Penedono - Memória dos Tempos Medievais

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Feira Medieval


Autor : Paulo Chaves Evento: Feira Medieval de Penedono ©PauloChavesFotografia 2015. Todos os direitos reservados. Este ebook contém fotografias que não podem ser copiadas, alteradas ou distribuídas salvo com autorização expressa do autor


PENEDONO Penedono, outrora Pena do Dono, é sede do Concelho homónimo, situado a nordeste do Distrito de Viseu e praticamente equidistante das cidades da Guarda, Lamego e da sua Capital Administrativa, à qual se encontra ligada, desde sempre, por fortes laços económicos, académicos, culturais e afectivos. Celebrada como uma das mais belas vilas de Portugal, assim como o seu airoso e esbelto castelo pentagonal, erigido em data bem anterior ao dealbar da Nacionalidade, o é entre os seus pares, mantem inalterado o perfil medievo do seu centro histórico. Para além do seu altivo pelourinho de gaiola, fronteiro ao Castelo, com a qual delineia uma perspectiva estética de rara elegância, Penedono exibe, ainda, um património de atractivos múltiplos, consignado nas suas seculares igrejas e capelas, recheadas de arte sacra nas suas expressões plásticas e de paramentaria, a que se junta o austero e majestoso Solar dos Freixos, há poucos anos recuperado para acolher, condigna e funcionalmente, os Paços do Concelho e outros serviços da administração pública central e local. Rezam a tradição e as crónicas que, aqui, teve berço Álvaro Gonçalves Coutinho, o insigne "Magriço", passado à imortalidade por Camões no canto VI dos "Lusíadas", quando o vate descreve e enaltece, ao ritmo épico dos decassílabos, o seu protagonismo exemplar de valentia e cavalheirismo na façanha, ímpar, cometida à frente dos denominados "Doze de Inglaterra", em chãos estranhos e longínquos da loira Albion. E os seus feitos, misto de galanteria e bravura, reconhecidos e aclamados até pela nata da nobreza europeia coeva, tiveram continuidade na Flandres e reconfirmação no país natal, realçando mais e mais o vinco da sua personalidade, que saltou da História para a lenda e desta para o mito A Feira medieval de Penedono revive esses tempos do Magriço.

(Texto parcialmente retirado do site www.cm-penedono.pt)


"Viram todos o rosto aonde havia A causa principal do reboliço: Eis entra um cavaleiro, que trazia Armas, cavalo, ao bélico serviço. Ao Rei e às damas fala, e logo se ia Para os onze, que este era o grã Magriço; Abraça os companheiros como amigos, A quem não falta certo nos perigos.”


"A dama, como ouviu que este era aquele Que vinha a defender seu nome e fama, Se alegra, e veste ali do animal de Hele, Que a gente bruta mais que virtude ama. Já dão sinal, e o som da tuba impele Os belicosos ânimos, que inflama: Picam de esporas, largam rédeas logo, Abaixam lanças, fere a terra fogo.”

Os Lusíadas, Canto VI
















"Dos cavalos o estrépito parece Que faz que o chão debaixo todo treme; O coração no peito, que estremece De quem os olha, se alvoroça e teme: Qual do cavalo voa, que não desce; Qual, com o cavalo em terra dando, geme; Qual vermelhas as armas faz de brancas; Qual com os penachos do elmo açouta as ancas.”

Os Lusíadas, Canto VI









"Mastigam os cavalos, escumando, Os áureos freios com feroz semblante; Estava o Sol nas armas rutilando Como em cristal ou rígido diamante; Mas enxerga-se num e noutro bando Partido desigual e dissonante Dos onze contra os doze: quando a gente Começa a alvoroçar-se geralmente.” Os Lusíadas, Canto VI





























































/paulochavesfotografia


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