Revista Prudente

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Outubro de 2014

A culpa é de QUEM

?

Falta d’água volta a castigar Itu; crescimento desordenado, falta de infraestrutura e uso inconsciente são apenas algumas das questões.



Editorial

C

aro leitor, chega até as suas mãos a primeira edição da revista Prudente. É um trabalho semestral realizado pelos alunos do 6º semestre de Jornalismo da Faculdade Prudente de Moraes/UNIESP. A revista foi elaborada pelos próprios alunos, tanto as matérias escritas, quanto a diagramação. O trabalho pertence à disciplina de Produções Gráficas e teve como orientador o professor e coordenador Paulo Arruda. Foi um semestre árduo e produtivo, que proporcionou aos alunos novos conhecimentos sobre artes gráficas e edições. Também fez com que a turma interagisse nas escolhas de matérias e na maneira com que elas seriam escritas para você, leitor. A revista Prudente traz como tema de capa a problemática ituana sobre a “Falta d’água” na cidade, um assunto atual que movimentou a população nesses últimos meses. Além disso, outros assuntos são abordados, como por exemplo, cultura, profissões exóticas e culinária. Também trazemos o perfil de um dos funcionários mais antigos da Faculdade, o Sr. Luiz, nosso porteiro. Os escritores da Prudente esperam que você aprecie o trabalho os futuros jornalistas! Boa leitura!

a d a h n Cami

Solidária



Foto da Capa: Edson de Brito

Coordenação do Curso de Jornalismo Prof. Ms. Paulo Rogério de Arruda

Direção Geral Letícia Lima Nogueira Coelho

Nossa Equipe “Por ser aficcionado por Artes, principalmente a música, eu diria que ao invés de escolher o Jornalismo, foi ele quem me escolheu, simplesmente surgiu em minha vida” (Fernando Campos)

“Sempre fui muito tímido. Tinha muita dificuldade em me comunicar com pessoas. O jornalismo vem me ajudando a obter um melhor relacionamento interpessoal” “Escolhi jornalismo por gostar de comunicação. Nas horas vagas leio livros” (Setembrino de Brito)

(Anderson Gomes) “Sempre sonhei em ser jornalista. Hoje posso dizer que estou quase lá”. (Tony Fernandes)

“Sou blogueira. O curso me deu conhecimento na área da escrita,relacionamento com o leitor e me fez ter experiência com diversas áreas do jornalismo, me dando ‘knowhow’ para trabalhar com o que eu gosto”. (Leidi Schoba)

“Minha relação com as letras e texto sempre foram muito fortes”

“Devido a um colega de trabalho ter me dito que essa área era a que mais combinava comigo”

(Rodrigo Conilho)

(Edson de Brito)


ÍNDICE 23 10

Artigo

A importância da água

14

MODA

Criando delícias

CHAPEIRO

Deu Fome? Então não perca tempo

TANATOPLÁXIA

Descrubra o que é essa profissão

12

MATÉRIA PRINCIPAL

Enquanto não chove, a população sofre pela falta dágua

15

18

RESTAURANTE ITALIANO O sabor aliado ao prazer

25 13

TATTOO

Pintando o sete

PERFIL

“Minha vida é um livro aberto”



E

E P S

L A I C

Profiss천es


ESPECIAL PROFISSÕES

Profissão:

Chapa quente! FERNANDO CAMPOS

T

rabalhar em um horário diferenciado nem sempre é tão fácil o quanto parece. Principalmente quando esse emprego evidencia sabores e bom gosto aos seus clientes. Estamos falando de profissões na área gastronômica, especificamente a de chapeiro. Além de empreendedor, Fabrício Kaminskas Lopes, 35, proprietário da lanchonete ‘Palhoça’ na cidade de Itu, sempre teve aptidão e prazer pela área gastronômica, além de uma preocupação em preparar muito bem as ‘gororobas’ para receber os amigos em sua casa. A experiência de Kaminskas veio de sua própria decisão, já que trabalhou 14 anos em uma empresa como Gestor de Processos, época esta que já havia feito um curso de Administração de bares e restaurantes do Senac. Então juntando a fome com a vontade de comer, não pensou duas vezes e abriu seu próprio negócio gastro-

