em f처sforos molhados n찾o posso buscar combust찾o
dali pulei o muro do prédio que por dias vigiava, e avancei pelos andares até a janela do quarto de dormir. sabia ser uma obsessão, mas eu era obsessivo. parei de pensar e joguei a mão pelo parapeito de meu alvo.
eu s贸 comia pizza fria leite gelado ligava e escrevia nunca a encontrava
nunca ao telefone facebook instagram foursquare
sequer para baixar telegramas fonados de diversas madrugadas
doente. cansado. o vento às costas vibrava no ouvido. o betume então me tragou, e segundos escorreram até que me fizesse eu-piche, contra a lua nova que a tudo emplastrava. com as mãos lanhadas, forcei o ferrolho e a janela se abriu.
meus olhos logo localizaram a fresta iluminada da porta do banheiro. doente. ouvia entao a รกgua correndo e ouvia muitas coisas, รกgua sobre รกgua, banho hรก dias que nรฃo tomava. ela nunca atendia o telefone e eu sabia haver um deles no banheiro, ao lado da banheira tantos banhos. juntos.
sozinho. cansado.
ela estava, eu já sabia, vigiava a casa ha vários dias, todo aquele corpo sob a minha língua meu nariz meus olhos meus ouvidos, eu sabia tantas e tantas outras de depois de horas eu no telhado do prédio a espreitar meus olhos dia e noite o entregador de pizza e você, pelas ruas, nunca ao telefone, eram vermelhos os telefones públicos, e agora ela do outro lado da porta pela fresta eu sei.
a luz amarela refletia nos azulejos e por todo lado mas era o vermelho que transbordava. os cabelos flutuavam e escondiam seu rosto. doente. chutei o telefone e comprimidos até o ralo. ela estava lá, morta e então eu morria também.
pizza fria, telhado do meu prĂŠdio, vento Ă s minhas costas e eu morria tambĂŠm.
je t’aimais je t’aime je t’aimerai