TFG - PARQUE URBANO

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PARQUE URBANO UMA RESSIGNIFICAÇÃO DA PAISAGEM DO RIO SOROCABA COMO MEIO DA CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

UNIVERSIDADE PAULISTA SOROCABA

PAULO CESAR PAIFER ORIENTAÇÃO: PROFª. DRª TERESINHA MARIA FORTES BUSTAMANTE DEBRASSI


PARQUE URBANO

UMA RESSIGNIFICAÇÃO DA PAISAGEM DO RIO SOROCABA COMO MEIO DA CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES TRABALHO DE GRADUAÇÃO - ARQUITETURA E URBANISMO

UNIVERSIDADE PAULISTA SOROCABA

PAULO CESAR PAIFER

ORIENTAÇÃO: PROFª. DRª TERESINHA MARIA FORTES BUSTAMANTE DEBRASSI

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SUMÁRIO

01. INTRODUÇÃO 02. OBJETO E OBJETIVOS 03. MÉTODO 04. PAISAGEM URBANA E SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES 05. PARQUE URBANO 06. JUSTIFICATIVA 07. A EXPANSÃO DA CIDADE POR MEIO DAS MARGENS DO RIO SOROCABA 08. O RIO E SUAS MUTAÇÕES AO LONGO DA EXPANSÃO URBANA 09. SOROCABA E SEUS PARQUES URBANOS 10. O LOCAL DE INTERVENÇÃO 10.1 SETORES: IDENTIDADE E SENSO DE LUGAR

11. ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE

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11.1 URBANISMO ECOLÓGICO 11.2 INFRAESTRUTURA ECOLÓGICA 11.3 INFRAESTRUTURA VERDE

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12. POLITICAS PÚBLICAS 13. EQUIPAMENTOS 14. USO DO SOLO 15. CHEIOS E VAZIOS 16. SISTEMA VIÁRIO 17. DIAGNÓSTICO DE MOBILIDADE URBANA

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17.1 CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES 17.2 CIRCULAÇÃO DE BICICLETAS 17.3 TRANSPORTE PÚBLICO 17.4 TRANSPORTE INDIVIDUAL

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18. MICROCLIMA 19. DRENAGEM URBANA 20. INFRAESTRUTURA VERDE APLICADA

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20.1 TIPOLOGIA - JARDIM DE CHUVA 20.2 TIPOLOGIA - LAGOA PLUVIAL 20.3 TIPOLOGIA - LAGO SECO 20.4 TIPOLOGIA - BIOVALETAS 20.5 DRENAGEM URBANA - DIRETRIZES

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21. VEGETAÇÃO 21.1 MAPA DE APP´S 21.2 MAPA DE SUSCEPTIBILIDADE A EROSÃO 21.3 DIRETRIZES - VEGETAÇÃO

22. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 23. PARQUE DA JUVENTUDE 24. PARQUE DO RIO MADRI 25. IMAGINE BOSTON 2030 26. PARTIDO PROJETUAL 27. SETORIZAÇÃO 28. IMPLANTAÇÃO 29. CORTES 30. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 31. ANTIGO MATADOURO 32. PINACOTECA DE SÃO PAULO 33. O PROJETO - PAVILHÃO 34. TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS 34.1 MANEJO DAS ÁGUAS 34.2 ENERGIA SOLAR 34.3 MAQUETE ELETRÔNICA

35. PADRÕES - A & B CONTAINER MODULAR 36. PADRÕES - MOBILIÁRIO URBANO 36.1 PARA SENTAR 36.2 EQUIPAMENTOS 36.3 PARA MOVIMENTAR 36.4 PARA BRINCAR 36.5 PARA ILUMINAR

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37. PADRÕES - PAVIMENTAÇÃO 91 38. CONSIDERAÇÕES FINAIS 92 39. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93

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CONTEXTUALIZAÇÃO 5


01. IN T RO DUÇ ÃO Espaços livres urbanos se caracterizam por um conjunto de ambientes descobertos, livres de edificações, implantados na malha urbana de porte significativo na organização da cidade e possuem dimensão, localização e distribuição variáveis. Especificamente, são todos os locais não contidos entre as paredes e tetos dos edifícios construídos pela sociedade para sua moradia e trabalho. Para Macedo (1995) a estes espaços dentro do tecido urbano, contidos dentro dos limites de cada cidade, vila ou metrópole são denominadas de espaços livres de edificação, e aqueles inseridos nos territórios não ocupados por urbanização, denominam-se espaços livres de urbanização. Em suma, referem-se às áreas de circulação, como às ruas, vielas, avenidas, terrenos baldios ou até mesmo e exclusivamente às áreas de lazer, sobretudo, os espaços verdes, ou seja, a área urbana ou parcela territorial que possua qualquer tipo de vegetação e que contenha um valor social agregado. Destacam-se entre eles, os bosques, campos, matas, jardins, praças, parques, entre outras categorias presentes no meio urbano. De acordo com Degreas e Ramos (2015), esses espaços são de uso coletivo e cumprem uma função social que transcende a aplicabilidade comum, pois são ambientes de convivialidade, que congregam espaços privados e públicos. Portanto, promovem a coesão social, o encontro de pessoas, e consequentemente acolhem a esfera de vida pública, proporcionando forma a sociedade. As autoras ainda complementam que o pensar e investir no espaço público urbano colabora para a coerência comunitária, desenvolve o senso de pertencimento e analogia social, concomitantemente, melhora a qualidade de vida. Ademais, os sistemas de espaços livres urbanos, conforme Queiroga e Benfatti (2007) desenvolvem um princípio, apresentando, sobretudo, relações de conectividade e complementaridade, pois entre seus múltiplos desígnios, por vezes sobrepostos, estão à circulação, a drenagem, atividades do ócio, convívio público, memória, conforto, conservação ambiental, entre outros. Observa-se, desta forma, que os espaços livres evidenciam o aspecto urbano e reúnem várias esferas, como o meio físico, biótico e socioeconômico. Suas dimensões e harmonia com a área construída determinam a primeira e permanente influência sobre os visitantes. Definem o bem ou mal estar que se declara perante a cidade e são decisivos para a identificação dos habitantes com seu município. Refletem a história do desenvolvimento do local e são importantes espaços de orientação. Aliás, são ainda vivenciáveis os elementos da paisagem

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natural (corpos de água corrente, charcos, baixadas e elevações). Nota-se, portanto, que os grandes espaços livres verdes são os mais reverenciáveis ambientes ecológicos de equilíbrio para o meio ambiente urbano, pois além de atribuir interesse de conservação ou preservação de conjuntos de ecossistemas, pode ser uma ferramenta importante na redução de impactos ambientais em virtude do intenso processo de urbanização, como exemplo, um aliado na drenagem de águas pluviais a fim de controlar inundações e enchentes e proteger ou recuperar ecossistemas lindeiros aos cursos e corpos d’água. Ademais, seu valor social integra um conjunto de espaços públicos destinados ao lazer, às práticas esportivas e ao convívio social, podendo ainda, estabelecer uma nova relação entre o valor estético/cultural, o suporte físico pré-existente e a paisagem urbana. Sanches (2014) ressalta que quando a aquisição de novas áreas livres verdes urbanas é resultante da recuperação de áreas degradadas, as benfeitorias multiplicam-se, uma vez que tais espaços, outrora relegados, quando convertidos em espaços livres públicos, como praças e parques, tornam-se catalisadores de novos investimentos residenciais, comerciais e de serviços.

02. OBJETO E OBJETI VOS

A vista do exposto, o objeto deste trabalho final de graduação refere-se à ressignificação da paisagem do Rio Sorocaba por meio do sistema de espaços livres. O objetivo geral visa propor a conservação e revitalização de espaços livres verdes públicos, estruturados pelo rio Sorocaba, na cidade homônima, situada no estado de São Paulo, por meio de Parques Urbanos já existentes como estratégia de ressignificação para uma política efetiva do projeto urbano embasado nos conceitos de biodiversidade, infraestrutura verde e urbanismo ecológico. O intuito é conceber, através do parque, um sistema de espaços livres, a fim de conectar e intervir os ambientes existentes que estão à margem do rio aos vazios urbanos e estabelecer diretrizes para melhorar a propriedade dos locais públicos, a qualidade de vida, o meio ambiente, a paisagem, a contemplação, a conexão, a costura e a mobilidade urbana. Contudo, o projeto abarca a proposta de exercitar a reflexão sobre as probabilidades de reconciliação entre a cidade e a natureza, com a finalidade de criar relações sustentáveis afetivas com o meio ambiente, a historicidade, a cultura, a promoção da atividade física, o lazer e a sociabilidade.

Rio Sorocaba. Fonte: skyscrapercity. Disponível em: https://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=114411322. Acesso em Novembro de 2019.


03. M É TODO Espaços livres são pontos de encontro de toda a sociedade. Em prédios privados ou públicos encontram-se só determinados grupos (família, colegas ou grupos de mesmo interesse). Só nos espaços públicos centrais encontra-se uma diversidade de todos os habitantes e visitantes. Portanto, trata-se de espaços multiculturais que representam a viva identidade da cidade. Preenchem diversas exigências: são procurados para fugir do ruído e da poluição do cotidiano da grande cidade, para repouso ou para desabafar, praticar esporte ou simplesmente gozar um pouco da natureza. Devem prover espaço de modo que as pessoas se encontrem e possam ter suas festas (quando a própria moradia é pequena), mas também colocar a disposição espaço para longos passeios solitários e para o reconhecimento da natureza selvagem na área urbana. Sobretudo, os grandes espaços livres verdes são os mais importantes espaços ecológicos de compensação para o meio ambiente urbano dilacerado. Isto soa banal: seu valor está intimamente ligado a que eles sejam os únicos espaços urbanos nos quais os danos não os esgotaram. Além do que, a vegetação filtra os poluentes do ar e contribuem para o resfriamento do ar urbano superaquecido. Ademais, sobre os espaços não impermeabilizados, as chuvas podem infiltrar-se sem obstáculos, promovendo a realimentação do lençol freático; ao mesmo tempo os espaços livres atuam como áreas vitais para a natureza urbana. Desta forma, não são apenas importantes para a cidade em si, sua existência preserva também o entorno de grandes danos (NUCCI, 2010, p. 36-37).

Em relação à metodologia, será desdobrada em três etapas: na primeira serão apresentados os fundamentos teóricos que amparam os conceitos de paisagem urbana, sistema de espaços livres, parque urbano e territórios frentes d’água; na segunda, serão expostos os contextos históricos da expansão da cidade através das margens do rio e seus parques urbanos atuais, as análises e os diagnósticos urbanos, sociais e ambientais do local de intervenção e seu entorno, além das apreciações de diretrizes que nortearão experiências consideradas referências respeitáveis de projetos de intervenção urbana, arquitetônica e paisagística; e na última fase, será apresentada a proposta projetual do Parque Urbano escoltado pelo sistema de espaços livres.

04. PAISAGEM UR BANA E SI STEMA DE E S PAÇO S LI VR ES O planejamento e projeto das paisagens urbanas permaneceram por séculos reproduzindo o conceito estético e filosófico da representação de natureza ideal, arquitetando o paisagismo como jardinagem ou como campo complementar do desenho urbano. Na revolução industrial, devido ao seu rápido desenvolvimento, as paisagens urbanas incidiram por um processo de transformação, importunando grandes alterações ambientais e sociais conforme descreve Hulsmeyer (2014, p.16): A complexidade dos fatores envolvidos no processo urbano foi exponencialmente elevada, assim como o grau dos conflitos gerados pelo número crescente de atores sociais e o tamanho de aglomerações cada vez maiores. Contextos econômico, social, cultural, tecnológico e ambiental passaram a imprimir transformações em velocidade superior à das ideias ou a dos recursos de como compatibilizar o progresso e a resiliência do ecossistema urbano.

O autor ainda assegura que as técnicas e conceitos de reprodução da paisagem foram reinterpretados e adaptados para uma escala urbana de forma ordenada através de projetos de espaços livres públicos, principalmente na forma de parques urbanos. Como exemplo, o movimento americano City Beautiful nos Estados Unidos e cidade Jardim na Inglaterra, que passou a agrupar conceitos de funcionalidade e natureza, esfera pública, espírito cívico e beleza. Desta forma, o planejamento e o projeto das cidades tornaram-se instrumento básico para expressar a capacidade de anteceder os futuros cenários e a organização de díspares interesses, visando facilitar as adaptações a um meio urbano em incessante transformação. No cenário brasileiro, o planejamento e projeto das cidades sempre estavam ligados às classes dominantes, que decorriam seus planos de embelezamento urbano tradicionalizados da Europa, onde nas primeiras décadas do século XX, com a crescente problematização urbana, tiveram que abandonar o discurso e a prática do embelezamento. Sem a solução dos problemas urbanos, adotouse a ideia de que as cidades não eram apenas objetos da engenharia e da arquitetura, mas sim organismos complexos, sociais e políticos, surgindo então, os grandes planos integrados de diagnóstico econômico, político, urbanístico e social. No século XXI, segundo Barnett (2009), as qualidades de um bom

planejamento e projeto urbano são compartilhadas pelas áreas ligadas ao projeto da paisagem urbana, entre elas a arquitetura, o paisagismo e o planejamento urbano.

As qualidades são: “[...] primeiro, a conservação do seu ambiente natural e o respeito a ele; segundo, a criação de uma esfera pública que inclua mobilidade, ruas e espaços públicos, entretenimento, parques, e recreação; e em terceiro, a sustentação da interação social nos bairros, locais de trabalho e diversidade de usos nos centros” (BARNETT, 2009, p. 103).

Um conceito que para Gehl (2013) tem sido diferente por décadas, onde o planejamento urbano, na escala humana, tem permanecido esquecido, enquanto várias outras questões, como a priorização do automóvel ganha força e espaço. Ele afirma que o planejamento de projetos é um fator importante na qualidade física do espaço urbano, pode influenciar o alcance e o caráter de nossas atividades ao ar livre, que vão além de uma simples caminhada, incluem proteção, segurança, um espaço razoável, mobiliário e qualidade visual. No Brasil, os espaços livres ainda não são prioritários, exceto o sistema viário, que privilegia o uso do automóvel. É comum a predominância de edificações e pouca área livre em detrimento às áreas que podem ser públicas ou privadas, com a função de lazer, esporte, recreação, contemplação e convivialidade. Tais áreas podem ser unidades de conservação, de preservação da biodiversidade de áreas verdes e estudos da natureza com o predomínio de vegetação arbórea, praças, jardins e parques urbanos. Todavia, mesmo que pontualmente, começa a despertar o sentimento de que para o planejamento e projeto de uma cidade de qualidade, os espaços livres devam ser prioridade. Segundo Hulsmeyer (2014), ao assumir a paisagem urbana como materialidade, semelhante ao edifício, o suporte estrutural é o primeiro problema a ser resolvido, pois é ele que garante a integridade ao mundo físico. Nesse sentido, assumiu-se que deve ser admitido esse papel na paisagem pelo Sistema de espaços livres (SEL), de maneira a proporcionar equilíbrio e estabilidade ao conjunto de sistemas e subsistemas que o compõem.

Sistema de espaços livres urbanos incluem os elementos e as relações que organizam e estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um determinado recorte urbano – da escala intraurbana à regional, independentemente de sua dimensão, qualificação estética, funcional e fundiária. Os espaços livres públicos apresentam, via de regra, maior conexão física, a começar pelos espaços livres que integram o sistema viário (um subsistema do sistema de espaços livres), tal princípio apresenta, também, forte papel conector dos demais espaços livres, vinculando praças, parques, praias, entre outros (QUEIROGA, 2014).

Em face do exposto e concentrando-se na temática dos parques urbanos, foi necessário resgatar brevemente o surgimento dos primeiros parques no Brasil e como esse conceito arquitetônico se originou no país, além dos seus reflexos e interferência na instauração das cidades e da sociedade. 7


05. PARQUE UR BANO No limiar do século XIX, surgiram os primeiros ambientes ajardinados para a utilização pública e os primitivos Parques Urbanos brasileiros. Com o desenvolvimento das cidades e a devastação das florestas, surge o interesse pelos jardins e parques comunitários como um contraponto à sociedade industrial. Entretanto, as finalidades desses espaços eram voltadas para a estética e o lazer. Já no século XX, as discussões reminiscentes às questões ambientais se intensificaram, e a partir da década de 1980, quando a questão ambiental foi institucionalizada no aparelho estatal brasileiro, apareceu à indigência de abordar o espaço urbano como um ambiente em constante evolução, associado às dificuldades ambientais e à qualidade de vida dos brasileiros (FERREIRA, 2005). Nesse contexto, Silva Filho (2003) menciona que o Parque Urbano se originou no Brasil sob o entendimento de oferecer as cidades, espaços apropriados para atender a nova demanda da sociedade: o lazer e o ócio, em oposição ao ambiente urbano dinâmico da vida agitada. Desta forma, esses locais, até a década de 1990, se consolidavam na concepção de espaços verdes designados, sobretudo, à promoção da qualidade de vida urbana no bem-estar social. Por este viés, observa-se que o desempenho dos Parques Urbanos, e suas definições, nem sempre são precisas. Portanto, é imprescindível uma reflexão a partir de considerações de alguns autores. Para Kliass (1993) são locais públicos com dimensões expressivas e com preponderância de subsídios naturais, especialmente de cobertura vegetal, destinados à recreação. Ademais, é um fator urbano de respectiva autonomia, que interatua com seu entorno proporcionando condições de submergir diferenças conforme a estrutura urbana e com os hábitos da sua população. De acordo com Macedo (2012, p. 142) “o Parque Urbano contemporâneo brasileiro é, essencialmente, um espaço de convívio social múltiplo, tendo como base o lazer e possibilitando as diversas formas de interação, tanto entre os indivíduos entre si, como destes com elementos naturais (vegetação e águas) e com diferentes formas de vida animal”. Todavia, vale salientar que seu papel elementar pode ser distinto em decorrência das condições locais, podendo ser classificado como recreativo ou de conservação, inclusive, ser apontado como solução para problemas ambientais urbanos e sua concepção passa a ser algo comum, alguns incorporando áreas de preservação permanente (APPs), e tem sido objeto de inúmeras ações públicas, como é o caso dos parques lineares, que se caracterizam basicamente como uma intervenção paisagística associada à rede hídrica, em fundo de vale, na planície aluvial. Neste caso, seus objetivos são múltiplos, tais como, proteger ou recuperar ecossistemas lindeiros aos cursos e corpos d’água; conectar áreas verdes e espaços livres; controlar enchentes; além de prover a finalidades de lazer, sociabilidade e paisagísticas (HULSMEYER, 2014).

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PARQUE RIO MADRI Fonte: Archdaily. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/601277/6-cidadesque-trocaram-suas-rodovias-por-parques-urbanos. Acesso em Novembro de 2019.

Ao alcance do crescimento das cidades, a população necessitava de infraestrutura, respectivamente somavam as queixas a respeito de alguns aspectos urbanos, como trânsito, poluição atmosférica, tumulto, ruídos, espaços de infortúnio, entre outros, ao passo que os remanescentes espaços com fragmentos de natureza foram substituídos por casas, ruas e comércios. Neste momento, adveio a preocupação com reformas sanitaristas, através de leis de saúde pública, para a consecução de higiene e limpeza urbana e a constituição de melhor infraestrutura urbana. As queixas da população se desdobravam também ao fato de a industrialização ter proporcionado o crescimento das cidades em detrimento dos espaços de natureza (SPIRN, 1995). Em consequência da expansão urbana e a iniciação do ritmo acelerado da industrialização, com precário tempo livre para se socializar e descansar, os parques públicos urbanos surgem como demanda para as práticas de lazer. Concomitantemente, esses ambientes compõem espaços atenuantes das estruturas urbanas, por meio de locais de socialização e contemplação da natureza, proporcionando melhor qualidade de vida para a sociedade. Essa ideia pode ser apoiada por Kliass (1993, p. 19) que proporciona o conceito de Parque Urbano, assegurando que: “[...] são espaços públicos com dimensões significativas e predominância de elementos naturais, principalmente cobertura vegetal, destinados à recreação [...]”.


0 6. JU S TI FI C ATI VA Conforme revelado, os Parques Urbanos são áreas verdes destinadas a qualidade de vida social, pois proporcionam a relação com a natureza e suas estruturas e qualidade ambiental, uma vez adequada e atrativa, são decisivas para a efetivação de atividade física e o lazer. De acordo com Szeremeta e Zannin (2013) essas atividades ocasionam vários benefícios psicológicos, sociais e físicos a saúde da população, como a redução do sedentarismo e amenização do estresse do cotidiano urbano. Pesquisas evidenciam que a população urbana necessita de contato com a natureza, conforme esclarece Chaddad (2000, apud Sanches 2014), que em um de seus estudos, observa uma intensa conexão entre a quantidade de áreas vegetadas de uma cidade e a qualidade de vida oferecida a seus moradores, como a promoção do bem-estar, de práticas esportivas, de maior sociabilidade e estímulo à identidade da comunidade local, desempenhando, desta forma, um papel de agente catalisador e motivador de concordância e abrangência social. O que ratifica cada vez mais os indicadores e parâmetros de avaliação da qualidade de vida urbana. As áreas verdes ainda podem exercer a função de regular a qualidade ambiental, já que a arborização é uma ferramenta importante capaz de proteger da radiação solar, equilibrando e amenizando a temperatura local, respectivamente, acrescenta a umidade por conta da transpiração e ainda absorve parte da poluição, convertendo em oxigênio, corroborando a melhoria do microclima. Lerner (1999, apud Sanches, 2014), ainda soma outros serviços ambientais prestados à cidade, como a estabilização das encostas, controle de enchentes e recarga de aquíferos. Em termos ecológicos, a vegetação nativa pode promover a manutenção ou o aumento da biodiversidade e diminuição de riscos de espécies em extinção. No que concerne à recuperação e intervenção de áreas verdes urbanas degradadas, pode-se perceber que essas, conglomeram ainda mais benfeitorias à cidade, pois tais ambientes antes menosprezados, quando convertidos em espaços livres públicos, como praças e parques, tornam-se fomento de novos investimentos residenciais, comerciais ou de escritórios, ou são instituídos com o desígnio de ater e sustentar negócios ou habitantes locais, o que instiga a revitalização e a renovação de edifícios e comunidades no entorno. Além do mais, propõem estimular direta ou indiretamente novos negócios voltados para o lazer e atividades afins, como comércio de alimentos, aluguel de bicicletas, a venda de equipamentos de lazer e esporte, entre outros, que compactuam para a promoção e aumento de empregos locais e da arrecadação de impostos (NY/ NJ BAYKEEPER, 2006; LENER, 1999 apud SANCHES, 2014). Desta forma, diante das considerações supracitadas e devido à relevância desses espaços dentro da malha urbana, contribuindo significativamente, sobretudo, para promover a qualidade de vida das pessoas, despertou-se o interesse da implantação de um Parque Urbano escoltado pelo sistema de espaços livres na zona Norte da cidade de Sorocaba, especificamente nos

espaços livres já existentes, inclusive nas áreas degradadas, estruturadas pelo rio Sorocaba, sendo este último, um dos fatores determinantes da escolha, pois a intervenção de territórios frentes d’água, conhecido internacionalmente como “waterfronts” se trata de uma ferramenta de equilíbrio ambiental, compondo paisagem natural e cultural que têm sido alvo de intervenções antrópicas há tempos.

PARQUE DO RIO MADRI – ESPANHA Fonte: <http://www.isocarp.net/Data/case_studies/1872>. Acesso em Maio de 2020.

Os denominados “waterfronts” são projetos urbanos em territórios frentes d’água e apresentam-se como basais ao equilíbrio ambiental e de seus ecossistemas, constituindo paisagem natural e cultural que têm sido alvo de intervenções humanas há muito tempo. Todavia, os cursos d’água que cruzam o meio urbano sofrem um processo de degradação contínuo, que é agravado com a precariedade do saneamento básico, a crescente poluição ambiental, as alterações hidrológicas, geomorfológicas, desmatamento, assim como a ocupação irregular de suas margens e várzeas alagáveis. Portanto, é uma das fundamentais oportunidades para as cidades contemporâneas se reinventarem e se expandirem internamente através do reequilíbrio do ambiente natural e o construído, procurando resolver problemas ambientais (como drenagem urbana) e eliminando atividades poluidoras, que devem dar lugar a espaços com qualidade ecológica e ambiental, trazendo benefícios sociais, culturais, econômicos e ecológicos. Outro atributo fundamental é o fato de apresentar um caráter naturalmente público, inerente a sua condição. Logo, devem ter como prioridade o interesse público e o uso coletivo, constituído por espaços de qualidade e que proporcionem o acesso à água. Esses espaços coletivos, se bem projetados, apresentamse como excelentes estratégias não só de reconexão entre a população e as águas, mas também para integração entre o tecido urbano novo e suas áreas envoltórias (ALVIM; COSTA; ALVES, 2018).

PARQUE DO RIO SENA – FRANÇA Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/futuro-das-cidades/paris-transforma-trecho-asmargens-do-sena-e-proximo-ao-louvre-em-calcadao-6wt8uipivoxzf46o15hsmb5qo/. Acesso em Maio de 2020.

RENATURALIZAÇÃO DO RIO CHEONGGYECHEON EM SEUL – CORÉIA DO SUL Fonte: Trata Brasil. Disponível em: http://www.tratabrasil.org.br/blog/2019/04/09/5-paises-que-despoluiramseus-rios/projeto-restauro-seul-capa-650x366/. Acesso em Novembro de 2019.

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O local de intervenção refere-se designadamente as áreas delimitadas entre o Jardim Brasilândia, Jardim Abaeté, Jardim das Acácias e Retiro São João, que atualmente acomodam, respectivamente: o antigo “Matadouro do município”, a “Praça Levy Bonogli”, o “Parque das águas” e o “Parque Porto das Águas”, totalizando em um espaço de aproximados 76,4 ha. O projeto se justifica pelo fato de que, embora a cidade possua alguns parques designados ao lazer e a promoção da qualidade de vida, ainda carece de espaços verdes públicos de qualidade no que tange a utilização ou aproveitamento ativo e a conexão desses ambientes fragmentados já existentes, além da preservação dos recursos naturais e territoriais adequados que condescendam e intensifiquem o convívio, a socialização, a recreação, a cultura, a interação do homem com a natureza por meio do estímulo às atividades físicas, esportivas e o lazer. Contudo, a concepção corrobora a diversificação da paisagem urbana, as qualidades estéticas, a mitigação da poluição do ar, dos recursos hídricos e dos efeitos de impermeabilização do solo e regulagem do microclima local, além da saudabilidade, contemplação, conexão, mobilidade urbana e estímulo direto ou indireto aos novos negócios voltados para o lazer, promovendo e aumentando empregos. Logo, trata-se de uma ferramenta benéfica para a vivência social, cultural e educacional, restabelecendo o conceito de reaproximação e ressignificação da população com a cidade, portanto, o planejamento adequado e a conservação de Parques Públicos se revelam como expressiva estratégia para uma política eficaz do desenho urbano e da saúde pública. Ressalva-se, segundo Sanches (2014), que existem obstáculos no processo de redesenvolvimento das áreas degradadas, como alto custo de

descontaminação ou demolição de edificações; desconfiança e desconhecimento entre as partes interessadas do setor público e privado; descontinuidades de programas nos governos subsequentes; custo de aquisições de terras subutilizadas ou abandonadas e custo do processo de remediação, em casos de contaminação. Os desafios técnicos específicos também são um entrave para transformar esses espaços em áreas verdes. Vale destacar que essas áreas e os usos recreativos não são vistos como investimentos para o poder público, pois não trazem tanto benefícios econômicos diretos em comparação á outros fundos que priorizam projetos lucrativos que arrecadam impostos, como empreendimentos residenciais, comerciais ou de escritórios. Portanto, projetos que abarcam a recuperação de áreas degradadas e a intervenção em espaços verdes dependem de interesses que possam promover a consolidação de ideias, como concepção de políticas públicas focadas na ampliação e na melhoria das áreas verdes urbanas, fundos exclusivos e parceria público-privada acoplada a estímulos financeiros como isenções fiscais, que ainda são pouco exploradas. A autora ainda complementa que: [...] no contexto brasileiro, a combinação de instrumentos legais, previstos no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257), e que se aplicam no plano diretor dos municípios, devem ser utilizados com vista à viabilização desses projetos. Um dos instrumentos são as operações urbanas consorciadas, que é uma forma viável de envolver a iniciativa privada em grandes intervenções urbanas estruturais. O direito de preempção, o direito de superfície e as zonas especiais de interesse ambiental são outros instrumentos que podem auxiliar o governo na aquisição de terrenos vazios e degradados para a criação de novas áreas verdes (SANCHES, 2014, p. 61).

