Sem Partido Helena de Serpa JĂşlia Pacheco
Sem Par do Helena de Serpa e Júlia Pacheco
1 - APRESENTAÇÃO Este trabalho foi elaborado para a disciplina de Mídia Movimentos Sociais, do curso de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense, ministrado pela professora Ana Enne e pelo mestrando Jader Moraes.
Manifestantes com cartaz ‘Sem Par do’ Foto: Reprodução Internet
NA CAPA: Charge do Ar sta Tonho
Universidade Federal Fluminense - UFF Ins tuto de Artes e Comunicação Social - IACS Departamento de Estudos Culturais e de Mídia Disciplina: Mídia e Mobilização Social Docente: Ana Lúcia Enne Discentes: Helena de Serpa e Júlia Pacheco Niterói, Agosto de 2013
Nossa intenção com esse trabalho é fazer uma análise de 4 Programas Nacionais de Par dos Polí cos que foram veiculados gratuitamente em horário nobre nas redes de TVs brasileiras entre os dias 27/06 e 25/07 e de que forma essas propagandas se apropriaram das manifestações recentes e incu ram determinadas pautas da manifestação em seu discurso, ou do seu discurso nas manifestações. As propagandas são dos seguintes par dos: 1. Par do Popular Socialista (PPS) 2. Par do Verde (PV) 3. Par do Democrá co Trabalhista (PDT) 4. Par do Republicano Brasileiro (PRB) Para isso usamos principalmente os vídeos no Youtube que estão disponíveis nos seguintes links: PPS - h p://www.youtube.com/watch?v=XO9_ZaUqnSU PV - h p://www.youtube.com/watch?v=CKGVC8wo4fo PDT - h p://www.youtube.com/watch?v=X7RFTY7Hqsc PRB - h p://www.youtube.com/watch?v=IPCJhtuKO
2 - OS PROTESTOS Para fins de contextualização, nos meses de junho e julho de 2013 o Brasil viveu o ápice de uma onda de protestos que se iniciou pelas reivindicações do movimento MPL (Movimento Passe Livre) contra o aumento das passagens de ônibus. Os protestos começaram na cidade de São Paulo, mas rapidamente se espalharam por diversas cidade do Brasil. O principal mo vo que levou à rápida crescente dessas manifestações por todo território brasileiro foi a insa sfação com as forças policiais no tratamento desses mesmos protestos. A repercussão desses acontecimentos na grande mídia e principalmente nas redes sociais ocasionou uma adesão exponencial da população brasileira a esse movimento.
Manifestação na Cidade do Rio de Janeiro Foto: Reprodução Internet
Esta onda de protestos, se comportou de uma maneira inédita, uma vez que, apesar de exis r uma liderança no início dessa manifestação as insa sfações individuais sobrepujaram a pauta do preço dos transportes, ocasionando uma distensão da pauta inicial e consequentemente uma rela va vas dão de temá cas a ser reivindicadas. 3 - SEM PARTIDO Escolhemos o tulo SEM PARTIDO para o nosso trabalho porque esta foi uma das palavras de ordem mais presentes no discursos de muitos manifestantes. Ocasionado por um desgaste do sistema representa vo, muitos dos manifestantes, em especial aqueles que não nham experiência de mobilização social, repudiavam a presença de bandeiras de par do nas manifestações. Em alguns dos atos das manifestações esse sen mento nega vo com relação aos par dos polí cos ocasionou episódios de violência e embates sicos. Diferentemente da maioria das manifestações populares brasileiras, esta não
Cartaz: ‘Meu Par do é o Brasil’ Foto: Reprodução Internet
nha à frente a bandeira de par dos polí cos. Escolhemos analisar essas propagandas par dárias, pois achamos que esses par dos se apropriaram das manifestações que não foram iniciadas por incia va desses mesmos par dos. 4 - AS PROPAGANDAS PARTIDÁRIAS Os par dos polí cos têm direito a veicular propagandas de forma gratuita de acordo com a Lei Lei nº 9.096/95. “A propaganda par dária tem por finalidade divulgar, pelo rádio e pela televisão, assuntos de interesse das agremiações par dárias – de acordo com o disposto nos arts. 45 a 49 da Lei nº 9.096/95. Visa assim, exclusivamente, a: I - difundir os programas par dários; II - transmi r mensagens aos filiados sobre a execução do programa par dário, dos eventos com este relacionados e das a vidades congressuais do par do; III - divulgar a posição do par do em relação a temas polí co-comunitário. IV - promover e difundir a par cipação polí ca feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção par dária, observado o mínimo de 10% (dez por cento). Nos termos do § 1º do art. 45 da Lei nº 9.096/95, ficam vedadas, na propaganda par dária: I - a par cipação de pessoa filiada a par do que não o responsável pelo programa; II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos ele vos e a defesa de interesses pessoais ou de outros par dos; III - a u lização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua
