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REFLEXÕES SOBRE AS DIMENSÕES DA VIDA PAULINA 3. ANIMAÇÃO VOCACIONAL E FORMAÇÃO Palavra: Rm 8,28-30 3.0 Reacender o dom recebido da animação vocacional e formação, na comunhão e participação. Em termos de extrema síntese Padre Alberione assim apresentou o espírito paulino: “Todo o homem em Jesus Cristo, para o amor total a Deus: mente, vontade, coração, forças físicas. Tudo, natureza, graça e vocação, para o apostolado. Carro que corre apoiado em quatro rodas: santidade, estudo, apostolado, pobreza” (AD 100). Também este texto básico para o tema da formação e da animação vocacional paulinas reflete aquela escolha fundamental do Padre Alberione e de Francisco Chiesa segundo a qual é necessário chegar a ver todas as coisas segundo uma visão explicativa, unificativa e prática: “O aspirante à vida paulina do Discípulo terá a cultura religiosa e civil proporcionada à sua vida paulina e a uma técnica propaganda progressiva, para empregar os meios mais céleres e eficazes que o progresso dos tempos põe a serviço do Evangelho. Para os Sacerdotes e Discípulos é sempre necessário o ajornamento. Então, após terminados os cursos regulares de estudo, cada um tem sempre o dever de se instruir em várias maneiras. A piedade tem uma profunda ligação com o saber. Amar uma piedade derivada da Teologia, amar uma Teologia que gera a piedade. Na primeira parte da Visita, leituras da Bíblia: especialmente Evangelho e Cartas de São Paulo. Mirar à síntese, utilizando todos os materiais que os estudos desde Santo Tomás acumularam e que ora faltam de organização, como membros esparsos. O saber é completo somente quando ao estudo se une a experiência: livro e prática bem fusos formam o paulino humilde e eficaz no seu apostolado” (SP, maio 1957, p. 2) Em sua formação, Padre Alberione se defrontou com obras que propunham uma visão organicamente estruturada da realidade (por exemplo, as obras de São Tomás de Aquino, de São Boaventura, os manuais escolásticos, os ensinamentos do Cônego Francisco Chiesa, as obras de E. Dubois, E. Swoboda, C. Krieg) e chegou a uma síntese pessoal de pensamento, correspondente às suas exigências de impostar um forte estilo de vida. A sua visão é fortemente caracterizada por um cristocentrismo trinitário que lhe permite ver cada coisa de modo analítico (por exemplo, as três dimensões da pessoa humana), sintético (o homem todo) e dinâmico (descrever o processo que resulta da interdependência e da interação das três dimensões ou partes de cada coisa). A consideração analítica, quase como se cada uma das partes fosse, simplesmente, justaposta, não é suficiente, uma vez que o dinamismo que corre entre elas (por exemplo, entre mente – vontade – coração ou princípio – meio – fim, fundamento – meios – fruto) enriquece, grandemente a visão que emerge da inter-relação do seu todo ou da totalidade resultante da inter-relação entre as partes que a compõem, dando origem à dinâmica ou pedagogia da experiência. Esta é a dinâmica que está à base do MÉTODO VERDADE, CAMINHO, VIDA. Esta dinâmica – como já consideramos - é composta de vida de santidade como fundamento, que leva ao estudo de um pertinente estilo de vida pastoral, que, por sua vez, leva ao fruto

