CORREDOR CORREDOR RETORNO AO CENTRO
PAULO GUSTAVO PERINI
FOTO AVENIDA GOIÁS AO CENTRO
ORIENTADORA ELINE MARIA MOURA PEREIRA CAIXETA
SUMÁRIO
VIELA CENTRO HISTÓRICO
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APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO ACUPUNTURA URBANA REARQUITETURA ANÁLISE DE SIMILARES CORREDOR CULTURAL PARASITE METODOLOGIA DE PESQUISA CONCEITUAÇÃO DIAGNÓSTICO ÁREA DE INTERVENÇÃO JUSTIFICATIVA O CENTRO DE ATÍLIO METODOLOGIA DE ANÁLISE ANÁLISE DA IMAGEM URBANA PROBLEMAS COM A IMAGEM ANÁLISE DA FIGURA-FUNDO ANÁLISE DO LUGAR USOS VEGETAÇÃO + TOPOGRAFIA FLUXOS VERTICALIDADE + VAZIOS/ESTACIONAMENTO + TRANSPORTE PÚBLICO INSOLAÇÃO DIFUSÃO DA PROPOSTA PROPOSTA CORREDOR PROGRAMA CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO TIPOLOGIAS DE APARTAMENTO PROPOSTA ALTERAÇÃO USO DO SOLO PROPOSTA EDIFÍCIO RUA 02 PROPOSTA EDIFÍCIO GARAGEM
PÁGINAS 01 02 03
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APRESENTAÇÃO A DINÂMICA DE CRESCIMENTO HORIZONTAL BASEADA NOS INTERESSES DO CAPITAL IMOBILIÁRIO, IDENTIFICADA NA MAIOR PARTE DAS CIDADES BRASILEIRAS, IMPLICOU NO SURGIMENTO DE VAZIOS URBANOS EM SUAS ÁREAS CENTRAIS. A AÇÃO DE ESPARRAMAR A MALHA URBANA PELO TERRITÓRIO TROUXE COMO RESULTADO A SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL, OS ELEVADOS CUSTOS DA INFRAESTRUTURA URBANA E CARÊNCIAS NO TRANSPORTE URBANO¹. O PROBLEMA DO ABANDONO DO CENTRO POR PARTE DA POPULAÇÃO PARA MORAR NA PERIFERIA, É UMA CARACTERÍSTICA MARCANTE NÃO SOMENTE DAS CIDADES BRASILEIRAS, MAS DA AMÉRICA LATINA E DE OUTRAS PARTES DO MUNDO. GOIÂNIA PRESENCIA A MESMA REALIDADE, ONDE O CENTRO POLÍTICO E MATRIZ DA CIDADE FOI SENDO ABANDONADO AOS POUCOS E, HOJE, ENCONTRA-SE EM DEGRADAÇÃO. O CENTRO DA CIDADE, DOTADO DE TODA A INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA PARA A MANUTENÇÃO DA VIDA URBANA, PASSA A NÃO SER UM ATRATIVO A MORADIA. A CONCENTRAÇÃO DE POUCOS TIPOS DE USO ACABA POR CONDICIONAR SUAS HORAS DE VIDA URBANA. O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS ÁREAS CENTRAIS INDUZ A GERAÇÃO DE PRODUTOS INDESEJÁVEIS: EDIFÍCIOS INACABADOS, ABANDONADOS, COM MAU USO OU SUBUTILIZADOS. ESSAS ZONAS ESQUECIDAS PASSAM A SER RUÍDOS EM PLENO CENTRO URBANO. SUA PRESENÇA É UM CONTRAPONTO AO PLANEJAMENTO DA MALHA EXISTENTE E UM FOCO DE MARGINALIDADE. A MANEIRA MAIS EFICIENTE PARA BARRAR ESSA DEGRADAÇÃO E PRESERVAR O PATRIMÔNIO EXISTENTE, É TRAZER UM USO MAIS INTENSO PARA SEUS ESPAÇOS ABERTOS E EDIFICADOS, PROVENIENTE DA HABITAÇÃO ASSOCIADA AO TRABALHO E AO LAZER, COM PESSOAS MORANDO E USANDO O CENTRO EM DIFERENTES HORAS DO DIA.
1* Intervenções em centros urbanos: estratégias e resultados/ Vargas e Castilho. Barueri, SP: Manole, 2006.
FOTO AÉREA - GOIÂNIA
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INTRODUÇÃO REVITALIZAÇÃO DE ÁREAS CENTRAIS O CENTRO CONCENTRA A VIDA DA CIDADE, É ONDE AS COISAS ACONTECEM. ABRIGA AO MESMO TEMPO O CENTRO POLÍTICO, ECONÔMICO E CULTURAL, É O MARCO DA CIDADE. ELE ABRIGA AS HISTÓRIAS DO INÍCIO, OS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS, AS MEMÓRIAS. ENTRETANTO, ESTE PASSADO COMEÇA A SE PERDER COM O CRESCIMENTO URBANO DAS CIDADES E A FORMAÇÃO DE NOVAS CENTRALIDADES. A DETERIORAÇÃO DOS CENTROS DAS GRANDES CIDADES É UM PROBLEMA CONTEMPORÂNEO E VISÍVEL. A MUDANÇA DA POPULAÇÃO PARA A PERIFERIA OCASIONA UM ABANDONO DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS E A EXTINÇÃO DOS USOS RELACIONADOS À HABITAÇÃO. PARA O SEU FUNCIONAMENTO. O CENTRO COMEÇA A SER TOMADO POR SERVIÇOS E COMÉRCIOS QUE NÃO NECESSITAM DE SEREM USADOS EXCLUSIVAMENTE PELO MORADOR LOCAL. O ABANDONO GERA A DEGRADAÇÃO. OS VAZIOS URBANOS FICAM À MARGEM, EM PLENO CENTRO; EDIFÍCIOS TÊM SEU USO REDUZIDO E NOVAS CONSTRUÇÕES FICAM POR TERMINAR. ENCARANDO A PROBLEMÁTICA COMO TEMÁTICA, TRABALHAREMOS COM O TEMA “REVITALIZAÇÃO DE ÁREAS CENTRAIS”. REVITALIZAR UMA ÁREA SIGNIFICA INTERVIR NO SENTIDO DE DOTÁ-LA DE UMA NOVA VITALIDADE, TANTO DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO QUANTO FUNCIONAL, SOCIAL E AMBIENTAL. INTERVIR NO SENTIDO DE ESTABELECER ALGUM TIPO DE RELAÇÃO COM O JÁ CONSTRUÍDO, PARA QUE ESTE SIGA TENDO ALGUM TIPO DE VIGÊNCIA. CONSIDERANDO A IMPRECISÃO DO TERMO, A QUESTÃO CENTRAL DA “INTERVENÇÃO” É SEMPRE UM PROBLEMA DE INTERPRETAÇÃO, POIS AS POSSÍVEIS FORMAS DE INTERVENÇÃO SÃO MANEIRAS DE INTERPRETAR O NOVO DISCURSO QUE O JÁ CONSTRUÍDO POSSA PRODUZIR. EM SE TRATANDO DO PROJETO DO ESPAÇO URBANO MUITOS SÃO OS TERMOS ATUALMENTE UTILIZADOS, ENVOLVENDO DIFERENTES ÂMBITOS E ENFOQUES, COMO A REESTRUTURAÇÃO, A REQUALIFICAÇÃO, REABILITAÇÃO E A REFUNCIONALIZAÇÃO, ENTRE OUTROS.² DENTRO DA PERSPECTIVA TRAÇADA, OPTAMOS POR ADOTAR O TERMO GENÉRICO “INTERVENÇÃO”, POR CONSIDERÁ-LO MAIS ABRANGENTE, E PORTANTO MAIS ADEQUADO, NO QUE TANGE À COMPLEXIDADE DO PROJETO URBANO. INTERVIR EM CENTROS URBANOS, DENTRO DESTA PERSPECTIVA, SIGNIFICA APROPRIAR-SE DO LUGAR PARA IMPULSIONAR UMA NOVA ENERGIA PARA AQUELA ZONA ESTAGNADA. A ESTAGNAÇÃO ESTÁ NA UTILIZAÇÃO DA
MALHA URBANA, QUE MUITAS VEZES ENCONTRA-SE DESCARACTERIZADA OU FORA DO IMAGINÁRIO DA POPULAÇÃO QUE A USA, E TAMBÉM NOS EDIFÍCIOS ESQUECIDOS, QUE ESTÃO ABANDONADOS, FUNCIONANDO PRECARIAMENTE E/OU INACABADOS. AS CONSTRUÇÕES DESOCUPADAS SÃO “PASSIVOS AMBIENTAIS” QUE VÊM-SE ACUMULANDO COMO CONSEQUÊNCIA DO CRESCIMENTO HORIZONTAL DE GOIÂNIA. ESSA AÇÃO PROVOCA ALTERAÇÕES NA QUALIDADE AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICA DA CIDADE. ¹
LOCALIZADOS NO “CENTRO TRADICIONAL” DE GOIÂNIA. COMPREENDE-SE COMO CENTRO TRADICIONAL DE GOIÂNIA, A ÁREA DEFINIDA PELO PLANO QUE DEU ORIGEM À CIDADE E OS BAIRROS PELOS QUAIS SE INICIOU O PROCESSO DE VERTICALIZAÇÃO DA CIDADE. NESTE CASO ESPECÍFICO, INCLUIU-SE OS BAIRROS PRÓXIMOS A ESTA ÁREA, ONDE O PROCESSO DE VERTICALIZAÇÃO FOI MAIS ACENTUADO NOS ÚLTIMOS ANOS.
É JUSTAMENTE NESSES IMÓVEIS QUE INCIDE A MAIOR POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE RESÍDUOS CONTAMINANTES NO SOLO. TAL CONTAMINAÇÃO PODE CAUSAR GRANDES RISCOS E PREJUÍZOS COMO A POLUIÇÃO DO AR, VISUAL, DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS E DO SOLO, COLOCANDO EM RISCO A SAÚDE PÚBLICA, O MEIO AMBIENTE E A SEGURANÇA DO IMÓVEL, ALÉM DE PROPORCIONAR SUA DESVALORIZAÇÃO E COMPROMETER SUA REUTILIZAÇÃO ADEQUADA.¹ INFELIZMENTE, NA MAIORIA DAS VEZES, A POSSIBILIDADE DA EXISTÊNCIA DE UM “PASSIVO AMBIENTAL” É DESCONHECIDA OU DESCONSIDERADA PELOS EMPREENDEDORES IMOBILIÁRIOS, PÚBLICOS OU PRIVADOS, O QUE AUMENTA A INCIDÊNCIA DA CONTAMINAÇÃO URBANA PELOS RESÍDUOS POLUENTES ADVINDOS DAS CONSTRUÇÕES EM ABANDONO.¹ OS EMPREENDIMENTOS ABANDONADOS SÃO ZONAS MARGINAIS EM PLENO CENTRO, SERVEM DE ABRIGO PARA ATIVIDADES ILÍCITAS, AFASTANDO A POPULAÇÃO DESSES LUGARES E DENEGRINDO A IMAGEM DO CENTRO PERANTE A CIDADE. ESSES EFEITOS NEGATIVOS PODEM SER REVERTIDOS COM O APROVEITAMENTO DA ESTRUTURA E DA INFRAESTRUTURA URBANA EXISTENTES PARA TRAZER O USO HABITACIONAL DE VOLTA AO CENTRO. O CARÁTER DE ECONOMIA DA PROPOSTA INSERE-SE, DE FORMA AMPLA, DENTRO DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL, NA MEDIDA EM QUE ALIA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL, AO REFUTAR A IDEIA DE DEMOLIÇÃO DO EXISTENTE, ELIMINANDO AS CONSEQUÊNCIAS DESSA AÇÃO, QUE SERIA TONELADAS DE ENTULHO. TENDO EM VISTA QUE, PARA SER EFICAZ, QUALQUER PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DEVE ESTAR ASSOCIADA TANTO À MALHA URBANA QUANTO AO ESPAÇO EDIFICADO; NOSSO PROJETO ENVOLVERÁ ÁREAS PÚBLICAS, ABANDONADAS E DETERIORADAS, E EDIFÍCIOS INACABADOS OU EM MAU USO,
1* SEIBT, Ana Carolina .O passivo ambiental de prédios desocupados e a qualidade ambiental em goiânia - go. UCG. 2* SOLÀ-MORALES, Ignasi. Interveniones. Barcelona: Gustavo Gili, 2006.
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ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO ACUPUNTURA URBANA REARQUITETURA A TEORIA DE ACUPUNTURA URBANA ENFATIZA UMA METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO NA QUAL TRATA-SE O CERNE DO PROBLEMA, QUE SE ASSEMELHA A UM “CÂNCER URBANO”. ASSIM SURGE O TERMO “ACUPUNTURA URBANA”, CUJA INTERVENÇÃO BEM PLANEJADA, COERENTE COM O LOCAL INTERVIDO, REFLETE EM OUTRAS PARTES DA CIDADE ASSOCIADAS A PRIMEIRA, GERALMENTE POR MEIO DA INFRAESTRUTURA URBANA, SENDO O MEIO DE CONEXÃO ENTRE ELES. ¹ O “PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO” DIAGNOSTICA A METÁSTASE E O PROJETO URBANO PROPÕE E REALIZA O TRATAMENTO. NO CASO DOS PROJETOS URBANOS, O QUE DETERMINA SUA ´´GRANDIOSIDADE`` NÃO SÃO SUAS DIMENSÕES, MAS A ABRANGÊNCIA DE SUAS INFLUÊNCIAS, OU SEJA, ATÉ ONDE SÃO SENTIDAS AS TRANSFORMAÇÕES PROMOVIDAS LOCALMENTE. POR ISSO, A DEFINIÇÃO DO LOCAL URBANO QUE DEVE SER ESTIMULADO É FUNDAMENTAL, E PARA TANTO, COMO ACONTECE NA ACUPUNTURA, É NECESSÁRIO CONHECER A FORMA DA CIDADE E SEU SISTEMA DE FLUXOS, OU DE MOBILIDADE.¹ ACUPUNTURA OU PRÓTESE? ² CABERÁ AO ARQUITETO DEFINIR COMO INTERVIRÁ NA CIDADE, COMO DESPERTARÁ, ATRAVÉS DE UM PROJETO, TODA UMA MUDANÇA ESTRUTURAL E COMPORTAMENTAL CAPAZ DE SE MANTER EM UM MEIO CAÓTICO. PARA SE APLICAR O CONCEITO DE ACUPUNTURA, DEVE-SE ENTENDER A CIDADE COMO UMA PELE, DIFERENCIANDO SUAS ENERGIAS, QUE SÃO PRÓPRIAS DE CADA LOCAL. A LOCALIZAÇÃO DO PONTO SENSÍVEL É O PRIMEIRO PASSO A SER TOMADO, SEU ACERTO POSSIBILITARÁ O RECONHECIMENTO DE QUAL FORMA DE INTERVENÇÃO SERÁ MAIS ADEQUADA, QUAL A FORMA DE ENERGIA QUE SERÁ CAPAZ DE MODIFICAR A SITUAÇÃO.² A ACUPUNTURA PROJETUAL NÃO TEM RELAÇÃO ESTRITA COM O PEQUENO, COM O MINUCIOSO, O DELICADO, MAS SIM COM O “ESTRATÉGICO, SISTÊMICO E INTERDEPENDENTE”. A ACUPUNTURA URBANA ENCARA ESTA PELE, QUE É A CIDADE, COMO UMA MEMBRANA RICA, COMPLEXA E ENORMEMENTE INFLUENTE. PORTANTO, A AÇÃO DA ACUPUNTURA NÃO SERÁ PELO USO DE AGULHAS OU INCISÕES DE PEQUENO TAMANHO, MAS SIM POR ENTENDER A NATUREZA SISTÊMICA DA EPIDERME.²
1* LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Editora Record, 2003. 2* SOLÁ-MORALES, Manuel de. De cosas urbanas. Editorial GG, Barcelona, 2008.
