Oratória

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COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA Manual de Técnicas Aplicadas

PAULO ANTÔNIO ALVES DE ALMEIDA 1

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Autor: Paulo Antônio Alves de Almeida Título: Comunicação e Oratória Ano da Publicação Original: 2011 Ano da Digitalização: 2011

Esta obra foi digitalizada, formatada e revisada. Índice ............................................................................................................................ .02 Prefácio ........................................................................................................................ .04 Primeiras Palavras...................................................................................................... 05 Cap.

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Para

além

da

linguagem

não

verbal

linguagem

corporal......................................06 1.1 – Ensinar exige rigorosidade metódica ....................................................................14 1.2 – Ensinar exige pesquisa 15 1.3 – Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos 16 1.4 – Ensinar exige criticidade 17 1.5 – Ensinar exige estética e ética 18 1.6 – Ensinar exige corporeificação das palavras pelo exemplo 19 1.7 – Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a discriminação 20 1.8 – Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática 22

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1.9 – Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural 23 Cap. 2 – Expressar o self – o seu eu –..........................................................................19 2.1 – Ensinar exige consciência do inacabado 28 2.2 – Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado 31 2.3 – Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando 34 2.4 – Ensinar exige bom senso 36 2.5 – Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores 39 2.6 – Ensinar exige apreensão da realidade 41 2.7 – Ensinar exige alegria e esperança 43 2.8 - Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível 46 2.9 – Ensinar exige curiosidade 51 Cap.

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A

Atitude

Mental

...............................................................................................24 3.1 – Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade 56 3.2 – Ensinar exige comprometimento 59 3.3 – Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo 61 3.4 – Ensinar exige liberdade a autoridade 64 3.5 – Ensinar exige tomada consciente de decisões 68 3.6 – Ensinar exige saber escutar 70 3.7 – Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica 79 3.8 – Ensinar exige disponibilidade para o diálogo 86 3.9 – Ensinar exige querer bem aos educandos 90 Cap.

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O

Planejamento

de

uma

apresentação

–.................................................................29

Cap.

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Metáforas,

Parábolas

e

Historias

pessoais.............................................................34

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Prefácio Aceitei o desafio de escrever o prefácio desde livro do Prof. Paulo Freire movida mesmo por uma das exigências da ação educativo-crítica por ele defendida: a de testemunhar a minha disponibilidade à vida e os seus chamamentos. Comecei a estudar Paulo Freire no Canadá, com meu marido, Admardo, a quem este livro é em parte dedicado. Não poderia aqui me pronunciar sem a ele me referir, assumindo-o afetivamente como companheiro com quem, na trajetória possível, aprendi a cultivar vários dos saberes necessários à prática educativa transformadora. E o pensamento de Paulo Freire foi, sem dúvida, uma de suas grandes inspirações. As idéias retomadas nesta obra resgatam de forma atualizada, leve, criativa, provocativa, corajosa e esperançosa, questões que no dia a dia do professor continuam a instigar o conflito e o debate entre os educadores e as educadoras. O cotidiano do professor na sala de aula e fora dela, da educação fundamental à pós-graduação. É explorado como numa codificação, enquanto espaço de reafirmação, negociação, criação, resolução de saberes que constituem os "conteúdos obrigatórios à organização programática e o desenvolvimento da formação docente". São conteúdos que, extrapolando os já cristalizados pela prática

Edina Castro de Oliveira1 1

Mestre em Educação pelo PPCF/DEFS, Professora do Depto de Fundamentos da

Educação e Orientação Educacional. Vitória, novembro de 1996. 5

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Primeiras Palavras Participar do crescimento e desenvolvimento de pessoas é um trabalho gratificante e ao mesmo tempo enaltecedor. O ganho maior é compartilhar histórias, emoções e vidas com outros seres humanos. Devo esclarecer aos prováveis leitores e leitoras o seguinte: este livro foi escrito com base em minha experiência profissional e possui o objetivo de disseminar o diálogo aberto e a capacitação para um maior número de pessoas possíveis. Acredito que a comunicação em público seja uma prática libertadora. “Eu sou livre” é uma expressão muito forte que passa pela palavra dita, pelo silêncio compartilhado e pelo amor transmitido. É uma conquista de todos nós! Vale a pena se aventurar e investir no crescimento pessoal e profissional!

Paulo Antônio Alves de Almeida Belo Horizonte - Março de 2011

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1.

Para além da linguagem não verbal/corporal Nos treinamentos os participantes possuem várias dúvidas e necessidades de esclarecimentos em relação aos aspectos da comunicação e oratória. Um dos principais está relacionado à postura e expressão corporal. Ampliar a sensibilidade para perceber o seu corpo e do outro requer uma conexão com as nossas emoções e com os sinais a nossa volta. Os pequenos sinais dizem muito a nosso respeito. Por exemplo: quando estamos ansiosos, muitas vezes ficando esfregando nossas mãos. Esses pequenos gestos são percebidos pela platéia. Talvez não saibam exatamente por que, mas estão sentindo um incômodo vindo do palestrante. Estar atento aos pequenos sinais vai nos educando para ampliar nossa capacidade de percepção das pessoas e do ambiente a nossa volta. Um olhar pode transmitir paz, amor, ódio, segurança, medo e não há palavras sendo tidas, mas um fluir de uma sensação que transpõe a nossa compreensão racional e objetiva. Existem muitos mitos sobre qual seria a postura ideal, ou a mais indicada. Sempre recomendo aos participantes que pensem em seu corpo como um todo, e tenham o foco no equilíbrio e harmonia da mensagem. Ir além da linguagem corporal significa buscar compreender a alma e o coração das pessoas. Muitas vezes uma pessoa pode estar com os braços cruzados, e isso não significar que está fechada para o mundo, e sim que está refletindo, ou pensando em uma idéia, ou está mais introspectiva. Assim, é preciso que nos guiemos além da linguagem não verbal, para entrarmos no reino da palavra que simboliza e esclarece nossas dúvidas. Esse tema é de suma importância, pois muitos alunos e até palestrantes profissionais, podem se equivocar ao observarem a postura corporal de um ouvinte. Uma pessoa na platéia que está balançando as pernas pode ser interpretada como alguém que não está aprovando a palestra, mas na verdade ao se verificar, pode ser um tique nervoso, ou até