comunicação.” Lei regulamentada pela Resolução nº 20.034, de 27 de novembro de 1997 em anexo. Em um primeiro momento pensamos que nos registros do TSE, órgão que regulamenta e controla os Par dos Polí cos incluindo suas propagandas, encontraríamos um aumento do número de propagandas polí cas veiculadas nos meses de junho e julho com relação aos meses anteriores, em função das manifestações. Entretanto ao analisarmos os dados percebemos que não havia uma diferença tão grande (ver anexos). Acontece que os Par dos devem agendar a veiculação previamente com o TSE até o fim do ano anterior o que impossibilitaria uma propaganda veicular só porque houve uma onda de protestos. Concluímos que a data de veiculação não foi escolhida para aproveitar o momento polí co das manifestações, mas isso não quer dizer que os par dos que nham seus programas agendados para este período não tenham aproveitado o momento e u lizado as manifestações e suas pautas nem suas propagandas. Como veremos a seguir.
Foto-montagem Foto: Reprodução Internet
5 - ESTUDOS DE CASO (PPS - DT- PPS – PV – PRB) Caso 1 - Par do Popular Socialista (PPS) Dia que foi veiculado – 27/06/2013 (trechos veiculados em inserções de até 1 min nos dias 18/06, 20/06 e 25/06) Link do vídeo – h p://www.youtube.com/watch?v=XO9_ZaUqnSU A primeira coisa a se destacar é que dos 38 segundos iniciais da propaganda 26 segundos são imagens das manifestações recentes e 12 segundos são imagens ligadas ao histórico de lutas dos movimentos sociais (ditaduras, diretas já entre outras). Logo em seguida há a inserção de uma cartela com a inscrição: ‘’VOCÊ QUE ACORDOU AGORA, NÃO HOSTILIZE QUEM NUNCA DORMIU!’’ VOCÊ - já há uma dis nção entre quem fala a frase e quais as pessoas estão no protesto. Os locais do discursos, o enunciador e o enunciatário. O GIGANTE ACORDOU – Foi uma das frases que mais marcaram o início dessas manifestações e que ligaria o enunciatário a essa figura do gigante. AGORA – Dá uma conotação de que houve uma demora para isso acontecer. Como se antes só o enunciador es vesse acordado (nunca dormiu) HOSTILIZE – Para termos a real dimensão do emprego da palavra, optamos por retomar o sen do denota vo da palavra: 1 Tratar com hos lidade. 2 Opor-se a. 3 Guerrear. 4 Causar dano a. 5 vpr Combater-se mutuamente. (Dicionário Michaelis). Nota-se à intenção de querer inferir que os manifestantes estavam mais do que desrespeitando estavam” causando danos “.
Snaphot do Vídeo do PPS 45'' - Cartela feita com Cartaz Levantado
Logo em seguida há inserção de outra cartela com a frase: “ PCB/PPS 91 ANOS DE LUTA PELO BRASIL ” Nesse momento, o PPS lança mão do seu histórico comunista no Par dão e se “une novamente” ao PCB pois nesse contexto é mais apropriado para sua imagem.
Manifestantes confeccionando cartazes Foto: Reprodução Internet
A primeira fala é do Presidente do Par do Roberto Freire. Em sua fala ele afirma que o Brasil mudou e que a mudança é fruto das manifestações. Porém a propaganda é transmi da em menos de um mês após as principais manifestações. Nesse curto período de tempo, seria pouco provável uma mudança tão rápida no país. Nesse sen do, ficamos sem saber se a mudança se refere à efe vas realizações polí cas ou se a mudança se refere sobre a postura da sociedade brasileira no que tange às reivindicações. Logo em seguida, Roberto Freire se u liza das reivindicações populares para cri car o atual governo, visto que no atual momento o PPS se encontra em postura de oposição ao governo. Con nuando sua fala, ele presta a SOLIDARIEDADE do par do e diz que se junta aos manifestantes para juntos mudar muito mais o Brasil.