A AÇÃO PROJETUAL CONTEMPORÂNEA ATUA CADA VEZ MAIS NO LUGAR JÁ EDIFICADO. PROJETAR, HOJE, É LIDAR COM GRANDES OU, PRINCIPALMENTE, PEQUENOS PROBLEMAS, SEJAM ELES ESPAÇOS, LUGARES, EDIFÍCIOS, EQUIPAMENTOS OU MESMO OBJETOS URBANOS DE USO PÚBLICO; É INTERPRETAR OS DESEJOS DE UMA COMUNIDADE.³ A ATUAÇÃO NO CONTEXTO EXISTENTE E HISTÓRICO SÓ TERÁ SIGNIFICADO À MEDIDA QUE POSSA DIALOGAR COM O PRESENTE. O PROJETO SÓ SERÁ EFICAZ ENQUANTO CAPAZ, NA SUA CONCEPÇÃO, DE RESPONDER À CONTEMPORANEIDADE IMPLÍCITA A TODA INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA.³ A REFLEXÃO ACERCA DA NECESSIDADE DE UMA EVOLUÇÃO NA DIALÉTICA DAS RELAÇÕES ENTRE A CIDADE CONSTRUÍDA E AS NOVAS INTERVENÇÕES, FAZ COM QUE SE AMPLIE A IDEIA DE RECUPERAÇÃO HISTÓRICA. A IDEIA PASSA A INCORPORAR NÃO SÓ A PREOCUPAÇÃO COM A PRESERVAÇÃO DO TECIDO HISTÓRICO-ARTÍSTICO MAS, PRINCIPALMENTE, PROPOR NOVAS INTERAÇÕES ENTRE EXISTÊNCIAS, ONDE AS PARTES DO PASSADO INTERAGEM COM O PRESENTE. ABORDAR AS RELAÇÕES ENTRE AS PRÉEXISTÊNCIAS E A INSERÇÃO NOVA, IMPLICA COMPREENDER A NOÇÃO DE TEMPORALIDADE DA CULTURA MODERNA.³ ALIADA A QUESTÃO CONCEITUAL SEGUE EM PARALELO A QUESTÃO FUNCIONAL. PARA SE OBTER UMA REARQUITETURA EFICAZ, ALÉM DE ENTENDER AS PREMISSAS DE CONTEMPORANEIDADE E DE COERÊNCIA COM O LOCAL, DEVE-SE INVESTIR EM UMA REUTILIZAÇÃO QUE PROPORCIONE UM USO CONSTANTE E ADEQUADO. OS ESPAÇOS ESQUECIDOS DEVEM SE TORNAR ATRAENTES PARA O RETORNO DA POPULAÇÃO. O ESQUECIMENTO DESSES LUGARES PELA POPULAÇÃO, ABRE ESPAÇO PARA A APREENSÃO DO NOVO, ROMPE BARREIRAS FORMADAS POR PRECONCEITOS QUE CONDUZEM POR CAMINHOS CERTOS E ÓBVIOS, FAVORECE AS POSSIBILIDADES DO IMPREVISTO.4 A PARTIR DA REDESCOBERTA DO EXISTENTE, OS NOVOS VALORES, INCORPORADOS PELA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA QUE SE SOMA À ANTIGA, PROCESSAM CONCEITOS E REELABORAM UMA NOVA VERDADE, AQUELA QUE ENVOLVE O EDIFÍCIO NO TEMPO PRESENTE E CARREGA-O DE VITALIDADE.4
3* FROTA, José Artur D’Aló´. RE-ARQUITETURAS. ARQ TEXTO 5. 4* CASTRO, Cleusa de. Permanências, transformações e simultaneidades em arquitetura. UFRGS, 2003.
AVENIDA GOIÁS - 1977
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ANÁLISE DE SIMILARES CORREDOR CULTURAL - VIVA O CENTRO PARA EMPREENDER PROCESSOS DE REQUALIFICAÇÃO DE CENTROS HISTÓRICOS, SÃO NECESSÁRIOS SIGNIFICATIVOS INVESTIMENTOS DE RECURSOS CAPAZES DE ATUALIZAR AS DIVERSAS INFRAESTRUTURAS, RECUPERAR PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS, AGREGAR FUNÇÕES URBANAS COMPLEMENTARES E ATRAIR NOVOS USUÁRIOS. MAS, TANTO QUANTO INVERSÕES DE RECURSOS, ESSES PROCESSOS REQUEREM ESFORÇOS COORDENADOS ENTRE ATORES PÚBLICOS, PRIVADOS E SOCIEDADE CIVIL, GERALMENTE EMPENHADOS EM CONJUNTO EM VIABILIZÁ-LOS.¹ NO CASO DE SÃO PAULO, A ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL ASSOCIAÇÃO VIVA O CENTRO DESEMPENHOU O PAPEL DE AGENTE COORDENADOR DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.¹ OBJETIVOS E PREMISSAS PARTIRAM DE UMA DIRETRIZ QUE BUSCAVA VALORIZAR A QUALIDADE DO PROJETO DE DESENHO URBANO E O SENSO DE APROVEITAMENTO DAS OPORTUNIDADES DADAS PELA DINÂMICA PREEXISTENTE. FAZÊ-LAS INTERAGIR E CRIAR UM SENTIDO DE CONJUNTO EM UM DETERMINADO PERÍMETRO, COM O ESPAÇO PÚBLICO REDESENHADO ATUANDO COMO ELEMENTO INTEGRADOR.¹ O PROJETO PROPUNHA-SE A INTERLIGAR E POTENCIALIZAR POLOS ISOLADOS DE ATIVIDADES RELEVANTES - CENTRO CULTURAL DO BANCO DO BRASIL, MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO (SEDE PATRIARCA), OTHON HOTEL, SHOPPING LIGHT, LOJA DE DEPARTAMENTOS EXTRA-MAPPIN, TEATRO MUNICIPAL, BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE - POR MEIO DE UMA REESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO INTERSTICIAL, DE MANEIRA QUE SE PRODUZISSE SINERGIA ENTRE ESSES POLOS, E DESTES COM A RUA, ARTICULANDO UM CONJUNTO URBANO EM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO.¹ PARTIU-SE DO CRITÉRIO URBANÍSTICO DE QUE O DESENHO URBANO SEQUENCIAL DA PAVIMENTAÇÃO DO PISO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS ABERTOS ATUA COMO UM SISTEMA INDUTOR DAS CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE URBANO, DEVENDO POTENCIALIZAR A DINÂMICA DAS ATIVIDADES QUE SE DÃO DENTRO DOS LOTES E EDIFICAÇÕES, OU SEJA, A RECUPERAÇÃO DE ESPAÇOS FECHADOS EM LOTES ISOLADOS TEM UM EFEITO URBANÍSTICO LIMITADO SE NÃO VIER ACOMPANHADA DE UMA RECUPERAÇÃO SIMULTÂNEA DA FUNÇÃO ESTRUTURADORA DA RUA.¹ PRAÇA DO PATRIARCA
PARTIDO URBANÍSTICO O PARTIDO ADOTADO TEM COMO PREMISSA O ATO DE CAMINHAR COMO FORMA FUNDAMENTAL DE CONFIGURAÇÃO DOS FLUXOS DE VITALIDADE, INTERNOS A UM DADO CONJUNTO URBANO QUE SE PRETENDE REQUALIFICAR, PRIORIZANDO ESPACIAL, FUNCIONAL E ESTETICAMENTE O PASSEIO PÚBLICO, COMO ESPAÇO DA SOBERANIA DO PEDESTRE. AO MESMO TEMPO, O PROJETO PROCURAVA LEVAR, NA DEVIDA CONTA, A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA ACESSIBILIDADE EXTERNA AO LUGAR, ENFRENTANDO TAMBÉM A DESAFIADORA QUESTÃO DA RELAÇÃO ENTRE ACESSO POR AUTOMÓVEIS E ACESSO POR TRANSPORTE PÚBLICO.¹ O PROJETO O PROJETO INTRODUZ TODA UMA ESTRATÉGIA ALTERNATIVA DE ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE, BASEADA NA INTEGRAÇÃO INTERMODAL, CAPAZ DE ARTICULAR TRAJETOS MISTOS COMPONDO TRÊS TIPOS BÁSICOS DE LOCOMOÇÃO: POR AUTOMÓVEL, POR TRANSPORTE PÚBLICO (METRÔ/ÔNIBUS/TREM) E A PÉ. ¹ AO VALORIZAR TAMBÉM A FUNÇÃO E O ESPAÇO DO AUTOMÓVEL, O PROJETO ESTABELECE UM CERTO CONTRAPONTO À VISÃO QUE ABSOLUTIZA O TRANSPORTE COLETIVO, ASSOCIANDO-O AOS ´´TRABALHADORES´´, EM OPOSIÇÃO AOS CARROS PARTICULARES ASSOCIADOS À ´´ELITE``. ¹ O PROJETO DE PAULO MENDES DA ROCHA PARA A PRAÇA DO PATRIARCA CRIA UMA NOVA MODIFICADORAS DA PAISAGEM. ELE TRANSMITE O SENTIDO DE TRANSFORMAÇÃO QUE SE PRETENDIA IMPRIMIR NA ÁREA CENTRAL, AFASTANDO A IDEIA DE UMA FIXAÇÃO APENAS NO PASSADO.¹
1* Intervenções em centros urbanos: estratégias e resultados/ Heliana Comin Vargas, Ana Luisa Howard de Castilho. Barueri, SP: Manole, 2006. 04
CONCLUSÃO A AUSÊNCIA DE CULTURA URBANÍSTICA EM RELAÇÃO AO PAPEL ESTRUTURADOR DOS PASSEIOS E DAS DEMAIS ÁREAS DE CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES PARA A VIDA URBANA, PARTICULARMENTE NOS CENTROS HISTÓRICOS, DIANTE DE UMA FORTE CULTURA DE PRIORIDADE AOS VEÍCULOS EM GERAL, EXPRESSOU-SE NAS OBRAS DE IMPLANTAÇÃO DO CORREDOR CULTURAL. ALGUNS PONTOS DO PROJETO NÃO FORAM
ALCANÇADOS, CONTUDO, A INTERVENÇÃO NO CORREDOR CULTURAL REPRESENTOU UM AVANÇO MARCANTE DENTRO DAS ESTRATÉGIAS DE REQUALIFICAÇÃO PARA O CENTRO DE SÃO PAULO.¹ 1* Intervenções em centros urbanos: estratégias e resultados/ Heliana Comin Vargas, Ana Luisa Howard de Castilho. Barueri, SP: Manole, 2006.
IMPLANTAÇÃO CORREDOR CULTURAL
TEATRO MUNICIPAL
PRAÇA RAMOS DE AZEVEDO MAPPIN (ANTIGO)
ANHANGABAÚ
GALERIA METRÓPOLE SHOPPING LIGHT PRAÇA D. JOSÉ GASPAR
BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE LADERIA DA MEMÓRIA
ED. CONDE MATARAZZO
PR A PAT ÇA D RIA O RC A
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ANÁLISE DE SIMILARES PARASITE - ANDRÉ RESENDE A PROPOSTA PARTE DA ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA DE NICE MARÇAL VILELA SOBRE A DEGRADAÇÃO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE, PRINCIPALMENTE VISANDO O MESMO COMO IMPORTANTE ÁREA RESIDENCIAL DA CAPITAL MINEIRA.
A ANÁLISE DO LUGAR MOSTRA QUE COM MÁXIMO APROVEITAMENTO DO TERRENO PARA O LUCRO NA METRAGEM QUADRADA É COMUM ACHAR ENCONTROS DE COBERTURAS INUTILIZADAS E FACHADAS CEGAS COLADAS NA DIVISA , O QUE GERA UMA GRANDE QUANTIDADE DE “ESPAÇOS VAZIOS ”, QUE SÃO ESQUECIDOS POR TODOS E ACABAM VIRANDO APENAS RESIDUOS DA EVOLUÇÃO URBANA .
OS ESTUDOS MOSTRAM QUE EXISTE UMA TENDÊNCIA PARADOXAL NO CENTRO, UMA VEZ QUE NA DÉCADA DE 90 OBSERVA-SE UM CRESCIMENTO NO NÚMERO DE IMÓVEIS OCUPADOS, MAS AO MESMO TEMPO UM DECRESCIMENTO NO TOTAL DE SUA POPULAÇÃO, E UMA QUEDA AINDA MAIS SIGNIFICATIVA NO NÚMERO DE HABITANTES POR UNIDADE HABITACIONAL.
A PARTIR DA CONSTATAÇÃO ACIMA, DESENVOLVEU-SE A PROPOSTA DA HABITAÇÃO PARASITA VISANDO EXATAMENTE ABRIR UMA BRECHA NOS EDIFÍCIOS SOLIDIFICADOS, TANTO PELA FORMA QUANTO PELO USO, E IMPLANTAR NOVAS POSSIBILIDADES DE EXPANSÃO DO CENTRO DE BELO HORIZONTE; RECOBRANDO O VALOR DA ÁREA CENTRAL COMO IMPORTANTE ÁREA RESIDENCIAL DE BH.