nômico realizando um sonho, diz o dificuldades no início de seu empreempreendedor “Era uma vontade que endimento. “A mão de obra nesse seguimento é difícil, eu sempre tive em grande parte lidar com culinária, “Uma das principais uma dos ‘fast-foods’ uma paixão mesmo, sempre gostei em dificuldades da trabalha com rae rotatividaagradar as pessoas profissão é a questão pidez de e eu queria um em seus mínimos tinha detalhes”, relata se dos horários, pois diferencial, que ficar bonito e referindo a atender trabalhamos em gostoso” diz Faseus clientes. que não se Muito detalhista períodos em que a brício preocupa com o e freqüentador assíduo de Festas de maioria se diverte, número de rotae sim na Peão de toda a resem falar a questão da tividade fidelidade de sua gião, ele diz que o lanche servido nes- família, deixamos de ter clientela. “Durante muisas festas foi uma vida social, sábados e tos anos freqüendas inspirações diversos estagastronômicas domingos praticamente tei belecimentos para para a sua lanchotrabalha-se dobrado focar realmente no nete, já que trabaque eu queria em lha com lanches em pão francês, para atender os clientes” meu empreendimento, analisando sem prensá-los, o qual diz se tratar de um lanche arte- os pontos fortes e fracos”, inclusive sanal. “Não dá para encher de coisas de estabelecimentos renomados que dentro do pão e servir”, dizendo das tinha um lugar bacana, mas pecava

no atendimento, por exemplo”. é a parte mais dificultosa na pro“Futuramente quero montar uma fissão, a falta de estar com a famíequipe para que lia, tanto pra mim eu não precise trapara minha “Durante muitos anos quanto balhar no negócio esposa e filhos, há e sim para o negó- freqüentei estabelecimen- dias em que às 22 cio”, relata o prohoras está apenas prietário que sente tos para focar realmente começando, pois prazer em atender no que eu queria em meu é nessa hora que a bem, além de predos clienempreendimento, maioria parar as dezenas de tes gosta de comer opções entre lancoisa”, enanalisando os pontos alguma ches e porções no tão agora decidiu cardápio do local, fortes e fracos. A mão de fechar aos dominaprovado pelos seus para aproveiobra nesse seguimento gos amigos, aliás essa é tar mais seu tema forma que trata é difícil, uma grande po junto de sua seus clientes. parte dos ‘ fast-foods’ família. Falando de diA simpática e ficuldades da pro- trabalha com rapidez e sorridente Grafissão, o chapeiro/ ziele Monteiro, rotatividade, eu preso 26, funcionária de empreendedor diz que há cerca de 7 iniciou pela beleza e sabor” Fabrício, meses trabalhava profissionalmente aos domingos e na área de vendas tinha somente às segundas-feiras e por necessidade acabou adquirinpara ficar com sua família, já que é do experiência na área gastronômipai de dois filhos pequenos. “Essa ca entre uns ‘bicos’ e outros, além

de ter trabalhando em ‘trailers’ de lanches na cidade “Peguei gosto por essa área, uma profissão a qual me adaptei muito mais do que qualquer outra em que tinha feito antes”. Grazi, como é chamada por seus amigos de trabalho diz que realmente gosta muito do que faz, parafraseando “Eu sirvo bem para poder servir sempre”, diz com brilhos nos olhos sentindo prazer no que faz e com isso atraindo clientes nas casas onde trabalha. Monteiro diz que a experiência que está adquirindo com Fabrício está sendo incrível, pelo diferencial de seus lanches, principalmente na cidade, onde a maioria dos locais trabalha com produção em grande escala. Nas sextas-feiras, a procura por porções e lanches no estabelecimento é grande, tendo além de Fabrício e Graziela, mais duas pessoas para auxiliar no atendimento. Por volta das 22h30, com uma filha de 1 ano de idade, ela está literalmente esquentando a chapa para atender os clientes da Palhoça. Bom apetite!


