Edição Especial 3 ANOS

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&41&$*"Uma revista colaborativa sobre cultura latino-americana


EDITORIAL EDITORIAL se mundo vai, mundo afora, edição E lá Eselávai, afora, maismais umauma edição da da REVISTA PEABIRU, comemorativa de papel, REVISTA PEABIRU, esta,esta, comemorativa e deepapel, Desde levantamos as primeiras poeiras sua!sua! Desde queque levantamos as primeiras poeiras virtuais peabirulescas, de 2012, se foram virtuais peabirulescas, nos nos idosidos de 2012, já sejáforam anos. Vagamos de Foz do Iguaçu entre trêstrês anos. Vagamos de Foz do Iguaçu por por entre el el chaco, las sabanas, sertão e gelo, perdendo chaco, las sabanas, pelopelo sertão e gelo, nos nos perdendo metrópoles e ciudadelas tão nossas. Respiramos nas nas metrópoles e ciudadelas tão nossas. Respiramos costeando o Andes e o Pacífi co; bailamos mirando costeando o Andes e o Pacífico; bailamos mirando o Atlântico e o Caribe. Passos tecidos em escritas, o Atlântico e o Caribe. Passos tecidos em escritas, fotografi as, desenhos e diferentes idiomas. fotografi as, desenhos e diferentes idiomas. SemSem querer encaixotar nada ou ninguém em lugar querer encaixotar nada ou ninguém em lugar nenhum, a nossa linguagem, seguimos sentindo nenhum, nemnem a nossa linguagem, seguimos sentindo a diversidade de cada esquina, as genuidades a diversidade de cada esquina, as genuidades de de olhar. E queremos ir mais longe! cadacada olhar. E queremos ir mais longe! Estamos, primeira ao alcance mãos, Estamos, pelapela primeira vez, vez, ao alcance das das mãos, individuais ou coletivas. Nesta edição especial individuais ou coletivas. Nesta edição especial comemorativa, um sincero agradecimento comemorativa, um sincero agradecimento aos aos colaboradores e a toda equipe que caminhou colaboradores e a toda equipe que caminhou comcom a a gente ou por entre as páginas nestes anos. gente ou por entre as páginas nestes anos. O caminho América Latina e Caribe O caminho por por estaesta América Latina e Caribe não não é curto, é instigante de tirar o fôlego, é curto, é instigante e deetirar o fôlego, feitofeito de de contradições, cheio de sons de silêncios! contradições, cheio de sons e deesilêncios! Sigamos caminando? Sigamos caminando?

ADELANTE! ADELANTE!


diásporae edadaintegração integração DaDadiáspora Por Angela Por Angela SouzaSouza

Foto cedida pelo espetáculo Foto cedida pelo espetáculo Namíbia Não, dirigido por Lázaro Namíbia Não, dirigido por Lázaro RamosRamos

A América Latina, enquanto espaço próprias e mescladas novos recursos, A América Latina, enquanto espaço próprias e mescladas com com novos recursos, geográfi co-cultural, é marcada por hibridismos,recriando recriando e redefi espaços de produção geográfi co-cultural, é marcada por hibridismos, e redefi nindonindo espaços de produção composto por diásporas 2006), recortadae circulação. e circulação. Dentro perspectiva, composto por diásporas (Hall,(Hall, 2006), recortada Dentro dessadessa perspectiva, por trajetórias que se cruzaram em complexasa capoeira a capoeira é uma dessas práticas que se por trajetórias que se cruzaram em complexas é uma dessas práticas que se práticas culturais. Reflsobre etir sobre práticas formam formam no encontro de culturas negras, práticas culturais. Refletir essasessas práticas no encontro de culturas negras, latino-americanas nos remete a narrativas vindas do continente africano, latino-americanas nos remete a narrativas que quevindas do continente africano, com com as as tomam a forma de musicalidades, de artes adaptações e redefi nições culturais tomam a forma de musicalidades, de artes adaptações e redefi nições culturais a quea que visuais, de corporalidades que transcendem são sujeitos são sujeitos e gerados por todo o processo visuais, de corporalidades que transcendem e gerados por todo o processo fronteiras e criam novos cenários, novos de escravidão que marcou, por mais de três fronteiras e criam novos cenários, novos de escravidão que marcou, por mais de três posicionamentos políticos e estéticos séculos, o continente americano, tornando-o posicionamentos políticos e estéticos que que séculos, o continente americano, tornando-o se refazem na heterogeneidade. A cultura um continente afro-americano e afro-latinose refazem na heterogeneidade. A cultura um continente afro-americano e afro-latinoreelabora-se das fronteiras nacionais e americano. americano. reelabora-se alémalém das fronteiras nacionais e se refaz justamente e movimentos se refaz justamente nos flnos uxosfluxos e movimentos Essa diáspora que se forma na América Latina da diáspora. Diáspora que se forma a partir Essa diáspora que se forma na América Latina da diáspora. Diáspora que se forma a partir ne somente não somente populações, redefiredefi ne não suas suas populações, de todo o processo de escravidão, com a de todo o processo de escravidão, com a mas suas práticas e experiências culturais. mas suas práticas e experiências culturais. retirada de milhões de pessoas do continente retirada de milhões de pessoas do continente Essas práticas redefi nem e ressignifi cam Essas práticas redefi nem e ressignifi cam africano, de suas culturas e com modos africano, de suas culturas e com seus seus modos experiências musicais, religiosas, corporais e experiências musicais, religiosas, corporais e de vida transladados para a América. Esse de vida transladados para a América. Esse estéticas que se manifestam criativamente no estéticas que se manifestam criativamente no movimento forçado obrigou a essa grande movimento forçado obrigou a essa grande tensionamento gerado a partir da condição da massa populacional a recriar práticas e tensionamento gerado a partir da condição da massa populacional a recriar suas suas práticas e diáspora. diáspora. experiências culturais. experiências culturais. A população da América Afro-Latina A população negranegra da América Afro-Latina As diásporas que se formam a essas As diásporas que se formam dão adão essas recria-se culturalmente na uência confluência recria-se culturalmente na confl de de práticas estético-culturais características práticas estético-culturais características experiências e práticas, e a capoeira é uma experiências e práticas, e a capoeira é uma das das singulares que se posicionam politicamente, singulares que se posicionam politicamente, maneiras de perceber esse processo, marcado maneiras de perceber esse processo, marcado manifestam-se artisticamente e corporalmente manifestam-se artisticamente e corporalmente por forte teor de discriminação e racismo nos usos e apropriações de práticas culturais por forte teor de discriminação e racismo nos usos e apropriações de práticas culturais enfrentados resistência. enfrentados com com resistência.


el periodismo mochilero el periodismo mochilero de de pareja paraguaya unauna pareja paraguaya Por Danto Giardina Por Danto Giardina

ADELANTE! Sigamos caminando?