Snaphot do Vídeo do PPS 1'35'' - Cartela feita com Cartaz Levantado
A par r de então aparecem duas cartelas com imagens de cartazes de manifestantes que embora con vessem pautas recorrentes (Reforma Polí ca e PEC 37), não são cartazes reais u lizados nas manifestações, mas sim montagens feitas exclusivas para a propaganda. Entende-se pois, que há uma busca de aproximação da linguagem u lizidas nas manifestações, cujo meio de divulgação mais u lizado era os cartazes com a da veiculção polí ca par dária.
A par r daí são levantadas algumas outras pautas: - Inves mento público na construção de estádios
*Padrão FIFA foi uma expressão muito u lizada durante os protestos, pois no momento em que os protestos estavam acontecendo no Brasil, acontecia a Copa das Confederações. Evento no qual são necessários equipamentos espor vos (estádios) com um rigoroso padrão de qualidade: o chamado Padrão FIFA.
Snaphots do Vídeo do PPS 3'40'' - «Só a Mafestação faz a Mudança» 9'32'' - Raul Jungmann no meio da manifestação
Charge do Ar sta Ponciano
Caso 2 - Par do Verde (PV) Dia que foi veiculado – 11/07 (trechos veiculados em inserções de até 1 min nos dias 23/07, 27/07 e 01/08) Link do vídeo – h p://www.youtube.com/watch?v=CKGVC8wo4fo O programa começa com imagens comumente associadas ao Par do Verde,imagens de natureza, para logo em seguida dar lugar ao discurso de abertura feito pela Secretária Nacional de Organização do PV. A fala tem um caráter introdutório e pretende resumir o que é o PV e no que ele acredita, vinculando diretamente sua fala, e as bandeiras do par do, às revindicações feitas pela “voz da rua”. Abaixo a fala de Carla Piranda: “Eu estou no par do verde desde a sua fundação e ouço e vejo, com ouvidos e olhos bem abertos, o que as ruas estão dizendo. É bom exercitar a democracia para que o ódio não subs tua o amor. Amor que vale a pena. que não precisa de cura. E diz não a intolerância e ao preconceito. Somos do PV e queremos uma nova lei de entorpecentes que descriminalize o uso de drogas. O PV que defende a liberdade sexual, o direito do cidadão dispor do seu próprio corpo. O PV que combate a descriminação , o machismo a violência. O PV que defende a espiritualidade. O PV que se preocupa cada vez mais com a perigosa mistura de religião e polí ca. Nós somos pessoas em torno de um par do. Nós somos o Par do Verde.” Carla Piranda - Secretaria Nacional de Organização do PV ‘‘ouço e vejo, com ouvidos e olhos bem abertos, o que as ruas estão dizendo’’ Enquanto a secretária diz isso são sobrepostas diversas imagens das manifestações recentes, incluindo duas manchetes dizendo: “Um milhão vai as ruas, violência cresce e Dilma convoca reunião.” “Um Gigante fora de controle”.