Beleza a

pós a

morte

Tanatopraxia, a arte de higienizar e conservar corpos Isabela Iori | Revista Prudente

A

ISABELA IORI

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A arte

Tatuar de

: Anderson Gomes\Revista Prudente ANDERSON GOMES

Tudo indica que a prática de marcar o corpo é tão antiga quanto a própria humanidade. O registro mais antigo foi detectado no famoso Homem de Gelo, múmia com cerca de 5.300 anos descoberta em 1991, linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem. No final do século XX, a pele desenhada, tornou-se uma característica quase exclusiva das modas jovens. Apaixonado por revistas de super-heróis, Marcelo Gomes que atualmente é tatuador da Tatoo Maniax, começou a desenhar desde a infância,“cada tatuador tem seu estilo, e isso fica claro nos traços, com o tempo o tatuador acaba por desenvolver sua própria

(

)

Seus trabalhos já somam mais de 2000 tatuagens, “tenho que respeitar a vontade dos meus clientes, mas não gosto de repetir um trabalho.

técnica, dessa forma fugindo de sua característica inicial quando uma pessoa escolhe um trabalho, um desenho, ela quer expressar um sentimento, um desejo ou uma crença”.

Marcelo Gomes: o gosto por quadrinhos o tormou tatuador


Falta d’água em Itu; de quem é a culpa? P or : E dson de B rito , L eidi S choba e T ony F ernades

É

provável que ao longo dos seus 404 anos de história Itu jamais tenha passado por uma crise hídrica tão intensa e prolongada como a que assolou o município entre 2013 e 2014. O problema não é novo, haja vista que o historiador Francisco Nardy Filho, já no século XIX, relatava em seus escritos as constantes interrupções no abastecimento, mas, nem de longe é possível comparar a falta d’água daquele período ao verdadeiro caos que os ituanos enfrentaram – e ainda estão enfrentando em alguns bairros – nos últimos doze meses. O Ministério Público recomendou às autoridades locais que declarassem estado de emergência e calamidade pública para facilitar a vinda de ajuda estadual e federal, mas a administração municipal rejeitou a sugestão, alegando que os serviços básicos, como hospitais, escolas, creches e postos de saúde, entre outros prédios públicos estavam funcionando normalmente, o que não justificaria tal atitude. Isso fez com que os moradores se revoltassem ainda mais. A situação ficou tão crítica e escandalosa que Itu virou notícia em todo o país e até mesmo na mídia internacional, depois que a população decidiu promover protestos em várias regiões da cidade, com fechamento de rodovias, interdição de ruas, veículos incendiados, passeatas pela área central e tentativa de invasão da Câmara dos Ve-

readores e do Paço Municipal, entre outros atos. Felizmente no início de novembro as chuvas finalmente caíram e a situação melhorou substancialmente, colocando um fim aos protestos, embora o problema não tenha sido de fato resolvido, pois caso a estiagem volte, as torneiras ficarão secas novamente. Diante de uma realidade imensamente preocupante, a pergunta que não quer calar é: de quem é a culpa por esse transtorno? Com essa pergunta em mente, a equipe da revista Prudente foi atrás dos fatos para saber o que levou Itu a passar por essa crise e o que pode e deve ser feito para que a falta de água em nossa cidade seja resolvida de uma vez por todas.

As causas O Ministério Público afirma que a deficiência no fornecimento de água para a população de Itu não

decorre exclusivamente da histórica estiagem que atingiu a região oeste paulista -- a mais intensa e prolongada dos últimos 84 anos -- mas sim de décadas de má gestão e falta de investimentos para o aumento da armazenagem de recursos hídricos, além da construção de novas barragens, desassoreamento das represas já existentes e modernização dos sistemas de tratamento e distribuição. Por outro lado, não se pode esquecer de dois fatores importantes dessa questão. O primeiro é a já citada seca recorde que castigou boa parte do sudeste brasileiro desde meados de 2013 até o final de outubro de 2014. Isso ocorreu, segundo os climatologistas devido ao El Niño, um fenômeno meteorológico formado no oceano Pacífico que aumenta a temperatura média da água do mar e altera o padrão de chuva e

