TFG Pedro Suzuki

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uma nova comunicação visual para o metrô de São Paulo



uma nova comunicação visual para o metrô de São Paulo

Pedro Suzuki Orientador: Prof. Dr. Giorgio Giorgi Junior Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Junho de 2011



sumário introdução

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teoria da comunicação

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projeto de sinalização do Cauduro Martino Arquitetos Associados

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projeto atual

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a nova comunicação visual

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problemas atuais

25 considerações

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partido

35

abordagem eletro-mecânica

41

abordagem digital

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análise das abordagens

95

conclusão

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bibliografia

109

agradecimentos

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introdução Em seus quase 40 anos de funcionamento, o Metrô de São Paulo sofreu grandes modificações, que vão desde interferências publicitárias até às recentes adequações de acessibilidade, as quais refletiram diretamente na arquitetura das estações. Atualmente, para atender à demanda do transporte público, o Metrô está se modernizando, com a compra de novos trens e implantação de portas de plataforma. A rede também está se expandindo com as inaugurações das novas estações da linha 2-verde, a construção da linha 4-amarela e o projeto de novas linhas como a 6-laranja. A despeito de mudanças pontuais realizadas na comunicação visual de algumas estações – Paraíso, por exemplo – não houve, entretanto, uma modernização geral na comunicação visual e no sistema de sinalização. Neste trabalho não se pretende elaborar um projeto de sinalização, a proposta é pesquisar sobre as duas sinalizações existentes hoje - a implantada desde a construção do Metrô e a nova comunicação visual desde 2008 - e identificar os principais problemas que deveriam ser solucionados. No decorrer do processo deparou-se com duas formas de abordagem que poderiam gerar futuros projetos, a eletro-mecânica e a digital. Dois modos distintos que não dependeriam somente de seus suportes, mas também de questões maiores que envolvem o próprio Metrô. Com a 7


expansão do tema central, no entanto, o aspecto gráfico perdeu espaço e importância nessa etapa, mas poderia ser retomado para a elaboração de um futuro projeto.

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teoria da comunicação A comunicação, de acordo com Bruno Munari, seja ela visual ou não, tem duas distinções: a casual e a intencional. A primeira é livremente interpretada pelo receptor, já a segunda é o oposto, o significado da mensagem deveria ser recebido na sua totalidade e ser usada para comunicar uma informação precisa, como por exemplo sinalização de combate a incêndio. Pode-se dividir em dois aspectos a comunicação visual intencional: a informação prática, que é a mensagem, a idéia transmitida; e a informação estética, as formas, linhas harmônicas, relação de volumes, etc. Até chegar ao receptor, a mensagem visual enfrenta alguns obstáculos, sejam eles internos ou externos a ele. Externamente o ambiente em que está imersa a mensagem é repleto de perturbações que podem alterá-la, “Por exemplo, um sinal vermelho num ambiente em que seja predominante a luz vermelha ficará quase anulado; ou então uma placa de trânsito em cores banais, afixada juntamente a outras placas igualmente banais, misturar-se-á com elas, anulando-se na uniformidade.” (MUNARI; 1997, pg. 68) Para Munari ,internamente existem três filtros do receptor pelos quais a mensagem deve ser comunicada. O primeiro é o caráter sensorial da pessoa, que pode anular ou alterar o conteúdo transmitido. Um daltônico tem deficiências cromáticas, logo mensagens baseadas nessa linguagem são modificadas e ineficientes para ele. O segundo é o funcional, que depende das 9


emissor mensagens

ruídos

receptor reação interior resposta [esquema 01] obstáculos enfrentados pela mensagem

características psicofisiológicas construtivas do receptor. Crianças não conseguem analisar uma mensagem da mesma forma que um adulto e vice-versa. O último filtro é o cultural, ou seja, o ambiente, o conhecimento e a cultura em que o receptor está imerso e que definem o que ele absorverá da mensagem. Depois de enfrentar os obstáculos, a mensagem gera uma reação interna no receptor, determinando, assim, sua compreensão da mensagem. Porém, essa interpretação do receptor pode ser diferente da informação original. Pode haver a transmissão total da informação ou não, de forma que a reação pode ser ora compreender e obedecer à mensagem, ora compreender e negá-la, ora desobedecê-la pela falta de entendimento [esquema 01]. A base da mensagem visual precisa de mais que informação, precisa de um suporte, um conjunto de elementos que dão visibilidade à mensagem. São eles: textura, forma, estrutura, módulo e movimento [esquema 02]. Textura: formada por elementos iguais ou similares, podendo ou não, ser geométricos. Sua disposição em uma superfície se dá de modo uniforme, com distâncias iguais entre os 10


elementos. Existem texturas mais densas (menores distâncias) e mais rarefeitas (maiores distâncias); reais (tecido) e virtuais; explícitas (casca de uma árvore) e sutis (plástico). As texturas têm como objetivo criar interesses visuais sem formar figuras. Forma: é dividida em dois grupos, as orgânicas e as geométricas. As formas geométricas básicas são o quadrado, o círculo e o triângulo eqüilátero e geram outras formas através de suas composições e da simetria (identidade, translação, rotação, reflexão especular e dilatação). Quando ampliadas, as texturas revelam as formas que as compõem.

estrutura textura suporte

módulo mensagem visual

Módulo: é a unidade repetida de uma estrutura maior (pixels de uma imagem digital). Ao se resolver o problema básico no módulo, resolve-se todo o sistema. Estrutura: sua função principal é modular o espaço. Composta por módulos, demarca unidades iguais em uma determinada área, criando uma unidade formal. Movimento: é a mudança do(s) elemento(s) no espaço. No design gráfico o movimento pode ser sugerido através de seqüências ou linhas diagonais.

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forma

movimento

informação [esquema 02] suportes da mensagem


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projeto de sinalização do Cauduro Martino Arquitetos Associados No final da década de 60 o escritório dos arquitetos João Carlos Cauduro e Ludovico Martino foi chamado para elaborar o design editorial dos dois volumes de estudo e préprojeto do Metrô de São Paulo, incluindo a marca. Naquele momento surgiu a seta de duplo sentido, o conceito que deu origem ao símbolo era o “sobe-e-desce, vai-e-vem”, que remete à velocidade do transporte e ao sentido (a marca também poderia ser utilizada na horizontal). O símbolo é estruturado a partir da forma do quadrado, que define a forma e a espessura das laterais [imagem 01]. Em função desse trabalho o escritório foi chamado para elaborar todo o sistema de comunicação visual e sinalização da Companhia. O que pouca gente sabe é que o projeto que hoje está implantado não é o elaborado pelo escritório Cauduro Martino. O projeto dele era baseado em três elementos básicos: a faixa contínua, o quadro de informações e o painel de revestimento. O primeiro elemento não era usado somente para identificar a estação e localizar a saída, mostrava também a linha com as estações anteriores e as próximas, incluindo as interligações, e também continha avisos para os usuários. Mas as duas maiores diferenças entre os projetos estão relacionadas ao uso das cores e da tipografia. A tipografia utilizada era a Univers e não a Helvética, utilizada somente para o texto “metrô” quando aplicado como o logo. Elaborado em fórmica fosca para evitar que refletisse a iluminação ambiente, a faixa contínua era em sua maioria branca e o uso da cor era 13

[imagem 01] símbolo criado pelo Cauduro e Martino


feito em locais onde era realmente necessário [imagem 03], ou seja, quando não havia painel de revestimento, este seria o responsável pela diferenciação e identificação da estação.

[imagem 02] desenho Marcello Fragelli

No livro “40 anos de prancheta” Marcello Fragelli, arquiteto chamado pela Companhia para projetar as estações da linha 1 azul, também coordenava a inserção da comunicação visual. Seguindo o modelo do metrô de Toronto, Fragelli tinha como partido identificar as estações por cores distintas para facilitar a identificação pela população não alfabetizada. No início Cauduro e Martino não aceitaram essa proposta, achavam que todas as estações deveriam seguir o azul, cor da linha, alternando somente o tom. Após a insistência de Marcello eles elaboraram o projeto empregando cores distintas para cada estação, e não somente tons de azul. O arquiteto também

[imagem 03] placas do projeto do Caurodo e Martino

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pretendia integrar a sinalização dos acessos com a arquitetura, seguindo exemplo das entradas art nouveau do metrô de Paris [imagem 02]. O final do guarda corpo de concreto aparente se alongaria verticalmente servindo de suporte para a placa de sinalização. Os painéis informativos continham mapa da rede, mapa aerofotogramétrico da cidade, mapa do sistema de transporte integrado e mapa ampliado do bairro com os principais pontos de referência do entorno [imagem 04]. Além do símbolo, os totens também permaneceram muito próximos aos projetados pelo escritório, com forma triangular executados em chapas de aço dobradas e esmaltadas a fogo na cor preta. Marcos não só para o Metrô mas também para a cidade. [imagem 04] painéis informativos e de plataforma

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A essência do projeto do escritório Cauduro Martino não é simplesmente a forma, é o design total, a integração do design com o ambiente. As cores foram pensadas e deveriam ser utilizadas de forma a se contrastar com o concreto aparente que era o acabamento predominante em toda a arquitetura das estações. Nas placas aéreas estariam embutidas luminárias e alto falantes e os painéis de revestimento serviriam como elemento de acabamento das paredes. O projeto do escritório Cauduro e Martino Arquitetos Associados nunca foi adotado, em seu lugar a Companhia contratou um escritório internacional italiano. O próprio Fragelli disse que nunca entendeu as razões para abandonarem o projeto original.

