Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas.
Darcy Ribeiro
Índice I. Resumo dos Minicursos ...................................... 5 II. Resumo das Oficinas ......................................... 8 III. Resumo dos Simpósios Temáticos ................. 11 01. África e Africanidades (Bruno Rodrigues Pimentel/PPGHS-FFP-UERJ) .......................... 11 02. América (Rafael Sales Rosa / Especialização – CEHRI – UERJ) ............................................ 24 03. Antiguidade e Medievo ( Diego Machado / UNIRIO) ........................................................... 32 04. Cidades ( Fillipe Portugal / UERJ-FFP) ..... 41 05. Ditadura e Memória (Artur Malheiro /PPGHUNIRIO) ........................................................... 54 06. Ensino de História ( Diego Deziderio /FFPUERJ) ............................................................... 69 07. História das Mulheres e relações de gênero ( Anna Beatriz Esser dos Santos – PPGHC/ UFRJ). .............................................................. 85 08. História e Mídias (Juliana Bragança / PPGHC-UFRJ) ............................................... 101 09. História Econômica (Roberto Santana Santos / PPGH-UERJ)................................................ 115
10. História, Museu e Patrimônio (Debora Simões de Souza Mendel / PPGHS-FFP-UERJ) ........................................................................ 118 11. História Política (Juliana Foguel / PPGHCUFRJ) ............................................................. 127 12. Tema Livre (Sérgio Oliveira / UERJMaracanã) ....................................................... 137 13. Teoria da História e Historiografia (Tatiana Gama / UNIRIO) ............................................ 157
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I. Resumo dos Minicursos
A participação civil no governo militar de 19641985 (Felipe de Faria Quadrado / Pedro Fernandes Russo).
O último período autoritário brasileiro (1964 – 1985) ficou conhecido como Ditadura Militar. Embora os militares tenham dado um golpe que retirou do poder o legítimo presidente da República, João Goulart, e tenham controlado a presidência, a participação civil que apoiou o governo foi extensa. Recentemente a historiografia passou a chamar o período de ditadura “civilmilitar”, compreendendo a comunhão feita com os militares. O foco deste minicurso é mostrar como foi a atuação dos civis que apoiaram o governo ditatorial.
A contribuição metodológica da sociologia na construção da história religiosa (Tiago Ferreira dos Santos).
O processo de contribuição e ajuda mútua entre as diversas áreas do conhecimento tem sido fundamental na produção científica. Observamos que a comunicação entre a história e sociologia tem se tornado cada dia mais frequente, tornado-se indispensável para o estudo histórico dos fenômenos religiosos. Estes estudos tem se ampliado e diversificado, alcançando um patamar que escapa da simples análise de “profissão de fé”. Neste sentido, o auxílio da sociologia é imprescindível para uma construção de uma coerente História Religiosa.
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História e Patrimônio Cultural: Inventários, Dossiês de tombamentos e Laudos técnicos (José Rodrigo Lourenço de Freitas).
O mini-curso abordará o papel do historiador frente ao Patrimônio Cultural, a partir das práticas e projetos que envolvam a pesquisa histórica. Serão mostrados os meios para salvaguardar o Patrimônio Cultural, como Laudos de conservação, Inventário de Patrimônio histórico e Cultural e Dossiês de tombamento.
Museu de Periferia (MUPE), um museu comunitário e as primeiras aproximações com a educação histórica (Wagner Tauscheck).
O minicurso esta inscrito dentro do campo da educação histórica e baseia-se na importância do ensino e aprendizagem da História no processo de formação para a cidadania e no pressuposto da democratização do acesso à memória como um dos componentes desse processo. Toma como princípios norteadores a articulação entre memória, museologia social e aprendizagem histórica, bem como a sua relação como a utilização de documentos/monumentos (LE GOFF, 2003) no desenvolvimento da consciência histórica e orientação temporal dos alunos (RÜSEN, 2001).
A História nos versos da Literatura de Cordel (Sabrinne Cordeiro Barbosa da Silva / Luciana Borges Patrocio).
Este minicurso foi elaborado em consonância a perspectiva de que os livretos de cordel podem ser usados como fontes centrais de pesquisas do campo
7 histórico. Neste contexto, foram selecionados cordéis sobre a temática do cangaço e do cangaceiro Lampião para se abordar as principais características da Literatura de cordel, as suas temáticas mais trabalhadas e algumas possíveis categorias de análise. Tendo o objetivo de identificar os cordéis como narrativas que estabelecem diálogos entre a ficção e a realidade, além de construir representações acerca de uma determinada época e seus personagens.
Escravidão, Quotidiano e Resistência no século XIX: um debate acerca da hermenêutica do quotidiano (Danilo Luiz Marques).
O presente minicurso tem como objetivo debater a temática da diáspora negra no Brasil através de uma perspectiva que evidencia a resistência e a luta cotidiana da população cativa ao longo do século XIX. Debateremos como a historiografia brasileira vem privilegiando as experiências vividas de escravos, forros, libertos e africanos livres, entendendo-os como sujeitos históricos ativos no enfrentamento da hegemonia senhorial e cumprindo um papel importante no processo de abolição da escravidão. Para tanto, centraremos em debater as contribuições da hermenêutica do quotidiano neste processo.
Estudantes fazendo intervenção social: História da Extensão Universitária no Brasil (Rosimário Aragão Quintino / Fernanda Pinto).
A proposta desse mini-curso é discutir o surgimento e funcionamento da tão praticada e pouco discutida: Extensão Universitária no Brasil, buscando desde suas origens com as primeiras universidades
8 brasileiras, ou os embriões delas, passando pelo papel da UNE na sua construção, na implantação do modelo assistencialista/tolhedor do Regime Militar no Brasil até a criação da Política Nacional de Extensão e de órgãos que viabilizassem e fomentassem seu funcionamento em plano nacional.
A História contada a partir de pinturas (João Augusto da Silva Neto).
O minicurso propõe discutir a construção de uma história social a partir da análise de pinturas. Assim, no processo de construção do conhecimento histórico, as pinturas precisam ser consideradas como documentos/fontes que revelam uma dimensão do passado e, por isso, devem ser analisadas em sua complexidade, levando em consideração a existência de relações efetivas entre arte e o “sistema social”. Com efeito, pretende-se refletir o papel dos artistas enquanto sujeitos históricos que transmitem através de suas obras experiências e interpretações da realidade social vivida, muitas vezes adentrando no campo da política, da cultura e mesmo da história.
II. Resumo das Oficinas
O Patrimônio Histórico de Ocara e QuixadáCeará e a sua Preservação (Danilo Uchôa da Costa/ Andressa do Nascimento)
Com o tema: “O Patrimônio Histórico de Ocara e Quixadá–Ceará e a sua preservação", vamos falar de duas cidades localizadas no interior do Ceará, sobre
9 seus patrimônios materiais e a imateriais e a luta para a preservação destes patrimônios. Em Ocara temos como patrimônio cultural a Festa das Almas com mais de 100 anos de tradição e imaterial os monumentos históricos. Em Quixadá temos diversos monumentos históricos, dentre eles o Cedro, um patrimônio que foi construído em 1877 que ocorreu mediante uma estratégia do governo Imperial, na época de D. Pedro II.
Histórias e culturas indígenas: possibilidades de abordagem a partir da lei 11.645 (Andréa Delfino Ferraz e Roberta Cristina Silva da Rosa).
O conhecimento acerca dos povos indígenas tem sido deficientemente trabalhado, tanto na sala de aula quanto em obras voltadas para a compreensão didática. Menos comum é a presença de trabalhos que abordem a relação que se estabeleceu e ainda se estabelece entre os povos indígenas e o Estado. Além disso, durante o diaa-dia em sala de aula, podemos perceber que falar de índio causa insegurança em alguns professores, além do tempo que sempre está curto, da falta de incentivo de algumas instituições. Sendo assim, a partir destas deficiências e da lei N° 11645 de 2008, que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira e indígena em todo território brasileiro, apresentamos nesta oficina uma proposta metodológica para se trabalhar com fontes históricas referentes à relação entre os povos indígenas e o governo de Getúlio Vargas, e as questões indígenas no Tempo Presente, induzindo professores e alunos a pensar sobre os povos indígenas do Brasil. A Oficina também pretende uma discussão sobre identidade e cultura indígena, por acreditarmos que os dois conceitos são fundamentais para se pensar os índios em nossa
10 sociedade.
Ensino de História com dança (Karla Gaspar de Oliveira).
Proposta do trabalho é mostrar que uma aula de História pode ser mais dinâmica e atrativa para os alunos. Além de trabalhar a interdisciplinaridade, autoestima, imaginação e organização do aluno. Cada momento de sensibilização dos participantes fará com que eles entendam a proposta final da oficina que é fazer essa viajem por uma determinada sociedade causando assim um interesse maior e entendimento melhor por parte dos alunos. Baseando-se em textos de ensino de História, psicologia e Dança.
Cinedadania, Arte e Debate: ensaios sobre uma aprendizagem diária (Rafael Teixeira do Rego Monteiro e Trilce Medina Tello).
O “Cinedadania, arte e Debate” visa não só divulgar obras audiovisuais vinculadas a nossos canais na internet, como também incentivar a utilização por parte de educadores de nosso modelo de organização coletiva e ainda elucidar para a possibilidade de produção de um documentário a partir de nossas experiências em conjunto com outros interessados em problematizar temas polêmicos. Aumentaríamos, assim, a amplitude do projeto, e logo, a força política que essa forma organizacional tem como estratégia pedagógica alternativa, de formação docente e, sobretudo, cidadã.
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III. Resumo dos Simpósios Temáticos 01. África e Africanidades (Bruno Rodrigues Pimentel/PPGHS-FFP-UERJ) O Simpósio Temático intitulado "África e Africanidades" pretende reunir trabalhos que enfocam temas relacionados a História da África, dos Africanos e dos Afrodescendentes, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política. A proposta objetiva criar um ambiente de discussão para os pesquisadores dos temas mencionados, abrindo espaço para reflexões desses temas nos mais diversos contextos. Valorizaremos as abordagens que utilizam diversas fontes para o desenvolvimento do objeto do trabalho proposto. Abrimos espaço para um debate interdisciplinar sobre a temática aqui proposta, analisadas não somente pelo viés histórico, mas também da antropologia, teologia, e demais abordagens.
12 “O Sagrado sincretismo” - Alexandre da Silva Nogueira (UFPA) e Mestre Nato Em torno de um longo processo de formação do povo brasileiro, que se antecipa desde a colonização destas terras até os dias atuais, a Amazônia torna-se cenário de um intenso fluxo no deslocamento de imigrantes e mentalidades oriundas de distintas regiões (europeia, africana, entre outras), somada a uma cultura nativa já existente. Interferindo assim, na formação de uma cultura cabocla que foi se implantando, redirecionando o pensamento deste povo e a forma de portar-se em relação ao meio em que vive e sua religiosidade. Desta forma, este trabalho procura entender a construção de uma religiosidade estabelecida em torno dos orixás africanos e suas relações sincréticas com os santos católicos envolvendo a pajelança e o tambó de mina no Pará, cruzando informações, da mitologia yorubá, a história da Igreja católica no Brasil com as práticas religiosas de matrizes africanas e indígenas nos dias de hoje em terreiros de umbanda nos bairros Belém. Contudo, Mestre Nato propôs construir narrativas das trajetórias dessa cultura popular através de seus estandartes em consequência desta pesquisa. Palavras-chave: Sincretismo religioso, cultura popular, religiosidade.
"Karl Peters, agente alemão na África. Raça e império no imaginário colonial" - Bárbara Caramuru (UFPR). Devido ao desenvolvimento industrial interno, e consequente interesses coloniais e expansão econômica
13 dos grupos hanseáticos, mas também portugueses, belgas franceses e ingleses, no último terço do século XIX, o chanceler Otto Von Bismarck realiza a Conferência de Berlim (1884-1885). Segundo o espírito europeu da época, esta conferência objetivava levar a África "os benefícios da civilização em geral e do comércio em particular". No entanto, o resultado desta conferência foi a divisão indiscriminada do continente, desrespeitando as fronteiras originais, a vontade dos povos nativos e retalhando o mapa Africano. No contexto desta colonização tardia, emerge Karl Peters, agente colonial que defendeu e aplicou a teoria racialista e imperialista na África alemã. Esta comunicação almeja analisar a prática colonial racialista de Peters, partindo do recorte da vida como agente colonial durante sua primeira expedição à África, em 1884, até ser rotulado pelos meios da época como "Hangepeters" (Peters o enforcador). Fundamentada no marco teórico levistraussino (raça e história), discuto alguns conceitos vinculados ao darwinismo social, que legitimou no período estudado as práticas coloniais pela Europa, situando a esta em uma posição de “supremacia”, definida por um suposto patrimônio genético herdado. Palavra chave: África-1 Imperialismo-2,Racismo-3
A pedagogia da liberdade: O ensino profissionalizante e a construção do trabalho livre no Pará (1871-1888). Raíssa Cristina Ferreira Costa Na primeira metade do século XIX foram instituídas na Província do Pará escolas e institutos artísticos com o intuito de atender exigências
14 mercadológicas e, em certa medida manter o controle da parte da população dita indolente, assim como se formaram oficiais artistas em oficinas informais na província com o mesmo intuito. Este trabalho visa o estudo da participação de escravos e libertos nestas escolas, especialmente no que diz respeito a cidade de Belém, procurando dar conta de sua participação tanto no ensino formal e informal; perceber quais as consequências que este status traria ao mesmo e qual a importância e influencia deste ensino profissionalizante para a formação do trabalhador livre nos anos que antecedem a abolição, tendo como metodologia a análise da bibliografia a respeito do tema confrontandoas com as principais fontes utilizadas que são jornais do período e relatórios de presidente província. Palavras-chave: Escravidão, Abolicionismo e Educação Profissionalizante. Fugas escravas no Grão-Pará oitocentista (1840-1860) - Roberta Conceição Tavares. O presente trabalho se propõe analisar o protagonismo dos negros escravizados a partir de suas práticas de fugas, no Grão-Pará na virada da primeira para a segunda metade do séculXIX,suas dimensões práticas e simbólicas e suas repercussões perante os poderes senhoriais e imperiais que tentavam manter a ordem e combater resquícios da Cabanagem de 1836, que contou participação de número significante de cativos. O trabalho objetiva também analisar as caracterizações físicas dos fugitivos, a relação do corpo escravo com as marcas das estruturas sociais, assim como a relação das fugas com o fortalecimento do abolicionismo nas décadas posteriores. As fontes utilizadas são os anúncios de fugas, nos jornais
15 paraenses entre a década de 50 a 60 dos oitocentos, utilizando como metodologia a análise da historiografia existente sobre o tema e período, cruzando com as leituras das fontesprimárias dos jornais e periódicos. Palavras chaves: escravidão, fugas e abolicionismo. Estudo do Samba no contexto escolar como contribuição Africana e Afrobrasileira - Yuri Alexandrino Bandeira (UFPA) e Cecília Brasil Cordovil (UFPA) Nosso trabalho sobre o samba se inspira nos métodos e técnicas da pesquisa qualitativa, numa abordagem histórico-cultural-crítica. Este trabalho pretende estudar e dramatizar, a História do Samba brasileiro no contexto escolar, concebendo este gênero musical, como cultura de raiz africana e patrimônio artístico-cultural nacional. Respaldado pelas orientações legais, presentes nos PCNs e na Lei 10.639, vamos realizar um conjunto de atividades educativo-culturais envolvendo alunos do ensino médio e professores de História, Arte e Literatura da E.E.E.F.M. Regina Coeli, localizada em Ananindeua-Pará. Será realizada uma pesquisa na escola para saber o grau de interesse dessa clientela buscando-se reconhecer e identificar os aspectos significativos e representativos que o samba expressa no cotidiano social. Com base nos resultados da pesquisa e através de palestras e oficinas o projeto será executado. Acreditamos na eficácia pedagógica desta ação curricular, para iniciarmos um processo de africanização curricular nesta escola fazendo-os conhecer a importância do samba como contribuição cultural de matriz africana, para a Música Popular Brasileira.
