Edi f Ă c i odeus omi s t o:
Pi nhei r os
FIAM-FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO ARQUITETURA E URBANISMO PAULO HENRIQUE ADÃES SILVA
EDIFÍCIO DE USO MISTO: PINHEIROS
SÃO PAULO 2019
FIAM-FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULO HENRIQUE ADÃES SILVA
EDIFÍCIO DE USO MISTO: PINHEIROS
Trabalho Final de Graduação apresentado à Banca Examinadora do FIAM-FAAM Centro Universitário, como exigência parcial para a obtenção de título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob orientação do Professor André Luis Tura Nunes.
SÃO PAULO 2019
ADAES SILVA, PAULO HENRIQUE EDIFÍCIO DE USO MISTO: PINHEIROS / PAULO HENRIQUE ADAES SILVA; orientador ANDRE LUIS TURA NUNES - SÃO PAULO, 2019
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel - ARQUITETURA E
URBANISMO) - FIAM- FAAM Centro Universitário, 2019. 1. EDIFÍCIO DE USO MISTO. 2. EDIFICIO MULTIFUNCIONAL. 3. MIXED USE. 4. EDIFICIO HIBRÍDO. 1 TURA NUNES, ANDRE LUIS.
FIAM-FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULO HENRIQUE ADÃES SILVA
EDIFÍCIO DE USO MISTO : PINHEIROS Trabalho Final de Graduação, apresentado à banca examinadora da FIAM-FAAM Centro Universitário, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do Professor André Luis Tura Nunes. Data de aprovação:
/
/
Banca examinadora:
André L. T. Nunes
Beatriz Marques de Oliveira
Janaina Krohling Peruzzo
(Orientador)
(Convidada)
(Profª FiamFaam)
SÃO PAULO 2019
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção” Lúcio Costa
SUMÁRIO INTRUDUÇÃO
12
CAPÍTULO 1- TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO
13
1.1 Breve contextualização do tema
14
1.2 Análise Urbana
15
1.2.1 Pinheiros
15
1.2.2 Bairro/ Entorno imediato
18
1.3 Análise do terreno
21
CAPÍTULO 2- O PROJETO
24
2.1 Partido arquitetônico
25
2.2 Implantação
26
2.3 Programa
27
2.3.1 Edifício Limited Funchal
27
2.3.2 Restaurante escola- JD. EDITE
28
2.3.3 Edifício de Uso Misto: Pinheiros
29
2.4 Características construtivas
31
2.4.1 Sistema estrutural
31
2.4.2 Materiais
34
2.5 Pranchas gráficas
36
CONCLUSÃO
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
39
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende, por meio do desenvolvimento de um
projeto para edifício de uso misto, tratar as transformações na cidade ocasionadas por adensamento, verticalização, subutilização dos lotes e com isso, agregar valor à região de Pinheiros, oferecendo uma nova utilidade que, atrelada à habitação e comércio integrados a espaços públicos que estimulem o aproveitamento e a permanência nesses locais.
O capítulo 1 aborda o conceito do tema Uso Misto e como ele pode
ser viável em áreas como Pinheiros, seguido pela análise urbana em uma escala metropolitana, chegando na escala do lote em si.
A apresentação do projeto do Edifício de Uso Misto é feita no capítulo
2, onde apresenta-se uma análise mais detalhada da tipologia do edifício e desenvolvimento projetual, como partido arquitetônico, implantação, características construtivas, entre outras.
12
CAPÍTULO 1
TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO
13
PINHEIROS FONTE: GOOGLE EARTH, 2018
1.1 Breve contextualização do tema
Edifícios de uso misto ou multifuncionais tem como característica
a junção de duas ou mais funções em um mesmo edifício, ou conjunto de edifícios, onde possibilita uma variedade de usos (habitação, comércio,
Figura 1: Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência para a Rede Nossa São Paulo em 2018. Disponível em: https://www.cidadessustentaveis.org.br/arquivos/viver_em_sp_mobilidade_tabelas.pdf - Acesso em março de 2019.)
serviços, lazer, cultura, etc.) no mesmo local.
A implantação de um edifício de uso misto em grandes metrópoles
Outra solução observada é o aumento da segurança devido ao intenso
vem também com um conceito de absorver as necessidades geradas pelo
movimento de pessoas em vários momentos do dia. Os “olhos da rua” são
aumento da população, melhor utilização do lote e a procura de lugares
pessoas que, consciente ou inconscientemente, utilizam o espaço público e/
onde se possa trabalhar, morar e interagir com outras pessoas, trazendo
ou costumam contemplá-lo de suas casas, exercendo uma vigilância natural
uma qualidade de vida melhor para as pessoas que ali estão.
sobre o que ali acontece e compartilham parte do espaço privado com as áreas
Edifícios multifuncionais incitam as pessoas a se encontrarem, a conversarem, a passearem. Trata-se de estimular, mais que reprimir, o potencial humano dos cidadãos: têm função humanizadora. A combinação dos acessos e a presença de comércio atraem as pessoas a entrarem no edifício, isto é, há uma preocupação projetual em integrar o espaço público com o semipúblico do edifício de modo a trazer os transeuntes para o interior do edifício, por meio da permeabilidade espacial. O pavimento térreo consiste no espaço de integração dos espaços internos em rua pública, sendo o local onde acontece os fluxos, as barreiras e permeabilidades (DZIURA,2009).
públicas que estes edifícios promovem onde implantados.(JACOBS, 2007)
Segundo Rogers (1997), arquiteto britânico, a edificação caracterizada pela
multiplicidade de funções, ao sobrepor atividades de moradia, comércio, lazer, e ao adensar a população, reduz distâncias e o tempo de transporte entre as atividades diárias, além de diminuir o consumo energético e a poluição, promovendo a melhoria da qualidade de vida urbana nos projetos de cidades compactas.