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projeto atual Desenvolvido a partir do projeto do Cauduro Martino, o manual de identidade visual da Companhia do Metropolitano de São Paulo foi criado em 1981 pela Unimark Internacional para criar um padrão a ser seguido e reforçar sua identidade visual. Nele se definiu: a tipografia padrão (família Helvética), incluindo seus tamanhos e espaçamentos; a cor institucional e as complementares e a assinatura institucional. O símbolo elaborado na década de 60 sofreu algumas alterações, além de não ser mais utilizado na horizontal, ele ganhou uma caixa de proteção em volta. A angulação das linhas internas e externas que compõem a ponta das setas sofre modificações. Agora elas não são mais paralelas, há uma pequena diferença de 3º na inclinação, a linha externa tem 45º e a interna 48º [imagem 05]. A identificação das linhas é feita através dos nomes e das cores. Originalmente cada linha tinha 2 cores separadas por um fio branco, identificação utilizada tanto na sinalização interna quanto na externa [imagem 06]. Somente nas estações onde há integração se usa o branco, mas acompanhado das cores das linhas que se encontram [imagem 09]. Por exemplo, na Sé a testeira é predominantemente branca, mas com fios azuis (linha norte-sul) e vermelhos (linha leste-oeste). Essa dupla tonalidade provavelmente teve origem com o projeto do Cauduro Martino, pois o traçado da rede possuía ramais de bifurcação que seguiam o mesmo tom cromático. Com a eliminação desses ramais a linha inteira incorporou os dois tons, e foi acrescentado mais 17

45º 48º

[imagem 05] logo versão chapada e outline e construção do novo logo


[imagem 07] placas com fundo verde e amarela

[imagem 08] placas de informações e proibição com fundo preto

um tom nas outras linhas sem bifurcação, caso da verde e da vermelha. Todas as informações das placas estão escritas em branco, inclusive quando o fundo é amarelo (somente nos fundos brancos a escrita é preta) e a maioria está na parte inferior do fio, onde há mais espaço [imagem 07]. Em casos especiais há informação na parte superior. O manual também define usos específicos da aplicação quando é necessário usar tipografia com pictograma e setas. Paralelamente, mas seguindo o mesmo estilo, existem as placas relativas a serviços, como sanitários, lixeiras, avisos (ex: entrada proibida), informações de advertência e proibições. O preto é a cor predominante e em todas encontra-se o fio branco que estrutura toda a placa [imagem08]. Após quase 30 anos, a aplicação dos elementos da comunicação visual sofreu algumas alterações, por exemplo, no quesito cores, adotou-se a 18


monocromia para cada linha, mas a essência do projeto permanece. O manual pode ser dividido em três partes: a primeira é a sinalização para o usuário; a segunda é a interna da própria empresa, como papelaria e uniformes; a última, que representa um número considerável de placas, é voltada para funcionários, com indicação de estação, numeração de equipamentos, tempo de abertura das portas, avisos de alerta, entre outros. Logo essa última parte pode não ser muito visualizada pelo público, mas é imprescindível para o bom funcionamento do sistema. [imagem 06] placas com fundo azul da estação Santana

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[imagem 09] ilustração da estação da Sé com totem e testeria

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a nova comunicação visual No final de 2009 foi instalado na estação Paraíso um novo sistema de sinalização que solucionasse os problemas detectados pelo Metrô.

A maior das diferenças que se nota é a alteração da tipografia, a Helvética Meio Preto foi trocada pela Helvética Rounded. Segundo Vagner Almeida, funcionário do Metrô, o intuito era modernizar a comunicação visual, além de facilitar a manutenção, pois a ausência de pontas dificulta que alguém retire as letras, já que essas são adesivadas sobre a fórmica [imagem 10]. Em alguns pontos a tipografia perdeu peso, o que diminuiu a legibilidade. Para resolver a questão da visualização dos pictogramas das faixas contínuas nas plataformas optou-se por um fundo branco, antes destinado às estações onde era possível fazer baldeação [imagem 11]. Assim eles são sempre visíveis independente da cor do fundo, porém essa inversão de cores diminuiu o peso da tipografia e, conseqüentemente, diminuiu a legibilidade. As informações continuam as mesmas (saída, emergência, transferência, etc...). Nessas placas não há mais uma identificação

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[imagem 10] placas utilizadas na estação Ana Rosa, latercão do funo e da tipografia

[imagem 11] placas de saída e embarque da estação Ana Rosa


cromática para as diferentes linhas, o que acabou descaracterizando-as. Curiosamente, o projeto original do Cauduro Martino também usava o fundo branco com cor somente em pontos onde realmente havia necessidade.

[imagem 12] placas de plataforma e de informações na estação Ana Rosa

Nas placas de destino optou-se por colocar uma faixa colorida com a cor correspondente das linhas, para não descaracterizá-las, já que estas são conhecidas e chamadas pelas cores [imagem 12]. Outras informações foram adicionadas, como as conexões que a linha fará e o número da plataforma, tudo isso em dois idiomas, português e inglês.

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A identificação das linhas deixou de ser feita somente através das cores. Seguindo o modelo de Paris, números foram acrescentados às cores, inclusive para a rede da CPTM. Apesar da mudança, percebe-se que a comunicação visual não foi ousada e, principalmente, criou alguns problemas. Entre eles está o excesso de informações: são muitos números, cores e símbolos que atrapalham a transmissão da mensagem. A descaracterização das linhas através da retirada das cores nas plataformas também dificulta, principalmente em estações onde há transferência

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problemas atuais Em 1976 a Companhia Metropolitana de São Paulo encomendou uma pesquisa sobre a sinalização, para avaliar a eficiência do sistema. Considerado bom por todas as classes sociais, as placas eram suficientes para orientar o usuário, sem que ele pedisse auxilio, inclusive por pessoas de baixa escolaridade, mas com o passar do tempo essa avaliação mudou. No final de 2008 o Metrô fez nova pesquisa para detectar as deficiências do sistema de comunicação visual, já que a rede estava em expansão e modernização. Juntamente foram estabelecidas diretrizes que a empresa contratada deveria atender ao elaborar um novo projeto. Um dos problemas apontados na última pesquisa foi com relação aos acessos. Os totens em forma de prisma sofrem abalroamento, e por serem customizados para cada estação o custo de reposição e conserto é muito alto. Além disso as placas metálicas são frequentemente furtadas. Outro aspecto a ser solucionado com relação aos acessos são as testeiras. A falta de iluminação

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[imagem 13] totens com diferentes padrões


faz com que elas não sejam vistas à noite, dificultando a localização da estação pelo usuário. Todos esses elementos não possuem um padrão, de forma que cada linha usa um tipo de material e também não seguem um padrão gráfico [imagem 13]. Além disso não há informação sobre as condições de serviço, como atraso de trens, estações interditadas, entre outros. Esse tipo de informação, no entanto, o Metrô pretende implantar para informar anormalidades, assim o usuário poderá optar por utilizar outro meio de transporte antes mesmo de entrar na estação. A linha de bloqueios também poderia ser melhorada, caso o sentido das catracas fosse localizado acima delas, e não abaixo, como é hoje. Assim, o fluxo nos horários de pico melhoraria, uma vez que as informações estariam mais visíveis a longa distância.

[imagem 14] reflexos da iluminação na faixa contínua na plataforma

Nas plataformas encontraram outros problemas: a leitura da sinalização da estação é dificultada pelo reflexo da luz nos painéis [imagem 14]; é necessária uma compatibilização dos sistemas de iluminação e de comunicação visual. Alguns problemas são questão de segurança: as rotas

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de fuga não são sinalizadas adequadamente, estando em desacordo com a lei. Os pictogramas de emergência e de instrumento de combate a incêndio, por sua vez, não recebem o destaque necessário, de maneira que símbolos verdes não se destacam nos fundos verdes e azuis, o mesmo ocorrendo com os símbolos vermelhos nos fundos vermelhos e roxos [imagem15]. Ainda nas plataformas não há uma padronização com relação aos suportes que indicam o destino, alguns tem relógio e não seguem o manual de identidade visual. Os painéis ainda omitem informações de estações de transferência ou integração com outros meios (CPTM ou terminal de ônibus). De acordo com a pesquisa, os conjuntos informativos poderiam apresentar melhoras significativas, já que eles não possuem padronização com relação ao conteúdo e à sequência. Algumas informações contidas neles deveriam estar em outro lugar, como por exemplo o destino e as próximas estações. Apesar de

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[imagem 15] faixas contínuas sem destaque para os pictogramas de emergência


[imagem 16] painel informativo

sua localização estratégica nas plataformas, a maioria dos usuários passa por eles ao embarcar e desembarcar, mas não há nenhum próximo às saídas e aos acessos às ruas [imagem 16]. Também o mapa de arredores que integra esse conjunto sofreria mudanças. Sua abrangência aumentaria para um quilômetro, pois o deslocamento a pé da população aumentou, e indicaria as saídas para facilitar a percepção do usuário quanto à sua localização na cidade. O relatório de 76 já indicava a localização dos mapas como um problema, pois alguns usuários sequer chegavam a localizá-los: “Para falar a verdade nem sei onde estão localizados os mapas, pois o que você mais vê são as placas’ (homem – 42 anos- classe D)” (Relatório Metrô; 1976, pg. 20) O mesmo relatório apontava que pessoas de baixa escolaridade têm dificuldade com guias, o que leva a crer que mapas em uma estação subterrânea não seriam muito eficientes, primeiro 28


pela dificuldade de compreendê-los e depois pela perda de referência espacial quando se está no subterrâneo. Atualmente outras melhorias são exigidas por lei. Além dos pictogramas de identificação dos equipamentos de combate a incêndio e das rotas de fuga, a inclusão de informações sobre a localização de saídas de emergência, hidrantes, extintores e procedimentos para a desocupação da estação são obrigatórios e devem ser bem sinalizados, utilizando materiais retroiluminados ou eletroluminescentes. Os elevadores e as escadas rolantes também devem adequar-se às normas, indicando uso de forma segura e os usuários preferenciais, como cadeirantes e deficientes visuais. Alguns elementos são inéditos no Metrô de São Paulo, mas existem em outros países. Entre eles está o painel entre plataformas, que mostra na horizontal o destino do trem, as estações seguintes e as anteriores, além das conexões com a CPTM e outras linhas do Metrô. Outro elemento é o painel de destino somado a outras informações, como avisos de proibido ultrapassar a linha amarela, relógio para aumentar a percepção do tempo e as conexões durante o trajeto. Por ser um trabalho que não foca uma aplicação da comunicação, alguns problemas detectados não serão solucionados, já que a idéia é fazer uma abordagem sobre o sistema de sinalização.