COM A ALTA NOS PREÇOS DO HIPERCENTRO A POPULAÇÃO PERIFÉRICAS DE BELO HORIZONTE - QUE SÃO ÀS PESSOAS QUE MAIS UTILIZAM A ÁREA TANTO PARA AS OPORTUNIDADES DE TRABALHO, VAGAS EM ESCOLAS E CURSOS OU OO TRANSPORTE PÚBLICO - ACABA AFASTANDO-SE DO HIPERCENTRO E CONTINUA DESLOCANDO-SE RUMO A ESSA ÁREA TODOS OS DIAS. ESSA SITUAÇÃO TRAZ A TONA DIVERSAS QUESTÕES: - COMO RESOLVER O PROBLEMA DE HABITAÇÃO NUM CENTRO SOLIDIFICADO (90% DAS CONSTRUÇÕES COM DATA ANTERIOR À 1990) E DOMINADO PELA INICIATIVA PRIVADA? - COMO TRAZER A POPULAÇÃO QUE MAIS UTILIZA O CENTRO PARA HABITAR O PRÓPRIO? - COMO INICIATIVAS COMO O ´´CENTRO VIVO``, PODEM MUDAR ESSE QUADRO DE DEGRADAÇÃO DO CENTRO DE MODO A RESPONDER ÀS DEMANDAS LOCAIS E AOS PROBLEMAS DO RESTO DA CAPITAL?
DENSA, ESTAGNADA E RETRÓGADA
NOVAS DEMANDAS
PREENCHENDO OS VAZIOS
PARASITE
A PROPOSTA PARTE ENTÃO DA ANÁLISE DO QUADRILÁTERO FORMADO PELA AVENIDA AUGUSTO DE LIMA, RUA SÃO PAULO, RUA DOS TAMOIOS E RUA DA BAHIA, QUE SE ENCONTRAM EM UM PONTO CHAVE DA CAPITAL, A APENAS ALGUNS QUARTEIRÕES DE GRANDES EQUIPAMENTOS COMO O PARQUE MUNICIPAL E A PRAÇA SETE. ESSA REGIÃO, TOMADA COMO “CORPO DE PROVA”, SOFRE GRANDE INFLUÊNCIA DO GRANDE NÚMERO DE PONTOS DE ÔNIBUS E INTENSO TRÁFICO DE VEÍCULOS E PEDESTRES, SENDO VISTA COMO UM POTENCIAL PONTO DE PARTIDA PARA UMA INTERVENÇÃO URBANA. A REGIÃO FOI ANALISADA COMO PONTO DE PARTIDA, PRESSUPONDO-SE QUE A IDÉIA PODERIA SE ESPALHAR PELA CIDADE COMO UMA NOVA CAMADA DE EQUIPAMENTOS, E RELAÇÕES DOS USUÁRIOS COM A MESMA.
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ÁREAS PÚBLICAS AS ESTRATÉGIAS PARA AS ÁREAS PÚBLICAS FORAM BASEADAS NA MULTIPLICIDADE DE USOS E NA CAPACIDADE DOS MESMOS ADAPTAREM-SE A DIFERENTES USOS. ISTO OCORRE TANTO NA ESTRUTURA, QUE CRIA DIFERENTES SITUAÇÕES COMO PÉS DIREITOS DUPLOS, MEZANINOS E PLANOS INCLINADOS; QUANTO NOS MOBILIÁRIOS ESCOLHIDOS, QUE POSSIBILITAM DIFERENTES OCUPAÇÕES. A ESCADARIA QUE LIGA O PRIMEIRO PAVIMENTO COM HABITAÇÕES ATÉ O PAVIMENTO PÚBLICO MAIS ALTO, POSSUI CONFIGURAÇÕES E TAMANHOS DE DEGRAUS, QUE PERMITEM UM USO MÚLTIPLO. SERVEM COMO DEGRAU, COMO PATAMARES PERMITINDO MAIORES TEMPOS DE PERMANÊNCIA, OU MESMO COMO ASSENTOS QUE CONFIGURAM UMA ARQUIBANCADA. VIRADA PARA UMA FACHADA CEGA DE UM EDIFÍCIO EXISTENTE, A ARQUIBANCADA ABRIGARÁ PROJEÇÕES DE FILMES, JOGOS E OUTRAS EXIBIÇÕES, DEVOLVENDO À POPULAÇÃO OS CINEMAS DE RUA QUE ENTRARAM EM DECLÍNIO E FORAM FECHADOS A PARTIR DA DÉCADA DE 80.
LÓGICA DA CIDADE ATUAL - CARROS NAS RUAS E PEDESTRES CAMINHANDO NO LABIRINTO DOS EDIFÍCIOS
LÓGICA DA CIDADE PARASITE - CARROS NAS RUAS E PEDESTRES EM TODA PARTE
UMA NOVA CAMADA DE ESPAÇOS PÚBLICOS, INTERATIVOS E VERDES
AS TOPOGRAFIAS ARTIFICIAIS QUE CRIAM ÁREAS DE ACLIVE E DECLIVE, FORMAM UM “SKATE PARK” INCORPORADO NA PAISAGEM, ÁREAS PARA EXPOSIÇÕES DE OBRAS DE ARTE E DE INSTALAÇÕES, ÁREAS PARA SE DEITAR, MIRANTES E PÉS DIREITOS VARIADOS NOS PAVIMENTOS INFERIORES. OS BANCOS, LOCALIZADOS NA COBERTURA, POSSUEM ABERTURAS ZENITAIS NA SUA PARTE INFERIOR PARA ILUMINAÇÃO DOS PAVIMENTOS INFERIORES E TAMBÉM CAIXAS PARA O AUMENTO DE VOLUME DE TERRA NOS JARDINS, PROPORCIONANDO A IMPLANTAÇÃO DE VEGETAÇÕES DE MAIOR PORTE. ESSA PROPOSIÇÃO DE ÁREA PÚBLICA DEVOLVE À POPULAÇÃO AS ÁREAS DE RECREAÇÃO, LAZER, CINEMA E PASSAGEM QUE FORAM RENEGADAS À SOCIEDADE COM A EVOLUÇÃO URBANA DA CAPITAL MINEIRA.
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METODOLOGIA DE PESQUISA CONCEITUAÇÃO TENDO EM VISTA AS CONDIÇÕES MORFOLÓGICAS E FUNCIONAIS CARACTERÍSTICAS DAS ÁREAS CENTRAIS, A PROBLEMÁTICA DO PROCESSO DE ABANDONO E DEGRADAÇÃO DESTAS ÁREAS E O CARÁTER DE SUSTENTABILIDADE DA PROPOSTA, BUSCOU-SE ESTABELECER REQUISITOS BÁSICOS PARA A ESCOLHA DO OBJETO DE INTERVENÇÃO, CONSIDERANDO A ÁREA PREVIAMENTE DELIMITADA. PARA QUE PROPOSTA DE REARQUITETURA VOLTADA À INSERÇÃO DE NOVAS UNIDADES DE HABITAÇÃO NO CENTRO TIVESSE VIABILIDADE ECONÔMICA, OPTOU-SE PELA HABITAÇÃO COLETIVA E PELO EDIFÍCIO EM ALTURA (ACIMA DE 4 PAVIMENTOS) COMO TIPOLOGIA MAIS ADEQUADA. NESTE CASO, BUSCOU-SE IDENTIFICAR EDIFÍCIOS INACABADOS, EM MAL USO OU SUBUTILIZADOS, MAS QUE NÃO TIVESSEM UM NÍVEL DE DEGRADAÇÃO MUITO ALTO, A PONTO DE INVIABILIZAR SUA REARQUITETURA. OBSERVANDO O ESTUDO DE CASO DO “CORREDOR CULTURAL”, QUE ENFATIZA OS MEIOS DE ACESSO ATRAVÉS DO TRANSPORTE PÚBLICO, A PÉ E DE BICICLETA; OUTRO REQUISITO IMPORTANTE FOI A PROXIMIDADE À VIAS IMPORTANTES, AO TRANSPORTE PÚBLICO, À CICLOVIAS E A ÁREAS COM INFRAESTRUTURA ADEQUADA, QUE SUPORTE, UMA DEMANDA CONCENTRADA DE USUÁRIOS. O FATO DE ESTAR EM UMA ÁREA COM POUCA DIVERSIDADE DE USOS FOI OUTRO REQUISITO RELEVANTE NA ESCOLHA DO OBJETO DE INTERVENÇÃO, NA MEDIDA EM QUE A FALTA DE DIVERSIDADE DE USOS ACABA POR REDUZIR AS HORAS COM PRESENÇA DE PÚBLICO NO LOCAL E O INCREMENTO DE UM USO PERMANENTE PROPORCIONA UM AUMENTO DAS HORAS DE UTILIZAÇÃO. ALÉM DA NECESSIDADE DE AUMENTAR DA DIVERSIDADE DE USOS DO LOCAL, EXISTE TAMBÉM A NECESSIDADE DE TRAZER UM PÚBLICO PERMANENTE PARA OS ESPAÇOS PÚBLICOS OCIOSOS E INSTITUIÇÕES CULTURAIS LOCALIZADAS NA REGIÃO. OBJETOS INACABADOS OU COM MAU USO SÃO ENCONTRADOS MAIS FREQUENTEMENTE EM ZONAS DEGRADADAS, CONTUDO PODEM SER ENCONTRADOS EM ZONAS EM TRANSFORMAÇÃO, POR EXEMPLO EM ZONAS ANTES VALORIZADAS E AGORA EM DEGRADAÇÃO OU ZONAS EM SITUAÇÃO CONTRÁRIA. OUTRO REQUISITO ADICIONADO À IDENTIFICAÇÃO DO EDIFÍCIO, OBJETO DO PROJETO DE REARQUITETURA, FOI A POTENCIALIDADE ARQUITETÔNICA. ESTE EDIFÍCIO DEVE CONTER CLAREZA PROJETUAL E ESTAR DESTITUÍDO DE AMBIGUIDADES FORMAIS DE DIFÍCIL CORREÇÃO, QUE TORNEM A INTERVENÇÃO MUITO ONEROSA E A DEMOLIÇÃO MAIS VANTAJOSA.
DIAGNÓSTICO_REARQUITETURA NOME_ FOTO
ENDEREÇO_ CENTRALIDADE_ LEVANTAMENTO DE DADOS TIPOLOGIA VERTICAL EM ESTADO INACABADO OU DE MAU USO NÍVEL DE DEGRADAÇÃO EM ESTÁGIO REVERSÍVEL PROXIMIDADE A VIAS COLETORAS OU ESPRESSAS PROXIMIDADE A TRANSPORTE PÚBLICO PROXIMIDADE A CICLOVIAS SITUADO EM ÁREA COM SANEAMENTO BÁSICO ADEQUADO SITUADO EM ÁREA COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA ADEQUADO SITUADO EM ÁREA COM FORNECIMENTO DE ENERGIA ADEQUADO SITUADO EM ÁREA COM BAIXA DIVERSIDADE DE USOS PROXIMIDADE A CENTROS COMERCIAS PROXIMIDADE A INSTITUIÇÕES PÚBLICAS / PRIVADAS PROXIMIDADE A ESPAÇOS PÚBLICOS SITUADO EM ÁREA DEGRADADA OU EM DEGRADAÇÃO SITUADO EM ÁREA EM TRANSFORMAÇÃO SITUADO EM ÁREA COM ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA EM ALTA POTENCIALIDADE ARQUITETÔNICA PRIORIDADE ALTA MÉDIA PEQUENA
PONTUAÇÃO 15 12 8
PORCENTAGEM 90% 70% 50%
EM PARALELO À FORMULAÇÃO DA TABELA DE DIAGNÓSTICO, FOI CRIADA UMA SEGUNDA TABELA, QUE FUNCIONOU COMO MEIO DE SELEÇÃO DOS OBJETOS QUE PRECISAVAM DE UMA INTERVENÇÃO COM MAIOR URGÊNCIA. ESTA TABELA APRESENTA TRÊS ÍNDICES DE PRIORIDADE: ALTA, MÉDIA E PEQUENA. PARA QUE UM OBJETO RECEBESSE O ÍNDICE DE MAIOR PRIORIDADE, FOI PRECISO TER UMA PONTUAÇÃO DE 15 DOS TÓPICOS ENUMERADOS, NUM TOTAL DE 17. PARA QUE RECEBESSE O ÍNDICE MÉDIO, FOI PRECISO TER UMA PONTUAÇÃO DE 12 E PARA RECEBESSE O MENOR ÍNDICE DE PRIORIDADE, FOI PRECISO PONTUAR NO MÍNIMO 8 DOS TÓPICOS ENUMERADOS.
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DIAGNÓSTICO CENTRALIDADES
N
O RECORTE UTILIZADO PARA DELIMITAR A ÁREA DE LEVANTAMENTO E IDENTIFICAR O OBJETO DE INTERVENÇÃO FOI FEITO A PARTIR DO O CONCEITO DE “CENTRALIDADES”. APÓS A DEFINIÇÃO DAS CENTRALIDADES A SEREM LEVANTADAS, FOI REALIZADA A IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETOS QUE SE ENQUADRAVAM NA PROPOSTA. O PROCESSO DE CENTRALIDADE É CARACTERIZADO QUANDO ATIVIDADES URBANAS ASSUMEM UM PAPEL SIGNIFICATIVO NA ESTRUTURA URBANA, INDEPENDENDO DA DISTÂNCIA AO CENTRO HISTÓRICO. EVIDENCIA O SURGIMENTO DE ÁREAS CENTRAIS DEFINIDAS TOPOLOGICAMENTE COMO CENTROS QUE SE CARACTERIZAM PELA CONCENTRAÇÃO DE ATIVIDADES URBANAS, PELO AUMENTO DO PREÇO DO SOLO E EM FUNÇÃO DOS QUAIS SE ORGANIZA TERRITORIALMENTE A CIDADE.¹ CENTRALIDADE PODE SER CONCEITUADA ATRAVÉS DE UMA MEDIDA QUE INFERE NO GRAU DE DIFERENCIAÇÃO ESPACIAL EM FUNÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO, DA LOCALIZAÇÃO DOS ESTOQUES EDIFICADOS E DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO INTERIOR DESTES ESTOQUES. DESCREVE-SE CENTRALIDADE COMO UMA MEDIDA DE ACESSIBILIDADE QUALIFICADA, DEFININDO-A COMO UMA PROPRIEDADE ATRIBUÍDA AOS ESPAÇOS PÚBLICOS. ESSA PROPRIEDADE É GERADA CONSIDERANDO AS RELAÇÕES ENTRE AS PORÇÕES DE FORMAS CONSTRUÍDAS COMO UMA TENSÃO (POTENCIALIDADE DE CADA CONSTRUÇÃO PARA GERAR E ATRAIR FLUXOS), CUJO VALOR É IGUALMENTE DISTRIBUÍDO ENTRE TODOS OS ESPAÇOS PÚBLICOS QUE FORMAM OS MENORES CAMINHOS QUE LIGAM ESSAS PORÇÕES.² A PARTIR DOS CONCEITOS ACIMA DESCRITOS, FOI DIAGNOSTICADO COM GOIÂNIA NOVE DAS CENTRALIDADES EXISTENTES NA CAPITAL, DENTRO DAS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS À PRIORI: SETOR CENTRAL; SETOR OESTE; SETOR SUL; SETOR MARISTA; SETOR BUENO; SETOR BELA VISTA, SETOR NOVA SUÍÇA, BAIRRO ALTO DA GLÓRIA E JARDIM GOIÁS.