O bairro dispõe de ampla infraestrutura urbana, por exemplo, oferta de
Edifícios como esses são alternativas viáveis para a solução de
transporte público, fácil acesso a outras regiões da metrópole, é farto em comércio e
problemas na cidade, dentre eles o de mobilidade. Segundo uma pesquisa
grandes empresas, provido de espaços e edifícios culturais e esportivos, como o Sesc
realizada em setembro de 2018 pelo Ibope Inteligência encomendada pela
Pinheiros e o Instituto Tomie Ohtake.
Rede Nossa São Paulo, os paulistanos gastam, em média, 2 horas e 43
minutos por dia para fazer todos os deslocamentos que precisa na cidade
novo, é possível inserir um edifício de uso misto como solução para utilizar os lotes
de São Paulo e 44% dos entrevistados têm ou já tiveram problemas de
vazios e/ou subutilizados e incorporar o espaço público ao privado.
Por essas razões e com a finalidade de integrar a dinâmica existente com o
saúde relacionados à poluição.
14
1.2 Análise urbana 1.2.1 Pinheiros
Pinheiros é considerado um dos bairros mais antigos da
cidade de São Paulo, cuja fundação data de meados do século XIX, mas o progresso do bairro somente aconteceu no final do século XIX com a chegada do ciclo do café, formando uma região de classe média, com intenso comércio e grande número de indústrias
ALTO DE PINHEIROS
(AMARAL,1969).
O distrito de Pinheiros está situado na zona oeste da
JARDIM PAULISTA
PINHEIROS
cidade de São Paulo e dele fazem parte os bairros de Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Pinheiros e Jardim Paulista. Sua delimitação é feita pelo Rio Pinheiros e por importantes avenidas como a Avenida Professor Frederico Hermann Junior, Doutor Arnaldo,
ITAIM BIBI
Nações Unidas, Juscelino Kubitschek e Brigadeiro Faria Lima, o que torna o bairro um grande eixo de mobilidade e um dos principais polos econômicos da cidade. MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
N
DISTRITO DE PINHEIROS
DELIMITAÇÃO DO BAIRRO DE ESTUDO
0
5
10
Figura 2: Mapa de localização do distrito de Pinheiros no município de São Paulo. (Produzido pelo autor; Bases obtidas pelo site: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br- Acesso em março de 2019).
15
15
20km
Além de ser uma região com diversidade usos, serviços, lazer,
compreende com uma das melhores infraestruturas da cidade, por exemplo, corredores exclusivos, terminais de ônibus, estações de metrô e trens. LAZER, ESPORTE E CULTURA INSTITUIÇÕES DE ENSINO SAÚDE ESTAÇÕES DE METRÔ/CPTM TERMINAL DE ÔNIBUS
As estações de metrô Faria Lima e Fradique Coutinho (ViaQuatro
Amarela) fazem parte da interligação entre as regiões sudeste (Luz) com sudoeste (Vila Sônia) e com estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens
TERMINAL DE ÔNIBUS LIMITE DO DISTRITO AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA AV. PEDROSO DE MORAIS
QUADRA DE ESTUDO
Metropolitanos), Pinheiros e Hebraica-Rebouças (Linha 9- Esmeralda), que compreende o trecho entre o bairro Grajaú (zona sul da PMSP-Prefeitura Municipal de São Paulo) e a região metropolitana de Osasco.
AV. NAÇÕES UNIDAS MARGINAL PINHEIROS AV. REBOUÇAS AV. PAULISTA
ESTAÇÃO FARIA LIMA
Em 2014 foi aprovada a lei que estabelece a revisão do Plano Estratégico
Diretor do Município de São Paulo (PDE), obrigatório em cidades com mais de
ESTAÇÃO FRADIQUE COUTINHO
AV. HENRIQUE SHAUMAN
ESTAÇÃO PINHEIROS
20 mil habitantes, que apresenta uma série de diretrizes e orientações para o desenvolvimento e crescimento ordenado do município até 2030 tendo como
TERMINAL DE ÔNIBUS PINHEIROS
objetivo a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.
AV. EUSÉBIO MATOSO ROD. RAPOSO TAVARES ROD. RÉGIS BITENCOURT
O PDE incentiva o uso misto no mesmo lote, especialmente em
regiões de transformação urbana e próximas a eixos de mobilidade. Estimula
ESTAÇÃO HEBRAICAREBOUÇAS
a convivência do uso habitacional com outros usos (comércios, serviços, institucionais, etc.) a fim de potencializar a utilização dos serviços urbanos, especialmente o transporte público coletivo de passageiros.
AV. BRIGADEIRO FARIA LIMA AV. JUSCELINO KUBITSHEK
Na escala local há intenção de que o térreo desse tipo de edifício tenha
fachada ativa e fruição pública, com a finalidade de melhorar a vida urbana nos
N
espaços e passeios públicos e na escala urbana, pretende equilibrar a oferta de
ESTAÇÃO CIDADE JARDIM 0
0.5
1
1.5km
AV. NAÇÕES UNIDAS INTERLAGOS
Figura 3: Diagrama de eixos de mobilidade, equipamentos de lazer, culturais, instituições de ensino e saúde. (Produzido pelo autor com dados obtidos no site: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br - Acesso em março de 2019).
habitação e emprego.
Uma das estratégias previstas no PDE é a divisão do território em
macroáreas que apresentam características e objetivos urbanos, ambientais,
16
sociais e econômicos específicos de cada área do município. O distrito em
priorizando o transporte coletivo, bem como a criação e qualificação ambiental
questão está dentro de uma macroárea de estruturação metropolitana, onde
de espaços públicos e o atendimento habitacional às comunidades que vivem em
de acordo com o PDE, são áreas que promovem transformações no espaço
ocupações irregulares localizadas em seu perímetro ou no entorno imediato.
urbano, nas condições de uso e ocupação do solo e na base econômica, por
exemplo, operações urbanas e projetos de intervenções.
intervenções urbanas como a construção dos túneis jornalista Fernando Vieira
A arrecadação feita entre as participações da OUCFL foi investida em
de Mello e Max Feffer, a reconversão urbana do Largo da Batata, a construção do Terminal Pinheiros, a implantação da Ciclovia que liga o CEAGESP ao Ibirapuera e a produção de habitações de interesse social, dentre outras.