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considerações Para elaboração da proposta de trabalho, foram realizadas visitas a campo a fim de diagnosticar e entender alguns problemas envolvendo a sinalização. Optou-se por observar a estação da Sé por possuir transferência de linhas, além de apresentar um grande número de usuários todos os dias da semana. Após assistir à chegada de um trem na estação da Sé, detectou-se a existência de um intenso fluxo de pessoas. Um grande volume de usuários, que já têm uma familiaridade com o ambiente, não utiliza o sistema de sinalização. Por outro lado, quem desconhece a estação muitas vezes segue esse fluxo, ou se direciona para uma escada para subir. No entanto isso não significa a inutilidade do sistema de sinalização. A primeira reação do usuário é subir, ou seja, buscar a saída, seja através de escadas fixas rolantes ou elevadores. Porém o grande problema surge após a linha de bloqueios: os mapas informativos não indicam qual é a melhor saída, por mais que o usuário consiga lê-los. Para complicar ainda mais, o subterrâneo altera a noção de espaço, dificultando a localização do usuário. Segue um estudo dos principais fluxos humanos existentes em uma estação de Metrô. Algumas questões são primordiais para um sistema de sinalização. A primeira etapa é definir a partida e a chegada, definindo o melhor caminho a ser traçado. Em seguida deve-se fazer um levantamento dos pontos de decisão, ou seja, onde há bifurcação que necessite de uma informação para que se opte por qual se deve 31


Entrada - Trem

Trem - Saída

localização da estação

trem

bilheteria

plataforma

bloqueios

escada

escada rolante

elevador

escada

escada rolante

bloqueios

plataforma

destino a

elevador

destino b

rua x

rua y

instituição z

indicação de “embarque” ou “saída”

indicação de “embarque” ou “saída”

trajeto onde há necessidade de informativo

trajeto onde há necessidade de informativo

trajeto com pictograma

trajeto com pictograma

seguir. Em algumas situações as placas associadas a setas cumprem a função, porém às vezes ocorre uma imprecisão na informação devido a sua ambigüidade ou ao entendimento do usuário sobre a mensagem (os filtros internos citados anteriormente). A planta a seguir destaca os pontos decisivos da estação Consolação. O que se pode perceber na visita à estação da Sé e a observação do sistema de sinalização é a 32


importância das placas e como elas são a base de todo sistema e praticamente o único elemento utilizado para sinalização. Devido ao trajeto cheio de desníveis e curvas as placas indicam outras placas, que por sua vez indicam outras placas. Se uma dessas “placas-pista” não é vista, o usuário se perde e deve buscar o auxílio de um funcionário do Metrô para se informar.

Plataforma - Plataforma baldeação trem

plataforma

sinalização da outra linha

escada

escada rolante

elevador

plataforma indicação de “embarque” ou “saída” trajeto onde há necessidade de informativo trajeto com pictograma

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2 1

2 1

1

3

embarque

saída

1 bilheteria ou bloqueios?

1 saída 1 e 2 ou 3 e 4?

2 vila madalena, tamanduateí ou linha 4?

2 saída 1 ou 2? 3 saída 3 ou 4?

[imagem 17] pontos decisivos da estação Consolação

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partido Tendo conhecimento da complexidade que é a comunicação do Metrô, optou-se por focar o trabalho nas sinalizações básicas, ou seja, que atendem aos fluxogramas anteriormente mostrados. Avisos de alertas, placas de elevadores, informativos temporários e, principalmente, comunicação para funcionários não serão elaborados, já que sua reelaboração não necessita de um novo estudo, pois se trata de um outro tipo de informação, para outro público e outra forma de exposição. Após a análise pessoal definiu-se um partido a ser seguido na reelaboração da comunicação visual. Primeiramente se pretende minimizar a importância das placas, de forma que, será necessário fazer a integração do novo sistema com a arquitetura, retomando o design total. “Por mais bem resolvido que seja cada elemento isolado, por melhor que seja seu design, se não integrarem um sistema único, se não falarem a mesma linguagem, na melhor das hipóteses, o resultado final será um caos bonitinho” (CAUDURO; 1981; pg. 29) “A complexidade dos problemas do ambiente urbano exige métodos radicalmente novos que permitam dominar, utilizar e satisfazer à imensa complexidade dos problemas e assegurar, realmente, o bom resultado da prática de projeto.” (CAUDURO: 1981, pg.30) Se há 20 anos já eram necessários novos meios para atender à complexidade do ambiente, hoje isso só se agravou. É preciso transformar a 35


[imagem 18] placas da nova sinalização com vários pictogramas

sinalização em algo mais funcional, reduzindo as mensagens e minimizando as placas. Não há necessidade de eliminá-las por completo, já que atendem à demanda em locais pontuais. Uma nova forma de pensar a sinalização seria integrála mais com a arquitetura, adquirindo um caráter espacial que não há atualmente. Para adquirir maior funcionalidade percebeu-se a necessidade de se reduzir as mensagens. Muitas informações confundem e conseqüentemente desinformam e poluem visualmente. É o que ocorre nas placas da nova sinalização, que se utilizam de muitos pictogramas, números e símbolos [imagem 18]. Localizar onde é o embarque e qual o sentido, a saída e a conexão com outra linha são as principais informações que o usuário busca. “A paisagem urbana é um campo privilegiado e específico para a intervenção do designer. Seus objetivos básicos seriam reduzir os índices de poluição visual; devolver a legibilidade e a identidade da cidade, através de sistemas de mensagens; atender às novas funções urbanas, à complexa gama das necessidades do homem na rua, através de sistemas coordenados de 36


mobiliário urbano, capazes de assegurar índices satisfatórios de conforto e conveniência aos usuários (…)” (CAUDURO; 1981, pg.42) Apesar de falar diretamente da cidade essa citação pode ser transferida para o Metrô, tendo em vista que a poluição visual migrou para as estações, devido ao grande número de anúncios publicitários. Segundo reportagem da Folha de São Paulo de 07 de Maio de 2010, são ao todo 2100 anúncios nos 700 bloqueios das estações. Só no Paraíso são 55 anúncios, na Sé 35 e o banner localizado no vão central que rende à companhia cerca de 16 mil reais por mês [imagem 19]. Isso é resultado da lei Cidade Limpa, que conseqüentemente aumentou em 31% a publicidade no Metrô, o que significa 2 milhões de reais de faturamento por mês. O aumento crescente de publicidade gera uma poluição visual que compete com a sinalização metroviária, criando um ambiente perturbado, como o definido por Bruno Munari, que poderia gerar uma distorção da mensagem. Um exemplo de integração entre design e ambiente é a sinalização da avenida Paulista. Desenvolvido pelo escritório Cauduro Martino Arquitetos Associados, o projeto unificava todo o sistema de orientação da via em totens de formatos simples. Informações como nome de rua, semáforo de pedestre e de veículos, placas 37

[imagem 19] banner no vão central da estação da Sé


de trânsito e lixeiras se concentravam nos totens, o que eliminava sistemas complementares e ajudava na criação de uma identidade visual para a avenida. Totens de outras cores eram utilizados para transmitir outras informações; os verdes indicavam percursos, bairros, ruas e avenidas próximas e os azuis serviços, como pontos de ônibus, museus, hospitais etc. Todos os totens chegaram a ser implantados, porém hoje em dia somente os pretos permanecem. O projeto completo não se restringia somente à sinalização, mas também ao mobiliário urbano, que incluía desde lixeiras até bancas de jornal, além do design de bancos e até mesmo o paisagismo dos jardins, feito em parceria com a arquiteta Rosa Grena Kliass [imagem 20].