Manifestantes contrários a Proposta da ‘Cura Gay’ Foto: Reprodução Internet
Diferentemente do PPS, o PV não ques ona a expressão “O gigante acordou” e a u liza para somar a bricolagem de imagens de protesto. O uso desta frase pode se dar com o intuito de reforçar o alto numero de pessoas protestando, o “gigante”, assim como a outra manchete que diz que “um milhão ” saíram as ruas. Ou podemos inferir que os par dos se dirigem a um público dis nto, enquanto o PPS tenta falar à esquerda ao retomar o PCB e falar do seu histórico de luta, o PV se coloca em uma posição mais central (talvez até mais faixa branca) para aumentar o alcance de seu discurso. Dentro dessa posição Carla Piranda escolhe que bandeiras das manifestações vai associar ao par do, nesse primeiro momento tentado falar muito aos jovens que estão saindo às ruas para protestar. A escolha de bandeiras não quer dizer que estas não eram previamente preocupações do par do, quer dizer simplesmente que apesar de se colocar a favor de uma mobilização plural e difusa, suprimem muitas de suas revindicações por não serem de interesse do par do. Analisemos agora trechos do discurso e as bandeiras implícitas: 1 - É bom exercitar a democracia, mas com cuidado, para que o ódio não subs tua o amor. Algo próximo a “A manifestação é pacífica, a não ser por uma minoria de vândalos”,uma forma de se colocar a favor das manifestações (ou seja junto com a opinião pública) mas contra a “baderna”, “vandalismo”. A favor da ordem oficial. Resta entender que amor é esse que é colocado em oposição ao ódio dos “vândalos”; 2 -Amor que vale a pena. que não precisa de cura. E diz não a intolerância e ao preconceito. Dando con nuação a afirmação anterior fala-se de amor, que vale a pena, que não tem cura uma referência implícita à “cura gay” projeto controverso e conservador
que enfrentou forte resistência nas ruas. Essa referencia é reforçada ao se falar de intolerância e preconceito. Aqui o par do se coloca ao lado da luta LGBT e dos direitos humanos, feridos pelos projeto; 3- Somos do PV e queremos uma nova lei de entorpecentes que descriminalize o uso de drogas. Aqui talvez seja a declaração mais “controversa” de todo o programa, por apoiar uma bandeira que poucos assumem apoiar, a descriminalização do uso de drogas. Podemos entender essa inserção como uma forma de se aproximar dos jovens (maioria nas ruas), mas sabemos que essa pauta já fazia parte do Par do Verde; 4- O PV que defende a liberdade sexual, o direito do cidadão dispor do seu próprio corpo. Mais uma vez apoia a luta LGBT e pode se inferir que apoia a luta das mulheres pelo direito ao corpo; 5- O PV que combate a descriminação , o machismo a violência. Esta afirmação reforça a ideia de que o par do apoia a luta pelo direito ao corpo, pauta do movimento feminista atual, e pode estar relacionada a objeção massiva ao projeto do “estatuto do nasciturno”; 6- O PV que defende a espiritualidade. O PV que se preocupa cada vez mais com a perigosa mistura de religião e polí ca. Vão as ruas muitos jovens religiosos, maioria cristãos, que estão também insa sfeitos. Muitos deles não apóiam a bancada evangélica, não são faná cos e lutam pelos direitos humanos, direito ao corpo etc. O Par do Verde se mostra ciente disso, valorando a fé e espiritualidade, mas se colocando veemente contra o que representa a bancada evangélica e seu crescimento (e os projetos oriundo desta: cura gay, estatuto do nasciturno etc) e contra a PEC 99/2011 - pauta das
Negra Maria e Beatriz Pimentel com o Deputado Federal Jean Wyllys: evangélicas, manifestantes e alunas do IACS
manifestações. Em resumo no discurso inicial a principal questão é a DIVERSIDADE, que parece ter relação direta com o formato do movimento que é plural, fragmentado, difuso e de amplitude nacional, ao mesmo tempo se refere as bandeiras do próprio par do que tem como mote principal a sustentabilidade e o meio ambiente, relacionando-os à qualidade de vida e direitos humanos.
Manifestantes contrários a Proposta da ‘Cura Gay’ em protesto clandes no realizado na Cerimônia de Encerramento da Copa das Confederações Foto: Reprodução Internet
Assim o programa está todo pautado na diversidade sendo costurado com um mosaico de membros do par do oriundos de diversos estados do País, demonstrando a diversidade dentro do PV. A seguir o programa passa a fazer algo que parece ser um relatório de suas ações, o que é de fato a função do Programa Par dário mas que adquire neste momento um caráter de dis nção, de comprovação de que o PV, ao contrário do que a “voz das ruas” pensa dos par dos, age. Para esse relatório escolhe dois dos principais temas que permeiam as manifestações, aqueles que tem maior apelo popular: EDUCAÇÃO e SAÚDE. O Par do Verde tem na questão da sustentabilidade sua maior pauta e á a isso associado pela maioria das pessoas, não fugindo disto seu programa fala principalmente de proteção ao meio ambiente. Esta questão que não apareceu com força nas manifestações populares. Assim o par do em seu discurso inicial faz referencia a muitas das pautas e reivindicações das manifestações como sendo parte do PV, diz que ouve a “voz das ruas” e no decorrer do programa muitas vezes relaciona o meio ambiente à outras temá cas, como saúde, diversidade e educação, que aparecerem com mais força nas manifestações em um esforço associa vo.