Figura 4: Diagrama sobre o uso misto em edifícios que estão em Eixos de Estruturação da Transformação Urbana.(Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/incentivo-ao-uso-misto/ - Acesso em março de 2019).
Essas transformações ocorrem desde 2004, quando foi aprovada a
Operação Consorciada Faria Lima (OUCFL) que existia desde 1995, porém foi adequada junto ao Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257 de 2001).
A OUCFL é um instrumento de política urbana administrado de
forma consorciada entre o Poder Público e a Sociedade Civil, por meio de um Grupo de Gestão, contando com a participação de órgãos municipais e entidades representativas da sociedade civil organizada, responsável pela definição e implantação do Programa de Intervenções, bem como a definição de aplicação dos seus recursos. Tem como objetivo a melhoria da acessibilidade viária e de pedestres, a reorganização dos fluxos de tráfego,
17
N
PERÍMETRO DA OUCFL- LEI 11.732/95
SETOR 3- HÉLIO PEREGRINO
SETOR 1- PINHEIROS
SETOR 4- OLIMPÍADAS
SETOR 2- FARIA LIMA
DELIMITAÇÃO DA QUADRA DE ESTUDO
0
0.5
1
1.5km
Figura 5: Setores da OUCFL. (Editado pelo autor com dados obtidos no site da PMSP. Disponível em:https:// www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/upload/ desenvolvimento_urbano/sp_ urbanismo/FARIA_LIMA/2018/ anexo1_setores.pdf - Acesso em março de 2019).
1.2.2 Bairro / Entorno imediato
O bairro de Pinheiros dispõe das melhores infraestruturas
urbanas da cidade, além de contar com equipamentos culturais e vários restaurantes e bares que fazem parte de roteiros gastronômicos de São Paulo.
A região tem uma topografia em declive em relação ao Rio
Pinheiros e seu desnível não é acentuado como pode-se observar na Figura 6 e nos cortes urbanos (pág. 20). De acordo com a carta geotécnica disponibilizada pela PMSP, a região estudada está numa área de planícies aluviais o que explica a área ser mais plana ou pouco inclinada.
Por estar em uma zona mista, de acordo a lei 16.402/16-
LPUOS (Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo) definida pelo zoneamento, a maioria dos lotes são de uso comercial e serviços, os que são identificados como misto, possuem a característica de uso comercial/serviços no pavimento térreo e uso residencial nos N
demais pavimentos. Percebe-se que nas proximidades do terreno são poucos os lotes que apresentam somente o uso residencial. COTA 735
COTA 745
COTA 740
COTA 750
TERRENO
0
25
50
75
100 m
Figura 6: Hipsometria da região estudada. (Elaborado pelo autor com dados da PMSP obtidos no site: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br - Acesso em agosto de 2018).
18
O fluxo de pedestres é mais intenso em locais que contém
Aos finais de semana o Largo da Batata é apropriado como espaço de
comércio/serviços ou eixos de transportes públicos e individuais, isso faz
lazer para manifestações culturais e/ou protestos. Já o fluxo de veículos é alto
com que o local se transforme em uma passagem para outros lugares.
por estar próximo à Avenida Brigadeiro Faria Lima, importante via de ligação com outros pontos de grande fluxo da região.
DE
ER
OV
RC
A AL
E
RD
A AC
A RIA LIM
E RD VE CO AR AL
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AV. BRIG AD
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RASCO
R. MARTIM CAR
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S PIN
N
HEIR
OS
R. DO
S PIN
Figura 7: Uso do solo. (Elaborado pelo autor; Dados obtidos in loco em setembro de 2018).
USO RESIDENCIAL COMERCIAL/SERVIÇOS USO MISTO RESIDENCIAL, COMERCIAL/SERVIÇOS)
R. PAIS LEMES
S PIN
N
HEIR
OS
R. DO
S PIN
OS 25
50
100 m
EST. METRÔ FARIA LIMA BICICLETÁRIO SAÚDE
LOTE SUBTILIZADO
BANCOS/ LOTÉRICAS
LIMITE TERRENO
MERCADO MUNIC. DE PINHEIROS
FLUXO PEDESTRES
R. DO
HEIR
0
19
RU
AV. BRIG AD
IS
O OR
A AT AT
R. MARTIM CAR
R. PAIS LEMES
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CR
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.P AV
ED
RU
RU
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D
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AC
.P AV
RU
E
RD
VE
CO
AR
L EA
Figura 8: Diagrama de fluxos de veículos. (Elaborado pelo autor; Dados obtidos por observação in loco em setembro de 2018).
HEIR
OS
0
25
50
75
100 m
VIA COLETORA- FLUXO ALTO DE VEÍCULOS VIA COLETORA- FLUXO MÉDIO DE VEÍCULOS LIMITE TERRENO
AV. PEDROSO DE MORAIS
RUA CUNHA GAGO AV. BRIG. FARIA LIMA
DR. MANOEL CARLOS Mesmo com aRUA constante transformação incentivada pelo PDE, pode-se notar PINTO FERRAZ
AV. BRIG. FARIA LIMA
100 m OV ER D
S AI
EA LA RC AR D
AV. BRIG AD
E
R MO
AC RU
GO
O
DR
E AP
O FARIA LIMA AV. BRIGADEIR
R. SEBASTIÃO GIL
GA
R. TEODORO SAMPAIO
HA
R. PEDRO CRISTI
UN
R. CARDEAL ARCOVERDE
Z TA AL
AB
RU
AC
RO
CO
AS
RR
CA
RU
AR
R. SUMIDOU
R. BALTAZAR CARRASCO
DE
EIRO FA RIA LIM A
SO
50
RO
25
com altura maior de 50m.