[imagem 20] projeto da Cauduro para a avenida Paulista

Para abordar o tema fixou-se em uma estação para analisar a aplicação dela no plano real. A escolha da estação Consolação se deu por dois motivos: a simplicidade arquitetônica que ela tem, se comparada às outras, e a conexão com a estação Paulista da linha amarela. Com isso ela necessita das três principais mensagens, saída, embarque e conexão. 38


[imagem 21] Fachhochschule Osnabrück e Kreissparkasse Ludwigsbrug Alemanha

A alternativa encontrada para transformar a sinalização foi criar longos caminhos que conduzissem o usuário, ou seja, a sinalização estaria presente em todo o percurso do usuário. Dessa forma se rompe com as tradicionais placas tornando-a mais funcional. O plano em que os caminhos se encontram também muda, o teto passa a integrar o suporte de sinalização; o que hoje é vertical passa a ser horizontal. O piso também poderia ser uma escolha, já que facilitaria a instalação e tem mais visibilidade, porém essa visibilidade se perderia devido ao fluxo de usuários em uma estação nos horários de pico. Esse sistema de caminhos e sinalização no teto já é utilizada em alguns projetos, em Fachhochschule Osnabrück, Kreissparkasse Ludwigsbruge Landratsamt Tübingen, todos na Alemanha [imagens 21 e 22]. 39


[imagem 22] Landratsamt Tübingen e Fachhochschule Osnabrück Alemanha

Outro ponto importante a se melhorar são os mapas, ou seja, facilitar o uso destes, e complementá-los com um sistema paralelo que indicaria a localização de cada acesso [imagem 23]. Com isso se retiraria a responsabilidade dos mapas de conectar o interior da estação com o exterior.

Mapa dos Arredores A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

Praça Fagundes Varella

Cemitério da Consolação

1

1

Estacão Consolacão LOGRADOUROS

Praça Humberto de Campos

2

2

3

3 Cemitério do Araça

Congregação Israelita Paulista

4

4

5

6

9 de Julho, Av. (O-10) Adma Jafet, R. (O-7) Alexandre de Gusmão, R. Dr. (M-15) Angatuba, R. (B-1) Angélica, Av. (F-5) Antonio Carlos, R. (J-6) Augusta, R. (J-7) Baebebu, Viela (C-1) Bahia, R. (H-1) Barata Ribeiro, R. (N-7) Barbosa Rodrigues, R. (N-4) Bela Cintra, R. (H-6) Buri, R. (C-3) Capivari, R. (D-1) Carlos Comenale, R. (O-12) Carlos do Pinhal, R. São (M-9) Casa Branca, Al. (K-15) Catanduva, R. (C-4) Consolação, R. da (G-5) Cordeiro de Farias, Pça. Mal.(E-4) Costa, R. (N-3) Dona Paula, Tr. (I-2) Dona Teresa, R. (L-5) Ernst Marcus, R. Prof. (C-5) Fagundes Varella, Pça. (C-1) Fernando de Albuquerque, R. (K-3) Franca, Al. (C-10) Franca, Passagem (D-11) Frei Caneca, R. (L-8) Haddock Lobo, R. (I-7) Herculano de Freitas, R. (N-6) Humberto de Campos, Pça. (F-2) Itabirito, R. (D-4) Itajobi, R. (C-2) Itajubá, R. (B-3) Itaperuna, R. (A-1) Itapeva, R. (O-13) Itápolis, R. (F-1) Itaquera, R. (D-1) Itararé, R. (N-5) Itatiba, R. (A-2) Itatinga, R. (A-2) Itú, Al. (E-10)

Jaú, Al. (E-10) João Florêncio, R. (B-5) João Manoel, R. Pe. (H-11) José Eusébio, R. Cel. (J-1) José Maria Lisboa, R. (F-14) Lorena, Al. (B-13) Luis Coelho, R. (J-6) Luis Ribeiro Mendonça, Tr. Dr. (F-9) Maceió, R. (I-3) Marcelino Ritter, R. (D-5) Matias Ayres, R. (J-4) Minas Gerais, R. (C-6) Moacir Piza, R. (E-9) Monlevade, R.Engº. (N-10) Morro Verde, R. (D-3) Natanael, R. Maj. (B-4) Newton Feitosa, Tr. (B-13) Novo Horizonte, R. (F-2) Oscar Freire, R. (A-15) Otávio Mendes, R. (A-15) Pamplona, R. (O-15) Paulista, Av. (H-7) Pedro Taques, R. (M-2) Peixoto Gomide, R. (N-9) Picarolo, R. Prof. ( ) Plínio Figueiredo, R. (M-11) Rebouças, Av. (B-8) Rocha de Azevedo, Al. Min. (L-10) Santos, Al. (F-7) São Miguel, R. (O-5) Tietê, Al. (B-11) Vicente Flix, R. (F-15) Vinicius de Morais, R. (D-6)

6

Instituto Adolfo Lutz

Hospital Emílio Ribas Paróquia do Divino Espírito Santo Paróquia São Luiz e Colégio São Luiz

7

7 Hospital Sirio Libanês

CONGAS Metrô - SEDE

PONTOS DE INTERESSE 8

CORREIOS

8

Shopping Center Três Hospital e Maternidade São Paulo

9

9 Conjunto Nacional

10

10 SABESP

Cemitério da Consolação (L-1) Cemitério do Araça (A-14) Colégio e Igreja Maria Imaculada (H-14) Congregação Israelita Paulista (I-4) Conjunto Nacional (I-9) Congas (I-7) Correio (G-8) Hospital Emílio Ribas (A-6) Hospital e Maternidade São Paulo (L-8) Hospital Nove de Julho (N-9) Hospital Sirio Libanês (O-7) Instituto Adolfo Lutz (B-6) Museu de Arte de São Paulo - MASP (N-12) Metrô de São Paulo - Sede (I-8) Paróquia do Divino Espirito Santo (M-6) Paróquia São Luis e Colégio São Luis (H-7) Parque Tte. Siqueira Campos - Trianon (M -12) (L-13) SABESP (H-10) Sede - Metrô (I-8) Shopping Center Três (J-8) Sociedade Brasileira de Educação (Igreja São Luis) (H-7)

LEGENDA Metrô Linha 2 - Verde Pontos de interesse Áreas Públicas livres de edificações

11

11

0005

Numeração do logradouro Acesso à estação

Colégio e Igreja Maria Imaculada

12

12

MASP

Parque Tte. Siqueira Campos TRIANON

13

13 Parque Tte. Siqueira Campos TRIANON

14

14 Praça Alexandre de Gusmão

15

15

A

0

B

60

120

C

180

240

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

300 m

[imagem 23] atual mapa da estação Consolação 40


abordagem eletro-mecânica Uma das formas de desenvolver os caminhos definidos no partido seria a associação da luz com um suporte que contenha a informação, ou seja, uma espécie de backlight. A forma antiga do backlight com lâmpadas fluorescentes já ficou ultrapassada. Hoje se pode obter o mesmo efeito de diferentes formas, uma delas são os LEDs, pequenas lâmpadas de alto desempenho que possuem grande poder de iluminação, gastando menos energia e ocupando menos espaço.

41

[imagem 24] sinalização do centro Georges Pompidou e iluminação da casa noturna D-edge


[imagem 25] luminária Philips e fita de LED RGB

Utilizadas em semáforos e faróis de automóveis, além de aplicações decorativas para modificar a ambientação e sinalizações internas como no Centro Georges Pompidou [imagem 24], os LEDs são capazes de produzir luz de diversas cores, se associados ao sistema RGB, como foi aplicado pela Philips na Mini Luminária de LEDs RGB [imagem 25]. Com o avanço tecnológico criou-se as fitas de LED [imagem 24], que possuem espessura de aproximadamente 2 mm, 10 mm de largura e é vendida em rolo de até 5 metros, podendo ser fragmentada em módulos de 50 mm com 3 lâmpadas cada ou soldadas, aumentando a metragem. Ainda há a opção de cores, como o branco frio, branco quente, vermelho, azul, verde e o sistema RGB, que amplia a possibilidade cromática (a fita RGB tem o módulo de 100 mm com 3 LEDs). Uma fonte de 12V consegue ligar até um metro de fita e com a ajuda de um 42


computador e softwares especializados é possível controlar a intensidade da luz, o que permite vários tons de cores na fita RGB, e criar uma animação. Comercialmente, foi elaborada uma fita de LED RGB com controle de programação; são 90 animações que alternam a intensidade e a cor da luz. As mensagens seriam perfuradas a laser em uma chapa metálica dobrada por onde a luz das fitas de LED passariam, cada informação teria uma cor específica e a animação realçaria o sentido. Devido ao anteparo metálico a iluminação da nova sinalização não influenciaria a iluminação da estação, o que poderia causar estranhamento no ambiente, já que as luzes seriam coloridas. Além disso, haveria um aparato para difundir a luz e não deixar que ela passasse diretamente pelos orifícios e ofuscasse o usuário. A princípio as chapas teriam somente uma proteção, mantendo a cor natural, mas seria necessário fazer experimentos de contraste no próprio ambiente para definir a combinação cromática entre o metal, a luz e a estação. Para as chapas desenvolveu-se uma malha quadriculada de 3 mm (tamanho da lâmpada de LED na fita) que estruturaria toda informação, desde a mensagem escrita até os desenhos de setas. Utilizou-se como base a Helvética para criar uma tipografia que respeitasse a malha quadriculada. As perfurações ocasionadas na chapa levam a um efeito “pixel”, deformando os tipos e adquirindo uma aparência de baixa resolução. Porém a leitura à distância atenuaria essas deformações da “pixalizacão”. Todo 43


[imagem 26] testes caseiros com a fita de LED para teste usando a tipografia “pixalizada”

alfabeto criado teria uma altura de 150 mm, 50 mm maior que o texto usado nas atuais placas. Optou-se também pela Helvética para manter a tipografia existente nos elementos de sinalização para funcionários, que não seriam alterados [imagem 26]. Em alguns projetos como no Ballast Point Park, na Austrália, esta estrutura de chapa perfurada já foi aplicada e funcionou [imagem 27]. Percebe-se que a perfuração é utilizada não só na tipografia, 44


mas também nos pictogramas. Em Landratsamt Tübingen, na Alemanha, foi criada uma tipografia “pixalizada”, que ganha resolução e leitura com o tamanho e a distância [imagem 28]. Para viabilizar um futuro projeto criaram-se módulos de 1500 mm que se uniriam formando os caminhos. Esse foi considerado o espaço mínimo para colocar a mensagem que ocupa mais espaço, a de “embarque”. As setas têm módulos próprios, também com 1500 mm e, havendo necessidade, esses módulos poderiam ser cortados. Para bifurcações e mudança de direção existiriam peças próprias respeitando a estrutura das demais.