LEGENDA SETOR CENTRAL SETOR OESTE SETOR SUL
1* DANTAS, J. R. (1981) A nucleação central e a centralidade como estruturas de relações na organização do espaço intra-urbano. São Paulo, FAU USP. 2* KRAFTA apud SOUZA, M. R. R. de (2002) Produção Espacial Urbana: Um Exercício de Simulação. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
SETOR MARISTA SETOR BUENO JARDIM GOIÁS NOVA SUÍÇA BELA VISTA ALTO DA GLÓRIA
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DIAGNÓSTICO APÓS A VARREDURA À PROCURA DE OBJETOS A SEREM ANALISADOS ATRAVÉS DA TABELA DE DIAGNÓSTICO, FORAM ESCOLHIDOS 16 EDIFÍCIOS COM POTENCIAL DE REARQUITETURA. NO SETOR CENTRAL FORAM DIAGNOSTICADOS 8 EDIFÍCIOS EM SITUAÇÃO DEGRADADA OU INACABADA. O SETOR OESTE VEM EM SEGUNDO LUGAR COM 4 EDIFÍCIOS. O SETOR SUL E BUENO FICARAM CADA UM COM 2 EDIFÍCIOS. COM ESSE DIAGNÓSTICO. ESTES NÚMEROS DEMONSTRAM, COM ALGUMA PREVISÃO, QUE A CENTRALIDADE MAIS DEGRADADA POSSUI NÚMERO MAIOR DE EXEMPLARES COM AS CARACTERÍSTICAS PROCURADAS. O QUADRO GERAL MOSTRA QUE QUATRO EDIFÍCIOS LOCALIZADOS NO SETOR CENTRAL POSSUEM PRIORIDADE ALTA QUANTO À INTERVENÇÃO. PARA OS DEMAIS EDIFÍCIOS FOI PRESCRITO UMA PRIORIDADE MÉDIA PARA A INTERVENÇÃO. É INTERESSANTE RESSALTAR QUE OS SETORES CENTRAL E OESTE FORAM OS PRIMEIROS A SE VERTICALIZAR, O PRIMEIRO NA DÉCADA DE 1960 E O SEGUNDO NA DÉCADA DE 1970, SENDO O SETOR CENTRAL O MAIS DESVALORIZADO EM TERMOS DO CAPITAL IMOBILIÁRIO E O SETOR OESTE SEGUINDO A MESMA TENDÊNCIA, ESTÁ EM SEGUNDO LUGAR.
EDIFÍCIO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
QUADRO GERAL CENTRALIDADE PORCENTAGEM CENTRO 90 CENTRO 90 CENTRO 90 CENTRO 70 CENTRO 70 CENTRO 80 CENTRO 80 CENTRO 90 OESTE 75 OESTE 80 OESTE 70 OESTE 70 OESTE 75 SUL 75 BUENO 75 BUENO 80
PRIORIDADE ALTA ALTA ALTA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA ALTA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA
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CONJUNTO LEVANTADO SETOR CENTRAL
EDIFÍCIO 01
EDIFÍCIO 02
EDIFÍCIO 03
EDIFÍCIO 04
EDIFÍCIO 10
EDIFÍCIO 11
EDIFÍCIO 12
EDIFÍCIO 05
EDIFÍCIO 06
EDIFÍCIO 07
EDIFÍCIO 08
SETOR OESTE
EDIFÍCIO 09
SETOR SUL
EDIFÍCIO 13
SETOR BUENO
EDIFÍCIO 14
EDIFÍCIO 15
EDIFÍCIO 16
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ÁREA DE INTERVENÇÃO JUSTIFICATIVA
1* Intervenções em centros urbanos: estratégias e resultados/ Heliana Comin Vargas, Ana Luisa Howard de Castilho. Barueri, SP: Manole, 2006.
MOTIVAÇÕES QUE CONDUZEM AS INTERVENÇÕES EM CENTROS URBANOS¹
REFERÊNCIA E IDENTIDADE
HISTÓRIA URBANA
OS CENTROS TÊM UM PAPEL ESSENCIAL QUANTO À IDENTIDADE E À REFERÊNCIA DE SEUS CIDADÃOS E VISITANTES.
O CENTRO É O LUGAR ONDE SE ENCONTRAM AS SEDIMENTAÇÕES E AS ESTRATIFICAÇÕES DA HISTÓRIA DE UMA CIDADE.
SOCIABILIDADE E DIVERSIDADE
A VARIEDADE DE ATIVIDADES E A TOLERÂNCIA ÀS DIVERSIDADES REFORÇAM O CARÁTER SINGULAR DOS CENTROS URBANOS EM RELAÇÃO AOS SUBCENTROS MAIS RECENTES.
INFRAESTRUTURA EXISTENTE
NOS CENTROS DAS CIDADES, GERALMENTE, HÁ UM SISTEMA VIÁRIO CONSOLIDADO, SANEAMENTO BÁSICO, ENERGIA E SERVIÇOS DE TELEFONIA, TRANSPORTE COLETIVO, EQUIPAMENTOS SOCIAIS E CULTURAIS DE DIVERSAS NATUREZAS. O DESCARTE DESSA INFRAESTRUTURA, TANTO DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO QUANTO AMBIENTAL, É INJUSTIFICÁVEL.
MUDANÇA NOS PADRÕES SOCIODEMOGRÁFICOS
DESLOCAMENTOS PENDULARES
ALTERAÇÕES COMO MAIOR EXPECTATIVA DE VIDA E CONSEQUENTE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO; REDUÇÃO DO NÚMERO DE COMPONENTES DA FAMÍLIA; AMPLIAÇÃO DO TRABALHO FEMININO, ENTRE OUTROS ASPECTOS, FACILITAM E RECONDUZEM AO RETORNO DE HABITAÇÕES NAS ÁREAS CENTRAIS.
ESTATISTICAMENTE, O CENTRO DE MUITAS CIDADES AINDA CONCENTRA UM MAIOR NÚMERO DE POSTOS DE EMPREGO. O RETORNO DO USO RESIDENCIAL PARA O CENTRO DIMINUI SENSIVELMENTE A NECESSIDADE DE MOVIMENTO PENDULAR DIÁRIO MORADIA-TRABALHO.
DISTRIBUIÇÃO E ABASTECIMENTO DURANTE MUITAS DÉCADAS, VEM OCORRENDO A DISPERSÃO LOCACIONAL DOS NEGÓCIOS. EM DIVERSAS ESCALAS, ENTRETANTO, OS CENTROS AINDA RETÊM UMA PARCELA DA DISTRIBUIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS.
AVENIDA GOIÁS
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RECORTE SETOR CENTRAL
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O CENTRO DE ATÍLIO CARACTERIZAÇÃO E RECORTE ATÍLIO CORREIA LIMA PROJETA GOIÂNIA SEGUINDO OS MOLDES DO URBANISMO FRANCÊS. SEU DESENHO ENFATIZA AS AVENIDAS LARGAS E SEUS BULEVARES, QUE TRANSMITEM CERTA MONUMENTALIDADE PARA A NOVA CAPITAL. ACOMPANHANDO SEUS PLANOS URBANOS, A CIDADE É EDIFICADA EM ESCALA DOMÉSTICA, COM EDIFÍCIOS MUITO SINGELOS, SE COMPARADOS À ELABORAÇÃO DO PLANO URBANÍSTICO E AO TRAÇADO DAS VIAS. ESTES EDIFÍCIOS APRESENTAM INFLUÊNCIAS DE VÁRIOS ESTILOS ARQUITETÔNICAS EM VOGA NOS ANOS 1930/40 – O NEOCOLONIAL, O NEONORMANDO, O ECLÉTICO E O DÉCO–, QUE SE MESCLAM COM ALGUMAS TENDÊNCIAS ARQUITETÔNICAS CRESCENTES NAS CIDADES BRASILEIRAS, NESTA MESMA ÉPOCA, O RACIONALISMO E A ARQUITETURA MODERNA DE VERTENTE CORBUSIANA, QUE SE IDENTIFICA NA “ESCOLA CARIOCA”. O PERÍODO DESTAS CONSTRUÇÕES COINCIDE COM A CONSOLIDAÇÃO DA CIDADE. O ESTILO DÉCO DESTACA-SE INICIALMENTE NOS EDIFÍCIOS INSTITUCIONAIS DOS ANOS 1930/40, E PASSA A PROLIFERAR-SE, DE FORMA DILUÍDA, EM ALGUNS ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS PRESENTES NOS EDIFÍCIOS COMERCIAIS E RESIDENCIAIS. NAS DÉCADAS DE 1950 COMEÇAM A SURGIR EXEMPLARES DA ARQUITETURA MODERNA, ORIGINADOS A PARTIR DA “ESCOLA CARIOCA”, QUE NOS ANOS 1960 COMEÇA A DAR LUGAR, PAULATINAMENTE, AO SURGIMENTO DE EXEMPLARES LIGADOS À ARQUITETURA BRUTALISTA, VINCULADOS À “ESCOLA PAULISTA”. ESTE PERÍODO, DÉCADA DE 1960/70 COINCIDE COM A VERTICALIZAÇÃO DO SETOR CENTRAL, O INÍCIO DA VERTICALIZAÇÃO DO SETOR OESTE E AO PROCESSO DE EXPANSÃO HORIZONTAL DA CIDADE. SUA MALHA URBANA ORGANIZA-SE EM TORNO DA PRAÇA CÍVICA, CENTRO ADMINISTRATIVO DA CIDADE; GRANDES BULEVARES E UM SISTEMA VIÁRIO QUE FORMALIZA A “PATA DE GANSO”, ESTABELECENDO GRANDES PERSPECTIVAS CONVERGENTES. O SISTEMA DE QUADRAS E RUAS BASEIA-SE NO SISTEMA TRADICIONAL DE QUADRAS, DEFINIDO EM SEUS LIMITES PELAS TESTADAS DOS EDIFÍCIOS E CONFIGURANDO A TIPOLOGIA DA “RUA CANAL”. O PLANO SEGUE UMA SETORIZAÇÃO DE FUNÇÕES NOS MOLDES DO URBANISMO FUNCIONALISTA, RESERVANDO ÁREAS DE PRESERVAÇÃO, EM FORMA DE PARQUES, E UM CINTURÃO VERDE PARA ÁREA AGRÍCOLA DE HORTIFRUTIGRANJEIRO. O PLANO DE CORREA LIMA ABRANGIA OS SETORES CENTRAL, SUL, NORTE, LESTE E OESTE DA CIDADE, ENQUANTO QUE AQUELE DESENVOLVIDO PELA FIRMA COIMBRA BUENO, SOB ASSESSORIA DE ARMANDO DE GODÓY, E QUE FOI EFETIVAMENTE CONSTRUÍDO ABRANGEU APENAS OS SETOR CENTRAL, SUL E NORTE. O SETOR
CENTRAL PROPOSTO POR ATÍLIO, INCLUIA APENAS A ÁREA DELIMITADA PELAS AVENIDAS ARAGUAIA, TOCANTINS E PARANÁIBA. HOJE, O SETOR CENTRAL DA CIDADE INCLUI O ANTIGO SETOR NORTE DO PLANO DE ATÍLIO, DELIMITADO PELAS AVENIDAS PARANAÍBA E INDEPENDÊNCIA, O PARQUE MUTIRAMA E O SETOR AEROPORTO, ANTIGO AEROPORTO DA CIDADE. A ÁREA DELIMITADA PELO PLANO DE ATÍLIO APRESENTA ALGUNS CONTRASTES E ALGUMAS CONTRADIÇÕES. HÁ UMA OPÇÃO POR UMA ARQUITETURA DE ESCALA MAIS SINGELA, CONTRARIANDO A TENDÊNCIA MUNDIAL DE VALORIZAÇÃO DE TECIDOS URBANOS MONUMENTAIS. EXISTE TAMBÉM UM CONTRASTE ENTRE O PLANO DOS SETORES CENTRAL E NORTE, O PRIMEIRO MAIS MONUMENTAL, LIGADO AO URBANISMO ACADÊMICO DA ESCOLA FRANCESA, E O SEGUNDO, MAIS RACIONALISTA, LIGADO AO URBANISMO FUNCIONALISTA DEFENDIDO PELOS CIAMS. A AVENIDA GOIÁS FOI PENSADA COMO AVENIDA PRINCIPAL, O EIXO PRINCIPAL DE ORGANIZAÇÃO DA CIDADE, QUE INTERLIGARIA O NORTE E O SUL. A AVENIDA, AMPLA E ARBORIZADA, CONTRASTA COM OS EDIFÍCIOS DE PORTE BAIXO E CONSTRUÇÃO DE BAIXO CUSTO. NAS DÉCADAS POSTERIORES HOUVE UM INÍCIO DE VERTICALIZAÇÃO DA AVENIDA E DE PARTE DO BAIRRO. ENTRETANTO, ESTE MOMENTO FOI BREVE O SUFICIENTE PARA CONFIGURAR UM FORTE CONTRASTE DE ALTURAS ENTRE AS EDIFICAÇÕES DO BAIRRO, E UMA OCUPAÇÃO DESUNIFORME, EM ALTURA, AO LONGO DA AVENIDA. A PARTIR DA REFLEXÃO ACIMA, FOI REALIZADO UM RECORTE NO CENTRO DE ATÍLIO, ENGLOBANDO A AVENIDA GOIÁS, AS VIELAS QUE POSSUEM CONEXÃO COM A MESMA, TRÊS EDIFÍCIOS INACABADOS E COM MAU USO E UM LOTE COM USO ÍNFIMO, NA ENTRADA NORTE DA AVENIDA. LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A FUTURA INSTALAÇÃO DO BRT (BUS RAPID TRANSIT) NO EIXO NORTE-SUL, PASSANDO PELA AV. GOIÁS, E A INSTALAÇÃO DO VLT (VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS) NA AVENIDA ANHANGUERA, FOI ESCOLHIDO ESSE CORREDOR PARA DENSIFICAÇÃO DO USO HABITACIONAL, TRANSFORMANDO-O EM UM POLO GERADOR DE VIAGENS PARA O TRANSPORTE PÚBLICO. A INTERVENÇÃO SERÁ ENCARADA COMO UM ESTOPIM DE FUTUROS INVESTIMENTOS QUE PODERÃO SER ATRAÍDOS PARA A ÁREA.