16 Palavras-Chave: samba, raiz africana, Lei 10.639. A resistência ao recrutamento de negros na Guerra do Paraguai - Andrea Fabiana de Castro Alexandre e Thaylinne Julião do Nascimento (UFPE) Introdução: O presente artigo propõe discutir algumas das diversas formas de reação dos negros , tanto escravos quanto não-escravos, ao programa de “Voluntários da Pátria”, criado pelo governo brasileiro para suprir a falta de um exército na Guerra do Paraguai. Fonte: Para tentar suprir a deficiência de informações e fontes, foram utilizados alguns artigos baseados em documentações diversas, sendo a base desse artigo portanto, o diálogo com a historiografia sobre a temática. Metodologia O recorte temporal utilizado delimita-se no período de 1864 – 1870; datas limites para historiografia oficial como início e fim da Guerra do Paraguai, sendo utilizado basicamente a bibliografia escrita. Objetivo Com este artigo pretende-se ampliar as discussões acerta da temática, que pouco é estudada e carece de fontes para pesquisa, o que tem prejudicado o estudo do caso do “voluntariado” na GP. Palavras-Chaves: Conflito, Recrutamento Forçado, Resistência. A cor das prisões no século XIX - Dandara Sílvia Matos - UFRB
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Revisitando a massa documental do século XIX, no Arquivo Público da Bahia, na Série Polícia, no período que vai de 1860 a 1862, referente à cidade do Salvador, foi possível observar que os principais presos da época tinham uma cor específica, a cor Preta. Esse trabalho foi realizado com intenção, de identificar esses sujeitos, sua posição social na sociedade (escravos, livres, libertos) e motivos das prisões. Para isso foi analisado os relatórios policiais, que informam quantos e quais foram as prisões do dia, são documentos que contém informações precisas, as vezes abertas e ao mesmo tempo disfarçadas, da realidade prisional na Bahia do século XIX. Palavras-Chave: Prisões, Salvador, Século XIX. Aplicabilidade da Lei 10.63903, no Instituto Federal da Bahia – Campus Eunápolis. Dandara Silva Ao compreender a dimensão da Lei 10.639/03, que está pautada em medidas voltadas para as políticas de ações afirmativas, uma vez que esta tem como principio a garantia do direito e a construção histórica da diversidade étnico-racial na educação escolar, que visa quebrar a estrutura de uma educação eurocêntrica. O presente trabalho pretende analisar os conteúdos e temas formativos utilizados nos planos de curso da disciplina de História, do Instituto Federal da Bahia (IFBA) Campus Eunápolis, situado no município de Eunápolis, Bahia. A partir da aplicabilidade da Lei, 10.639/03, bem como seus desdobramentos na pratica para a formação da consciência histórica e da identidade dos alunos no seu espaço escolar. De que forma se dá a perspectivas dos professores, alunos e do Instituto Federal de ensino
18 com a aplicação da Lei 10.639/03, por compreender que esta não é, mas uma questão de bandeiras nem escolhas mais obrigatoriedade. A construção metodológica deste trabalho será através dos relatos orais, que serão obtidos por meio de um questionário diagnóstico, que será aplicado aos professores do Instituto Federal de Educação da Bahia e aos alunos, e por meio da analise dos planos de curso da disciplina de história, com o objetivo de traçar um paralelo entre a realidade vivida nas praticas junto às discussões teóricas acerta da problemática proposta.
Terrível moléstia: cólera e sua trajetória na cidade de Cachoeira-BA no século XIX. Denise Bispo dos Santos (UFRB) O trabalho tem como objetivo analisar a devastadora epidemia de cólera que ocorreu em Cachoeira-BA nos anos de 1855-1856. Através dos dados coletados nos Arquivos da Santa Casa da Misericórdia de Cachoeira, Arquivo Público da Bahia e Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, permitem variadas contribuições acerca do falecimento e local de enterramento durante a epidemia, condição social, idade, cor, naturalidade, gênero. Realizo um panorama dos efeitos, durante e pós epidemia e de como a população (negros escravos, livres, africanos, brancos) reagiram no período epidêmico. Através da análise historiográfica de diferentes autores e fontes existentes, buscou-se retratar esse trágico episódio na cidade de Cachoeira. Palavras-chaves: Cólera, Cachoeira, epidemia.
19 Sincretismo Religioso na Província do GrãoPará e Maranhão No Séc. XVII: O surgimento do Tambor de Mina - Felipe Rafael Chaves Andrade A proposta deste artigo é o debate sobre o sincretismo religioso na província do Grão-Pará e Maranhão, especificamente na costa paraense durante meados do séc. XVII e início do XVIII. A principal abordagem gira em torno da forma em que os orixás e voduns africanos, deuses indígenas, nobres encantadoscomo D. Sebastião e Marquês de Pombal- junto com Sultões e Princesas do Oriente, cuja história remonta a época das cruzadas. Diante deste quadro temos a formação da religião Afro-Indígena mais abrangente e poderosa de toda a região amazônica, o Tambor de Mina. Primando pela alteridade e fidedignidade em relação a história deste período podemos conhecer um pouco mais, não somente sobre o universo espiritual e cultural, mas também sobre o contexto social e econômico em que se encontrava essa região durante este período e de que forma se relacionavam se relacionavam índios, negros, caboclos e brancos e que papel exerciam nesta sociedade. Outro ponto de análise foi o papel das ordens religiosas. Quais ordens estavam presentes, suas formas de trabalho e o que fizeram diante da manifestação religiosa conhecida até hoje como Tambor de Mina. Mantendo cultura e tradição: a revitalização da Congada da Lapa – PR. Karlla de Paris (UFPR) O presente trabalho busca analisar a tradicional festa da Congada na cidade da Lapa-PR como uma
20 manifestação de resistência da cultura afro-brasileira no estado do Paraná. Apresentando aspectos presentes na festa realizada em 1951, estudada e retratada pelos pesquisadores José Loureiro Fernandes e Vladimir Kozák, concomitantemente com a revitalização de 2004, exposta no documentário Congada da Lapa (Dir: R. A. Gennaro; Prod: LAZ Audiovisual; 2005). Colocando em discussão a questão da presença negra na Lapa como fator de desmistificação da ideia de“Paraná branco”, dando voz e face a esse grupo social constantemente sufocado pela História e historiografia desse estado. Palavras-Chave: Congada, Lapa, cultura afrobrasileira. A mortalidade cativa na Belém Oitocentista 1850-1855. Mayara Cristine Mendonça da Silva No século XIX, Belém passou por períodos epidêmicos que afetaram a sociedade como um todo, brancos, negros, índios, ricos e pobres. Os períodos que correspondem aos anos de 1850-1855, foram bastante representativos nos que diz respeito à disseminação de epidemias tais como, febre amarela, varíola a cólera, dentre outras. As fontes utilizadas para esta analise serão os Registros de Sepultamento do Cemitério da Soledade, que se encontram locados no Instituto Histórico e Geográfico do Pará-IHGP, abrangendo os anos de 1850-1855. O trabalho realizado com as fontes será uma montagem de um banco de dados que nos possibilitará fazer uma análise a respeito das principais informações que se encontram nessas fontes. O presente trabalho tem por objetivo fazer uma analise da mortalidade cativa na Belém oitocentista, realizando um levantamento das principais causas desta mortalidade na
21 população escravista no período supracitado, bem como fazer uma analise do cotidiano da saúde destes cativos. Palavras-Chave: epidemias, mortalidade, escravos. Formas de Ressignificações Identitárias presentes nas Confrarias e Irmandades mineiras em fins do século XVIII - Raphael Henrique Dias Barroso (UFV) Este trabalho visa analisar e demarcar quando possível, a participação do negro escravo ou forro nas irmandades e confrarias de Minas Gerais em fins do século XVIII. Tendo por base as premissas de Stuart Hall (1992), em que a cultura sofre alterações por intermédio das relações políticas, sociais e/ou econômicas conforme ela se relaciona com as demais e que as identidades culturais são reinventadas a partir da readequação de seus costumes em contato com outras; remeteremos assim, ao contexto das práticas religiosas, as festividades e ao sincretismo religioso, tanto por forma das tradições africanas como pelo do catolicismo popular na colônia. Vale ressaltar, que como é uma pesquisa de cunho qualitativo e por estar em andamento, limitaremos ao confrontamento historiográfico, assim como, com o diálogo do Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês de Sam Jozé de 1796 e pelas conclusões que podem ser tiradas a partir da sua leitura. Palavras-Chave: História Cultural, Irmandade Religiosa, Identidade. Abolicionismo e instrução: o aprendizado da liberdade (1850-1880) - Valder Paixão e Silva (UFPA)
22 Visando contribuir para a pesquisa acerca da educação no final do séc. XIX, para negros escravos e ingênuos (filhos de escravos liberto pela lei do ventre livre), este trabalho objetiva discutir, se utilizando da leitura jornais do período e da bibliografia a respeito o projeto educacional que as elites debatiam, com vistas a preservação da ordem, a qual poderia estar ameaçada com a abolição figurando no horizonte próximo. Com essa possibilidade tornando-se cada vez mais palpável, principalmente a partir da lei do ventre livre (1871), fazia-se necessário discutir e elaborar um projeto educacional que mantivesse estes negros em seus postos de trabalho mesmo sem o chicote sobre suas costas, incutindo valores como o respeito à ordem, à autoridade e o amor ao trabalho, tendo a preservação das hierarquias sociais, e a preparação para o trabalho como fim maior. Palavras-chave: Escravidão, Abolicionismo e Educação. CAMPOS DE DISPUTAS: O discurso abolicionista na imprensa paraense (18801888). Viviane Patrícia Fitz Gerald FrazãoUFPA Na cidade de Belém oitocentista o abolicionismo enquanto movimento social ganha concretude, principalmente, na segunda metade do XIX quando as discussões em torno da “questão servil” passaram a ser mais frequentes. E nesse contexto do longo processo que foi o fim da escravidão e as discussões em torno do encaminhamento da “questão servil” que a imprensa ganha sentido, o de ser “palanque” para a propagação dos ideais abolicionistas. A imprensa paraense passou a representar papel fundamental para a propagação dos
23 discursos proferidos nas festas de cunho abolicionista utilizadas como mecanismo para trazer a sociedade a participar da chamada “revolução social” feita pela “elite pensante” belenense. As fontes utilizadas para analisar esses discursos são os Jornais o “Diário de Belém”, “A Constituição” e o “O Liberal do Pará” todos disponíveis na Hemeroteca da Biblioteca Arthur Vianna (CENTUR). O objetivo do trabalho é analisar através do discurso abolicionista publicado nos jornais como a “questão servil” passou a ser vista pela sociedade, principalmente, nesses últimos anos que antecederam o fim da escravidão. Palavra Chave: Declínio da Escravidão, Abolicionismo, Imprensa. A formação da família escrava em Belém: visões de liberdade- 1860-1880. Lerika do Amaral Poll (UFPA) Pretendo com meu estudo fazer uma abordagem a parti do estudo das famílias escravas, sobre a posição do cativo na formação da sociedade, e no processo histórico que permeia o sistema da escravidão. Esta pesquisa visa discutir e aprofundar a analise do processo de Formação de Famílias Escravas no Pará, no período que compreende os anos de 1860-1880, pois ao se estudar a formação e consolidação destas famílias, será possível discutir a posição do negro na sociedade, passando a analisar sua postura como agente social importante para a formação de sua história. As fontes que serão analisadas para o estudo desta pesquisa serão os registros de casamentos e batismo, que estão locadas na CURIA- Arquidiocese de Belém. Meu objetivo é poder analisar a escravidão a parti de novas experiências como estratégia de liberdade, a exemplo dos
24 casamentos, que proporcionaram ao cativo gozar de um modo de vida melhor mesmo ainda na condição de escravos, podendo ter benefícios ao formarem famílias. Palavras-Chave: família, escravidão, “liberdade”.
02.
América
(Rafael Sales Especialização – CEHRI – UERJ)
Rosa
/
Neste simpósio temático pretende-se colocar em debate a América Latina contemporânea, com ênfase para trabalhos que versem sobre a história política, cultural e social dessa região, tais como: direitas; esquerdas; revoluções socialistas; regimes civil-militares; imprensa; cinema; memória; política externa; integração sul-americana; e “socialismo do século XXI”.
América Latina atual: efervescência política originária no processo de independência espanhola – Marta Maria Santos de Guimarães. A América Latina atual consiste em uma efervescência política, que tem origem na independência. Durante o processo independentista,que se iniciou durante o ano de 1808 e que teve seu auge revolucionário em 1810. A diversidade política iniciouse quando os crioullos, elite local excluída de participação política, impulsionaram a divulgação dos pensamentos liberais. A população apoiava a elite porque buscava direitos, a exemplo a posse da terra. As fontes utilizadas são as referências bibliográficas como
25 os escritos de Xavier-Guerra, a coleção Revoluções de Independências e Nacionalismos nas Américas e algumas atas das Cortes de Cádiz, visando mostrar a pluralidade politica. A leitura das atas, juntamente com as análises feitas tendo por base a bibliografia, formatou o artigo presente, que faz parte de um estudo monográfico maior.
Verdades, Mitos e Mentiras sobre a participação soviética na Segunda Guerra Mundial - João Claudio Platenik Pitillo (UERJ) A participação soviética na II Guerra Mundial continua sendo estudada no Brasil a partir da ótica anglo-estadunidense, pouco material com a versão soviética teve transito no Brasil, com isso os estudos sobre a mesma continuam imersos nos ditames da Guerra Fria, prejudicando a pesquisa necessária. A URSS foi protagonista de batalhas que mudaram os rumos da guerra, Moscou, Stalingrado, Leningrado, Kursk e Berlin, batalhas que confluíram na derrota total das forças nazi-fascistas. As ações soviéticas acarretaram na destruição de 607 divisões nazifascistas, enquanto os Aliados Ocidentais apenas 173, a URSS ainda realizou operações que garantiram a derrota do Japão e a libertação de cerca de 20 países. Tais fatos continuam desconhecidos no Brasil. Por isso esse trabalho tem como objetivo mostrar dados a partir de fontes soviéticas inéditas no Brasil, estabelecendo um outro paradigma na historiografia militar brasileira. Palavras Chave: Soviética, Frente SoviéticoAlemã, Segunda Guerra Mundial.