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mesmo uma necessidade fisiológica. Ou seja, essa pessoa está tensa com ela mesma, independente do tema ou do palestrante. Nesse sentido, a atitude mental de autocontrole diante dessas circunstâncias, faz com que o profissional da oratória sinta-se seguro e confiante. Assim poderá dar continuidade ao seu trabalho, sem interromper ou mesmo se auto denegrir. Ou até mesmo fazer uma avaliação pejorativa de sua palestra. Vivemos em um mundo de imagens, mas é a linguagem que nos torna seres humanos. Então a interpretação dos gestos está intimamente relacionada ao símbolo lingüístico presente em nosso imaginário. Acontece que a nossa mente é traiçoeira, ou seja, há uma configuração consciente e inconsciente que faz com que as nossas percepções sejam, muitas vezes, errôneas e equivocadas. Na verdade vemos o mundo “através da janela da nossa percepção”. E essa percepção possui um filtro social, político, econômico, familiar, profissional e outros tantos, que criam uma distorção favorável ou desfavorável, dependendo do contexto em que nos encontramos. A ansiedade diante da platéia é um fenômeno psíquico dos mais complexos e interessantes. A maioria dos alunos declara sentir uma grande tensão ao ter que subir “no palco”. A emoção que sentem é muito forte e está misturada com uma dose de vontade e desejo de se expressar. O pavor do julgamento dos outros. E muitas vezes, a exigência consigo mesmo é muito elevada. As pessoas não se perdoam por trocar uma letra, ou “ tropeçar” em uma palavras. E o erro faz parte do ser humano. Erramos e acertamos em um ciclo virtuoso. Os cientistas do comportamento falam da Síndrome de Ativação. Nesta síndrome os sintomas estão relacionados ao disparo do coração, mãos geladas, tremor das pernas. Esses sintomas referem-se a um processo presente nos momentos de maior tensão tanto positivos quanto negativos. Outros cientistas declaram que o maior desejo do ser humano é ser reconhecido pelo outro. Esse reconhecimento é uma busca contínua pelo amor do outro e

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conseqüentemente por nossa identidade diante do social, das pessoas que amamos e das quais gostaríamos de ser amados e correspondidos. As mãos que tecem, oram, afagam, batem palmas, fecham com raiva, golpeiam, buscam o abraço e o cumprimento são o reflexo do nosso interior, e do nosso estado de espírito. As mãos do maestro ditam ritmos, compassos, melodias - As mãos do artesão afagam o barro e criam formas divinas - O jogador de futebol mesmo não usando as mãos na maioria das vezes, agarra o companheiro para “ganhar” uma bola, ou para manifestar um grito de gol!!! ; e também recebem cartões pelas mãos dos juízes que muitas vezes, “ inadvertidamente” utilizam as mãos como uma espada que corta e dilacera o oponente. Nossas mãos são nossa fonte de trabalho, de recursos, de carinho, de afeto e de amor. Os meus alunos sempre perguntam: onde coloco as minhas mãos?!!!! Eu tive uma professora que sempre quando estava me apresentando em público, chamava a minha atenção para cuidar das minhas mãos. O objetivo é que elas ficassem calmas, tranqüilas, serenas, e assim eu pudesse me acalmar e transmitir ao público uma paz de espírito. Para mim, as mãos representam nossa alma. A orientação para os alunos é: sintam-se livres para apresentar o seu estilo pessoal de gestual, desde que busquem harmonia e equilíbrio, a começar pelas mãos. Vocês podem cruzar os braços, colocar as mãos para trás ou para frente, ou até colocá-las no bolso , desde que seja um gesto natural, tranqüilo, sereno, controlado e harmônico. E que não fiquem o tempo todo na mesma posição. Sem exageros, a movimentação suave é a mais indicada para que a atenção se concentre no conteúdo da mensagem. Nesse sentido, a prática da respiração, coordenando inspiração e expiração em harmonia com os movimentos das mãos, se constitui em um eficiente treino de coordenação motora e de apresentação. A respiração é fundamental para controlar a ansiedade e buscar uma movimentação suave, sem excessos. Os exercícios de Tai Chi Chuan auxiliam no controle tanto da respiração quanto da coordenação das mãos e os demais movimentos. E é uma prática que traz benefícios globais para a saúde.

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“O Tai Chi Chuan é uma arte chinesa que surge na história daquele país, por volta do ano 1200 de nossa era. Foi lendariamente criado por um monge taoísta de nome Chang San Feng. Conta a lenda que este monge era versado em diversas artes marciais e queria reunificar os princípios filosóficos e os princípios físicos que na época estavam dissociados devido a muitas guerras na China. Chang San Feng, observando a luta entre uma garça (grou) e uma serpente idealizou os movimentos do Tai Chi Chuan. Outra versão da origem do Tai Chi Chuan descreve seu nascimento no seio da família Chen com o Mestre Chen Wanting à 300 anos atrás.”

Historicamente temos 5 estilos de Tai Chi Chuan; Chen, Yang, Wu, Wu e Sun. É importante saber que o nome de cada estilo surge desde o nome de seu criador e que na verdade, a palavra "estilo", na China praticamente não se usa. Em chinês, quando se referem ao Tai Chi Chuan as pessoas literalmente dizem Tai Chi Chuan da família Chen ou Tai Chi Chuan da família Yang e assim por diante.”