A seção transversal das chapas seriam trapézios com 250 mm de base maior, que conteriam as mensagens, altura de 50 mm e ângulos agudos de 60º. A base menor, de 192,5 mm, teria um vão na área central. As fitas de LED estariam coladas em um outro suporte - uma chapa de PS ou PVC de 180 mm de largura, por onde correria a chapa metálica - afixado por longos parafusos que se prendem ou no teto da estação (diretamente no 45

[imagem 27] Ballast Point Park Austrália


[imagem 28] Landratsamt Tübingen Alemanha

concreto) ou no trilho do forro vertical existente nas plataformas ou nas paredes, dependendo da arquitetura. Esse sistema de “gavetas” seria fundamental para a instalação e manutenção do sistema. A abordagem voltada para os mapas e informações de saída seguiria a mesma linguagem, utilizando chapas metálicas perfuradas. Após a linha de bloqueios, haveria 46


um grande painel como posto de informações para os usuários consultarem, com mapas e índice com os principais pontos da região. A partir disso se definiria qual a melhor das quatro saídas, indicadas também por caminhos, similar aos caminhos de embarque, saída e conexão (com animação de setas e cores). Antes mesmo de se chegar à rua haveria outro mapa de arredores em escala maior, com mais informações e mais detalhes sobre o entorno. Por ser esta uma abordagem generalista, que procurou privilegiar a leitura e diagnóstico da comunicação visual já existente, alguns detalhamentos de projeto – elaborados normalmente numa fase posterior e que exigiriam estudos mais aprofundados, com a elaboração de protótipos, por exemplo – não foram desenvolvidos.

47


caminhos “embarque”, “saída e ”conexão” placas de bilheteria e bloqueios painéis informativos planta de implantação

48


49


3 3 3 3 3

alfabeto com efeito pixel e malha de estruturação

3 3 3 3 3 medidas em milĂ­metros 50


19,25 18

parafusos de fixação chapa de PS ou PVC

5

chapa metálica fitas de LED

25 corte transversal

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placas básicas e bifurcação e cotovelo

52


simulação da sinalização na plataforma 53


simulação da sinalização na plataforma

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simulação da sinalização no túnel da escada rolante

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layout do painel informativo próximo à saída

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simulação do painel informativo próximo à saída 57


saída 1 LOGRADOUROS 9 de Julho, Av. (O-10) Adma Jafet, R. (O-7) Alexandre de Gusmão, R. Dr. (M-15) Angatuba, R. (B-1) Angélica, Av. (F-5) Antonio Carlos, R. (J-6) Augusta, R. (J-7) Baebebu, Viela (C-1) Bahia, R. (H-1) Barata Ribeiro, R. (N-7) Barbosa Rodrigues, R. (N-4) Bela Cintra, R. (H-6) Buri, R. (C-3) Capivari, R. (D-1) Carlos Comenale, R. (O-12) Carlos do Pinhal, R. São (M-9) Casa Branca, Al. (K-15) Catanduva, R. (C-4) Consolação, R. da (G-5) Cordeiro de Farias, Pça. Mal.(E-4) Costa, R. (N-3) Dona Paula, Tr. (I-2) Dona Teresa, R. (L-5) Ernst Marcus, R. Prof. (C-5) Fagundes Varella, Pça. (C-1) Fernando de Albuquerque, R. (K-3) Franca, Al. (C-10) Franca, Passagem (D-11) Frei Caneca, R. (L-8) Haddock Lobo, R. (I-7) Herculano de Freitas, R. (N-6) Humberto de Campos, Pça. (F-2) Itabirito, R. (D-4) Itajobi, R. (C-2) Itajubá, R. (B-3) Itaperuna, R. (A-1) Itapeva, R. (O-13) Itápolis, R. (F-1) Itaquera, R. (D-1) Itararé, R. (N-5) Itatiba, R. (A-2) Itatinga, R. (A-2) Itú, Al. (E-10)

saída 3 LOGRADOUROS 9 de Julho, Av. (O-10) Adma Jafet, R. (O-7) Alexandre de Gusmão, R. Dr. (M-15) Angatuba, R. (B-1) Angélica, Av. (F-5) Antonio Carlos, R. (J-6) Augusta, R. (J-7) Baebebu, Viela (C-1) Bahia, R. (H-1) Barata Ribeiro, R. (N-7) Barbosa Rodrigues, R. (N-4) Bela Cintra, R. (H-6) Buri, R. (C-3) Capivari, R. (D-1) Carlos Comenale, R. (O-12) Carlos do Pinhal, R. São (M-9) Casa Branca, Al. (K-15) Catanduva, R. (C-4) Consolação, R. da (G-5) Cordeiro de Farias, Pça. Mal.(E-4) Costa, R. (N-3) Dona Paula, Tr. (I-2) Dona Teresa, R. (L-5) Ernst Marcus, R. Prof. (C-5) Fagundes Varella, Pça. (C-1) Fernando de Albuquerque, R. (K-3) Franca, Al. (C-10) Franca, Passagem (D-11) Frei Caneca, R. (L-8) Haddock Lobo, R. (I-7) Herculano de Freitas, R. (N-6) Humberto de Campos, Pça. (F-2) Itabirito, R. (D-4) Itajobi, R. (C-2) Itajubá, R. (B-3) Itaperuna, R. (A-1) Itapeva, R. (O-13) Itápolis, R. (F-1) Itaquera, R. (D-1) Itararé, R. (N-5) Itatiba, R. (A-2) Itatinga, R. (A-2) Itú, Al. (E-10)

saída 2 LOGRADOUROS

Jaú, Al. (E-10) João Florêncio, R. (B-5) João Manoel, R. Pe. (H-11) José Eusébio, R. Cel. (J-1) José Maria Lisboa, R. (F-14) Lorena, Al. (B-13) Luis Coelho, R. (J-6) Luis Ribeiro Mendonça, Tr. Dr. (F-9) Maceió, R. (I-3) Marcelino Ritter, R. (D-5) Matias Ayres, R. (J-4) Minas Gerais, R. (C-6) Moacir Piza, R. (E-9) Monlevade, R.Engº. (N-10) Morro Verde, R. (D-3) Natanael, R. Maj. (B-4) Newton Feitosa, Tr. (B-13) Novo Horizonte, R. (F-2) Oscar Freire, R. (A-15) Otávio Mendes, R. (A-15) Pamplona, R. (O-15) Paulista, Av. (H-7) Pedro Taques, R. (M-2) Peixoto Gomide, R. (N-9) Picarolo, R. Prof. ( ) Plínio Figueiredo, R. (M-11) Rebouças, Av. (B-8) Rocha de Azevedo, Al. Min. (L-10) Santos, Al. (F-7) São Miguel, R. (O-5) Tietê, Al. (B-11) Vicente Flix, R. (F-15) Vinicius de Morais, R. (D-6)

9 de Julho, Av. (O-10) Adma Jafet, R. (O-7) Alexandre de Gusmão, R. Dr. (M-15) Angatuba, R. (B-1) Angélica, Av. (F-5) Antonio Carlos, R. (J-6) Augusta, R. (J-7) Baebebu, Viela (C-1) Bahia, R. (H-1) Barata Ribeiro, R. (N-7) Barbosa Rodrigues, R. (N-4) Bela Cintra, R. (H-6) Buri, R. (C-3) Capivari, R. (D-1) Carlos Comenale, R. (O-12) Carlos do Pinhal, R. São (M-9) Casa Branca, Al. (K-15) Catanduva, R. (C-4) Consolação, R. da (G-5) Cordeiro de Farias, Pça. Mal.(E-4) Costa, R. (N-3) Dona Paula, Tr. (I-2) Dona Teresa, R. (L-5) Ernst Marcus, R. Prof. (C-5) Fagundes Varella, Pça. (C-1) Fernando de Albuquerque, R. (K-3) Franca, Al. (C-10) Franca, Passagem (D-11) Frei Caneca, R. (L-8) Haddock Lobo, R. (I-7) Herculano de Freitas, R. (N-6) Humberto de Campos, Pça. (F-2) Itabirito, R. (D-4) Itajobi, R. (C-2) Itajubá, R. (B-3) Itaperuna, R. (A-1) Itapeva, R. (O-13) Itápolis, R. (F-1) Itaquera, R. (D-1) Itararé, R. (N-5) Itatiba, R. (A-2) Itatinga, R. (A-2) Itú, Al. (E-10)