26 Tensões do profissionalismo: um estudo do futebol na Colômbia (1948-1951) - Eduardo de Souza Gomes – FFP/UERJ Este presente trabalho tem como objetivo analisar o desenvolvimento do profissionalismo no futebol colombiano e seus efeitos no país entre os anos de 1948 a 1951. A morte do líder liberal Jorge Gaitán, em abril de 1948, e as constantes disputas políticas entre os Partidos Liberal e Conservador na Colômbia, caracterizaram o periodo conhecido como La Violencia. Nesse mesmo ano de 1948, o futebol se tornou um esporte profissional. Essa profissionalização marcou também a grande disputa entre a Dimayor, nova liga de futebol profissional que surgia, e a Adefútbol, federação que até então era a responsável pela organização do esporte no país. Com as disputas entre as duas federações, a Dimayor se torna inicialmente uma liga não reconhecida oficialmente, o que a propiciou por diversos fatores que nesse trabalho são analisados a obterem a contratação de diversos craques do futebol mundial, formando o período conhecido no futebol colombiano como El Dorado. Nesse contexto, são analisados nessa pesquisa o desenvolvimento do profissionalismo no futebol colombiano, assim como as tensões geradas por esse processo, o êxodo inicial de jogadores estrangeiros para o país e sua importância para a transformação do futebol em esporte espetáculo e a importância do esporte nesse contexto político e social, tendo surgido como uma opção nacionalista no meio de um país completamente dividido pelas disputas entre liberais e conservadores. Palavras-Chave: Futebol colombiano; Profissionalismo; Nacionalismo.
27 Eu, Zé de Ribamar, Matei um Kennedy: A pressão de um povo visando a absolvição de um réu-Crime na Ulen Company, São Luis1933. Keyciane de Sousa Martins (UFMA) O trabalho analisa o contexto da instalação Ulen Company no Maranhão e a morte de J. H. Kennedy contador da empresa, assassinado por José de Ribamar Mendonça, revoltado pela forma como foi demitido. A insatisfação dos ludovicenses levou Zé de Ribamar de réu a vitima, e esse assassinato significou uma vitória sobre a opressão dos norte-americanos. Utiliza-se da História Social, e a análise parte da pesquisa bibliográfica, as fontes primárias utilizadas foram os jornais, como “O pacotilha”, “O Diário Oficial”, além da “Carta Testemunhal” do réu. A pressão popular mobilizada pela insatisfação com a política imperialista, fez com que a justiça maranhense não se intimidasse com a soberania dos EUA e absolvesse três vezes o réu confesso. Palavras-chave: Crime Ulen Company, Kennedy, São Luis. Teatro Popular e Debate Político - o caso do TCP em Pernambuco (1960 - 1964) - Luiz Felipe Batista Genú (UFPE) O objetivo do presente trabalho, orientado pelo Prof. Dr. Antonio Torres Montenegro, é analisar as relações entre o debate político em Pernambuco durante o período que se estende de 1960 a 1964, e a cena artística da cidade do Recife, por meio da trajetória do Teatro de Cultura Popular (TCP), grupo teatral ligado ao Movimento de Cultura Popular – MCP - do Recife.
28 No quatriênio em destaque - onde se intensifica a polarização em torno dos diferentes projetos políticos para o Brasil, propostos por partidos vistos à época como alinhados à “esquerda” ou à “direita” - a efervescência das disputas observadas nos movimentos sociais e no cenário político pernambucano não ficou restrita ao campo político. O debate em torno das mudanças sociais necessárias se propagou também para a produção artístico-cultural. Concorreram para tanto a tomada de consciência por parte de setores intelectuais e artísticos das desigualdades sociais e econômicas do Brasil e a animação causada pelo discurso desenvolvimentista em voga. Dessa maneira, cada vez mais a ideia de construção de uma arte socialmente participante, cujo valor revolucionário seria capaz de contribuir para a deflagração das mudanças que a sociedade necessitava, se torna uma das temáticas centrais do debate cultural daquele momento. Nesse sentido, ocorre a difusão da noção de Cultura Popular, que para alguns grupos de artistas significou uma forma de empregarem a sua arte para a educação e conscientização política do povo. Entendimento que entrava em choque com outra ideia sobre Cultura Popular em voga, mais preocupada em retratar situações cotidianas, trejeitos e maneiras de falar com as quais o povo se identificasse. É nesse contexto que surge o Teatro de Cultura Popular (TCP), inicialmente chamado de Teatro Experimental de Cultura (TEC), ligado ao Movimento de Cultura Popular (MCP). O principal intuito presente na formação do TCP era o de promover uma renovação no teatro, não apenas no que se refere ao fazer teatral, mas atrair as camadas populares para os espetáculos e, sempre que necessário, levar os espetáculos aos bairros mais humildes da cidade. A ligação institucional do TCP com o governo de Miguel
29 Arraes proporcionou os meios materiais necessários para esse empreendimento. É notável também o contato estabelecido entre o TCP e o Teatro de Arena de São Paulo, que à época se destacava por seus espetáculos carregados de críticas sociais. Essa colaboração entre o Teatro de Arena e o TCP resultou, inclusive, em 1962, em uma peça chamada Julgamento em Novo Sol, a qual ao mesmo tempo em que foi apontada por críticos da época como um espetáculo "panfletário" atraiu a simpatia de segmentos estudantis e populares para o grupo. Além da peça referida anteriormente, o Teatro de Arena durante suas visitas ao Recife ofereceu seminários de dramaturgia aos atores locais. Com a sobrevinda do golpe civil-militar em março de 1964, o TCP, junto com todos os outros departamentos artísticos que compunham o MCP foi fechado. A metodologia de pesquisa empregada incluiu a leitura de bibliografia referente ao Brasil no período em tela - 1960 a 1964, o uso de periódicos que circulavam em Pernambuco, como o Jornal do Commércio, o Diário de Pernambuco e o Última Hora, além de revistas como a revista O Cruzeiro. Palavras-Chave: Teatro, Popular, Político. As brigadas muralistas e seu papel na via chilena ao Socialismo - Renan da Cruz Padilha Soares Este presente trabalho tem como foco as pinturas feitas pelos militantes de esquerda durante o governo de Allende, no Chile, de 1970 a 1973. Pretendemos analisar as semelhanças e diferenças da esquerda do período expostas nos murais e a importância das brigadas para o processo histórico vivido. Utilizaremos como fontes, imagens dos murais pintados pelos
30 brigadistas, retiradas da internet e utilizando como método de análise a leitura isotópica, aplicada para imagens. No período em questão assistimos a uma profunda radicalização do processo político, que opuseram distintos interesses de classe e projetos de sociedade. No campo cultural, as Brigadas Muralistas desempenharam importante papel durante o período. Como eram hegemonizadas por organizações de esquerda, expunham em suas gravuras as diferentes concepções e conceitos a respeito da luta por uma sociedade socialista, evidenciando assim as diferenças e semelhanças existentes no interior do bloco de esquerda. Palavras-chave: Chile, Allende, Socialismo. Visões da conquista: um ensaio sobre a conquista do México - Filipe Penteado Santoro (UERJ) A conquista da América Espanhola, na maioria das vezes, aparece numa versão simplificada a respeito dos fatos relatados na historiografia tradicional ou versões tendenciosas. Esse trabalho apresenta a conquista do Império Asteca através com base na leitura dos relatos de cronistas e na análise das conjunturas da época. Através desse prisma, temos resultados diferentes da leitura tradicional desse fato histórico. O principal problema levantado por esse estudo, resumido em poucas linhas, é de que justamente fatores culturais foram decisivos para a derrocada do poder asteca. O que não ignora outros fatores, como aspectos biológicos, estratégicos, bélicos, entre outros. Percebemos justamente que há um enaltecimento de outros fatores como essenciais, em detrimento de outros, que, como este, foram parcialmente ofuscados, tornando a produção historiográfica sobre o tema deficiente.
31 Palavras-Chave: América Espanhola.
Conquista,
Povos
Mexicas,
O papel das mulheres nos clubes de diversões fundados por trabalhadores no Rio de Janeiro (1907-1913) - Igor Estevam Santos de Oliveira (PÓS-EHCS/UFF). O grande número de associações presente nos subúrbios do Rio de Janeiro também é surpreendente e instiga pesquisas, muitas delas formadas por trabalhadores. As atividades e objetivos realizados nessas associações poderiam variar entre bailes, jogos, desfiles e simples espaços de diversão. A historiografia tem apontado pouca ou nenhuma participação para as mulheres, mostramos que apesar de não fazerem parte diretamente das administrações das agremiações, tinham elas seu lugar definido e papel ativo no cotidiano das associações. Buscamos mostrar como se dava o papel feminino nas agremiações. Palavras-chave:mulheres, agremiações, associativismo. Entre a denúncia e o silêncio: os discursos sobre a ASI/UFRN - Monique Maia de Lima e Patrícia Wanessa de Morais Este trabalho objetiva investigar e analisar o papel da assessoria de Segurança e Informação (ASI), instituída na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 1970,durante a gestão do reitor Onofre Lopes. As ASIs integraram o sistema repressivo militar e tinham caráter investigativo. Foram implantadas em grande parte dos órgãos públicos, principalmente nas
32 instituições de educação. Pretendemos, através das informações obtidas pela Comissão da Verdade, instaurada em 2012 no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, relacionar as informações encontradas nos jornais e documentos, assim como nos depoimentos de ex-reitores e chefes da extinta Assessoria de Segurança e Informação. Neste ínterim, procuramos, a partir da analise do discurso (BOURDIEU, 2008) analisar e compreender as estratégias e intencionalidades acionadas nas falas, em prol da construção e reelaboração de memórias, subterrâneas e oficiais (HALBWACHS, 1990). Palavras-Chaves: Repressão – Memória - ASI.
03. Antiguidade e Medievo ( Diego Machado / UNIRIO) O ensino e a pesquisa acerca da antiguidade e do medievo vêm crescendo e se consolidando grandiosa e proficuamente no Brasil nas últimas décadas, como podemos atestar no aumento do número de núcleos de pesquisa, congressos nacionais e internacionais e revistas especializadas na divulgação de trabalhos sobre esse período histórico. Desta forma, propomos a criação deste Simpósio Temático de modo a promover a apresentação e divulgação dos trabalhos realizados nesta área e incentivar um debate interdisciplinar, discutindo o conhecimento histórico e suas abordagens teórico-metodológicas. Além disso, encorajamos o
33 envio de comunicações que tratem dos usos do passado em tempos posteriores, bem como suas atuações didáticas.
A geografia do Além na literatura: Divina Comédia e Visão de Túndalo - Rakell Rays dos Anjos Alves Esta pesquisa pretende analisar a importância das narrativas, Visão de Túndalo e Divina Comédia, no imaginário medieval no século XV. A partir da aplicação do conceito de “imaginário”, definidos por historiadores, como Jacques Le Goff, analisamos as fontes buscando identificar e caracterizar os elementos Infernais, além de identificar as decrições da geográfia simbólica dos ambientes infernais. Percebemos que determinadas contraposições são fortemente difundidas pela representação das profundezas Infernais (Inferno/Purgatório), enquanto lugares de sofrimentos eternos, e o Paraíso, como local de usufruto das graças divinas. E compreendemos que essas construções advindas de ambientes religiosos, como os mosteiros, possuem um significativo impacto social e imaginário. Palavras-Chaves: Divina Comédia – Geografia Simbólica – Visão de Túndalo
As práticas mágicas no Antigo Egito – XX Dinastia a Conspiração do Harém - Andréa Figueiredo Bertoldo (UERJ)
34 O presente estudo visa apresentar uma análise da importância da magia na sociedade egípcia, sua estreita relação com a religião e sua importância na legitimação do poder real. Apresentaremos como estudo de caso o uso da magia apontado durante a Conspiração do Harém, narrado num processo judicial conhecido como Papiro Judicial de Turim. O episódio trata do processo de julgamento dos suspeitos de uma conspiração para matar o faraó Ramsés III, segundo faraó da XX dinastia (1196-1070 a.C) do Reino Novo. Conjuntamente, acrescentamos os Papiros Rollin e Lee, que reportam o uso de magia na conspiração (Redford, 2002). os quais serão analisados utilizando o método de Análise de Discurso com o intuito de contribuir para os questionamentos sobre a magia e a religião no Egito Antigo. Palavras-chave: Magia, legitimação do poder, Ramsés III O movimento apocalíptico no livro de Daniel e sua evidência histórica nos livros de Macabeus - Bruna Jéssica Cabral Silva (UEFS) O Movimento Apocalíptico pretendeu proteger o patrimônio religioso e cultural do Judaísmo. Esse movimento nos deixou um grande legado em literatura, o Livro de Daniel, único livro aceito no cânon Veterotestamentário. Nessa conjuntura, é imprescindível pensar nas visões apocalípticas do Livro de Daniel e na resistência armada da era macabaica no II séc. a.C. Podemos perceber, através de algumas fontes, como a Bíblia de Jerusalém, que as visões de Daniel, especialmente no capítulo 11, se desdobram nos Livros de Macabeus. Em seguida, é indispensável pensar na
35 forte presença helênica, não somente do ponto de vista do movimento político, mas também o que representava para o cotidiano e prática religiosa do povo, onde a cultura encontrava seu reflexo. Através da concepção teórica de Rainer Kessler, é necessário uma leitura sócio-histórica, abrangendo as causas sociais que provocaram o surgimento desse movimento. Palavras-Chave: Apocalíptico, Daniel, Macabeus. Novela de Cavalaria Demanda do Santo Graal: Influência Eclesiástica - Camila Oliveira Costa (UEMA). Esse artigo tem como objetivo discorrer sobre a influência eclesiástica na obra A demanda do santo Graal. Narrativa essa de cunho mítico-religioso é o texto mais acabado da segunda prosificação portuguesa das lendas arturianas. De origem oral foi sendo moldada e muitas vezes alterada no decorrer do tempo, popularizando-se e proliferando em Portugal, e a posteriori por toda a Europa, a partir do século XIII. Conta, tal romance, a saga incessante dos cavaleiros arturianos na busca do Santo Graal, busca essa que se inicia com a promessa de um dos cavaleiros da Távola Redonda, Galvam, de ter novamente a dádiva das graças do santo Vaso, como tinha sido naquele dia de Pentecoste, quando essa promessa foi proferida. E juntamente com os outros cavaleiros de Logres inicia essa busca que duraria um ano e um dia, a qual foi iniciada com cento e cinquenta cavaleiros, mas apenas doze, numeração essa que remete aos doze apóstolos de Jesus Cristo, conseguiram tal magnitude. Assentada na Idade Média Central essa narrativa perpassa pelo cotidiano, ética, normas, cultura e imposições da sociedade vigente. É a partir desse contexto que tal
36 trabalho tabulará os elementos associados à religiosidade ímpar da era medieval, destacando a mentalidade medieva como fruto da influência da Igreja enquanto instituição nesse período. Palavras-chaves: Idade Média, Igreja Católica e Santo Graal. O Culto Mariano no Século XIV em Portugal: O discurso da Igreja do Ocidente Camila Rabelo Pereira – bolsista BIC/ UEMA Analisamos a representação mariana em Portugal no século XIV, através da fonte primária Milagres Medievais, numa coletânea mariana alcobacense. Focamos a análise no discurso da virgindade divulgado pela Igreja Católica Romana através da representação mariana na hagiografia. Utilizamos a categoria de gênero para analisar o ideal de virgindade proposto pelo discurso normativo que foi significado e ressignificado pelas mulheres que o receberam como uma possível forma de controle da sua própria sexualidade. Na fonte primária a construção simbólica da Virgem Maria como representação do feminino, e modelo exemplar a ser seguido, a virgindade é a característica mais valorizada, a castidade de Maria significa a pureza do corpo e o repúdio a luxúria pecado combatido pela Igreja. Palavras- chave: Gênero. Maria. Representação. As motivações religiosas das cruzadas e suas implicações no mundo medieval - Jadielson Railson Ferreira Ribeiro (UEMA) Neste ensaio bibliográfico, se têm como objetivo principal, avaliar de forma bem clara as motivações religiosas das cruzadas e quais efeitos elas causaram,
37 não só na idade média, mas também no curso da humanidade. Inicialmente faremos um breve relato sobre o contexto político, econômico e religioso daquela época, logo em seguida, iniciaremos a discussão sobre as causas religiosas primordiais para que, no final do século XI, se lançassem expedições rumo à Jerusalém com o propósito de reconquistar a Terra Santa, até então dominada por muçulmanos, na sequência, há também a intenção de analisar a questão de como a fé do homem medieval interferiu no curso das expedições, de que maneira e por quais motivos o homem deste período histórico se engajou nesse projeto e por fim as relações entre as cruzadas com as tentativas de imposição religiosa observadas atualmente. Palavras-Chave: cruzadas, idade média, religião. Análise do Amor cortês e a Idealização do cavaleiro na obra: TRISTÃO E ISOLDA Luma Baia Monteiro ( UEMA) Qual ser vivente não desejou um amor tão sublime? Que despertasse a coragem mais oculta? Em uma gama de audácia, cortesia, míticas façanhas, aventuras prodigiosas, paixão feroz e encantos, situa-se a história de um jovem casal que buscavam através do amor encontrar seu caminho, porém tragicamente encontraram a morte. Este artigo, como primeira proposta, descreverá o amor cortês e seus desdobramentos que culminaram no fim trágico dos jovens Tristão e Isolda, além disso, estudará as permanecias deste amor na atualidade. Como segunda proposta, este artigo pretende analisar o papel do cavaleiro na sociedade medieval, para que se construa tal análise, faz- se necessário partir do comportamento do personagem Tristão.