Tai chi significa "o supremo". Isto significa melhorar e progredir em direção ao ilimitado; significa a existência imensa e o grande eterno. Todas as várias direções em que a influencia do Tai Chi foi sentida, foram guiadas pela teoria dos opostos: o Yin e o Yang, o negativo e o positivo. Algumas vezes são chamados de princípio original. Também acreditava-se que as várias influencias do Tai Chi apontavam em uma direção só: em direção ao supremo. (Fonte: http://www.sbtcc.org.br/)

Outras técnicas recomendadas: As 18 terapias LIAN GONG são extremamente úteis para fortalecimento da energia vital, bem como para aperfeiçoamento do controle emocional. “. O Lian Gong em 18 Terapias. É uma prática corporal elaborada na década de 70 pelo médico ortopedista da Medicina Tradicional Chinesa, Dr. Zhuang Yuan Ming, que vive em Shangai. A técnica, composta de 18 exercícios para prevenir e tratar de dores no corpo, obteve bons resultados e foi escolhida pelo governo chinês para ser divulgada para a população. O Dr. Zhuang, seu criador, recebeu o prêmio de Pesquisa Científica de Resultado Relevante. Posteriormente, ampliou a técnica e adicionou mais duas partes

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com 18 exercícios: uma para prevenir e tratar de dores nas articulações, tenossinovites e disfunções dos órgãos internos e, a outra, para prevenção e tratamento de doenças das vias respiratórias. No Brasil, a técnica foi introduzida no ano de 1987 por Maria Lúcia Lee, professora de filosofia e artes corporais chinesas. Desde então, o Lian Gong em 18 Terapias vem sendo amplamente difundido, conquistando o povo brasileiro para a sua prática.” (Fonte Site:Instituto Mineiro de Tai chi e Cultura Oriental)

A respiração é fundamental no sucesso de uma apresentação em público. Respirar deveria ser uma prática natural e saudável. Infelizmente os vícios de nossa educação, e as tensões a que estamos submetidos tanto na vida profissional quanto pessoal e familiar, geram enrijecimentos. Couraças de caráter nos adoecem e nos limitam a ter uma vida plena de saúde física, mental, emocional e espiritual. O principal músculo da respiração é o diafragma. “É um músculo estriado esquelético em forma de cúpula e principal responsável pela respiração humana (também é auxiliado pelos músculos intercostais e outros músculos acessórios); serve de fronteira entre a cavidade torácica e a abdominal. “ (Fonte Wikipedia).

Para facilitar o contato e a auto perceção do diafragma, recomendo aos alunos que coloquem as mãos na altura do estômago. Em seguida peço que simulem uma tosse. Automaticamente o diafragma se manifesta, como se empurrasse as mãos dos participantes. Essa é uma experiência simples que você poderá fazer, e assim se conscientizar do funcionamento desse músculo. Uma vez, tendo consciência do músculo é fundamental realizar o treinamento de uma respiração profunda, iniciando na região abdominal e ampliando para a região toráxica superior. Aumentar a capacidade de respiração e o volume de ar dentro dos pulmões irá trazer bem estar e maior controle da fala. Ampliar e controlar a respiração é um excelente caminho para diminuir a ansiedade e lidar melhor com a angústia diária, e conseqüentemente com o nervosismo diante da platéia, em uma apresentação em público.

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Inspirar e expirar lentamente antes de uma apresentação, ou mesmo diante de um conflito, são formas eficazes de se buscar um equilíbrio emocional. Anatomicamente falando, o diafragma funciona com um fole: ao inspirarmos, expande os pulmões que se ampliam, e o ar entra; ao expirarmos o diafragma comprime os pulmões para o ar sair. O controle do diafragma consiste em evitar que haja uma compressão rápida os pulmões. Ou seja, treinar para que o diafragma se mantenha o maior tempo possível expandido, e lentamente permitir a expiração de uma forma contínua, lenta e controlada. A boa postura é vital nesse processo. Ainda que você esteja sentado, deve-se manter a coluna alongada, com um bom posicionamento nas regiões pélvica, lombar e cervical para que haja espaço suficiente. Assim a musculatura abdominal poderá trabalhar livremente. O efeito tranqüilizador de uma respiração profunda é muito gratificante e salutar. Ocorre maior oxigenação do cérebro e uma maior possibilidade de harmonia no trabalho do corpo como um todo. O diafragma controla o volume de ar que passa pelas pregas (cordas) vocais, fazendo-as vibrar, e gerar os sons para a fala. O próximo passo para se controlar a emissão vocal, consiste em se treinar a ressonância das vocalizações, ou seja, com a boca fechada deve-se fazer um som, como “um mugido de boi”, vibrando as pregas (cordas) vocais. E criando uma ressonância nos ossos da face e do tórax, similar a uma caixa de som amplificada. São exercícios muito eficazes para se conseguir um aumento no volume e conseqüente projeção da voz no espaço. A boa vibração sonora faz com que o corpo funcione como uma potente caixa acústica, ampliando a voz e projetando-a no ambiente de uma forma agradável e harmônica. Após o treino do “mugido do boi” deve-se vocalizar a vogais: a, e , i , o, u. Esse treino das vogais irá criar uma base sonora para as frases e discursos. Ou seja, com as vogais

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bem colocadas no aparelho fonador, haverá maior probabilidade do texto ser articulado e bem colocado para os ouvintes. A articulação e dicção das palavras é outro treinamento que necessita ser realizado continuamente, pois estamos falando de músculos - face, boca, língua, diafragma – sendo necessário manter um condicionamento físico apropriado. As brincadeiras de trava=língua são boas ferramentas para o aprimoramento da dicção. A leitura em voz alta de textos diversos, inclusive em outros idiomas, é outro instrumento que agiliza e aumenta sobremaneira a capacidade de articulação das palavras e frases. Ressalte-se que estamos falando de casos onde não há incidência de patologias graves no sistema fonoaudiológico. Um exemplo de trava-língua: “O

bispo

de

Constantinopla

é

bom

Constantinopolizador.

Quem

o

desconstantinopolizar, bom constantinopolizador será.” São exercícios divertidos e precisam ser feitos com alegria e descontração para que os resultados sejam satisfatórios. A repetição é a alma do aprendizado. E nesse caso, repetir a leitura tanto de textos quanto de exercícios de dicção é fator de sucesso. A orientação nesse treinamento é tentar se concentrar apenas nas sílabas e não na palavra ou no texto todo. Assim, os acertos são maiores e a ansiedade é controlada. O equilíbrio O corpo fala! “ O que você é, grita tão alto que eu não consigo escutar o som da sua voz” A minha orientação é sempre no sentido de valorizar o estilo pessoal de cada participante. Agora, é fundamental buscar a harmonia, o equilíbrio e uma postura corporal coerente e consistente.