A ausência de áreas verdes urbanas é um problema comum na maioria dos aglomerados urbanos, principalmente naqueles que sofrem uma urbanização intensa e sem nenhum planejamento voltado para as preocupações ambientais. Uma das causas desse problema decorre do aumento da impermeabilização dos espaços livres nas áreas centrais da cidade e do desmatamento das zonas periféricas, que resultam do crescimento e expansão horizontal da mancha urbana. Em escala regional, a ausência de áreas verdes pode causar desiquilíbrios nos ciclos e processos naturais, resultando em mudanças na temperatura e alteração do regime de chuvas. Já na escala urbana, a supressão das áreas verdes não só afeta a qualidade de vida da população, mas também contribui para a ocorrência de inundações, o aquecimento do microclima urbano, a intensificação do efeito estufa e a erosão de encostas, o que põe em risco a vida dos habitantes desses locais (SANCHES, 2014, p. 46)

PARQUE DAS ÁGUAS SOROCABA- SP Fonte: CRB. Disponível em: https://crbconstrutora.com.br/apartamentos-na-plantaem-sorocaba. Acesso em Novembro de 2019.

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CARACTERIZAÇÃO 11


07. A EX PAN S Ã O D A C I D ADE PO R M E IO D A S M A R GEN S DO R I O S O RO CABA Sorocaba se caracteriza como uma cidade de médio porte e situase no Sudoeste do Estado de São Paulo. Segundo dados oficiais do IBGE, o último censo (2018) contabiliza uma população de aproximadamente 586.625 de habitantes, sendo estimados 679.378 nos próximos anos, e extensão territorial de 450,382 km². É a quarta cidade mais populosa do interior Oeste do estado e ocupa o nono lugar no ranking geral (IBGE, 2019). Está localizada estrategicamente entre duas importantes regiões do Brasil, São Paulo e Curitiba, essa característica de eixo de ligação é presente desde o período que antecede sua formação até os dias de hoje. As linhas principais de ligação entre a capital paulista e cidades do interior, dão-se pelas rodovias Castelo Branco (SP-280) e Raposo Tavares (SP-270). De acordo com Manfredini, Guandique e Rosa (2015) a expansão territorial do município advém antes de o colonizador se adentrar na região. Na margem esquerda do Rio Sorocaba surgiram às primeiras aldeias locais, povoadas inicialmente pelos indígenas tupiniquins, e a característica de polo de ligação regional deveu-se ao caminho do “Peabiru”, genericamente conhecido como o “Caminho do Sol”, que cruzava toda a América entre o litoral de São Paulo e Cusco, no Peru, e possibilitou a prática do comércio entre os Incas e os índios brasileiros. Na era do Bandeirismo, por volta de 1589, Afonso Sardinha, notório bandeirante da época, estabeleceu a primeira casa da região e instalou o primeiro empreendimento siderúrgico das Américas, devido à descoberta do minério de ferro no morro de Araçoiaba, originando à primeira vila da região, nomeada como “Nossa Senhora da ponte de Monte Serrat”. Anos mais tarde, deu-se a ocupação nas proximidades do rio Sarapuí, através dos arredores do morro de Araçoiaba, em direção a Itu e Pirajibu e nas margens do rio, na altura do atual bairro do Lageado. O povoado que se estabeleceu na região foi denominado de Sorocaba - do tupi, “terra rasgada”- posteriormente a chegada do Capitão Baltazar Fernandes com a família e seus escravos, que construíram sua residência à

beira do rio, juntamente com uma capela dedicada a “Nossa Senhora da ponte”. A chegada de sua família às paragens do rio fez com que os moradores que estavam fixados na região em diferentes localidades, estabelecessem morada ao redor da capela, construída no alto da colina, e foi considerado um marco da consignação e desenvolvimento dos povoados no Brasil colonial. Contudo, nessa época a estrutura urbana era formada por bandeirantes, índios, ruas precárias e escassas construções. Aos poucos, sucedeu a construção de um convento e de uma escola, que seriam um centro gerador de cultura aos habitantes, fazendo com que o município se adolescesse ao longo do rio. Outro marco para a expansão, crescimento e desenvolvimento urbano deveu-se ao movimento Tropeirista, que estimulou novas ocupações e acréscimo de ruas ao utilizar os caminhos abertos pelos indígenas para o transporte e comércio de mercadorias entre o Oeste e Sul do país. No século XIX, a cultura da produção e exportação do algodão contribuiu ainda mais com a expansão, e proveu a construção da estrada de ferro Sorocabana ás margens do rio, que ligava o interior ao litoral. A construção das fábricas têxtis aprovisionou a formação de vilas operárias e loteamentos, que posteriormente, compuseram novos bairros. Na década de 1950, com o avanço fabril, o município se tornou polo industrial e socioeconômico regional, ocasionando investimentos do estado com a construção das Rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares, próximas ao núcleo urbano, que originou desenvolvimento nos sistemas viários locais. Vale salientar, que a industrialização foi possível considerando os aspectos da geografia física como relevo, hidrografia, vegetação, solo e o clima, como as quedas d´água que foram utilizadas para a construção de pequenas hidrelétricas que abasteciam energia para a iluminação pública e para as primeiras indústrias. Observa-se, portanto, que o crescimento populacional, outrora iniciado às margens do rio e posteriormente pelas vilas e bairros, provocou a expansão territorial, modificando e ampliando ligeiramente a paisagem urbana, tornandose um dos municípios mais populosos e desenvolvidos do interior paulista.

1800

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2019

LEGENDA BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO SOROCABA

Mapa localização do municipio de Sorocaba no estado de São Paulo e no Brasil.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa da expansão da mancha urbana de Sorocaba. S/ Escala Disponível em: http://lsie.unb.br/ugb/sinageo/6/9/389.pdf. Acesso em 13 de outubro de 2019.


0 8. O R I O E S U A S MUTAÇÕ E S AO L O N G O D A EX PA N S Ã O U R B A NA

Foto satélite do rio Sorocaba. Trecho do rio passando pela cidade de Sorocaba, esse é o trecho de maior urbanização, onde o rio sofreu significativas modificações.

Conforme revelado, o Rio Sorocaba é o elemento fisiográfico mais importante local e foi o responsável pela evolução do relevo da cidade. Trata-se de um afluente respeitável da margem esquerda do rio Tietê, com 180 km de extensão em linha reta e 227 km de comprimento no total, considerando seu leito em trajeto natural (SMITH, 2003). Nasce nas cabeceiras dos Rios Sorocabuçu e Sorocamirim, que se encontram nos municípios de Ibiúna, Cotia, Vargem Grande Paulista e São Roque, compondo o principal rio da bacia e abriga nove cidades da região (MANFREDINI, GUANDIQUE, ROSA, 2015). A calma e a suavidade do curso da água são vistas apenas em Sorocaba, por ser um rio de montanhas, incide por acentuados desníveis e têm em seus percursos grandes saltos, como o de Itupararanga e Votorantim. Foram mapeadas 2.815 nascentes no munícipio, constituindo 220 em áreas públicas municipais (SEMA, 2012). Desde as primeiras povoações, os moradores da cidade encontravam no rio uma fonte para satisfazer suas necessidades, destaca-se o abastecimento, a agricultura, a pecuária, a lavagem de roupas, as pequenas embarcações para o transporte fluvial e a instalação de atividades industriais. Smith (2003) menciona que antes do rio ser retificado e seu leito canalizado, havia um centro de lazer com bares e barcos para passeio, inclusive, em 1943, deu início a uma competição de natação.

BACIA RIO SOROCABA

ESTADO DE SÃO PAULO

Mapa bacia do rio Sorocaba. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Mapa-da-bacia-dorio-Sorocaba_fig1_237027547. Acesso em 13 de outubro de 2019.

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O autor ainda expõe que a importância das suas margens para a cidade vai além de seu aspecto físico, contendo impacto direto com as condições socioeconômicas locais. Entretanto, com o avanço da urbanização, o rio sofreu diversas alterações envolvendo suas características naturais, como a construção de uma ponte, em 1891, devido à chegada da estrada de ferro Sorocabana, acarretando no aterramento de uma parcela da área para impedir seu espraiamento. O impacto da obra teve reflexo em 1929, ocasionando enchentes e prejuízos à população, devido ao grande volume de chuva que sucedera na época. Outra modificação ocorreu em suas margens com as obras de barragem da represa de Itupararanga, entre 1908 e 1909. O salto de água propiciou a construção de usina hidrelétrica, sendo a segunda do estado de São Paulo. Destacam-se também, nas décadas de 1960 a 1990, outros impactos negativos, como a poluição decorrente do lançamento de esgoto doméstico e resíduos industriais, o que ocasionou alterações físico-químicas da água. O autor ainda constata que várias espécies de peixe foram impactadas. Essa degradação fez com que os frequentadores se afastassem do local, sobretudo, pelo odor desagradável de esgoto que se sentia às suas margens.

A partir da década de 1950, para evitar o alagamento das margens e reduzir os focos de mosquito, as matas ciliares foram substituídas por barrancos ausentes de vegetação, e em suas margens foram construídas Avenidas e áreas residenciais. As obras partiram da região do antigo matadouro municipal e seguiram em direção à cachoeira dos Guimarães (cachoeirinha). Além dos trabalhos de retificação do canal, foram realizadas obras complementares, como aterros de braços mortos e canalização dos afluentes.

Lavadeiras às margens do Rio Sorocaba. Rua da Margem, 1886. Foto de Júlio W. Durski, 1 Acervo: Museu Histórico Sorocabano (MANFREDINII, GUANDIQUE, ROSA. 2015. p.46).

Ponte sobre o Rio Sorocaba, 1886. Foto de Júlio W. Durski. Disponível em: <https://malzoni.webnode.com.br/ sorocaba/sorocaba-antiga/>. Acesso em 13 de outubro de 2019.

Linha férrea proximo ao rio. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/ noticia/2016/09/sorocaba-recebe-exposicao-com-fotos-antigas-da-transformacao-da-cidade.html>. Acesso em 13 de outubro de 2019.

Competição de natação no Rio Sorocaba. Disponível em: https://www.jornalcruzeiro.com.br/acervocruzeirao/2019/02/22/sorocaba-tinha-bonde-e-prova-de-natacao-no-rio-na-estreia-do-cruzeirao/. Acesso em Março de 2020.

Grande enchente, 1929. Disponível em: http://sorocabasempre.blogspot.com/2012/08/sorocaba-antiga. html. Acesso em 13 de outubro de 2019.

Grande enchente, 1929. Disponível em: http://sorocabasempre.blogspot.com/2012/08/sorocaba-antiga. html. Acesso em 13 de outubro de 2019.

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‘A ocupação urbana foi equivocada’ O professor Nobel Penteado, doutor em Biologia Vegetal, reforça que a cidade cometeu um erro em relação ao rio. “A ocupação urbana foi feita equivocadamente. Com isso, o trecho urbano do rio Sorocaba foi retificado, retilinizado. Ele era cheio de curvas, mas fizeram retas para construir a marginal, só que a tendência do rio continua sendo a de serpentear, fazer curva”, diz. Por isso é que ocorrem problemas como enchentes em alguns pontos (JACINTO, 2019).

O escritor e historiador Aluísio Almeida descreve a importância do rio para o desenvolvimento de Sorocaba: O rio Sorocaba atraiu e ocasionou a fundação da cidade, não por ser um porto, mas um passo, na região e no caminho do Ipanema: e os primeiros povoadores em vez de escolher, por exemplo, as chapadas da Terra Vermelha, procuraram água. Para beber, ela jorrava cristalina de várias fontes nas baixadas. Para outros usos, o rio e o ribeirão. A terra apropriada para a taipa de pilão, a argila para olaria, a madeira de lei e até a pedra, tudo estava à mão (ALMEIDA, 1972, p. 4.117 apud MANFREDINI, GUANDIQUE, ROSA, 2015, p.46)


Contudo, devido às atividades industriais, o crescimento populacional, o despejo de esgoto doméstico e intervenções, a poluição chegou a níveis alarmantes e com o passar dos anos, o rio foi considerado morto. Desta forma, recentemente, o município investiu em intervenções para despoluir suas águas. Foram instaladas estações de tratamento e a qualidade melhorou gradativamente, com isso, os peixes voltaram a habitá-lo, abrolhando conveniências de reconciliação entre o sorocabano e o rio. De acordo com Jacinto (2019) o Programa de Despoluição do Rio Sorocaba teve início há cerca de 20 anos e consiste na coleta, afastamento, bombeamento e tratamento de todo o esgoto gerado na cidade. São 50 milhões de litros de esgoto tratados diariamente, o que corresponde a 96,45% do esgoto produzido. Isso denota que ao longo dos anos de trabalho para restaurar o rio, o morador foi observando uma modificação gradual, não apenas na qualidade de sua água, mas em todo o entorno, restaurando a aproximação do homem com a natureza.

Segundo o professor Welber Senteio Smith, doutor em engenharia ambiental, a população precisa de educação ambiental. Welber, que é também conselheiro do meio ambiente da cidade e há 26 anos faz pesquisa na bacia do rio Sorocaba, lembra que cada componente da biodiversidade pertence ao ecossistema, cumprindo funções específicas, e deve ser respeitado (JACINTO, 2019).

Recentemente, esse restabelecimento de convívio pode ser visto com a introdução de Parque Urbano linear, denominado de “Parque Linear do Rio Sorocaba - Dr. Armando Pannunzio” , que está alocado na sua margem direita. A proposta do parque foi de integrar os elementos naturais presentes na margem do rio e valorizá-lo como espaço de preservação ambiental, cultural e de lazer, aliado ao programa de sua despoluição. O parque abrange o trecho urbano ao longo da Avenida Dom Aguirre, entre a Avenida Camilo Júlio e a divisa com Votorantim, com ciclovia, paisagismo, arborização, iluminação e calçadas para caminhada, quiosques, deques, paraciclos, bancos, placas informativas e educativas sobre a flora e a fauna nativas do local e mais de 70 km de ciclovias (nas margens esquerda e direita), o que permite maior integração da comunidade com o rio e os parques da cidade.

Sobreposição de mapas do rio Sorocaba

Planta do Almanaque de Sorocaba, 1950. Disponível em: <https://terceiramargem.org/2019/07/12/mapas-antigosrevelam-um-rio-sorocaba-mais-selvagem-saiba-como-era-opercurso-antes-das-obras-de-retificacao/>. Acesso em 13 de outubro de 2019.

Grande enchente, 1929. . Disponível em: http://sorocabasempre.blogspot.com/2012/08/sorocaba-antiga. html. Acesso em 13 de outubro de 2019.

Mapa satélite de Sorocaba, 2019. Aplicativo Google Earth Pro

Sobreposição de mapas.

Mapa satélite de Sorocaba, 2019. Aplicativo Google Earth Pro

Sobreposição de mapas.

Sobreposição de mapas do rio Sorocaba

Pescaria no rio Sorocaba, década de 1950. Foto de Diogo Navarro (MANFREDINII, GUANDIQUE, ROSA. 2015. p.48).

Planta do Almanaque de Sorocaba, 1950. Disponível em: <https://terceiramargem.org/2019/07/12/mapas-antigosrevelam-um-rio-sorocaba-mais-selvagem-saiba-como-era-opercurso-antes-das-obras-de-retificacao/>. Acesso em 13 de outubro de 2019.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO

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HOMEM PESCANDO TRECHO PRÓXIMO A VOTORANTIM

01

VEGETAÇÃO NATIVA TRECHO PRÓXIMO A VOTORANTIM

02

DRENAGEM URBANA TRECHO SEM VEGETAÇÃO

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OCUPAÇÃO IRREGULAR TRECHO PRÓXIMO AO CENTRO

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AV. DOM AGUIRRE TRECHO PRÓXIMO AO CENTRO

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO USINA ÉTTORE MARANGONI

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MAPA S/ ESCALA

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CICLOVIA TRECHO SEM VEGETAÇÃO

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CICLOVIA TRECHO COM VEGETAÇÃO

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MOBILIÁRIO URBANO DE COSTAS PARA O RIO

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LOCAL DE CIRCULAÇÃO ACESSOS ATRAVÉS DAS MARGENS

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O PESCADOR ÁREA DE INTERVENÇÃO

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RIO NATURAL ÁREA DE INTERVENÇÃO

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PRESENÇA DE LIXO ÁREA NATURAL E DE DESCARTE

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MARGEM ESQUERDA ÁREA DE INTERVENÇÃO

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RECUPERAÇÃO VEGETAÇÃO EM ESTÁGIO INICIAL

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09. S OR O C A B A E S E U S PA R QU E S U RBAN O S Concentrando nos Parques Urbanos do município, foi necessário mapear esses significativos espaços a fim de ilustrar as suas localidades e demonstrar que não há conexões entre eles dentro da cidade. O intuito desta ilustração é fundamentar a questão da necessidade da criação de um sistema de espaços livres para conectar e intervir os ambientes existentes, sobretudo dos que estão à margem do rio aos vazios urbanos, contribuindo com a contemplação das paisagens urbanas, o urbanismo ecológico, a conexão, a costura e a mobilidade urbana. Por volta do século XX, os espaços livres verdes da cidade, com vegetação abundante, começaram a ser nomeados de “Parque” e dispunham-se à recreação e à conservação da natureza. Mota, Leite e Sola (2014), através

do estudo “Parques em paisagem urbana e seu potencial para implantação de áreas Protegidas - estudo de caso no sudeste do Brasil” averiguaram os espaços verdes públicos de Sorocaba denominados de parque e demonstraram que a legislação municipal instituiu 33 parques e desse montante, 25 deles foram instituídos após a criação no ano de 2000, no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Estes, totalizam uma extensão territorial de 1.593,87 sendo o menor com 0,28 ha de área (Pq. Steven Paul Jobs) e o maior com 1.074 ha (Pq. Linear Armando Pannunzio). Os autores salientaram que da área territorial de todos os parques, 41% apresentam cobertura florestal nativa, 42% destes proporcionam área menor que 5 ha, juntos são responsáveis por apenas 5% da cobertura

Vegetação (%) Id. Parque

1 Pq. Natural Dr. Braulio Guedes da Silva (Lei n. 4.934/95 Lei n. 4043/92) 2 Pq. Linear - Armando Pannunzio (Lei. N. 8.521/08 - Decreto n. 19.518/11)** 3 Pq. Maestro Nilson Lombardi (Lei n. 8.449/08)** 4 Pq. Flávio Trettel - Vila Formosa (Lei n. 8.446/08)** 5 Pq. Natural Antônio Latorre (Lei n. 7.985/06)* 6 Pq. Natural Juracy Antônio Boaro (Lei n. 7.940/06)* 7 Pq. Maria Barbosa Silva - (Lei n. 7.855/06 - Decreto n. 17.887/09)** 8 Pq. Kasato Maru (Lei n. 7.845/06)* 9 Pq. Santi Pegoretti Maria Eugênia (Lei n. 7.807/06)** 10 Pq. Natural João Pellegrini (Lei n. 7.665/06)* 11 Pq. Yves Ota (Lei n. 7.405/06)** 12 Pq. Natural da Cachoeira - Dr. Eduardo Alvarenga (Lei n. 7.379/05)** 13 Pq. Raul de Moura Bittencourt (Lei n. 7.301/04)** 14 Pq. Natural Chico Mendes (Lei n. 3.034/89) 15 Pq. Quinzinho de Barros - Zoológico (Lei n. 1.087/63)** 16 Pq. Municipal Mario Covas (Lei n. 6.416/01) 17 Pq. Dos Espanhóis (Lei n. 8.536/08)* 18 Pq. João Câncio Pereira - Pq. Ã� gua Vermelha (Lei n. 3.403/90)* 19 Pq. Pedro Paes de Almeida - Horto Municipal (Lei n. 2.815/88) 20 Pq. Natural Municipal Corredores da biodiversidade (Lei n. 10.071/12) 21 Pq. Carlos Alberto de Souza (Decreto n. 14.418/05 Lei n. 5.963/99)** 22 Pq. Brigadeiro Tobias (Decreto n. 19.372/11 Lei n. 9.889/11)* 23 Pq. Jd. Botânico (Decreto n. 18.567/10 Lei n. 9.918/12)** 24 Pq. Do Éden (Decreto n. 18.468/10)* 25 Pq. Walter Grillo (Lei n. 8.506/08 - Decreto n. 18.287/10)* 26 Parque da Cidade (Decreto n. 17.883/09 - 17.902/09)** 27 Pq. Pirajibu (Decreto n. 16.432/09)** 28 Pq. Da Biquinha (Lei n. 9.956/12)* 29 Pq. Ouro Fino (Lei n. 9.963/12)** 30 Pq. Antônio Amaro Mendes - Jd. Brasilândia (Lei n. 8.440/08)* 31 Pq. Municipal Profa. Margarida L. Camargo (Lei n. 7.155/04)* 32 Pq. Miguel Gregório de Oliveira (Lei n. 6.443/01)* 33 Pq. Steven Paul Jobs (Lei n. 10.070/12)*

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Área (ha)

9,38 1074 7,31 11,95 4,45 1,87 16,39 0,94 20,56 2,59 12,03 15,82 20,58 15,17 13,15 52,67 4,74 2,02 21,75 62,47 10,43 4,56 6,51 0,81 1,56 120 46,8 2,88 9,69 3,35 1,91 15,25 0,28

Cobertura Vegetal (%) 71,55 0,5 0 9,17 19,1 71 2,98 17,29 29,69 10,31 45,87 17,95 31,06 77,73 32,7 83,14 9,17 50,54 72,04 49,62 20,71 28,28 18,43 7,4 40,38 28,14 48,44 86,8 47,6 22,08 11 26,69 96,42

Em área de APP

Fora área de APP

61,45 100 0 48,85 6,57 73,2 75,12 100 75,12 43,04 63,84 79,48 49,5 30,26 18,05 36,43 66,71 93,21 31,88 34,8 61,16 94,79 0 85,73 43,72 48,91 53,53 67,02 79,25 75,16 58,56 82,66 94,79

38,55 0 100 51,15 93,43 26,8 24,88 0 24,88 56,96 36,16 20,52 50,5 69,74 81,95 63,57 33,29 6,79 68,12 64,2 38,84 5,21 19,8 14,27 56,28 51,09 46,47 32,98 20,75 24,84 41,44 17,34 5,21

florestal, e concluem que apenas cinco parques selecionados possuem potencial para instituição de Unidades de Conservação e são responsáveis por 47% da cobertura florestal. São eles: Pq. Municipal Mario Covas; Pq. Natural Municipal Corredores da biodiversidade; Pq. Pedro Paes de Almeida - Horto Municipal; Pq. Natural Dr. Braulio Guedes da Silva; e Pq. Natural Municipal Chico Mendes.

LEGENDA SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO PARQUES URBANOS


CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 19


10 . O LOC AL DE I N TE RV E N ÇÃO Conforme supracitado, o local de intervenção refere-se à zona Norte da cidade, designadamente nas áreas delimitadas entre o Jardim Brasilândia, Jardim Abaeté, Centro empresarial de Sorocaba, Jardim ibiti do paço, Jardim Iguatemi e Retiro São João, que atualmente acomodam, respectivamente: o antigo “Matadouro do município”, a “Praça Levy Bonogli”, o “Parque das águas” e o “Parque Porto das Águas”. A zona Norte é formada por mais de 200 bairros, e atualmente apresenta quase metade da população da cidade. O número é quase três vezes maior em relação à região oeste, que abriga 18% dos moradores do município. É a região com a segunda maior densidade populacional (BONAMIM, 2014). Por estar próxima a zona industrial da cidade, a região cresceu aceleradamente, e hoje, disponibiliza serviços diversificados à população. Encontram-se agências bancárias, shopping center, supermercados, uma Unidade Pré-Hospitalar, farmácias, padarias e locais especializados em serviços automotivos, entretanto, devido a densidade populacional e planejamento precário, a região carece de áreas de lazer com qualidade e que contribuam com a preservação dos recursos naturais e territoriais adequados. Em suma, a escolha estratégica adveio pela conveniência do território apresentar área de conservação nos espaços verdes públicos já existentes, mas em sua grande maioria, degradados ou com pouca ou nenhuma utilização recreativa, cultural e esportiva, além da falta de equipamentos, infraestrutura e mobilidade entre os bairros, como é o caso da Praça Levy Bonogli, do Porto das águas e do antigo Matadouro. Ressalva-se que a revitalização deste último, é uma forma de salvaguardar e oferecer notoriedade ao patrimônio cultural da cidade. Outro coeficiente e estopim da escolha foi o fato de os locais estarem margeados pelo Rio Sorocaba, o que convida a contemplação e o estímulo em valorizar um notório elemento fundamental na historicidade e desenvolvimento do município. Destaca-se, novamente, conforme Alvim, Costa e Alves (2018), as benfeitorias na criação ou intervenção de “waterfronts” no que tange a dinamização das cidades através de oportunidades para reconexão e reequilíbrio entre as águas e as cidades, além do importante papel que desempenha na participação da sociedade durante todo o processo, e a busca pela redução das desigualdades socioterritoriais, a qualidade do ambiente humano e o desenvolvimento local sustentável.

PQ. LINEAR RIO SOROCABA

PQ. PORTO DAS ÁGUAS

ANTIGO MATADOURO

PQ. DAS ÁGUAS PRAÇA LEVY BONOGLI

BACIA DE CONTENÇÃO DO ABAETE SITUAÇÃO SEM ESCALA ÁREA DE INTERVENÇÃO RIO SOROCABA

LEGENDA MUNICIPIO ZONA NORTE JARDIM MARIA DO CARMO JARDIM ABAETE JARDIM BRASILÂNDIA CENTRO EMPRESARIAL JARDIM IBITI DO PAÇO RETIRO SÃO JOÃO JARDIM IGUATEMI

Fonte: Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade de Sorocaba (2014)

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Mapa localização da zona norte de Sorocaba. SITUAÇÃO S/ ESCALA

Mapa localização dos bairros SITUAÇÃO S/ ESCALA

ÁREA DE INTERVENÇÃO RIO SOROCABA


10 . 1 SE TO R E S : I DE N TIDADE E S E N S O DE L U G AR A proposta do sistemas de parques, interligados entre si, objetivam fomentar o senso de pertencimento nos atuais e novos usuários e moradores da região. Esses lugares são apresentados e caracterizados a seguir:

O L AG O D O AB AE TE

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A inauguração do lago ocorreu em 31/7/2006. Nesse dia, o prefeito divulgou à comunidade presente que naquele local seria também construído o “Parque das Águas do Abaeté”. A nova obra teria uma grande área verde e iria se integrar ao próprio rio Sorocaba que, em épocas de cheia, poderia até esparramar suas águas pela bacia de contenção do parque, unindo-se assim ao lago do lugar. O sistema da obra para barrar as águas consistia em um piscinão com capacidade para 48 milhões de litros de água.