38 Palavras - chave : Amor cortês – Cavaleiro – Jovem casal. O imaginário sobre o mar e o Estatuto Social dos “Homens do Mar” na Atenas Clássica (Séc. Vº − Ivº A.C) - Marla Rafaela Lima de Assunção (UEMA) Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender o estatuto social ambivalente dos pescadores na pólis ateniense do período clássico. Para tanto, pretende pensar os diferentes elementos que sustentavam essa ambivalência: a métis do pescador, o estatuto econômico da pesca e as relações estabelecidas com o espaço marítimo e as divindades cultuadas. Sendo uma discussão significativa no estudo das sociedades antigas e modernas, sua proposta é resgatar a identidade desses homens do mar. Que fatores contribuíram para o desprezo dessa camada social? O pescador era um cidadão? Quais deuses cultuavam? Qual sua influência na sociedade ateniense? Os documentos arqueológicos e clássicos literários analisados fornecem as respostas e explicam a marginalização dos homens do mar. Palavras-chave: Pescador; Pesca; Divindades. Feitiços e Encantos: bruxaria e prostituição na sociedade medieval - João Paulo de Lemos (UPE/UFPB) Com a consolidação do cristianismo durante o período medieval na Europa, houve um maior controle sobre os assuntos ligados a ordem sexual e as práticas mágicas – tendo esta ultima ganhada conotação pejorativa após os períodos de crise como a peste negra – recebendo ligações com ações do demônio. Registros
39 documentais e literários mostram uma imposição e submissão da mulher amparada nos ensinamentos religiosos, tendo elas que recorrer as artimanhas e sortilégios ligados a Satã para que os homens caíssem em tentação. A criação de locais específicos nos burgos – posteriormente nas cidades – para o exercício da prostituição tinham que seguir uma série de requisitos como a proibição em épocas de peste e restrição na aceitação de mulher oriundas de lugares como conventos, das grávidas para desempenho de funções nas zonas de luz vermelha. Palavras Chave: Prostituição, Bruxaria, Sociedade Medieval, Cristianismo. As heranças medievais no Maranhão e sua inserção em sala de aula - Marla Jéssica Campos (Graduada em História, BEX/FAPEMA/UEMA) A Idade Média, considerada desde o romantismo um dos períodos mais importantes na formação da civilização europeia, caracterizava-se por valores culturais de inspiração clássica, mas cristianizados pela ética e religião. Porém, a visão retrospectiva da Europa medieval como “idade das trevas”, fez desencadear certo “abandono” e visões preconceituosas acerca de tal período histórico. Este trabalho busca então, fazer ligação entre passado e presente medieval, evidenciando sua relação direta com algumas manifestações culturais no Estado. A intenção é mostrar a presença continuada e a importância dessa herança na sociedade em questão. Dentre estas, destaca-se a Festa do Divino Espírito Santo na Cidade de Alcântara - MA, onde as tradições são conservadas e transmitidas de geração a geração. O apoio em leituras para análises, discussão e metodológicas como, KARNAL, HILÁRIO, MACEDO,
40 DUBY, LIMA, MORAES etc., contribuem para inserir tal temática á realidade da sociedade maranhense a partir da sala de aula, dinamizando assim o espaço para os diferentes processos formativos na (re) construção dos conhecimentos históricos produzidos dentro e fora das escolas. Palavras – chave: Heranças medievais; Sala de aula; Maranhão. Sincretismo. A religiosidade pagã e sua influência na Igreja Cristã nos anos da Antiguidade Tardia. Valquíria Velasco- UVA Este trabalho abordará o sincretismo presente nas mais variadas formas do culto Cristão. Santos, datas sagradas e as relíquias santas, algumas das formas encontradas por essa Igreja de tornar suas doutrinas mais atraentes, esta que visava o poder consolidado através da conversão de toda a população. No ano 392 o Cristianismo viria a ser oficialmente a religião do Império. Uma conversão forçada não garantia uma fé verdadeiramente popular. Se apenas uma pequena parcela da aristocracia enfrentava os cristãos para manter viva sua tradição. Foi, no entanto através das superstições, e da vivência religiosa dos mais humildes, que se perpetuaram características marcantes de seus variados deuses. A forte religiosidade desse povo obriga a instituição Católica a adotar sinais, símbolos e festejos que, anteriormente, pertenceram aos inúmeros deuses do panteão Greco-romano, sendo ainda mais evidente após as invasões bárbaras a Roma. Palavras-chave: Sincretismo; Cristianismo; Paganismo.
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04. Cidades ( Fillipe Portugal / UERJ-FFP) O Simpósio Temático Cidades, parte do pressuposto que as Cidades são espaços construídos historicamente, onde os homens se reúnem e se relacionam para saciar uma série de necessidades e interesses. Sendo um lugar, onde ocorre uma série de interações nas esferas culturais, políticas, econômicas e sociais. Sendo assim este simpósio têm como objetivo abranger os diversos aspectos da História da Cidade de modo que poderão ser remetidos trabalhos que versem sobre Fatos Históricos; Personagens Históricos que participaram da história da Cidade como intelectuais, políticos ou mesmo anônimos; Instituições Públicas ou Privadas, Políticas Governamentais na área de Saúde e Educação, Reformas Urbanas, Arquitetura, entre outros.
“Remando contra a corrente em um mar de gente”: Ações Sociais e Reinvenção das Tradições Nazarenas - Laysa Dayane Marques dos Santos – UFPA Este trabalho é uma análise sociológica de uma das maiores manifestações católicas mundiais, o Círio de Nazaré. Propomos analisar aspectos religiosos, comportamentais, valores e condutas dos fiéis e da população paraense e de outros estados que participam direta ou indiretamente da festa. O trabalho de pesquisa se utilizou de fontes orais, coletadas por meio de
42 entrevistas gravadas, e se engaja na produção de memória feita pelos já citados integrantes do circuito Nazareno, de acordo com perspectivas conceituais Weberianas, dando enfoque aos vestígios que podem ser encontrados nas tradições culturais e religiosas que se reafirmam a cada ano e das que nascem hoje. Palavras-Chave: Sociologia, religião, Amazônia. DA PONTE PRA CÁ - Fernanda dos Santos Silva A Ponte Joao Dias, em São Paulo é um dos pontos de acesso que liga o centro – através da Marginal Pinheiros - aos bairros da Zona Sul, como Capão Redondo, Parque Sto Antônio, Jardim São Luís. Além de meio de acesso a ponte se tornou um referencial de patrimônio da periferia sul de São Paulo. Meu objetivo é mostrar como a ponte carrega um símbolo subjetivo que se traduz através de um sentimento de identidade coletiva àqueles que moram “depois da ponte”. A periferia cria seus próprios referenciais de cultura e patrimônios, se colocando em uma posição diferenciada. Com fontes primárias das edificações e manifestações, busco o universo material e imaterial. A ocupação das áreas periféricas, a construção de vias, anúncios de venda e locação de imóveis, produção cultural e políticas públicas com atenção à questão social e à manifestação por patrimônios mais representativos. E propor uma ligação entre o bem material e o imaterial por traz da vida cotidiana, das tradições e anseios da periferia. Sobretudo por referenciais que os represente. Palavras-Chave: Periferia, referenciais, Patrimônios, Identidade.
43 Maranhão do XIX: A luta do negro contra o preconceito das elites - Diogo André Aires Reis (UEMA) Este artigo tem o intuito de mostrar como estava estruturado o pensamento das elites, no que diz respeito à escravidão no estado do Maranhão durante o século XIX, tendo em vista que este estado era detentor de uma grande parcela da escravaria do Brasil oitocentista. Focarei nas diversas formas utilizadas pelos sujeitos escravizados para resistir ao difícil período em que foram submetidos à escravidão. Além tratar da formação das praticas religiosas de origem africana, uma vez que o Maranhão é um dos mais ricos estados no que diz respeito à cultura negra. Vale ressaltar que a religião de matriz africana foi duramente reprimida pela elite, que sem duvidas temia o que poderia vir por meio dos encontros nos negros. Palavras chave: Escravidão, Negro, Religião. Espaço, Região e Território, Um estudo Teórico Metodológico dos territórios de identidade baianos- Fabiano Gonçalves Meneses (UEFS) Este trabalho se caracteriza como uma analise dos principais conceitos de região como os de João Lobato Corrêa e os de A. C. Moraes acerca das concepções geográficas que servirão de princípios norteadores deste trabalho, visando o maior aprofundamento da temática abordada, uma vez conceitos como os de espaço, região e território assumiu um caráter bastante variado em seu percurso formador. Desta forma, identificar as diferentes divisões regionais ocorridas no estado da Bahia a partir da criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até sua atual organização
44 territorial, buscando caracterizar os diversos conceitos e (pré) conceitos centrais dos Territórios de Identidade baianos no qual o conceito de região se mostra como uma representação e o Território como a base geográfica da existência social, espaço simbólico em que a população constrói a sua identidade, exprime sentimentos de pertença e cria seu patrimônio cultural. Palavras-Chave: região, território, divisão regional Estudo sobre mobilidade geográfica e formação de unidades populacionais durante a conquista da América Portuguesa, Rio Negro, 1700-1808 - Luiza Hooper Moretti (UnB). O objetivo do trabalho é entender o processo de abandono e despovoamento de vilas criadas na Região Amazônica portuguesa, especificamente a Capitania do Rio Negro, no século XVIII. Quais razões foram determinantes para que essas povoações não prosperassem? Quais aspectos influenciaram a formação de tais vilas e depois a migração de sua população? Há aspectos predominantes: economia, espaço físico/natural, administração, forma de urbanização? O Projeto Resgate, um conjunto de documentos oficiais da época colonial, é fundamental para o entendimento de como funcionava a ocupação, administração e consolidação do território português. A partir da construção de um banco de dados e sistematização das informações desta documentação principal, e de outras que surgiram com as pesquisas, pretendemos encontrar núcleos populacionais que nos ajudem a entender como se deram a sua formação e, assim, a dinâmica social da região abordada.
45 Palavras-chave: Formação de cidades, Amazônia colonial, Ocupação territorial.
Concentraçao de terras em Teixeira de Freitas - Êxodo Rural 1975 – 1985 (Cristina Maria Conceição – UNEB – Campus X e Vítor Amorim do Amaral – UNEB - Campus X). O movimento do campo para a cidade é resultado, muitas vezes, de um desgaste social e ambiental, que expulsa as comunidades do meio rural para as aglomerações urbanas. Este trabalho propõe uma discussão acerca de algumas das problemáticas estruturais e sociais da cidade de Teixeira de Freitas, localizada no Extremo Sul baiano que ao longo da sua história presenciou um êxodo rural, que podemos caracterizar como uma grande concentração de terras, trazendo por sua vez, uma agressão as comunidades do campo. Esse processo decorreu com a rápida expansão da Silvicultura, fazendo com que a população rural sofra com a sua “expulsão” para a cidade. O estudo, em fase de construção, sustenta-se na coleta de informações com análise aprofundada de documentos e fontes orais e bibliográficas. Nasce da necessidade de fortalecer a historiografia local, mostrando problemas econômicos e sociais e, conseqüentemente, levando um conhecimento sobre os problemas da sociedade na qual vive e tentar trazer, a vida desses “sujeitos do eucalipto” tentando desconstruir um pouco de suas contradições discutindo essa modernidade tão propalada nos nossos dias.