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que é o apostolado ou atuação da missão pastoral. Temos assim o trinômio: a piedade, o estudo e o apóstolo atuante. Mais tarde, este trinômio, juntamente com os outros componentes do processo, aqui descrito, foi concretizado na imagem do carro com as suas quatro rodas: piedade, estudo, apostolado e pobreza. O dinamismo que rege a forma mentis do Padre Alberione em sua proposta formativa pode ser considerado num esquema manuscrito, talvez de 1934, no qual traça um pequeno tratado sobre o conceito de “ordem”: “«Ordem». É a disposição conveniente das partes em relação ao fim: Pessoas – ações – coisas. A ordem agrada a Deus que dispõe cada coisa convenientemente. A ordem é de suma vantagem a todos, sob todos os aspectos. A ordem das pessoas: Separação – União – Coordenação. A ordem nas ações = Apostolado – Piedade – Estudo – Pobreza=”.1 Porque descreve a ordem das Pessoas e nas ações e não descreve a ordem em relação às coisas? Talvez o sinal “=” depois da palavra Pobreza indica que o esquema não está completo e que este termo deveria ser elencado na “ordem das coisas”. Podemos esclarecer a questão recorrendo a Anotações de Teologia Pastoral em que Padre Alberione afirma: “Assim sendo, o zelo [= apostolado] é parte essencial do sacerdote; é o escopo ao qual devem servir a ciência e a piedade; é como o distintivo do apóstolo”. E explica: “Falarei, portanto da piedade e do estudo sacerdotais: colocarei, na sequência, como apêndice, algumas observações sobre a administração dos bens temporais [= pobreza]” (ATP 2, p.6). Teríamos então: Ordem das pessoas: Separação – União – Coordenação. Ordem nas ações: Apostolado – Piedade – Estudo. Ordem nas coisas: Pobreza. Podemos, então, dizer que Piedade – Estudo e Apostolado expressam o trinômio fundamental da vida ou do método paulino, e, assim, respeitar a forma mentis de Alberione, que, ao invés, é toda uniformada numa visão una e trina. A Pobreza, por sua vez, constitui a opção preferencial, calibradora das outras três rodas. Ou seja, a Pobreza assegura a radicalidade evangélica do paulino, na vida espiritual, no estudo e no apostolado, segundo a afirmação: “a formação à pobreza é piedade, virtude, apostolado, critério de vida prática”. As seguintes considerações do Padre Alberione podem orientar as reflexões sobre a animação vocacional e a formação, orientadas à comunhão e participação: “A síntese tem vários graus: a síntese, por exemplo, de uma ciência só, a síntese de várias ciências junto: mas a melhor síntese é aquela que se eleva até abraçar com as verdades, a vida e a obra da santificação, o tempo e a eternidade, a criação e o Criador. Os Nossos cresçam sempre e unifiquem: no modo de conhecer, de se melhorar, se santificar. Cresçam ao mesmo tempo no Apostolado, pois ele é a profissão mesma que dá a razão da específica existência. Cresçam unificando as forças: o estudo é orientado pelo apostolado, enquanto é conforto e formação do zelo; a piedade é nutrida pelo

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T. ALBERIONE, Lavori vari 1, p. 180 [1934?].

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estudo e é facilitada pelo apostolado; a formação à pobreza é piedade, virtude, apostolado, critério de vida prática. Quando se alterna assim o estudo, com a piedade, o apostolado, a pobreza, todo o tempo será dado a Deus: todas as energias canalizadas rumo a Deus; o jovem todo se forma; a percentual de êxito será mais alta; a formação se modela mais sobre a natureza (a familiar), sobre Jesus Cristo, sobre a Igreja mesma. A natureza é a grande Mestra; a arte é filha dela e neta de Deus. Para que os estudos deem maior glória a Deus e paz mais profunda aos homens, é necessária a unificação numa síntese prática. É necessária a investigação para a pesquisa; necessária a crítica para a interpretação; necessária a aplicação para a prova da verdade dogmática, moral, para nutrir o espírito litúrgico. A finalidade dos estudos não se limita ao saber: este é meio. Estudamos para uma convicção e uma cultura suficiente individualmente: estudamos para cumprir a nossa função de “lux mundi”. O estudo nos leva a conhecer Deus nas obras da Criação, Redenção, Santificação. A homenagem a Deus se torna mais sapiente, mais ampla, mais piedosa. Toda a ciência nos levará a melhor crer, melhor esperar, melhor amar, melhor rezar, melhor viver. É como uma santa escada pela qual se eleva a Deus. Santo Agostinho escrevia, em geral, após a meditação, a adoração, a contemplação. Os estudos para serem completos exigem a síntese, onde a ciência e a fé nos levem ao desejo de ver Deus, lá onde tudo se ilumina pela sua luz: lá é simples e é compendiado na máxima unidade. A imperfeição é a divisão; a unidade é a perfeição. Os homens cultos se encontram como que perdidos nas muitas ciências e tantos detalhes porque finitos, limitados; Deus é o todo, é o saber, é a verdade; Deus é scientiarum Dominus, e nEle tudo se compendia em unidade; melhor dizendo Ele é a infinita luz, que a nós chega em pequenos raios. O espírito, porém, vivifica cada migalha de verdade, em cada verdade há uma estrada para a elevação a Deus. A luz dos olhos nos oferece os detalhes; por eles age a luz da razão; ela mostra ser racional o nosso ato ou luz da fé; por esta luz depois chegaremos à luz da glória. O quê dizer dos estudos nossos?” (SP, n. 32, Alba, 8 fev. 1937). Pe. Antonio F. da Silva, ssp. São Paulo, 24/10/2012 – 1ª reflexão

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