ED
0
RU
.P AV
do recorte são compostas de térreo + 1 pavimento, dispondo também de edifícios
DE
AR
AC
na figura 9 (pág.9) o mapa de gabarito e cortes urbanos que a maioria das edificações
DE
ER
OV
RC
A AL
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IS
CR
RU
O
AI MP
SA
D
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AT
RU
O OR
RASCO R. MARTIM CAR
0
25
50
100 m
Figura 10: Corte AA. (Corte desenvolvido; Dados obtidos in loco e no site: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br - Acesso em setembro de 2018) R. DO
S PIN
R. PAIS LEMES
N
HEIR
OS
R. DO
S PIN
Figura 9: Mapa de gabarito.(Elaborado pelo autor; Dados obtidos in loco e no site: http://geosampa. prefeitura.sp.gov.br - Acesso em setembro de 2018)
HEIRO
S
0
25
50
75
100 m
T+1 ANDAR
T+11 ATÉ 15 ANDARES
T+2 ATÉ 4 ANDARES
MAIOR DE 15 ANDARES
T+5 ATÉ 10 ANDARES
TERRENO
AV. PEDROSO DE MORAIS
B A
RUA CUNHA GAGO AV. BRIG. FARIA LIMA
AV. BRIG. FARIA LIMA
RUA DR. MANOEL CARLOS PINTO FERRAZ
0
Figura 11: Corte BB. (Corte desenvolvido pelo autor; Dados obtidos in loco e no site: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br - Acesso em setembro de 2018)
25
50
100 m
A
B
20
1.3 Análise do terreno
O terreno está localizado entre as ruas Pedro Cristi e Cardeal Ar-
coverde e possui 2.917m². Sua topografia é relativamente plana, com apenas 1m de desnível entre a rua Pedro Cristi (cota 736) e a rua Cardeal Arcoverde (cota 737). Atualmente é subutilizado como estacionamento.
8
73
A
7
73
738
2
6
RUA CUNHA GAGO
C
73
A
RU
L
EA
D AR
E
RD
VE
O RC
1 FOTOGRAFIA DO TERRENO VISTA RUA PEDRO CRISTI
5
73
Figura 13:Vista aérea e terreno em destaque. 2 FOTOGRAFIA DO TERRENO (Editado peloARCOVERDE autor. Fonte: Google Earth,2018). VISTA RUA CARDEAL
7
73
TERRENO
7
73
N 8
73
PEDRO
CRISTI
6
0
7
RD 12: Terreno. CA A RU
1
10
20
30
50
73
L EA
E
RD
VE
CO
AR
73
5 73
RUA
738
2
6
RUA CUNHA GAGO
73
Figura (Elaborado pelo autor; Dados obtidos in loco e no site: http://geosampa.prefeitura.sp.gov. br - Acesso em setembro de 2018).
1 FOTOGRAFIA DO TERRENO VISTA RUA PEDRO CRISTI
2 FOTOGRAFIA DO TERRENO
5
73
VISTA RUA CARDEAL ARCOVERDE
7
73
TERRENO
7
73
N
PEDRO
6
1
73
5
73
RUA
CRISTI 0
10
20
30
50
Figura 14:Vista do terreno pela rua Cardeal Arcoverde (Acervo do autor, agosto de 2018)
21
Figura 15:Vista do terreno pela rua Pedro Cristi. (Acervo do autor, agosto de 2018)
Citado anteriormente no item 1.2.2, de acordo com o zoneamento
É possível observar que mesmo aumentando o coeficiente de apro-
veitamento, o terreno apresenta algumas limitações como altura, o que de
proposto pelo PDE e a LPUOS, o terreno está inserido em uma ZM a qual
alguma forma, impossibilita o alcance do CA máximo, visto que ambas ruas
promove o uso residencial e não residencial, viabilizando a diversidade de
onde o terreno está localizado tem aproximadamente 10m de largura.
usos na região e não por grandes transformações. A tabela 1 mostra os índi-
ces urbanísticos referente a essa zona
De acordo com a legislação vigente e dados citados, as potenciali-
dades do terreno estão descritas na tabela 3.
PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO DO LOTE (Lei 16.402/16 LPUOS) Coeficiente de aproveitamento
Taxa de Ocupação Máxima
C.A. min. C.A. básico C.A. máx.
T.O. para lotes = ou > que 500m²
ZONA
Zona Mista
0,3
1
2
0,7
Recúos Mínimos (metros) Fundos e Laterais
Gabarito de altura máxima (metros)
Frente
28
Potencialidades do terreno (2.917m²)
Altura da edificação menor ou igual a 10 Altura da edificação superior a 10 metros metros
5
N/A
Coeficiente de aproveitamento máx.
3
Tabela 1: Parâmetros urbanísticos para ocupação do lote de acordo com LPUOS. (Editado pelo autor; disponível em https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/ zoneamento/arquivos/- Acesso em março de 2019).
11.668m²
Gabarito de altura Taxa de máxima (metros) em Ocupação vias entre 10 a 12m de largura 2.041m²
H= 25m
Taxa de permeabilidade (PA 4- 25%)
729.25m²
Tabela 3: Potencialidades construtivas do terreno. (Elaborado pelo autor; com base nos parâmetros urbanísticos da OUCFL).
Por estar localizado dentro do perímetro da OUCFL, o terreno so-
fre alterações dos índices urbanísticos, por exemplo, no aumento do coeficiente de aproveitamento e limites de gabaritos próximos a vias entre 10m e 12m de largura.