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Pense em uma linha imaginária passando no meio dos pés, subindo pelo centro das pernas, indo em direção ao abdômen e ao tórax. É preciso pensar em um alongamento onde ossos e músculos estejam alinhados, através do contato com o chão, em um sentido equilibrado e em harmonia. Respeitar os limites do corpo, buscar uma coluna que se alongue por trás, para cima e para frente, com suavidade. E ao mesmo tempo pensar no coxis - a última vértebra da coluna, na região lombar, direcionada para baixo, em direção ao chão. O alongamento acontece quando duas forças opostas entram em tensão contínua, com leveza. É fundamental permitir que a musculatura ceda, sem excesso de tensão, para haver um alongamento eficaz e saudável. Pensar em um corpo flexível, maleável – como um artista que com um pincel desenha um quadro – você também poderá desenhar com o seu corpo formas e expressões que demonstrem a sua humanidade de uma forma equilibrada. Os conceitos de Cadeias Musculares - Françoise Mézières - são um referencial teórico para o trabalho corporal: “todo o encurtamento parcial da musculatura posterior leva a um encurtamento de todo o conjunto desta musculatura”, o que corresponde à noção de cadeia muscular, onde “toda a modificação de comprimento no sentido do alongamento ou no sentido do encurtamento de parte da musculatura tem repercussão sobre todo o conjunto”. Françoise Mézières acrescenta: “Tanto que como o alongamento da musculatura lombar se traduzia pelo encurtamento da curvatura cervical, a lei é que o alongamento de um qualquer músculo posterior leva ao encurtamento do conjunto de toda a musculatura posterior”. É o que costumamos chamar de compensação. É preciso, ao invés de fortalecer esta musculatura, descontraí-la, alongando de uma ponta à outra da coluna vertebral, como se se tratasse de uma lordose”. Atualmente sabemos que a “cadeia posterior”, identificada pela primeira vez por meio das observações de Mézières, inclui um comportamento dinâmico, o qual integra um conjunto muito avultado de

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estruturas musculares, como o diafragma e, até mesmo, a musculatura anterior.

“ Menos é mais!” Podemos verificar ao assistir os clássicos do cinema mudo, como os filmes de Charles Chaplin, esse gênio do cinema, trabalhava a plasticidade dos movimentos. Com poucos gestos, expressava toda a sua alma. O seu olhar, um leve inclinar de sua cabeça, ainda hoje, nos emociona profundamente. O desafio é expressar muito com pouca movimentação.

Os pés – a base – buscar uma boa distribuição do peso do corpo é fundamental para uma harmonia integral. Manter o corpo em um alinhamento saudável requer um contato sólido e firme com o chão. A gravidade é a base para um alongamento eficaz, e conseqüentemente, sentir o chão “empurrando” com os pés bem apoiados irá possibilitar uma maior segurança no deslocamento do palestrante. Muitas vezes as pessoas se apóiam em uma das pernas, e vão se acomodando nessa posição, fazendo uma torção que é prejudicial para o organismo. Isso gera desequilíbrio e uma imagem negativa. Ainda que o palestrante esteja em silêncio, ou em uma pausa, é necessário que o seu corpo esteja sempre alerta, canalizando a energia, buscando um alongamento constante e relacionando-se com o público de maneira sustentada e intensa.

O olhar – é um desafio para todos os participantes. Durante o clássico exercício de estar frente a frente com uma outra pessoa, apenas olhando em seus olhos, as pessoas sentemse profundamente acomodadas e desconcertadas. São raros aqueles que declaram se sentir a vontade diante do olhar do seu colega. A maioria afirma que o olhar transmite muito mais do que as palavras conseguem transmitir. As pessoas se sentem vulneráveis, expondo a sua alma ao outro – é a janela da alma e do espírito. Os alunos sempre perguntam: o que fazer com o olhar diante de uma platéia? A orientação é que pensem na flexibilidade de uma forma geral, ou seja, deixar o olhar percorrer o ambiente de uma forma tranqüila e serena. Você poderá olhar para uma, ou

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mais pessoa, mas evite fixar o olhar em uma única pessoa. Nesse momento, a respiração é um forte auxílio para controlar o nervosismo. De uma forma geral, quando se está em um ambiente pequeno , de até 50 pessoas – recomenda-se olhar nos olhos de cada pessoa, de uma maneira geral, a medida que a palestra se desenvolve, de uma forma espontânea e tranqüila. Quando subimos para 100, 150 pessoas podemos olhar para algumas pessoas. Direcionar o olhar para o grupo, como um todo, sempre que possível, é mais recomendado. E acima de 150 pessoas, volta-se na máxima de se pensar no todo, e olhar para o auditório de uma forma ampla, na linha do horizonte. Lembre-se que a rigidez é a inimiga da comunicação. Essas dicas são orientações que devem ser adaptadas a cada pessoa e para cada situação distintamente. Um outro fator muito importante é que mesmo com um planejamento perfeito realizado antecipadamente, a situação – o aqui e agora – é sempre uma novidade. As pessoas devem se preparar para alterações repentinas, que dão frescor e espontaneidade a apresentação. Ainda que você saiba exatamente qual é o seu público alvo, é preciso estar pronto para surpreender e ser surpreendido.

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2.

Expressar o self – o seu eu – O grande entusiasmo que eu sinto com o treinamento de Oratória é a força emocional que as pessoas apresentam ao falarem sobre seus sonhos e suas realizações. A palavra possui uma intensidade e uma energia tão estimulantes que as pessoas se revelam poetas e artistas. Parece que a criatividade é um dom presente em todo ser humano. Durante os treinamentos eu convido os participantes a dramatizarem cenas do seu cotidiano. O objetivo é iniciar um processo de desinibição, sensibilização, auto conhecimento e entrosamento com os colegas. E em todos os grupos os participantes improvisam e realizam dramatizações incríveis sobre o cotidiano. Eu sempre reconheço o talento teatral presente em todo ser humano. Realmente a dramatização está em nosso DNA. Representar papéis faz parte de nossa natureza, como o ar que respiramos. E quando as pessoas liberam sua criatividade e se permitem jogar e brincar , o mundo fica mais feliz. Uma parte do treinamento consiste em cada pessoa escrever seu sonho e apresentar para os colegas. A maior parte dos sonhos referem-se aos desejos de paz, harmonia, crescimento da humanidade e uma vida cheia de sentido e de amor. O ser humano deseja se realizar e acredita no amor. O discurso de Martin Luther King “ I Have a Dream” é um estímulo para os alunos começarem a escrever os seus próprios discursos. A luta pela igualdade entre brancos e negros nos EUA, a influência da não violência de Mahatma Ghandi, a força de suas palavras e exemplos são sempre um bom motivo para falar e emocionar. REV. MARTIN LUTHER KING (1929-1968)