O Presidente do Par do Verde faz um discurso de encerramento do programa e, assim como o discurso inicial, fala das manifestações. Mas agora de maneira ainda mais direta, dando seu parecer, o parecer do par do, sobre elas: “Quando os jovens resolveram ir às ruas para protestar e, rapidamente, passaram a arrastar milhares de pessoas, o País ficou perplexo. Principalmente os dirigentes e administradores públicos. Ninguém entendeu esse caldo de revindicações tão diverso. O som das ruas ainda ecoa, mostrando que de repente a sociedade,ou grande parte dela, se sente excluída dos des nos traçados para o País pelos polí cos e par dos. Com a gente, do par do verde, não foi diferente. Embora várias de nossa bandeiras es vessem nas ruas, entendemos que o recado a ngia a todos os responsáveis diretos por esse sen mentos, quase generalizado, de exclusão. Recado dado, recado entendido. Agora, temos o desafio de dar um passo à frente. O Brasil demorou muito para conquistar a democracia, precisamos aperfeiçoar o que foi conquistado. Nenhuma democracia vive sem o apoio das ruas. Mas só é possível mudar, se agirmos de maneira organizada. Por isso faço um convite: venha para o Par do Verde.” José Luiz Penna - Presidente do PV No fim, fala da questão da representa vidade falha que tem sido usada para analisar e compreender esses eventos e faz um mea culpa, apenas para depois se colocar como solução para a falha de representação: “venha para o Par do Verde”. O Programa termina com a seguinte frese: “Filie-se ao Par do Verde.”
Foto: Reprodução Internet
Caso 3 - Par do Democrá co Trabalhista (PDT) Dia que foi veiculada – 18/07/2013 (trechos veiculados em inserções de até 1 min. nos dias 25/07 e 30/07) Link do vídeo – h p://www.youtube.com/watch?v=X7RFTY7Hqsc No começo do vídeo, é usada uma linguagem semelhante a das redes e que quer passar a ideia de que os deputados estão antenados com a situação e que eles também se comunicam através das redes e mais que isso, estão integrados com essa maneira de expressão e operam através dela. Na primeira fala, temos o Presidente Nacional do PDT - Carlos Lupi, a maior autoridade do Par do usando palavras-chaves como: MOMENTO RICO – CRIATIVO – BONITO. Ao usar esses termos, percebemos que ele se refere as mobilizações e ao caráter espontâneo e imprevisível que elas tomaram. CRIATIVO, pois entre outros mo vos vimos milhares de jovens com cartazes dos mais diversos e maneiras inéditas de protestar. BONITO pois os jovens unidos estavam lutando por melhores condições de transporte, saúde, educação, entre tantos outros ideais. Logo de início, usou o termo SOLIDARIEDADE para demonstrar essa “união” dos jovens em prol dessas insa sfações. No final de sua fala, outra expessão nos chama atenção quando ele diz que o par do tem CARINHO PELO NOSSOS JOVENS, sinalizando ser essa uma pauta de juventude. Depois disso, outros deputados tem falas passando um panorama do Par do, citando alguns de seus principais líderes e referencias e demonstrando seus ideais.
No final do Carlos Lupi tem uma fala de muita importância, novamente direcionada para os jovens. Uma fala que diz que o “histórico do par do dá à ele uma credencial para estar ao lado dos jovens para um Brasil melhor”.