46 Palavras-Chave: Êxodo rural, Silvicultura, Teixeira de Freitas. O espaço do morto: uma história do cemitério do Alecrim em Natal (1856-2011) Diego Fontes de Souza Tavares (UFRN) O presente trabalho se enquadra nos campos da História Cultural e História das Mentalidades. Tem como meta retratar o quadro social e histórico que se encontrava a capitania do Rio Grande quando da construção do Cemitério do Alecrim, na província de Natal. A data da construção do cemitério é de 1856, em que vigorava no homem oitocentista uma ideologia do “bem morrer” (termo cunhado por João José Reis) em que uma ida certa ao céu era tida por certas práticas, dentre uma delas, os enterros dentro das igrejas. No entanto, tais práticas iam de desencontro a medidas higienistas, tendo sido elaborada a Lei de 1828, que atribuía às Câmaras a construção de Cemitérios extramuros para os enterros, o que ia de choque à religiosidade católica. Acontece a construção do Cemitério do Alecrim não se dá em resposta a essa lei imperial, nem como pedido do povo por um cemitério laico, mas sim como paliativo à devastação causada pela Cólera-morbo, uma pandemia que varreu espaços no século XIX. Palavras-Chave: cemitério do Alecrim, cóleramorbo, catolicismo-oitocentista. O processo de transformação em Belém do Pará na epoca da Belle Époque - Hannah Serruya Silva (Ufpa) Este trabalho tem o objetivo de discutir as transformações estruturais, arquitetônicas, culturais e
47 econômicas ocorridas em Belém do Pará no período denominado Belle Époque. Este por sua vez, foi uma fase de grande desenvolvimento na Europa, principalmente em Paris, que acarretou em diversas influências no Brasil, especificamente na região Norte. No contexto regional da Amazônia, a Belle Époque se desenvolveu através da chamada economia do látex (1870-1910), e em Belém do Grão-Pará a partir da necessidade de desenvolver a modernização do espaço urbano para se adaptar à transformações advindas daquele período. Assim, fora investido capital para reestruturar visualmente a cidade, sempre associada à economia, a demografia e também aos valores estéticos da classe que na época estava em ascensão (Comerciantes, fazendeiros e seringalistas). No apogeu desse período, Belém sofreu inúmeras transformações que buscava modificar a cidade de acordo com as pretensas congêneres da Europa; tornou-se sobre determinados aspectos, a capital pretensamente mais europeia do que brasileira, influenciada totalmente pela intensa relação cultural com a França, a partir de uma série de processos, influencias e transformações, Belém ficou conhecida no clico da borracha como Paris N‟ America. Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizamos como método pesquisas bibliográficas e discussões estabelecidas por autores como Carlos Rocque e Maria de Nazaré Sarges, visto a necessidade de ampliar a discussão sobre um período que ainda deixa rastros pela cidade de Belém do Pará. Palavras-Chave: BELLE ÉPOQUE. BELÉM DO GRÃO PARÁ. PROCESSO DE TRANSFORMAÇÕES. A Transformação do Recife nas Primeiras Décadas do Séc. XX: A Emergência de uma
48 Nova Cidade - Rodrigo Cesar Firmino da Silva (UFPE). Nesta pesquisa procura-se sumariar uma discussão acerca das primeiras décadas do século XX trazem um emaranhado de novos horizontes para a cidade de Recife, transmutando a cidade em diversos âmbitos. As paisagens arquitetônicas, econômicas e sociais protagonizam, em suas mutações, situações e processos de (des)construção e conflitos sociais. Emerge um intenso caminho de modernização com o levantamento de Prédios e construção de avenidas, reformas do porto, desalojamentos e destruições de paisagens mais antigas e “atrasadas”. Um nova “ambiência” também é surgida com o advento da luz elétrica e com o surgimento de novas funções e atividades econômicas na nova cidade. Há de se destacar o exemplo da construção do Palácio da Justiça de Pernambuco para o entendimento de um processo mais amplo. Palavras-Chave: Recife, Modernização, Palácio da Justiça. A FÁBRICA QUE MOVIMENTOU A ILHA: A RELAÇÃO DA FÁBRICA SANTA ISABEL COM AS MODERNIDADES EM SÃO LUÍS (1905-1950) - VITOR HUGO ENES RIBEIRO (UFMA) E KARLLA RAPHAELLA MENDES ANCHIETA (UFMA). A Fábrica de Tecidos Santa Isabel, pertencente à Companhia Fabril Maranhense, foi fundada em 1893 por Chrispin Alves dos Santos, Joaquim Francisco dos Santos, Apolinário Jansen Ferreira e Carlos Ferreira Coelho. Contava ainda com a participação de importantes acionistas, dentre os quais os ilustres
49 Cândido José Ribeiro e Joaquim Moreira Alves dos Santos. Sua capacidade de produção chegou a três milhões de riscado por ano e empregava cerca de 600 trabalhadores. Em menos de 20 anos após a sua fundação ela já se destacava nacionalmente entre as maiores fábricas do país (MELO, 1990). Este estabelecimento fabril ficava localizado na Rua Senador João Pedro, ladeado com a Rua Oswald Cruz, no centro da cidade de São Luís. O que poucos conhecem é a estreita relação da Fabril, forma pela qual a instituição passou a ser também conhecida, com importantes novidades trazidas a capital maranhense na primeira metade do século XX, como a introdução do primeiro carro e do futebol e a sua íntima relação com a agremiação do Moto Club de São Luís. Palavras-Chaves: Fábrica Santa Isabel – Carro – Futebol – Moto Club de São Luís. REFORMA URBANÍSTICA E EXCLUSÃO SOCIAL NO RIO DE JANEIRO SOB A ADMINISTRAÇÃO DE PEREIRA PASSOS - Ailton de Oliveira Junior (UNEB, Campus X). O início do século XX no Rio de Janeiro é marcado por mudanças. Mudanças essas que se tornaram visíveis em seu cenário urbano. Influenciado pelo modelo francês de modernidade, a chamada Belle Époque, o Brasil se vê com a necessidade de se inserir no universo da beleza e do progresso. Sob a administração de Pereira Passos (1902-1906), a cidade maravilhosa vai sofrer a maior alteração urbanística planejada até então, com melhorias no que diz respeito a paisagem e a saneamento básico, com o intuito de fazer do Rio um referencial de modernidade, atraindo assim a atenção do resto do mundo, visando se promover como uma cidade
50 desenvolvida. Esse artigo foi produzido com base em fontes bibliográficas, não tendo acesso a nenhum documento oficial sobre o projeto de reforma, mas é fundamentado em fontes que fazem referência diretamente a documentos oficiais sobre o acontecimento. O presente trabalho mostra as alterações urbanísticas no Rio de Janeiro, considerando as necessidades e as políticas de planejamento, avaliando os métodos de aplicação do projeto urbanístico e apresentando as contradições e os efeitos sociais excludentes do projeto modernizador. Palavras-chave: Rio de Janeiro, Urbanismo, Modernidade. OS CORTIÇOS NA PAISAGEM URBANA DE BELÉM EM FINS DO SÉCULO XIX Daniela Rodrigues Paiva (UFPA). Este trabalho visa mostrar o inicio da Republica fazendo relação à salubridade e higiene pública no período de 1890 á 1900, tendo como foco central deste trabalho evidenciar o descaso com a população menos abastada da época, além de ter como objeto material os chamados Cortiços. De tal modo, este trabalho valeu-se do uso de documentos oficiais – Relatórios e discursos da Intendência, que se encontram no Arquivo Público do Pará – e documentos não oficiais – Jornais: O Pará no ano de 1898; Correio Paraense nos anos de 18921894; O Democrata nos anos de 1890, 1892, 1893 e 1898– para assim identificar a localidade dos Cortiços na cidade de Belém e na medida do possível reconstruir a vivência dos mesmos com intuito de mostrar como se deu a exclusão e marginalização desse tipo de moradia por parte do poder público, que voltava às atenções para
51 “melhoria” da cidade achando que a solução era “limpar” a cidade expulsando aqueles – os pobres – que eram indesejados, e demolindo aquilo que era feio e fora do padrão – os Cortiços. Palavras-chave: Patrimônio, Cortiços, Memória.
GRATUIDADE E CAIXA ESCOLAR- UM ESTUDO SOBRE OS SUBSÍDIOS NA ESCOLA NORMAL DA FEIRA DE SANTANA (1927-1954) - Camila da Silva Almeida (UEFS). Este trabalho constitui-se em um estudo sobre a gratuidade de ensino na ENFSa- Escola Normal da Feira de Santana enquanto uma prática escolar, entre 1927, ano em que foi instalada, até o ano de 1954, ano da morte de seu ex-diretor Gastão Guimarães, em cuja gestão esta prática foi mais recorrente. O problema de pesquisa é tomar a gratuidade escolar enquanto uma prática de cultura escolar, com longa duração na educação brasileira, e que visava permitir a inserção, frequência e permanência de alunos das camadas populares nos cursos escolares. Estes alunos ingressos, e com permanência através da Gratuidade, eram designados na época estudada (1927 a 1954) como gratuitos, e demarcados em listagem separada do restante do alunado. Tais listagens encontram-se em livros de burocracia escolar, como atas, livros de correspondência, livros de matriculas entre outros. O objetivo é levantar nos pedidos de gratuidades e caixa escolar, as normalistas que foram concedidas subsídios em forma de bolsas educacionais para sua formação. Inserindo este trabalho como parte do projeto de resgate
52 da memória escolar da ENFSa, assim como da História da Educação na cidade de Feira de Santana. Palavras-Chave: Gratuidade, Escola Normal, Feira de Santana. CARVÃO, FUMAÇA E SINDICALISMO: a formação da força de trabalho férrea em Alagoinhas (1858-1888) - Luan Lima Batista (UEFS). O presente trabalho tem por objetivo analisar a formação da classe trabalhadora baiana na segunda metade do século XIX, com destaque a força de trabalho férrea da cidade de Alagoinhas. As redes de sociabilidade, o cenário de opressões, o cotidiano de luta e resistência, enfim o “fazer-se” classe desses trabalhadores, representa o objetivo central do estudo. Busca-se também, investigar as tramas políticas que permearam o processo de implantação do terminal ferroviário da cidade, bem como os impactos provocados pela chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Bahia ao São Francisco em Alagoinhas. A partir das concepções thompsonianas, as noções de experiência e consciência de classe são conceitos fundamentais para a análise do movimento ferroviário em Alagoinhas. Enquanto fontes da pesquisa, utilizamos Falas e Relatórios da Assembléia Legislativa da Bahia, de 1852 a 1888, os periódicos O Noticiador Alagoienhese, Correio da Bahia, O Monitor e Atas do Conselho Municipal de Alagoinhas. Palavras chaves: Ferrovia, Ferroviários, Alagoinhas.
53 Um estudo sobre as praticas da pajelança cabocla sobre o crivo das letras: na obra de Canuto Azevedo - Suelen Monteiro Lobato/UFPA. Este presente trabalho tem o intuito de fazer uma análise historiográfica das práticas religiosas da pajelança cabocla na Amazônia através de uma obra literária de Canuto da Costa Azevedo (1889-1979) médico e um grande estudioso, dedicou-se a trabalhos científicos principalmente nos estudos de orquídeas, já na década de 1920 foi intendente (o equivalente hoje a prefeito) do município de Muaná em sua terra natal na ilha do Marajó, já com uma idade avançada dedicou-se a sua carreira de escritor. Foi neste momento que tivemos a satisfação da produção do livro Histórias da Amazônia (1957), que na dita obra pode ser encontrado cinco contos que faz alusão aos pajés, os dito contos são Facheadas, Bicho do Fundo Bicho do Mato, Botos de Piramujaru, Filhos do Boto e Olho-de-boto. E a parti desses contos que faremos uma análise dessas praticas da pajelança cabocla e o papel do pajé juntamente com essa comunidade da região amazônica no ano de 1946, já que tais contos folclorista podem ser concebidos como um espaço carregado de muitos elementos de nossa cultura, assim podendo considera-los verdadeiros testemunhos históricos que irá expressar a sociedade em que a dita produção literária nasceu. Palavra chave: pajelança cabocla, folclore e literatura.
54 UM MARANHÃO RURAL E SUAS MARCAS ESPECÍFICAS VISUALIZADAS POR TRAJANO GALVÃO DE CARVALHO - Priscila Karoline de Abreu Queiroz (UEMA). Este trabalho é parte integrante de um projeto de pesquisa de Iniciação Científica vinculada a Fapema. Intitulado Um Maranhão rural e suas marcas específicas visualizadas por Trajano Galvão de Carvalho. Neste trabalho podemos encontrar uma análise sobre o respectivo autor acima citado atinente ao período de contribuição social no Maranhão e suas principais produções literárias. Trajano Galvão de Carvalho recebe especial atenção neste trabalho pelo seu pioneirismo nos estudos da sociogênese da questão campesina maranhense, no olhar sobre o mundo rural em contraposição ao urbano, na especificidade da ambiência campestre no Maranhão, nos hábitos locais, no que fazia do maranhense diferente dos outros brasileiros provincianos. Palavras-Chave: Maranhão, poesia, literatura.
05. Ditadura e Memória (Artur Malheiro /PPGH-UNIRIO) Em um momento em que, no Brasil, verificamos a atuação da Comissão Nacional da Verdade; a Argentina continua julgando os seus militares; e o Chile produz um filme sobre a campanha pelo fim do governo do general Pinochet, faz-se necessária uma reflexão
55 sobre como a memória das ditaduras civis-militares da América Latina estão sendo resgatadas e/ou representadas. A propósito, reflexão que nunca deve deixar de ser feita. Este Simpósio pretende ser um espaço para esta discussão e está aberto a todos os pesquisadores que trabalham com a memória das ditaduras latino-americanas que se instalaram ao longo do século XX, mas não exclusivamente. Privilegia-se também a diversidade de fontes no estudo memorialístico, podendo abranger depoimentos, fontes textuais e audiovisuais.
Amizades, mulheres e ditaduras militares Viviane Camelo do Nascimento (UEPB). Ao pensar em ditadura, rapidamente nos vem à recordação as torturas, as dores e os sofrimentos. Porém neste trabalho, verificaremos como se davam as relações de amizades entre as mulheres tidas por militantes subversivas pelo Estado, seu entrelaçamento para suportar as perseguições e como mantinham a esperança de liberdade. A pesquisa nos proporcionou a possibilidade de estar em contato com algumas mulheres que vivenciaram este tempo de excessão da política de Estado na Paraíba, como também o conhecimento das histórias de Flávia Schilling, Nilce Cardoso, Margarida Maria Alves, Maria do Socorro Fragoso (Jô Moraes), entre outras. Assim, a partir dos referenciais teóricos, partiremos do preceito da narrativa da memória individual para a construção da memória coletiva. Neste projeto não tentaremos (apenas) elencar as torturas sofridas pelas mulheres, mas sim, em meio a
56 essa construção de memória, perceber o que as tornaram fortes para lutar pelo que acreditavam. Palavras-chaves: Memória, ditadura, mulheres, amizades, Paraíba. SOB O SIGNO DA MALDIÇÃO E DA SUSPEIÇÃO: PLÍNIO MARCOS E A PEÇA ABAJUR LILÁS (ANOS 1970) Bruna Vidal (UEL) Considerado um autor de vocabulário pornográfico e linguagem imoral, Plínio Marcos destacou-se no cenário cultural brasileiro através de suas peças polêmicas que estiveram sob a mira da censura, ganhou visibilidade também como expoente da luta contra a ditadura militar e suas políticas culturais. Abajur Lilás, peça da qual este trabalho visa analisar, elucida questões importantes sobre o uso da violência e a prática da tortura bem como evidencia a perspectiva política de figuras representativas na estrutura censória. Enfoque este que chamou atenção dos censores, desta vez não pelo vocabulário chulo e imoral que fora uma característica em suas obras anteriores, mas pelo seu conteúdo político e subversivo. É desse fértil e inexplorado campo de contradições e indagações que envolvem o artista de teatro que este trabalho emerge. Palavras-chave: teatro, censura, Plínio Marcos A INSTAURAÇÃO DO REGIME MILITAR EM BELÉM (1964): A visão dos jornalistas Claudio Ricardo Garcia da Silva (UFPA).