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PROPOSTA IMAGENS DOS OBJETOS E REGIÕES INTERLIGADOS PELO CORREDOR
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CRUZAMENTOS E SILHUETA CRUZAMENTOS QUE PASSAM PELO CORREDOR E PERFIS DE CADA QUADRA
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METODOLOGIA DE ANÁLISE A IMAGEM DA CIDADE - KEVIN LYNCH¹ KEVIN LYNCH DEFINE A CIDADE COMO OBRA ARQUITETÔNICA, A CIDADE É UMA CONSTRUÇÃO NO ESPAÇO, MAS UMA CONSTRUÇÃO EM GRANDE ESCALA: UMA COISA SÓ PERCEBIDA NO DECORRER DE LONGOS PERÍODOS DE TEMPO. SEGUNDO ELE, NÓS NÃO SOMOS APENAS OBSERVADORES DESSE ESPETÁCULO, MAS PARTE DELE. UMA CIDADE LEGÍVEL É AQUELA CUJOS BAIRROS, MARCOS OU VIAS PODEM SER FACILMENTE RECONHECÍVEIS E AGRUPADOS NUM MODELO GERAL. PARA DIAGNOSTICAR, SE UMA CIDADE É LEGÍVEL OU NÃO, LYNCH DESENVOLVE A “TEORIA DA IMAGEM DA CIDADE”, QUE SERÁ RECONHECIDA ATRAVÉS DE SUAS VIAS, MARCOS, LIMITES, PONTOS NODAIS E BAIRROS. PARA O AUTOR, CADA USUÁRIO DA CIDADE POSSUI UMA IMAGEM DIFERENTE DO LUGAR QUE VIVE E DIFERENCIA ALGUMAS IMAGENS QUE SE TORNAM MAIS IMAGÉTICAS QUE OUTRAS. ISSO SE EXPLICA ATRAVÉS DO CONCEITO DE “IDENTIDADE”, QUE É A DIFERENCIAÇÃO DO OBJETO DE OUTRAS COISAS, SEU RECONHECIMENTO ENQUANTO ENTIDADE SEPARÁVEL. AS VIAS, MARCOS, LIMITES, PONTOS NODAIS E BAIRROS SÃO OBJETOS QUE POSSUEM COMO CARACTERÍSTICA A “IMAGEABILIDADE”, QUE É A ALTA PROBABILIDADE DAQUELE OBJETO EVOCAR UMA IMAGEM FORTE EM QUALQUER OBSERVADOR. ASSIM ELE CONCEITUA O QUE SERIAM ESSES PONTOS: VIAS - AS VIAS SÃO OS CANAIS DE CIRCULAÇÃO AO LONGO DOS QUAIS O OBSERVADOR SE LOCOMOVE DE MODO HABITUAL, OCASIONAL OU POTENCIAL. PODEM SER RUAS, ALAMEDAS, LINHAS DE TRÂNSITO, CANAIS, FERROVIAS. PARA MUITAS PESSOAS, SÃO ESTES OS ELEMENTOS PREDOMINTANTES EM SUA IMAGEM. OS HABITANTES DE UMA CIDADE OBSERVAM-NA À MEDIDA QUE SE LOCOMOVEM POR ELA, E, AO LONGO DESSAS VIAS, OS OUTROS ELEMENTOS AMBIENTAIS SE ORGANIZAM E SE RELACIONAM. LIMITES - OS LIMITES SÃO OS ELEMENTOS LINEARES NÃO USADOS OU ENTENDIDOS COMO VIAS PELO OBSERVADOR. SÃO AS FRONTEIRAS ENTRE DUAS FASES, QUEBRAS DE CONTINUIDADE LINEARES: PRAIAS, MARGENS DE RIOS, LAGOS, CORTES DE FERROVIAS, ESPAÇOS EM CONSTRUÇÃO, MUROS E PAREDES. SÃO REFERÊNCIAS LATERAIS, MAIS QUE EIXOS COORDENADOS. ESSES LIMITES PODEM SER BARREIRAS MAIS OU MENOS PENETRÁVEIS QUE SEPARAM UMA REGIÃO DE OUTRA, MAS TAMBÉM PODEM SER COSTURAS, LINHAS AO LONGO DAS QUAIS DUAS REGIÕES SE RELACIONAM E SE ENCONTRAM.
BAIRROS - OS BAIRROS SÃO AS REGIÕES MÉDIAS OU GRANDES DE UMA CIDADE, CONCEBIDOS COMO DOTADOS DE EXTENSÃO BIDIMENSIONAL. O OBSERVADOR NELES ´´PENETRA`` MENTALMENTE E ELES SÃO RECONHECÍVEIS POR POSSUÍREM CARACTERÍSTICAS COMUNS QUE OS IDENTIFICAM. SEMPRE IDENTIFICÁVEIS A PARTIR DO LADO INTERNO, SÃO TAMBÉM USADOS PARA REFERÊNCIA EXTERNA QUANDO VISÍVEIS DE FORA. PONTOS NODAIS - OS PONTOS NODAIS SÃO PONTOS, LUGARES ESTRATÉGICOS DE UMA CIDADE ATRAVÉS DOS QUAIS O OBSERVADOR PODE ENTRAR, SÃO OS FOCOS INTENSIVOS PARA OS QUAIS OU A PARTIR DOS QUAIS ELE SE LOCOMOVE. PODEM SER BASICAMENTE JUNÇÕES, LOCAIS DE INTERRUPÇÃO DO TRANSPORTE, UM CRUZAMENTO OU UMA CONVERGÊNCIA DE VIAS, MOMENTOS DE PASSAGEM DE UMA ESTRUTURA A OUTRA. OU PODEM SER MERAS CONCENTRAÇÕES QUE ADQUIREM IMPORTÂNCIA POR SEREM A CONDENSAÇÃO DE ALGUM USO OU DE ALGUMA CARACTERÍSTICA FÍSICA, COMO UM PONTO DE ENCONTRO NUMA ESQUINA OU NUMA PRAÇA FECHADA. ALGUNS DESSES PONTOS NODAIS DE CONCENTRAÇÃO SÃO O FOCO E A SÍNTESE DE UM BAIRRO, SOBRE O QUAL SUA INFLUÊNCIA SE IRRADIA E DO QUAL SÃO UM SÍMBOLO. MUITOS PONTOS NODAIS TÊM A NATUREZA TANTO DE CONEXÕES COMO DE CONCENTRAÇÕES. MARCOS - OS MARCOS SÃO OUTRO TIPO DE REFERÊNCIA, MAS, NESSE CASO, O OBSERVADOR NÃO ENTRA NELES: SÃO EXTERNOS. EM GERAL, SÃO UM OBJETO FÍSICO DEFINIDO DE MANEIRA MUITO SIMPLES: EDIFÍCIO, SINAL, LOJA OU MONTANHA. SEU USO IMPLICA A ESCOLHA DE UM ELEMENTO A PARTIR DE UM CONJUNTO DE POSSIBILIDADES. ALGUNS MARCOS SÃO DISTANTES, TIPICAMENTE VISTOS DE MUITOS ÂNGULOS E DISTÂNCIAS, ACIMA DO PONTO MAIS ALTO DE ELEMENTOS MENORES E USADOS COMO REFERÊNCIAS RADIAIS. PODEM ESTAR DENTRO DA CIDADE OU A UMA DISTÂNCIA TAL QUE, PARA TODOS OS FINS PRÁTICOS, SIMBOLIZAM UMA DIREÇÃO CONSTANTE. APÓS A DESCRIÇÃO DO CONCEITO DE CADA ELEMENTO, PARTIREMOS PARA A ANÁLISE DA IMAGEM DO CENTRO HISTÓRICO DE GOIÂNIA, ANÁLISE ESTA QUE SERÁ FUNDAMENTAL PARA GUIAR O PROJETO DE INTERVENÇÃO NA AVENIDA GOIÁS E NOS ELEMENTOS QUE PARTICIPAM DO PLANO. 1* LYNCH, Kevin, 1918 - A imagem da cidade / Kevin Lynch ; tradução de Jefferson Luiz Camargo. - São Paulo : Martins Fontes, 1997.
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ANÁLISE DA IMAGEM O MAPA MOSTRA QUE AS VIAS PROJETADAS POR ATÍLIO POSSUEM UMA IMAGEM FORTE, DELIMITADORAS DO DESENHO E AGENTES DE CONEXÃO BEM DEFINIDOS. PODEMOS VER UM EIXO NORTE-SUL, COM A AVENIDA GOIÁS, E NO SEU CRUZAMENTO, O EIXO O LESTE-OESTE, COM A AVENIDA ANHANGUERA. AS AVENIDAS TOCANTINS E ARAGUAIA DELIMITAM O PERÍMETRO DO SETOR CENTRAL E CONFIGURAM SEUS LIMITES, PRINCIPALMENTE NA PORÇÃO SUL, TANTO EM RELAÇÃO À AV. ARAGUAIA QUANTO À AV. TOCANTINS. AS VIAS SECUNDÁRIAS REALIZAM AS CONEXÕES INTERNAS E POSSUEM UMA IMAGEM MENOS RELEVANTE POR QUEM PASSA NO CENTRO. CONTUDO, A RUA TRÊS, QUE É SECUNDÁRIA, FORMA UM PONTO NODAL SECUNDÁRIO COM A GOIÁS, QUE A TORNA MAIS RELEVANTE DENTRO DO SEU GRUPO. A AVENIDA PARANAÍBA CONECTA AS PONTAS DE CADA VIA PRINCIPAL, FECHANDO O DESENHO. ELA CONFIGURA UM LIMITE COM A REGIÃO NORTE, DIVIDINDO O CENTRO EM DUAS PARTES: UMA COM CARÁTER COMERCIAL E OUTRA COM CARÁTER RESIDENCIAL E TIPOLOGIAS MAIS BAIXAS. OS PONTOS NODAIS ESTÃO LOCADOS NA INTERSECÇÃO COM CADA VIA PRINCIPAL, CONTUDO NÃO SE CONFIGURAM COMO PRINCIPAIS, POIS O FLUXO É MENOR COMPARADO AS INTERSECÇÕES COM A AVENIDA ANHANGUERA. A AVENIDA ANHANGUERA CORTA AS AVENIDAS PRINCIPAIS, E EM CADA CRUZAMENTO HÁ UM PONTO NODAL IMPORTANTE, SENDO O MAIS SIGNIFICANTE O DA ANHANGUERA COM A AVENIDA GOIÁS. ESTE PONTO LOCALIZA-SE NO CENTRO DA ÁREA COMERCIAL, É O PONTO MAIS VIVO DO SETOR CENTRAL, COM MAIOR FLUXO DE PESSOAS, E ESTÁ PRESENTE NO IMAGINÁRIO DE TODO USUÁRIO DA CIDADE.
TRANSPOSIÇÃO SOMENTE EM ALGUNS PONTOS. CONTUDO, A CONEXÃO VISUAL ENTRE BAIRROS É POSSÍVEL. O CENTRO HISTÓRICO POSSUI RELAÇÃO SIGNIFICATIVA COM SEIS BAIRROS, SEPARADOS POR LIMITES OU POR VIAS. DESSES BAIRROS, PODEMOS DESTACAR UMA RELAÇÃO MAIS INTENSA COM O SETOR OESTE, COM O SETOR SUL E COM O SETOR LESTE UNIVERSITÁRIO. A PRAÇA CÍVICA POSSUI VÁRIOS MARCOS, ELA EM SI PODE SER CONSIDERADA UM MARCO. UM RELAÇÃO QUE PODEMOS ESTABELECER, É QUE O TRAÇADO DA CIDADE ESTÁ MAIS PRESENTE NO IMAGINÁRIO DAS PESSOAS QUE PROPRIAMENTE OS EDIFÍCIOS, ENTÃO O PRÓPRIO TRAÇADO DA CENTRO É UM MARCO PARA A CIDADE. ESSA CONSTATAÇÃO É JUSTIFICADA, TALVEZ, PELA ESCALA REDUZIDA DOS EDIFÍCIOS HISTÓRICOS, EM COMPARAÇÃO COM A MONUMENTALIDADE DAS VIAS. A AVENIDA GOIÁS CONCENTRA ALGUNS MARCOS, SENDO QUE NO SEU ENCONTRO COM A AVENIDA ANHANGUERA HÁ UM MARCO, O DO MONUMENTO AO BANDEIRANTE, QUE POSSUI ALTA IMAGEABILIDADE. OS PRÓPRIOS PARQUES PODEM SER CONSIDERADOS COMO MARCOS, JÁ QUE SE CONFIGURAM COMO IMAGEM FREQUENTE NA CIDADE, TORNANDO-SE MARCOS NÃO SOMENTE DO BAIRRO QUE OS ABRIGA. O CENTRO HISTÓRICO DE GOIÂNIA POSSUI VÁRIOS ELEMENTOS QUE SÃO REFERÊNCIA PARA TODA A CIDADE, SUA FRONTEIRA EXTRAPOLA PARA VÁRIAS REGIÕES, O QUE PROVA SUA IMPORTÂNCIA PARA A CIDADE. O CENTRO NÃO PERDEU LUGAR NO IMAGINÁRIO DA POPULAÇÃO, CONTUDO A MAIORIA DOS USUÁRIOS O VÊ COMO UM LUGAR DE PASSAGEM, NÃO COMO UM LUGAR DE PERMANÊNCIA.