Jaú, Al. (E-10) João Florêncio, R. (B-5) João Manoel, R. Pe. (H-11) José Eusébio, R. Cel. (J-1) José Maria Lisboa, R. (F-14) Lorena, Al. (B-13) Luis Coelho, R. (J-6) Luis Ribeiro Mendonça, Tr. Dr. (F-9) Maceió, R. (I-3) Marcelino Ritter, R. (D-5) Matias Ayres, R. (J-4) Minas Gerais, R. (C-6) Moacir Piza, R. (E-9) Monlevade, R.Engº. (N-10) Morro Verde, R. (D-3) Natanael, R. Maj. (B-4) Newton Feitosa, Tr. (B-13) Novo Horizonte, R. (F-2) Oscar Freire, R. (A-15) Otávio Mendes, R. (A-15) Pamplona, R. (O-15) Paulista, Av. (H-7) Pedro Taques, R. (M-2) Peixoto Gomide, R. (N-9) Picarolo, R. Prof. ( ) Plínio Figueiredo, R. (M-11) Rebouças, Av. (B-8) Rocha de Azevedo, Al. Min. (L-10) Santos, Al. (F-7) São Miguel, R. (O-5) Tietê, Al. (B-11) Vicente Flix, R. (F-15) Vinicius de Morais, R. (D-6)

saída 4 LOGRADOUROS

Jaú, Al. (E-10) João Florêncio, R. (B-5) João Manoel, R. Pe. (H-11) José Eusébio, R. Cel. (J-1) José Maria Lisboa, R. (F-14) Lorena, Al. (B-13) Luis Coelho, R. (J-6) Luis Ribeiro Mendonça, Tr. Dr. (F-9) Maceió, R. (I-3) Marcelino Ritter, R. (D-5) Matias Ayres, R. (J-4) Minas Gerais, R. (C-6) Moacir Piza, R. (E-9) Monlevade, R.Engº. (N-10) Morro Verde, R. (D-3) Natanael, R. Maj. (B-4) Newton Feitosa, Tr. (B-13) Novo Horizonte, R. (F-2) Oscar Freire, R. (A-15) Otávio Mendes, R. (A-15) Pamplona, R. (O-15) Paulista, Av. (H-7) Pedro Taques, R. (M-2) Peixoto Gomide, R. (N-9) Picarolo, R. Prof. ( ) Plínio Figueiredo, R. (M-11) Rebouças, Av. (B-8) Rocha de Azevedo, Al. Min. (L-10) Santos, Al. (F-7) São Miguel, R. (O-5) Tietê, Al. (B-11) Vicente Flix, R. (F-15) Vinicius de Morais, R. (D-6)

9 de Julho, Av. (O-10) Adma Jafet, R. (O-7) Alexandre de Gusmão, R. Dr. (M-15) Angatuba, R. (B-1) Angélica, Av. (F-5) Antonio Carlos, R. (J-6) Augusta, R. (J-7) Baebebu, Viela (C-1) Bahia, R. (H-1) Barata Ribeiro, R. (N-7) Barbosa Rodrigues, R. (N-4) Bela Cintra, R. (H-6) Buri, R. (C-3) Capivari, R. (D-1) Carlos Comenale, R. (O-12) Carlos do Pinhal, R. São (M-9) Casa Branca, Al. (K-15) Catanduva, R. (C-4) Consolação, R. da (G-5) Cordeiro de Farias, Pça. Mal.(E-4) Costa, R. (N-3) Dona Paula, Tr. (I-2) Dona Teresa, R. (L-5) Ernst Marcus, R. Prof. (C-5) Fagundes Varella, Pça. (C-1) Fernando de Albuquerque, R. (K-3) Franca, Al. (C-10) Franca, Passagem (D-11) Frei Caneca, R. (L-8) Haddock Lobo, R. (I-7) Herculano de Freitas, R. (N-6) Humberto de Campos, Pça. (F-2) Itabirito, R. (D-4) Itajobi, R. (C-2) Itajubá, R. (B-3) Itaperuna, R. (A-1) Itapeva, R. (O-13) Itápolis, R. (F-1) Itaquera, R. (D-1) Itararé, R. (N-5) Itatiba, R. (A-2) Itatinga, R. (A-2) Itú, Al. (E-10)

Jaú, Al. (E-10) João Florêncio, R. (B-5) João Manoel, R. Pe. (H-11) José Eusébio, R. Cel. (J-1) José Maria Lisboa, R. (F-14) Lorena, Al. (B-13) Luis Coelho, R. (J-6) Luis Ribeiro Mendonça, Tr. Dr. (F-9) Maceió, R. (I-3) Marcelino Ritter, R. (D-5) Matias Ayres, R. (J-4) Minas Gerais, R. (C-6) Moacir Piza, R. (E-9) Monlevade, R.Engº. (N-10) Morro Verde, R. (D-3) Natanael, R. Maj. (B-4) Newton Feitosa, Tr. (B-13) Novo Horizonte, R. (F-2) Oscar Freire, R. (A-15) Otávio Mendes, R. (A-15) Pamplona, R. (O-15) Paulista, Av. (H-7) Pedro Taques, R. (M-2) Peixoto Gomide, R. (N-9) Picarolo, R. Prof. ( ) Plínio Figueiredo, R. (M-11) Rebouças, Av. (B-8) Rocha de Azevedo, Al. Min. (L-10) Santos, Al. (F-7) São Miguel, R. (O-5) Tietê, Al. (B-11) Vicente Flix, R. (F-15) Vinicius de Morais, R. (D-6)

layout painel informativo pós bloqueios

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layout painel informativo na plataforma

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simulação do painel informativo na plataforma

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abordagem digital A última tecnologia em relação aos LEDs são os chamados OLEDs, ou LEDs orgânicos (levam esse nome por possuírem carbono em sua composição). Utilizadas em telas finas, essas novas lâmpadas podem ser aplicadas em superfícies maiores e também não planas, como paredes, tetos, ou até mesmo em vidros. Para 2011 espera-se que seja lançada uma televisão de alta definição utilizando os OLEDs na tela [imagem 29]. Atualmente existem outras tecnologias de displays ultrafinos, além dos OLEDs. Entre elas está o Eagle XG Slim [imagem 30]. A grande diferença entre os dois é a transparência; o segundo pode ficar totalmente translúcido, como um vidro normal. Outra característica é sua associação com a tecnologia touch, o que permite a interação com o usuário. Outras novas tecnologias já foram lançadas, como a tinta eletrônica, utilizada no Kindle. Para a realização dessa abordagem focouse principalmente no Eagle XG Slim como base, mas não significa que seria a única forma.

61

[imagem 29] tela de tinta eletrônica, televisão de OLED e “todos os relógios do mundo”- Londres, com display de OLED


[imagem 30] display Eagle XG Slim da Corning

Mesmo com esses avanços dos displays optouse por respeitar o partido inicial, que também foi seguido na abordagem eletro-mecânica. Os caminhos traçados ganhariam mais animações, as palavras teriam movimentos e criariam um fluxo próprio que conduziria o usuário. Devido a essa animação baniu-se as setas. Por serem a representação estática de um movimento, elas seriam redundantes. Apenas em situações de emergência utilizaria setas para enfatizar o sentido de evacuação da estação. Em alguns pontos poderia-se colocar avisos de alerta, como nas escadas rolantes, ou acima dos bloqueios, avisando alguma anormalidade no serviço. As lâminas seriam modulares de 1500 x 750 mm, o tamanho máximo, segundo o fabricante do Eagle XG Slim, é de 1500 x1850 mm, porém eles podem ser dispostos lado a lado formando uma única imagem com dimensões superiores a 1500 x1850 mm. A largura dos caminhos seguiria a menor dimensão, ou seja 750 mm. As animações também seriam modulares, se repetindo a 62


cada duas lâminas. Com isso a sensação de continuidade se manteria. Assim como na abordagem anterior, as informações estão no mesmo plano e cada mensagem teria sua cor correspondente. O suporte único não permite a independência das mensagens, o que não aconteceria na abordagem eletro-mecânica, pois os caminhos tem sistemas próprios e independentes. Nas bilheterias e na linha de bloqueios adotou-se as placas por serem locais pontuais no meio do percurso, o que orientaria o fluxo de pessoas e indicaria o acesso para pessoas com deficiência. Nas bilheterias ainda haveria um painel com as tarifas e avisos. Para deixar as mensagens mais claras utilizou-se o recurso do display de misturar o texto opaco com um fundo neutro e translúcido. Optou-se pela neutralidade nas sinalizações para não criar uma identidade cromática em cada linha, tendo em vista que não existem muitas cores diferentes para identificar todas as linhas de uma rede. Elas seriam identificadas somente por números ou letras e não mais por cores. A princípio o fundo seria em dois tons de cinza, porém a idéia é que ele possa ser modificado da mesma forma que o Google faz hoje, os chamados Doodles. Eventualmente o site de buscas modifica seu logo para comemorar alguma ocasião, mas sempre mantendo sua identidade já tão conhecida e consolidada. Os recursos também mudam, muitas vezes só no desenho, mas já teve 63


animação (177º aniversário da Martha Graham), vídeo (122º aniversário do Charles Chaplin), interações com o cursor e até mesmo jogos (30 anos do Pacman) [imagem 31]. [imagem 31] doodles da Goolgle sobre cículos em plantações, Martha Graham, dots, John Lennon, Charles Chaplin e pacman