57 A influência exercida pelas noticias no movimento de 1964 é inegável, elas ajudaram de certa forma na derrubada do então presidente João Goulart e na consolidação do regime ditatorial, pois em seus conteúdos traziam argumentos que combatiam direta ou indiretamente os reformistas-populistas, os partidos e organizações de esquerda, principalmente o partido Comunista Brasileiro. O presente trabalho tem o objetivo de refletir sobre as características de algumas noticias com esse sentido, que circulavam em Belém do Pará. As fontes utilizadas para esta analise foram alguns jornais do período, como por exemplo, “O Liberal” e “A província do Pará”, que se encontram locados no CENTUR. Foi feito um levantamento comparativo das principais informações que se encontram nessas fontes. Onde podemos entre outros fatos, mais uma vez, notar o apoio dado por diversos seguimentos da sociedade civil a “revolução” de abril de 1964, dentre esses seguimentos destacam-se: políticos, a igreja católica, fazendeiros e a própria imprensa. Palavras chaves: noticias, comunismo, militares Movimento estudantil secundarista de esquerda no Ceará (1964 – 1968) - Danielle Rodrigues de Oliveira – UFC. O presente trabalho busca analisar as ações dos estudantes secundaristas na ditadura civil-militar, abrangendo os anos correspondentes a 1964-1968. O recorte foi escolhido pela necessidade de problematizar como a repressão atingiu os estudantes de esquerda nos primeiros anos da ditadura, quais eram os partidos políticos que atuavam na época, quais os ideais revolucionários que norteavam a luta dos secundaristas e como eram organizadas as manifestações. Utilizei
58 como fonte histórica, jornais da Biblioteca Menezes Pimentel, documentos do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e SNI (Serviço Nacional de Informações) encontrados no Arquivo Público do Estado do Ceará. Entrevistas realizadas com estudantes secundaristas que fizeram parte do movimento estudantil daquele período, dissertações e artigos de pesquisadores do Ceará também orientaram as reflexões dessa pesquisa. Palavras-Chave: movimento estudantil secundarista, ditadura civil-militar, memória. PORQUE A UPPES SE UFANOU DESTE PAÍS. A UNIÃO DOS PROFESSORES PÚBLICOS NO ESTADO COMO MODELO DE ORGANIZAÇÃO CLASSISTA E SUAS RELAÇÕES COM A DITADURA BRASILEIRA – 1968/1977. Diego da Silva Ramos (PPGHS – UERJ/FFP) Este trabalho tem por objetivo explorar e mostrar de que maneira, um sindicato conhecido dentre sua categoria como conservador, agiu durante o período da ditadura civil-militar brasileira. Para tanto, serão examinadas as fontes produzidas pela instituição e serão problematizados a partir destas leituras, alguns conceitos comuns. A história de fundação e construção de um sindicato docente num Brasil assolado por uma ditadura civil-militar, as lutas sindicais que aconteceram no pré e durante o golpe militar, o aprofundamento no exame do comportamento colaboracionista da UPPE e a contextualização deste comportamento com a conjuntura política da época, serão pontos explorados no trabalho.
59 Palavras-chave: sindicalismo colaboracionismo, ufanismo.
docente,
DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE: UM ESTUDO SOBRE A CRIAÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS (CEMDP) À IMPLANTAÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE (CNV). Fábio Feitosa Pereira – UFRN A Comissão Especial Sobre Mortos E Desaparecidos Políticos (CEMDP), foi criada no ano de 1995, por meio da Lei nº 9.140, a mesma reconheceu a responsabilidade legal do Estado pelo assassinato de pessoas que tenham participado, ou tenham sido acusadas de participação em atividades políticas entre 2 de setembro de 1961 a 5 de outubro de 1988. A CEMDP desempenhou um papel de suma importância na busca pela elucidação dos casos referidos a cima. A Comissão Nacional da Verdade (CNV), por sua vez, foi criada em 2011, por meio da Lei nº 12.528, e instituída em 16 de maio de 2012. A CNV tem como objetivo apurar as violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1998. Este trabalho visa avaliar o contexto da criação da Comissão Especial Sobre Mortos E Desaparecidos Políticos, bem como a criação da Comissão Nacional da Verdade. Analisaremos as ações desempenhadas pelas mesmas, e suas respectivas lutas pela Memória e Verdade. Palavras-chave: Comissão Especial Sobre Mortos E Desaparecidos Políticos; Comissão Nacional Da Verdade; Memória e Verdade.
60 UMA MEMÓRIA PARA ESQUECER: O TRABALHO DA ASI NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - Ingrid Oliveira Moreira (UFC). As universidades foram um dos principais alvos do regime militar; com o intuito de vigiar as possíveis mobilizações estudantis criaram a ASI (Assessorias de Segurança e Informação). Nesta pesquisa investigo qual o papel desenvolvido por este órgão na UFC, enfatizando a sua estrutura; a vigilância no cotidiano da vida acadêmica; o controle das produções científicas e como a memória desse período é camuflada. Com base nas fontes do Arquivo Público do Ceará (Acervo SNI), dos processos administrativos do Arquivo Geral UFC, e do acervo documental no site Documentos Revelados; percebemos como foi intensa a repressão política sofrida por estudantes e professores na UFC. Apesar de a ASI ser apresentada como órgão de subordinação ao Reitor com a função de assessorá-lo, muitas vezes a Assessoria é que exercia pressão e controle sobre a Reitoria. No decorrer da pesquisa descobri que vários arquivos foram queimados e ocultos; a dificuldade de encontrar fontes permite refletir que há uma tentativa de esquecer essa memória tão importuna para alguns e instigantes para outros, inclusive por nós historiadores. Palavras-Chave: repressão política, regime militar, ASI/UFC REGIMES DITATORIAIS NO SÉCULO XX: UMA ANÁLISE DO REGIME MILITAR PORTUGUÊS NO CENÁRIO BRASILEIRO DOS ANOS 70 - Pamela
61 Peres Cabreira (UFRRJ) e Taís Dutra Candido da Silva (UFRRJ). O presente trabalho tem como objetivo analisar comparativamente o regime ditatorial português de Salazar e a movimentação política brasileira na década de 70. O foco neste recorte encontra-se pela metodologia adotada nesta pesquisa em destacar as bibliografias deste tema que abarquem a relação política entre estes dois países, utilizando como fonte principal jornais de circulação, sobretudo, do Rio de Janeiro. A pertinência deste estudo encontra-se na constatação das alternâncias dos regimes instalados nestas nações, trazendo debates como: até que ponto o apoio das direitas e da Igreja Católica no movimento golpista, como ocorreu no Brasil, influenciou na política posterior? Como foi dada a inflexão em Portugal após 41 anos de regime ditatorial? A sociedade pós-regime, tanto em uma quanto em outra nação, contou com a fragilidade nas políticas internas e externas. Os movimentos sociais e educacionais demoraram a se estabelecer, e até hoje, ao menos no Brasil, a documentação do período mostra-se “embarreirada” para averiguações, demonstrando a necessidade de pesquisas em História que aproximem este debate na academia. Palavras-Chave: ditadura; regime Salazar; década 70. II PND: REALIDADE E FANTASIA, A PROPOSTA E SEUS RESULTADOSVINÍCIUS DA SILVA RAMOS (UERJ). Análise do discurso do presidente Ernesto Geisel quando da apreciação pelo Congresso do II Plano
62 Nacional de Desenvolvimento. Contextualização econômica e social do discurso e diálogo com texto de Albert Fishlow. A fonte escolhida para analisar é o discurso do presidente da República, Ernesto Geisel de 10 de setembro de 1974, acerca do envio para apreciação do Congresso Nacional do II Plano Nacional de Desenvolvimento, que se encontra numa compilação de alguns discursos do presidente feitos em 1974 e impresso pela Assessoria de imprensa e relações públicas da Presidência da República. O texto que irá dialogar com a fonte será o trabalho de Albert Fishlow, “Uma história de dois presidentes: a economia política da gestão da crise”, do livro “Democratizando o Brasil”. Palavras chave: Ditadura militar, milagre econômico, Plano Nacional de Desenvolvimento. O REGIME DA PARANÓIA E AS RUÍNAS DE RENATO POMPEU -Willian Pereira do
Nascimento (UNB) Este trabalho parte da premissa lançada em trecho do livro Memórias da Loucura do jornalista Renato Pompeu, o qual, na qualidade de vítima do regime ditatorial que vigorou no Brasil de 1964 a 1984, sugere: Que é um torturador, senão um louco que nunca foi tratado? Tal questão será o fio condutor da narrativa que fará a crítica histórica dos signos paranóicos empregados pela experiência totalitária brasileira em relação às memórias de Renato Pompeu. Temos discutido a respeito dos crimes perpetrados pela ditadura a circunstância da criação da Comissão Nacional da Verdade, nome sugestivo que contrapõe a idéia de uma democracia transparente e justa contra a obscuridade perversa de um governo regido pela mentira. Para o historiador, a pergunta fremente é: o que
63 é verdade? Será que podemos empregar tal conceito? Pleiteamos de fato encontrar a verdade? Renato Pompeu provoca-nos situando a verdade ao lado da loucura. Esta nova abordagem nos permite fazer outro tipo de questão: Que verdade se expressa na violência? Palavras-chave: Renato Pompeu, loucura, ditadura, verdade.
ÁUREA MORETTI: A MULHER, A RESISTÊNCIA E A TORTURA. Um estudo sobre a participação feminina contra a ditadura militar brasileira no interior de São Paulo, nos períodos de 1965 a 1975. Pedro Fernandes Russo (UNESP - Franca). O presente projeto de pesquisa pretende estudar e biografar a vida da enfermeira, militante e ex-presa política, Áurea Moretti Pires. Áurea foi uma das líderes das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), movimento na região de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, contrário à ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) e que foi desmembrado em outubro de 1969. Na companhia de Vanderley Caixe, Mario Bugliani, dentre outros, organizavam manifestações políticas e um jornal (O Berro), adversos ao Estado autoritário. O foco do trabalho está em estudar a participação e relevância política da figura feminina na resistência e sobrevivência à ditadura: como era a vida clandestina, quais as dificuldades encontradas no treinamento e vida guerrilheiros, como foram enfrentadas as torturas físicas e psicológicas desferidas pelos agentes do governo, como decorreu o processo que a condenou a 6 (seis) anos de prisão, dos
64 quais cumpriu 3 (três) anos e meio em regime fechado e mais um ano em semiaberto e suas experiências enquanto prisioneira política. O período escolhido (1965-1975) remete-se ao ano em que Áurea entrou para a luta armada, tendo sido presa em 1969 e torturada, levada à Organização Bandeirantes (Oban) e o período em que foi julgada e cumpriu sua pena. Palavras-Chave: Áurea Moretti Pires, ditadura civil-militar brasileira, resistência feminina.
O PARÁ NO SESQUICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: HISTORIOGRAFIA E MEMÓRIA NAS COMEMORAÇÕES DO SESQUICENTENÁRIO EM BELÉM (1972) – Éderson José Lobo dos Santos (UFPA). O objetivo mais amplo deste estudo é o de contribuir para o debate historiográfico sobre a independência no Pará e suas conexões no contexto nacional. O trabalho de pesquisa consistiu em levantar e reunir informações sobre autores e obras sobre a independência no Pará no setor de obras raras da Biblioteca Pública Arthur Vianna (Fundação Cultural Tancredo Neves – SECULT). Pesquisar em jornais e revistas as publicações historiográficas do período. Mais especificamente analiso as comemorações do centenário e do sesquicentenário da independência no Pará e suas repercussões na imprensa. No Pará, o Conselho Estadual de Cultura organizou estas comemorações através de festejos com o intuito de criar e/ou fortalecer um espírito nacionalista geral. Nestes festejos, tanto no Pará no resto do Brasil, há um caráter “patriótico”, inventado pela imprensa censurada e pelas autoridades militares, porque o país passava por um momento de
65 ditadura e também porque buscava na imprensa censurada construir uma certa idéia da nacionalidade brasileira, com comemorações que emocionassem o povo, inventando assim um passado, para, desta forma, forjar um presente e um futuro para o Brasil militar. Estudo, portanto, uma invenção deste passado amazônico e brasileiro. Palavras-chave: Comemorações.
Historiografia,
Independência,
ATÉ QUE O DIVÓRCIO NOS SEPARE: A LEGALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO COMO ELEMENTO DE EMANCIPAÇÃO DA MULHER NO RECIFE DE 1977 – Jaqueline da Silva Lima (UFRPE). A tensão existente quanto se trata do tema divórcio, não é apenas uma questão isolada do casal que se propõe a esse fim, essa é uma questão social e legalmente construída com muitos entraves e conquistas. O peso social e religioso existente em relação ao matrimônio, é traduzido muito bem em todo o ritual que cerca o enlace conjugal. Assim o casamento é visto como um aspecto positivo, reconhecido e regularizado civilmente enquanto o divorcio sinônimo de fracasso. Esse último, enquanto direito legal, foi por sua vez conquistado com lutas da sociedade, especialmente contra as alas mais tradicionalistas da sociedade.Um direito civil que deveria ser dado a todo individuo pra que então ele pudesse ter a oportunidade de constituir uma nova família e delegar para seu novos herdeiros todos os direitos possíveis assim como também para sua ou seu novo companheiro, durante
66 muito tempo foi negado. Entretanto quem mais sofria com essa realidade de negação eram as mulheres, presa numa relação não legitima com um homem casado ou da mesma forma tendo que dividir seu marido com outra e ainda quando desquitadas, carregavam sobre si o peso do preconceito do desquite. Até 1977, apenas o desquite era reconhecido pela legislação brasileira. Entretanto apesar de os sujeitos desquitados terem rompido a relação de fato e de direito, eles não poderiam casar novamente. A Emenda nº 6515/1977 de Nelson Carneiro que receberia o nome de Lei do divorcio, foi uma grande conquista no que diz respeito a essa limitação do desquite, já que a partir de agora os divorciados teriam total liberdade para estabelecer novas relações. Essa conquista na área do direito da família é tratada neste trabalho como um passo histórico importante na sociedade que se desenhava com novas necessidades, nos últimos tempos da ditadura militar, na reorganização dos movimentos sociais e na reconstrução de uma nova realidade política. Buscaremos aqui construir, então o percurso histórico feito pela luta em busca da legalização do divorcio civil no Brasil com base em levantamentos documentais e bibliográficos no intuito de colaborar para a reflexão da nossa História e também a construção de nossa identidade. Nesse estudo procuramos enviesar por algumas linhas estreitas desse momento histórico: o primeiro será a contextualização historiográfica em que se deu o processo de aprovação da Emenda Constitucional que deu origem a Lei do divorcio. As inquietações sociais, o período de crise não só no Brasil como também no mundo e condições sociais e políticas enfrentadas pela sociedade daquela época no país. No segundo momento tentaremos traçar uma trajetória histórica de como era a separação nos diversos
67 momentos históricos do Brasil, como era encarada constitucionalmente, como era vista pela igreja, pela população, os preconceitos e a trajetória até a aprovação da Emenda Constitucional nº 6515/1977 que deu origem a Lei do divorcio. A aprovação da Emenda e posteriormente a sansão da Lei trouxe a regularização definitiva do fim do sonho da vida conjugal perfeita e a possibilidade de construção de uma nova relação, sem exclusões e limitações legais. Por fim no terceiro momento, nos deteremos a analise de alguns casos de divórcios e sua repercussão no Recife, o que a população pensava a respeito e também a expectativa de muitas mulheres que acreditavam na possibilidade de casamento a pós a separação de seu amado da atual esposa ou da possibilidade de encontrar um novo companheiro. Palavras-Chave: Divórcio, Gênero, Direito da família.