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Líder da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos.O discurso foi realizado em 28 de agosto de 1963, no Lincoln Memorial, ao final da famosa “Marcha para Washington”. O mote “Eu tenho um sonho” lhe foi sugerido por uma senhora que participava do movimento contra a segregação. No dia 4 de abril de 1968, Luther King foi assassinado por um racista branco, na sacada do Motel Lorraine, em Menphis, no Tennesse. 1. Eu tenho um sonho! Eu tenho um sonho no qual um dia esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro princípio do seu credo: Nós acreditamos que esta verdade é auto-evidente, que todos os homens são criados iguais. 2. Eu tenho um sonho de que algum dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos escravos e os filhos dos senhores de escravos se sentarão juntos à mesa da fraternidade. Esta é a nossa esperança. É com esta fé que eu retorno ao Sul. 3. Com esta fé, nós estaremos prontos a trabalhar juntos, a lutar juntos, a irmos para a cadeia juntos, a nos erguermos juntos pela liberdade, sabendo que seremos livres algum dia. 4. Este será o dia quando os filhos de Deus estarão prontos a cantar com um novo significado: Meu país... doce terra da liberdade, para ti eu canto. Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos Peregrinos, de qualquer lado da montanha, deixe tocar o sino da liberdade. E se a América for uma grande nação um dia, isto também será verdadeiro. Assim, deixe tocar o sino da liberdade! 5. Quando deixarmos o sino da liberdade tocar, quando o deixarmos tocar em qualquer vilarejo ou aldeola, de qualquer estado, de qualquer cidade, estaremos prontos para nos erguer neste dia, quando todos os filhos de Deus, brancos ou negros, judeus ou gentios, protestantes ou católicos, estaremos prontos para nos dar as mãos e cantar as palavras de um velho spiritual negro: Por fim livres! Por fim livres! Graças, senhor Todo-Poderoso, estaremos livres, enfim.

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Alguns fragmentos de sonhos... “Em meu sonho quero poder fazer a minha companheira a mais feliz do mundo!” “Eu tenho um sonho de recarregar as baterias, renovar as energias, aproveitar o dia sem nenhum tipo de cobrança, enfim aproveitar a vida de um jeito menos acelerado, desfrutando...” “Há muito tempo sonhava com um príncipe encantado, e mais tarde descobri que eles não existem, mas que ainda assim podemos descobrir muitas belezas no outro sem que ele precise ser um príncipe.” “ Um sonho seria rever minha mãe, que já desencarnou há 11 anos,e poder conversar com ela, pedir opiniões, deitar em seu colo e abraçá-la.” “Eu tenho um sonho de sair para o trabalho com um sorriso no rosto e com a certeza que , ao fim do dia, o mundo e eu mesmo, estaremos melhor.” “Quero poder acordar e perceber um mundo mais justo, onde as pessoas sejam valorizadas pelo que elas são, e não pelo que elas tem” “Quando olho para o meu filho e me deslumbro em seu sorriso. Eu tenho um sonho de ter tanta ternura e sinceridade no mundo.” “...a cada dia acordar num praia diferente, e com os dias regados a alegria e fartura...”

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“Ver a sociedade mais unida, onde as pessoas possam ser reconhecidas pelo seu caráter e não pela sua conta bancária.” “ ...sonhar em viver com a simplicidade de uma criança...”

O que fazer com os Né? Hum..Ham...ééee?!!!! O equilíbrio e a harmonia são fundamentais em toda vida e expressão humana. Essa busca necessita ser constante, como também a compreensão de que somos imperfeitos. Durante uma apresentação o erro necessita ser incorporado como fazendo parte do processo. Fixar-se nos erros irá gerar um excesso de tensão , prejudicial a apresentação como um todo. Muitos alunos se preocupam com o excesso de “né?!”....hum...han....e outros maneirismos. Considero importante a conscientização de “limpar” esses excessos. Entretanto, quando nos fixamos nos erros, a tendência é permanecermos com eles. O melhor a fazer é concentrar-se no todo, ou seja, na apresentação como um todo, pensando nas diversas variáveis tais como o conteúdo, o público alvo, os equipamentos, o gestual, enfim todos os aspectos que envolvem uma apresentação, e buscar maximizar a sua expressão. Aos poucos, com a prática, os maneirismos vão desaparecendo. A minha experiência com os alunos tem demonstrado que um dos principais fatores de inibição é o alto nível de exigência consigo mesmo. Uma forte repressão, por parte da família , da sociedade e do próprio indivíduo que auto reforça a sua incapacidade. No geral a nossa sociedade está fixada no erro, por exemplo: “Você tirou só 8 na prova valendo 10?” Ou por que você tirou 9,8 e não 10? O erro é muito enfatizado, enquanto que os acertos, ainda que pequenos mas significativos, passam desapercebidos. É fundamental durante o treinamento,e durante a nossa própria vida enfatizarmos o lado positivo e produtivo das experiências. Do contrário, saímos perdendo, principalmente perdemos o convívio com as pessoas e com a comunidade.

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3.

A Atitude Mental – Esse é um tema complexo, de extrema importância , e talvez o principal definidor de uma boa apresentação.

A contribuição das teorias psicológicas nessa área é

incomensurável. Vou me concentrar em alguns aspectos de duas teorias e suas contribuições para o falar em público. A teoria cognitiva comportamental e a teoria psicanalítica. O objetivo aqui é nos ater a algumas contribuições e reflexões a partir de conceitos dessas teorias. A teoria cognitiva- comportamental preconiza que o nosso comportamento é baseado em crenças adquiridas ao longo da nossa vida, e que pré-existem antes mesmo do nosso nascimento. Existem crenças capacitantes e crenças limitantes.

A idéia central é que agimos

movidos por essas crenças que constantemente influenciam nossos pensamentos e nossos sentimentos, e conseqüentemente nossas ações, atitudes e comportamentos. Exemplos de crenças capacitantes:  “a pior experiência é a aquela com a qual não extraímos um aprendizado.”  “reconhecer o erro é o primeiro passo para a mudança”  “Deus tem sempre o melhor, e quer te surpreender”  “ tenho sempre todo o dinheiro que preciso.”