O caminho por esta América Latina e Caribe não é curto, é instigante e de tirar o fôlego, feito de contradições, cheio de sons e de silêncios!

Mariel Fatecha y Amadeo Velazques habilidades transformar en texto e Mariel Fatecha y Amadeo Velazques habilidades para para transformar en texto e sonprotagonistas los protagonistas de historia esta historia imágenes las experiencias deviajes. sus viajes. son los de esta imágenes las experiencias de sus En En impregnada de recorridos el continente 2003,2003, a partir de elección, esta elección, consiguieron impregnada de recorridos por elpor continente a partir de esta consiguieron latinoamericano. la actualidad de diversos medios europeos latinoamericano. En la En actualidad vivenviven en en apoyoapoyo de diversos medios europeos para para Asunción y se desempeñan profesores publicar publicar sus producciones. A través Asunción y se desempeñan comocomo profesores sus producciones. A través de unde un la Universidad Nacional de Asunción, especial la cultura de Paraguay, de la de Universidad Nacional de Asunción, en el en el fondofondo especial para para la cultura de Paraguay, departamento de Periodismo. Allí desarrollan ella edita ella edita su primer Vagabundear: departamento de Periodismo. Allí desarrollan su primer libro libro Vagabundear: proyectos de incentivo fotografía y Anécdotas Anécdotas de América Latina, donde plasma proyectos de incentivo socialsocial para para fotografía y de América Latina, donde plasma escritura herramienta de expresión una síntesis los conocimientos adquiridos escritura comocomo herramienta de expresión en en una síntesis de losdeconocimientos adquiridos comunidades y escuelas carentes. Planean, en sus eninteresantes sus interesantes Amadeo, por su comunidades y escuelas carentes. Planean, viajes.viajes. Amadeo, por su siempre en compañía sude hija de 8 años, influenciado porflese flujo constante siempre en compañía de sude hija 8 años, parte,parte, influenciado por ese ujo constante de de los próximos y caminos por descubrir, personas personas que conoció a su pareja, los próximos viajesviajes y caminos por descubrir, que conoció juntojunto a su pareja, edita edita aprovechando los espacios ofrecidos su obra Sueños Arrebatados, capturando aprovechando los espacios ofrecidos por elpor el su obra Sueños Arrebatados, capturando cúmulo de países que conforman la región. con su con su sensible retratos y relatos cúmulo de países que conforman la región. sensible lentelente retratos y relatos de de centroamericanos deportados los Estados centroamericanos deportados de losdeEstados comenzó alrededor de quince Unidos. TodoTodo comenzó alrededor de quince años años atrás.atrás. Unidos. Losparaguayos dos paraguayos decidieron emprender Los dos decidieron emprender una aventura por tierra, y bordeando Aunque el apoyo de afuera, a Mariel una aventura por tierra, y bordeando las las Aunque el apoyo vengavenga de afuera, a Mariel costas atlánticas del continente, encaminaron y Amadeo y Amadeo estede tipo de fomento les permite costas atlánticas del continente, encaminaron este tipo fomento les permite el litoral argentino, pasando continuar conociendo maravillosa viajesviajes por elpor litoral argentino, pasando por por continuar conociendo gentegente maravillosa en en a Centroamérica. travesía. Así, pareja esta pareja practica un estilo Brasil,Brasil, hastahasta llegarllegar a Centroamérica. VariasVarias cada cada travesía. Así, esta practica un estilo anécdotas son recurrentes en primera esta primera de vida de desapegado vida desapegado de ciertas comodidades anécdotas son recurrentes en esta de ciertas comodidades travesía. Losaventureros dos aventureros son testigos materiales, que el benefi travesía. Los dos son testigos materiales, pero pero que les dales el da benefi cio decio de de historias de fronteras, de burocracias involucrándose el entorno en cada de historias de fronteras, de burocracias seguirseguir involucrándose con elcon entorno en cada gubernamentales internacionales estación que visitan. A pesar de enfrentar gubernamentales internacionales y de y de estación que visitan. A pesar de enfrentar alternativas ecológicas por los dificultades que respectan a establecerse alternativas ecológicas para para andarandar por los dificultades que respectan a establecerse caminos elegidos. ¿Cómo realizaron un lugar determinado, esto no influye caminos elegidos. ¿Cómo realizaron estosestos en unen lugar determinado, esto no infl uye viajes? llevando consigo negativamente al sopesar sus ansias viajes? Pues Pues bien, bien, llevando consigo su su negativamente al sopesar sus ansias de de herramienta de trabajo innovadora: conocer nuevos destinos, y reconocen herramienta de trabajo innovadora: la della del conocer nuevos destinos, y reconocen estasestas periodismo situaciones un requisito continuar periodismo libre. libre. situaciones comocomo un requisito para para continuar promoviendo el contacto delcon serelcon el promoviendo el contacto del ser Mariel, hija de exiliados la dictadura espíritu. su caso, el espíritu viajero. Mariel, hija de exiliados por lapor dictadura espíritu. En suEn caso, el espíritu viajero. paraguaya, se formó en Argentina. paraguaya, se formó en Argentina. Especializándose la producción de textos, El viaje El de viaje de familia esta familia en migración continua, Especializándose en la en producción de textos, esta en migración continua, regresó a su con paíslacon la intención de relatar está lleno está lleno de relatos e imágenes regresó a su país intención de relatar de relatos e imágenes de lasde las los diversos que se propuso realizar. maravillas quedescubriendo van descubriendo de nuestra los diversos viajesviajes que se propuso realizar. maravillas que van de nuestra Al conocer a Amadeo, saldría también América. América. Amadeo y Mariel, son un ejemplo Al conocer a Amadeo, quiénquién saldría también Amadeo y Mariel, son un ejemplo la Argentina reportero gráfico, más la integración a laestá que destinada está destinada de la de Argentina comocomo reportero gráfico, más de la de integración a la que tiempo después se armaron depropias sus propias esta tierra. esta tierra. tiempo después se armaron de sus

Estamos, pela primeira vez, ao alcance das mãos, individuais ou coletivas. Nesta edição especial comemorativa, um sincero agradecimento aos colaboradores e a toda equipe que caminhou com a gente ou por entre as páginas nestes anos.