PR AÇA L E VY B ONOG L I

A v . Joaq uim L a

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A praça está localizada no Jardim Brasilândia, na confluência das ruas Jorge Reis Cunha, Mário Fidêncio da Rosa e Alonço Muchon.

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PAR QU E PORTO D A ÁG U AS

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Possui 140 mil m² de área verde e um lago onde antes era uma antiga cava de extração de areia, no local é possível velejar, passear de caiaque ou praticar stand up paddle. No entanto, é proibido nadar devido a profundidade de até 26 metros. Além do lago, os visitantes podem caminhar e correr na pista ao ar livre, inclusive à noite, já que foram instalados 62 postes de iluminação. O espaço fica na Avenida XV de Agosto, na altura do bairro Retiro São João, em frente ao Parque das Águas.

ANTI G O MATAD OU R O

PARQUE DA S À GUA S Localizado no Jardim Abaete surgiu da necessidade de controlar a drenagem das águas pluviais e as inundações do Rio Sorocaba. O adensamento desordenado e a desigualdade social foram estopim para o desenvolvimento do bairro, mas por estar a margem do Rio e a topografia do bairro estar ao nível inferior ao seu leito, as casas da região começaram a ser invadidas pelas águas em períodos chuvosos. O parque conta com 167 mil m² e se tornou grande referência de eventos para a cidade. Festas populares, atividades esportivas, shows musicais e práticas de esportes passaram a acontecer no parque que, pela infraestrutura, passou a receber a constante presença da população.

O Jardim Maria do Carmo e o Jardim das Acácias também sofria com as enchentes, por isso a prefeitura de Sorocaba projetou a construção de uma bacia de contenção e drenagem das águas pluviais. Conforme matéria do jornal Cruzeiro do Sul em 1/8/2006, o sistema da obra para barrar as águas consistia em um piscinão com capacidade para 48 milhões de litros de água, contendo três conjuntos de motobombas com vazão de 500 litros por segundo, para serem acionados se necessário; um dique de proteção (paredão) de 700 m de extensão, 4 m de largura e 6 m de altura; um gerador próprio para o caso de falta de energia; e uma comporta para impedir que a água do rio pudesse inundar os bairros (NASCIMENTO, 2019).

Localizado na Rua Paes de Linhares, o antigo matadouro, construído na primeira metade do século 20, em 1928, atualmente, se encontra abandonado. A estrutura de tijolos à vista, tipicamente característica das fábricas inglesas que se instalavam no Brasil no período em que foi construída, tem 370 metros quadrados de construção, está tomada por mato e fica em um espaço de quatro mil metros quadrados.

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FOTO S D O L O C A L

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SITUAÇÃO S/ ESCALA

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PARQUE DAS ÁGUAS ÁREA ESPORTIVA - CAMPO FUTEBOL

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PARQUE DAS ÁGUAS ÁREA ESPORTIVA - CAMPO DE AREIA

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PARQUE DAS ÁGUAS BACIA DE CONTENÇÃO

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PARQUE DAS ÁGUAS ÁREA ESPORTIVA

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PARQUE DAS ÁGUAS CICLOVIA - PISTA DE CAMINHADA

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PARQUE DAS ÁGUAS LAGO DE CONTENÇÃO - ÁREA DE EVENTO

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PARQUE DAS ÁGUAS PISTA DE CAMINHADA - CICLOVIA

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PARQUE DAS ÁGUAS CICLOVIA - RELAÇÃO COM ÁREA URBANA

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PARQUE DAS ÁGUAS ÁREA DE ALIMENTAÇÃO - ALUGUEL DE BICICLETAS

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LAGO DO ABAETE BACIA DE CONTENÇÃO DO ABAETE

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LAGO DO ABAETE CAMINHOS SEM PAVIMENTAÇÃO

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PARQUE DAS ÁGUAS PISTA DE SKATE

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PARQUE PORTO DAS ÁGUAS LAGO - PRESENÇA DA FAUNA

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PARQUE PORTO DAS ÁGUAS ÁREA DA ANTIGA MINERADORA

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PARQUE PORTO DAS ÁGUAS LAGO

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PARQUE PORTO DAS ÁGUAS LAGO - PRESENÇA DA FAUNA

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PARQUE PORTO DAS ÁGUAS LAGO - POPULAÇÃO USANDO COMO ESPORTE NAÚTICO

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FOTO S D O L O C A L

ANTIGO MATADOURO ACESSO - DIVISA COM MERCADO

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ANTIGO MATADOURO ÁREA DO TERRENO

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ANTIGO MATADOURO FACHADA LATERAL

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ANTIGO MATADOURO FACHADA POSTERIOR

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ANTIGO MATADOURO VEGETAÇÃO

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ANTIGO MATADOURO RELAÇÃO EDIFÍCIO E VEGETAÇÃO

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SITUAÇÃO S/ ESCALA

ANTIGO MATADOURO FACHADA PRINCIPAL

ANTIGO MATADOURO PRESENÇA DE VEGETAÇÃO E DEGRADAÇÃO DO EDIFÍCIO

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PRAÇA LEVY BONOGLI PASSARELA E CÓRREGO

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PRAÇA LEVY BONOGLI EQUIPAMENTO GINÁSTICA

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RIO SOROCABA ÁREA DE PRESERVAÇÃO

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PRAÇA LEVY BONOGLI RELAÇÃO PRAÇA E O URBANO

RIO SOROCABA VISTA DO VIADUTO DA RUA JOSÉ JOAQUIM DE LACERDA

AVENIDA DOM AGUIRRE PARQUE DAS ÁGUAS E RIO SOROCABA

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PRAÇA LEVY BONOGLI RELAÇÃO PRAÇA COM RIO SOROCABA

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RIO SOROCABA VISTA AVENIDA QUINZE DE AGOSTO

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AVENIDA DOM AGUIRRE PARQUE DAS ÁGUAS E RIO SOROCABA

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PARTIDO URBANÍSTICO 27


11. ES T R ATÉ G I A S D E S U S T E N TABIL IDADE As estratégias para o projeto foram baseadas no desenvolvimento sustentável urbano, que buscam responder as principais questões ambientais abordadas : congestionamentos de trânsito, falta de conectividades, baixa qualidade do ar, alagamentos localizados, impermeabilização do solo, falta de áreas verdes e falta de equipamentos públicos de cultura e Lazer. As intervenções têm por objetivo sanar esses problemas e traçar um conjunto de metas que consolidam o conceito de urbanismo ecológico, de infraestrutura ecológica e infraestrutura verde em diferentes escalas do projeto.

CON C EI T U A Ç Ã O A Região do Projeto é uma área de urbanização consolidada, com aproximadamente 74,6 hectares, sendo referência de centralidade entre o uso residencial e industrial da cidade. O Rio Sorocaba e avenidas norteadoras da expansão urbana tiveram papeis cruciais na moldagem do tecido urbano e social da região, entretanto, influências adversas como o espraiamento urbano definiram um padrão periférico, criando um legado de complexos problemas ambientais, sociais e econômicos que vem contribuindo para agravar a percepção negativa da região. Devido a sua localização estratégica e larga dotação de infraestrutura, a área tem elevado potencial de requalificação social, econômica e ambiental. O projeto de sistema de parque urbanos pode representar um importante precedente urbanístico e social para o desenvolvimento sustentável da cidade e da região metropolitana de Sorocaba.

M ETO D O LO G I A D E A N ÁL I S E A proposta do Parque Urbano parte do princípio de que serão necessárias cumprir funções dos pilares de sustentabilidade, ou seja, deve ser o principal artifício no desenvolvimento socioeconômico e ambiental na construção de uma cidade sustentável. Portanto, esse estudo foi fundamentado na metodologia de análise e diagnóstico através do mapeamento da estruturação urbana, econômica, qualificação ambiental e mobilidade a fim de levantar os problemas e potencialidades da área e do seu entorno, e traçar estratégias e diretrizes de ações projetuais para a implantação. 28

11.1 U RBAN ISMO ECOLÓGICO Richard Forman, referência mundial nessa área, considera que transpondo o conceito de ecologia à cidade, a ecologia urbana é o “estudo das interações entre organismos, estruturas e meio ambiente natural, onde as pessoas estão agregadas dentro das cidades”. Forman estabelece quatro princípios para compreender, analisar e planejar espacialmente a natureza em regiões urbanizadas: • Área Natural: não é cultivada e não recebe intervenção humana (floresta ou área desértica, pouco ou nada ocupada); • Área Seminatural: parece um ecossistema natural, mas foi alterada ou degradada (parque florestal urbano, área de mata nativa ao longo de uma estrada etc); • Área Verde de uso intensivo: predominantemente com cobertura vegetal e muito utilizada pelas pessoas (parques e praças públicas, campos de golfe, terras agrícolas etc); • Área Construída: são de usos residenciais, comerciais e industriais, com estruturas criadas pelo homem (edifícios, ruas, calçadas etc) (MOSTAVANI, DOHETY, 2010). Do natural ao construído representam uma sequência de alteração e degradação ecológica, por isso é necessário entender as interações e os efeitos recíprocos entre as pessoas e a natureza, esse entendimento é essencial para o planejamento. Normalmente os efeitos positivos das pessoas na natureza são poucos, e podem se estender de uma esfera local que afetam um bairro ou mesmo uma escala ainda menor, como por exemplo as ilhas de calor, enchentes, a efeitos regionais e globais, exemplo: o efeito estufa. É importante observar que os efeitos positivos ou negativos em maiores escalas também atuam em pequenas escalas, portanto, as interações entre natureza e pessoas afetam áreas contínuas, reforçando a importância de estabelecer relações positivas entre elas e proteger grandes áreas naturais. As áreas naturais dentro do ambiente urbano tendem a ser escassos, sendo que sua grande predominância se encontra no anel externos dos centros urbanos. As áreas seminaturais e as áreas verdes de uso intensivo podem ser amplamente distribuídas dentro das cidades, incluindo parques urbanos ou parques lineares, praças municipais, estações de tratamento, aterros, extração de areia. O conjunto desses quatros princípios conectados podem construir

a paisagem ideal de corredores verdes, causando efeitos positivos em curta, média e longa distâncias. Os corredores incluem faixas verde-azuis (rios e córregos), faixas verdes e fios verdes (trilhas), os quais se tornam mais profícuos quando conectam pequenas áreas verdes (pérolas). Essas conexões servem ao movimento de pessoas (moradores e visitantes), da fauna e da flora (espécie de animais e plantas) e da água (córregos, canais e rios) (MOSTAVANI; DOHETY, 2010, p. 317).

Segundo Formam os componentes desse sistema que parecem ter mais chances de persistirem a urbanização e as mudanças climáticas são as grandes áreas naturais (por seu tamanho e integridade), corredores fluviais (a maior parte dos rios são fortes demais para serem cobertos ou desviados permanentemente, e as grandes estruturas normalmente são paralelas ao rio) e o cordão de pérola (trajeto bem utilizado, conecta parque locais e recebe apoio político). Em suma, as áreas naturais que são escassas nessas áreas urbanizadas, têm na ecologia urbana, princípios valiosos que devem servir como diretrizes de planejamento afim de garantir o abastecimento de água, espaços de lazer, controle de cheias, proteção contra erosão e sedimentação do solo, biodiversidade, além de estética, bem estar e qualidade de vida.

Parque do rio Madri - Espanha Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2016/11/madri-decide-destruir-marginal-para-dar-lugar-a-um-parquelinear-de-10-km/


11. 2 I N FR A E S TR U TU R A E CO L Ó G ICA Esta é uma estratégia espacial do planejamento urbano que tem o objetivo de compreender o território como um organismo vivo e identificar uma infraestrutura ecológica (IE) em diferentes escalas, que possam guiar o desenvolvimento urbano. A IE é definida como uma rede paisagística estrutural composta de elementos fundamentais da paisagem e padrões espaciais em diferentes escalas. Possui como estratégia salvaguardar a integridade e identidade das paisagens culturais e naturais, e assim, garantir serviços ecossistêmicos sustentáveis. Os principais serviços ecossistemicos de uma IE são:

Para Benedict e McMahon (2006), a infraestrutura verde é uma rede de espaços verdes interligados, a qual conserva os valores e funções dos ecossistemas naturais e, ao mesmo tempo, oferecem benefícios para os seres humanos. Os autores a definem ainda como uma estrutura ecológica necessária para a sustentabilidade ambiental, social e econômica, sendo a infraestrutura verde um sistema de sustentação da vida natural, que contribui para a saúde e qualidade de vida das pessoas. Os elementos de uma rede de infraestrutura verde devem ser protegidos em longo prazo e para isso é necessário planejamento, gestão e compromisso contínuos (BRANDÃO; CRESPO, 2016).

Reuso, gestão e fornecimento água limpa Regular o clima, doenças, enchentes e secas

Fomentar a mobilidade, a cultura, o esporte e o lazer

Proteger os ciclos de nutrientes e o habitat de plantas e espécies nativas

A IE deve ser pensada em diferentes escalas a fim de resguardar os processos ecológicos essenciais, isso torna um modelo para direcionar o planejamento do uso do solo regional e o crescimento urbano. Os elementos estruturais na escala regional são definidos por corredores e zonas e esses serviços ecossistêmicos são estendidos para o tecido urbano que guiarão projetos em escalas reduzidas, como lotes e áreas específicas. As principais metas para implantação de uma IE são: A delimitação de áreas com elevado valor ecológico cultural e paisagístico; a definição de uma rede de corredores verdes com ramificações no tecido urbano; a protecção dos recursos e a sua compatibilização com a atividade humana; a contribuição para uma melhor qualidade da paisagem e de vida da população.

Uma estratégia espacial para o urbanismo da ecologia: a construção de infraestrutura ecológica na china em diversas escalas. Fonte: MOSTAVANI; DOHERY, 2010.

11. 3IN FR AESTR UTURA VER DE Os impactos negativos e os problemas que o meio urbano tem gerado sobre o planeta trouxeram a reflexão sobre as necessidades de mudanças nos aspectos de planejamento urbano e ocupação do solo. Essas mudanças pretendem minimizar os impactos na inter-relação cidade e natureza enfrentados na atualidade através de um instrumento que surge como solução a uma urbanização sustentável: a infraestrutura verde. McHarg (2000, p.23 e 25 apud Ribeiro, 2010 p. 25) lembra “que o crescimento é inevitável, porém o desenvolvimento não implica destruição”, segundo ele o reequilíbrio é possível, mas é produto de unidade. O homem e a natureza são indivisíveis, porém é necessário a compreensão do ambiente natural e seus processos para garantir a saúde e a sobrevivência.

Nesses contextos é inegável que os planejamentos urbanos não têm priorizado esses aspectos. Sendo assim, é necessário reconhecer na unidade a relação direta entre o meio natural e social, centrada na conservação do meio ecológico, porém adequando ao meio urbano, reconhecendo suas restrições, problemáticas e potencialidades, proporcionando respostas sociais, estéticas, ambientais e culturais. Segundo Ribeiro (2010) os espaços livres vegetados assumem um papel de manutenção da sustentabilidade urbana e que o planejamento ecológico das cidades a partir do princípio de infraestrutura verde, adotam quatro preceitos de projeto: 1. reconhecer e delimitar a estrutura ecológica da paisagem urbana; 2. planejar a mobilidade dando a atenção as distintas formas de locomoção; 3. adotar um sistema complementar de drenagem urbana, como princípios naturais de escoamento, purificação e armazenagem das águas pluviais; 4. planejar, implantar e manter florestas urbanas em rede formada pelo conjunto das áreas vegetadas livres urbanas, públicas e privadas, naturais ou construídas. Portanto, a infraestrutura verde aplicada na escala local, de acordo com suas especificidades tem o objetivo de complementar o planejamento ecológico, de modo que seja estabelecida uma estrutura ecológica integrada. Desta forma, as estratégias de sustentabilidade são fundamentais na orientação do projeto. A tabela a seguir estabelece metas, objetivos e diretrizes para a área de intervenção fomentando o cumprimento das principais multifunções dos espaços verdes no urbano: mobilidade, conforto ambiental, àgua e drenagem, ecológicas e ambientais, recreação e lazer. 29


E S T R AT ÉGI A S DE S U S TE NTABIL IDADE

FUNÇÕES

SETORES

METAS

OBJETIVOS

DIRETRIZES Privilegiar o pedestre no contato com o rio aproximando a população das suas margens.

MOBILIDADE

CIRCULAÇÃO PEDESTRE E CICLISTAS

Reduzir o uso de automóveis para viagens diárias, reduzindo, assim, as emissões de carbono e os impactos sobre a qualidade do ar.

Fomentar a priorização de transporte público, de pedestres e modais de baixo impacto.

NATURAL

Estabelecer medidas afim de garantir a população segurança, bem-estar, qualidade de vida e adaptação / preparo para a mudança climática.

Aumentar a cobertura verde, ampliar o senso de comunidade e garantir a biodiversidade local.

ECOLÓGICAS, AMBIENTAIS, ÁGUA E DRENAGEM ÁGUA

PROGRAMAS E AÇÕES

Diminuir as distâncias ao longo do parque implantando novas transposições, com priorização do pedestre. Inserir pontos para aluguel de bicicleta, estimulando seu uso como alternativa para percorrer distâncias maiores. Estabelecer pontos modais de transporte público urbano integrado que desestimulem o acesso de veículos dentro do perímetro urbano central. Transformar trecho da Avenida Dom Aguirre em via compartilhada, facilitando o acesso ao rio e reduzindo a velocidade dos veículos. Criar áreas de praças, contemplação e caminhos verdes que se interliguem e se conectem ao rio. Implantação de infraestruturas verdes para contenção das águas pluviais. Preservar e resgatar o sistema natural dentro da cidade, através da arborização urbana, afim de, garantir a qualidade do ar e o microclima local. Recuperar áreas degradadas e/ou subutilizadas, afim de preservar a fauna e flora caracteristicas do bioma local. Reorganizar espaços que façam a contenção das águas nas várzeas que precedem o perímetro urbano.

Reduzir os impactos causados pelas águas Destinação do lago no Porto das águas para atividades de pesca e para esportes náuticos. Melhorar a gestão de água de chuva, a reutilização das águas pluviais durante o periódo de maior Aumentar o uso de águas pluviais para usos não-potáveis. e a conscientização dos recursos hídricos. precipitação, conexão com o Rio Sorocaba e Criar espaços de permeabilidade física e visual, e que dele se estabeleça contato com o diminuição de água potável. rio. Reduzir o volume de águas pluviais (prevenção contra alagamentos) e melhorar sua qualidade. Reestruturar os desenhos dos parques existentes para responder as problemáticas do local. Fomentar parcerias público-privado para o melhor aproveitamento de espaços Identificar, desenvolver e aplicar programas Promover o desenvolvimento local, ampliar a percepção e subutilizados, dando melhor uso, atraindo pessoas para o local. e ações para o desenvolvimento e fomentar mobilização em prol do meio ambiente. responsabilidade socioambiental. Incentivar programas e eventos em áreas públicas com temas socioambientais, induzindo o pensamento da população à preservação do rio e das áreas verde. Desapropriação das edificações em áreas com risco de alagamentos. Condicionar o estacionamento de veículos as margens do terreno, possibilitando o espaço para os pedestres, áreas de lazer, estar e esporte.

RECREAÇÃO, LAZER E CONFORTO A EQUIPAMENTOS

Promover a prática de atividades esportivas, recreativas e de lazer. Ampliar o acesso da população a cultura e o crescimento econômico promovento uma cultura de cidadania e tolerância.

Implantar e requalificar áreas e equipamentos de esporte, cultura, recreação e lazer.

Estabelecer usos junto as margens que garantam a movimentação de pessoas. Fomentar a implantação de um centro gastronômico. Disponibilizar uma área para eventos, apresentações e shows dentro do Parque. Fixar uma base de administração, fiscalização e educação ambiental. Criar um espaço para eventos e cultura afim de atender as demandas da população e industrias do seu entorno.

PATRIMÔNIO

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Despertar a população da importância da proteção do patrimônio histórico e cultural, como forma de preservar, proteger e tornar úteis os bens construídos.

Aplicar técnicas de restauro e definição de Preservar a memória da cidade por meio da valorização e resgate da arquitetura histórica usos para incentivar o acesso da população da cidade. ao patrimônio histórico.


12. PO L I TI C A S P Ú B L ICAS As discussões sobre parques urbanos disseminadas pela ONU na década de 1970 teve como propósito debater os significados dos espaços verdes no conjunto das práticas espaciais desencadeadas na cidade, cujas justificativas são a melhoria da qualidade ambiental e de vida e a noção de desenvolvimento sustentável. Esta noção passou a nortear políticas públicas e privadas e apresenta reflexos importantes na produção do espaço urbano. Analisando o plano Diretor da cidade de Sorocaba pode-se verificar algumas iniciativas no sentido de urbanização adequada ao paradigma da cidade sustentável.

PLANO DI R ETO R DE S O R O CA B A

Na lei complementar nº 11.022 de 16 de dezembro de 2014, o Plano diretor de Sorocaba estabelece no Artigo 2, as principais funções sociais do ordenamento do desenvolvimento urbano, entre eles: viabilizar o acesso à terra urbana ao transporte, cultura, esporte e lazer. As diretrizes das condições ambientais têm como objetivo garantir a qualidade ambiental e paisagística do município, protegendo o seu patrimônio natural no desenvolvimento e direito a uma cidade sustentável (SOROCABA, 2014). No art. 8º o plano diretor especifíca em seu macro zoneamento as ações de preservação ambiental, sendo que as várzeas e áreas de mananciais são incluídas na categoria “Macrozona com Grandes Restrições Ocupação” – MGRO, áreas territoriais destinadas a: a) nos terrenos ainda desocupados, a instalação de atividades deve ser restrita a usos compatíveis com baixíssimas taxas de ocupação e impermeabilização, e que não impliquem assentamento permanente de população, nem tráfego intenso e permanente de veículos, tais como parques, clubes de campo e congêneres; b) os terrenos que já se apresentam irreversivelmente urbanizados deverão ser contemplados em estudos e projetos específicos de reurbanização, com o objetivo de minimizar a situação de riscos, bem como prejuízos decorrentes das inundações periódicas a que se encontram sujeitos (SOROCABA, 2014). Ainda no art. 8º o plano diretor traça algumas diretrizes nas áreas à proteção as mananciais que são mais suscetíveis à erosão superficial quando sob processos de urbanização: I - Restringir drasticamente a ocupação das várzeas; II - Exigir nos empreendimentos urbanos a reserva de espaços para futura construção de reservatórios de contenção; III - Exigir a adoção de medidas de prevenção da erosão, tais como recobrimento vegetal de taludes e minimização de terraplanagens, mediante apresentação de projeto para análise e licenciamento junto ao órgão ambiental competente (SOROCABA, 2014).

O plano diretor também define a criação do sistema de espaços livres em seu art. 53 a 55 que tem como diretriz a implantação de novos parques, prioritariamente nas zonas ambientais do Rio Sorocaba e alguns afluentes, a modo de: a) viabilizar a manutenção da vegetação ciliar e de outros tipos de cobertura vegetal, garantindo a permeabilidade do solo e facilidade de drenagem nas áreas de preservação permanente legalmente instituída; b) viabilizar equipamentos de recreação e lazer ao ar livre junto aos bairros onde é previsto crescimento notável da população residente (SOROCABA, 2014). Implantar um sistema de parque lineares para restabelecer fragmentações de áreas livres e vegetações possui o intuito de garantir o fluxo de espécies diversas, cabendo a prefeitura do município a criação, regulamentação e fiscalização desses espaços, assegurando as funções ambientais, o uso enquanto local de lazer e a fiscalização de novos parcelamentos do solo assegurando a conectividade desses espaços livres. Como em grandes cidades, Sorocaba também desenvolveu seu planejamento urbano na priorização das atividades humanas, como a circulação dos veículos, uso público e segurança. Portanto, a degradação dos processos ecossistêmicos nas áreas urbanas ocasionou sérios problemas nos processos biológicos e nos escoamentos das águas pluviais. Em busca de garantir a qualidade ecológica urbana foram desenvolvidas análises e estratégias que possam mitigar e reduzir a degradação ecológica, lidar com as mudanças climáticas e melhorar o ambiente e a saúde da população. Os mapas e estudos a seguir foram baseados nos levantamentos e dados dos planos diretor e ambiental do local, e das análises elaboradas pelo autor através de um estudo in-loco e do aplicativo Google Earth.

LEGENDAS RIO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO MCA- Macrozona de conservação ambiental - varzeas ou planices aluviais Áreas pertencentes a bacia de drenagem pouco extensas - área urbanizada

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Localização da área de análise

13. E Q U I PA M E N TO S

LEGENDAS

Os principais equipamentos da região estão expressos no mapa, destacando as escolas de ensino fundamental e médio. Outras unidades como universidade, centro esportivos e centros de saúde apresentam-se no mapa. No contexto de áreas de lazer evidenciam o Parque das águas e o Parque Porto das águas, ambos objetos de intervenção desse estudo. Todavia, as condições físicas desses serviços são precárias, e conferidos a densidade populacional, não garantem a qualidade ambiental, sua remediação e a oferta de equipamentos.

ESCOLAS

Outros aspectos importantes para o desenvolvimento e a requalificação do local, são os equipamentos e serviços que confrontam a área de intervenção. Esse levantamento identificou os problemas e as potencialidades territorais que deverão ser enfrentadas para a implantação do parque. Em destaque, Jardim Botânico “Irmãos Villas-Bôas”, o supermercado Makro, Centro de educação infantil Rubens Vieira, estação de tratamento de esgoto SAAE (ETE), Centro empresarial de Sorocaba e as industrias: Nal do Brasil (automotiva) e Serien Brasil (textil).

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

ESCOLAS PROFISSIONALIZANTES CENTRO ESPORTIVO ESTÁDIO

PRONTO ATENDIMENTO PENITENCIÁRIA

Nal do Brasil

Centro empresarial

Jardim Botânico Seiren Brasil

ETE

Nós de Atividades: Considerações dos locais de maior fluxo de pessoas e pedestres. Os destaques são para empresas e indústrias, onde concentram maior fluxo de pessoas, outros nós importantes para região é o supermercado Makro e o Centro de Educação Infantil Rubens Vieira e o Jardim Botânico “Irmãos Villas-Bôas”. Atividades de Impacto: Considerações dos locais de maior impacto no nivel ambiental, geração de odores e ruídos. Em destaque a estação de tratamento de esgoto do serviço autônomo de água e esgoto de Sorocaba, podendo gerar odores e degradações ambientais. As avenidas Dom Aguirre e Joaquim de Lacerda são locais de maior geração de ruídos.