A PRAÇA CÍVICA É CERCADA POR VIAS PRINCIPAIS. ELA É O AGENTE DE CONEXÃO COM A REGIÃO SUL, LESTE E OESTE, GERANDO VÁRIOS PONTOS NODAIS EM SEU PERÍMETRO. PODEMOS ENTENDÊ-LA COMO UM GRANDE PONTO NODAL, JÁ QUE CONCENTRA O FLUXO DE DIVERSAS REGIÕES E DISTRIBUI ESTES FLUXOS PELAS AVENIDAS TOCANTINS, ARAGUAIA E GOIÁS. ELA TAMBÉM É O LIMITE COM A REGIÃO SUL, ACENTUANDO O CONTRASTE NÍTIDO NA DIVISÃO DESSAS REGIÕES. O CENTRO DE ATÍLIO É CERCADO POR LIMITES, APRESENTANDO COMO LIMITES NATURAIS DOIS PARQUES, O DO BURITIS E O MUTIRAMA, E UM CURSO D’ÁGUA, O CÓRREGO BOTAFOGO. ESSES LIMITES SÃO TRANSPONÍVEIS, CONTUDO SÃO ÁREAS NÃO CONSTRUÍDAS, O QUE ACABA POR SEGREGAR AS ÁREAS CONSTRUÍDAS. A MARGINAL BOTAFOGO CONFIGURA UM LIMITE CONSTITUÍDO POR VIAS E UM CURSO D´AGUA, POSSIBILITANDO A
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A IMAGEM DO CENTRO DE ATÍLIO 19
PROBLEMAS COM A IMAGEM O NÚCLEO IRRADIADOR DO CENTRO, QUE É A PRAÇA CÍVICA, ENCONTRA-SE ILHADO EM DECORRÊNCIA DO FLUXO A SUA VOLTA. O FLUXO CONSTANTE E INTENSO, COM VELOCIDADE DIFERENTE DO PEDESTRE, FAZ DA PRAÇA UMA ILHA DE DIFÍCIL ACESSO. PORTANTO, AS PESSOAS POSSUEM UM OLHAR DISTANCIADO DA PRAÇA. ESSE OLHAR PODE SER CONDICIONADO PELO USO DADO A PRAÇA AO LONGO DO TEMPO. ORIGINALMENTE ELA ERA O PALCO DO PODER, MAS TAMBÉM DAS DISCUSSÕES, COM A GRANDE ESPLANADA A FRENTE, ASSEMELHANDO-SE A UMA ÁGORA. TODAVIA, COM A ESPLANADA SENDO CONVERTIDA EM ESTACIONAMENTO, O USO RESTRINGIU-SE AO PODER PÚBLICO, FICANDO RESTRITO AOS EDIFÍCIOS, E O RESTANTE DA PRAÇA TORNOU-SE UM GRANDE VAZIO URBANO. A ENTRADA SUL DA AVENIDA GOIÁS ESTABELECE RELAÇÃO PRIMORDIAL COM A PRAÇA. A PRAÇA FUNCIONARIA COMO SUPORTE PARA A PERSPECTIVA DA AVENIDA GOIÁS SALTAR AOS OLHOS DO OBSERVADOR. NO ENTANTO, A PERSPECTIVA É INTERROMPIDA PELA VEGETAÇÃO CENTRAL, RESERVANDO AO OLHAR SOMENTE O ENTORNO IMEDIATO, ESCONDENDO A MONUMENTALIDADE DA VIA. O MESMO ACONTECE NO CRUZAMENTO DA AVENIDA GOIÁS COM A AVENIDA ANHANGUERA, AS PERSPECTIVAS SÃO OBSTRUÍDAS POR OBSTÁCULOS NAS VIAS. O PRÓPRIO MONUMENTO AO BANDEIRANTE, MARCO URBANO QUE LOCALIZA-SE NO CRUZAMENTO, É DE DIFÍCIL VISUALIZAÇÃO POR ESTAR ILHADO POR VIAS DE FLUXO INTENSO.
DO VALOR HISTÓRICO e ARTÍSTICO ATRIBUÍDO A SEUS EDIFÍCIOS. A FALTA DE RELAÇÃO COM ÁREAS VIZINHAS É UM PROBLEMA RECORRENTE NO CENTRO, CERTAMENTE DEVIDO AS VÁRIAS BARREIRAS, QUE GERAM O ISOLAMENTO DE ALGUMAS ÁREAS. O LIMITE IMPOSTO PELA MARGINAL E A AUSÊNCIA DE DEMAIS CONEXÕES COM A REGIÃO LESTE, ACABA POR PRODUZIR UMA INTERRUPÇÃO, JÁ QUE AS ÁREAS LINDEIRAS AO LIMITE CONFIGURARAM-SE COMO MARGINAIS. A EXTINTA LINHA FÉRREA, QUE PASSAVA PRÓXIMO À ESTAÇÃO FERROVIÁRIA (ENTRADA NORTE DA AVENIDA GOIÁS) PARECE TER SIDO UM LIMITE QUE BARROU O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO NORTE. ESTE LIMITE PARECE AINDA EXISTIR, MESMO APÓS SUA EXTINÇÃO, PELA DIFERENÇA DE OCUPAÇÃO ENTRE AS ZONAS ACIMA E ABAIXO DA AVENIDA INDEPENDÊNCIA. DIVERSOS DESSES PROBLEMAS EVIDENCIADOS PELO MAPA, VIERAM COM O ÊXODO DA MAIORIA DA POPULAÇÃO QUE RESIDIA NO CENTRO, DEIXANDO-O A MERCÊ DE OCUPAÇÕES DESTOANTES DO CARÁTER E DA MORFOLOGIA ORIGINAL.
AO LONGO DA AVENIDA GOIÁS PODEMOS OBSERVAR A DESCARACTERIZAÇÃO DE VÁRIAS QUADRAS, TANTO EM RELAÇÃO À OCUPAÇÃO DOS LOTES QUANTO EM RELAÇÃO À OCUPAÇÃO DAS VIELAS. A MÁ OCUPAÇÃO DAS VIELAS E SUA MARGINALIZAÇÃO PODE TER CAUSA NO ESTREITAMENTO DE SEUS ACESSOS; QUE INIBE, MUITAS VEZES, A ENTRADA DO PEDESTRE. EM RELAÇÃO AOS EDIFÍCIOS, PODE-SE OBSERVAR ALGUNS EDIFÍCIOS COM TIPOLOGIA INADEQUADA, OU ALTO DEMAIS OU BAIXO DEMAIS PARA A CAIXA DA AVENIDA. HÁ TAMBÉM ALGUNS EDIFÍCIOS INACABADOS E COM MAU USO, CONFORME REPRESENTADO NA MAPA DO DIAGNÓSTICO. A AVENIDA GOIÁS MANTÉM A PORÇÃO ACIMA E ABAIXO DA PARANAÍBA CONECTADAS VISUALMENTE, ENTRETANTO, O CONTRASTE DE TIPOLOGIA E USO É CLARO. PODE-SE PERCEBER UMA AMBIGUIDADE FORMAL EM TODO CENTRO, TANTO NA MONUMENTALIDADE DAS VIAS, COM OS EDIFÍCIOS SINGELOS E DE BAIXO PORTE, QUANTO NA VERTICALIZAÇÃO EXTREMA E ALEATÓRIA DE PARTE DO TECIDO URBANO ORIGINAL. ESTA AMBIGUIDADE APRESENTA-SE MAIS ACENTUADA, NAS REGIÕES DO TEATRO GOIÂNIA, DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA E PRAÇA CÍVICA, EM FUNÇÃO DA IMPORTÂNCIA QUE ASSUMEM COMO PONTOS NODAIS E MARCOS DE REFERÊNCIA, NO IMAGINÁRIO URBANO, E
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PROBLEMAS COM A IMAGEM 21
ANÁLISE DA FIGURA-FUNDO O MAPA FIGURA-FUNDO NOS DESPERTA PARA QUESTÕES QUE NENHUM OUTRO MAPA CONSEGUE. A FIGURA-FUNDO NOS MOSTRA O PADRÃO DE OCUPAÇÃO, SUAS DESCONTINUIDADES E SUAS CONCENTRAÇÕES, AJUDANDO A IDENTIFICAR OS FATORES CONDICIONANTES. NA FIGURA-FUNDO DO CENTRO OBSERVAMOS QUE NAS QUADRAS PRÓXIMAS À PRAÇA CÍVICA, O USO É DESCONTÍNUO E EXISTEM MUITOS LOTES VAZIOS. FATO ESTE, CURIOSO, MAS EXPLICADO PELO PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA ÁREA, REVELA-SE COMO CONTRADITÓRIO, NA MEDIDA EM QUE NO CENTRO POLÍTICO DO ESTADO, ONDE NATURALMENTE HAVERIA UMA OCUPAÇÃO MAIS INTENSA, HÁ, AO CONTRÁRIO, UMA GRANDE QUANTIDADE DE LOTES VAZIOS. A CAUSA PODE TER RELAÇÃO COM A DIVISÃO DE ATIVIDADES DO CENTRO, A PRAÇA CÍVICA ABRIGA, PREDOMINANTEMENTE, USO INSTITUCIONAL. JÁ O COMÉRCIO, PREVISTO POR ATÍLIO, ESTARIA MAIS LOCALIZADO NA AVENIDA ANHANGUERA E GOIÁS. CONTUDO, COM A AVENIDA ANHANGUERA TORNANDO-SE MAIS ATRATIVA PARA O COMÉRCIO, O MESMO MIGROU PARA A REGIÃO E DEIXOU AS PROXIMIDADES DA PRAÇA CÍVICA SEM OCUPAÇÃO DENSIFICADA. OBSERVANDO A OCUPAÇÃO AO LONGO DA AVENIDA ANHANGUERA, VEMOS QUE AS QUADRAS POSSUEM UMA OCUPAÇÃO INTENSA, RESTANDO OS ESPAÇOS INTERNOS DAS VIELAS E DE ALGUNS LOTES VAZIOS. PORÉM, AO ANALISAR O GABARITO DA AVENIDA PODEMOS CONSTATAR UM CONTRASTE, A OCUPAÇÃO É INTENSA MAS O ADENSAMENTO É PEQUENO. AS ALTURAS DOS EDIFÍCIOS SE MANTÉM ENTRE 2 E 4 PAVIMENTOS, COM ALGUMAS EXCEÇÕES. ABAIXO DA AVENIDA ANHANGUERA, PODEMOS DIAGNOSTICAR A OCUPAÇÃO IRREGULAR DAS QUADRAS, COM MUITOS LOTES VAZIOS E POUCO ADENSAMENTO. O ADENSAMENTO FICOU RESTRITO À QUADRAS PRÓXIMAS A AVENIDA GOIÁS. HÁ UMA MUDANÇA DE OCUPAÇÃO NAS QUADRAS LINDEIRAS À AVENIDA PARANAÍBA, ELAS CONTINUARAM COM O USO RESIDENCIAL, SÓ QUE A OCUPAÇÃO É FRAGMENTADA E COM POUCO ADENSAMENTO. A FIGURA-FUNDO MOSTRA O DESENHO DAS VIELAS DE ATÍLIO, QUE PASSAM DESAPERCEBIDAS NO COTIDIANO DO CENTRO, CEDENDO O ESPAÇO PÚBLICO PARA ESTACIONAMENTO. COM A FRAGMENTAÇÃO DA OCUPAÇÃO DAS QUADRAS, AS PERSPECTIVAS DOS EIXOS, DAS DIAGONAIS E DAS ESQUINAS, FICOU AINDA MAS COMPROMETIDA, POIS SE HOUVESSE UMA OCUPAÇÃO LINEAR E ORDENADA DO ESPAÇO, SEGURAMENTE PERCEBERÍAMOS A INTENÇÃO DE ATÍLIO: VIAS MONUMENTAIS QUE VALORIZAM A PERSPECTIVA E POSSUEM COMO PONTO DE FUGA MARCOS URBANOS.
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FIGURA-FUNDO 23
USOS ATRAVÉS DO MAPA DE USOS PODEMOS VER QUE NA REGIÃO DO CENTRO HISTÓRICO HÁ UMA PREDOMINÂNCIA DO USO COMERCIAL E DE SERVIÇOS. EXISTEM ALGUNS PONTOS DE USO INSTITUCIONAL E USO MISTO. O USO RESIDENCIAL SE RESTRINGE À POUCOS LOTES.
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O USO RESIDENCIAL TORNA-SE PRESENTE NAS BORDAS DO CENTRO HISTÓRICO. NO CENTRO HISTÓRICO O MOVIMENTO ESTÁ PRESENTE NO PERÍODO COMERCIAL, DEVIDO O USO PREDOMINANTE. FORA DO PERÍODO COMERCIAL O MOVIMENTO DIMINUI BRUSCAMENTE.
LEGENDA 0
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INSTITUCIONAL COMERCIAL RESIDENCIAL MISTO
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VEGETAÇÃO + TOPOGRAFIA O MAPA DE VEGETAÇÃO E TOPOGRAFIA TRADUZ O PENSAMENTO DE ATÍLIO CORREIA LIMA PARA O CENTRO DA CAPITAL GOIANA. PODEMOS DESTACAR O CONCEITO DE BULEVARES, COM AVENIDAS LARGAS E VEGETAÇÃO EM CANTEIROS, CONTUDO, ESSA CONFIGURAÇÃO FICOU RESTRITA À AVENIDA GOIÁS.
N
A CONFIGURAÇÃO ATUAL DO PAISAGISMO DA AVENIDA GOIÁS NÃO CONTRIBUI PARA O REALCE DE SUA MONUMENTALIDADE PREVISTA POR ATÍLIO. PELO CONTRÁRIO, OBSTRUI A PERSPECTIVA LINEAR E ACABA POR RESTRINGIR AO OBSERVADOR VISUAIS PRÓXIMAS E SEM CONTINUIDADE. A VEGETAÇÃO DO CENTRO CONCENTRA-SE MAIS PRECISAMENTE NA PRAÇA CÍVICA E AVENIDA GOIÁS, O RESTANTE ESTÁ DISTRIBUIDO NAS DEMAIS VIAS, SEM UM PROJETO DE ARBORIZAÇÃO ADEQUADO. O TRAÇADO DAS VIAS PRINCIPAIS DO CENTRO ESTÁ LOCADO PERPENDICULARMENTE ÀS CURVAS DE NÍVEL, CONTUDO A GRANDE DIMENSÃO DAS VIAS ALIADA COM A INCLINAÇÃO SUAVE (1,89%) FAZ COM QUE O DESNÍVEL NÃO INTERFIRA TANTO NOS EDIFÍCIOS. O EIXO LESTE-OESTE, A AVENIDA ANHANGUERA, ESTÁ ORIENTADA PARALELAMENTE ÀS CURVAS DE NÍVEL, SENDO UMA IMPLANTAÇÃO ADEQUADA. AS VIAS SECUNDÁRIAS PARALELAS AO EIXO LESTE-OESTE PERMANECEM PARALELAS ÀS CURVAS DE NÍVEL, ASSIM OS EDIFÍCIOS IMPLANTADOS NÃO PRECISAM DE SOLUÇÕES ELABORADAS DE TOPOGRAFIA.