E lá se vai, mundo afora, mais uma edição da REVISTA PEABIRU, esta, comemorativa e de papel, sua! Desde que levantamos as primeiras poeiras virtuais peabirulescas, nos idos de 2012, já se foram três anos. Vagamos de Foz do Iguaçu por entre el chaco, las sabanas, pelo sertão e gelo, nos perdendo nas metrópoles e ciudadelas tão nossas. Respiramos costeando o Andes e o Pacífico; bailamos mirando o Atlântico e o Caribe. Passos tecidos em escritas, fotografias, desenhos e diferentes idiomas. Sem querer encaixotar nada ou ninguém em lugar nenhum, nem a nossa linguagem, seguimos sentindo a diversidade de cada esquina, as genuidades de cada olhar. E queremos ir mais longe!

EDITORIAL


issn: 2358-4831 issn: 2358-4831 O PROJETO

revista UmaUma revista colaborativa colaborativa sobre cultura sobre cultura latino-americana latino-americana

A Revista Peabiru é um projeto de extensão realizado com o apoio da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) e do grupo PET Conexões e Saberes, e conta com a participação da comunidade da UNILA, além da colaboração de autores externos. O projeto surgiu com a ideia de produzir uma revista que dialogue com o contexto cultural da América Latina e da região das Três Fronteiras, que envolve a Universidade. A Revista tem por finalidade contribuir para a integração dos diferentes cenários culturais manifestados pelas distintas vozes que ecoam por estes espaços.

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

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Por meio das Ações de Extensão da UNILA, propõe-se uma relação baseada na troca de saberes e no diálogo transformador entre a universidade e sociedade, constituindo-se como intermediadora desta relação. Assim, trata-se de si atuação para ospara interesses um carrega tudo que precisa CadaCada um carrega em siem tudo o queovoltada precisa para e necessidades daApopulação, aliada atores sociais ser o feliz: o raciocínio. partir tudo ser feliz: raciocínio. A partir dele, dele, tudo podeapode para superar as desigualdades e implementar o ser alcançado, aprendido, conquistado. ser alcançado, aprendido, feito, feito, conquistado. desenvolvimento inter-regional de políticas públicas. maduro, com a perna cansada pelos Mais Mais maduro, com a perna cansada pelos anos A Extensão da UNILA atua através de anos programas, Nesta da vida, Antônio, Nesta novanova velhavelha obra obra da vida, Antônio, deno pés no chão e demais a cabeça no Antônio céu, Antônioaberta de pés chão e com acom cabeça no céu, projetos e ações, com participação nascido na Patagônia argentina, persegue nascido na Patagônia argentina, persegue a sobre comunidade, inclusão social, a faz earte e refl ete sobre oincentivando mundo em aum faz arte reflete o mundo em um sua vontade com ambição uma ambição desambiciosa sua vontade com uma desambiciosa diversidade cultural e aIguaçu, produção debastante conhecimentos assentamento dedo Foz do Iguaçu, assentamento novo novo de Foz bastante e escolhe, emdeterminado um determinado momento e escolhe, em um momento promover a integração econômico, social e riode que separa as terras de Brasil e pertoperto docapazes riodo que separa as terras de Brasil e da vida, a região Trinacional o pouso. da vida, a região Trinacional para para o pouso. politica na região Trinacional do Iguaçu. A Extensão na Argentina. Em Foz, cuida da família e vende Argentina. Em Foz, cuida da família e vende UNILA é reconhecida como instrumento de criação de Expulso de por casasipor si próprio depois Expulso de casa próprio depois de de obras a restaurantes e hotéis. suas suas obras a de restaurantes e hotéis. Conclui, redes conhecimento regional e deConclui, inclusão de atores não conseguir escolher umpaíses, dos países, não conseguir escolher entreentre um dos sociais locais e estáou vinculada ao processo sem leituras sociológicas ou filosófi cas: háde formação sem leituras sociológicas filosófi cas: há Antônio aprendeu a fazer arte para comer e Antônio aprendeu a fazer arte para comer e de pessoas (ensino) e deque geração conhecimento problemas sérios no sistema em que de vivemos; problemas sérios no sistema em vivemos; Primeiro, com desenhos e pintura viver.viver. Primeiro, com desenhos e pintura em em (pesquisa), colocando o estudante como protagonista o capitalismo transforma o homem em animal o capitalismo transforma o homem em animal tela, depois talhando a madeira. Aos 19 anos, tela, depois talhando a madeira. Aos 19 anos, de sua formação técnica e cidadã.