Makro CEI Rubens Vieira SITUAÇÃO SEM ESCALA ÁREA DE INTERVENÇÃO

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FACULDADES

RIO SOROCABA

Limites: Considerações dos locais onde há barreiras de circulação e visuais. O supermercado Makro, o Rio Sorocaba e as avenidas que cortam o parque são os principais causadores de barreiras visuais e de fluxo de pedestres.


Localização da área de análise

Localização da área de análise

14 . US O DO S O L O Conforme exposto no mapa, os usos residenciais predominam a área de análise. É possivel observar também que os usos mistos (comercial e residencial) são predominantes em alguns eixos e avenidas importantes da região. Os institucionais estão relacionados a edifícios públicos como presídio, escolas, hospitais e igrejas. No norte do mapa, na região do parque Porto das Águas é caracterizado pelos usos industrias e de serviços, e as áreas verdes são predominantemente estruturadas por parques e áreas de preservação permante.

LEGENDAS USO RESIDENCIAL USO COMÉRCIOS E SERVIÇOS USO MISTO (RES. E COM.) INSTITUCIONAL INDUSTRIAL ÁREAS VERDES RIO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO

15. C HEIOS E VAZ IOS O mapa de cheios e vazios tem o objetivo de caracterizar os espaços livres urbanos. Conforme evidenciado, a caracterização dos cheios urbanos se dá por terrenos com edificações ou aqueles que poderão ser edificados. Os vazios sobrevêm preponderantemente das margens de recursos hídricos, dos sistemas viários e calçadas. Nota-se também, a densidade e o histórico da evolução de ocupação através do desenho da malha urbana, onde a área de intervenção e o parque linear do rio Sorocaba tem a função de proteger os recursos hídricos. Esses espaços livres públicos são os principais locais de influência das atividades sociais e lócus de operação projetual.

LEGENDAS RIO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO VAZIOS CHEIOS

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Localização da área de análise

LEGENDAS RIO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO AV. DOM AGUIRRE AV. JOSÉ JOAQUIM DE LACERDA AV. QUINZE DE AGOSTO AV. DR. ARTHUR BERNARDES CICLOVIA TRANSPORTE COLETIVO (ÔNIBUS)

16. S IS T E M A VI ÁR IO RODOVIA RAPOSO TAVARES RODOVIA CASTELO BRANCO RODOVIA EMERENCIANO PRESTES DE BARROS RODOVIA SENADOR ERMÍNIO DE MORAES ESTRADA VICINAL SOROCABA / IPERÓ AVENIDA IPANEMA AVENIDA ITAVUVU AVENIDA DOM AGUIRRE AVENIDA COMENDADOR CAMILO JÚLIO AVENIDA JOAQUIM DE LACERDA CICLOVIA TERMINAL URBANO (TRANSPORTE PÚBLICO) CENTRO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO

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O terreno está localizado em um ponto central do desenvolvimento urbano de Sorocaba, com sistema viário estruturado. Seu acesso é estratégico, não só pelos sorocabanos, mas para toda a região metropolitana. As vias arteriais são caracterizadas pela Rodovia Castelo Branco e Raposo Tavares, ambas ligações estaduais, utilizadas também para o tráfego urbano. Outros acessos por vias arteriais é a Rodovia Senador Erminio de Moraes, que faz ligação com as cidades de Itu, Salto e a região metropolitana de Campinas. A Rodovia Emerenciano Prestes de Barros e a Estrada Vicinal Sorocaba/Iperó, dão acessos as cidades de Porto feliz, Iperó, Boituva e outras cidades do interior Paulista. As vias coletoras se dão pela Avenida Ipanema e Itavuvu, ambas principais estruturas do desenvolvimento urbano da zona norte da cidade. As avenidas Comendador Camilo Julio, Joaquim de Lacerda, Quinze de Agosto e

Dom Aguirre dão acesso ao terreno e as zonas leste, sul e oeste de Sorocaba. Outra avenida em destaque é a Doutor Arthur Bernardes, corredor de comércios e serviços paralelo ao parque, essas são vias de maior tráfego de veiculos, gerando maiores congestionamentos. A aproximidade do terreno com o centro de Sorocaba permite outros modais de transporte como: o transporte coletivo, por estar próximo aos dois principais terminais urbanos (Santo Antônio e São Paulo) e o cicloviário, pois possui uma rede de ciclovias interligando a zona norte ao centro. O mapa de mobilidade a seguir, tem como propósito identificar em média as distâncias (em minutos), entre os diferentes marcos urbanos por meio dos principais modais de transporte.


MOBILIDADE 35


17. DIAGNÓSTI CO DE MO B IL ID A D E UR BANA Shopping Cidade Sorocaba

Jardim Botânico de Sorocaba

Facens

Ponto de Partida Parque da Formosa

Parque Natural Chico Mendes Centro Esportivo Jornalista Armando Bacelli

Paço Municipal

Aeroporto Bertram Luiz Leupolz

Fatec Carrefour Sônia Maria

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Estádio Municipal Walter Ribeiro

PQ LINEAR RIO SOROCABA MARCOS URBANOS

Terminal Urbano Santo Antônio

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA (TRANSPORTE COLETIVO)

Antiga Estação Ferroviária

REDE CICLOVIÁRIA

Centro de Sorocaba Terminal Urbano São Paulo

Rodoviária de Sorocaba - Rodo Center

Tempo (minutos) BICICLETA

90

Parque Zoológico Quinzinho de Barros

Mobilidade Urbana CARRO

DESTINO (PARQUE DAS ÀGUAS)

ONIBUS

LOCAL

PEDESTRE

JARDIM BOTÂNICO CENTRO ESPORTIVO JORNALISTA ARMANDO BACELLI

80

PARQUE DA FORMOSA

70

ESTÁDIO MUNICIPAL WALTER RIBEIRO FACENS

60

CARREFOUR SÔNIA MARIA

50

FATEC ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SOROCABA

40

CENTRO DE SOROCABA

30

TERMINAL SANTO ANTÔNIO PAÇO MUNICIPAL

20

AEROPORTO ESTADUAL BERTRAM LUIZ LEOPOLDO

10 0

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TERMINAL SÃO PAULO SHOPPING CIDADE SOROCABA

850m

1

2.5

3.0

3.5

4.0

4.0

4.5

5,5

5.0

5.0

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6.0

6.0

6.0

7.0

Distância dos marcos urbanos (km)

PARQUE NATURAL CHICO MENDES PARQUE ZOOLOGICO QUINZINHO DE BARROS RODOVIÁRIA DE SOROCABA

Os marcos urbanos são os locais de referência na cidade, onde há maior concentração de pessoas. Através desses levantamentos foram analisadas rotas pelo Google Maps com o objetivo de quantificar a distância e o tempo de percurso em diferentes modais de transporte. Na tabela e gráfico a seguir, pode observar que apesar da prefeitura de Sorocaba ter um Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTUM), - que tem como objetivo principal uma mobilidade urbana sustentável e democrática - , o uso do transporte individual motorizado ainda é o mais viável em relação ao tempo de deslocamento, e consequentemente, a sua utilização é de alta frequência na cidade. Outro modal que se faz com pouco tempo de deslocamento é o não motorizado, devido a rede cicloviária existente que ligam diferentes regiões da cidade. As principais deficiências dessas ciclovias são: a falta de conexão entre esse sistema, a precariedade física por falta de manutenções e a pouca oferta das bicicletas do programa do Integrabike Sorocaba. O transporte coletivo e o pedestre são os que levam em média maior tempo de deslocamento. Ainda que a cidade comporte algumas áreas de transferência do transporte coletivo (interbairros), são ainda ineficazes, principalmente entre o ponto de destino (Parque das Água) e alguns marcos urbanos da cidade, como exemplo, o Paço municipal e o Parque Natural Chico Mendes, onde a conexão entre eles e o destino precisam ser feitos pelos terminais São Paulo ou Santo Antônio, levando o mesmo tempo de percurso das viagens a pé. O Jardim Botânico é o marco mais próximo da área, mas também com problemas de mobilidade, por falta de transposições entre as margens do rio. O percurso para pedestre leva em média 45 minutos, mesmo tempo de um percurso de 3,5 km.

TABELA DE MOBILIDADE URBANA DISTÂNCIA BICICLETA 850 METROS 12min 1 KM 5 min 2.5 KM 13 a 15 min 3.0 KM 13 a 14 min 3.5 KM 15 a 17 min 4.0 KM 21 a 23 min 4.0 KM 21 a 23 min 4.5 KM 17 a19 min 5,5 KM 23 a 27 min 5.0 KM 22 a 26 min 5.0 KM 25 a 27 min 5.5 KM 28 a 33 min 6.0 KM 20 a 25 min 6.0 KM 28 a 30 min 6.0 KM 23 a 28 min 6.0 KM 24 a 28 min 7.0 KM 23 a 27 min

CARRO 6 min 5 min 8 a 10 min 7 a 9 min 8 a 11 min 10 a 14 min 8 a 9 min 8 a 11 min 13 a 15 min 10 a 13 min 10 a 13 min 12 a 18 min 10 a 13 min 15 a 18 min 10 a 12 min 12 a 15 min 13 a 17 min

ONIBUS 37 min 8 min 25 a 32 min 27 a 30 min 27 a 30 min 45 a 50 min 38 a 35 min 34 a 36 min 23 a 28 min 52 a 58 min 44 a 47 min 33 a 42 min 45 a 54 min 57 a 1h10 min 58 min a 1h10 min 46 a 51 min

PEDESTRE 45 min 8 min 32 a 34 min 38 a 41 min 40 a 45 min 51 a 56 min 50 min a 1h 53 a 57 min 56 a 58 min 55 a 57 min 58 a 1h10 min 1h13min a 1h15min 1h a 1h3min 1h25min a 1h28min 1h12 min a 1h17min 1h13min a 1h20min 1h8min a 1h11min


17.1 CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES Objetivando a priorização do pedestre, o projeto promoverá o aumento de áreas para o deslocamento a pé, que deverá facilitar a mobilidade na área, proporcionando a criação de rotas seguras e confortáveis e, ao mesmo tempo, criar estratégias para a diminuição do uso individual do automóvel.

V IAS DE CO N F LITO

São também identificados os pontos de maiores conflitos entre pedestres e automóveis, geralmente entre vias de maior largura ou entre mais de duas vias. Destaca-se as Avenidas Dom Aguirre, Quinze de Agosto e Joaquim de Lacerda, que geram maior conflito entre pedestres e automóveis. Exemplo de rua compartilhada. Holanda. Fonte: http://www.midtowncommunityworks.org/ news-archive/2017/7/6/dutch-shared-streets-emerge-as-growing-trend-in-the-unites

LOCAIS R EF ER EN CI A I S

Exemplo de rua compartilhada. Holanda. Fonte: http://www.midtowncommunityworks.org/ news-archive/2017/7/6/dutch-shared-streets-emerge-as-growing-trend-in-the-unites

Os locais de referências são áreas e edifícios marcantes de forma a gerar visadas e usos estratégicos para quem está dentro e fora da área de intervenção. Esta estratégia facilita o andar pela área e fortalece a identidade local.

CONEXÕES

As conexões estratégicas serão implantadas através de passarelas e pontes sobre locais que criam barreiras de circulação, essas travessias visam facilitar e diminuir as distâncias da área de intervenção e os principais acessos e conexões com o restante da cidade. Tem também o objetivo de conectar os bairros residenciais a fim de garantir a relação com a vizinhança e com a área industrial.

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As vias destacadas como melhoria de circulação têm o objetivo de resolver as questões de mobilidade dentro do bairro. Portanto, o projeto propõe liberar e melhorar os espaços livres (como as ruas e calçadas) para o trânsito de pedestres. As premissas projetuais são: • Alargamento das calçadas; • O plantio de árvores a fim de gerar sombreamentos; • Calçadas mais iluminadas garantindo a segurança dos pedestres.

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CONEXÕES ESTRATÉGICAS DE PEDESTRES

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LOCAIS REFERENCIAIS

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USO DO SOLO - PREDOMINÂNCIA RESIDENCIAL USO DO SOLO - PREDOMINÂNCIA INDUSTRIAL LOCAL DE INTERVENÇÃO RIO SOROCABA E BACIAS DE RETENÇÃO VIA DE MAIOR CONFLITO (AUTOS X PEDESTRES) VIA EXCLUSIVA PEDESTRES MELHORIAS NA CIRCULAÇÃO CIRCULAÇÃO E CONEXÕES DOS ESPAÇOS LIVRES PRINCIPAIS ACESSOS E CONEXÕES COM RESTO DA CIDADE

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17.2 C I R C UL A Ç Ã O DE B I C I CL E TAS Para incentivar o transporte cicloviário foram adotadas algumas medidas não apenas para o uso no perímetro do projeto, mas também para contribuir as viagens de longa distâncias. A ideia também contribui para a locomoção de pessoas e de pequenas cargas dentro do perímetro, desafogando o sistema viário, incentivando a saúde pública e melhorando a qualidade do ar dentro da cidade. A estratégia propõe uma rede cicloviária com vias adequadas e seguras. Ligado ao sistema cicloviário já existente, a proposição segue duas tipologias: as faixas exclusivas (ciclovias) e as faixas compartilhadas (ciclofaixas). Exemplo de ciclofaixa. São Paulo. Fonte: https://jimprensaregional.com.br/liberado-trecho-daciclofaixa-rio-pinheiros/dezembro.ghtml

A ciclofaixa existente encontra-se na Rua Paes de Linhares, corredor de predominância comercial. As ciclofaixas propostas têm o objetivo de incentivar o uso da população e estão dispostas nas ruas de caráter local, como: Joaquim Ferreira Barbosa, João Gabriel Mendes, Antônio Joaquim Santana, Eugênio Marte, Paulino Áires de Aguirre, Eliezer Barbosa Lima, Galileu Pasquineli, Pedro Del Santoro, Luzerne Proença Arruda e Rita de Carvalho Monteiro.

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RIO SOROCABA E BACIAS DE RETENÇÃO

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ÁREA DE INTERVENÇÃO

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PROPOSTAS DE NOVAS CICLOVIAS PROPOSTAS DE NOVAS CICLOFAIXAS

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ÁREAS DE LIVRE ACESSO PARA BICICLETAS

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O projeto também propõe a instalação de bicicletários por todo parque e pontos do programa Integrabike Sorocaba, que propõe o compartilhamento de bicicletas da cidade.

PONTOS DO SISTEMA DE COMPARTILHAMENTO DE BICICLETAS (INTEGRABIKE)

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As ciclovias existentes estão localizadas na Avenida Dom Aguirre e Quinze de Agosto que permeiam o Parque Linear do Rio Sorocaba e faz conexões com o centro da cidade e os terminais urbanos. A ciclovia da Avenida Joaquim Lacerda se conecta com as da Avenida Ipanema e Itavuvu, ambas situadas na zona Norte do município, que estão interligadas ao sistema de ciclovia de Sorocaba. Para incentivar o uso de bicicletas se propõem a implantação de novas ciclovias nas Avenidas Comendador Camilo Julio com objetivo de conectar as margens do rio às zonas residenciais com as industriais, e a Avenida Dr.Arthur Bernardes, via de predominância comercial.

Exemplo de ciclovia. São Paulo. Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/11/ prefeitura-de-sp-diz-que-vai-entregar-35-km-de-novas-ciclovias-ate-dezembro.ghtml

Av. Comendador Camilo Julio

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17. 3 T RA N S P O RTE P ÚBL ICO

Sistema de transporte coletivo através do Bus Rapid Transit (BRT) em execução na cidade de Sorocaba com prazo de conclusão em 2020

O transporte coletivo receberá grande volume de passageiros com a implantação do Parque, e para suprir a demanda foi traçada nova rota do transporte coletivo e novos pontos e estações. Outro aspecto levantado foi sobre as rotas da BRT que estão sendo implantadas na cidade.

ROTAS E EIX O S DA B RT

As principais rotas dos ônibus são de caráter local, e tem o objetivo principal de atender a população que utiliza transportes coletivos. Essas rotas ligam o centro da cidade, por isso há uma sobrecarga nos terminais urbanos do centro. A prefeitura do município está executando uma rede de ônibus com faixa exclusiva e estações com facilidade de embarque e desembarque (o Sistema BRT), que possui terminais e estações integrados. Os eixos da BRT que atenderão a região serão: eixo Franco Montoro e eixo Paes de Linhares/Galileu. A proposta de uma nova rota se dá pela Avenida Dom Aguirre com o objetivo de ligar as estações do centro com o eixo Franco Montoro, a fim de garantir acesso à todas as regiões da cidade. Av. Comendador Camilo Julio

PONTOS E ES TA ÇÕ ES

Os pontos de ônibus existentes, na sua maioria, são para atender os moradores locais e ligam aos terminais urbanos no centro da cidade. A proposta é a revitalização das coberturas dos pontos de ônibus. Foram propostos novos pontos na Avenida Dom Aguirre, Quinze de Agosto e Rua Paes de Linhares, próximo ao Antigo Matadouro, com o objetivo de facilitar o acesso ao transporte coletivo para os usuários do Parque. Uma nova estação da BRT foi proposta na Avenida Joaquim Lacerda a fim de garantir o acesso dos usuários que vem da Zona Norte e Zona Leste da Cidade.

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PROPOSTA DE NOVA ROTA DE ÔNIBUS

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EIXO PAES DE LINHARES/GALILEU (BRT)

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PONTOS DE ÔNIBUS EXISTENTES

PROPOSTAS DE NOVAS ESTAÇÕES E PONTOS ÁREA DE INTERVENÇÃO RIO SOROCABA E BACIAS DE RETENÇÃO

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17.4 T R A N S P O RTE I N DI V I D U AL O transporte individual motorizado deve ser reduzido ao máximo, com o objetivo de aumentar a qualidade do ar e diminuir o congestionamento do sistema viário. Através de medidas e propostas foram definidas algumas estratégias para minimizar o impacto gerado por esse modal.

SIS TEMA DE SIN A LI Z A ÇÃ O IN T ELI GE N T E

Sistema de Sinalização inteligente é uma tecnologia capaz de detectar os movimentos nas vias, e automaticamente, é capaz de abrir e fechar o sinal daquelas com maior demanda. A diretriz da implantação desse sistema é a melhoria do desempenho do sistema viário com o objetivo de aumentar a capacidade, reduzir os tempos de viagem e conflitos de fluxos e os custos operacionais do transporte.

Sistema de Semáforos inteligentes. Fonte: http://www. marcoaureliodeca. com. br/2012/11/11/ semaforosinteligentes/.

Exemplo de Complete Streets em Nova York, EUA Fonte:http://blog.archpaper.com/wordpress/archives/67137)

VIA S INTE GRADAS

Av. Comendador Camilo Julio

As iIntervenções no sistema viário deverão se basear no conceito de Complete Streets (Ruas Integradas), ou seja, ruas projetadas para todos os usuários, diminuindo a priorização cultural do transporte individualizado. Os principais objetivos das “Vias Integradas” são: a priorização do pedestre; a priorização do transporte cicloviário; a priorização de projetos viários que atendam aos usuários do transporte coletivo; a restrição ao uso do transporte individual motorizado; a acessibilidade universal; e a segurança viária.

E S TACIONAME NTO S

Os estacionamentos e faixas de estacionamentos foram dispostos próximos aos locais de referências e estações de transporte público, como estratégia para reduzir o número de veículos nas regiões atendidas pelo sistema de transporte público e para desafogar o trânsito das regiões mais centrais.

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FAIXA DE ESTACIONAMENTO ÁREA DE INTERVENÇÃO

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RUAS INTEGRAIS

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SISTEMA DE SINALIZAÇÃO INTELIGENTE

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PRINCIPAIS ATRAVESSIAS DE PEDESTRES

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18. MICROCLIMA As análises e estratégias dos aspectos climáticos no local têm a intenção de potencializar os aspectos de conforto ambiental no desenvolvimento dos espaços públicos. A interpretação desses pontos proporciona um ambiente agradável de permanência, circulação e condições de ilhas de calor. Temperatura: Em Sorocaba, o verão é longo, morno, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 29 °C e raramente é inferior a 9 °C ou superior a 33 °C. A estação quente permanece por 4,5 meses, de novembro a março, com temperatura máxima média diária acima de 28 °C. O dia mais quente do ano é de fevereiro, cuja temperatura máxima média é de 29 °C e a mínima média é de 21 °C. A estação fresca permanece por 2,8 meses, de maio a agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 25 °C. O dia mais frio do ano é de julho, com média de 13 °C para a temperatura mínima e 24 °C para a máxima. Os mapas a seguir representam o comportamento solar e de precipitações na área de intervenção, configurando as fachadas que recebem maior e menor incidência solar, a fim de orientar estratégias e intervenções de conforto ambiental.

LEGENDA DIREÇÃO DOS VENTOS INCIDÊNCIA SOLAR POSITIVA INCIDÊNCIA SOLAR EXCESSIVA FACHADAS INCIDÊNCIA POSITIVA FACHADAS INCIDÊNCIA EXCESSIVA INCIDÊNCIA SOLAR EXCESSIVA TRAJETO SOLAR DIREÇÃO DOS VENTOS

INSOLA ÇÃ O - P R IN CÍP I O S P R O J E T U A I S

A es traté g i a de m i c r o c l i ma foi uti li za da c o m o p r e m i ssa f un da m e n ta l p a r a orientar as d ecisões d e proj eto. • Aumentar o sombreamento de rua e áreas abertas, pincipalmente por elementos que funcionem como filtros e proporcionem a qualidade do clima local por todas as estações do ano, como arvores e coberturas; • A arborização das ruas e passeios públicos devem ser orientados principalmente nas fachadas noroestes, locais onde recebem maior incidência solar; • Para a instalação de painéis de captação de energia solar, devem ser orientados para as fachadas lestes, norte e oeste, a fim de garantir incidência solar durante todo o dia; • Os edifícios de apoio, cultural e serviços devem ser implantados observando a orientação solar e as dos ventos naturais, a fim de garantir a luminosidade e a ventilação, minimizando o uso de energia para iluminação e resfriamento; • Considerar o uso de terraço jardim como técnica de melhora das condições de conforto nos edifícios; • A plantação de vegetação, quer seja para projetos paisagísticos ou de infraestruturas verdes, devem observar as condições climáticas do local e sua resistência ao sol pleno e áreas sombreadas.

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Precipitações: A estação de maior precipitação dura 5 meses, de outubro a março, com probabilidade acima de 39% de que um determinado dia tenha precipitação. A probabilidade máxima de um dia com precipitação é de 65% em fevereiro. Os dados a seguir representam o comportamento da chuva e da temperatura ao longo do ano. As médias climatológicas são valores calculados a partir de um série de dados de 30 anos observados. É possível identificar as épocas mais chuvosas/secas e quentes/frias de uma região.

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Fonte: Clima Tempo. Disponível em: https://www.climatempo.com.br/climatologia/544/sorocaba-sp. Acesso em: 02/05/2020 °600

TOPOGRAFIA: Aproximadamente metade do território de Sorocaba (49,5%) apresenta declividade de até 5°. As áreas com as menores declividades do município aparecem nas planícies aluviais dos grandes corpos d’ água. Por estar em fundo de vale, a topografia forma uma “calha” e recebe as águas de chuvas de todo o seu entorno. O esquema abaixo representa a topografia e o curso das águas da chuva na região do terreno.

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Os cortes abaixo têm o objetivo de analisar o comportamento em duas situações: a primeira secção representa o compotamento da área em seu modo natural, ou seja, sem a ocupação urbana; na segunda, as contruções e sistema viário impermeabilizam o solo e impedem a infiltração das águas de chuvas. Na situação urbanizada, as águas são canalizadas e ocultadas sob a pavimentação das avenidas. Esse fenômeno, que ocorrem nas épocas de forte precipitação, não conseguem dar suficiente vazão de escoamento. Então, o que se observa, são os alagamentos e inundações nos centros urbanos.

CORTE ESQUEMÁTICO DA ÁREA - SITUAÇÃO NATURAL

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°560 °550

CORTE ESQUEMÁTICO DA ÁREA - SITUAÇÃO URBANIZADA


DRENAGEM URBANA 43


19. D R ENA G E M U R B A N A A consolidação da área urbana faz com que os caminhos das águas pluviais passem a ser determinados pelos traçados das vias e seus comportamentos acabam sendo diferentes dos originais. Portanto, as drenagens urbanas são todas as medidas a serem tomadas que busquem a diminuição dos riscos e inundações aos que as populações estão sujeitas. Os sistemas de drenagem podem ser divididos em dois tipos: macro e micro. A primeira é de fundo de vale, isto é, topograficamente bem definido, e geralmente acompanha um curso de água existente. Já a segunda, é responsável por levar a chuva até o sistema de macrodrenagem, dentre eles estão as bocas de lobo, as sarjetas, os meios fios, entre outros. As principais mudanças ocasionadas pelas áreas urbanas relativas ao escoamento superficial das águas pluviais são a impermeabilização do solo e o desmatamento, sendo que ambos os processos produzem maiores picos de vazão. Isto é, uma quantidade de água de chuva atinge os rios e córregos muito mais rapidamente em áreas urbanas, devido à impermeabilização do solo e ao desmatamento, do que em locais onde há maior preservação das matas e melhor permeabilidade do solo. Como já supracitado, Sorocaba sofreu com variadas inundações e enchentes ao longo dos anos. Smith (2003) explica que vários fatores a ocupação irregular e retificações das margens dos rios Sorocaba ocasionaram essas enchentes, como a mais conhecida e já apresentada nesse trabalho, a de 1929, onde mais de 80 casas ruíram devido ao desastre natural. Outras grandes enchentes ocorreram em 1977, 1982 e 1983, e foram amplamente noticiadas pelos jornais da época. As enchentes e alagamentos continuam afetando vários pontos da cidade. Na área de intervenção, os bairros mais atingidos são Jardim Abaete e Maria do Carmo. Para o entendimento das problemáticas de drenagem urbana da região, foram feitos levantamentos históricos, topográficos e de impermeabilidade do solo. As notícias a seguir foram retiradas do acervo do Jornal Cruzeiro do Sul, em ordem cronológica, percebe-se que esse problema persiste há décadas. Mesmo com as intervenções da prefeitura, para conter o problema, como a construção da bacia de contenção (2006) e o Parque Porto das Águas (2008), não foram o bastante para sanar as problemáticas de alagamentos e inundações da região de intervenção.

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Grande enchente, 1929.

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22/01/2005

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01/02/2017 10/01/2020

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Alagamentos e inundações na áre de intervenção em 2017 Fotos: Jornal Cruzeiro do Sul

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Av. Comendador Camilo Julio

O Mapa e a tabela a seguir identificam os pontos de alagamento e inundação da área de intervenção. As áreas foram levantadas pela defesa civil de Sorocaba em 2010.

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PONTOS DE ALAGAMENTOS 1. Rua João Gabriel Mendes 2. Rua Ingracia Angrizani Gomes 3. Rua José Mendes Gomes 4. Rua João Mendes Gomes 5. Rua Antonio Gomes 6. Rua Maria do Carmo Mendes 7. Rua Marilda de Oliveira 8. Rua Joaquim Ferreira Barbosa 1. Av. XV de Agosto/ Rua Antônio Roque Rodrigues 1. Rua Guido José Del Cistia 2. Rua Reinaldo de Oliveira 3. Rua Francisco M. Cabrera 4. Rua Shirley G. da Silva 5. Rua Nanci Rodrigues

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Como visto anteriormente, a infraestrutura verde, tem em uma das suas funções principais, solucionar os problemas de drenagem urbana e a redução de Runoff (coeficiente entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de água precipitado), de modo a manter os processos naturais da água. Segundo o ABC Waters Design Guidelines, programa de Cingapura que fornece referência aos desenvolvedores e profissionais do setor sobre como implementar recursos verdes ambientalmente sustentáveis, as principais funções exercidas pelas tipologias de infraestrutura verde voltadas ao manejo das águas pluviais são: purificação, detenção, retenção, condução e infiltração.

