpi´s e imprimem gráficos e textos com nitidez. A redução no preço dos equipamentos hoje possibilita a impressão de materiais de alta qualidade com custo relativamente baixo.
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Plotter de Recorte
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O plotter de recorte é uma variação do plotter de impressão, na qual uma lâmina recorta adesivos de acordo com o que foi desenhado previamente no computador, através de um programa vetorial. As lâminas têm papel fundamental na qualidade e precisão do recorte. Protegidas normalmente por um suporte que está acoplado ao cabeçote da máquina, as lâminas devem ficar totalmente encobertas. Essa é a posição ideal para assim que o suporte de lâmina tocar o substrado, a lâmina realize o corte corretamente. São dois movimentos que a lâmina realiza: em torno do seu próprio eixo (sempre na direção do corte) e no sentido vertical, de acordo com a pressão exercida sobre a lâmina e o tipo de material a ser cortado. Há diversos materiais para confecção das lâminas. Os mais comuns são aço,
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carbono e liga de carboneto. Para tipos específicos de aplicação, como em substratos mais rígidos, costumase dar um banho de carbonero de tungstênio sobre a ponta da lâmina, o que confere a ela maior resistência. Todas as lâminas possuem uma angulação que também varia de acordo com o substrato a ser cortado. Para o mercado de comunicação visual, a angulação mais usada é a de 45º. Há lâminas especiais para corte de borracha e papéis, sem contar aquelas com angulação e afiação completamente diferentes para corte de materiais mais grossos e duros. Um fator bastante importante em relação às lâminas é que estas devem estar sempre bem reguladas e afiadas para o recorte perfeito. Quanto mais cega a lâmina, maior será a pressão utilizada para recortar, isso
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ocasiona maior desgaste da fita teflon, localizada bem abaixo da lâmina e do material recortado. Nos dias de hoje ela é utilizada para recorte de vinil no mercado de sinalização, comunicação visual, serigráfico, indústria têxtil, indústria de vidros e no de brindes promocionais. Vários materiais podem ser utilizados tais como o vinil adesivo, vinil adesivo refletivo, filmes rubi ou âmbar, flock térmico, sand blast entre outros.
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Por produção gráfica entende-se todas as fases envolvidas na materialização de qualquer projeto gráfico. Pode ser um simples cartão de visita ou um complicado expositor que combinará vários tipos de materiais e de técnicas. O designer deve ter algumas noções básicas de produção gráfica para poder criar peças que sejam possíveis de produzir e não o contrário. O produtor gráfico é o profissional que pode ajudar o designer nesta tarefa. Cabe ao produtor analisar a ideia do designer e perceber a melhor forma de reproduzi-lá