selvagem; Escola e Justiça não foram selvagem; Escola e Justiça não foram feitasfeitas de de encontrou abrigo na mochila que carregava encontrou abrigo na mochila que carregava verdade ao povo; os problemas do mundo verdade ao povo; os problemas do mundo nas costas, no instinto da alma, na coragem nas costas, no instinto da alma, na coragem EXPEDIENTE: a vaidade, a ambição e o orgulho. são asão vaidade, a ambição e o orgulho. Uma Uma que tinha no peito. Percorreu a Argentina que tinha no peito. Percorreu a Argentina história sensível e impactante como a vida real, Xavier história sensível e impactante como a vida real, Coordenador do projeto: Renan emcirco, um circo, dando a vida uma cigana. vida cigana. em um dando inícioinício a uma e legítima e envolvente o vento. “Minha e legítima e envolvente comocomo o vento. “Minha Orientação pedagógica: Débora Cota A magia do picadeiro dos hippies apenas A magia doColaboradores: picadeiro e dosehippies apenas eseu Editora: Michele Dacas vidaum valelivro”, um livro”, Vale seu sim,Antônio. Antônio. vida vale dizia.dizia. ValeIdealizadora sim, mascarava o olhar triste ao tentar entender mascarava o olhar triste aoAnunciação, tentar entender Adolfo Delvalle, Aldri Alexande Varella, Ana Fonseca, Bolsistas: Rafael Maier e Vicente Giardina Anderson Andreatta, Lourtet, Andrea a tortura eChernavsky, a ditadura militar argentina. a tortura eAnalía a ditadura militar argentina. Foi Andrea aí,Foi aí, a orelha. Projeto Gráfico Edição Especial: Sarah Scholz Dias e Eis a Eis orelha. Moassab, Angela Munoz, Angela Souza, Atilon Lima, Bárbara Arisi, então, queYacovenco, conheceu a fronteira de Argentina, então, queBesna conheceu a fronteira de Argentina, Roger Dourado | PROEX Bruna Padilha, Bryan Gonzales, Carlos Cesare, Christiano Takatsch Galli, Danielle Araújo, Diagramação e Ilustração: Anitta Delvalle e Paraguai, que Castellano, passou a Daniella considerar BrasilBrasil e Paraguai, que passou a considerar Derlis Sandoval, Pereira, Revisão: Jacqueline Couto, Eva Taberne, Silvana Mamani seu local de parada. Um Araujo descanso para o Reder, Eugênio seu local de parada. UmDiana descanso para o Estevan Passos, Elena Mesa, Eva Taberne, Francieli Rebelatto, Gerson Imagem do pôster: Romain Corman entre as andanças e asAlmeida vontades doGuilherme Cardim, corpocorpo entre as andanças e as vontades do Ledezma, Giane Lessa, Gilmar da Silva, Apoio: Grupo PET/Conexões de Saberes Ives Margeou Tomasini, Irene Porzio, Ivich Barret, Jeff Costa, João Pedro de espírito. o litoral brasileiro, chegou espírito. Margeou o litoral brasileiro, chegou Secom - Secretaria de Comunicação Social Melo Porto, Jonathan Gómez, Jorgelina Tallei, Katyta García Velèz, às Guianas, no extremo da América às Guianas, no extremo nortenorte da América do do Pró Reitoria de Extensão | PROEX Lays Lane, Letícia Schrank, Lucas Aguiar, Luciana Balbueno, Luísa Sul, perambulando, fazendo arte, vivendo e de Azevedo, Sul, perambulando, fazendo arte, vivendo e Gomes D’Arezzo, Luiz Bernardo Souza, Marco Polo Marcos Labanca, Maria Aparecida Webber, Inês refletindo. No caminho, obras, amores eMaria fi–lhos – Amarante, refletindo. No caminho, obras, amores e filhos Maria Martelo, Maria José Haro, Maurício Ferreira, Maruan Sipert, CONTATO: incontáveis. Para ele, não há dia triste, incontáveis. Para ele, não há dia triste, Michel Varão, Mirtha Kogelski, Natali Zamboni, Nay Araujo, Nilson Araújo de Souza, Patrícia Librenz, Paola Michelle, Rodrigo Birck, ou desilusão. ruim ruim ou desilusão.

ORELHA ORELHA DELIVRO LIVRO DE

Rodrigo Trevisan, Rolando Llanque, Romain Corman, Sandra revista.peabiru@unila.edu.br Narita, Smaria Mamani, Taisa Lewizki, Tania Marin, Victoria Darling, unila.edu.br/revistapeabiru Umpara céu para sonhar um chão para correr Um céu sonhar e umechão para correr Vitor Taveira.

Por Renan Por Renan XavierXavier

Fotos Michele Fotos Michele Dacas Dacas


como as coisas voadoras são como as coisas voadoras são

“O sol é a nossa sombra”.

Por essa reflexão que apresentamos o ensaio com vistas ao sensível das gentes que habitam o Caribe, seus gestos, seu trabalho e suas cores. Compartilhamos o transitar alegre descoberto pelo calor da ilha, sobre o qual a cozinheira Maria Garcia nos desautoriza qualquer julgamento quando afirma:

O incômodo frente à oferta interminável de produtos e serviços na praia é atenuado com o passar de uma gente que sorri e brilha cotidianamente pelas areias da paisagem exótica. Uma visão que é somente perceptível - apesar das sonoridades, sacolejos e ornamentos que os revestem - aos sentidos dos visitantes mais atentos ao que é próprio do local e não ao que é mercantilizado dele.

Os trabalhadores transitam todos os dias pela areia fina e branca das praias da ilha de Barú, localizada no litoral colombiano, mas o corpo, mesmo exposto ao sol, movimenta-se de costas para o oceano verde-esmeralda que os cerca. Poderia ser apenas uma indiferença diante de tamanha beleza, se o que estivesse naquela areia não fosse, também, a tal sobrevivência, que para alguns visitantes é inoportuna e incomoda aquele aparente sossego que as vitrines do turismo conseguiram vender, mas que a realidade, naquele estreito feixe de praia, faz desaparecer diante dos nativos que gritam “cocada, collares, cerveza, piña, mangos, masage, pescados” e por aí vão eles...

Aquela viagem me lembrava a minha infância. Desde Aquela viagem me lembrava a minha infância. Desde essaessa época o mim já não me satisfazia. Eu queria um pedacinho época o mim já não me satisfazia. Eu queria um pedacinho do outro, eu queria o dia, a casa de qualquer não-eu do outro, eu queria o dia, a casa de qualquer não-eu

A minha família não comemoravaque parecia que parecia de hamster A minha família não comemorava uma uma roda roda de hamster ela conversava não conversava por duas nela e estava nada,nada, ela não presapresa por duas varasvaras nela e estava calorosamente na sala, não agora voando. calorosamente na sala, não agora voando. predileto, eles eram tinhatinha pratoprato predileto, eles eram Eu sabia não sabia que tinham Eu não que tinham ocupados demais tentando ocupados demais tentando viver viver inventado bicicletas voadoras e, viverem. Por eu isso eu gostavainventado bicicletas voadoras e, para para viverem. Por isso gostava agora, olhando assim, tão obvio agora, olhando assim, é tãoéobvio dos aniversários dos vizinhos, dos aniversários dos vizinhos, eu eu o funcionamento! Eu poderia ter adorava as conversas de cozinha,o funcionamento! Eu poderia ter adorava as conversas de cozinha, inventado inventado isso! isso! eu adorava a invisibilidade que ser eu adorava a invisibilidade que ser um menino me proporcionava, - Deixa-me um menino me proporcionava, - Deixa-me um pouco? voar voar um pouco? porque eu podia participar porque assimassim eu podia participar - Eu acho que voa nãocontigo… voa contigo… que não da família do jeito que ela - Eu acho da família alheiaalheia do jeito que ela Por causa do peso… do peso… era naturalmente, sem perturbarPor o causa era naturalmente, sem perturbar o correr das coisas. correr das coisas. eu olhei quemeu era meu EntãoEntão eu olhei para para o queo era já tinha crescido, e ele ejáele tinha crescido, aindaainda a mesma emoção de caçar corpocorpo Era aEra mesma emoção de caçar era invisível, só que ele estava gafanhotos no mato do fundo gafanhotos no mato do fundo do doera invisível, só que ele estava grande agora. quintal: quanto quieto quintal: quanto mais mais quieto eu eu grande agora. pudesse car, maiores pudesse ficar, fimaiores erameram as as Eu havia Eu havia gastado gastado uma uma vida vida chances de eu pegar alguma coisa. chances de eu pegar alguma coisa. tentando ser outro e agora tentando ser outro e agora estava a uma vida de distância estava a uma vida de distância de de … … encontrar queser eraeu. ser eu. encontrar o queo era Nós havíamos chegado naquela Nós havíamos chegado naquela De Michel De Michel VarãoVarão de uma branca e praiapraia de uma areiaareia branca e Ilustração Ilustração Rafael Rafael Maier Maier soltinha e o meu primo-quesoltinha e o meu primo-quefora-posto sua bicicleta fora-posto tiraratirara sua bicicleta do do porta-malas do carro, encaixara o porta-malas do carro, encaixara o

