PA S T O R A L VO C AC I O N A L
Frei Gilberto Teixeira da Silveira, OFM Pe. Luiz de Oliveira Campos , CM
Nossa vocação é para a comunhão “O projeto de Deus para cada um de nós é sempre um plano de amor. E, ao seu chamado, devemos responder com amor no serviço a Deus e aos irmãos” (Papa Francisco)
O
mês de agosto é celebrado, na Igreja do Brasil, como “mês vocacional”. Este ano a Semana da Família tem especial destaque, pois está em linha com o tema anual “Família, casa da Comunhão”. Somos convidados então a olhar para a Família com um especial afeto, principalmente neste ano dedicado a São José, reconhecendo nela um espaço privilegiado de encontro com Cristo. Em sua Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, no parágrafo 86, o Papa Francisco afirma que: “na família amadurece a primeira experiência eclesial da Comunhão entre as pessoas na qual por graça se reflete o mistério da Santíssima Trindade”. Ressalta ainda que é no espaço familiar que se aprende “a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e sempre renovado e, sobretudo o culto divino pela oração e oferecimento da própria vida”. No entanto, nos deparamos com um contexto de grandes mudanças antropológicas e culturais que têm gerado crises nas várias dimensões da nossa existência humana. Somos forçados, a todo momento, a questionar tudo e todos. Sentimentos de incertezas diante do futuro assombram muitas pessoas. A grande oferta de “projetos de vida” torna as pessoas confusas. Um consumismo desenfreado e uma cultura narcisista fazem do gênero humano um ser para si: vivem em função de seus desejos e projetos pessoais num misto de vitórias efêmeras e de longos períodos de tristeza e depressão. Tudo isso tem afetado a estrutura familiar e agredido a sua essência: A Comunhão. Desencontros e intolerâncias marcam a vida de muitas famílias. Um sinal simples e evidente de que a desagregação familiar se tornou realidade pode ser avaliada pelo lugar que a mesa ocupa na casa. Qual o destaque que
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damos à mesa em nosso ambiente familiar? Temos o costume de sentarmos à mesa para as refeições, para os encontros familiares? Em muitas casas, principalmente as mais modernas, as mesas foram substituídas por balcões e convidam, pela falta de conforto, para refeições rápidas e objetivas, sem tempo e ambiente para se alimentar com a presença dos outros. Muitos optam por fazer suas refeições na companhia de tvs e computadores. Para muitos, não há tempo nem para almoçar direito. As redes de fast food são expressões dessa cultura de não comunhão. Fatores sociais agravam mais ainda essa situação. Muitas famílias são privadas do essencial para uma vida digna. Cresce a desigualdade social e o número daqueles que não tem mesa pelo simples fato de não terem casa e comida. O montante de desempregados e de pessoas em alta vulnerabilidade social vem aumentando em nossa sociedade do acúmulo. São vozes que clamam por sobrevivência e comunhão. Este contexto provoca-nos enquanto Igreja em