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20. I NF R AESTR UTURA VER DE A PL ICA D A A DR ENAGEM UR BANA

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PONTOS DE ALAGAMENTOS 1. Rua João Gabriel Mendes 2. Rua Ingracia Angrizani Gomes 3. Rua José Mendes Gomes 4. Rua João Mendes Gomes 5. Rua Antonio Gomes 6. Rua Maria do Carmo Mendes 7. Rua Marilda de Oliveira 8. Rua Joaquim Ferreira Barbosa 1. Av. XV de Agosto/ Rua Antônio Roque Rodrigues 1. Rua Guido José Del Cistia 2. Rua Reinaldo de Oliveira 3. Rua Francisco M. Cabrera 4. Rua Shirley G. da Silva 5. Rua Nanci Rodrigues

PONTOS DE INUNDAÇÕES 1. Rua João Gabriel Mendes 2. Rua Ingracia Angrizani Gomes 3. Rua José Mendes Gomes 4. Rua João Mendes Gomes 5. Rua Antonio Gomes 6. Rua Maria do Carmo Mendes 7. Rua Marilda de Oliveira 8. Rua Joaquim Ferreira Barbosa 1. Rua Guido José Del Cistia 2. Rua Reinaldo de Oliveira 3. Rua Francisco M. Cabrera 4. Rua Shirley G. da Silva 5. Rua Nanci Rodrigues

(Fonte: CINGAPURA,2010 apud BRANDÃO; CRESPO 2016)

O manejo correto das águas pluviais é eficiente em reduzir alagamentos, suavizar picos de vazão e reduzir a necessidade de infraestrutura urbana, desafogando os atuais sistemas implantados e gerando benefícios de infiltração e purificação de água, tornando possível também a melhorara da qualidade da água. A seguir, serão apresentadas diferentes tipologias de infraestrutura verde, padrões e locais a serem implantados na área de estudo: • Jardins de chuva ou bacias biorretentoras • Biovaletas ou vala biorretentora • Lagoa pluvial ou bacia de retenção • Lago seco ou bacia de detenção • Interseções viárias • Pavimento poroso • Ruas verdes • Tetos verdes


20 . 1 TI P O L O G I A - J A RDIM DE CH U VA Os Jardins de chuva, ou também chamados de Sistema de Biorretenção, são jardins que podem ser descritos como rasas depressões de terra e recebem as águas da chuva de superfícies impermeáveis. Os fluxos de água se acumulam nas depressões formando pequenas poças, e gradualmente a água é infiltrada no solo. Esta medida utiliza a atividade biológica de plantas e microorganismos para remover os poluentes das águas pluviais, e contribui para a infiltração e retenção dos volumes de água precipitados (YAZAKI ET AL, S/D). Os poluentes são removidos por absorção, filtração, volatilização, troca de íons e decomposição. A água limpa pode ser infiltrada no terreno para recarga de aquífero ou coletada em um dreno e descarregada no sistema de microdrenagem. No caso de eventos de chuva que excedem a capacidade para a qual a estrutura foi projetada, o fluxo excedente é desviado da área e encaminhado diretamente para o sistema de drenagem. Função hídricas: purificação (sendimentação, filtração, absorção biológica), detenção e infiltração. Foram desenvolvidos dois padrões de jardim de chuva para o projeto: jardim de chuva implantado nas vias e jardins de chuva implantado na calçada. A implantação tem como diretriz as: • Ruas largas com baixo tráfego de veículos; • Ruas que se deseja diminuir a velocidade dos veículos; • Calçadas largas; • Pátios e estacionamentos; • Dentro do próprio lote.

JARDINS DE CHUVA EM PORTLAND. Jardins de chuva foram colocados em áreas tomadas do leito carroçável, junto do meio-fio existente, para receber o escoamento superficial que carrega os poluentes do leito carroçável, e, o mesmo tempo, ao ser estreitado, diminuiu a velocidade de veículos, criando um ambiente mais atraente e seguro para os pedestres. Fonte: (PELLEGRINO, 2018)

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20 .2 T I P OL O G I A - L A G OA PL U V IAL

20.4 TIP OLOGI A - BI OVALETAS

A lagoa pluvial funciona como uma bacia de retenção, liga ou não ao sistema de drenagem convencional, com a função de acomodar o excesso de água das chuvas e evitar inundações. Essa tipologia paisagística se caracteriza por armazenar as águas pluviais, parte dessas águas permanecem retidas entre as precipitações das chuvas. Sua capacidade de armazenamento acaba sendo o volume entre o nível permanente da água que contém e o nível de transbordamento aos eventos para os quais foi dimensionada (PELLEGRINO, 2008). A área de intervenção contém duas bacias de retenção, uma delas está no Parque das Águas e outra no Jardim Abaete como já caracterizado anteriormente, mas devido a impermeabilização do solo e o volume excedente das águas da chuva, as lagoas pluviais não sanaram os problemas de inundações e alagamentos da área. O projeto tem como diretriz acrescentar uma área das lagoas pluviais, a fim de aumentar capacidade de armazenamento das águas pluviais.

Biovaletas ou valetas de biorretenção vegetadas são semelhantes ao jardim de chuva, mas trata-se de depressões lineares com elementos naturais filtrantes que promovem a limpeza das águas pluviais. Sua configuração linear, condicionando grande capacidade de volume, aumenta o tempo de escoamento da água, que posteriormente pode ser conduzida à um jardim de chuva ou sistemas convencionais de retenção e detenção das águas. O tratamento do solo, que deve ser descompactado, recebe um tubo de drenagem e camadas de brita e pedrisco, é quesito fundamental para a completa eficiência do sistema.

Função hídricas: purificação (sendimentação, filtração, absorção biológica) retenção e infiltração.

Função hídricas: detenção, purificação (sendimentação, filtração, absorção biológica) e condução.

BIOVALETA ESTACIONAMENTO DO NEW SEASONS EM PORTLAND. As biovaletas são colocadas entre as fileiras de vagas de seu estacionamento para desacelerar e limpar seu escoamento superficial antes de este chegar ao rio. Fonte: (PELLEGRINO 2008)

SARGETA MEIO FIO PAVIMENTAÇÃO CASCALHO

Sem escala

Fonte: (PELLEGRINO 2008)

LAGOA MEADOWBROOK, SEATTLE. A lagoa Meadowbrook, em Seattle, foi construída como uma bacia de retenção off-line junto de um córrego urbano, visando coletar o excesso de escoamento que este pode suportar para determinados eventos. Fonte: (PELLEGRINO 2008)

20 .3 T I P OL O G I A - L A G O SE CO Parecido com a lagoa pluvial o lago seco ou bacia de detenção consiste em uma depressão vegetada que no período de precipitações das chuvas recebem e retêm as águas pluviais, retardando a entrada das águas no sistema de drenagem, possibilitando, assim, a infiltração e a recarga de aquíferos. Esta tipologia da infraestrutura verde, pode vir a contribuir para a diminuição do escoamento superficial, e em tempos de seca, os espaços podem ser usados para lazer, recreação e atividades diversas. Pode ser projetada ao longo de vias, rios, em parques lineares e projetos de paisagismo públicos e privados. O projeto prevê a implantação de lago seco em alguns pontos do parque, principalmente nos níveis topográficos mais baixo que antecedem a área urbanizada. 48

Função hídricas: purificação (sendimentação, filtração, absorção biológica) retenção e infiltração.

MISTURA DE SOLO: 50% AREIA / 30% SUBSTRATO / 20% COMPOSTAGEM Fonte: https://www.symbioticcities.net/index.cfm?id=65088&modex=blogid&modexval=18616&blogid=18616

ESQUEMA LAGOA PLUVIAL

BETÃO REFORÇADO TUBO CONECTADO AO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA CAMADA DE BRITA CAMADA DE CASCALHO

ESQUEMA DA BIOVALETA Sem escala

MEIO FIO SARGETA CAPTURA DAS ÁGUAS PLUVIAIS MISTURA DE SOLO: 50% AREIA / 30% SUBSTRATO / 20% COMPOSTAGEM CAMADA DE BRITA TUBO CONECTADO AO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA BETÃO REFORÇADO CAMADA DE CASCALHO

ESQUEMA DA BIOVALETA Sem escala


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20.5 DRENAGEM URBANA - D IRET RIZES

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JARDIM DE CHUVA A proposta para a implantação dos jardins de chuva foram baseadas nas seguintes diretrizes:

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Potencializar a capacidade de retenção de água nas estruturas; Potencializar a capacidade de infiltração passiva no solo, diminuindo sobrecarga do sistema tradicional de drenagem profunda; Implantar na ruas largas com baixo tráfego de veículos, ruas que se deseja diminuir a velocidade dos veículos, calçadas largas e em pátios e estacionamentos.

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Este enfoque é proposto de acordo com as diretrizes do manejo das águas urbanas. As precipitações na área têm colocado uma carga adicional no sistema de drenagem urbana, essas estratégias aplicadas através das tipologias de infraestrutura verde visam o retardo da água da chuva no local antes de seguir pela rede de drenagem, trazendo benefícios reais para as pessoas, ao transformar a paisagem urbana em áreas vivas, que aliam natureza, arte e cultura local. Desta forma, foram traçadas propostas na escala urbana para implantação das tipologias de infraestrutura verde:

BACIA DE RETENÇÃO A proposta para as bacias de retenção foram baseadas nas seguintes diretrizes:

LAGO SECO / BACIA DE DETENÇÃO A proposta para a implantação do lago seco foram baseadas nas seguintes as diretrizes:

Potencializar a capacidade de retenção de água nas estruturas; Potencializar a capacidade de infiltração passiva no solo, diminuindo sobrecarga do sistema tradicional de drenagem profunda; Área com capacidade de aumentar de 36% a 46% da capacidade de retenção das águas pluviais.

Identificar as áreas de depressões e cotas de niveis mais baixas que possam receber parte das águas escoadas na superficie; A implantação deve ser em áreas que possam servir a população com espaços vegetados e de lazer durante os periodos de menor precipitação.

BIOVALETAS A proposta para a implantação das biovaletas foram baseadas nas seguintes diretrizes: Conduzir as águas da chuva à um jardim de chuva ou sistemas convencionais de retenção e detenção das águas; Implantar em locais aproveitando a declividade natural do terreno; Implantar nas avenidas com canteiros centrais; Implantar em ruas que direcionam as águas para os sistemas hidrícos naturais.

AÇÃO DE DESPROPRIAÇÃO Será necessária a transferência compulsória das propriedades particulares para o poder público, contidos em uma área que perfazem 15.310 m², com objetivo de implantar uma bacia de retenção para o interesse na drenagem urbana da região, incluem-se as Ruas Igrácia A. Gomes, José M. Gomes e João M. Gomes. As quadras em questão, na sua maioria já estão desabitadas, pois sofreram vários eventos de enchentes e inundações.

Outras diretrizes projetuais que contribuirão para a drenagem urbana são: interseções viárias, pavimento poroso, ruas verdes e tetos verdes, que serão detalhados ao longo do projeto.

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VEGETAÇÃO E SOCIOECONÔMICO 50


21. VE G E TA Ç Ã O

De acordo com Sorocaba (2014) devido ao intenso uso, a cobertura vegetal do município, encontra-se reduzida e distribuída em pontos isolados, formando diversos fragmentos de pequeno porte. Conforme os dados do “Inventário florestal da vegetação natural do Estado de São Paulo” (SÃO PAULO, 2005), o município possui uma área total de 732.956 ha de vegetação nativa. No Plano diretor da cidade, é possível observar diferentes tipologias de vegetação:

de estágio avançado o dossel é fechado, sendo a altura média das árvores em tornode 15 m e o diâmetro médio de 25 cm.

• Floresta Estacional Semidecídua - são formações de ambientes menos úmidos do que aqueles onde se desenvolve a floresta ombrófila densa. Em geral, ocupam ambientes que transitam entre a zona úmida costeira e o ambiente semiárido. As características das áreas de Sorocaba, em estágio inicial, encontram-se representadas por uma fisionomia arbórea aberta com subbosque constituído por arvoretas heliófilas de ciclo curto, arbustos entre 1 e 4 m. No estágio médio o sub-bosque é denso e os indivíduos de grande porte podem atingir mais de 20 m, os diâmetros variam entre 10 a 30 cm. Nas áreas

• Floresta Ombrófila - caracteriza-se pela vegetação de folhas largas e perenes presente nos biomas Mata Atlântica. Esta formação está condicionada a ocorrência de temperaturas elevadas, em média 25ºC, e altas precipitações, bem distribuídas durante o ano, cujo período seco varia de 0 a 60 dias. Em estágio inicial trata-se de uma vegetação com baixa riqueza de espécies, ausência de estratificação, presença de árvores com diâmetro médio em torno de 8 cm e altura média de 5 m. Nos estágios médio a altura total média é de 10 m e o diâmetro médio é de 13 cm. No estágio avançado, este tipo de vegetação é denso, com

• Mata Ciliar - são florestas ou outros tipos de cobertura vegetal nativa, que ficam às margens de recursos hídricos. A mata ciliar de Sorocaba apresenta árvores com 4 a 8 m de altura.

árvores de grande porte, copas sobrepostas, formando um sub-bosque de baixa luminosidade. Dependendo da localização da vegetação a altura das árvores podem variar de 10 a 20 m. • Vegetação Pioneira - trata-se de uma fisionomia predominantemente herbácea, podendo ocorrer espécies arbustivas em número reduzido. A camada de serapilheira, quando presente é descontínua e/ou incipiente. A diversidade biológica é baixa, com poucas espécies dominantes. • Campos Úmidos (brejosas e várzeas) - se localiza nos ambientes das várzeas úmidas e alagadas, em periferias de cursos d’água e em lugares úmidos onde, de certo modo, existe acúmulo das águas dos rios, riachos e de chuvas, sua ocorrência pode ser natural ou decorrente de alterações no lençol freático, provocadas pelas atividades antrópicas (principalmente por aterros). É a cobertura vegetal arbustivo-herbácea, onde há predominância de gramíneas. • Savana Arborizada (Cerrado e Campo Cerrado) - as áreas de Cerrado caracterizam-se pela presença de espécies de hábito arbustivo arbóreo, de caules tortuosos, inclinados, com ramificações irregulares e com o estrato herbáceo-subarbustivo descontínuo. Trata-se de uma vegetação aberta que não forma dossel contínuo, com a maioria das árvores entre 3 e 8 m de altura e com alguns representantes maiores atingindo de 14 a 20 m de altura.

Localização da área de análise

• Vegetação Rupestre - fisionomia predominantemente herbáceoarbustiva com presença eventual de árvores e arvoretas pouco desenvolvidas. Na área a vegetação rupestre ocorre sobre extensões de afloramentos rochosos em relevo bastante ígreme. LEGENDAS RIO SOROCABA

• Campo Antrópico - trata-se de uma formação herbácea, composta por espécies nativas invasoras/ruderais. Correspondem às áreas gramadas, pastos com árvores remanescentes.

ÁREA DE INTERVENÇÃO USO PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAL COMÉRCIO E SERVIÇOS VEGETAÇÃO PIONEIRA USO PREDOMINANTEMENTE INDUSTRIAL CERRADO MINERAÇÃO MATA CILIAR VEGETAÇÃO ESTÁDIO MÉDIO EUCALIPITO/PINUS MATA DE VÁRZEA PASTAGEM / CAMPO ATRÓPICO CAMPO CERRADO

Vegetação remanescente do município de Sorocaba - SP Fonte: Plano diretor ambiental de Sorocaba

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Localização da área de análise

LEGENDAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANETE ÁREA DE INTERVENÇÃO RIO SOROCABA

LEGENDAS RIO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA ALTA

21. 1 MA PA DE A P P ´s

21.2 MAPA DE SUSC EP TI BI LIDADE A EROS Ã O

As áreas de preservação permanente (app´s) são as que possuem resguardo, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. No mapa é possivel observar que são áreas prioritárias para recuperação e conservação natural, sendo assim, têm grande potencial para a ordenação de um desenvolvimento territorial sustentável para Sorocaba.

Observa-se que as maiores concentrações de porções territoriais com as classes média, alta e muito alta susceptibilidade à erosão concentram-se nas áreas do parque Porto das Águas. Estas informações também refletem na proposta de que a base física destas áreas impõe algumas diretrizes, portanto, são áreas em que se pretende manter a maior proteção e recuperação ambiental da vegetação nativa. 52


A análise a seguir foi elabarodada pelo aluno Jeferson Fernando de Paula para o programa de iniciação científica da UNIP, ele descreve a metodologia de analises e os resultados obtidos: Nesta etapa, foi feito uso de imagens do satélite GeoEye de Julho de 2012. Fusionou-se a banda multiespectral (2 m de resolução) com a pancromática (50 cm de resolução) resultando em uma imagem com resolução de um metro, a fim de classificar a cobertura do solo do perímetro urbano da cidade. Realizou-se o procedimento de classificação supervisionada através do software livre Multispec® que consiste em duas etapas: a primeira é o treinamento e a segunda a classificação. Aplicou-se a inversão de bandas espectrais, utilizando-se as bandas verde, azul e infravermelho próximo. No processo de classificação utilizou-se seis classes de cobertura: (1) cobertura arbórea, (2) área impermeável, (3) relvado/gramínea (4) solo exposto (5) rio/lago (6) sombra. A finalidade foi obter o percentual de cobertura arbórea da cidade. Com o uso do Software ArcGis aplicou-se a função “Tabulate Area” que quantifica em metros quadrados a incidência de cada classe de cobertura do solo na área selecionada.

Arvores Área impermeável Gramíneas Solo exposto Rio

20404 m² 82464 m² 94648 m² 32908 m² 1288 m²

Observa-se que o Parque Porto das águas não foi objeto deste estudo, portanto, baseado nesses levantamentos, é possível observar a supressão da vegetação nativa causada pela intensa urbanização, sendo assim, foram traçados diretrizes a fim de recuperar e preservar a fauna e flora do bioma local.

21.3 DI RETRIZ ES - VEGE TA ÇÃ O Tendo como base os diagnósticos, foram estabelecidas diretrizes para a composição de árvores apropriadas às condições urbanas e ao clima de Sorocaba: • Para compor a arborização urbana é necessário considerar a diversidade de espécies, a adequabilidade delas ao meio e princípios de composição paisagística e estética. Isto ajuda a maximizar a biodiversidade e os benefícios microclimáticos, assim como a redução da necessidade de irrigação; • As espécies deverão ser escolhidas de acordo com o comprimento e largura das ruas; • Aumentar e recuperar a cobertura arbórea urbana, principalmente próximos aos recursos hídricos; • As árvores deverão ser plantadas sob condições que garantam sua saúde e vivacidade; • A plantação das árvores devem levar em considerações a orientação solar, como estratégia de proteção de insolação direta nas fachadas mais quentes e nos passeios e calçadas; Baseando na função e dimensões da rua, foi estabelecida uma paleta das espécies designando qual escala e forma de árvore é apropriada para cada região. No entanto, considera-se a vasta gama de árvores nativas do bioma local. BOLEVARES E AVENIDAS Considerar espécies de grande porte de 10 a 20 m RUAS LOCAIS Considerar espécies de pequeno e médio porte de 4 a 7 m para calçadas de 1,5 m. Considerar espécies de porte de 6 a 10 m para calçadas de 2m PRAÇAS E ESPAÇOS ABERTOS Qualquer tipo de vegetação nativa, considerando os espaços, diversidades e valor paisagístico de cada área ÁREAS DE PRESERVAÇÃO Considerar a proteção das espécies nativas da mata ciliar mediante ao isolamento ou cercamento da área a ser recuperada; adoção de medidas de controle e erradicação de espécies vegetais exóticas invasoras

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Pata-de-Vaca (Bauhinia forficata)

Urucum (Bixa orellana)

São-João (Senna phlebadenia)

Pau-Brasil (Paubrasilia echinata)

Murta-Vermelha (Allophylus edulis)

Pau-Ferro (Libidibia ferrea )

Craibeira 115 (Tabebuina aurea)

Ipê-Roxo(Handroanthus impetigs)

Quaresmeira (Tibouchina francavillana) (Cenostigma pluviosum)

Biriba (Eschweilera ovata

Amescla (Protium heptaphyllum)

Pitangueira (Eugenia uniflora)

Sibipiruna

Ipê-Amarelo (Handroanthus serratifolius)

Feijão-Bravo (Cynophalla flexuosa)

Ipê-Rosa (Hands selachidentatus)

Guapira (Guapira pernambucensis)

Maçaranduba (Manilkara salzmannii)

Crindiúva (Trema micranta)

As raízes das plantas seguram a terra, evitando o início do desbarrancamento. Onde a encosta está descoberta, sem a vegetação, a água das chuvas leva a camada superficial da terra e, a depender da força da enxurrada, ajudada pela força da gravidade, partes substanciais da encosta se desprendem e então pode-se ter uma situação catastrófica, muitas vezes de difícil recuperação. As plantas aqui citadas devem ser priorizadas para o plantio em encosta igual ou inferior a 30%.

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22. A S P E C TO S S O C I O E CO N Ô M ICO S Conforme o Plano Diretor Ambiental de Sorocaba, a região de intervenção (Zona Norte) possui predomínio de classes C e D, isto é, cercada por uma comunidade de baixa renda. Do ponto de vista socioeconômico, o projeto poderá estimular direta ou indiretamente a promoção e aumento de empregos imediatos em sua construção e permanente em sua manutenção, e principalmente através

de novos negócios voltados ao lazer e atividades similares, como comércio de alimentos, aluguel de bicicletas, a venda de equipamentos de lazer e esporte, entre outros. Esse olhar sobre a região além de fomentar a economia local, pode ser efetiva na transformação social, modificando o comportamento do munícipe em relação ao uso e convívio do local público, ocorrência demonstrada pela observação de grande número de pessoas nas áreas nos finais de semana.

MAPA D E P R E D O M I N Â N C I A D E C L A S S E D E RE N D IM E N TO

Localização da área de análise

Contudo, a estruturação de um sistema de parques na localidade, exige uma maneira diferente de planejar e projetar o futuro e o presente. Espaços públicos dinâmicos e inclusivos, com lazer, cultura e esporte denotam pontos nodais de uma política que reflete em restabelecer ao cidadão o direito à cidade, além de aprimorar múltiplos aspectos de sustentabilidade e qualidade de vida.

MA PA DE V U L NER A B I L I DA DE SOC I A L

LEGENDAS RIO SOROCABA

LEGENDAS

ÁREA DE INTERVENÇÃO

RIO SOROCABA ÁREA DE INTERVENÇÃO ATÉ 2 SALÁRIOS MÍNIMOS - CLASSE E ENTRE 2 E 5 SALÁRIOS MINIMOS - CLASSE D ENTRE 5 E 10 SALÁRIOS MÍNIMOS - CLASSE C ENTRE 10 E 20 SALÁRIOS MÍNIMOS - CLASSE B

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ESTUDOS DE CASO 57


FICHA TÉCNICA LocaL: São Paulo, SP Projeto: 2002 Conclusão da obra 2002 (1ª fase) 2004 (2ª fase) 2007 (3ª Fase) Área total: 240 000 m2 Área de intervenção: 90 000 m2 (2ª fase) Paisagismo: Rosa Grena Kliass Arquitetura Paisagística, Planejamento e Projetos - Rosa Grena Kliass (autora); José Luiz Brenna (co-autor); Alessandra da Silva, Gláucia Pinheiro e Mauren Oliveira (colaboradoras) Arquitetura e coordenação: Aflalo & Gasperini 58

PARQUE DA JUVENTUDE

23. PARQ U E DA JUVENTUDE Esse estudo de caso pretende meditar sobre como a paisagem urbana é mutável e adaptável ao contexto das necessidades físicas e sociais da sociedade. Analisando o projeto sobre uma narrativa histórica, percebe-se como as transformações do espaço interferiu não apenas nas paisagens urbanas, mas também como remarcou a memoria coletiva pertinente ao território. O espaço hoje é um lugar de lazer e cultura onde está implantado o Parque da Juventude e a Biblioteca de São Paulo. O local abrigava o maior complexo carcerário da América latina e já foi protagonista de acontecimentos marcado pela violência e tragédias, como no ano de 1992 com o maior massacre da história dos presídios brasileiros. Além de toda significância histórica e social, o estudo tem como objetivo analisar as condições físicas e técnicas paisagística que contribuíram na construção de uma nova espacialidade e no atendimento a acessibilidade de toda região metropolitana. Ocupando uma área de 240.000 m² parque da Juventude situa-se do município de São Paulo no bairro de Santana considerado o bairro mais antigo da zona norte, conhecida antigamente como fazenda Tiête ou Fazenda Sant’Ana LEGENDA BRASIL ESTADO DE SÃO PAULO CIDADE SÃO PAULO BAIRRO SANTANA

doada por sesmaria aos Jesuítas que construíram um colégio da companhia de Jesus. Desenvolvida inicialmente com características rurais, se localizava fora dos limites urbanos da capital. Em 1908 a linha férrea Tramway da Cantareira que era destinada a carga, passou a receber passageiros ligando a população ao centro urbano da cidade, gerando interesse em povoar a região. A partir daí, o bairro passou a receber infraestrutura urbana gerando desenvolvimento e criação de novos bairros na metrópole. Próximo ao rio Tietê a ocupação se deu de forma desordenada, criando uma morfologia discrepada, como a formação de loteamentos residenciais, á terrenos de maiores proporções para uso industrial, comercial e prestadoras de serviços. Outra característica são os equipamentos de caráter metropolitanos que geram intensas atividades na região, como: a Expo Center Norte , o Centro de Exposições do Anhembi , o Shopping Center Norte e o Pólo Cultural Grande Otelo (Sambódromo) atraindo um público de larga escala. Outros, como o Campo de Marte, Terminal Rodoviário do Tiete e a estação Carandiru são importantes equipamentos de acesso à região. A PROPOSTA Com a coordenação de Roberto Aflalo Filho, a equipe vencedora responsável pelo “Plano Diretor - Parque Carandiru - Centro de Valorização do Homem” como denominaram a proposta, tinha como objetivo um plano geral para toda a área, que deveria oferecer para a cidade diversos equipamentos, um novo centro sociocultural e, um espaço de lazer que proporcionasse uma interação da população com aquele território. PROGRAMA DE NECESSIDADE: A secretaria da Administrações Penitenciarias pretende que, com a desativação das atividades prisionais, o conjunto da área do Carandiru e de suas edificações remanescentes seja destinada integralmente para usos públicos e institucionais. Das edificações atuais serão apenas mantidas: 1. Parte da Casa de Detenção, com a implosão dos Pavilhões 8 e 9, situados na parte contigua ao Córrego Carajás; 2. Parte da Penitenciária do Estado: a administração e o primeiro pavilhão; 3. A antiga Casa do Diretor, hoje ACEDEPEN; 4. Parte das muralhas como testemunho histórico das antigas funções. As demais edificações serão demolidas integralmente, liberando área para os usos a serem propostos. (IAB, 1993, p.06).