Um ensaio fotográfico dos trabalhadores do Caribe que remete às cores e ao movimento daqueles que transformam um lugar exótico em seu cenário cotidiano Por Michele Dacas

DEL CARIBE

TRABAJADORES


como as coisas voadoras são

Nós havíamos chegado naquela praia de uma areia branca e soltinha e o meu primo-quefora-posto tirara sua bicicleta do porta-malas do carro, encaixara o

TRABAJADORES TRABAJADORES …

Era a mesma emoção de caçar gafanhotos no mato do fundo do quintal: quanto mais quieto eu pudesse ficar, maiores eram as chances de eu pegar alguma coisa.

DELCARIBE CARIBE DEL

Um ensaio fotográfi cotrabalhadores dos trabalhadores Um ensaio fotográfi co dos do do Caribe que remete às cores e ao movimento Caribe que remete às cores e ao movimento daqueles que transformam um lugar exótico daqueles que transformam um lugar exótico Por Michele emcenário seu cenário cotidiano Por Michele DacasDacas em seu cotidiano

A minha família não comemorava nada, ela não conversava calorosamente na sala, não tinha prato predileto, eles eram ocupados demais tentando viver para viverem. Por isso eu gostava dos aniversários dos vizinhos, eu adorava as conversas de cozinha, eu adorava a invisibilidade que ser um menino me proporcionava, porque assim eu podia participar da família alheia do jeito que ela era naturalmente, sem perturbar o correr das coisas.

Ilustração Rafael Maier

De Michel Varão

Eu havia gastado uma vida tentando ser outro e agora estava a uma vida de distância de encontrar o que era ser eu. Então eu olhei para o que era meu corpo e ele já tinha crescido, ainda era invisível, só que ele estava grande agora. - Eu acho que não voa contigo… Por causa do peso… - Deixa-me voar um pouco? Eu não sabia que tinham inventado bicicletas voadoras e, agora, olhando assim, é tão obvio o funcionamento! Eu poderia ter inventado isso! que parecia uma roda de hamster presa por duas varas nela e estava agora voando.

Os trabalhadores transitam os pela dias pela Os trabalhadores transitam todostodos os dias na e branca das praias dade ilha de Barú, areia areia fina efibranca das praias da ilha Barú, localizada no litoral colombiano, o corpo, localizada no litoral colombiano, mas omas corpo, mesmo exposto aomovimenta-se sol, movimenta-se de costas mesmo exposto ao sol, de costas o oceano verde-esmeralda que os cerca. para para o oceano verde-esmeralda que os cerca. Poderia ser apenas uma indiferença diante Poderia ser apenas uma indiferença diante de de tamanha beleza, se oestivesse que estivesse naquela tamanha beleza, se o que naquela não fosse, também, a tal sobrevivência, areia areia não fosse, também, a tal sobrevivência, que para alguns visitantes é inoportuna e que para alguns visitantes é inoportuna e incomoda aquele aparente sossego que as incomoda aquele aparente sossego que as vitrines do turismo conseguiram vender, vitrines do turismo conseguiram vender, mas mas a realidade, naquele estreito de praia, que aque realidade, naquele estreito feixe feixe de praia, faz desaparecer diante dos nativos que gritam faz desaparecer diante dos nativos que gritam “cocada, collares, cerveza, mangos, masage, “cocada, collares, cerveza, piña, piña, mangos, masage, pescados” vão eles... pescados” e poreaípor vãoaíeles...

do outro, eu queria o dia, a casa de qualquer não-eu

época o mim já não me satisfazia. Eu queria um pedacinho Aquela viagem me lembrava a minha infância. Desde essa

O incômodo à oferta interminável O incômodo frentefrente à oferta interminável de de produtos e serviços na praia é atenuado produtos e serviços na praia é atenuado com com o passar de gente uma gente que sorri e brilha o passar de uma que sorri e brilha cotidianamente da paisagem cotidianamente pelaspelas areiasareias da paisagem exótica. é somente perceptível exótica. Uma Uma visãovisão que éque somente perceptível - apesar das sonoridades, sacolejos e - apesar das sonoridades, sacolejos e ornamentos que os revestem aos sentidos ornamentos que os revestem - aos -sentidos dos visitantes atentos aoéque é próprio dos visitantes mais mais atentos ao que próprio do do não aoéque é mercantilizado local local e nãoeao que mercantilizado dele. dele. Por essa reflexão que apresentamos o ensaio Por essa reflexão que apresentamos o ensaio com vistas ao sensível das gentes que habitam com vistas ao sensível das gentes que habitam o Caribe, gestos, seu trabalho e suas o Caribe, seus seus gestos, seu trabalho e suas Compartilhamos o transitar cores.cores. Compartilhamos o transitar alegrealegre descoberto pelo calor da sobre ilha, sobre o qual descoberto pelo calor da ilha, o qual a cozinheira Garcia nos desautoriza a cozinheira MariaMaria Garcia nos desautoriza qualquer julgamento quando afirma: qualquer julgamento quando afirma: é a nossa sombra”. “O sol“Oé sol a nossa sombra”.