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Exemplos de crenças limitantes:  eu não consigo mudar o meu comportamento  a crise vai acabar com o negócio  o mercado está muito ruim A teoria cognitiva preconiza que o pensamento gera sentimento que gera ação. Ou seja, os seus pensamentos influenciam diretamente os sentimentos e conseqüentemente suas ações irão ser influenciadas pelos sentimentos. Essa teoria trabalha com o conceito de pensamentos automáticos negativos – pensamentos que estão constantemente em nossas mentes, nos dificultando o relacionamento interpessoal e social. E esses pensamentos estão sendo subsidiados e alimentados por crenças. Por exemplo: Uma mãe que cria bem o seu filho. Um dia, grita com ele e pensa: “ eu não sou boa mãe, gritei com o meu filho.” Ela pode ter uma crença do tipo: “Quem grita é mau, então eu sou má.” Esse tipo de pensamento gera sentimentos de inferioridade, de tristeza, inadequação, e assim dificultam o contato saudável com os filhos. O fato de gritar uma vez não significa que você é uma pessoa má. A compreensão de que somos humanos, que erramos e falhamos em nossos atos, é fundamental para aceitarmos as diferenças, e perdoarmos os nossos erros.

Algumas crendices populares nos ajudam a compreender esses fenômenos mentais que influenciam nosso comportamento. Por exemplo: 1. Manga com leite: em nossa infância essa associação era considerada um veneno. 2. deixar a vassoura atrás da porta para espantar a visita 3. Chinelo ou sapato com a sola virada para cima, o pai ou a mãe podem morrer. 4. Cruzar com gato preto na rua dá azar. 5. Passar debaixo da escada é má sorte. 6. Quebrar um espelho, dá sete anos de azar 7. Colocar bolsa no chão faz o dinheiro acabar.

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8. Apontar e contar estrelas no céu faz nascer verruga na ponta dos dedos. 9. Coceira na palma da mão direita é dinheiro que vamos receber, na esquerda é carta a chegar 10. Passar debaixo de escada dá má sorte. 11. Quebrar espelhos dá 7 anos de azar. 12. Cruzar com gato preto na rua dá azar.

Conquistas recentes da neurociência tem comprovado como nosso cérebro é um órgão plástico que se transforma com o tempo e com exercícios mentais. E atualmente, há evidências cientificas e tecnológicas que o pensamento é uma corrente elétrica de baixíssima voltagem, mas pode ser medido com tecnologias avançadas. Assim, treinar o pensamento a nosso favor é um dos exercícios fundamentais para se atingir um bom nível de saúde mental, física, emocional e espiritual.

A teoria psicanalítica – fundada por Sigmund Freud – final do sec.XIX e início do sec. XX – baseia-se no conceito de Inconsciente – a teoria pressupõe que a nossa mente funciona como um Iceberg, onde 10% seria a consciência que se encontra acima do nível do mar, e 90% o inconsciente – abaixo do nível do mar. O inconsciente é o responsável por nossas ações, comportamentos, motivações e atitudes. Nós temos acesso ao inconsciente através dos sonhos, atos falhos e chistes (associação bem humorada entre duas idéias que aparentemente não possuem sentido).

Inibição, Sintoma e Angústia são aspectos que a teoria psicanalitica trabalha e m profundidade.Os mecanismos de defesa do Ego se constituem em outra grande contribuição da psicanálise para a compreensão do funcionamento do comportamento humano. Os mecanismos de defesa são formações psíquicas que servem para nos defender contra os excessos percebidos e vivenciados. A idéia é que a mente trabalha com o conceito de equilíbrio entre prazer e desprazer, e busca a harmonia e a

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diminuição das tensões. Os mecanismos de defesa servem a esse objetivo, ou seja, proteger o indivíduo das angústicas e aflições geradas em suas percepções.

“Para Freud a defesa é a operação pelo qual o Ego exclui da consciência conteúdos indesejáveis. Alguns dos mecanismos de defesa são:

Racionalização – consiste em justificar de forma mais ou menos lógica e ética a própria conduta. Apresenta-se como um esforço defensivo para manter o auto-respeito. Por ele, arranjamos desculpas e explicações que nos inocentem de erros e fracassos.. Costumase ouvir de pessoas demitidas “afinal, aquela empresa estava realmente em decadência”; depois das mudanças de Administração, ficou mesmo impossível trabalhar lá; somente o pessoal menos qualificado permaneceu.” Reconhecer nossa irracionalidade, ainda quando nos é incômoda, ajuda a superá-la. Nem a conduta e nem os impulsos das pessoas são sempre racionais. Projeção – consiste em atribuir a outros as idéias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas. Sem que percebamos, muitas vezes, vemos nos outros defeitos que nos são próprios Podem servir como exemplos: o aluno que se sente frustrado pela reprovação nos exames, põe-se a dizer que o professor é incapaz. O marido infiel que desconfia da esposa. Repressão – é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente. Vivências que provocam sentimentos de culpa são esquecidas. Muitos casos de amnésia (excluídas as causas orgânicas) podem ser explicados através deste mecanismo. Deslocamento – Na tentativa de ajustar nosso comportamento e eliminar as tensões, muitas vezes, não podendo descarregar nossa agressão na fonte de frustração (um chefe, a organização, etc), passamos a agredir terceiros que não têm nada a ver com o caso. Regressão – significa voltar a comportamentos imaturos, característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou. A criança de cinco anos que, após o

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nascimento de um irmão, volta a chupar o dedo, molhar a cama e falar como bebê, é um exemplo de regressão. Dessa maneira, reage melhor à frustração. É o caso do funcionário que, diante do chefe, assume comportamento menos adulto.” Fonte: Wikipedia

4.