PARQUE DA JUVENTUDE Fonte: CRB. Disponível em: https://crbconstrutora.com.br/apartamentos-na-plantaem-sorocaba. Acesso em Novembro de 2019.


A proposta foi construída em etapas, sendo dividida em 3 fases: 1 - Parque esportivo, 2 - Parque central, 3- Parque Institucional. Parque Esportivo Com configuração linear, de aproximadamente 380 metros de comprimento, este setor, com acesso pela Av. Zaki Narchi, faz a ligação desta via com o Parque Central. O programa é composto por dez quadras poli-esportivas, pista para skate, circuito de arborismo junto à porção preservada de mata atlântica, que se distribuem em meio a recantos de estar e áreas ajardinadas. Este setor poderá funcionar independentemente do acesso ao restante do Parque, permitindo seu uso noturno. Como suporte para o complexo, existem edificações que abrigam os vestiários coletivos e um bar / lanchonete, integrados espacialmente através de uma grande marquise. A área é estruturada pela Alameda Principal, passeio arborizado por Guapuruvus (Schizolobium parahyba), Paus-Brasil (Caesalpinia echinata) e Jequitibás-rosa (Cariniana legalis), criando eixo alinhador de todo o Parque. Ao sul da Alameda há uma trilha oferecendo percurso alternativo com pequenos nichos de estar e equipamentos de recreação. Há um cuidado especial no projeto de iluminação, já que o espaço recebe visitante no período diurno e noturno. Parque Central Setor com maior concentração de vegetação arbórea significativa, é limitado a oeste pelo canal do Rio Carajás e a leste pelas muralhas da Penitenciária do Estado e pelo Presídio Feminino. O acesso é feito pela Av. Ataliba Leonel. Algumas edificações existentes, entre as quais o edifício tombado de autoria do Escritório Ramos de Azevedo, abrigará futuramente o Museu de Memória do Carandiru. dois edifícios foram completamente demolidos, bem como duas faces do quadrilátero murado do complexo em construção. No entanto, parte das estruturas e das muralhas permaneceram recobertas espontaneamente por vegetação, elass foram incorporadas ao projeto. Foram construídos acessos ao topo da muralha, uma passarela conecta novamente dois trechos separados da muralha, possibilitando o passeio elevado a 6,50 m acima do nível do solo. Neste nível, além de poder passear por entre a copa das árvores, tem-se a possibilidade de observar o Parque e a cidade. Como contraponto aos densos maciços arbóreos existentes, o perfil do terreno foi remodelado, criando-se colinas suaves e extensos gramados, reforçando o caráter naturalístico e oferecendo lugares para a contemplação e descanso. Parque Istitucional Foram mantidos dois dentre os quatro edifícios originalmente previstos para reciclagem nesta área do parque. São elementos volumétricos marcantes deste setor, constituindo uma grande esplanada voltada para a Av. Cruzeiro do Sul, com acesso direto da estação Carandiru do Metrô. Desta esplanada nasce o eixo estruturador ligando este setor aos Parques Central e Esportivo, possibilitando a sua continuidade no desenvolvimento futuro do Parque. Os dois pavilhões reciclados são: Pavilhão-04 (Centro de Inclusão Digital e Centro Paula Souza) e Pavilhão-07 (Centro de Cultura). A preservação de um conjunto arbóreo, especialmente Paus-ferro (Caesalpinia ferrea), no lado norte da Praça, propiciará de imediato sombra aos bancos Sob um novo maciço de árvores dispostas longitudinalmente, ao sul da Praça, se dá um outro espaço de estar, acompanhando a Alameda Principal.

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IMPLANTAÇÃO

Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/880975/parque-da-juventude-paisagismo-como-ressignificador-espacial>. Acesso em Setembro de 2019.

CORTE - DECK

Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ projetos/14.162/5213?page=3>. Acesso em 08 de setembro de 2019.

CORTE TERRENO - ESCADAS

Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ projetos/14.162/5213?page=3>. Acesso em Setembro de 2019.

VISTA - PAVILHÕES 4 E 7

Disponível em: <https://teoriacritica13ufu.wordpress.com/2010/12/17/parque-dajuventude/>. Acesso em Setembro de 2019.

VISTA - PAVILHÕES 4 E 7

Disponível em: <https://teoriacritica13ufu.wordpress.com/2010/12/17/parque-dajuventude/>. Acesso em Setembro de 2019.

CORTE DAS QUADRAS POLI ESPORTIVAS

Disponível em: <https://teoriacritica13ufu.wordpress.com/page/2/>. Acesso em 08 de setembro de 2019.

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FICHA TÉCNICA Obra: Madrid Rio - Rio Manzanares. Local: Madri, Espanha. Ano: 2006. Conclusão em 2011. Área total do Parque: 8,2 milhões de m2 de áreas revitalizadas, corta a metrópole de Madri por aproximadamente 42 km e despeja suas águas no rio Tejo, um dos principais rios da Europa. Projeto Paisagístico ou Projeto Urbanístico (autoria de projeto / escritório): Coordenação: Ginés Garrido Colomero / Escritório: MRío Arquitectos Asociados (formado por três escritórios espanhóis) e o West 8 – Urban Design & Landscape Architecture, Burgos & Garrido, Porras La Casta, Rubio Alvarez Sala.

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PARQUE DO RIO MADRI

24. PARQ U E DO RIO MADRI Durante toda a história de sua evolução urbana, Madrid cresceu negando o rio, conferindo-lhe um caráter insignificante e esquecido, servindo de barreira e divisor da cidade. Com um processo de degradação cada vez maior, as décadas de 1960 e 1970 foram decisivas para o real esquecimento do rio Manzanares na cidade, que ocupou suas margens (LEIDENS, 2012).

MAPA DE LOCALIZAÇÃO

Disponível em: <https://www.docsity.com/pt/madri-rio/4877387/>. Acesso em Maio de 2020.

Nesse período foi implantada pelo governo uma série de rodoanéis e seu vale foi utilizado para a construção da rodovia M-30, com pistas de alta velocidade conectando a cidade às rodovias federais. Com a demora na conclusão da obra, a malha urbana se estendeu, atingiu e ultrapassou os limites da rodovia M-30 que, por conceito, deveria ser periférica e isolada da ocupação urbana. Esse elemento viário se tornou então um divisor entre cidade e o rio, e constitui um marco da barreira física e psicológica existente entre as áreas urbanas situadas em ambos os lados. Em meados da década de 1990 o desejo de revitalizar a região cortada pelo rio ganhou força pela condição econômica favorável vivida pela Espanha. O exemplo dado por Barcelona nas Olimpíadas de 1992 ressaltou esse objetivo na administração local e, durante os primeiros anos do século XXI, vários projetos foram pensados para a área. Em 2005 a prefeitura de Madri lançou um concurso de ideias para requalificação da área (LEIDENS, 2012). A equipe de projeto vencedora propôs resolver a situação urbana exclusivamente utilizando recursos de arquitetura da paisagem. O design é baseado na ideia de 3+30, um conceito que propõe dividir os 80 hectares do desenvolvimento urbano em uma trilogia de projetos estratégicos iniciais que estabeleçam uma estrutura básica para então servir como fundação sólida para um número de projetos posteriores, iniciados em parte pela prefeitura e também por investidores privados e moradores. O projeto se baseou na eliminação das vias que margeavam o rio e na criação de um parque linear com o objetivo de estabelecer conexões de diversas naturezas e em diferentes escalas, como pontes para pedestres, para veículos, praças e mirantes (BORTOLUZZI, 2012; LEIDENS, 2012).

ANÁLISE

O Parque foi elaborado em torno de três pilares: meio ambiente, lúdico e esportes. A obra resultou em 42 quilômetros de ciclovias, mais de 4.000 novas vagas de estacionamento além de instalações desportivas, centros de criação 76 artística, plataformas culturais, uma praia urbana, 13 fontes ornamentais, quiosques, 17 áreas de lazer infantil e mais de 30 mil árvores plantadas ao longo dos quatro trechos descritos (LEIDENS, 2012). De acordo com Sell (2018) o projeto alia dois objetivos urbanos fundamentais em um só desenho: a necessidade da mobilidade em uma cidade cada vez mais saturada e a necessidade de espaços públicos para investir na qualidade de vida das pessoas. Portanto, concilia muito bem estes principais propósitos: além de trazer a revitalização do espaço, também renova a paisagem, convertendo antigas barreiras (a autoestrada) da cidade em costura entre seus cenários. Com relação à funcionalidade e a contribuição social, a obra colabora com a diminuição da poluição sonora e visual, ademais, limpa as águas do Rio Manzanares, antes poluídas. Outro ponto forte é a criação de ambientes para diversos tipos de pessoas e idades, podendo ser utilizados todos os horários do dia. Isto gera condições para que sempre haja público presente, ocorrendo uma vigilância natural destes espaços, diminuindo a violência espontaneamente. É imprescindível tratar a cidade como um ambiente dinâmico que está em constante processo de transformação. As cidades crescem e se transformam – assim como suas necessidades. E é essencial refletir em seus espaços as novas expectativas e carências da população, acompanhando a sua evolução. Este tipo de iniciativa é importante não só pela valorização local, mas também por trazer diversas vantagens. Como, por exemplo, o crescimento da economia, turismo, comércio e serviços, além da preocupação com a paisagem e desenho urbano. Isso faz com que o entorno se obrigue a aumentar seu nível de qualidade para acompanhar estes projetos e assim competir para trazer para si também estes ganhos. Cria-se assim um ciclo (SELL, 2018).

MASTERPLAN RIO MADRI

Disponível em: <http://www.isocarp.net/Data/case_studies/1872>. Acesso em Maio de 2020.


De acordo com Bortoluzzi (2012) a intervenção do rio Manzanares pode ser dividida em cinco núcleos principais: • Salón de Pinos (realização: 2010): é projetado como um espaço verde linear que ligará os espaços urbanos existentes e os novos entre si ao longo do Manzanares River, localizado quase inteiramente no topo de um túnel de autoestrada, e faz referência à flora das montanhas nos arredores de Madri. Os pinheiros capazes de sobreviver sobre rochas são plantados em mais de 8000 metros quadrados. Uma “coreografia” da plantação da árvore com diferentes cortes, seleções de características de crescimento de árvores, plantas combinadas e inclinadas levam a um caráter natural e escultural do espaço para criar um monumento botânico. Uma variedade de testes, plantas e materiais cuidadosamente selecionados formam o design de um suporte para árvores com referências aos chifres do touro.

• Ponte Cascara (realização em 2010): ao contrário da infraestrutura usual técnica e pragmática de pontes para pedestres, foi criado um lugar onde o rio é realmente vivenciado. Ele é projetado como uma cúpula maciça de concreto com textura áspera. As pontes têm escala de elementos do parque e não infra estrutural. Mais de cem formam o estreito deck de metal. O detalhamento fino se torna visível quando entra na ponte. O teto possui mosaicos do artista espanhol Daniel Canogar. Na borda do teto a luz entra e ilumina o trabalho de arte e o deck por reflexão.

e permitirá uma estruturação de espaços clara com alta variedade de diferentes humores.

PONTE ARGANZUELA

Disponível em: <https://www.west8.com/projects/all/madrid_rio/2>. Acesso em Maio de 2020.

PONTE CASCARA

Disponível em: <https://www.west8.com/projects/all/madrid_rio/2>. Acesso em Maio de 2020.

SALON DE PINOS

Disponível em: <https://www.west8.com/projects/all/madrid_rio/2>. Acesso em Maio de 2020.

• Avenida de Portugal (realização: Maio 2007): um dos caminhos mais importantes no centro de Madri. É caracterizada pelos seus arredores impressionantes. A rodovia fica na fronteira entre um dos mais densos quarteirões residenciais e a Casa de Campo – antigamente terreno de caça do rei da Espanha – e de longe oferece uma vista impressionante para o centro da cidade histórica na margem do Manzanares. Realocando a estrada em um túnel e providenciando estacionamento subterrâneo para mil veículos, foi possível converter o espaço em um jardim, beneficiando os moradores locais em particular. O design faz referência a Portugal como seu tema – a extensão da Avenida de Portugal leva em direção a Lisboa, no processo de travessia de um famoso vale por suas flores de cerejeira e por outro lado extremamente enterrado e inóspito como o clima da Estremadura. A abstração das flores de cerejeira como um elemento de design do parque, o plantio de diferentes tipos de cerejeiras para estender o período em que elas florescem, a reinterpretação da pavimentação de Portugal e a conexão do espaço com seu entorno levou à criação de um espaço público popular.

AV. PORTUGAL

Disponível em: <https://www.west8.com/projects/all/madrid_rio/2>. Acesso em Maio de 2020.

• Huerta de la Partida (primeira fase de realização em 2007, segunda fase em 2009): oferece vistas do Palácio Real e da Catedral de La Almudena. A intervenção conectou a estrutura com os terrenos de caça e o jardim de fruta e vegetal do outro lado do rio. Através das mudanças de infraestrutura dos anos 50 o pomar se transformou num centro de transportes. Ao contrário da tendência inicial de criar uma reconstrução histórica, a Huerta é agora uma interpretação moderna do pomar. É formado por uma grande variedade de árvores frutíferas em grupos, arranjadas em fileiras alternadas: figueiras, amendoeira, romeira e outras árvores que simbolizavam o paraíso no passado.

PONTE CASCARA

Disponível em: <https://www.west8.com/projects/all/madrid_rio/2>. Acesso em Maio de 2020.

• Parque da Arganzuela (realização em 2011): o motivo dominante para a maior parte do projeto é a água. O rio Manzares canalizado e abandonado é cercado por paredes arquitetônicas. O parque é baseado nas diferentes emoções e paisagens no contexto da água, o que faz desse elemento algo sensível e explorável. O sistema de riachos atravessa o parque e formará em cruzamentos e com a topografia diferentes espaços e lugares. Os diversos riachos têm cada um seu próprio caráter. O Rio Seco, por exemplo, é uma interpretação dos rios da paisagem espanhola nos quais você sente a presença da água em qualquer estação, mas ao longo do ano somente a vegetação ao longo do leito do rio e seus pedregulhos são visíveis. A variedade botânica criará diferentes atmosferas

A recuperação da água do rio foi realizada com a instalação de novos coletores e estações de tratamento, entretanto, em virtude dos trechos da autopista M-30, que atravessavam o rio, a tarefa de revitalização encontrou obstáculos. Nessa área havia diversas construções históricas, como a Puente de Segovia (a ponte mais antiga da cidade), a Ermita Virgen del Puerto e a Puente del Rey. Além da revitalização do rio, o projeto considerou a recuperação de todo esse patrimônio, para preservar a história da cidade em meio à criação do parque. A autoestrada não foi demolida completamente, mas o trânsito dos veículos foi desviado por túneis subterrâneos. Sobre as vias enterradas foi implantada uma grande área de lazer, com passeios, ciclovias, fontes, locais de recreação para crianças, praia artificial, quadras esportivas, instalações culturais e diversos equipamentos públicos (PCS, S/D). Sobre a drenagem urbana e sua correlação com a infraestrutura verde, o parque se conecta com outras áreas verdes já existentes e o centro da cidade, ou seja, possibilitou a conexão entre diversos espaços públicos e verdes. Intervenções em menor escala aumentaram a permeabilidade da cidade e a arborização, além de permitir a adoção de modernas soluções para o reuso da água (PCS, S/D). Com relação à mobilidade e seus novos modais, destaca-se a integração de bairros e a reabilitação do Rio Manzanares e seu entorno. Também requalificou antigas pontes e aproximou os cidadãos do espaço público da cidade, através das ciclovias e pistas de caminhada, cercadas por árvores e pelo próprio rio, permitindo que as pessoas passeiem ou se desloquem entre os bairros com segurança. O parque ainda possui dezenas de estações de metrô e trem, que o conectam aos bairros mais periféricos. O projeto trocou os mais de 200 mil carros que trafegavam pela avenida diariamente por onze novas áreas de lazer infantis, seis áreas de lazer para jovens e adultos, trinta quilômetros de ciclovias, 253 mil metros quadrados de áreas livres, que podem ser usadas para práticas esportivas diversas, 33 mil novas árvores e 429 hectares de zonas verdes. O que antes era apenas uma via exclusiva para o tráfego de veículos poluentes, hoje é um espaço que agrega vida e valor à cidade (CICLOVIVO, 2017). 61


Obra: Imagine Boston 2030. Local: Boston, EUA. Ano: lançamento em 2015, estimativa de conclusão em 2030. Área total do projeto: indefinida. Projeto Paisagístico ou Projeto Urbanístico (autoria de projeto / escritório): arquitetos da SCAPE.

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IMAGINE BOSTON 2030

FICHA TÉCNICA

25. IM AG IN E BOSTON 2030 CONCEPÇÃO DO PROJETO (CONCEITOS E PROPOSTA) Imagine Boston 2030 é o primeiro plano de Boston da cidade em 50 anos. Formado por mais de 15.000 residentes, possui a proposta de criar uma estrutura para preservar e aprimorar Boston. O projeto faz parte da iniciativa Imagine Boston 2030, partindo de um estudo dos mapas de inundação “Climate Ready Boston 2070”, desenvolvidos pelas autoridades do município. O objetivo principal é preparar à cidade para o futuro, construindo infraestruturas ao longo dos eixos de inundação mais vulneráveis locais (BOSTON, 2020). Desta forma, o projeto apresenta estratégias que devem ampliar o acesso às praias da cidade, abrindo espaço ao longo da orla, protegendo a cidade de futuros eventos de inundação, estabelecendo melhorias de capital nas escolas, estradas, pontes, parques, bibliotecas, centros comunitários, postos de bombeiros e outros ativos da comunidade (BOSTON, 2020).

PROJETO PARA O BAIRRO DE DORCHESTER

Disponível em: <https://www.masslive.com/news/erry-2018/10/eb49df67d59579/these-14-maps-showhow-boston.html>. Acesso em Maio de 2020.

DORCHESTER Em Dorchester, o plano “Resilient Boston Harbor” quer expandir pântanos e praias. Tenean Beach e Victory Beach são os focos deste projeto. Planos de bairro em Dorchester O plano de Boston também é uma maneira de ajudar a cidade a atingir sua meta de neutralidade de carbono até 2050 . Isso significa facilitar o acesso de residentes e visitantes a formas alternativas de transporte, como bicicletas. O Blue Bikes , um programa de compartilhamento de bicicletas em Boston. Parte do plano da cidade em Dorchester é redesenhar melhores ciclovias ao longo do Morrissey Boulevard.

PREVISÃO DE INUNDAÇÕES 2070

Disponível em: <https://www.masslive.com/news/erry-2018/10/eb49df67d59579/these-14-maps-showhow-boston.html>. Acesso em Maio de 2020.

ANÁLISE O projeto procura criar uma série de paisagens elevadas, parques à beiramar, edifícios adaptados às enchentes e a revitalização da orla marítima da cidade. O esquema se concentra fundamentalmente em quatro grandes áreas: East Boston e Charlestown, North End e Downtown, South Boston e Fort Point e Dorchester Waterfront (WALSH, 2018). Em East Boston, um sistema de contenção de inundações foi projetado para ser implantado na East Boston Greenway, enquanto a Constitution Beach será redesenhada para receber modernos mecanismos de proteção contra enchentes além de novas áreas de recreação e acesso à praia. Os principais corredores de transporte, como a Bennington Street e Main Street (WALSH, 2018).

PROJETO PARA O BAIRRO DE DORCHESTER

Disponível em: <https://www.masslive.com/news/erry-2018/10/eb49df67d59579/these-14-maps-showhow-boston.html>. Acesso em Maio de 2020.

EAST BOSTON, CHARLESTOWN Em East Boston e Charlestown, a cidade planeja desenvolver parques, preservar áreas naturais e elevar as principais rotas de transporte. Planos de bairro em East Boston, Charlestown Os projetos em East Boston consistem em elevar vias como a Bennington Street e o East Boston Greenway. Atualmente, uma seção da Main Street já está sendo elevada. A reconstrução de vários parques e projetos de uso misto em Charlestown também está sendo considerada.


É um plano para o sucesso em longo prazo, moldando as principais decisões nos próximos anos. O plano estabelece cinco metas de ação: • Melhorar os bairros: exige a preservação dos moradores que moram nos arredores, ao mesmo tempo em que aprimora os espaços públicos, os serviços dos bairros e as conexões de transporte. • Incentivar os centros de emprego de uso misto: isso significa cultivar bons empregos, comodidades e moradias de renda mista em núcleos comerciais como o centro da cidade, Chinatown, Fenway, Longwood Medical Area e South Boston Waterfront, bem como em bairros como Charlestown, Allston e South End. PROJETO PARA O CENTRO DE BOSTON

Disponível em: <https://www.masslive.com/news/erry-2018/10/eb49df67d59579/these-14-maps-showhow-boston.html>. Acesso em Maio de 2020.

O CENTRO DE BOSTON O centro de Boston, onde vivem muitas das atrações e empresas turísticas da cidade, fica perto da orla. Os riscos de inundação ameaçam o centro financeiro de Boston, a zona histórica da orla, destinos turísticos e bairros residenciais. Planos do bairro no centro de Boston Segundo a cidade, os planos de redesenhar o centro da cidade e o North End incluem atualizações e mecanismos contra inundações em torno do da área. Os planejadores também querem conectar um trecho de 2,5 quilômetros de caminhos para pedestres. Sob o projeto de obras públicas, dois cais ao longo da orla norte também estão sendo planejados, essa área pode ser “a porta de entrada para o transporte de água”.

PROJETO PARA O BAIRRO NO SUL DE BOSTON

Disponível em: <https://www.masslive.com/news/erry-2018/10/eb49df67d59579/these-14-maps-showhow-boston.html>. Acesso em Maio de 2020.

SUL DE BOSTON O sul de Boston já está em constante transformação. Com o distrito de Seaport florescendo com novas propriedades de arranha-céus, aparentemente a cada ano, as áreas circundantes são agora o foco do plano de resiliência climática da cidade. Por meio do “Resilient Boston Harbor”, a cidade espera desenvolver a via pública “Emerald Necklace”, que se estende por vários bairros. Os planos incluem conectar os corredores verdes, a fim de criar um sistema de parques no local. A cidade tem planos para ruas mais elevadas e estruturas prontas a enfrentar as alterações do clima na orla do sul de Boston. As representações dos planos da cidade incluem caminhos elevados adjacentes ao Harborwalk e recursos de proteção ao longo das linhas costeiras.

• Expandir os bairros: Boston tem oportunidades históricas para adicionar moradias de renda mista e bons empregos em áreas subutilizadas e propícias ao trânsito, como Beacon Yards, Fort Point Channel, Newmarket / Widett, Suffolk Downs, Readville e Sullivan Square. • Criar uma orla para as gerações futuras: deve permanecer comprometida com o planejamento climático proativo e com o investimento para criar uma orla que atenda a todos os moradores e apoie as gerações futuras. • Corredor Fairmount: gerando redes de oportunidades através de investimentos coordenados em educação, transporte, artes e cultura, espaço aberto e empregos ao longo desta rota importante que percorre alguns dos bairros historicamente mais carentes da cidade.

“Não estamos apenas preocupados com a próxima enchente, estamos planejando a cidade para os desafios que a próxima geração deverá enfrentar. Um porto completamente redesenhado fará com que a nossa cidade esteja preparada para as mudanças climáticas já em curso, além de oferecer uma oportunidade para qualificar os espaços e a infraestrutura da cidade de Boston, tanto para o presente quanto para o futuro. Quando o porto de Boston estiver pronto para encarar os desafios do futuro, a cidade tornar-se-a um exemplo de resiliência e visão de futuro, transformando-se em um ícone de combate às mudanças climáticas para outras cidades do nosso país e do mundo. Este é o nosso verdadeiro desafio.” -Martin J. Walsh, prefeito de Boston

PROJETOS DE PASSEIOS ELEVADOS.

Disponível em: <https://www.masslive.com/news/erry-2018/10/eb49df67d59579/these-14-maps-show-how-boston.html>. Acesso em Maio de 2020.

63


64


O PROJETO 65


26. PARTI DO P R O J E TU AL Com base nos diagnósticos urbanos da área de intervenção, é possível perceber que a atual estrutura da cidade não prioriza o cuidado social, gerando assim agravamentos na funcionalidade conforme os ideais de dimensão urbana, sustentabilidade, mobilidade, caminhabilidade, drenagem e qualidade ambiental. Essa estrutura acaba refletindo no contato entre a população e o meio natural, visto como barreiras e causador de desastres. Portanto, foram traçadas diretrizes e objetivos para o desenho do parque, a fim de garantir a mitigação dos problemas levantados e contribuir para a qualidade de vida da população. • Conexão entre os parques e espaços livres • Reintegração entre o rio e a cidade • Revitalização de parques já existentes • Contenção de cheias • Priorização para pedestres e modais de transporte ativo • Oferta de áreas públicas de esporte, lazer, cultura e contemplação • Preservação dos sistemas naturais • Preservação do patrimônio histórico • Oferta de alternativas para o crescimento e integração socioeconômico • Conscientização Ambiental

contato com o rio;

Estabelecer âncoras urbanas: são localidades capazes de atrair público para atividades de

lazer, cultura e comércio, inseridas no projeto para reforçar as ligações entre os bairros e destinos, destacando visuais e aumentando a identidade do lugar. • Preservar a memória da cidade por meio da valorização e resgate da arquitetura histórica local; • Fomentar parcerias público-privado para o melhor aproveitamento de espaços subutilizados, dando melhor uso, atraindo pessoas para o local; • Destinar o lago no Porto das águas para atividades de pesca e esportes náuticos; • Incentivar programas e eventos em áreas públicas com temas socioambientais, induzindo o pensamento da população à preservação

do rio e das áreas verdes; • Estabelecer usos junto as margens que garantam a movimentação de pessoas; • Fomentar a implantação de um centro gastronômico; • Criar um espaço livre para eventos e cultura a fim de atender as demandas da população e industrias do seu entorno; • Disponibilizar uma área para eventos, apresentações e shows dentro do Parque das águas; • Fixar uma base de administração, fiscalização e educação ambiental.

Sendo assim, as diretrizes para o desenho são:

Definir portais: pontos estratégicos para reforçar a transição, a entrada no parque e fortalecer

as passagens urbanas, valorizando os espaços públicos. • Criar áreas de praças, parques e caminhos verdes que se interligam e se conectam ao rio e a cidade; • Privilegiar o pedestre no contato com o rio aproximando a população das suas margens.

Estabelecer conexões: melhorar a acessibilidade e a conexão entre os setores, fomentando a

caminhabilidade e modais de transporte sustentável. • Diminuir as distâncias ao longo do parque implantando novas transposições, com priorização do pedestre; • Inserir pontos para aluguel de bicicleta, estimulando seu uso como alternativa para percorrer distâncias maiores; • Condicionar o estacionamento de veículos às margens do terreno, possibilitando o espaço para os pedestres, áreas de lazer e esporte; • Estabelecer pontos modais de transporte público urbano integrado, que desestimulem o acesso de veículos dentro do perímetro.

S/ Escala

D e f in ir p o r tais

S/ Escala

Estabel ecer conexões

Fomentar a qualidade ambiental: melhorar as questões de drenagem urbana e microclima

local.