issn: 2358-4831 O PROJETO O PROJETO

Uma revista colaborativa sobre cultura latino-americana

A Revista Peabiru é um projeto de extensão realizado o apoio A Revista Peabiru é um projeto de extensão realizado com ocom apoio da da Secretaria de Comunicação (SECOM) e do grupo PET Conexões Secretaria de Comunicação SocialSocial (SECOM) e do grupo PET Conexões e Saberes, e conta a participação da comunidade da UNILA, e Saberes, e conta com acom participação da comunidade da UNILA, além além externos. O projeto ideia de da colaboração de autores externos. O projeto surgiusurgiu com acom ideiaa de da colaboração de autores produzir uma revista que dialogue o contexto cultural da América produzir uma revista que dialogue com ocom contexto cultural da América e da região dasFronteiras, Três Fronteiras, que envolve a Universidade. LatinaLatina e da região das Três que envolve a Universidade. A Revista temfinalidade por finalidade contribuir a integração dos diferentes A Revista tem por contribuir para apara integração dos diferentes cenários culturais manifestados distintas que ecoam cenários culturais manifestados pelas pelas distintas vozes vozes que ecoam por estes espaços. por estes espaços.

unila.edu.br/revistapeabiru

revista.peabiru@unila.edu.br

CONTATO:

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Nesta nova velha obra da vida, Antônio, nascido na Patagônia argentina, persegue sua vontade com uma ambição desambiciosa e escolhe, em um determinado momento da vida, a região Trinacional para o pouso. Expulso de casa por si próprio depois de não conseguir escolher entre um dos países, Antônio aprendeu a fazer arte para comer e viver. Primeiro, com desenhos e pintura em tela, depois talhando a madeira. Aos 19 anos, encontrou abrigo na mochila que carregava nas costas, no instinto da alma, na coragem que tinha no peito. Percorreu a Argentina

Colaboradores: Adolfo Delvalle, Aldri Anunciação, Alexande Varella, Ana Fonseca, Analía Chernavsky, Anderson Andreatta, Andrea Lourtet, Andrea Moassab, Angela Munoz, Angela Souza, Atilon Lima, Bárbara Arisi, Besna Yacovenco, Bruna Padilha, Bryan Gonzales, Carlos Cesare, Christiano Takatsch Castellano, Daniella Galli, Danielle Araújo, Derlis Sandoval, Diana Araujo Pereira, Estevan Reder, Eugênio Passos, Elena Mesa, Eva Taberne, Francieli Rebelatto, Gerson Ledezma, Giane Lessa, Gilmar Almeida da Silva, Guilherme Cardim, Ives Tomasini, Irene Porzio, Ivich Barret, Jeff Costa, João Pedro de Melo Porto, Jonathan Gómez, Jorgelina Tallei, Katyta García Velèz, Lays Lane, Letícia Schrank, Lucas Aguiar, Luciana Balbueno, Luísa D’Arezzo, Luiz Bernardo Souza, Marco Polo Gomes de Azevedo, Marcos Labanca, Maria Aparecida Webber, Maria Inês Amarante, Maria Martelo, Maria José Haro, Maurício Ferreira, Maruan Sipert, Michel Varão, Mirtha Kogelski, Natali Zamboni, Nay Araujo, Nilson Araújo de Souza, Patrícia Librenz, Paola Michelle, Rodrigo Birck, Rodrigo Trevisan, Rolando Llanque, Romain Corman, Sandra Narita, Smaria Mamani, Taisa Lewizki, Tania Marin, Victoria Darling, Vitor Taveira.

Coordenador do projeto: Renan Xavier Orientação pedagógica: Débora Cota Idealizadora e Editora: Michele Dacas Bolsistas: Rafael Maier e Vicente Giardina Projeto Gráfico Edição Especial: Sarah Scholz Dias e Roger Dourado | PROEX Diagramação e Ilustração: Anitta Delvalle Revisão: Jacqueline Couto, Eva Taberne, Silvana Mamani Imagem do pôster: Romain Corman Apoio: Grupo PET/Conexões de Saberes Secom - Secretaria de Comunicação Social Pró Reitoria de Extensão | PROEX

EXPEDIENTE:

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Por das meioAções das Ações de Extensão da UNILA, propõe-se Por meio de Extensão da UNILA, propõe-se uma relação baseada na troca de saberes e no diálogo uma relação baseada na troca de saberes e no diálogo a universidade e sociedade, transformador entre entre a universidade e sociedade, transformador constituindo-se intermediadora relação. constituindo-se comocomo intermediadora destadesta relação.

Assim, trata-se de atuação para os interesses trata-se de si atuação para os interesses CadaAssim, um carrega em tudo ovoltada quevoltada precisa para e necessidades da população, a atores e necessidades da população, aliadaaliada a atores sociaissociais ser feliz: o raciocínio. A partir dele, tudo pode para superar as desigualdades e implementar o para superar as desigualdades e implementar o ser alcançado, aprendido, feito, conquistado. desenvolvimento inter-regional de políticas públicas. desenvolvimento inter-regional de políticas públicas. Mais maduro, a cansada Acom Extensão da UNILA atuapelos através de programas, A Extensão daperna UNILA atua através de anos programas, de pés no chão e demais com a cabeça no participação céu, projetos e demais com Antônio participação projetos e ações,ações, com abertaaberta comunidade, incentivando a inclusão a a comunidade, inclusão social,social, a faz arte e refl etea sobre oincentivando mundo em aum diversidade cultural e aIguaçu, produção de conhecimentos diversidade cultural e a produção debastante conhecimentos assentamento novo de Foz do capazes de promover a integração econômico, e capazes de promover a integração econômico, socialsocial e perto do rio que separa as terras de Brasil e politica na região Trinacional do Iguaçu. A Extensão politica na região Trinacional do Iguaçu. A Extensão na na Argentina. Foz, cuidacomo da família e vende é reconhecida como instrumento de criação UNILAUNILA éEm reconhecida instrumento de criação de de suas obras a de restaurantes e hotéis. redes conhecimento regional e de inclusão de atores redes de conhecimento regional e deConclui, inclusão de atores sociais locais estáou vinculada ao processo de formação sociais locais e estáevinculada ao processo sem leituras sociológicas filosófi cas: háde formação de pessoas (ensino) e deque geração de conhecimento de pessoas (ensino) e de em geração de conhecimento problemas sérios no sistema vivemos; (pesquisa), colocando o estudante protagonista (pesquisa), colocando o estudante comocomo protagonista o capitalismo transforma o homem em animal sua formação técnica e cidadã. de suadeformação técnica e cidadã. selvagem; Escola e Justiça não foram feitas de verdade ao povo; os problemas do mundo EXPEDIENTE: EXPEDIENTE: são a vaidade, a ambição e o orgulho. Uma