de temperatura em vários locais do planeta. No Brasil, os efeitos clássicos são a diminuição da chuva sobre o sudeste e o aumento da chuva sobre a Região Sul. O segundo ponto a ser considerado é o desperdício e mau uso dos recursos hídricos, já que, segundo pesquisa da própria concessionária do serviço de água e esgoto, quase 50% do líquido captado e tratado acaba sendo perdido, seja nas tubulações, em fraudes ou pelas pessoas que gastam muito mais do que precisam para suas necessidades. Diante desses dados não é sensato colocar toda a culpa pela crise hídrica em Itu apenas na atual gestão. Ela tem sua parcela sim, e não é pequena, mas a população há de concordar que se tivesse chovido


De acordo com a Prefeitura de Itu, desde o dia 25 de agosto a concessionária adicionou um reforço de 3 milhões de litros de água por dia no sistema. Também foram estabelecidas metas para o curto prazo: desassoreamentos das represas Fubaleiro e Itaim e captação nos ribeirões Mombaça e Pau d’Alho que será interligada na ETA 1 Rancho Grande (Estação de Tratamento de Água), aumentando o fornecimento na área central da cidade em 280 litros por segundo. O valor dos investimentos dessas duas últimas obras é de R$ 30 milhões e deverá estar funcionando no início de 2015. Em outra frente, a administração municipal redigiu decretos para a utilização de poços artesianos privados. Com essa medida, 24 poços de uma fábrica de bebidas foram requisitados e se juntarão aos 90 já explorados. Além disso, 50 represas particulares fornecerão mais 100 litros por segundo que serão integrados ao sistema das ETAs nas regiões mais críticas. Foi anunciada no dia 19 de agosto a substituição da companhia responsável pela concessão dos serviços de água e esgoto no município. Saiu a Águas de

Foto: Edson de Brito

Itu para dar lugar a Águas do Brasil, que em Itu terá o nome de Águas da República. A nova empresa faz parte de uma holding que detêm outras 13 concessões em 15 municípios no sudeste e norte do país. Como medida para fomentar a economia de água o Poder Executivo criou uma resolução que proibe a aprovação de novos empreendimentos imobiliários no município.

Protesto em frente a prefeitura municipal

Manifestantes bloqueiam rua e ateiam fogo em pneus no Portal do Éden

Foto: Ana Carolina Levorato

Ações já adotadas pela administração municipal

Manifestação em frente a prefeitura de Itu

Foto: Ana Carolina Levorato

a média histórica e se cada um fizesse sua parte e usasse o recurso sem desperdício, com certeza a situação não teria chegado ao extremo em que chegou.

Represa do Sistema Fubaleiro em outubro de 2014

Foto:Thiago Ariose

Foto: Portal UOL

Foto: Edson de Brito

Represa do Sistema Fubaleiro em setembro de 2014


LíQUIDO DA VIDA SETEMBRINO DE BRITO

Setembrino de Brito Sobrinho

5

de fevereiro de 2014, a cidade de Itu inicia um dos mais longos racionamentos de água pela falta de chuva nos seus reservatórios. A questão é: Como que um município fundado em 1610, não se preocupou e preparou para evitar tal situação? As questões e previsões meteorológicas já apontavam para um período de longa estiagem e isso passou batido. Embora a falta de água atingiu diversas cidades do Estado não justifica a falta de planejamento e ações preventivas na cidade de Itu. Quando um produto de tamanha importância para a vida sofre a escassez, famílias começam a sofrer as consequências. O reflexo foi logo percebido pelos ituanos, falta

d’água para tomar banho, fazer a comida, fazer as necessidades básicas, além do sofrimento de idosos e pessoas doentes que sofrem pela falta do liquido da vida. Para quem vê à população em busca da água é nítido o estado de desespero. Algumas pessoas com o psicológico abalado, são vítimas de oportunistas que supervalorizam o valor da água, e os moradores sofrem por não conseguir resolver seus problemas. A classe social com menos poder aquisitivo é a mais prejudicada. A água se tornou artigo de luxo! Bons tempos eram aqueles em que ela era oferecida pela natureza gratuitamente. É claro e evidente que a companhia que administra o sistema de captação de água deixou muito a desejar. Mas, o que é de se estranhar é que até o mo-