LEGENDA 0
100
VEGETAÇÃO
25
VERTICALIDADE + VAZIOS ESTACIONAMENTO+ TRANSPORTE PÚBLICO
N
O MAPA DE SOBREPOSIÇÃO DAS CAMADAS DE VERTICALIDADE, VAZIOS/ESTACIONAMENTO E TRANSPORTE PÚBLICO POSSIBILITA RELACIONAR LOCAIS DE ADENSAMENTO E POLO GERADOR DE VIAGENS. A ATUAL OCUPAÇÃO MOSTRA UM INÍCIO DE ADENSAMENTO NA PORÇÃO LINDEIRA À AVENIDA GOIÁS, QUE FUTURAMENTE IRÁ ABRIGAR O BRT. ESSE ADENSAMENTO NÃO SEGUE UM PADRÃO E DEIXA LACUNAS PELA AVENIDA, COM CONTRASTES NÍTIDOS DE GABARITO DOS EDIFÍCIOS. NA AVENIDA GOIÁS PODEMOS OBSERVAR A PRESENÇA DE LOTES VAZIOS E ESTACIONAMENTOS TÉRREOS, PREJUDICANDO A FORMAÇÃO DE UM POLO GERADOR DE VIAGENS NO EIXO NORTE-SUL. O ADENSAMENTO NESSE EIXO, GERA VIABILIDADE PARA A INSTALAÇÃO DO BRT. O EIXO LESTE-OESTE DETÉM UMA PARCELA DOS EDIFÍCIOS MAIS VERTICAIS DO CENTRO, MAS A QUANTIDADE DE EDIFÍCIOS BAIXOS É SUPERIOR, UM PONTO NEGATIVO PARA AUMENTAR A GERAÇÃO DE VIAGENS PARA O VLT, QUE PERCORRERÁ O EIXO LESTE-OESTE. OS LOTES VAZIOS E ESTACIONAMENTOS TÉRREOS ESTÃO ESPALHADOS NO INTERIOR DO POLÍGONO ARAGUAIA/PARANAÍBA/TOCANTINS. HÁ UMA CONCENTRAÇÃO ELEVADA DESSE TIPO DE LOTE NO CENTRO HISTÓRICO, EM VIRTUDE TANTO DA DEGRADAÇÃO QUANTO DE POLÍTICAS DE TRÂNSITO QUE DIFICULTAM O ESTACIONAMENTO NAS VIAS PÚBLICAS. NAS QUADRAS QUE PERMEAM AS AVENIDAS ARAGUAIA, PARANÍBA E TOCANTINS PODEMOS DIAGNOSTICAR UMA QUANTIDADE REDUZIDA DE EXEMPLARES DE EDIFÍCIOS VERTICAIS, SENDO MAIS PRESENTE A TIPOLOGIA DE EDIFÍCIOS BAIXOS. O CENTRO HISTÓRICO, EM GERAL, POSSUI UM BAIXO ADENSAMENTO E UMA QUANTIDADE GRANDE DE LOTES VAZIOS E ESTACIONAMENTO. A SITUAÇÃO VIGENTE OCASIONA UMA DIMINUIÇÃO DOS TRAJETOS COM PARTIDA DO CENTRO, PREJUDICANDO O FUNCIONAMENTO DE CORREDORES EXCLUSIVOS DE TRANSPORTE PÚBLICO, COMO O VLT E BRT.
LEGENDA 0
100
VAZIOS+ESTACIONAMENTO EDIFÍCIOS + 4 PAVIMENTOS VLT BRT
26
FLUXOS O MAPA DE FLUXOS REFLETE A HIERARQUIA VIÁRIA. AS AVENIDAS GOIÁS E ANHANGUERA CONCENTRAM UM FLUXO MAIOR DE PESSOAS E DE CARROS, ABRIGANDO ASSIM ATIVIDADES COM VOCAÇÃO MAIS COMERCIAL E DE SERVIÇO.
N
AS AVENIDAS ARAGUAIA, PARANAÍBA E TOCANTINS POSSUEM UM FLUXO DE PEDESTRES MEDIANO E UM FLUXO DE CARRO MAIS ELEVADO, JÁ QUE ESSAS AVENIDAS AGEM COMO ELEMENTOS DE CONEXÃO E DE PASSAGEM, CONCENTRANDO OS PEDESTRES NOS PONTOS DE CRUZAMENTO COM OS EIXOS NORTE-SUL E LESTE-OESTE. O CRUZAMENTO DOS EIXOS NORTE-SUL E LESTE-OESTE GERA UM PONTO NODAL IMPORTANTE NO CENTRO HISTÓRICO, TANTO PARA PEDESTRES QUANTO PARA CARROS. O CENTRO DESTA ÁREA TAMBÉM É O DESTINO DE GRANDE PARTE DOS USUÁRIOS DO CENTRO HISTÓRICO.
LEGENDA 0
100
FLUXO DE CARROS FLUXO INTENSO FLUXO MÉDIO FLUXO PEQUENO FLUXO DE PEDESTRES FLUXO INTENSO FLUXO MÉDIO FLUXO PEQUENO
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INSOLAÇÃO
DEVIDO À OCUPAÇÃO IRREGULAR, COM DIFERENÇAS CONSTANTES DE ALTURAS ENTRE OS EDIFÍCIOS, O CENTRO POSSUI POUCAS ÁREAS COM MUITAS HORAS DE SOMBREAMENTO. DESSA FORMA, AS VIAS SEM VEGETAÇÃO DE MÉDIO GRANDE PORTE, RECEBEM MAIS INSOLAÇÃO, AUMENTANDO A TEMPERATURA NO LOCAL. A AVENIDA GOIÁS, POR CONCENTRAR ALGUMAS EDIFICAÇÕES COM MAIS DE 4 PAVIMENTOS, POSSUI ALGUNS PONTOS DE SOMBRA, APOIADOS PELO SOMBREAMENTO DA VEGETAÇÃO EXISTENTE.
A AVENIDA ANHANGUERA, DEVIDO O GABARITO BAIXO E A AUSÊNCIA DE VEGETAÇÃO DE MÉDIO E GRANDE PORTE, RECEBE GRANDE QUANTIDADE DE INSOLAÇÃO, PASSANDO VÁRIAS HORAS DO DIA SOB SOL E ALGUMAS ÁREAS NÃO SÃO SOMBREADAS NENHUMA HORA DO DIA. AS VIAS SECUNDÁRIAS POSSUEM CERTO SOMBREAMENTO, CONTUDO A VEGETAÇÃO RALA COLABORA PARA UMA INTENSIFICAÇÃO DA INSOLAÇÃO.
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DIFUSÃO DA PROPOSTA A INTERVENÇÃO PROPOSTA A SEGUIR VISA AMENIZAR OS PROBLEMAS DE OCUPAÇÃO E USO DA ÁREA, BEM COMO OS PROBLEMAS DE IMAGEM DO CENTRO, IDENTIFICADOS AO LONGO DA ANÁLISE.
N
OS PROBLEMAS DE OCUPAÇÃO E USO SERÃO SOLUCIONADOS PELA IMPLANTAÇÃO DE DOIS TIPOS DE INTERVENÇÃO. A PRIMEIRA SERÁ VOLTADA A POSSIBILITAR O RETORNO DA POPULAÇÃO AO CENTRO, COM A REUTILIZAÇÃO DE EDIFÍCIOS INCABADOS OU SUBUTILIZADOS E APROPRIAÇÃO DE LOTES VAZIOS CONVERTIDOS EM EDIFÍCIOS HABITACIONAIS DE USO MISTO. A SEGUNDA SERÁ DIRECIONADA PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA DE ESTACIONAMENTO NO CENTRO, COM A INTENÇÃO DE ABRIGAR VEÍCULOS E LIBERAR O RESTANTE DO CENTRO PARA O PEDESTRE. OS LOTES VAZIOS, ESCOLHIDOS PARA ESSE FIM, SERÃO CONVERTIDOS EM ESTACIONAMENTOS VERTICAIS DE USO MISTO, LOCALIZADOS, ESTRATEGICAMENTE, NAS EXTREMIDADES DO CENTRO HISTÓRICO. APÓS O DIAGNÓSTICO DE EDIFÍCIOS INCABADOS OU SUBUTILIZADOS E DO DIAGNÓSTICO DE LOTES VAZIOS/ESTACIONAMENTOS, FORAM ESCOLHIDOS DOIS EXEMPLARES PARA UM DETALHAMENTO MAIOR DA PROPOSTA. O EXEMPLAR DO PRIMEIRO TIPO DE INTERVENÇÃO SERÁ O EDIFÍCIO INACABADO DA RUA 02 COM AVENIDA GOIÁS, QUE PERTENCE AO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DE GOIÁS. O OUTRO EXEMPLAR ESCOLHIDO PARA O SEGUNDO TIPO DE INTERVENÇÃO SERÁ O ESTACIONAMENTO TÉRREO NA ESQUINA DA AVENIDA PARANAÍBA E GOIÁS. OS DOIS EXEMPLARES SERÃO DETALHADOS COMO PROJETO DE ARQUITETURA E ATUARÃO COMO TIPOS REFERENCIAIS PARA INTERVENÇÕES POSTERIORES. AS DUAS PROPOSTAS, LOCADAS ESTRATÉGICAMENTE EM A CADA EXTREMIDADE DO CENTRO HISTÓRICO, TÊM COMO INTENÇÃO GERAR SINERGIA QUE SE DIFUNDIRÁ POR TODO O CENTRO, POSSIBILITANDO A MUDANÇA DO CENÁRIO QUE HOJE SE ENCONTRA. LEGENDA 0
100
TIPO HABITAÇÃO TIPO GARAGEM EXEMPLARES PARA DETALHE
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PROPOSTA CORREDOR O DIAGNÓSTICO DA IMAGEM DO CENTRO A PARTIR DA METOLOGIA DESENVOLVIDA POR KEVIN LYNCH, CONTRIBUIU PARA ESCLARECER OS PONTOS PROBLEMÁTICOS CONTIDOS NA AVENIDA GOIÁS.
N
A AVENIDA GOIÁS, EM SEU PROJETO ORIGINAL, POSSUI UMA CARACTERÍSTICA MONUMENTAL EMBUTIDA EM SEU DESENHO, CONTUDO O PAISAGISMO EMPREGADO HOJE NÃO CONTRIBUI PARA EVIDENCIAR TAL CARACTERÍSTICA. A VEGETAÇÃO INSTALADA EM CANTEIRO CENTRAL, DE PORTE HETEROGÊNEO, OBSTRUI A CONTEMPLAÇÃO DA LINEARIDADE E MONUMENTALIDADE DA VIA. EXISTE TAMBÉM UMA PORÇÃO DE VEGETAÇÃO NAS CALÇADAS LATERAIS, O QUE DIFICULTA AINDA MAIS A SUA PERSEPÇÃO PELO OBSERVADOR. DESTA MANEIRA, FOI PENSADO A RETIRADA DA VEGETAÇÃO PRESENTE NO CANTEIRO CENTRAL E O PLANTIO DE NOVA VEGETAÇÃO NAS CALÇADAS LATERAIS, VALORIZANDO A ÁREA DE PASSEIO PÚBLICO LATERAL. ALIADA A ESSA MEDIDA, DEFINIU-SE QUE OS TRECHOS CENTRAIS, ENTRE QUADRAS, SERIAM DESTINADOS EXCLUSIVAMENTE AOS PEDESTRES, PERMITINDO O TRÁFEGO DE CARRO SOMENTE NO SENTIDO TRANSVERSAL. A LIBERAÇÃO DOS TRECHOS LONGITUDINAIS PARA OS PEDESTRES SÓ É POSSÍVEL COM A RELOCAÇÃO DO BRT PARA UM NÍVEL INFERIOR AO DA RUA. O MESMO TERIA SEU TRAJETO SUBTERRÂNEO A PARTIR DA PROXIMIDADE DA AVENIDA 84 COM A PRAÇA CÍVICA ATÉ A PORÇÃO POSTERIOR À AVENIDA PARANAÍBA DA AVENIDA GOIÁS. O BRT SUBTERRÂNEO NÃO SÓ LIBERA O NÍVEL DA RUA PARA O PEDESTRE, COMO TAMBÉM PROPORCIONA UM CONFORTO AMBIENTAL MAIOR PARA QUEM VAI MORAR NOS EDIFÍCIOS PRÓXIMOS À AVENIDA. OS ACESSOS DAS ESTAÇÕES DO BRT SUBTERRÂNEO ESTÃO LOCALIZADAS EM QUATRO PONTOS AO LONGO DO CORREDOR, EQUIDISTANTES DO EIXO LESTE-OESTE. AS ESTAÇÕES SÃO ACESSADAS PELAS VIELAS COM COMUNICAÇÃO DIRETA COM A AVENIDA GOIÁS. O ACESSO DO BRT PELA VIELA INCREMENTARÁ O FLUXO DE PESSOAS PELO LOCAL E CONSEQUENTEMENTE NOVAS ATIVIDADES SERÃO DESENVOLVIDAS PARA O NOVO PÚBLICO DO LOCAL.
LEGENDA 0
100
VIA EXCLUSIVA DE PEDESTRE TRECHO BRT SUBTERRÊNEO VEGETAÇÃO NAS LATERAIS ESTAÇÕES DO BRT
BRT SUBTERRÂNEO
30
PROGRAMA A FORMULAÇÃO DO PROGRAMA LEVOU EM CONSIDERAÇÃO O PANORAMA EXISTENTE NO CENTRO, NO CASO O QUANTITATIVO DE METRAGEM QUADRADA DE CADA USO. A PARTIR DO QUANTITATIVO FOI GERADO O PORCENTUAL DE USOS, EVIDENCIANDO QUE O USO SERVIÇO E COMERCIAL CONTEMPLAM AS MAIORES PORCENTAGENS. VISANDO AUMENTAR A DIVERSIDADE DE USOS NO CENTRO, OPTOU-SE POR CONTRABALANCEAR OS USOS DAS
METRAGEM QUADRADA ESTIMADA
USOS ATUAIS CENTRO
EDIFÍCIO RUA 02
A INTERVENÇÃO NO EDIFÍCIO DA RUA 02 RECEBEU UMA PORCENTAGEM MAIOR DE HABITAÇÃO, CONTEMPLANDO TAMBÉM OUTROS USOS COM PORCENTAGENS MENORES. ESSE TIPO PODERÁ SER REPLICADO MAIS VEZES, COMO MOSTRA O MAPA DE DIFUSÃO DA PROPOSTA, AUMENTANDO A PORCENTAGEM DE USO RESIDENCIAL NO CENTRO. A INTERVENÇÃO NO EDIFÍCIO GARAGEM
% ESTIMADA
74.407,00 m² 46.409,00 m² 89.337,00 m² 195.497,00 m² 405.650,00 m²
RESIDENCIAL INSTITUCIONAL COMERCIAL SERVIÇOS METRAGEM TOTAL
INTERVENÇÕES PARA ALCANÇAR UM EQUILÍBRIO DAS PROPORÇÕES, CONSEGUINDO ASSSIM AUMENTAR A DIVERSIDADE.
% ESTIMADA 65% 15% 10% 10% 100%
EDIFÍCIO GARAGEM
USOS EDIFÍCIO RUA 02
10%
18% 11% 22% 48% 100%
RESIDENCIAL CULTURA/LAZER COMERCIAL SERVIÇOS
ABRANGE UMA MAIOR PORCENTAGEM DE USO DE SERVIÇO, NO ENTANTO O NÚMERO DESTE TIPO DE EDIFÍCIO É MENOR EM RELAÇÃO À TIPOLOGIA DE EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO COLETIVA.