Outro estudo importante é o de insolação, que consiste em analisar
o local em relação a incidência solar durante o ano, o que auxilia no partido projetual. Parâmetros urbanísticos da OUCFL Coeficiente de aproveitamento máx.
Taxa de Ocupação
Gabarito de altura máxima (metros) em vias entre 10 a 12m de largura
4
0,7
25
Para esse estudo foram definidos dois dias, 21/06 (Solstício de Inverno)
onde o a incidência solar, assim como o dia, é menor que em 21/12 (Solstício de Verão), onde a incidência é maior.
Tabela 2: Parâmetros urbanísticos para ocupação do lote de acordo com OUCFL. (Editado pelo autor; disponível em https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/ desenvolvimento_urbano/sp_urbanismo/arquivos/OUCFL_caderno_GESTAOURBANA.pdf/- Acesso em março de 2019)
22
No solstício de inverno às 9:00 horas (Figura 16) o terreno recebe gran-
No solstício de verão às 9:00 horas (Figura 18) o terreno recebe
de incidência solar. As sombras projetadas são baixas por conta do gabarito dos
bastante incidência solar e pouca sombra no lote, o que é bom. Nesse perí-
edifícios vizinhos. Às 16:00 (Figura 17) é muito importante que a incidência solar
odo de solstício de verão o dia têm mais exposição solar e às 16:00 (Figura
continue, pois nesse período de inverno o sol se põe mais cedo.
19) percebe-se que o edifício do lado, por sua altura, acaba projetando uma sombra em quase todo o terreno.
Figura 16: Estudo de insolação no terreno; Solstício de Inverno as 09:00 (Diagrama desenvolvido pelo autor, março de 2019).
SOL NASCENTE SOL POENTE TERRENO
Figura 18: Estudo de insolação no terreno; Solstício de verão as 09:00 (Diagrama desenvolvido pelo autor, março de 2019)
SOL NASCENTE SOL POENTE TERRENO
23
Figura 17: Estudo de insolação no terreno; Solstício de Inverno as 16:00 (Diagrama desenvolvido pelo autor, março de 2019).
Figura 19: Estudo de insolação no terreno; Solstício de verão as 16:00 (Diagrama desenvolvido pelo autor, março de 2019)
CAPÍTULO 2 O PROJETO
CAP 2
PERSPECTIVA ELABORADA PELO AUTOR
24
do as maiores dimensões do terreno e considerando as alturas dos edifícios
2.1 Partido arquitetônico
vizinhos, o mesmo se desenvolve através do formato em L.
Definindo esses objetivos como condicionantes de projeto, aproveitan-
O formato em L proporcionou um número maior de unidades habi-
As diretrizes de projeto se desenvolvem a partir da análise do local que
tacionais, e também possibilitou a inserção de somente um núcleo rígido de
considerou as dinâmicas existentes. Tendo isso em mente, o projeto se articula
circulação vertical, que conforme a Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros
em torno de dois objetivos:
(nº11/2018) para saída única, permite que a distância máxima a ser percorrida Fruição pública: incentivar a apropriação do espaço
nos demais andares (exceto o piso de descarga) seja de 40m (sem detecção
público a fim de qualificar a vida urbana de um
automática de fumaça) ou de 45m (com detecção automática de fumaça).
bairro densamente construído. Para tal, o projeto busca atrair o público efêmero da rua Pedro Cristi e Cardeal Arcoverde para o interior do lote, onde a criação de uma praça que é concebida como área de estar, encontros e permanência, buscando a vaFigura 20: Fruição pública. (Elaborado pelo autor- Maio/2019)
lorização do entorno imediato e reforçando por meio da transformação, dinâmicas já existentes.
Conexão: Propõe uma permeabilidade no interior da quadra, que conecta a rua Pedro Cristi com a Cardeal Arcoverde, atraindo assim um maior fluxo de pessoas para a valorização do comércio proposto além de
Figura 22: Estudo em croqui do térreo com restaurante e lojas. Elaborado pelo autor- Maio/2019)
facilitar o acesso ao Largo da Batata e a estação de
Figura 23: Estudo em croqui do pav. residencial. (Elaborado pelo autor- Maio/2019)
Metrô Faria Lima. Figura 21: Conexão entre vias. (Elaborado pelo autor- Maio/2019)
Como há um vão no centro do lote, foi possível inserir uma praça no
térreo com a intenção de manter uma relação entre público e privado, externo e interno.
25
Evolução da forma
2.2 Implantação
O primeiro estudo foi feito usando
O lote está localizado entre as ruas Pedro Cristi e Cardeal Arcoverde,
os parâmetros exigidos pela legislação da
tendo como principais vizinhos o Mercado Municipal Eng. João Pedro de Carva-
OUCFL como o limite de gabarito, recúos e
lho Neto, vulgo Mercadão de Pinheiros, e o Largo da Batata. Essa característica
ocupação do terreno.
particular possibilita que disponha de duas frentes de acesso para o interior do lote.
Percebe-se que o lote possui 1m de desnível, tendo como maior cota
de nível (737) na Rua Cardeal Arcoverde em relação a Rua Pedro Cristi (736) ,assim foi necessário adotar um meio nível entre elas para que o pavimento térreo estivesse em um nível plano.
Figura 24: Diagrama 01 (Elaborado pelo autor- maio/2019)
Os recuos frontais e o uso destinado para área permeável de drenagem
foram usados conforme a legislação solicita, foram adotadas rampas com 8% de inclinação, de acordo com a ABNT NBR 9050, como forma de acessos. Logo, o térreo pela Rua Pedro Cristi ficou 50cm mais alto em relação ao nível da calçada enquanto pela Rua Cardeal Arcoverde, seu acesso ficou a 50cm mais baixo que
O segundo estudo já considera o ni-
velamento do terreno na cota 736.50 e diminuindo a ocupação do terreno criando uma praça interna no lote. O acesso em ambos lados é feito por rampa de acordo com a NBR 9050. Figura 25: Diagrama 02 (Elaborado pelo autor- maio/2019)
o nível da sua calçada.