• Implantar infraestruturas verdes para contenção das águas pluviais; • Reestruturar os desenhos dos parques existentes para responder as problemáticas do local; • Reorganizar espaços que façam a contenção das águas nas várzeas que precedem o perímetro urbano; • Preservar e resgatar o sistema natural dentro da cidade, intervindo em áreas degradadas e ou subutilizadas; • Criar espaços de permeabilidade física e visual, e que dele se estabeleça

S/ Escala

Fo m e n ta r a qual id ad e ambiental

S/ Escala

Estabel ecer âncoras urbanas

66


27. SETO R I Z A Ç Ã O Para reestruturar o sistema de parques a área foi dividida em setores, desta forma, pode-se refletir sobre as necessidades de cada área e a viabilidade financeira para o custeio da implantação. A proposta está estruturada na criação de três principais setores, interligados entre si, que objetivam fomentar o senso de pertencimento nos atuais e novos usuários, e moradores da região. Os setores são apresentados e caracterizados por ordem prioritaria a seguir:

Parque esportivo e de eventos ao ar livre O parque esportivo e de eventos ao ar livre foi destinado ao Parque das águas, por ser uma área já frequentada pela população para a prática de esportes e eventos, reforçando o senso de pertencimento do local. Essa área é prioridade de intervenção pelos problemas deccorentes de drenagem urbana. O programa do parque esportivo e eventos ao ar livre se dá por: • Quadras Poliesportivas • Quiosques • Playground • Pistas de esportes sobre rodas • Praça de eventos

C ONEXÕES

Parque Cutural O parque cultural foi destinado a área do antigo matadouro, a área será destinada para implantação de um pavilhão cultural de eventos e exposição. As intervenções prioritárias nessa área é a da conservação e restauro do patrimônio histórico.

Parque Natural

São os elementos que ligam as âncoras urbanas, para isso foi proposto diversas passarelas e passeios que interligam os parques entre si e entre outras âncoras já consolidadas, como exemplo o Jardim Botânico Irmãos Villas Boas. Nos locais de topografia acidentada foram propostas passarelas nas principais barreiras fisicas. Essas conexões têm como premissa a priorização de pedestres e ciclistas.

O parque natural, de lazer e contemplação, foi destinado as áreas do Parque Porto das águas, a bacia de contenção do Abaete e às margens do Rio Sorocaba e corpos hídricos. Essas são as áreas destinadas a intensificação da conservação e preservação ambiental. O programa do parque natural se dá por: • Praças de alimentação • Mirantes e decks elevados • Apoio para prática de esportes náuticos • Edifício de apoio administrativo e educação ambiental • Passarelas elevadas • Anfiteatros Naturais

JARDIM BOTÂNICO IRMÃOS VILLAS BÔAS

Lujiazui Pedestrian Bridge - Xagai / China. Disponível em: https://www.thecityfixbrasil.org/2012/12/14/ lujiazui-pedestrian-bridge-uma-passarela-diferente-na-china/ . Acesso em maio de 2020

L E G E ND AS SETOR ESPORTIVO E DE EVENTO AO AR LIVRE Parque das água SETOR CULTURAL Antigo Matadouro SETOR NATURAL Parque Porto das águas e corpos hídricos PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO

CONEXÕES ENTRE MARCOS URBANOS

S/ Escala

TRANSPOSIÇÕES

67


A

2 8. IM PLANTAÇ ÃO Quiosques

Á re a co m p e rgo lado s para fe iras , eve nto s e s o mbra A = 9 4 9 m²

Chafariz de Piso

Á re a lú dica de as pe rção de água d o p is o

Esportes Naúticos C

Á re a para p rát ica de stand up pad dle , caiaq ue e pe d alinho s - A = 1 6 3 0 m²

Esporte Sobre Rodas

Á re a para prát ica de BM X, patin s t ro t inete , e nt re o ut ro s - A = 2 7 5 6 m²

em

linha,

Antigo Matadouro

JA

RD

IM

DE

CH

JA

UV A

RD

IM

DE

CH

UV A

Pat r imô nio H istó r ico - A =3 5 0 m²

Praça de Alimentação

Á re a para re staurante s , me rcado de pro duto s o rgânico s , lanc ho n ete s , cafete r ias , w ine h o us e , e nt re o ut ro s - A = 4 6 4 5 m²

Anfiteatro / Escadarias

Á re as de to p o grafia ac id e ntad a u s adas co mo mo biliár io ur bano o u anfite at ro s - A = 1 2 5 8 9 m²

Estacionamentos

Á re a d e e stac io name nto s d e ve íc ulo s , carga e de s carga - A = 7 1 1 7 m²

Praça de Eventos

B

Á re a livre d e st inada a eve nto s A = 1 0 8 4 8 m²

Escultura Criador e Criação - Já exixtente

A br igo s d e e mbarqu e e de s e mbarque do fut uro VLT - A = 2 2 1 m²

JA

RD

IM

DE

CH

UV A

A

Estação VLT

ADM / Ed. Ambiental

Á re a de st inada a adiminist ração, s e guran ça e info r maçõ e s do p arq ue - A = 1 8 7 m²

B

Mirante / Deck

De c ks e levado s de st inadas a mirante s e áre as de e star - A = 8 5 0 3 m²

Passarelas

Pas s are las e levadas d e st inadas a t rave s s ias de pe d e st re s e c ic listas

C

Pavilhão Cultural

Pavilhão de st in ado a d ive rs o s eve nto s c ult u rais , fe iras e n e gó c io s - A =3 5 7 7 m²

Playground

Á re as de re c re ação de st inadas a implantação de e qu ipame nto s lúd ico s - A = 1 0 7 0 8 m²

Abrigo Transp. Público

A br igo d e e mbarque e d e s e mb arque do fut u ro BRT A = 2 0 8 m²

Quadras Poliesportivas

LEGENDAS

Campo d e s po r t ivo para prát icas de jo go s de bas qu ete , tê nis , vô le i, fut s al, e nt re o ut ro s - A = 4 1 1 m²

Travessia Pedestre

Pas s are las d e st inad as ao us o exc lus ivo d e pe de st re s

Ciclovias Trilho VLT

Vestiários

Faixa elevada pedestre

Bicicletário

Passeios elevados

Á re a d e st inad a a s anitár io s e ve st iár io s - A = 1 8 7 m²

Á re a p ara o e stac io n ame nto d e bic ic letas

Dunas de Grama

Dun as de grama qu e po de m s e r us adas co mo mo biliár io o u p laygro un d n at urais - A = 3 7 2 9 m²


29. CORT ES

Passeio Lago Porto das águas

Lago Porto das águas 546

546

545

CORTE AA Escala: 1:500

Av. Quinze de Agosto

Passeio

Passeio

Ciclovia Ciclovia Av. Dom Aguirre

552 Rio Sorocaba 546

Passeio

Jardim de chuva

Lago de Retenção

547

546

544

Passeio 546

546

545

CORTE AA - Continuação Escala: 1:500

Ciclovia

Ciclovia Rio Sorocaba

Passeio

Av. Dom Aguirre

Lago de Retenção

551

548 545 544

CORTE BB Escala: 1:500

547

Rua


Passeio

Jardim de chuva

Ciclovia Rio Sorocaba

Passeio

Av. Dom Aguirre

Lago de Retenção

547

546

544

544

545

CORTE CC Escala: 1:500

Lago de Retenção

545

CORTE CC - Continuação Escala: 1:500 Lago de Retenção

Passeio

Passeio

550 545

CORTE CC- Continuação Escala: 1:500

546


30.REFERÊNCIAS PROJETUAIS S/ escala

Fonte das imagens: Pinterest, 2020.

71


72


O PAVILHÃO CULTURAL 73


31. AN T IG O MATADOURO DE SOR OCABA Transmitido como uma herança ou legado, a condecoração de um bem móvel ou imóvel como Patrimônio histórico confere um signo de riqueza simbólica e tecnológica desenvolvido por determinada comunidade, região ou povoado, pois se trata da corroboração de múltiplos aspectos sociais acumulados ao longo de sua história, que lhe conferem os traços de sua identidade, cuja conservação apresenta, do ponto de vista da história ou da arte, um interesse público (LEMOS, 2006). De acordo com Choay (2001, p. 11), A expressão ainda designa um bem destinado ao usufruto de uma comunidade que se ampliou a dimensões planetárias, constituído pela acumulação contínua de uma diversidade de objetos que se congregam por seu passado comum: obras e obras-primas das belas-artes e das artes aplicadas, trabalhos e produtos de todos os saberes e savoir-faire dos seres humanos.

Entretanto, no transcurso das gerações, muitas dessas heranças têm sofrido severas transformações como abnegações, devido ao grande crescimento territorial e populacional das cidades em detrimento ao valor documental, artístico, paisagístico, arqueológico, arquitetônico, religioso, ecológico e científico de seus patrimônios.

estrutura possui grau de preservação 2, portanto, a área externa do prédio, bem como as fachadas e o entorno, não podem ser descaracterizados, caso ocorra uma intervenção de requalificação local. Para tanto, é necessário, segundo o presidente, um projeto meticuloso e de acordo com as especificidades do tombamento. Em face do exposto, é de extrema urgência que a situação atual não agrave. Portanto, requalificar o local, com propostas de intervenção como o projeto do pavilhão cultural é uma ferramenta de resguardar e requalificar os traços da identidade sorocabana, cuja conservação apresenta, do ponto de vista social, um interesse público agregando valor artístico, paisagístico, arquitetônico, e principalmente, um instrumento de fortalecimento da diversidade cultural ou histórica, além da sustentabilidade do patrimônio e inclusão social por meio da arte e da educação, sobretudo, da dinamização da atividade econômica local.

Apoiar projetos de preservação e requalificação do patrimônio cultural é uma forma de promover a oferta de bens e serviços de determinada comunidade através do fortalecimento da gestão de instituição da diversidade cultural ou histórica, além da sustentabilidade do patrimônio e inclusão social por meio da arte e da educação. Ademais, requalificar locais em desuso, é uma ferramenta capaz de dinamizar a atividade econômica local por meios de geração de renda. A vista do exposto, o objetivo é propor uma requalificação do uso do Matadouro Municipal de Sorocaba-SP, localizado na Rua Paes de Linhares, como forma de salvaguardar e oferecer notoriedade ao patrimônio cultural da cidade. O local foi inaugurado na primeira metade do século XX e foi tombado como patrimônio histórico em 1996, (IPATRIMONIO, 2008). Desde então, se encontra arruinado, portanto, o intuito é propor uma ressignificação por meio da integração e dinamização do seu espaço na proposta de intervenção através de um pavilhão Cultural.

Imagem de 1930, é a foto mais antiga do edifício, de acordo comTirelo, 2017. A mesma foi encontrada no acervo do Museu Histórico Sorocabano (FILHO, 2020).

Segundo Filho (2020) até 1848 o abate de bovinos e suínos não eram feitos conforme as exigências higienistas, então a Câmara Municipal encomendou ao engenheiro Francisco Nunes da Costa um Matadouro Público adequado, em 1848 o projeto foi aprovado, mas só em em 8 de Janeiro de 1928, foi inaugurado. O autor também comenta que ao passar dos anos, a higiene dentro dos matadouros eram negativas, e em 1975, o orgão responsável pela qualidade do produto animal interditou o edifício. No mesmo ano, o matadouro foi convertido em Garagem Municipal, e entre 1999 a 2000 iniciou-se um processo de restauro para o funcionamento de um centro cultural, mas desde então as obras não foram concluídas e o edifício encontra-se abandonado.

74

De acordo com Albuquerque (2019) o local se degrada gradativamente. A estrutura de tijolos à vista tem 370 m² de construção, e, atualmente, está tomada por mato, inclusive, parte do telhado, do lado esquerdo da fachada, ganhou uma pequena árvore. Segundo Alberto Streb, presidente do CMDP de Sorocaba, a

Imagem do edifício atualmente. Fonte: do autor.


EST UD O DE C A S O

32. PIN ACOTECA DE SÃO PAULO

R EF ER Ê NCI A PAV I L H Ã O

O objetivo foi analisar um projeto de intervenção em edifício preexistente, buscando compreender a valorização entre o passado e o presente, entendendo o valor de carregar em um projeto de retrofit, o comprometimento com a concepção de um espaço contemporâneo e o da difusão de um legado histórico para futuras gerações.

I MPL ANTAÇÃO

O trabalho iniciou-se com uma análise do local onde está inserido e seus contextos, das representações gráficas, acessos e setorizações, volumetria e estruturas até o conceito da intervenção e suas benfeitorias. Como objeto de estudo, o edifício Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo onde hoje é ocupado pela pinacoteca de São Paulo. Foi projetado em 1986, pelo arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo e em 1995 iniciou-se um projeto de restauro e retrofit pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. A Pinacoteca se localiza na região norte do centro de São Paulo, é de grande importância histórica da cidade. Implantado no sudeste do Parque da Luz, tem sua fachada leste para a Avenida Tiradentes , a fachada sul para a estação da Luz e a fachada norte este para o Parque da Luz.

H I STÓR I CO D O E D I FÍ CI O

LEGENDA

Antes da intervenção de Paulo Mendes da Rocha, a implantação do edifício tinha seu acesso principal pela Avenida Tiradentes, imponente eixo de acesso entre norte e sul da cidade de São Paulo, na lateral direita de quem está na avenida havia um acesso secundário que se projetava para estação da Luz, e as demais fachadas tem suas frentes para o Parque da Luz. Paulo Mendes da Rocha como critica à monumentalidade comum da época inverte o acesso principal, onde eram espremidos entre uma extensa escadaria, uma estreita calçada e a avenida com seus veículos em altas velocidades, e se abrem para antiga lateral direita voltada para estação da luz, invertendo todo o eixo do edifício e criando novas possibilidades de circulação do edifício.

Em 1895 o Liceu de Artes e Oficios de São Paulo passava por uma crise institucional, Ramos de Azevedo assumiu a direção e projetou uma nova sede para a instituição. Ramos de Azevedo conseguiu aprovação da verba e desmembramento de um terreno no Parque da Luz junto ao governo, sendo assim, o edifício foi construído entre 1897 e 1900. O edifício foi imaginado com grandiosidade, seguindo as regras de composição estilística classicizantes como outros edifícios do arquiteto. Possui três pavimentos e uma simetria rigorosa ao redor de um pátio octogonal que foi projetada para receber uma grande cúpula mas que nunca foi construída. O prédio foi construído em alvenaria estrutural de tijolo de barro permanecendo aparente sem a execução do revestimento. Logo na inauguração, já se percebia problemáticas devido ao superdimensionamento do edifício, acarretando em uma ocupação desordenada. Recebendo diversos programas, em 1905 foi adaptado para receber a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Iniciou-se a partir de 1970 vários movimentos e reformas para a sua recuperação, sendo a maior delas em 1993 à 1998 sob a direção do arquiteto Paulo mendes da Rocha. Após históricas intervenções, a projetada por Mendes da Rocha produziu ao edifício uma qualidade jamais obtida, se tornando assim a sede categórica da Pinacoteca do Estado.do. 75


A PR OPOSTA Os desenhos arquitetônicos representam o edificio após a intervenção de Paulo Mendes da Rocha. enfatizando a planta do primeiro pavimento onde se dá o acesso do público ao interior do museu. É representado através do esquema do primeiro pavimento, a permeabilidade entre todos os pavimentos, todas as possibilidades de circulação antes da reforma. A inteligibilidade do percurso através da intervenção, a fluidez e a permeabiblidade fica evidenciado no esquema. As intervenções foram objetivadas a adequação das precisões técnicas e funcionais, cuja a funcionalidade estava inteiramente apresentada pela sua localização, pelos espaços internos, pelo público em potencial, pela ideia de aumento do acervo, atender as necessidades das exposições temporárias e a verba do prédio para toda infraestrutura necessária. ESQUEMA CIRCULAÇÃO VISITANTE- PROJETO ORIGINAL

FONTE: BECK, M.P.Arquitetura, Visão e Movimento: O discurso de Paulo Mendes da Rocha na Pinacoteca do Estado de São paulo. Porto Alegre,2011.

ESQUEMA CIRCULAÇÃO VISITANTE- PROJETO REFORMA

FONTE: BECK, M.P.Arquitetura, Visão e Movimento: O discurso de Paulo Mendes da Rocha na Pinacoteca do Estado de São paulo. Porto Alegre,2011.

Foram feitos levantamentos das patologias do prédio e detectados no diagnóstico a umidade que progressivamente degradava as possantes paredes em alvenaria de tijolo de barro, a distribuição das áreas de exposição espalhadas por inúmeras salas, além dos pátios vazios, laterais e central, que também dificultava os acessos e fluxos. Como solução para as deficiências, os vazios dos pátios ortogonais centrais foram cobertos por claraboias planas, construídas de vidros laminados e perfis estruturais de aço, garantindo a entrada de iluminação e ventilação e protegendo o edifício e os pátios das chuvas. Esses espaços possibilitaram novos usos no nível do chão criando salões de pé direito triplo. Nos pisos dos pavimentos superiores foram instaladas passarelas metálicas vencendo os vazios e criando novas possibilidades de usos e circulações. No pátio lateral foi instalado um elevador para o uso das montagens e circulação do público. As janelas internas foram retiradas mantendo seus vãos, permeabilizando os ambientes e criando transparência para o edifício. As janelas das fachadas para o pátio interno foram retidas e mantidas os vãos abertos, já que há uma cobertura metálica e de vidro sobre elas, com isso o edifício ganha grande transparência. Todos os ambientes criaram uma nova forma de ver e sentir o espaço, desde a luminosidade ao fluxos dos visitantes. A nova forma de circulação proposta deu acesso ao edifício pelo seu eixo longitudinal, criou-se então uma área de acolhimento nas extremidades do local, possibilitando uma nova relação com a cidade. Com o novo acesso, a antiga entrada pela avenida abriu-se para um terraço, onde se tem a possibilidade de uma vista da paisagem urbana do se entorno. A Pinacoteca é um exemplo pragmático de intervenção arquitetônica não apenas por dar condições materiais a um edifício degradado (numa espécie de still life), mas por resgatá-lo do limbo que o seu equivocado e anacrônico projeto classicizante colocou-o, fazendo, depois de praticamente um século, sê-lo o que até então não podia ter sido plenamente: um exemplo singular de edifício consagrado às artes e à cultura (MULLER, 2000).

76

Fonte das imagens: Do autor.


3 3 . O P R O J E TO - PAV IL H ÃO A proposta do pavilhão cultural de eventos e exposições parte do princípio de estabelecer um local de encontro que promova a fruição, a contemplação da paisagem circundante e a notoriedade e preservação do patrimônio histórico. Portanto, busca a concepção de um espaço de uso público que permita as diversas e democráticas atividades da comunidade local. A

concepção

do

projeto

parte

das

seguintes

premissas:

Programa de Necessidades Antigo Matadouro Recepção / Bilheteria Chapelaria Área interna Café Estar / Espera Deck externo Patio Central Espelho d´agua Estacionamento

• A priorização do restauro do antigo matadouro, mantendo suas fachadas em evidência sem descaracterizá-lo, e criar uma relação de pertencimento e valoração do patrimônio histórico e cultural do município;

Área externa

• A priorização dos entornos naturais e construídos, criando fortes relações entre a rua, a praça, o parque, o edifício e a cidade;

Pavilhão Cultural Reservatórios Área Tecnica Central de Energia

do

• A relação entre os espaços edifício, promovendo flexibilidade

interiores e exteriores nos tipos de usos;

• A busca por uma arquitetura que otimize as relações entre as pessoas e a natureza, reduzindo os impactos ambientais, racionalizando o consumo energético e melhorando as condições de conforto e qualidade da vida humana através de tecnologia bioclimáticas;

Área Privativa

• A fixação de um espaço público que possa ser usado a todo momento pela população, mesmo quando não aconteçam eventos no pavilhão. Com o enfoque de atender as premissas supracitadas, o programa do pavilhão foi organizado em um único volume que acomode todas as atividades no nível térreo. O programa proposto foi reduzido, a fim de aumentar as áreas expositivas e de eventos. Para isso, foi desenhado um auditório, área administrativa e técnica, cafés e sanitários para garantir o apoio das atividades.

F LUXO S E S ETO R I Z A ÇÃ O

Área Pública

E SQU E MA D O E STU D O VOL U MÉ TR I CO

Administração Sanitários Diretoria Recepção Copa Sala de Controle Reunião Auditório Camarim Central de audio Foyer Sanitários Café Eventos e exposição

FLUXOS

O acesso do público principal se dá pelo antigo matadouro, fazendo ligação ao pavilhão pela praça central. Foram previsto acesso exclusivo para área administrativa e saídas de emergência conforme NBR 9077 do corpo de bombeiros. O acesso para cobertura do pavilhão se dá pela área externa do pavilhão.

A proposta busca a integração na paisagem e a maximização do patrimônio histórico e natural, para isso, o volume foi deslocado das fachadas do antigo matadouro e a ligação entre os dois edifícios se dá por uma praça interna central, que também pode ser utilizada para eventos. Para garantir visibilidade ao patrimônio histórico, o pavilhão respeita o gabarito de altura e o teto jardim na cobertura toca o nível do solo, sugerindo uma nova circulação, integração a paisagem e a possibilidade de usufruir das novas visuais do patrimônio histórico e natural.

Para a fachada foi proposta portas de vidro do tipo guilhotina que permitem a integração dos espaços internos e externos, conectando a praça central e circundante aos ambientes cobertos do pavilhão, isso garantirá o aumento da capacidade de área para abrigar diversos eventos. No período noturno, luminárias são dispostas por todo o pavilhão e parque, garantindo o uso noctívago pela população.

SE TOR I ZAÇÃO L E G E ND A S PÚBLICO

I nte r io r M atado uro

PÚBLICO

L EGEN D A S

E x te r io r matado uro

PÚBLICO

PÚBLICO

PÚBLICO

PÚBLICO

Privado

PRIVADO

Pavilhão

Ac es s o a o i nteri o r

A uditó r io

Ac es s o a co b ertura

Ac es s o a a d m i ni stra çã o

S/ escala

SAÍDA D E E ME RGÊ N CIA

Á re a ad minist rat iva

S/ escala

PRIVADO Á re a té c nica

77


SETORIZAÇ ÃO

01

A

02

S/ escala

QUADRO DE ÁREAS Antigo Matadouro Recepção / Bilheteria Chapelaria Área interna Café Estar / Espera

B ´AGUA

TOTAL Deck externo Patio Central Área externa Espelho d´agua Estacionamento

´AGUA

PRAÇA CENTRAL

C

K

J

91,54 1096,17 1791,15 99 VEÍCULOS 2978,86

TOTAL

291,58

Administração Sanitários Diretoria Área Privativa Recepção Copa Sala de Controle Reunião

I F

PLANTA

G

H

255,1 36,48 143,08 52,72 16,55 8,52 42,75 12,7 11,32

TOTAL

E

350,87

TOTAL Pavilhão Cultural Reservatórios Área Tecnica Central de Energia

´AGUA

D

60,7 17,12 56,09 216,96

Auditório 200 lugares Camarim Central de audio Área Pública Foyer Sanitários Café Eventos e exposição

287,64 302,13 9,9 9,9 89,55 105,44 97,61 2383,5

TOTAL

2998,03

TOTAL DE ÁREA

6906,98


REFERÊNC IAS PROJET UAIS

BIBLIOTECA DE DELFT - Países Baixos. Mecanoo Arquitetos. Disponivel em: https://br.pinterest.com/ pin/560698222348875080/

´AGUA

EL VULCANO BUONO - Itália. Renzo Pianno.

PRAÇA CENTRAL ´AGUA

Disponivel em: https://www.reportcampania.it/news/2-18enniarrestate-per-furto-nel-centro-commerciale-vulcano-buono/

´AGUA

MUSEU MARITÍMO - Rio de Janeiro. Jacobsen Arquitetura. Disponivel em: https://jacobsenarquitetura.com/

projetos/museu-maritimo/

PLANTA DE COBERTURA

COBERTURA PAVILHÃO: 6.297,5 m2 COBERTURA MATADOURO: 96,9 m2 COBERTURA ESTACIONAM.: 1181 m2


CORTE AA Escala: 1:250

CORTE BB Escala: 1:250

ELEVAÇÃO Escala: 1:250


D ETA LH E E S QU A D R I A S

As vedações e esquadrias serão dadas por sistema thermal Break combinado ao vidros insulados duplo com objetivo de eliminar a troca de temperatura entre interior e exterior, tornando um eficaz isolante térmico. Essa característica do sistema é alcançada devido ao acréscimo de um perfil de poliamida acrescido de 25% de fibra de vidro. Instalada entre os perfis de alumínio, ela bloqueia a transmissão da temperatura externa para dentro do ambiente

Detalhe do perfil de alúmínio. Disponivel em: https://www.terametais.com.br/. Acesso em 18 de maio de 2020.

A construção do pavilhão adota um sistema estrutural em pilares e vigas de concreto armado, e para a cobertura, laje nervurada pré-moldada. A proposta da laje se dá pela capacidade de vencer grandes vãos e pela facilidade na fabricação e montagem, reduzindo o impacto com resíduos construtivos.

DETALHE 03 S/ escala

D ETA LH E TE TO J A R DI M

A cobertura será dada pelo teto jardim através do sistema Laminar Médio. Esse sistema é possível criar uma cisterna em cima do telhado para reter a água da chuva e também para servir como tratamento e polimento das águas residuais produzidas no prédio. Esse sistema permite a reutilização de água e nutrientes gerados no estabelecimento, evitando a irrigação com água potável – um desperdício gerado com a criação dos telhados verdes comuns. Com uma retenção de 50 a 60 litros de água por metro quadrado, o Sistema é mais eficiente pois os nutrientes já estão presentes na água de reuso. Toda irrigação é subsuperficial, não havendo contato da água com o ar, o que evita a proliferação de mosquitos. Detalhe das camadas do teto jardim. Disponivel em: https://ecotelhado.com/. Acesso em 18 de maio de 2020.

D ETALH E 01 Escala: 1:50

D E TA L H E 02 Escala: 1:10


82


34. TEC NOLOGIAS SUST EN T Á V EIS 3 4 . 1 MA N E J O DAS ÁG U AS D I R E ÇÃO D A ÁG U A DA C HUVA A captação da água da chuva se dá por uma leve inclinação (= 1%) em direção do sistema de calhas no beiral da cobertura. Parte da água permanece na laje para irrigação por capilaridade do teto jardim.

SI STE MA D E CAL H AS O sistema de calhas leva as águas até as cisternas no interior do edifício. Esse sistema é composto por tubo de PVC furado, coberto por manta bidim e envolto por argila expandida. O bidim e a argila tem objetivo de remover as possíveis impurezas que possam entrar com a água, como folhas, galhos, pedras e a sujeira, para evitar o entupimento do sistema.

CI STE R NAS Os reservatórios são compostos por sistema de filtragem e purificação da água. Parte da água purificada será armazenada no reservatório de combate a incêndio, o restante para o uso de descargas sanitárias. O dimensionamento do reservatório foi dado pelo seguinte calculo: Adotou-se uma perda de 20% da captação = 0,80 Área de captação = 3.298 m Precipitação litros/ano = 1.355,6 (segundo ClimaData Sorocaba) Volume de água = 0,80 X 3298 X 1355,6 Volume de água = 3.576.615,04 litros/ano

S/ escala

T R ATA M EN TO E R EU S O D A Á G U A D A C H U VA A filtração pressurizada de água de chuva a partir de uma cisterna, pode ser feita com um filtro de areia e carvão ativado. A areia retira a turbidez e o carvão ativado retirar o excesso de cloro, sabores e odores originados de contaminantes químicos orgânicos, pesticidas, herbicidas e hidrocarbonetos clorados. Após essa filtragem, a água será usadas para as descargas das bacias sanitárias.