10% RESIDENCIAL CULTURA/LAZER COMERCIAL SERVIÇOS
15%
% ESTIMADA
CULTURA/LAZER COMERCIAL SERVIÇOS METRAGEM TOTAL
65%
10% 10% 80% 100%
USOS ATUAIS PRESENTES NO CENTRO
USOS EDIFÍCIO GARAGEM
10% 18%
10% RESIDENCIAL INSTITUCIONAL
CULTURA/LAZER 11%
48%
COMERCIAL SERVIÇOS
COMERCIAL SERVIÇOS 22%
80%
31
CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO DINÂMICA URBANA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO¹,² FATORES CONDICIONANTES PARA A MUDANÇA DA DEMOGRAFIA - DIMINUIÇÃO DA FECUNDIDADE E O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO - MENOR NÚMERO DE MATRIMÔNIOS - AUMENTO DAS SEPARAÇÕES E ATRASO DAS UNIÕES - NOVO PAPEL DA MULHER NA FAMÍLIA E NO TRABALHO RESULTANTES - TRABALHO-EM-CASA - O CULTO AO PRÓPRIO CORPO - O SUPER-EQUIPAMENTO DO ESPAÇO DOMÉSTICO - SOCIEDADE CADA VEZ MAIS COMPOSTA POR SOLTEIROS, DESCASADOS E VIÚVOS. - TAXA DE FECUNDIDADE = 1,86 (FILHOS POR MULHER) QUANTITATIVO USUÁRIO - UNIPESSOAL - CASAL SEM FILHOS - CASAL JOVEM COM FILHOS ( ATÉ 4 PESSOAS) - MÃE COM FILHOS ( ATÉ 3 PESSOAS) - PAI COM FILHOS ( ATÉ 3 PESSOAS) - FAMÍLIA ESTENDIDA COMPOSTA ( ATÉ 4 PESSOAS) PERFIL USUÁRIO - JOVENS SOLTEIROS - CASAIS NOVOS - ESTUDANTES - PROFISSIONAIS LIBERAIS - DIVORCIADOS - APOSENTADOS
DIVERSIDADE TRABALHO LIBERDADE POSSIBILIDADES CULTURA AUTONOMIA HABITAR LAZER FACILIDADE CONFORTO DIVERSIDADE TRABALHO LIBERDADE POSSIBILIDADES
1* VILLA, Simone Barbosa . OS FORMATOS FAMILIARES CONTEMPORÂNEOS: transformações demográficas. OBSERVATORIUM: Revista Eletrônica de Geografia, v.4, n.12, p. 02-26, dez. 2012. 2* ZANETTI, Bruno Rafael. Apartamentos Paulistanos - inovações espaciais na produção dos anos recentes. Relatório final de iniciação científica, NOMADS, USP.
CULTURA AUTONOMIA
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TIPOLOGIAS DE APARTAMENTO¹,² O PROGRAMA HABITACIONAL PARA O EDIFÍCIO DA RUA 02 FOI PENSADO PARA REPRODUZIR O PADRÃO ATUAL DE ARRANJOS FAMILIARES BRASILEIROS. COM BASE EM DADOS DO IBGE, VILLA NOS MOSTRA QUE OS ARRANJOS FAMILIARES ESTÃO EM MUDANÇA, COMO PODEMOS VER NO GRÁFICO COMPARAÇÃO 1981-2006. O ARRANJO FAMILIAR CASAL COM FILHOS ESTÁ DIMINUINDO, CEDENDO LUGAR A OUTROS ARRANJOS, COMO O CASAL SEM
CONFIGURAÇÃO FAMILIAR 1981 ARRANJO FAMILIAR UNIPESSOAL MASCULINO UNIPESSOAL FEMININO CASAL SEM FILHOS CASAL COM FILHOS MÃE COM FILHOS PAI COM FILHOS ESTENDIDA COMPOSTA TOTAL/MÉDIA
%
TAMANHO MÉDIO
2,9 3 10,2 56,7 9,4 1,5 16,3 100
UNIPESSOAL MASCULINO UNIPESSOAL FEMININO CASAL SEM FILHOS CASAL COM FILHOS MÃE COM FILHOS PAI COM FILHOS ESTENDIDA COMPOSTA TOTAL/MÉDIA
%
APÓS O DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA DEMOGRÁFICA NO BRASIL SEPARAMOS OS ARRANJOS FAMILIARES EM TIPOS, QUE TÊM EM COMUM O TAMANHO MÉDIO DA FAMÍLIA. ESSES TIPOS FORAM FUNDAMENTAIS PARA ESCOLHER AS TIPOLOGIAS DE APARTAMENTO.
OS APARTAMENTOS FORAM PENSADOS PARA ABRIGAR O PERFIL DE USUÁRIO RETRATADO ANTERIORMENTE. PARA OS TIPOS 1 E 2 ESCOLHEU-SE AS TIPOLOGIAS LOFT E DUPLEX, PARA OS TIPO 4 E 5 ESCOLHEU-SE A TIPOLOGIA APARTAMENTO/OFFICE. A TIPOLOGIA APARTAMENTO/OFFICE POSSUI DOIS ACESSOS; UM PRIVATIVO PARA A PARTE RESIDENCIAL E OUTRO COMUM PARA A PARTE OFFICE.
TIPOS DE ARRANJO FAMILIAR 1 1 2 5 3,4 3,4 4,8 2,9
TIPOS TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 TIPO 5
ARRANJO FAMILIAR UNIPESSOAL MASCULINO UNIPESSOAL FEMININO CASAL SEM FILHOS CASAL COM FILHOS MÃE COM FILHOS PAI COM FILHOS ESTENDIDA COMPOSTA
%
TAMANHO MÉDIO 10,7
1
13,6 44,7
2 4
16,8
2,65
14,2
3,8
TIPOLOGIAS DE APARTAMENTO - EDIFÍCIO RUA 02
CONFIGURAÇÃO FAMILIAR 2006 ARRANJO FAMILIAR
FILHOS. ESSA TRANSFORMAÇÃO REFLETE TAMBÉM NO TAMANHO MÉDIO DAS FAMÍLIAS, O NÚMERO ESTÁ EM CONSTANTE DIMINUIÇÃO.
TAMANHO MÉDIO
5,4 5,3 13,6 44,7 15 1,8 14,2 100
1 1 2 4 2,7 2,6 3,8 2,4
COMPARAÇÃO 1981-2006
TIPOS
TIPOLOGIA APARTAMENTO
TIPO 1 / TIPO 2
%
LOFT/DUPLEX
75
APARTAMENTO/OFFICE ATÉ 4 PESSOAS
25
TIPO 3 TIPO 4 / TIPO 5
TIPOLOGIAS EDIFÍCIO RUA 02
60 50
25%
40 30 20 10
75%
0 UNIPESSOAL UNIPESSOAL CASAL SEM CASAL COM MÃE COM MASCULINO FEMININO FILHOS FILHOS FILHOS ARRANJO FAMILIAR 2006
PAI COM ESTENDIDA FILHOS COMPOSTA
ARRANJO FAMILIAR 1981
LOFT/DUPLEX
APARTAMENTO/OFFICE ATÉ 4 PESSOAS
1* VILLA, Simone Barbosa . OS FORMATOS FAMILIARES CONTEMPORÂNEOS: transformações demográficas. OBSERVATORIUM: Revista Eletrônica de Geografia, v.4, n.12, p. 02-26, dez. 2012. 2* ZANETTI, Bruno Rafael. Apartamentos Paulistanos inovações espaciais na produção dos anos recentes. Relatório final de iniciação científica, NOMADS, USP. 33
PROPOSTA ALTERAÇÃO USO DO SOLO A PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO USO DO SOLO VISA GARANTIR UMA UNIDADE FORMAL ENTRE AS EDIFICAÇÕES NOVAS E ANTIGAS E TAMBÉM INCENTIVAR O ADENSAMENTO DO CENTRO HISTÓRICO, JÁ QUE A REGIÃO É CLASSIFICADA COMO ÁREA ADENSÁVEL NO PLANO DIRETOR. USO DO SOLO EXISTENTE
PROPOSTA DE ALTERAÇÃO
PARA OS USOS RESIDENCIAIS ATENDER A RESERVA TÉCNICA PARA VAGAS DE ESTACIONAMENTO CONFORME ESTABELECE TABELA III E ART 67 DO CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES LEI COMPLEMENTAR N°. 177 DE 09/01/2008.
AS VAGAS DE ESTACIONAMENTO PARA AS INTERVENÇÕES DO TIPO HABITACIONAL PODERÃO ESTAR PREVISTAS NAS INTERVENÇÕES DO TIPO GARAGEM.
OCUPAÇÃO DE 50% COBERTURA.
ACIMA DE 6M DE ALTURA DA LAJE DE
OCUPAÇÃO DE 50% ACIMA DE 12M DE ALTURA DA LAJE DE COBERTURA.
AS EDIFICAÇÕES NA ÁREA ADENSÁVEL DEVERÃO ATENDER OS AFASTAMENTOS SEGUNDO A TABELA I E ART. 50 DO CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES LEI COMPLEMENTAR Nº 177 DE 09/01/2008.
AS EDIFICAÇÕES DEVERÃO ATENDER OS AFASTAMENTOS LATERAIS SEGUNDO A TABELA I E ART. 50 DO CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES LEI COMPLEMENTAR Nº 177 DE 09/01/2008. CONTUDO, NÃO PRECISARÃO SEGUIR O RECUO FRONTAL, FICANDO ALINHADAS COM AS EDIFICAÇÕES EXISTENTES.
OS TERRENOS LINDEIROS ÀS VIAS ARTERIAIS E/OU AS FORMADORAS DOS CORREDORES ESTRUTURADORES, EXCLUSIVOS E PREFERENCIAIS, INTEGRANTES DA MACROZONA CONSTRUÍDA, DEFINIDOS PELO ANEXO II DO PLANO DIRETOR, DEVERÃO GARANTIR UMA DISTÂNCIA MÍNIMA BILATERAL DE 18,00 (DEZOITO METROS), PARA OS CORREDORES ESTRUTURADORES E EXCLUSIVOS E 15,00 (QUINZE METROS), PARA OS CORREDORES PREFERENCIAIS, MEDIDOS ENTRE O INÍCIO DA DIVISA DO LOTE E O EIXO DA REFERIDA VIA, INDEPENDENTEMENTE DOS AFASTAMENTOS EXIGIDOS NA TABELA I E CONFORME O ANEXO 17, DO CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES LEI COMPLEMENTAR NO. 177 DE 09/01/2008.
OS TERRENOS LINDEIROS ÀS VIAS ARTERIAIS E/OU AS FORMADORAS DOS CORREDORES ESTRUTURADORES, EXCLUSIVOS E PREFERENCIAIS, DEVERÃO ATENDER O TÓPICO ACIMA, JÁ QUE O CORREDOR PREFERENCIAL PASSARÁ EM UM NÍVEL INFERIOR AO DA RUA.
34
N
LEGENDA 0
50
VIA EXCLUSIVA DE PEDESTRE TRECHO BRT SUBTERRÊNEO VEGETAÇÃO NAS LATERAIS ESTAÇÕES DO BRT EDIFÍCIO RUA 02
EDIFÍCIO RUA 02
35
SUBSOLO 1 ÁREA COMUM
5
CULTURA/LAZER (LIVRARIA)
1 2º PAV ÁREA COMUM
5
COMÉRCIO (VICINAL)
186.74 m²
1 TÉRREO ÁREA COMUM
133.26 m²
10m
89.03 m²
MEZANINO 1 ÁREA COMUM
CULTURA/LAZER (LIVRARIA)
133.26 m²
CULTURA/LAZER (LIVRARIA)
133.26 m²
COMÉRCIO (PADARIA)
97.71 m²
COMÉRCIO (LAVANDERIA)
97.71 m²
5
10m
54.12 m²
1 3º PAV ÁREA COMUM
371.30 m²
SERVIÇO (RESTAURANTE)
10m
4º PAV
5
89.03 m²
29.81 m²
1
395.61 m²
5
10m 8.18 m²
ÁREA PRIVATIVA
28.90 m²
LOFT
32.75+38.28=71.03 m²
DUPLEX
39.22x2 = 78.44 m²
APARTAMENTO/OFFICE
75.61 m²
1
5
10m
ÁREA COMUM
8.18 m²
ÁREA PRIVATIVA
28.90 m²
LOFT
32.75+38.28=71.03 m²
DUPLEX
39.22x2 = 78.44 m²
APARTAMENTO/OFFICE
75.61 m²
6º/11º PAV
10m
10m
ÁREA COMUM
5º PAV
5
1
5
10m
ÁREA COMUM
8.18 m²
ÁREA PRIVATIVA
28.90 m²
LOFT
32.75+38.28=71.03 m²
DUPLEX
39.22x2 = 78.44 m²
APARTAMENTO/OFFICE
75.61 m²
CORTES PROGRAMÁTICOS
1
5
10m
ÁREA COMUM ÁREA PRIVATIVA LOFT DUPLEX APARTAMENTO/OFFICE
PROPOSTA EDIFÍCIO RUA 02
COMÉRCIO SERVIÇO
36
LEGENDA 0
50
VIA EXCLUSIVA DE PEDESTRE TRECHO BRT SUBTERRÊNEO VEGETAÇÃO NAS LATERAIS ESTAÇÕES DO BRT EDIFÍCIO GARAGEM
EDIFÍCIO GARAGEM
37
TÉRREO
1
5
10m
MEZANINO
1
5
10m
ÁREA COMUM
235 m²
CIRCULAÇÃO (ESTACIONAMENTO)
250 m²
CIRCULAÇÃO (ESTACIONAMENTO)
175 m²
COMÉRCIO
403.82 m²
COMÉRCIO
453.82 m²
2º PAV
1
5
10m
3º PAV
1
5
10m
ÁREA COMUM
105 m²
ÁREA COMUM
734.37 m²
CIRCULAÇÃO (ESTACIONAMENTO)
250 m²
CIRCULAÇÃO (ESTACIONAMENTO)
250 m²
CULTURA/LAZER
478.82 m²
CULTURA/LAZER
322.57 m²
4º / 12º PAV
1
5
10m
CIRCULAÇÃO (ESTACIONAMENTO)
75 m²
SERVIÇO (ESTACIONAMENTO) 33 VAGAS x 8 PAV = 264 VAGAS
795 m²
CORTE PROGRAMÁTICO
1
5
10m
SERVIÇO (ESTACIONAMENTO) CULTURA/LAZER CIRCULAÇÃO (ESTACIONAMENTO) COMÉRCIO
PROPOSTA EDIFÍCIO GARAGEM
38