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Por meio das Ações de Extensão da UNILA, propõe-se uma relação baseada na troca de saberes e no diálogo transformador entre a universidade e sociedade, constituindo-se como intermediadora desta relação. Assim, trata-se de atuação voltada para os interesses e necessidades da população, aliada a atores sociais para superar as desigualdades e implementar o desenvolvimento inter-regional de políticas públicas. A Extensão da UNILA atua através de programas, projetos e demais ações, com participação aberta a comunidade, incentivando a inclusão social, a diversidade cultural e a produção de conhecimentos capazes de promover a integração econômico, social e politica na região Trinacional do Iguaçu. A Extensão na UNILA é reconhecida como instrumento de criação de redes de conhecimento regional e de inclusão de atores sociais locais e está vinculada ao processo de formação de pessoas (ensino) e de geração de conhecimento (pesquisa), colocando o estudante como protagonista de sua formação técnica e cidadã.

história sensível e impactante como a vida real, Renan Coordenador do projeto: Coordenador do projeto: Renan Xavier Xavier em um circo, dando início a uma vida cigana. e legítima e envolvente como o vento. “Minha Orientação pedagógica: Orientação pedagógica: DéboraDébora Cota Cota A magia do picadeiro e dos hippies apenas Colaboradores: Colaboradores: e Editora: Michele Editora: Michele Dacas Dacas vida vale um livro”, dizia.Idealizadora ValeIdealizadora sim, eseu Antônio. mascarava o olhar triste aoAnunciação, tentar entender Delvalle, Aldri Alexande Ana Fonseca, AdolfoAdolfo Delvalle, Aldri Anunciação, Alexande Varella,Varella, Ana Fonseca, Bolsistas: e Vicente Giardina Bolsistas: Rafael Rafael Maier eMaier Vicente Giardina Chernavsky, Anderson Andreatta, Lourtet, Andrea AnalíaeAnalía Chernavsky, Anderson Andreatta, Andrea Lourtet, Andrea a tortura a ditadura militar argentina. Foi Andrea aí, Eis a orelha. co Edição Especial: Sarah Scholz ProjetoProjeto GráficoGráfi Edição Especial: Sarah Scholz Dias e Dias e Moassab, AtilonBárbara Lima, Bárbara Moassab, AngelaAngela Munoz,Munoz, AngelaAngela Souza,Souza, Atilon Lima, Arisi, Arisi, então,Besna queBesna conheceu a fronteira de Argentina, Roger Dourado | PROEX Roger Dourado | PROEX Yacovenco, Bruna Padilha, Bryan Gonzales, Yacovenco, Bruna Padilha, Bryan Gonzales, Carlos Carlos Cesare,Cesare, Christiano Takatsch Castellano, Daniella Galli, Danielle Takatsch Castellano, Galli, Danielle Araújo,Araújo, Diagramação e Ilustração: Delvalle Diagramação e Ilustração: Anitta Anitta Delvalle BrasilChristiano e Paraguai, que passou a Daniella considerar Derlis Sandoval, Araujo Pereira, Eugênio Derlisde Sandoval, Diana Araujo Pereira, Estevan Reder, Reder, Eugênio Revisão: Jacqueline Eva Taberne, Mamani Revisão: Jacqueline Couto,Couto, Eva Taberne, SilvanaSilvana Mamani seu local parada. UmDiana descanso para o Estevan Eva Taberne, Francieli Rebelatto, Passos,Passos, Elena Elena Mesa, Mesa, Eva Taberne, Francieli Rebelatto, GersonGerson Imagem do pôster: Corman Imagem do pôster: RomainRomain Corman corpoLedezma, entre as andanças e as vontades do Ledezma, Giane Lessa, Gilmar Almeida daGuilherme Silva, Guilherme Cardim, Giane Lessa, Gilmar Almeida da Silva, Cardim, PET/Conexões de Saberes Apoio: Apoio: Grupo Grupo PET/Conexões de Saberes Ives Tomasini, Irene Porzio, Ivich Barret, Jeff Costa, João Pedro de Ives Margeou Tomasini, Irene Porzio, Ivich Barret, Jeff Costa, João Pedro de espírito. o litoral brasileiro, chegou - Secretaria de Comunicação SecomSecom - Secretaria de Comunicação Social Social Melo Porto, Jonathan Gómez, Jorgelina Tallei, Katyta Melo Porto, Jonathan Gómez, Jorgelina Tallei, Katyta García García Velèz, Velèz, às Guianas, noLane, extremo norte da América do Pró Reitoria de Extensão | PROEX Pró Reitoria de Extensão | PROEX Lays Letícia Letícia Schrank, Lucas Aguiar, Luciana Balbueno, Lays Lane, Schrank, Lucas Aguiar, Luciana Balbueno, Luísa Luísa Sul, perambulando, fazendo arte, vivendo e Gomes D’Arezzo, Luiz Bernardo Souza, Marco Polo de Azevedo, D’Arezzo, Luiz Bernardo Souza, Marco Polo Gomes de Azevedo, Labanca, Maria Aparecida Webber, Maria Inês Amarante, MarcosMarcos Labanca, Maria Aparecida Webber, Inês refletindo. No caminho, obras, amores eMaria filhos – Amarante, Maria Martelo, Maria José Maurício Haro, Maurício Ferreira, Maruan Maria Martelo, Maria José Haro, Ferreira, Maruan Sipert,Sipert, CONTATO: CONTATO: incontáveis. ParaVarão, ele, Mirtha não há dia triste, Kogelski, Natali Zamboni, Nay Araujo, MichelMichel Varão, Mirtha Kogelski, Natali Zamboni, Nay Araujo, Nilson Nilson Araújo de Souza, Librenz, Paola Michelle, Rodrigo de Souza, PatríciaPatrícia Librenz, Paola Michelle, Rodrigo Birck, Birck, ruim Araújo ou desilusão. Rodrigo Trevisan, Rolando Llanque, Corman, Rodrigo Trevisan, Rolando Llanque, RomainRomain Corman, SandraSandra revista.peabiru@unila.edu.br revista.peabiru@unila.edu.br Mamani, Taisa Lewizki, Tania Marin, Victoria Darling, Narita,Narita, SmariaSmaria Mamani, Taisa Lewizki, Tania Marin, Victoria Darling, unila.edu.br/revistapeabiru unila.edu.br/revistapeabiru Um céu para sonhar e um chão para correr Vitor Taveira. Vitor Taveira. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

ORELHA

A Revista Peabiru é um projeto de extensão realizado com o apoio da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) e do grupo PET Conexões e Saberes, e conta com a participação da comunidade da UNILA, além da colaboração de autores externos. O projeto surgiu com a ideia de produzir uma revista que dialogue com o contexto cultural da América Latina e da região das Três Fronteiras, que envolve a Universidade. A Revista tem por finalidade contribuir para a integração dos diferentes cenários culturais manifestados pelas distintas vozes que ecoam por estes espaços.