Para a conexão nas lâminas de habitação é criado uma passarela entre
O terceiro estudo é realizado a par-
elas que estão recuadas do restante das fachadas. Essas passarelas são cobertas
tir dos recúos no térreo criando um espaço
pelos pavimentos superiores e envidraçadas para que possam receber luz natu-
coberto e da passarela que interliga as 2 lâmi-
ral.
nas residenciais. Figura 26: Diagrama 03 (Elaborado pelo autor- maio/2019)
26
Ficha técnica: Arquitetura: Aflalo/Gasperini Arquitetos
2.3 Programa
Localização: Rua Funchal - Vila Olímpia, SP, Brasil Área: 13300.0 m2
Levando em consideração as dinâmicas e a proposta de inter-
Ano do projeto: 2010
ligação com o existente no local, o programa foi elaborado e adaptado baseando-se em duas referências projetuais: o Edifício Limited Funchal, do escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos e o restaurante-escola do Conjunto Habitacional Jardim Edite, do escritório H+F Arquitetos e MMBB Arquitetos, ambos no munícipio de São Paulo.
A seguir, são vistas os projetos que serviram como referência
projetual.
2.3.1 Edifício Limited Funchal Figura 28: Limited Funchal-Planta térreo (Editado pelo autor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/755392/limited-funchal-aflalogasperini-arquitetos. Acesso em maio de 2019).
Figura 29: Limited Funchal- Planta pavimentos pares (Editado pelo autor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/755392/limited-funchal-aflalogasperini-arquitetos. Acesso em maio de 2019). Figura 27: Edifício Limited Funchal. (Autor: Ana Mello- Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/755392/limited-funchal-aflalogasperini-arquitetos Acesso em maio de 2019).
27
Figura 30: Limited Funchal- Planta pavimentos impares. (Editado pelo autor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/755392/limited-funchal-aflalogasperini-arquitetos. Acesso em maio de 2019).
Tabela 4: Programa e quadro de áreas- Edifício Limited Funchal (Elaborado pelo autor de acordo com as plantas refernciadas).
Figura 31: Limited Funchal- Planta 8º pavimento. (Editado pelo autor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/755392/limited-funchal-aflalogasperini-arquitetos. Acesso em maio de 2019).
Figura 32: Limited Funchal- Planta 9º ao 16º pavimento. (Editado pelo autor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/755392/limited-funchal-aflalogasperini-arquitetos. Acesso em maio de 2019).
2.3.2 Restaurante-Escola Jardim Edith
Figura 33: Conjunto habitacional Jardim Edith. (Autor: Nelson Kon- Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-134091/conjunto-habitacional-do-jardimedite-slash-mmbb-arquitetos-plus-h-plus-f-arquitetos. Acesso em maio de 2019).
28
Ficha técnica: Arquitetura: H+F Arquitetos, MMBB Arquitetos Localização: Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini - Itaim Bibi, São Paulo - SP, Brasil Área:25714.0 m2 Ano do projeto: 2010
Tabela 5: Programa e quadro de áreas- Restaurante-escola Jd. Edith (Elaborado pelo autor de acordo com a planta ao lado).
Figura 34: Planta restaurante-escola Jd. Edith. (Editado pelo autor. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-134091/conjuntohabitacional-do-jardim-edite-slash-mmbb-arquitetos-plus-h-plus-f-arquitetos. Acesso em maio de 2019).
2.3.3 Programa Edifício de Uso Misto em Pinheiros
lâmina de habitações. As duas lâminas de habitações (2º ao 7º pavimento) são compostas por 4 tipologias de unidades com 41m² (stúdios) à 80m² (aparta-
29
O edifício proposto é organizado por meio de dois usos: habitacio-
mento convencional com 2 quartos).
nal e comercial, sendo esse último composto por lojas e restaurante.
Com a finalidade de sustentar a proposta inicial de que os moradores
Os usos comerciais se articulam no pavimento térreo a fim de fo-
utilizem o transporte público ou alternativo o edifício não dispões de garagem.
mentar as dinâmicas descritas no partido. Já o residencial é desenvolvido em
Essa possibilidade é assegurada pela lei de zoneamento, sancionada em 2016, a
7 pavimentos, sendo no primeiro andar a área de lazer dos moradores e uma
qual anula a obrigatoriedade de garagem em edifícios situados em locais onde
há bom acesso a transporte público. De acordo com a pesquisa re-
alizada pelo Grupo ZAP, a pedido da Época NEGÓCIOS, os imóveis
da área projetada (equivalente ao total de 10.563m²- acrescentando a área da lavanderia
sem garagem chegam a custar 20% menos do que os tradicionais, com
comunitária e circulação coberta no térreo) destina-se ao uso residencial, seguido por
vagas para carros.
7% para o restaurante e 4% para o uso comercial.