O Planejamento de uma apresentação – Os alunos apresentam uma forte ansiedade diante das apresentações em público, e geralmente, durante o treinamento, essa ansiedade está presente. Grande parte dos alunos dizem: “ Professor, eu fico muito nervoso(a) e ansioso(a) quando me pedem para falar sobre um assunto que eu não domino. “ Eu sempre digo que falar em público é um desafio muito grande , e também uma grande responsabilidade. Assim, você já vai ficar tenso, entao é melhor falar sobre um conteúdo de total domínio! Caso, alguém solicite uma apresentação sobre um tema desconhecido, é melhor não apresentar. Nestes últimos 5 anos, tenho trabalhado propondo aos alunos que façam pequenas apresentações de 2 minutos de duração. São apresentações curtas que tornam possivel o aprimoramento das diversas variáveis que interferem no processo: conteúdo, platéia, microfone, filmadora, datashow, espaço, ambiente etc. Em seguida eu solicito que os participantes repitam a mesma apresentação, em 1 minuto. Essa limitação de tempo gera ansiedade e nervosismo similiares a uma apresentação com um grande público. O controle do tempo é importantíssimo para gerar maior assertividade na comunicação, e é um desafio que estimula o aprimoramento continuo.

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O planejamento é muito importante, pois será um roteiro para uma apresentação eficaz. Agora, é fundamental estar consciente e alerta para uma possível mudança e flexibilidade . Ainda que você faça um planejamento excepcional, alguma coisa pode sair errado. Por exemplo: um datashow com amplitude pequena ; um controle de slides que apenas avança , e você precisa voltar no slide anterior para dar dinâmica na apresentação ....e o principal – a platéia. Ainda que você saiba, antecipadamente, qual é o seu público alvo, a formação de um grupo, ainda que de pessoas conhecidas, sempre se transforma em uma nova configuração. As pessoas possuem expectativas diferentes, momentos de vida diferentes, e consequentemente disponibilidade para ouvir e atenção influenciáveis diariamente.

Buscar uma atenção flutuante é essencial para o sucesso de uma apresentação. A espontaneidade, o frescor de uma palavra poderá trazer sensações diferentes, e a platéria poderá se surpreender. Queira sempre surpreender a platéia, com temas, imagens, sons e atitudes que busquem um ritmo diferenciado . A estrutura lógica de uma apresentação envolve 4 fases principais: 1. Apresentação 2. Preparação 3. Desenvolvimento 4. Conclusão Esse é um formato básico de um modelo que poderá ser adaptado ao estilo de cada indivíduo. Eu recomendo que a apresentação seja breve e que contenha o seguinte conteúdo: . Bom dia, boa tarde ou boa noite. Meu nome é _________. Fale de sua alegria e satisfação em estar compartilhando esse momento com o público e agradeça a oportunidade. Recomenda-se uma referência ao local e as pessoas com objetivo de aproximar-se da platéia, buscando a simpatia e sinergia com os ouvintes. Utilizar a criatividade nesse momento é muito importante, pois aproxima as pessoas. Por exemplo, eu estava ministrando uma palestra em uma empresa sobre o tema Motivação e Segurança. Os funcionários haviam apresentado um vídeo sobre acidentes que acontecem nos lares, e que poderiam ser evitados, tais como: trocar uma lâmpada sem

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uma escada segura; trocar o chuveiro sem desligar a chave geral, dentre outros. A minha abordagem sobre o tema motivação estava centrada em vários aspectos, sendo que um deles refere-se a uma postiiva auto estima gerada desde a infância, incluindo a educação recebida pelos pais. Eu lembrei que quando era pequeno, eu estava ajudando meu pai em uma reforma em nossa casa. Nós dois estávamos em cima de um andaime que quebrou, e eu imediatamente me agarrei a parede, e não caí. Meu pai durante nosso almoço em família elogiou a minha atitude. Então , eu comecei a palestra trazendo essa história que havia me emocionado, e fortalecendo o vinculo com a platéia ao relacionar a lembrança desse episódio ao vídeo apresentado por eles. E foi um momento emocionante para mim e para o púbico também. A preparação representa um contrato imaginário realizado entre o palestrante e a platéia. Esse contrato possui o ojbetivo de focar o conteúdo preparando as pessoas para acompanharem o discurso. Captar a mente do ouvinte é um grande desafio, pois as pessoas estão preocupadas com suas próprias necessidades e pensamentos. Nesse sentido,

a preparação é momento onde você irá definir o foco preciso de sua

apresentação. Por exemplo: Vou falar sobre Comunicação. É um ótimo tema, mas bastante amplo. Agora, se eu disser: Vou falar sobre Comunicação – como atingir o público alvo nos dias atuais, através das mídias sociais. Assim, fica mais restrito, e as expectativas das pessoas começam a ser admnistradas. Falar em público é uma arte, onde é preciso aliar o que é previsivel, controlado e organizado com o espontâneo, o inesperado e surpreendente. O desenvolvimento é o momento de maior duração de uma apresentação. Durante esse período, o palestrante irá trazer dados, análises, conteúdos, testemunhais, ilustrações dentre outros recursos para comprovar e confirmar a preparação e as promessas realizadas anteriormente. A seguir apresento um fragmento de um discurso realizado por um dos nossos alunos para ilustrar a aplicação do formato sugerido: Boa noite a todos. Tenho o prazer de estar com vocês aqui hoje, e poder compartilhar da alegria após essa curta, e no entanto longa jornada, receber o diploma desse curso.

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Apesar de sua brevidade, tantos bons momentos nos proporcionou. Eis que aqui chegamos, no primeiro dia, temerosos, ansiosos, no arfã de enfrentarmos um leão chamado falar em público. Devo destacar aqui, em primeiro lugar, a coragem de confrontá-lo e o desejo de verem terminadas todas as barreiras, que nos impedem de nos sentirmos bem, ao expressarmos nossas opiniões, idéias, em meio a um conjunto de pessoas... Outro Exemplo: Meu nome é Diogo, é um prazer estar aqui de novo com vocês. Fui convidado pela Fiemg para vir aqui falar da Marketing500 , que é uma agência que nos ensina sobre Oratória. É sensacional! Eu participei do curso, onde pude desenvolver formas de dizer com seu corpo, com sua voz...aumentar, entornar..dizer uma palavra maior...com espaço de tempo mais bem locado e colocar melhor as minhas palavras. Eu queria fazer um convite para vocês que pudessem participar também com a Marketing500 que é uma excepcional agência , que tem um grande profissional o Sr. Paulo que vai ensinar para vocês um novo jeito e uma melhor forma de falar. Obrigado, boa noite e fica aqui o convite e o desafio para vocês fazerem isso.

