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menino menino menino menino
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NINGUÉM TOMAVA CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DO MENINO.”
“Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de suco de frutas, vários casais de jovens tomavam suco de frutas, alguns mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da rádiopatrulha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora.
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passos mais e pude ver que era um menino.”
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Um menor abandonado.”
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a calçada.
“Estava dormindo, como podia estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, traste inútil, abandonado sobre
“Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esburacada, para se defender contra o frio da noite.”
“Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi, junto a parede da esquina, algo que me pareceu uma trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns
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PROTESTO TÍMIDO
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Precisamos
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o, çã fla in ra e t a ” mb ar. co ch n i ch pe , as
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“Dizem os entendidos que o problema é de ordem econômica, ou seja, mais de ordem técnica que de ordem moral.
“A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado Murmuraste um protesto tímido”
A injustiça social?”
O problema do menor abandonado?
O Brasil é feito por nós. Com isso, todos os problemas se resolverão, inclusive o do menor abandonado.”
“Então vim para casa, os versos do poeta se repetindo na minha cabeça. Não sou poeta e minha prosaica competência se limita a este retângulo impresso, onde me cabe escrever amenidades sobre a vida de todo dia, para distrair o leitor.”
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a reação do menino se eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso?
Resolveria o seu problema?
(*)
“Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria
“A FALTA QUE ELA ME FAZ”, EDITORA RECORD, 1987
“Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. OS OMBROS QUE SUPORTAM O MUNDO
Alguns, achando bárbaro o espetáculo, preferiram (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação.”
“Pouco importa a velhice, que é a velhice? Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda.”
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criada no período de
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1948 - 1960
Mergenthaler Linotype
FERNANDO SABINO
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por Jackson Burke
“SENTIMENTO DO MUNDO”, COMPANHIA DAS LETRAS, 2012
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
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