SETOR
RESIDENCIAL
COMERCIAL (LOJAS)
RESTAURANTE
AMBIENTE
QT
ÁREA UNID. ÁREA TOTAL (m²)
HALL DE ACESSO 1 PORTARIA 1 TIPO 1 (STUDIO- 41m²) 55 TIPO 2 (STUDIO- 55m²) 7 TIPO 3 (APTO- 80m²) 42 TIPO 4 (APTO- 73m²) 14 LAZER 1 LAVANDERIA COMUNITÁRIA 1 CIRCULAÇÃO VERTICAL 7 CIRCULAÇÃO HORIZONTAL 7 ÁREA TOTAL POR SETOR
34 3,3 41 55 80 73 436 35 43 211
9271
89%
LOJA 1 1 LOJA 2 4 LOJA 3 1 LOJA 4 3 ÁREA TOTAL POR SETOR
44 62 78 85
44 16 78 255 393
0,4% 0,2% 1% 2,4% 4%
255 16 5 16 282 22 61,5 19 9,5
255 16 5 48 282 22 61,5 57 19
2,4% 0,2% 0,05% 0,5% 2,7% 0,2% 0,6% 0,5% 0,2%
765,5
7%
10429,5
100%
SALÃO (122 lugares) 1 BAR 1 CAIXA 1 SANITÁRIOS 3 ADMINISTRAÇÃO 1 HIGIENIZAÇÃO 1 PREPARO 1 DEPÓSITOS 3 VESTIÁRIOS 2 ÁREA TOTAL POR SETOR ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA
34 3,3 2255 385 3360 1022 436 35 301 1477
%
Tabela 6: Programa e quadro de áreas- Edifício de Uso Misto Pinheiros (Elaborado pelo autor- Maio/2019).
0,3% 0,03% 21,6% 3,7% 32,2% 9,8% 4,2% 0,3% 2,9% 14,2%
Mediante o desenvolvimento do projeto e definindo as áreas, nota-se que 89%
Na laje de cobertura é proposto um teto verde que dentre alguns tipos, foi
escolhido o sistema de cobertura ecológica extensiva, a qual não necessita de manuntenções regulares, possui pouco peso na estrutura e também exerce funções ecológicas como um filtro verde que limpa a poiera e outros contaminantes, redução de ilhas de calor e retenção de água.
2º AO 7º PAVIMENTO HABITAÇÃO
1º PAVIMENTO HABITAÇÃO E LAZER
CIRCULAÇÃO VERTICAL TÉRREO RESTAURANTE E LOJAS
Indices alcançados Coeficiente de aproveitamento- 3,6 10.563m²-
Gabarito de altura Taxa de máxima (metros) em Ocupação vias entre 10 a 12m 0,6 de largura 1.701m²
H= 24,51m
Taxa de permeabilidade (41%) 1.216m²
Tabela 7: Índices alcançados- Edifício de Uso Misto Pinheiros (Elaborado pelo autor- Maio/2019).
TÉRREO HALL DE ENTRADA HABITAÇÃO
SUBSOLO LAVANDERIA COLETIVA ÁREA TÉCNICA
Figura 35: Diagrama isométrico de distribuição do programa proposto (Elaborado pelo autor- Maio/2019)
30
2.4 Características construtivas
Alguns aspectos construtivos foram pensados e pesquisados para
o desenvolvimento do projeto, que vão desde a escolha da estrutura até as proteções solares nas fachadas.
2.4.1 Sistema Estrutural
A estrutura do edifício é realizada em concreto armado, e parte
7
de um grid simples, com vãos de 5,50x5,50m e 5,50x7,50m. O sistema
Gráfico 1: Carga nos pilares. (Editado pelo autor em maio de 2019). Fonte: Bases Para Projeto Estrutural - Rebello ,2007)
adotado é o de lajes maciça apoiadas em vigas conectadas a pilares e ao núcleo rígido de circulação vertical.
Por ser um sistema convencional, não exige uma mão de obra
Para serem embutidos na alvenaria, foi definido que um dos lados teria 20cm e
mais específica e demanda menor manutenção se comparada a outros
feito o cálculo: 2025cm²/20cm= 1.01cm, adotando 1.05cm. Logo, o pilar terá 105x20cm.
materiais e seus fechamentos em alvenaria.
Já para os pilares circulares do térreo foi definido o diâmetro de 52cm.
As dimensões da laje, vigas e pilares foram definidas de acordo
com os gráficos e fórmulas de pré-dimensionamento do livro Bases para
2.4.1.2 Vigas
Projeto Estrutural na Arquitetura (RABELLO, 2000). 2.4.1.1 Pilares
Figura 36: Esquema de vãos para pré-dimensionamento das vigas. (Elaborado pelo autor em maio de 2019).
Foi considerado um edifício com térreo mais 7 andares. De acor- A imagem acima ilustra uma parte dos vãos do projeto, onde foi adotado o do com os dados encontrados no gráfico abaixo, o pilar teria uma seção sistema de vigas contínuas com balanço, e para seu pré-dimensionamento foi utilizado a de 45x45cm= 2025cm².
31
seguinte relação:
APOIADAS CARGAS PEQUENAS: h= 6% do maior vão CARGAS MÉDIAS: h= 8% do maior vão CARGAS GRANDES: h= 10% do maior vão BALANÇO CARGAS PEQUENAS: h= 16% do maior vão CARGAS MÉDIAS: h= 20% do maior vão
2 x l (7,50 < 2 x 5,50), a laje é armada em cruz, isso é, em duas direções haverá armações para absorver os esforços de flexão. (L= vão maior l= vão menor) A altura da laje é dada pelo
CARGAS GRANDES: h= 24% do maior vão
Seguindo a relação de que L <
Segundo Rebello (2007), a ideia de pequena, média e grande cargas
não tem limites precisos. Grosso modo, pode-se considerar:
cálculo:
Carga pequena: existência de laje apoiada em apenas um lado da viga e
H=2% x L+ l / 2 =?
inexistência de alvenarias;
Substituindo pelos valores: H=2% x (7,50 + 5,50) / 2 = 0,13m
Carga média: existência de lajes nos dois lados da viga e de alvenarias;
Carga grande: além das lajes e das alvenarias, apresenta
viga de borda nas varandas, foi ne-
cargas de outras vigas apoiadas sobre ela;
cessário aumentar a espessura da laje
Logo:
nessa área.
Pelo vão: 8% de 7,50m= 0,60m
Pelo balanço: 20% de 1,50m= 0,30m
Para que não fosse usasse
Figura 37: Dimensões da laje. (Elaborado pelo autor. Maio de 2019)
Nesse caso, adota-se o maior número (60cm) para altura das vigas, o que facilita a montagem das fôrmas e execução.