A conclusão deve ser uma etapa curta – mais curta que a introdução – pois deve-se evitar começar a conclusão e em seguida voltar a se falar sobre um tópio do desenvolvimento.

Recomenda-se

utilizar

expressões

do

tipo:

para

concluir...finalizar...fechar...enfim....e utilizar uma frase ou comentário sugestivo. Exemplo: A Arca de Noé foi a realização de uma visão e a obediência a um chamado de Deus. Simbolicamente, qual é a Arca que você está construindo para salvar você , seus familiares, amigos e comunidade?

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5. Metáforas, Parábolas e Historias pessoais

A metáforas e as parábolas apresentam um poder de comunicação extraordinario, pois pequenas histórias falam diretamente ao inconsciente das pessoas, fazendo-as refletir , se emocinonarem com descobertas e auto conhecimento, e assim abrindo caminho para o crescimento pessoal e também para o desenvolvimento profissional.

Uma parábola extraída do livro : “ Feitas para durar –Práticas bem sucedidas de empresas visionárias “ – autores: James C . Collins e Jerry I. Porras – é um bom exemplo de história que estimula o crescimento.

A Parábola da Faixa Preta Imagine um lutador de artes marciais ajoelhado na frente do mestre sensei numa cerimônia para receber a faixa preta obtida com

muito suor. Depois de anos de

treinamento incansável, o aluno finalmente chegou ao auge do êxito na disciplina.

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“Antes que eu lhe dê a faixa, você tem que passar por outro teste” , diz o sensei. “ Eu estou pronto”, responde o aluno, talvez esperando pelo último assalto da luta.“Você tem que reponder à pergunta essencial: qual é o verdadeiro significado da faixa preta?” “ O fim da jornada”, responde o aluno. “ Uma recompensa merecida por meu bom trabalho.” O sensei espera mais. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim, o sensei fala: “Você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano.”Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei. “Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?” , pergunta o sensei. “ Ela é o símbolo da excelência e o nivel mais alto que se pode atingir em nossa arte, “ responde o aluno. O sansei não diz nada durante vários minutos, esperando. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim, ele fala. Você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui um ano.”

Um ano depois, o aluno de ajoelha novamente na frente do sensei.

E mais uma vez o sensei pergunta: “ Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?” “ A faixa preta representa o começo – o início de uma jornada sem fim de disciplina, trabalho e a busca por um padrão cada vez mais alto”, responde o aluno. “Sim, agora você está pronto para receber a faixa preta e iniciar o o seu trabalho.” Todo aprendizado necessita ser constante. Devemos sempre pensar no aperfeiçoamento contínuo. A humildade de buscar o crescimento é outra mensagem dessa parábola. E cada pessoa que a lê ou ouve pode retirar suas próprias conclusões, de acordo com o seu momento de vida. Um exercício que eu gosto muito de sugerir para os alunos é o seguinte: você tem 2 minutos para contar uma história, um caso que realmente aconteceu, que tenha vivenciado com clareza.

As surpresas são muitas. Todos os participantes se

transformam em exímios oradores, pois contam com riquezas de detalhes oa momentos

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vivídos. É incrível como as pessoas conseguem transmitir imagens, sons, cores, formas, cheiros, músicas como se fossem reais. Ao ouvirmos os casos relatados, parece que estamos diante de uma tela de cinema enxergando as imagens com toda a nitidez possível.

Ao contarmos uma história pessoal, que realmente aconteceu conosco, a memória dos fatos e das emoções está muito presente em nosso ser, e assim ao falarmos, as imagens aparecem com muita clareza, transparência, como na tela de um cinema. O público acompanha com muita atenção, e nestes momentos conseguimos captar o interesse da platéia. A memória emotiva, enquanto metodologia é trabalhada pelos atores desde o início do século XX, quando Stanislavsky, um autor russo escreveu livros sobre o tema, compilando suas técnicas e descobertas. Os profissionais ao utilizarem suas lembranças de fatos reais e, aplicando pequenas histórias pessoais em suas palestras, terão um forte impacto e capacidade de persuasão junto ao ouvintes. O nosso desafio é transferir, principalmente, para as apresentações profissionais a força das histórias pessoais. Uma das técnicas é concentrar-se nos substantivos dos textos, e treinar visualizá-los com imagens fortes e intensas , e assim valorizá-los para que transmitam imagens claras e amplas para a platéia.

Recomenda-se evitar as piadas, pois podem gerar constrangimentos tanto para a platéia quanto para o orador. A Bíblia é repleta de parábolas, metáforas e histórias que comunicam sentimentos, descobertas, ensinamentos profundos que resistem há mais de 2000 anos. Poderíamos citar inúmeras parábolas para ilustrar a força dessas mensagens. Vamos mencionar apenas uma:

A Parábola dos Talentos – Mt. cap. 25 vers. 14-29

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14- Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. 15- A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro ,um a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então,

partiu.

16- O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar

com eles e ganhou

outros cinco. 17- do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. 18- Mas o que recebera um , saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. 19- Depois de muito tempo , voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles, 20- Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou

outros cinco,

dizendo : Senhor , confiaste-me cinco talentos ; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. 21- Disse-lhe o Senhor : Muito bem, servo bom e fiel ; foste fiel no pouco , sobre o muito te colocarei ; entra no gozo do teu Senhor . 22- E, aproximando-se também o que recebera dois talentos ; disse : Senhor, dois talentos me confiaste ; aqui tens outros dois que Ganhei . 23- Disse-lhe o Senhor : Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei ; entra no gozo do teu Senhor. 24- Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse : Senhor , sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, 25-receoso, escondi na terra o teu talento; aqui o que é teu . 26-Respondeu-lhe, porém, o senhor : Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde espalhei ? 27- Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros; e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. 28- Tirai-lhe , pois, o talento e daí-o ao que tem dez. 29- Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância ; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30- E o servo inútil,lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e

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ranger de dentes.

Vários ensinamentos podemos retirar dessa parábola. Acredito que o principal, de acordo com o meu ponto de vista, é que devemos desenvolver e aplicar os talentos que recebemos para que se multipliquem e possam servir a outras pessoas. Todos os seres humanos nasceram dotados de talentos diversos e significativos.

Cada um deve

descobrir o seu próprio e fazer com que multiplique por 10, 100 e até 1000.

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