ment o além da captação do Ribeirão Mombaça, nenhuma resposta mais efetiva sobre a resolução do problema foi apresentada à sociedade ituana. Sabemos que as chuvas dos últimos dias “abasteceu” os reservatórios, mas não podemos “tampar o sol com a peneira”, as previsões não são favoráveis. A pergunta é: -Quando haverá uma ação positiva da concessionária de água ou da administração pública

para sanar esse problema?. Diz um ditado antigo “há males que vem para o bem”, será que o povo aprendeu a lição que não deve desperdiçar a água, ter mais cuidado no uso e o no reuso. Vivemos um momento em que nunca foi tão importante ter consciência do uso da água. Enquanto nada de efetivo é feito pelos órgãos competentes, cabe a nós cidadãos fazer a nossa parte.


TECNÓLOGO EM MARKETING

Vestibular 2015

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Por Isabela Iori ISABELA IORI

O Spanizzi Ristorante est谩 localizado no Unicenter, pr贸ximo a pizzaria Dona Corina, na Avenida Prudente de Moraes, 210 no Bairro Vila Nova, em Itu-Sp


PERFIL

O primeiro e o único porteiro da Faculdade Prudente de Moraes

Na instituição, o mais antigo funcionário recebe e se despede das pessoas há anos

E

EDSON DE BRITO

m 1942, o Sr. Joaquim Dias com sua esposa e os sete filhos migraram da cidade de São Joaquim da Barra/SP, próxima a Ribeirão Preto, para a capital paulista. Ele era lavrador e ambulante. Entre seus filhos estava Luiz Dias, um jovem de quinze anos que o acompanhava. Sem muito sucesso, a família deixou São Paulo em 1943 e veio morar em Itu, passando a morar na região da Chácara Mangueira, hoje um condomínio de chácaras.

nos tempos de outrora”, comenta. Nesta nova etapa da instituição, apesar das dificuldades pelas quais a escol passou, revela não ser tão feliz quanto foi no passado, entretanto acredita em boas perspectivas, preserva o amor pela profissão e às amizades constituídas.

Bastante calmo, respeitável, sobretudo muito agradável. O experiente senhor finaliza nossa entrevista com a Luiz nasceu em 1928 sendo o quarto dos sete filhos; frase: “Tenho 86 anos, e faço da minha vida um livro três homens e quatro mulheres. Em sua cidade natal, aberto. Sempre procuro fazer o bem a todos para cada auxiliou seus pais no sustento da família. Conheceu dia conquistar um novo amigo através da honestidade a esposa há 61 anos, com quem se casou. Em Itu, ci- e também do trabalho”. dade onde criou raízes, formou sua própria família. Tornou-se pai de dois filhos, tem três netos e um bisneto. Aqui conseguiu obter sua casa e todos os bens materiais que possui. Foi estudante de contabilidade até o 2º ano no colégio Junqueira Ortiz. Em 1946, começou a trabalhar na Fundição Gazzolla, onde permaneceu até 93. No ano de 1995 se empregou na Faculdade Prudente de Moraes onde atua até hoje como porteiro.

“Hoje observo a faculdade ser como antigamente”

Carinhosamente chamado pelos alunos de Seu Luiz, é um dos mais antigos funcionários da casa. Há 19 anos recepciona com sorriso os alunos que passam pelo portão. Em 2012 quando o grupo Uniesp adquiriu a faculdade Prudente de Moraes, ocorreram mudanças, entre elas a de endereço. O porteiro presta seus serviços na rua Sorocaba, onde atualmente está localizada. O querido senhorzinho de cabelos brancos se recorda que a faculdade era considerada a melhor de Itu; o funcionário baseia esta afirmação por meio da visão e conceito dos alunos que conheceu no decorrer dos anos. “Antes havia muito mais alunos que hoje, mas infelizmente, assisti a mesma entrar em decadência em 2011, e atualmente a observo se reerguer como





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