2.4.1.3 Lajes maciças
Seguindo a relação de que L < 2 x l (7,50 < 2 x 5,50), a laje é ar-
mada em cruz, isso é, em duas direções haverá armações para absorver os
Figura 38: Dimensões das lajes e viga. (Elaborado pelo autor. Maio de 2019)
esforços de flexão.
32
Figura 40: Sistema de lajes. (Elaborado pelo autor- maio de 2019).
Figura 42: Perspectiva estrutural. Sistema de pilares, vigas e lajes. (Elaborado pelo autor- maio de 2019) PILAR VIGA LAJE
Figura 39: Diagrama isomĂŠtrico do sistema pilar e viga. (Elaborado pelo autor. Maio de 2019)
33
Figura 41: Perspectiva estrutural. Sistema de pilares, vigas e lajes. (Elaborado pelo autor- maio de 2019).
Figura 43: Perspectiva estrutural. Sistema de pilares, vigas e lajes. (Elaborado pelo autor- maio de 2019)
2.4.2 Materiais
Os materiais predominantes são: estrutura em concreto armado,
vedação externa em alvenaria finalizada em massa na cor branca e pintura na cor cinza,, com divisões internas na cor branca. Para a proteger os ambientes internos dos agentes externos são utilizados caixilhos em alumínio preto com vidro duplo e painéis de correr em madeira. A figura 45 (pág. 35) é uma ampliação do corte que aponta os materiais aplicados.
A visibilidade dos ambientes no térreo é permitida através do
envidraçamento dessas áreas, onde podem ser vistos por quem está na calçada ou passando pela galeria.
As aberturas nas fachadas que ocupam o vão modular da estru-
tura são em caixilhos de alumínio em cor preta e vidro duplo translucido, o que garante o controle de luminosidade, temperatura, ventilação e possibilita que as unidades tenham uma vista mais ampla do externo. Nessas aberturas, por estarem orientadas em posições que recebem grande insolação, foram concebidos painéis de madeira em trilhos, que sombreiam os ambientes internos e que podem ser movimentados pelos moradores conforme desejarem. Esses elementos de madeira, como os muxarabis árabes, tem um padrão quadriculado e perfurado, que não bloqueia o vento, e os moradores podem assim otimizar o conforto térmico dos am-
Figura 44: Materiais aplicados na fachada (Elaborado pelo autor- Maio de 2019)
bientes e o resultado dessa solução são espaços com temperatura sempre muito agradáveis.
34
Figura 46: Detalhe trilho do painel de correr. Esc.: 1:5 (Elaborado pelo autor- maio de 2019)
Figura 45: Ampliação com materiais detalhados. Esc.: 1:25 (Elaborado pelo autor- maio de 2019)
35
Figura 47: Detalhe trilho do painel de correr. Guias de direcionamento. Esc.: 1:5 (Elaborado pelo autor- maio de 2019).
2.5 PRANCHAS GRÁFICAS
PERSPECTIVA ELABORADA PELO AUTOR
36
PERSPECTIVA ELABORADA PELO AUTOR PERSPECTIVA ELABORADA PELO AUTOR
PERSPECTIVA ELABORADA PELO AUTOR
PERSPECTIVA ELABORADA PELO AUTOR
DA NI
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MERCADO MUN. PINHEIROS
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LARGO DA BATATA
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A AV. BRIG. FARIA LIM
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O
A RU
ESTAÇÃO FARIA LIMA E BICICLETÁRIO
TE
SITUAÇÃO Esc.: 1:2500
1/11
B
ERD V CO
E
A
D AR
E
AL
PEDRO CRISTI
AR
C
RUA
A RU
C
C
D
D
A
B
PLANTA TÃ&#x2030;RREO Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
2/11
B
ERD V CO
E
A
CA
R
A DE
L
PEDRO CRISTI
AR
C
RUA
A RU
C
D
D
A
B
PLANTA 1ยบ2,5PAV. 5 Esc.: 1:300
0
10
3/11
A
B
C
C
D
D
A
B
PLANTA PAV.TIPO E SUBSOLO Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
4/11
CORTE AA Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
5/11
CORTE BB Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
6/11
CORTE CC Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
7/11
CORTE DD Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
8/11
ELEVAÇÃO RUA PEDRO CRISTI Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
9/11
ELEVAÇÃO RUA CARDEAL Esc.: 1:300
0
2,5
5
10
10/11
PLANTA APARTAMENTO TIPO 1- 41m² ESC.: 1:100
PLANTA APARTAMENTO TIPO 4- 73m² ESC.: 1:100
PLANTA APARTAMENTO TIPO 2- 55m² ESC.: 1:100
PLANTA APARTAMENTO TIPO 3- 80m² ESC.: 1:100
UNIDADES HABITACIONAIS
0
1
2
3
4
11/11
CONCLUSÃO
Ao projetar em uma área consolidada e em constante
transformação, com o propósito de romper com a limitação dos lotes, a divisão entre espaços público e privados e a subutilização dos mesmos, fez com que o resultado final desse processo de pesquisa e projetual fosse bastante impulsionador para idealizar um espaço que não se limitasse apenas de passagem e sim promovendo a ocupação e vivência das pessoas naquele espaço ,estimulando encontros e relações entre elas.
Como consequência, priorizou-se a fruição pública, através
de eixos de conexão entre as ruas, inserindo espaços de vivencias integrados ao edifício que abriga o uso comercial e residencial.
Conclui-se que esse tipo de edifício inserido em vazios
urbanos, cria um espaço público de qualidade e são capazes de revitalizar as áreas que tenham a necessidade dessas dinâmicas.
38
DZIURA, Giselle Luzia. Permeabilidade espacial e zelo urbanístico no projeto arquitetônico: da modernidade à pós modernidade nos
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