A IGREJA SUBVERSIVA: A DITADURA MILITAR E O MOVIMENTO DE NATAL NA DÉCADA DE 1960 – Jéssica Freire Dalcin (UFRN) e Dayane Flávia Oliveria Magalhães (UFRN). O presente trabalho tem em vista analisar o que levou a marcação da Igreja como um espaço de subversão pelos “defensores da ordem” e a paralisação do Movimento de Natal, na década de 1960, especificamente no período posterior à deflagração do golpe militar de 1964. Ao consultarmos a bibliografia existente acerca do Movimento, deparamo-nos com o seguinte problema: porque este sofreu uma paralisação, mesmo tendo obtido êxitos consideráveis no campo
68 social e moral. A deflagração no Brasil do regime militar desdobrou na perseguição e repressão ao que ameaçasse a situação política do momento. Assim, fomos levadas a inferir e buscar constatar se essas ocorrências tinham relação. Neste sentido, procuramos também examinar de que forma os setores do Movimento tentaram assegurar a sua sobrevivência, sem relacionar-se com a “luta pela mudança de estruturas” e observar os efeitos que a paralisação do Movimento trouxe à população norte-rio-grandense. Para tanto, dialogaremos com o conceito de movimento social apresentado por Eder Sade. As fontes utilizadas na pesquisa são documentos escritos, jornais da época e depoimentos de cidadãos que vivenciaram o momento. Palavras-Chave: Movimento de Natal; Regime Militar; Movimento Social.
A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NEGRA NO CINEMA ERÓTICO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE A PARTIR DO FILME “HISTÓRIAS QUE NOSSAS BABÁS NÃO CONTAVAM” (1979) – Paulo Hipólito (PPGH – UFPB). No cinema, o negro é representado, na maioria das vezes, através de imagens negativas historicamente constituídas. Varias categorias depreciativas e estereotipadas são destinadas às mulheres negras nas telas: prostitutas, vagabundas, moradoras de rua, barraqueiras, amantes, traidoras. Mas o que predomina no cinema, com relação às personagens negras, é a imagem da mulata como símbolo sexual – a “boazuda”. É essa a imagem principal da mulher negra representada no filme erótico Histórias que nossas babas não
69 contavam (1979), dirigido por Osvaldo de Oliveira. Partindo desse princípio, este trabalho procura analisar a atuação de Clara das Neves (Adele Fátima), enquanto personagem negra, e como esta foi representada. Uma analise semiótica do filme nos fornece uma visão mais aprofundada, uma vez que se pretende desvendar intencionalidades discursivas escondidas em cenas, planos, sonoridade, sequências, entre outros elementos constituinte da produção fílmica. Palavras-chaves: Mulher Negra. Gênero. Cinema.
06. Ensino de História ( Diego Deziderio /FFP-UERJ) O Simpósio Temático intitulado Ensino de História propõe discutir a constituição de saberes das áreas da Educação e da História, de forma articulada com os conhecimentos do Currículo e da Teoria da História, possibilitando maior compressão dos desafios colocados pelo ensino de História na contemporaneidade e como estes contribuem para a formação e prática do professor na área de História. O objetivo desse simpósio é abrir espaço para apresentações de trabalhos que reflitam sobre a prática e saberes do ensino da História dialógicos com o saber acadêmico e escolar.
70 CINEDADANIA, ARTE E DEBATE: ENSAIOS SOBRE UMA APRENDIZAGEM DIÁRIA - Rafael Teixeira (UVA) e Trilce Medina (UdelaR) O “Cinedadania, Arte & Debate” é uma rede intergeracional de relações que trabalha em conjunto, de forma cooperativa e horizontal com o intuito de produzir eventos que utilizem o audiovisual como disparador de debates sobre temas polêmicos de nosso cotidiano. Contamos para a realização dos mesmos, com o apoio de outros coletivos, grupos de artistas, artistas autônomos, educadores, ativistas e todos aqueles interessados em participar desse processo de educação extraescolar. Acreditamos ser a educação um processo que ocorre não só dentro da escola, na educação formal, mas também nos tempos e espaços “livres”, o que chamamos de aprendizagem diária. Por isso, almejamos alterar, abrir e expandir as rotas do entretenimento. O objetivo dessa comunicação é discutir a importância da utilização das ferramentas audiovisuais como alternativas educativas dentro da história do tempo presente, nas diversas áreas de conhecimento. Palavras-Chave: educação extraescolar, cinema, articulação. ABORDAGEM DO PASSADO COLONIAL BRASILEIRO: UMA ANÁLISA DA PRÁTICA DOCENTE E DO SABER HISTÓRICO ESCOLAR MIRNA MONALIZA BRAGA SANTOS (UFPA) e RODRIGO CALDERARO ROCHA (UFPA). A abordagem sobre o passado colonial brasileiro representa um importante ponto de partida na
71 constituição do saber histórico escolar no âmbito do ensino de História na educação básica; a partir da observação da prática docente, o presente trabalho tem por objetivo evidenciar o papel do professor no ensino de História do Brasil colonial e problematizar o lugar atribuído ao professor na constituição do saber histórico escolar que envolve os conteúdos referentes ao período colonial; Os discursos que permeiam a didática do professor na educação básica e a finalidade de sua prática contêm, com base na análise da prática docente e na formação profissional do professor, o direcionamento e a formulação curricular dos conteúdos transmitidos, constituem o saber histórico escolar em questão neste estudo se destina a objetivar o papel e a importância do professor e da didática profissional no ensino de História do Brasil Colonial. Palavras-Chave: Prática Docente, Brasil Colonial, Saber Acadêmico e Escolar. COMPREENDER X DECORAR: REFREXÕES INICIAIS SOBRE AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA HISTÓRIA - Radanés Aurélio Lima Vale (UFPA) As avaliações constituem um papel importante para o processo de ensino e aprendizagem. Presentes em todas as disciplinas escolares, estas visam analisar a aquisição de conhecimentos pelos discentes. Quando tratamos das áreas de humanidades, os processos avaliativos devem aferir além da apropriação dos conteúdos, outras habilidades específicas. Em História, essas habilidades abrangem, entre outras, a compreensão dos processos históricos, a construção de valores, por exemplo. No entanto, a avaliação geralmente consiste em uma prática de apreensão dos
72 conteúdos e não em uma oportunidade privilegiada para verificar o que o aluno compreendeu e quais acréscimos o estudo histórico proporcionou para ele. A presente pesquisa discute a partir de minha experiência como bolsista do PIBID/História/Belém o ensino e a aprendizagem na referida disciplina, a partir de avaliações realizadas em uma escola pública de Belém do Pará. Palavras-Chave: avaliação, ensino de História, Belém-PA. PESQUISA HISTÓRICA EM SALA DE AULA: ALGUMAS POSSIBILIDADES Patricia Bispo da Silva (UEFS) e Tula Valentina Ferreira de Souza Felix Ramos (UEFS). A partir de discussões bibliográficas e da experiência do estágio supervisionada este trabalho discute a formação do professor e o ensino de história e analisa como o professor pode tornar-se um pesquisador dentro da sala de aula e de que forma a pesquisa pode está presente na vida dos alunos. Para isso destacaremos dois métodos: a pesquisa histórica na sala de aula, ou seja, a própria produção do conhecimento, e a transição didática através da utilização de pesquisas acadêmicas no ensino escolar. Após essa análise tentaremos através de projeto de pesquisa do campo da História das Religiões traçar as possibilidades do uso desses dois métodos em sala de aula. Palavras-Chave: ensino, pesquisa, transposição didática.
73 MAPEAMENTO DE POLÍTICAS AFIRMATIVAS VOLTADAS À INSERÇÃO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA NO MUNICÍPIO DO RIO GRANDE (RS) Alexandre da Silva Borges (FURG) / Prof.ª Drª Carmem G. Burgert Schiavon (FURG)
Esta proposta de trabalho visa apresentar alguns dos resultados do Projeto “Mapeamento, análise e universalização de políticas afirmativas voltadas à inserção curricular da História e da Cultura AfroBrasileira no Município do Rio Grande”, financiado pelo Programa de Extensão Universitária (ProExt) do Ministério da Educação. Em outras palavras, o Projeto coloca-se como uma ferramenta para o mapeamento destas discussões em nível municipal, com o objetivo de diagnosticar os avanços e limitações da implantação destas políticas nas escolas e instituições públicas locais, de forma a trazer subsídios para os órgãos competentes na construção das medidas necessárias à redução das desigualdades e do preconceito com as comunidades remanescentes da cultura afro-brasileira. Ademais, salienta-se que o projeto encontra-se em consonância com a legislação educacional vigente, buscando atender as políticas relacionadas à inclusão escolar e social, o que significa possibilitar a difusão do conhecimento, bem como as políticas que tratam das diversidades culturais e étnico-raciais brasileiras, as quais permitem uma inclusão escolar mais igualitária. Palavras-chave: História, Cultura Afro-Brasileira, Educação, Rio Grande.
74 AULA OFICINA: HISTÓRIA REGIONAL E MEMÓRIA NO ÂMBITO ESCOLAR Amábile E. A. Sperândio ( UEL) e Naira Saiki Silva (UEL) O presente artigo será resultado de uma experiência que estamos vivenciando no PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, o mesmo voltado para o incentivo a docência a alunos de graduação. O programa iniciou-se em 2011 na Universidade Estadual de Londrina, sendo composto por alunos do 2°, 3° e 4° ano do curso de licenciatura em História. Estamos desenvolvendo, aulas-oficinas (BARCA,2004) em escolas estaduais da cidade de Londrina, em específico o Colégio Estadual Tsuru Oguido, que fica na área periférica do município. Neste local, trabalhamos com o ensino fundamental. Esta pesquisa tem por objetivo trabalhar com análise de fontes de arquivos pessoais dos próprios alunos, em que serão auxiliados no ambiente escolar, por nós estagiários e o professor da disciplina de História. Assim buscaremos, discutir questões fundamentais para o ensino de História Regional, através da análise das fontes trazidas pelos alunos, articulado ao estudo de conceitos como: Memória, patrimônio e cidade. Compreendendo assim, que, a Memória individual participa com a construção da memória coletiva. Em que o aluno compreenderá a pluralidade socio-cultural presente em seu meio de convivência social, e as difrenças das características individuais e sociais (PCN história,1998 ). Palavras-chave: Ensino de História, Mémoria e Cidade.
75 Noções de jovens estudantes sobre o progresso na História Local - Ângelo Otávio Garcia Rechi (UEL) e Isabela Veglieri Pereira (UEL) O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID – docurso de História da Universidade Estadual de Londrina realizou uma pesquisa sobre os modelos interpretatviso provenientes de alunos do Ensino Médio do Colégio Aplicação em Londrina. A partir de um instrumento de pesquisa de conhecimento prévio em forma de questionário, que tabulamos e categorizamos para depois analisarmos, destacamos as respostas referentes à inserção tecnológica no mundo social vinculada ao que estes alunos entendem sobre a História Local (no caso, sobre história da cidade de Londrina). Objetivamos divulgar os resultados parciais desta pesquisa. Pudemos perceber que os discentes contrapuseram o presente e o passado, pensando este último, como atrasado, porque sem tecnologia, portanto, sem conforto. Esta dicotomização implica na ideia de que a tecnologia apenas tem seu aspecto “benéfico”, o que demonstra uma visão evolucionista e anacrônica. Palavras-Chave: Conhecimento prévio. História Local. Tecnologia.
O LUGAR DO INDIGENA E DO NEGRO NO ENSIDO DE HISTORIA - Blendson Batista Santos (UFPA) Tomando como referencia os estudos de Thompson e sua “História vista de baixo” que ressalta aspectos pertencentes às populações subalterna que durante
76 algum tempo foram negligenciadas pela historiografia. Este trabalho tem por objeto o protagonismo desses agentes sociais (como o indígena e o negro) no ensino da Historia em uma escola publica de Belém no Estado do Pará. E não só dentro de sala de aula, mas também fora dela, na consciência dos alunos, na do professor e na consciência dos dirigentes dessas escolas evidenciadas nas atividades desenvolvidas por essa escola. Partindo da lei nº 11.645 de 10 de março de 2008 que torna obrigatório o estudo da historia e cultura afrobrasileira e indígena, se buscou analisar através de entrevistas, relatórios feitos por meio de observações em sala de aula e também por meio da analise do material didático trabalhado pelo professor, o lugar em que o indígena, por exemplo, tem no ensino do processo histórico brasileiro. Um tema tão relevante visto que a nossa cultura esta minada por heranças tanto dos povos indígenas quanto os povos que vieram do continente africano, é nos nomes das ruas, no vocabulário e sem falar da herança deixada na culinária não só de Belém, mas em todo o Brasil. Sempre partindo da ideia de que a escola é um lugar de síntese e tendo o ensino da historia como uma ferramenta importante para a formação da consciência histórica. Foram observadas turmas do 7º ano do ensino fundamental. Palavras-Chave: Indígena, Afro-brasileiro, Ensino.
