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Pe. Alex Sandro Reis, CM

Xis!

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A efemeridade dos tempos e cultura do “deletamento”

Algum tempo atrás, não datarei, pois o tempo não é tão longo, mas os acontecimentos vividos foram tão intensos, que nos dão a impressão de uma ‘eternidade’ vivida. Mas, voltando ao texto, algum tempo atrás tornava-se uma doce curiosidade fotografar pessoas e lugares. Esperava-se que todas as poses daquele filme fossem aproveitadas. Nem sempre isso acontecia.

As fotos reveladas eternizavam-se. Passa-se o tempo e ali estão elas a nos recordar momentos, lugares e situações que mexeram com nossas emoções. O tempo passa e as fotos no nosso álbum, nos porta-retratos, nas paredes a resistirem ao tempo e ao nosso esquecimento.

Tudo mudou! Estamos em tempos digitais. Ainda permanece aquela vontade de fotografar, não com a inocência de ontem, mas com desejos sóbrios de hoje. Desejos estes que ferem a individualidade e o respeito ao outro. Na sede de se fazer presente, a superexposição está aí. O outro, pela lente voraz, torna-se violado em sua intimidade.

Na mesma velocidade que se fotografa, também deleta as fotos e os registros. De forma que se torna algo tão normal a cultura do ‘deletamento’ de fotos, de pessoas, de acontecimentos que pareciam saborosos e interessantes.

Os tempos de efemeridade são como montanha russa: de uma empolgação extasiante à apatia. De momentos empolgantes que levam aos vários cliques, poses, status, likes à deletação. Passou. Os tempos de efemeridade são tempos de satisfação pelas relações frágeis, superficiais. A superficialidade se faz presente, tornando frágeis as relações interpessoais, a vida familiar, profissional, eclesial. O delete torna-se um símbolo ou uma ‘arma’ de apagamento daquilo que já me cansou.

É tempo de aclarar nossa lucidez. É tempo de ir contra a correnteza, contra a cultura da efemeridade. A ‘deletação’ de pessoas assinala um processo sério de solidão, como também de egoísmo. O outro que não me interessa e os acontecimentos que já não mais me satisfazem, deleto. Temos milhares de seguidores e estamos sozinhos.

É tempo de retornar à solidez. Dar solidez às amizades, solidez ao coletivo, para que, juntos, com nossas diferenças, mas com nossa convicção, marcharmos juntos para a construção de uma sociedade sólida. Vencer a efemeridade, a cultura do ‘deletamento’, tornam-se desafios, que juntos, devemos enfrentar e juntos vencer em prol de uma sociedade mais estável.

Ops. Agora olhem para cá, concentração, atenção. Digam xis! Isto! Quem sabe este texto seja eternizado ou dependendo da onda, deletado.

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