Essas intervenções lúdicas influenciam as pessoas: um blog que costumava ter 40 acessos por dia recebeu quase 7000 visitas em um post sobre círculos em colheitas. Ao investigar o motivo, o blogueiro descobriu que nesse mesmo dia o Google tinha colocado em sua página principal um Doodle sobre o assunto. Ou seja, ao entrar no site e depararem-se com a modificação no logo, os internautas, por curiosidade, “deram um Google” sobre o tema e entraram no blog. O inusitado é que nem sobre ufologia era o post, e sim era uma análise geométrica e formal dos círculos em colheitas. A parceria entre a Lacoste e os irmãos Campana é algo similar. A marca convidou a dupla de designers para criar algumas peças. Eles utilizaram os jacarés símbolos da marca como principal 64


elemento e fizeram até uma releitura da própria poltrona utilizando somente jacarés de pelúcia [imagem 32]. A idéia de intervir no fundo da sinalização seria levar algo novo para os usuários, seja chamando artistas para incrementar a sinalização, ou indicando que está acontecendo um evento como a Virada Cultural ou a Parada Gay. Os painéis de informações localizados nas plataformas foram divididos em dois grupos. O primeiro é composto por três displays e um suporte para extintores ou lixeiras, unificando em um único nicho todos os equipamentos de acesso ao público. O display horizontal acima indicaria qual a estação em que o usuário se encontra; em situações de emergência ele adquiriria cor de alerta e sinalizaria o equipamento de combate a incêndio. A tela à direita estaria voltada para propaganda; com tecnologia touch para interagir 65

[imagem 32] poltrona e camiseta polo dos irmãos Campana para a Lacoste


com o público, mas caberia à publicidade e ao tipo de campanha definir se ela seria um simples expositor ou não. No display maior passariam informações para os usuários do Metrô, por exemplo: mapa da rede, clima, o tempo no exterior da estação, hora, além de horóscopo, agenda cultural (um pouco como funciona a TV Minuto que hoje está implantada dentro dos vagões do Metrô). Também haveria filmagens, com câmeras ao vivo, da superfície, similar ao projeto do Cauduro e Martino desenvolvido para o metrô de Buenos Aires. Nele os painéis de plataforma têm desenhos da paisagem da superfície, assim os passageiros têm noção em que ponto da cidade estão. Além disso haveria informativos sobre a situação e funcionamento da rede, assim o usuário poderia traçar rotas alternativas. Importante ressaltar que apesar desse último ser um suporte único ele poderia se dividir e passar várias informações ao mesmo tempo ou apenas uma. Ele também auxiliaria nas rotas de fuga. O segundo grupo é composto por dois painéis horizontais. O primeiro sinalizaria a estação, igual ao outro já descrito. O segundo seria informativo e interativo; existiriam algumas categorias, como cultura e sugestões para o Metrô, mas a principal função seria auxiliar o usuário a se locomover na cidade, indicando exatamente onde se localiza e como fazer para ir a determinado lugar, ligações com a CPTM e rotas de ônibus. Apesar de ser uma faixa contínua existiriam seis postos de informação independentes. Após a linha de 66


bloqueios teriam mais painéis similares a esses com as mesmas funções, associados aos caminhos de saída. A publicidade poderia exercer um papel importante: financiar o custo e a manutenção do sistema de sinalização. Com os displays elas ganhariam novas e mais eficientes formas de divulgação, o que diminuiria a poluição visual sem prejudicar a arrecadação da Companhia com publicidade. Incorporar e aceitar as propagandas ajudam não só na forma como ela é feita e exposta, mas também gera uma dinâmica visual para as estações devido a suas constantes trocas. A fixação das placas seria relativamente simples. Fita dupla face transparente de alta aderência poderia resolver a questão, mas novamente necessitaria de teste e protótipos para averiguar a resistência do sistema. No caso dos painéis, a situação se modificaria um pouco. Precisaria de peças niveladoras para compensar a curvatura da parede.

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caminhos “embarque”, “saída e ”conexão” placas de bilheteria e bloqueios painéis informativos planta de implantação

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saída conexão linha 04

ro la nt e

embarque - vl. madalena

conexão linha 04

cu id ad o

na

es ca da

saída

embarque - vl. madalena layout dos caminhos sem e com aviso de alerta

70


disposição da sinalização saída conexão linha 04

embarque - vl. madalena

saída

conexão linha 04

embarque - vl. madalena

saída

conexão linha 04

embarque - vl. madalena

saída conexão linha 04

embarque - vl. madalena

embarque - vl. madalena

saída

conexão linha 04

saída

saída conexão linha 04 conexão linha 02

71

conexão linha 04 embarque - vl. madalena


simulação da sinalização na plataforma 72


simulação da sinalização na plataforma

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simulação da sinalização no túnel da escada rolante

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layout das saídas sem e com aviso de alerta

saída 01 saída 02

ro la nt e

saída 02

saída 01

saída 01

na

es ca da

saída 01

saída 02 cu id ad o

saída 02 75


saída 01

saída 01 saída 02

saída 01 saída 01

saída 01 saída 02

saída 01 saída 02

saída 02

saída 02

saída 02

disposição da sinalização de saída

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simulação da sinalização em uma das saídas 77


saída

saída trens com atraso

saída

trens com atraso

saída trens com atraso

trens com atraso

saída aída

saída aída trens com atraso

saída aída

trens com atraso

saída aída trens com atraso

trens com atraso

layout das placas dos bloqueios e com aviso de alerta

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layout das placas dos bloqueios e com aviso de alerta

embarque

embarque trens com atraso

embarque

trens com atraso

embarque trens com atraso

embarque rque

trens com atraso

embarque rque trens com atraso

embarque rque

trens com atraso

embarque rque trens com atraso

79

trens com atraso


embarque

embarque

embarque

embarque rque

embarque rque

disposição das placas nos bloqueios

80

embarque rque


disposição das placas nos bloqueios

saída

saída

saída

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saída aída

saída aída

saída aída


simulação das placas nos bloqueios

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layout das bilheterias sem e com aviso de alerta e disposição das placas na bilheteria

bilheteria

bilheteria trens com atraso

bilheteria

bilheteria

bilheteria

83

trens com atraso

bilheteria

bilheteria

tarifas


simulação das placas na bilheteria

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layout painel informativo de plataforma

consolação clima 18:29 hoje nublado 22ºC

amanhã chuva máx 28ºC mín 19ºC

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(2950 x 500 mm)

(450 x 1250 mm)

(1750 x 1250 mm)

(750 x 1000 mm)

painel não interativo suporte para lixeira ou extinor painéis interativos dimensões dos painéis

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layout painel informativo de plataforma em situação de emergência

extintor

saída

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simulação do painel informativo de plataforma

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layout painel interativo de plataforma

consolação informações arredores

informações

arredores

arredores

cultura interatividade sugestões mapa da rede

cultura interatividade

sugestões mapa da rede

arredores

arredores

cultura interatividade

cultura

sugestões mapa da rede

cultura interatividade sugestões

sugestões mapa da rede

mapa da rede street view

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arredores

mapa

interatividade

busca


consolação informações arredores

arredores cultura

arredores cultura

cultura interatividade

sugestões mapa da rede

arredores

mapa

interatividade sugestões

sugestões mapa da rede

mapa da rede street view

layout painel interativo pós bloqueios

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busca


dimensões dos painéis

(2950 x 500 mm)

(450 x 750 mm módulos de 500 mm)

painel não interativo suporte para lixeira ou extinor painéis interativos 91


simulação do painel interativo de plataforma

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saída

saída saída

saída sinalização em situação de emergência

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análise das abordagens Apesar de compartilharem do mesmo partido, pode-se dizer que as abordagens eletro-mecânica e digital têm suportes completamente diferentes, embora apresentem algumas semelhanças. Ambas rompem com a tradicional placa e indicam um novo modo de sinalizar. No espaço interno da estação, entre os bloqueios e a plataforma, elas provavelmente atenderiam bem. Mas com relação ao exterior, à cidade e informações sobre o que ocorre fora da estação, as duas possuem deficiências. A primeira abordagem está mais pautada no que temos hoje em dia e na forma clássica de sinalização. Nela, as informações dos painéis estão simplesmente dispostas e são limitadas; não há a possibilidade de pesquisa por parte do usuário. No meio de tudo que lhe é jogado ele precisa buscar e selecionar o que lhe interessa. Também não há uma forma mais rápida e dinâmica de atualizar os dados; é necessário redesenhar os mapas, reimprimi-los e reinstalálos; além disso, eles dão informações gerais e não específicas para cada pessoa. Diante da rede metroviária que existe hoje em São Paulo, as limitações da abordagem eletromecânica são coerentes com o sistema de transporte: um sistema que trabalha em sua capacidade máxima e mesmo assim não é capaz de atender à demanda da metrópole. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, de 23 de Abril de 2011, o CoMet, um comitê que reúne os maiores metrôs do mundo, afirmou que em 2010 o Metrô paulistano transportava 11,5 milhões de passageiros por quilômetro de linha, o que 95


[imagem 33] estação da Sé em horário de pico

o coloca como o metrô mais lotado do mundo. Estima-se que o ideal é 200 mil por quilômetro [imagem 33]. Um projeto como esse implantado nas redes metroviárias de Londres, Nova Iorque ou Tóquio, as maiores do mundo [imagem 34], já nasceria ultrapassado e seria incapaz de atender às necessidades do sistema. A malha é complexa, existem muitas conexões e alternativas que simples painéis não são capazes de informar. Considerando que o transporte de alta capacidade seria a solução para o problema do trânsito em São Paulo, a rede metroviária sofreria uma grande expansão, portanto a abordagem eletro-mecânica se tornaria rapidamente obsoleta. Já a segunda abordagem avança em alguns aspectos. O rompimento com a sinalização 96


tradicional, na forma como ela é apresentada, exigiu um novo suporte de informação, algo que fosse hoje tecnologicamente novo e viabilizasse a nova comunicação e enriquecesse o sistema de sinalização. Porém, isso não chega a indicar uma nova forma de sinalizar. Os painéis interativos 97