DE LIVRO

Por Renan Xavier

Fotos Michele Dacas

O PROJETO


Da diáspora e da integração Por Angela Souza

Foto cedida pelo espetáculo Namíbia Não, dirigido por Lázaro Ramos

A América Latina, enquanto espaço geográfico-cultural, é marcada por hibridismos, composto por diásporas (Hall, 2006), recortada por trajetórias que se cruzaram em complexas práticas culturais. Refletir sobre essas práticas latino-americanas nos remete a narrativas que tomam a forma de musicalidades, de artes visuais, de corporalidades que transcendem fronteiras e criam novos cenários, novos posicionamentos políticos e estéticos que se refazem na heterogeneidade. A cultura reelabora-se além das fronteiras nacionais e se refaz justamente nos fluxos e movimentos da diáspora. Diáspora que se forma a partir de todo o processo de escravidão, com a retirada de milhões de pessoas do continente africano, de suas culturas e com seus modos de vida transladados para a América. Esse movimento forçado obrigou a essa grande massa populacional a recriar suas práticas e experiências culturais. As diásporas que se formam dão a essas práticas estético-culturais características singulares que se posicionam politicamente, manifestam-se artisticamente e corporalmente nos usos e apropriações de práticas culturais

próprias e mescladas com novos recursos, recriando e redefinindo espaços de produção e circulação. Dentro dessa perspectiva, a capoeira é uma dessas práticas que se formam no encontro de culturas negras, vindas do continente africano, com as adaptações e redefinições culturais a que são sujeitos e gerados por todo o processo de escravidão que marcou, por mais de três séculos, o continente americano, tornando-o um continente afro-americano e afro-latinoamericano. Essa diáspora que se forma na América Latina redefine não somente suas populações, mas suas práticas e experiências culturais. Essas práticas redefinem e ressignificam experiências musicais, religiosas, corporais e estéticas que se manifestam criativamente no tensionamento gerado a partir da condição da diáspora. A população negra da América Afro-Latina recria-se culturalmente na confluência de experiências e práticas, e a capoeira é uma das maneiras de perceber esse processo, marcado por forte teor de discriminação e racismo enfrentados com resistência.


EDITORIAL E lá se vai, mundo afora, mais uma edição da REVISTA PEABIRU, esta, comemorativa e de papel, sua! Desde que levantamos as primeiras poeiras virtuais peabirulescas, nos idos de 2012, já se foram três anos. Vagamos de Foz do Iguaçu por entre el chaco, las sabanas, pelo sertão e gelo, nos perdendo nas metrópoles e ciudadelas tão nossas. Respiramos

costeando oCada Andes e o Pacífi co; bailamos mirando um carrega em si tudo o que precisa para o raciocínio. A partir dele,em tudoescritas, pode o Atlântico ser e ofeliz: Caribe. Passos tecidos ser desenhos alcançado, aprendido, feito, conquistado. fotografias, e diferentes idiomas. Sem Mais maduro, com a perna cansada pelos anos Nesta nova velha obra da vida, Antônio, querer encaixotar nada ou ninguém em lugar de pés no chão e com a cabeça no céu, Antônio nascido na Patagônia argentina, persegue nenhum, nem a nossa linguagem, sentindo faz arte e refl ete sobre o seguimos mundo em um sua vontade com uma ambição desambiciosa a diversidade de cada esquina, de assentamento novo de Fozas do genuidades Iguaçu, bastante e escolhe, em um determinado momento perto doolhar. rio queEsepara as terrasirde Brasillonge! e cada queremos mais da vida, a região Trinacional para o pouso. Argentina. Em Foz, cuida da família e vende Expulso de casa por si próprio depois de suas obras a restaurantes e hotéis. Conclui, não conseguir escolher entre um dosEstamos, países, pela primeira vez, ao alcance das mãos, sem leituras sociológicas ou filosóficas: há Antônio aprendeu a fazer arte para comer e individuais ou coletivas. Nesta edição especial problemas sérios no sistema em que vivemos; viver. Primeiro, com desenhos e pintura em comemorativa, um sincero agradecimento aos o capitalismo transforma o homem em animal tela, depois talhando a madeira. Aos 19 anos, selvagem; Escola e Justiça foram feitas de a e a toda equipe quenão caminhou com encontrou abrigo na mochila que colaboradores carregava verdade ao povo; os problemas do mundo nas costas, no instinto da alma, na coragem gente ou por entre as páginas nestes anos. são a vaidade, a ambição e o orgulho. Uma que tinha no peito. Percorreu a Argentina história sensível e impactante como a vida real, em um circo, dando início a uma vida cigana. O caminho por esta América Latina e Caribe e legítima e envolvente como o vento. “Minhanão A magia do picadeiro e dos hippies apenas é curto, é instigante e de tirar fôlego, feito de vida vale um livro”, dizia. Valeosim, seu Antônio. mascarava o olhar triste ao tentar entender cheio de sons e de silêncios! a tortura e a ditadura militar argentina. Foi aí, contradições, Eis a orelha. então, que conheceu a fronteira de Argentina, Brasil e Paraguai, que passou a considerar Sigamos caminando? seu local de parada. Um descanso para o corpo entre as andanças e as vontades do ADELANTE! espírito. Margeou o litoral brasileiro, chegou às Guianas, no extremo norte da América do Sul, perambulando, fazendo arte, vivendo e refletindo. No caminho, obras, amores e filhos – incontáveis. Para ele, não há dia triste, ruim ou desilusão.

ORELHA DE LIVRO

Um céu para sonhar e um chão para correr Por Renan Xavier

Fotos Michele Dacas


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