Sistema de filtração. Disponível em: http://www.naturaltec.com.br/ agua-chuva-reuso/. Acesso em 20 de maio de 2020.

ÁG U AS CI NZAS As águas cinzas geradas pelos vasos sanitários também passarão por processo de tratamento físico/químico.

TANQU E E NTE R R AD OS O processo físico-químico permite a reutilização da água em vários ciclos e é composto de alguns estágios: Tratamento Preliminar; Caixa de Separação; Tratamento Físico-QuímicoFiltração/Decantação e Desinfecção. O tratamento será feito através de tanques enterrados com aberturas no piso para inspeção.

R E U SO D AS ÁG U AS CI NZAS

Após o processo de tratamento, as águas serão utilizadas para irrigação dos jardins do entorno.

Esquema de tanques enterrados para tratamento das águas cinzas. Disponível em: http://www. naturaltec.com.br/ agua-chuva-reuso/. Acesso em 20 de maio de 2020.

83


TECNOLOGIAS SUST EN T Á V EIS

3 4 . 2 E N E R G I A S O L AR

PL ACAS FOTOVOLTÁI CAS As placas fotovoltáicas cumprem duas funções no projeto: a de coleta de luz solar para a geração de energia elétrica pelo efeito fotovoltaico, e a de cobertura para área de estacionamento, que é de 1.181 m². Especificando placas de 1,90 m², é possível instalar 621 unidades no local. O cálculo de geração de energia solar se dá pela seguinte fórmula: 1 placa nessas dimensões pode gerar até 270 w por hora, sendo que radiação solar no local pode ser de até 5h/dia com perda de 20% da captação de energia solar. Sendo assim: Energia (kwh/dia) = 270 X 5 X 0,80 Energia = 1,08kwh diário x 621 placas = 670,68kw diário Portanto, a geração será de 20.120,4 kw mensais, equivalente ao abastecimento médio de 132 residências. A energia gerada pela placa solar será conduzida a central de energia no interior do edifício.

CE NTR AL D E E NE R G I A E L É T RIC A HÍBRIDA

S/ escala

S IS TEM A HÍBRID O Os modernos sistemas híbridos combinam a tecnologia on e off-grid, quando a energia armazenada é esgotada, a rede estará disponível como reserva, permitindo que os consumidores tenham o melhor desempenho e consumo. Os sistemas híbridos também podem carregar as baterias usando eletricidade mais barata, geralmente fora do pico ou tarifa branca, como é conhecida no Brasil. A tarifa branca é uma opção para para consumidores com média mensal superior a 250 KWh.

84

Esquema de Sistema híbrido. Disponível em: https:// secpower.com.br/energia-solarfotovoltaica/. Acesso em 20 de maio de 2020.

A central de energia elétrica híbrida é responsável pela distribuição da energia solar e convencional do edifício. A central será composta por: • Inversor Fotovoltaico que direciona a energia produzida e não consumida para a rede da concessionária. • Caixa de Junção (String box) que é um conjunto de componentes da proteção dos módulos contra surtos da rede e demais danos elétricos. • Banco de baterias responsável pelo armazenamento da energia não consumida. • Controlador de carga, equipamento que gerencia o carregamento das baterias. A central de energia elétrica é responsável para a distribuição da energia solar e convencional do edifício. A central será composta por: • Inversor Fotovoltaico que direciona a energia produzida e não consumida para a rede da concessionária. • Caixa de Junção (String box) que é um conjunto de componentes da proteção dos módulos contra surtos da rede e demais danos elétricos. • Banco de baterias responsável pelo armazenamento da energia não consumida. • Controlador de carga, equipamento que gerencia o carregamento das baterias. A energia gerada deverá ser distribuída primordialmente para o sistema de bombeamento das águas, para iluminação do edifício e entorno, e o excesso para a rede da concessionária. S IS T EM A D E B O M B EA M EN TO D A S Á GU A S IL U M IN A ÇÃ O

RED E CO NC E SSI ONÁ R I A


3 4 . 3 M A Q U ET E EL ET RÔ N ICA

Ac esse p a ra assistir a o video


3 5 . PA DR Õ E S - A & B CO N TAIN E R M O DU L AR O A & B container é um projeto com característica de “streed foods” modular e pode ter diversos usos como: restaurantes, mercado de produtores locais, lanchonetes, cafeterias, winehouses, padarias artesanais, entre outros. O objetivo principal é de atender às necessidades espaciais e culturais da população e visitantes do parque, utilizando uma tecnologia inovadora adequada às exigências bioclimáticas e de baixo impacto ambiental. A proposta se desenvolveu na possibilidade de criar um modelo que possa ser modular e replicado às várias necessidades do parque. Na perspectiva de baixo impacto e espacial, o modelo a seguir foi disposto sobre um grande

deck na bacia do Abaete e Parque Porto das Águas, formando três volumes com dois módulos de uso. O módulo 1 foi disposto por dois containers espelhados, onde abrigam a cozinha, estoque, sanitários e área técnica; e o modulo 2, é composto por um container para área de alimentação apoiado no módulo 1. No ponto de vista bioclimático, o primeiro passo é a aquisição de containers com isolamento térmico de poliestireno expandido e acabamento interno em réguas de PVC ou placas de OSB em suas paredes. Foram abertas grandes esquadrias com estratégias para troca de calor

Cobertura

pela ventilação cruzada, e grades na parte superior do container onde o ar penetra pelas aberturas das esquadrias e sai pelas chaminés térmicas. Para isolar a cobertura do container, foi usada como estratégia, a cobertura vegetal a fim de proteger termicamente a superfície, cumprindo o papel também de fazer a captação das águas da chuva para reuso, além das instalações de placas solares para a geração de energia.

Módulo 2 Módulo 1 Módulo 1 Deck madeira

Estrutura metálica

PERSPECTIVA ESQUEMÁTICA ESTRUTURA E MÓDULOS S/ Escala

Área de alimentação

Área técnica Acesso ao pav. superior

Sanitários Cozinha

PERSPECTIVA ESQUEMÁTICA MÓDULO 1 S/ Escala Cobertura Verde

Área de alimentação

CORTE LONGITUDINAL Escala: 1:100

CORTE TRANSVERSAL Escala: 1:100

PERSPECTIVA ESQUEMÁTICA MÓDULO 2 S/ Escala


A ces s e p a r a a s s is t i r a o video

MAQUETE ELETRÔ N ICA

87


36. PA D R ÕE S - MO B I L I Á R I O U RBAN O

36.1 PAR A SENTA R

Os padrões de mobiliário urbano considera os seguintes princípios: • Padrão único, mas flexível o bastante para lidar com um grupo de usuários diversos; • Desenho inovador e materiais resistentes; • Facilidade de construção, implantação e manutenção. CARACTERíSTICAS TÉCNICAS | Technical Characterístics Betão com armadura em aço Kit de Iluminação (Disponivel sob consulta) Hidrofugado Encastrado 800 kg

MATERIAL

Concrete with steel frame Ilumination Kit (Available on request) Waterproof Embedded 800 kg

MATERIAL

Banco em betão fornecido com iluminação LED incorporada, proporcionando efeitos cénicos e escultóricos da luz. Além CARACTERíSTICAS disso, TÉCNICASrepresenta | Technical Characterístics uma solução econômica e de poupança APLICAÇÃO E CARACTERISTICAS ESPECIAIS de energia.

B1

TRAT. SUPERFICIE COLOCAÇÃO PESO APROX.

SURF. TREATMENT FIXING WEIGHT

DESIGN Arq.º PAULO REIS

Betão com armadura em aço Kit de Iluminação APLICAÇÃO (Disponivel sob consulta) Hidrofugado Encastrado 800 kg

MATERIAL

TRAT. SUPERFICIE COLOCAÇÃO PESO APROX.

Concrete with steel frame Ilumination Kit

Waterproof Embedded 800 kg

SURF. TREATMENT FIXING WEIGHT

APLICAÇÃO 1 - ISOMETRIA | Setting Type 1 - Isometric

B3

Banco em betão fornecido com iluminação LED incorporada, proporcionando efeitos cênicos e escultóricos da luz. Além disso, representa uma solução econômica e de poupança de energia.

1 2

Dimensões (mm)

DESENHO TÉCNICO

Aplication and Special Features

1 - CORTE | Setting Type 1 - Seccion (Available on request)

DESIGN Arq.º PAULO REIS

B2

Dimensões (mm)

MATERIAL

Banco em betão liso e armadura em aço, de superfice tratada, não exige estrutura pois é simplesmente apoiado no chão.

Technical Drawing

3 5 4 6 7 8

APLICAÇÃO 2 - CORTE | Setting Type 2 - Seccion

APLICAÇÃO 2 - ISOMETRIA | Setting Type 2 - Isometric 1 2 3 4

MODELAÇÃO Modeling

PLANTA 5 Top View 6

8

CARACTERíSTICAS TÉCNICAS | Technical Characterístics

DESIGN Arq.º PAULO REIS

Dimensões (mm)

APLICAÇÃO E CARACTERISTICAS ESPECIAIS

3

4 APLICAÇÃO 1 - ISOMETRIA | Setting Type 1 - Isometric 5 ALÇADO LATERAL 6 Side View 1

APLICAÇÃO 1 - CORTE | Setting Type 1 - Seccion

NOTA | Note DIMENSÃO A VARIAVEL CONSOANTE APLICAÇÃO - VER PAG. 2 A is a variable dimension depending on setting. See Page 2

SUSPENSÃO

Aplication and Special Features

1

2

7

2

Suspension

8

3

SUSPENSÃO | Suspension APLICAÇÃO - PLANTA Setting - Top View

5 4 6 8 7 1 68 / 7

APLICAÇÃO 2 - CORTE | Setting Type 2 - Seccion

* Projeto e descrição fornecido pela empresa AMP.019/00

EDIÇÃO 0

A M O P C

O

N

C

E

P

T

®

LEGENDA | Label 1 - BANCO EM BETÃO | Concrete Bench 2 - KIT DE ILUMINAÇÃO | Lightning KIT 3 - CAIXA DE LIGAÇÕES ELÉTRICAS | Electrical connection box 4 - PAVIMENTO | Pavement 5 - LAJE EM BETÃO | Concrete Slab 6 - TUBO PVC Ø 40 mm | PVC Pipe Ø 40 7 - TUBO PVC > Ø 60 mm | PVC Pipe > Ø 60 8 - SAPATA EM BETÃO 400x400x200 | Concrete base 400x400x200

APLICAÇÃO 2 - ISOMETRIA | Setting Type 2 - Isometric

DATA: 04/05/12 APARTADO 1 38 3754-906 AGUADA DE BAIXO TEL 234667957 geral@grupoamop.com

2

ÁGUEDA - PORTUGAL FAX 234666908 www.grupoamop.com

CONTRIBUINTE N.º 503 961 132 - SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL 250.000 EUROS - MATRIZ NA C.R.C. DE ÁGUEDA SOB O N.º2166

TRAT. SUPERFICIE COLOCAÇÃO PESO APROX.

APLICAÇÃO 3 - ISOMETRIA | Setting Type 3 - Isometric

A

APLICAÇÃO | Setting Type 3 Concrete - Seccionwith steel frame Betão com armadura em aço3 - CORTE MATERIAL Ilumination Kit Kit de Iluminação (Disponivel sob consulta) (Available on request) SURF. TREATMENT Waterproof Hidrofugado FIXING Embedded Encastrado WEIGHT 800 kg 800 kg

MATERIAL

KIT'S DE ILUMINAÇÃO DISPONIVEIS: Available Ilumination Kit's: Ref. 50005 - COBICORG1 2x14W Ref. 50006 - COBICORG1 2x24W Ref. 50007 - COBICORG1 2xLED BRANCO Ref. 50008 - COBICORG1 2xLED RGB CONSULTAR FICHAS TÉCNICAS E ILUMINAÇÃO View Ilumination Techical Notebook

* Projeto e descrição fornecido pela empresa PLANO CÚBICA INDIVIDUAL - LINHA SOLTAS REF.ª - 01042 FT.01042

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ESTE DESENHO NÃO PODE SER REPRODUZIDO, DIVULGADO OU COPIADO NO TODO OU EM PARTE SEM A AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DOS SEUS AUTORES. RESERVADOS TODOS OS DIREITOS PELA LEGISLAÇÃO EM VIGOR. NÃO MEDIR OS DESENHOS. USAR SÓ A COTAGEM.

SUSPENSÃO COM CINTAS EM POLYESTER E PROTECÇÕES This projecto may not be reproduced, distributed or copied in whole or in part without the express permission os their authors. All rights reserved by law. Not measure the drawings. Use only de measurements. ADEQUADAS. ANGULO DE TRACÇÃO DAS CINTAS EM POLYSTER > 60º Suspension with polyester slings and apropriate proteccions.Polyester slings 3 traccion angle > 60º

4 AMP.019/00

EDIÇÃO 0

A M O P C

O

N

C

E

P

T

®

DATA: 04/05/12 APARTADO 38 3754-906 AGUADA DE BAIXO TEL 234667957 geral@grupoamop.com

ÁGUEDA - PORTUGAL 5 FAX 234666908 6 www.grupoamop.com

PLANO CÚBICA INDIVIDUAL - LINHA SOLTAS REF.ª - 01042 FT.01042

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APLICAÇÃO 3 - ISOMETRIA | Setting Type 3 - Isometric 1 2 3 4 5 6 7 8

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APLICAÇÃO - PLANTA Setting - Top View 8 1

LEGENDA | Label 1 - BANCO EM BETÃO | Concrete Bench 2 - KIT DE ILUMINAÇÃO | Lightning KIT 3 - CAIXA DE LIGAÇÕES ELÉTRICAS | Electrical connection box 4 - PAVIMENTO | Pavement 5 - LAJE EM BETÃO | Concrete Slab

KIT'S DE ILUMINAÇÃO DISPONIVEIS: Available Ilumination Kit's: Ref. 50005 - COBICORG1 2x14W Ref. 50006 - COBICORG1 2x24W Ref. 50007 - COBICORG1 2xLED BRANCO Ref. 50008 - COBICORG1 2xLED RGB

SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL 250.000 EUROS - MATRIZ NA C.R.C. DE ÁGUEDA SOB O N.º2166

This projecto may not be reproduced, distributed or copied in whole or in part without the express permission os their 7 authors. All rights reserved by law. Not measure the drawings. Use only de measurements.

APLICAÇÃO 3 - CORTE | Setting Type 3 - Seccion

CONTRIBUINTE N.º 503 961 132 - SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL 250.000 EUROS - MATRIZ NA C.R.C. DE ÁGUEDA SOB O N.º2166

7

* Projeto e descrição fornecido pela empresa


PADRÕES - MOBI L IÁ RIO U RB A N O 36 . 2 E QU I PAM E N TO S E1

Bebedouro em betão decapado estruturado por armadura em aço, sua superfície é tratada e instalada à caixa de drenagem no pavimento. O botão de pressão e bica são de aço inox com temporizador e regulador de pressão da água.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

E2

A lixeira e cinzeiro são de aço inox AISI 316L ou aço corten parafusado ao pavimento.

E3

Totem inteligente com suporte para realidade aumentada, permite a produção de um modelo de mobiliário urbano sob medida com QR dinâmico. Aplicação em fundação de betão - chumbado diretamente em um maciço de base de betão.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

89


PA DR ÕES - MO B I L I Á R I O U RBAN O

36.3 PAR A MOVIM EN TA R

íSTICAS TÉCNICAS | Technical Characterístics

Banco em betão fornecido com iluminação LED incorporada, proporcionando efeitos cênicos e escultóricos da luz. Além CARACTERíSTICASdisso, TÉCNICASrepresenta | Technical Characterístics uma solução econômica e de poupança de energia.

Betão c/ armadura em aço Aço Inox AISI316 Escovado Hidrofugado Simplesmente Apoiado Aprox. 1070 kg 8 Lugares de parqueamento

M1

O TÉCNICO

Dimensões MATERIAL Betão c/(mm) armadura em aço Aço Inox AISI316 Escovado TRAT. SUPERFICIE Hidrofugado Technical Drawing COLOCAÇÃO Simplesmente Apoiado PESO Aprox. 1070 kg CAPACIDADE 8 Lugares de parqueamento

Dimensões (mm)

PLANTA Top View

SOFT BOWLS Rampa côncava em forma de taça, construída de betão pré fabricado, com formato em 360 proporcionam experiencia e segurança em um espaço mais confortável para realização de manobras mais fluídas.

PLANTA Top View

PLANTA Top View

PLANTA Top View

PLANTA Top View Suspension, Aplication and Special Features

PLANTA Top View 1 SUSPENSÃO, APLICAÇÃO E CARACTERISTICAS ESPECIAIS

Suspension, Aplication and Special Features

1 Nivel do Pavimento Ground Level

M CINTAS EM POLYESTER E PROTECÇÕES APROPRIADAS. CÇÃO DAS CINTAS COM A HORIZONTAL >60 º propriate proteccions and polyester slings. Slings traccion angle horizontal plane.

DATA: 03/02/12

1 - TUBO EM AÇO INOX AISI316 ESCOVADO CRAVADO AO ELEMENTO DE BETÃO. AISI316 Stainless steel pipe embedded in the concrete element

* Projeto e descrição pela empresa STOPfornecido BICICLETAS STADIUM DUPLO - LINHA SOLTAS

APARTADO 38 3754-906 AGUADA DE BAIXO ÁGUEDA - PORTUGAL SUSPENSÃO COM CINTAS EMFAX POLYESTER E PROTECÇÕES APROPRIADAS. TEL 234667957 234666908 ANGULO DE TRACÇÃO DAS CINTAS COM A HORIZONTAL >60 º geral@grupoamop.com www.grupoamop.com

Suspension with apropriate proteccions and polyester slings. Slings traccion angle > 60º relative to the horizontal plane.

REF.ª - 01038

Nivel do Pavimento Ground Level

1 - TUBO EM AÇO INOX AISI316 ESCOVADO CRAVADO AO ELEMENTO DE BETÃO. AISI316 Stainless steel pipe embedded in the concrete element FT.01038 Folha | Page 1-1

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AMP.019/00

As rampas são um conjunto de estruturas para a prática de desportos sobre roda, as rampas modulares são em betão armado que se adaptam ao projeto paisagístico. Com a instalação simples, pode ser implementado em qualquer espaço público.

Technical Drawing

ÃO, APLICAÇÃO E CARACTERISTICAS ESPECIAIS

O0

MATERIAL Concrete with steel frame AISI316 Brushed Stainless Steel SURFACE TREAT. Waterproof FIXING Self Standing WEIGHT Aprox. 1070 kg CAPACITY 8 Parking Places

DESIGN Arq.º J. A. Lopes da Costa

DESENHO TÉCNICO

M2

EDIÇÃO 0

DATA: 03/02/12 APARTADO 38 3754-906 AGUADA DE BAIXO TEL 234667957 geral@grupoamop.com

STOP BICICLETAS STADIUM DUPLO - LINHA SOLTAS ÁGUEDA - PORTUGAL FAX 234666908 www.grupoamop.com

REF.ª - 01038 FT.01038

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AMOP, LDA - CONTRIBUINTE N.º 503 961 132 - SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL 250.000 EUROS - MATRIZ NA C.R.C. DE ÁGUEDA SOB O N.º2166

A. Lopes da Costa

MATERIAL Concrete with steel frame AISI316 Brushed Stainless Steel SURFACE TREAT. Waterproof FIXING Self Standing WEIGHT Aprox. 1070 kg CAPACITY 8 Parking Places

AMOP, LDA - CONTRIBUINTE N.º 503 961 132 - SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL 250.000 EUROS - MATRIZ NA C.R.C. DE ÁGUEDA SOB O N.º2166

CIE

MINI RAMPS É um Halfpipe construído em betão pré-fabricado ideal para qualquer nivel de praticante de skate, BMX, patins em linha, trotinete, entre outros. A rampas são compostas por diversos módulos standard que permite variaçoes de montagem.

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PUMPTRACK É um circuíto de lombas para bicicletas em BMX, também em concreto armado, com instalação simples e possibilidade de construir diversos circuítos.

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* Projeto e descrição fornecido pela empresa


PADRÕES - MOBI L IÁ RIO U RB A N O

36 . 4 PA R A BRIN CAR

P1

Mesa de betão reforçado para jogar com raquetes de ping pong, de outras modalidades ou improvisadas. A mesa é mais baixa e curta que as mesas tradicionais, permitindo o jogo também pelas crianças.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

P2

Parede em betão negro para desenhar livremente com giz e prender ao ar livre com armadura de aço e superfície tratada. Instalação simples semienterrada.

P3

O playground defende a vida ecológica. Com a construção de paredes envolta de árvores altas plantada no centro, as crianças podem experimentar a natureza de perto e testemunhar sua transformação dinâmica ao longo das estações. O plantio de paredes produz oxigênio e reduz o calor radiante durante o verão, além de proporcionar um ambiente de jogo seguro que traz tranquilidade às crianças urbanas que têm acesso limitado à natureza.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

* Projeto e descrição fornecido pelo site da empresa

A estrutura em espiral atrai os usuários em direção ao centro, onde eles podem deslizar até o nível do solo. O nível do solo é um trecho subterrâneo (túnel de formigas). O 2º andar é composto por um grande espaço aberto. 91


PA DR ÕES - MO B I L I Á R I O U RBAN O

I1

Lanterna solar integrada para montagem no topo do poste com bateria. Construção em alumínio extrudido. Seleção de óticas de iluminação de rua e para montagem no topo dos postes, bem como alturas de poste de 4 e 6 metros.

36.5 PAR A ILUM IN A R

I2

Iluminação urbana solar integrada, com bateria de fosfato de ferro de lítio, painel solar e carregador integrados na luminária. Alumínio fundido em molde sob pressão para robustez e longa vida útil. O suporte de montagem foi especialmente concebido para permitir diferentes ângulos de inclinação, bem como montagem lateral e no topo do poste

I3

Iluminação de piso tem o objetivo de trazer luzes mais brilhantes à noite com segurança e conveniência. Sua aparência também faz parte do cenário público para a criação de paisagens.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

Os postes deverão ser implantados para garantir iluminação das vias, de modo a direcionar o foco de luz para baixo e evitar a poluição visual. As implantações deverão ser feitas em: Postes de 4 metros para vias de pedestre. Postes de 6 metros para ruas compartilhadas.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

Devem ser implantadas em postes de 10 a 14 metros para ruas e avenidas. * Projeto e descrição fornecido pela empresa

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37. PADRÕES - PAV IM EN TA ÇÃ O

P1

Piso drenante Aplicação em calçadas, praças e passeios.

O piso drenante tem sua base cimentícia, ou seja, as placas de piso fazem com que a água da chuva que cai , retorne para suas camadas subterrâneas dentro da terra, e é isso que faz dar continuidade ao ciclo natural dessa água, reduzindo, assim, os riscos de alagamentos na área de instalação.

P2

Placas de concreto Aplicação em calçadas e estacionamentos.

Piso Grama é um piso drenante para ser usado em solos com grama. Possui grande variedade de cores, utilização de produtos recicláveis em sua composição, alta resistência ao atrito, uso de vários tipos e tamanhos de granilhas,dois tipos de acabamento superficial.

P2

Ecopavimento Aplicação em calçadas, payground, estacionamentos e praças.

O Ecopavimento consiste em um pavimento permeável constituído de grelhas alveoladas de plástico reciclado que se caracteriza por permitir a passagem de água e ar.

O Ecopavimento suporta o peso do tráfego evitando a compactação da base permitindo a passagem de água e evitando a morte do sistema radicular de gramados. O pavimento ecológico permeável aumenta a retenção de água da chuva evitando a poluição de rios pelo arraste de partículas e nutrientes por enxurradas, aumentando a evapotranspiração e diminuindo o calor urbano.

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

* Projeto e descrição fornecido pela empresa

* Projeto e descrição fornecido pelo site da empresa

93


38 . C ON SI D E R A Ç Õ E S FI N A IS O projeto do Parque Urbano orientado por meio do sistema de espaços verdes livres demonstrou que sua criação é um elemento capaz de acomodar, articular e proporcionar melhorias à urbanidade da cidade, visto que, tais espaços colaboram com a sociabilidade de múltiplas formas, como lazer, contemplação, ou até mesmo de circulação com conforto e eficiência, possibilitando benfeitorias de ocupação e transformação da malha urbana. Ressalta-se também, que a concepção do sistema de espaços verdes livres, possui o papel ambiental da salvaguarda da biodiversidade, além de ser um importante aliado na drenagem de águas pluviais a fim de controlar inundações e enchentes. Ademais, proporciona novas possibilidades de transportes e deslocamento, que estreitam a relação entre esses espaços e a ocupação urbana, possibilitando a caminhabilidade, um conceito atrelado à acessibilidade no ambiente urbano, que promove o deslocamento na cidade, garantindo atividades sociais e culturais, entre outros benefícios à população. Além disso, o estímulo da criação e uso de ciclovias e ciclofaixas provoca alternativas de transportes menos poluidoras.

ANTIGO ATERRO SANITÁRIO

Essa simbiose ainda se adequa a concepção de novas oportunidades de intervenção, com o objetivo de apoiar projetos de preservação do patrimônio cultural como a requalificação do uso do Matadouro Municipal através do fortalecimento da gestão de instituição da diversidade cultural ou histórica, além da sustentabilidade do patrimônio por meio da arte e da educação. Destaca-se também que a criação de novos equipamentos como o A&B Container, pode colaborar com a promoção da oferta de bens e serviços da comunidade, além de contribuir com a inclusão social e a requalificação de locais em desuso, sendo uma ferramenta capaz de dinamizar a atividade econômica local. Nota-se, portanto, que o planejamento e a execução deste modelo de projeto originam benefícios ecológicos de equilíbrio para o meio ambiente urbano, pois além de atribuir interesse de conservação ou preservação de conjuntos de ecossistemas, pode ser uma ferramenta importante na redução de impactos ambientais em virtude do intenso processo de urbanização, conceito que vem de encontro com o Green Metropolis (metrópoles verdes), um projeto europeu pioneiro que propõe o redesenvolvimento econômico, politico e espacial decorrente da aglomeração urbana pós-industrial por meio de diversas intervenções paisagísticas de antigas áreas de mineração para usos recreativos e culturais. Nesse sentido, o projeto proposto fornece respostas às questões socioambientais atuais, servindo como modelo de cidade sustentável, podendo se disseminar para o restante da cidade, desempenhando suas atividades em perfeita integração e articulação com o entorno e com o tecido urbano, colaborando com a proteção ou recuperação de outros ecossistemas lindeiros aos cursos e corpos d’água do Rio Sorocaba, conectando outras áreas verdes e espaços livres, além de promover as finalidades de lazer, sociabilidade e paisagísticas. 94

LEGENDA

METALÚRGICA DESATIVADA

APP´S PARQUES E PRAÇAS ÁREAS DEGRADADAS E SUBUTILIZADAS S/ escala


39. RE FERÊNCIAS BI BLI OGRÁF ICAS ALBUQUERQUE, Aline. Prédio do antigo Matadouro de Sorocaba está entregue ao abandono. Sorocaba, 2019. Disponível em: https://www.jornalcruzeiro.com.br/mais-cruzeiro/ cultura/predio-do-antigo-matadouro-de-sorocaba-esta-entregue-ao-abandono/. Acesso em: 09 nov 2019.

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