[imagem 34] mapas do metrô de Londres, Nova Iorque e Toquio


[imagem 35] Personal Computer (PC) e tablet

apontam e abrem portas para serviços antes inexistentes e que inovariam no campo da sinalização, preparando os usuários para algo novo. Mas antes de romper com o atual e criar algo novo, é preciso que a população absorva essa nova forma de usar a tecnologia. No final do século XX, houve uma revolução na relação entre o homem e a máquina com o surgimento dos Personal Computers (PCs). Hoje analistas como Horace Dediu, especialista em tecnologia móvel, dizem que em 2010 se iniciou uma era pós-PC com o lançamento e popularização do iPad [imagem 35]. Os tablets e o sistema touch quebraram paradigmas: a forma de interagir com um computador mudou 98


e agora não é mais preciso um instrumento para comandar a tela: o mouse foi eliminado. Isso, associado à portabilidade e à conectividade que os aparelhos possuem. Ver e-mails, acessar as redes sociais, entrar na internet, unir desde o lazer ao trabalho em um único aparelho que pode ser carregado para qualquer lugar. Toda essa transformação modificou a forma de usar a tecnologia e principalmente a mentalidade das pessoas. Os tablets ganharam força e hoje em dia estão substituindo não só os PCs na vida profissional e pessoal, mas também o papel. Com eles já se pode assinar revistas eletrônicas e comprar livros virtuais, abandonando o material físico. O que hoje está ocorrendo fortemente na computação, já aconteceu em outros setores. A telefonia, por exemplo [imagem 36], também sofreu grandes mudanças. O telefone fixo está perdendo espaço para a mobilidade do celular, que virou peça 99

[imagem 36] celular da década de 90 e os novos smartphones


[imagem 37] vídeo games Atari e Wii

essencial no cotidiano. O que antes era usado apenas para fazer ligações, hoje em dia ganha cada vez mais e mais funções (cabe a cada um analisar a utilidade dessas novas funções). Há 10 anos o celular nem mandava mensagens de texto, depois ganhou novas formas, displays coloridos, câmeras fotográficas, internet e evoluiu para smartphones. Sabe-se lá o que ainda se pode agregar ao aparelho. O vídeo game é outro exemplo de transformação [imagem 37], o que antes possuía poucos comandos através de alguns botões, como o Atari, agora tem controles que captam movimentos, seguindo aquilo que era intuitivo para a criança, levar o controle para cima e para baixo. A apresentação deles também se modificou, com o Nintendo 64 e o Play Station os jogos deixaram o 2D, agora é só esperar as televisões 3D para saber qual será a nova forma de se jogar vídeo game. 100


Hoje, crianças de 4 anos já estão familiarizadas com o sistema touch e a interatividade com a máquina é algo natural, enquanto os mais velhos estão cada vez mais tentados a se inserir nessa nova forma mais intuitiva de se trabalhar com o computador. Isso mostra como a sociedade está se preparando para o que se indica ser o futuro. A Geração Y, ou seja, pessoas nascidas entre o final da década de 70 até 1990, iniciou essa modificação de forma natural. A televisão, o computador, existiam antes mesmo de seu nascimento, logo eles não tiveram que aprender a dominar as máquinas, pois estas estavam naturalmente inseridas em seu meio. Pesquisas americanas comprovam que a convivência com ferramentas virtuais desenvolve nas pessoas um sistema cognitivo diferente e isso pode ser comprovado pelas várias atividades que elas são capazes de administrar ao mesmo tempo. Hoje já se define uma nova geração, a Z, que nasceu em um mundo com a velocidade da internet e que possuirá outro comportamento. A interatividade estará cada vez mais presente. Outros exemplos estão prestes a serem lançados, como a televisão on demand. Recentemente o Metrô de São Paulo criou um serviço em que o usuário poderá receber no seu celular, através de torpedos, informações sobre o funcionamento das linhas; para isso basta cadastrar-se no site da Companhia. Isso mostra uma mudança de como poderá ser a sinalização futura, ampliando-a para um projeto de ambientação, transformando o espaço do Metrô em algo além do sistema 101


de transporte, em meios de informação e comunicação. O usuário poderá fazer sua pesquisa dentro da estação que indicará a melhor forma de ir, em seu smartphone ele carregará as informações necessárias e durante o trajeto receberá atualizações sobre as condições da viagem e possíveis rotas alternativas. Na consulta também detalhará melhor o entorno, com mapas e animações que mostrem passo a passo de maneira fácil e didática como chegar ao destino. Além de informações sobre cultura, lazer, gastronomia, resumo da novela e placar dos jogo de futebol etc, tudo isso para seduzir os passageiros como meio de convidá-los a usufruírem dos novos serviços. O usuário poderá também verificar dados climáticos, hora, trânsito e ver o que está acontecendo fora da estação sem sair dela, com câmeras ao vivo que ele mesmo pode controlar. Tudo isso também poderá ser transferido para o tablet ou smartphone. As informações sobre serviços de transporte (ônibus, Metrô, trem e até a pé), clima, cultura, lazer seriam integrados podendo ser acessadas de um único aparelho ou posto de informação. Através de redes socias que se acessa de celulares, computadores, tablets e dos próprios painéis informativos, os passageiros também poderiam interagir e ajudar a alimentar a central de informações. Divulgando sobre o que ocorre no próprio Metrô, ou com dicas sobre eventos e lugares ao redor de determinada estação.

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A nova forma de computação também influencia o design, tornando-se mais coerente com os avanços da informática. Os computadores atuais podem ser considerados híbridos da máquina de escrever e da televisão; não houve uma ruptura com o antigo, apesar de toda revolução que os PCs causaram; com os tablets, os teclados e mouses foram abandonados, o tamanho do aparelho diminuiu e a tela ganhou outras funções; não é mais só para visualizar, mas também é plano de controle. Atualmente criou-se o termo “internet das coisas” para designar a interatividade entre os objetos, com isso eles se tornam uma espécie de pequenos computadores que se conectam através de uma rede. Uma mesa deixará de ser só uma mesa, também poderá ser o computador de trabalho; a geladeira avisará a falta de determinado produto através de um chip na embalagem e automaticamente o acrescentará na lista de compras. Os elementos de acabamento do piso ou do teto do Metrô também exerceriam função de painel informativo, criando um novo espaço toda vez que mudasse a programação dos displays. A parceria entre a Apple e a Nike mostra como isso está prestes a tornar-se realidade. Serão instalados chips nos tênis de corrida capazes de monitorar os exercícios físicos. O design terá o papel importante de conseguir conectar toda essa multifuncionalidade.

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conclusão Apesar de toda pesquisa e criação de um novo sistema de sinalização, conclui-se que o projeto seria inviável no Metrô de São Paulo. A idéia de criar caminhos pode ser interessante e funcional em alguns espaços, mas não na totalidade das estações. A funcionalidade do sistema tem suas limitações, as estações estão cada vez mais profundas e arquitetonicamente mais complexas, logo, mais caminhos seriam traçados, o que acabaria gerando uma poluição visual que confundiria o usuário, pois criaria um labirinto e um caos que comprometeria toda a funcionalidade do projeto, embora pudesse ganhar uma plasticidade e ousadia, criando um elemento interessante na estação. Além disso, o desenvolvimento tecnológico e sua capacidade de interagir com o ser humano aponta para uma nova forma de sinalização, onde as pessoas poderão receber informações precisas de acordo com a própria necessidade através de aparelhos pessoais como smartphones.

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[imagem 38] Landratsamt Tübingen Alemanha


Entretanto os caminhos poderiam ser utilizados em outras situações, como já ocorre no Brasil em alguns hospitais. Esse sistema poderia ser aplicado em locais onde há fluxo de pessoas e eventuais paradas, por exemplo um aeroporto com suas etapas para o embarque e desembarque. O diálogo entre o sistema de sinalização e a arquitetura é fundamental para seu sucesso e eficácia.

[imagem 39] Eureka Park - Austrália

As novas formas de sinalização abrem portas não só para informações, mas também para o lúdico. A apropriação do fundo por artistas citada anteriormente é um meio, mas ainda é tímido, pois fica somente na exposição, não há participação do usuário. A própria arquitetura pode ser suporte. Ocupar os elementos verticais

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e horizontais, como paredes e pisos, e aproveitar a espacialidade do ambiente, como no Eureka Park na Austrália, ou Landratsamt Tübingen, na Alemanha, criaria uma nova dinâmica para o espaço [imagens 38 e 39]. Assim como a associação da “high technology” com a “low technology”, como a utilização um simples adesivo vinílico com displays touch ultrafinos. Em uma rede em que é possível chegar a qualquer lugar em até trinta minutos, como em Tóquio, a distração lúdica valorizaria a viagem. Levar duas horas em um trajeto cotidiano não porque os meios de transporte são ineficientes, mas porque se deseja.

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agradecimentos Agradeço a todos que me ajudaram na realização deste trabalho: amigos, familiares, colegas de trabalho e professores. Obrigado Giorgio por ter me aceitado como orientando no meio do percurso e finalizá-lo comigo, e Gil por ter começado.

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aluno: Pedro Suzuki professor: Giorgio Giorgi Junior fau usp 2011


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