Foto: Reprodução Internet
Charge do ar sta Vicente Bernabeu Foto: UOL
Foto: Reprodução Internet
Caso 4- Par do Republicano Brasileiro (PRB) Dia que foi veiculado – 25/07 (trechos veiculados em inserções de até 1 min no dia 06/08) Link do vídeo –h p://www.youtube.com/watch?v=IPCJhtuKOMo O úl mo programa a ser analisado é o do PRB, que u liza de uma proposta um pouco mais dramá ca acionando diversos signos mais conservadores como a Bandeira Nacional, o Povo Brasileiro, enfim diversos símbolos ligados a idéia de Nação. Todo o discurso é construído em cima do conceito de “Povo Brasileiro”, que entende-se no programa é um povo forte, batalhador e simples. E é ao povo que se deve a construção do país, e é este mesmo povo que sai as ruas lutando por um país melhor. “(...)uma gente movida pela esperança e fé. Que oferece generosamente suas mãos para a construção co diana desse país grandioso.” O programa inicia com uma introdução que nos mostra o que é esse tal “povo brasileiro” em uma sequência de imagens, de mãos principalmente, observamos que o par do se refere aos trabalhadores, que u lizam transporte público, são cristãos (a palavra u lizada é “fé”, o que abarcaria diversas crenças, mas nas imagens aparecem uma bíblia e um crucifixo) e são, quase totalmente, brancos. O PRB, ao contrário do PV, não vai trabalhar com a ideia de diversidade, mas com a unidade nacional. “Mas as mesmas mãos que constroem o país estão em todos os cantos erguendo bandeiras, apontando caminhos, exigindo mudanças. A enorme onda que varreu o Brasil há algumas semanas merece uma reflexão profunda. Centenas de
Manifestação contra Dep. Marcos Feliciano/RJ Página ComCausa Cultura de Direitos/Facebook
milhares de pessoas foram as ruas, a maioria ordeira e pacífica, e deram sinais claros de repúdio as fórmulas da velha polí ca. Os par dos precisam ouvir esse recado, ter a coragem de reiventar essa a vidade que padece de perigoso descrédito. E, se é verdade que a polí ca só tem sen do se é direcionada para o bem estar do povo, tentar entender quem são esse brasileiros que constroem o Brasil. Como vivem? Com o que sonham? ” Este discurso é ilustrado por diversas imagens das recentes manifestações. E podemos perceber a repe ção de determinadas ideias como a da “maioria pacífica” e do descrédito que sofre a polí ca representa va.
Charge de San ago Foto: UOL/changeonline.com.br
O PRB vai trabalhar muito em cima da questão da representa vidade falha e do descrédito dos par dos. Vai usar todo o programa para tentar se desvincular da ideia nega va que se tem dos par dos, alegando que “trabalha para o bem estar de todos”, tentando fugir do “sem par do”. Nisso vai falar da representação que faz do povo e de como age com é ca em oposição aos outros que são corruptos. Abaixo trechos das falas de membros do par do que pretendem descrever a missão do PRB: “ser porta-voz de todos os brasileiros” - Marcos Pereira, Presidente Nacional do PRB “Apenas responsável por defender os ideais de quem é responsável pela grandeza do país” - Celso Russomano- PRB São Paulo “ouvindo o povo e lutando por sues anseios” - Alvaro Garnero - PRB São Paulo Ao dizer que trabalha para o povo, deixa implícito que trabalha para os manifestantes, pois disse anteriormente que é o povo que está se manifestando, ou seja diz que atende ou irá atender suas revindicações. No entanto deixa em
aberto quais revindicações são estas. Assim pode escolher quais interessam ao par do, e veremos que a escolhida é a luta contra a corrupção.
Referências YOUTUBE. Canais dos Par dos PPS, PV, PDT e PRB
“O PRB é um par do novo, de ideias novas e de posturas novas.” Grace PereiraPRB São Paulo
UOL. h p://entretenimento.uol.com.br/album/2013/06/ 21/protestos-no-brasil-sao-retratados-emcharges.htm#fotoNav=58 scxascasc
A fala de Grace Pereira jus fica que o par do é diferente pois é novo, e não se equipara portanto aqueles que “frustraram” o “povo brasileiro”. Finalizando o programa o Ministro da pesca e da agricultura. Marcelo Crivella, faz seu discurso: “Acabamos de ver o povo nas ruas. Por justas melhorias na saúde na educação e no transporte. E mais, o posicionamento dos brasileiros contra a corrupção, e o mau uso do dinheiro publico. Eu quero registrar aqui que esta é uma posição do PRB desde a sua origem e con nua a mesma, um pa do 100% ficha limpa” Marcelo Crivella - Ministro da pesca e da agricultura Ele faz questão de mais, uma vez, dissociar seu par do dos par dos “corruptos” dizendo que é 100% ficha limpa, que assim como o povo, lutam contra a corrupção. Pode se observar no todo uma grande resposta aos protestos, um programa todo feito em resposta às manifestações. Das pautas em si pouco se fala, mas é importante reverter o quadro do “sem par dos”, da descrença polí ca, que ameaça o par do e assim se vê o esforço dissocia vo refle do em todas as falas. Para no fim , mais uma vez, convidar o povo a filiar-se.
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