77 FUNDAMENTAL PARTINDO DO IMAGINÁRIO DO ALUNO - Cleyton Soares Santos (UNASP – EC, PIBID) e Everton Cordeiro da Silva (UNASP – EC, PIBID). O presente trabalho tem por objetivo fazer um relato de experiência de uma aula ministrada para alunos da 7º ano fundamental. Na primeira parte, é apresentado o passo a passo na realização da aula, descrevendo a atividade na práxis. Neste tópico é possível perceber as possíveis dificuldades enfrentadas pelos alunos/professores participantes do PIBID ao executar a aula. Na segunda parte, foi elaborada uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos docentes ao pretender trabalhar com novas metodologias e é apresentada, também, a importância destas novas abordagens metodológicas para o processo de ensino/aprendizagem. Palavras chave: 7º ano fundamental; Idade Média; Imaginário do aluno; metodologia diferente; ensino de História. Oficina de História e Questionário Avaliativo - Daniel de Souza Martins (UFPA) Este trabalho volta-se para o projeto “Oficina de História e Questionário Avaliativo” desenvolvido na E. E. De Ensino Médio e Fundamental Deodoro de Mendonça em Belém do Pará, com turmas do terceiro ano do ensino médio, com o propósito de instigar a pesquisa em temáticas da disciplina história, visando uma reflexão do conteúdo estudado pelos alunos, bem como a aprendizagem de metodologia para a pesquisa, assim combatendo as práticas correntes de plágio de
78 trabalhos da internet e outras mídias. Somando e concluindo este processo, temos o Questionário avaliativo, que dará resultados finais ao projeto o avaliando. Palavras-Chave: pesquisa, ensino de história, questionário. A VISÃO HISTÓRICA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA HISTÓRIA DE LONDRINA E SEUS ARTÍFICES. (Daniel Valentin Carvalhal – UEL). Objetiva-se relatar as atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, História, da Universidade Estadual de Londrina, em especial a articulação entre pesquisa e ensino. A pesquisa realiza-se em dupla direção, abordando: 1) a conjuntura histórica da fundação/formação da cidade de Londrina – PR na década de 1930 e 2) os conhecimentos prévios sobre a temática, considerando um estudo exploratório com 66 alunos de primeiros anos do Ensino Médio, no Colégio Estadual Hugo Simas. Autores como Tomazzi, Lenharo e Carvalho fundamentam esta pesquisa. O estudo historiográfico serviu ao propósito de fundamentar a análise das respostas dos alunos indicativas de sua noção de história, destacando a questão do “pioneiro”, geralmente personagem edificado nas narrativas históricas circulantes na cidade. Tal pesquisa é prospectiva, no sentido de construir a reflexão em sala de aula sobre a problemática. Palavras-Chave: Londrina. Pioneiro. Conhecimento prévio.
79 O PASSADO QUE SE FAZ PRESENTE: ENSINAR HISTÓRIA EM TEMPOS DE MEMÓRIA - Davison Hugo Rocha Alves (UFPA) Esta comunicação tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o ensino de história e os usos do passado, tendo como análise a metodologia do professor de História. O nosso objeto de pesquisa é a relação ensino de história e memória, para dialogar com um passado que se faz presente. Vivemos em uma “cultura da memória” onde os acontecimentos do presente fazem algumas revisões de determinados processos históricos permitindo criar uma nova cultura histórica, que atualmente dialoga com traumas, esquecimentos, silêncios e ressentimentos, neste sentido, o professor precisa analisar essa nova leitura do passado e perceber seus usos e potencialidades para o ensino de História, ele apresenta a memória como fonte histórica para o ofício do historiador e como objeto para entender o passado na sala de aula. Como o professor de História pode ensinar em tempos de memória? O que podemos aprender a partir da relação presente-passado? São algumas reflexões a serem debatidas nesta comunicação. Palavras-Chaves: cultura da memória, ensino de história, tempo presente.
80 HISTÓRIA INDÍGENA NO RIO GRANDE DO NORTE: ENTRE A ACADEMIA E O ENSINO BÁSICO - Ristephany Kelly da Silva Leite (UFRN). A produção historiográfica norte-rio-grandense acerca dos povos indígenas têm se atualizado nos últimos anos. Em contrapartida a uma historiografia “tradicional” que descreve o “desaparecimento” dos índios na então capitania do Rio Grande do Norte após a Guerra dos Bárbaros, outra vertente vem realizando estudos sobre os povos indígenas coloniais e os remanescentes que estão lutando até hoje por reconhecimento junto à Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Objetiva-se aqui, explanar a produção historiográfica “tradicional” sobre indígenas no Rio Grande do Norte e as novas pesquisas que vêm sendo realizadas. Apresentar-se-á novos dados, retirados da historiografia revisionista e dos documentos manuscritos do Arquivo Histórico Ultramarino, que poderão compor uma proposta de ensino em que o elemento indígena é encontrado após a Guerra dos Bárbaros e nos dias atuais. O processo de reconhecimento dos remanescentes indígenas do Rio Grande do Norte é recente e vem levantando grandes polêmicas no estado. Pretende-se desenvolver uma integração deste conteúdo tão debatido no âmbito acadêmico com o Ensino Básico. Palavras-Chave: Ensino; História indígena; presença indígena no Rio Grande do Norte. A CULTURA E A HISTÓRIA: O SER CULTURAL E SUAS RELAÇÕES COM O TEMPO - Telma Jordânia Rodrigues Bezerra (UFRN)
81 O presente trabalho, vem através desta oportunidade propor uma discussão no simpósio temático de ensino de História, trata-se de um relato de experiência da primeira parte do projeto que dá nome ao trabalho, executado na Escola Estadual José Fernandes Machado no bairro de Ponta Negra com a turma do segundo ano, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID, cujo objetivo vai desde despertar nos alunos a conscientização sobre do que se trata a Cultura e qual o objeto de estudo desta, dando enfoque para a história, para o homem enquanto um ser cultural complexo em meio as suas relações com o tempo, trazendo abordagens do período colonial brasileiro, além dos acontecimentos importantes que ocorreram no mundo para suprir as necessidades de conteúdo da turma. A partir da identificação dos conceitos de cultura, buscamos atribuindo valores ao estudo histórico, e ao homem dos séculos XVII e XVIII. Acima de tudo, extrair a partir de discussões elaboradas em sala, o que os alunos compreendem por Cultura, e a noção que possuem sobre o estudo da História sobre a mesma e como é possível identificar a associação entre ambas no cotidiano dos períodos tratados como nos dias presentes, estabelecendo uma ponte entre o tema tratado “história indígena no período colonial” a fim de que os alunos possam compreender quando a História converge com as pesquisas da antropológicas. Com o uso de imagens utilizadas em sala de aula propusemos apresentar alguns períodos da História (no nosso caso, como as turmas de segunda série do ensino médio estudam a história do período colonial no Brasil e do século XVII e VXIII no mundo, foi este o nosso recorte) demonstrando dessa forma, como a cultura se caracterizava e se apresenta em constante mutação, por meio da elaboração de
82 atividades voltadas a uma investigação teórica sobre o que os alunos compreendem por cultura, qual a importância dão para a disciplina História, principalmente como a percebem, além do que conseguiram abstrair do tema tratado das heranças culturais deixadas pelas três raças: índios, negros e brancos afim de buscar compreender parte da complexa formação do conhecimento histórico que até então disponibilizamos. Utilizando da temática da missão jesuítica iniciamos com uma análise de como se iniciou a educação em nosso país. Estaremos enfocando os meios utilizados pelos cristãos jesuítas para inserir o índio no processo de ensino e catequese. Para isso aplicamos em sala o filme A Missão (1986) em que estes fatores estarão sendo expostos e a partir dele geramos atividades que visaram compreender como estes processos ocorreram, permitindo que os alunos sintam-se a vontade para formularem reflexões e principalmente quebrar a falsa imagem atribuída ao índio como se este tivesse que, obrigatoriamente, ser um ser estático no tempo, o que claramente percebemos que não. Ou seja, através desta oportunidade venho demonstrar os demais processos que ocorreram nesse projeto que ainda está por terminar, com base nas discussões levantadas, busco principalmente construir meios metodológicos através da análise dessa experiência. PalavrasChave: Cultura, Ensino, História Indígena. História, Memória e Representações Sociais do Município de Viçosa: Possiveis Diálogos entre o passado e o presente - Thiago Siqueira Viana (UFV)
83 O presente trabalho busca relatar a experiência e a pesquisa realizada com alunos do Ensino Fundamental e Médio da Escola Estadual Raul de Leoni, localizada no Município de Viçosa-MG, a partir de referenciais teórico-metodológicos pertinentes aos trabalhos de História e Memória. A discussão que aqui propomos subdivide-se em três momentos. Na primeira parte do estudo, investigamos e reelaboramos os conceitos de História, Memória e Patrimônio cultural com os Alunos, com o intuito de desenvolver nos mesmos um sentimento de identidade e pertencimento a região em que vive. Já no segundo momento desse trabalho, procuramos fazer a exposição de imagens da cidade de Viçosa, trazendo fotos antigas e contemporâneas da cidade, mostrando como o processo de urbanização afetou e modificou o cenário da cidade. No parte final, os alunos realizaram atividades que visavam contemplar os objetivos do trabalho. Este projeto é fruto de experiência do Pibid História da Universidade Federal de Viçosa. Palavras-Chave: Ensino de História, Memória, História Local. A UTILIZAÇÃO DA MÚSICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA EM SALA DE AULA - Dayane Ponciano de Lima (UFRN). Este trabalho consiste numa pesquisa de campo realizada durante as disciplinas de Estágio Supervisionado de Formação de Professores de História, em que partimos da observação etnográfica, elaboração de um projeto de pesquisa, até chegarmos à prática docente e aplicação do projeto junto às turmas de Ensino Fundamental e Médio. O projeto aplicado
84 consiste na utilização da música como auxílio didático no Ensino de História, empregando ferramentas inovadoras para trabalhar com os conteúdos históricos em sala de aula para além dos métodos convencionais já adotados. Para desenvolvimento da temática, utilizei a análise de autores que escreveram sobre o auxílio da música no ensino de História. Trabalhei com três autores que tratam sobre o tema, Maria Katia Abud, Marcos Napolitano, e Circe Bittencourt. A metodologia adotada utiliza a música como documento histórico, fazendo com que o aluno identifique na música, através da análise documental, elementos que retratem o recorte temporal trabalhado na forma de conteúdo em sala. No decorrer do trabalho veremos as experiências vivenciadas na aplicação do projeto de pesquisa em uma turma de Ensino Fundamental, sendo a música um elemento auxiliador na dinâmica das aulas de História ministradas. Palavras-Chave: Observação etnográfica, Ensino de História, Documento Histórico. Os (Des) Usos do Livro Didático na Escola Básica Pública - Darly Vieira Linhares (UEMA). O presente trabalho busca analisar e acompanhar como o livro didático tem sido utilizado em escolas públicas de São Luís, buscando saber o nível de complexidade do conhecimento em relação ao público para o qual se destina. As etapas da pesquisa consistem em levantamento bibliográfico e das fontes históricas, a saber, os livros didáticos de história do oitavo e nono ano. A metodologia adotada é a de interação, fazendo com que os professores da escola-alvo do projeto reflitam sobre o uso do livro didático. Tem-se como objeto de estudo o livro didático, cujo objetivo dessa
85 pesquisa é mostrar a dependência desse material didático na prática docente e de sua importância como um instrumento pedagógico na preparação da vida intelectual, social e cultural dos estudantes. Palavras-Chave: Livro Didático; Escolas Públicas; Professores.
07. História das Mulheres e relações de gênero ( Anna Beatriz Esser dos Santos – PPGHC/ UFRJ). Este simpósio temático objetiva promover o encontro entre pesquisadores cuja preocupação teórico-metodológica passa pela análise e discussão acerca das práticas discursivas sobre as funções sociais atribuídas às relações de gênero, assim como discutir comportamentos sociais e culturais atribuídos a homens e mulheres nas mais diferentes fontes históricas. Quando nos referimos à construção de gênero, falamos de algo que se opõe a ideias deterministas, e pensamos sobre a produção social dos sentidos, um processo que vem sendo construído ao longo do tempo. Este conceito apresenta-se para desconstruir a representação tradicional do feminino e do masculino, ao entender que homens e mulheres são socialmente produzidos pelo discurso dominante e também por crenças, imagens e símbolos presentes nas diferentes culturas.
86 RETRATO DA SOCIEDADE RURAL INGLESA E EDUCAÇÃO FEMININA NOS ROMANCES DE JANE AUSTEN - Mariana Aires Alves Veloso (UFF/PUCG) O presente projeto pretende analisar, a partir de um conjunto de romances da autora Jane Austen (17751817) Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813),Emma (1815), Persuasão(1818),a sociedade rural inglesa, a relação campo e cidade, as transformações das estruturas sociais, das hierarquias, o papel feminino, a relação entre as classes, os conflitos que se apresentavam diante dos contemporâneos, ora reproduzindo ora rompendo com as regras e convenções sociais. A literatura tem sido apontada pela recente historiografia como importante fonte para a história social, especialmente para iluminar a participação de grupos outrora marginalizados pela história narrativa tradicional. O projeto propõe a reflexão sobre a trajetória da mulher romancista que desponta no século XIX, assim como sobre o papel pedagógico dos romances, consumidos especialmente por um público leitor feminino e formador da opinião pública. Palavras-Chave: sociedade tradicional inglesa, feminino, literatura. HISTÓRIA E REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO: UMA ANÁLISE SOBRE ANA TERRA- Camila Maria Longo Pleszczak (UFPR) Este trabalho tem por objetivo a análise das representações de gênero com ênfase na figura feminina em sua participação na sociedade e na construção da
87 memória do Rio Grande do Sul no romance histórico O Tempo e o Vento no capítulo Ana Terra. Por meio de estudos acerca da história num contexto literário, baseados em Sandra Pesavento e Miguel Puga, dialogando com discussões de estrutura do discurso histórico estabelecidas por P. Veyne e R. Chartier, procura-se estabelecer um espaço de interação da História e Literatura. Analisando estudos acerca da construção histórica e do contexto de produção da obra construiu-se um contexto de produção histórica e literária que influenciou a estruturação historiográfica presente no romance. Para análise da figuração feminina presente na obra dialogou-se com artigos de Sandra J. Pesavento e Gisele do Rocio Borges, articulados com as reflexões de M. Perrot sobre os lugares das mulheres na História. Desta forma, foi possível realizar a análise que apresenta a figuração feminina na obra de Érico Veríssimo com papel fundamental de formação da sociedade e memória em sua interação com os homens e o contexto histórico. Palavra-chave: Gênero, Literatura, Érico Veríssimo
CRIME E ESCÂNDALO: (In)fidelidade feminina nas primeiras décadas do Brasil Republicano (1889-1930)- Adriana Moraes Pereira (UEMA) Este trabalho visa analisar a infidelidade feminina no Brasil, na passagem do século XIX para o século XX e ao longo da Primeira República brasileira (1889 – 1930). Entender como essa sociedade, machista e patriarcal, via a mulher que cometia adultério e como estipulava regras que as mulheres deveriam seguir para serem consideradas “honestas”. Para tanto, faremos um
88 breve percurso entre as mulheres coloniais e imperiais, destacando como a prática do adultério era observada, para então chegar ao período republicano. A partir disso, perceber algumas permanências mesmo com as mudanças que estavam ocorrendo, e como estas mudanças influenciaram as novas formas de ver a mulher. Observaremos também as modificações nas relações matrimoniais com o advento da República e a prática do adultério por parte da mulher republicana. Palavras-chaves: Infidelidade. República. Mulher.
O DESNUDAR: A REVISTA PLAYBOY (1975-2005) COMO ESPAÇO DA PRODUÇÃO HISTÓRICA - Giulle do Nascimento e Silva – UEPB Estética, forma e corpo são mecanismos e atributos explorados pela mídia que ao ofertar produtos causam e liberam fetiches e fortalece a busca pela perfeição corpórea feminina e/ou masculina. Mulheres por serem mais pressionadas, pela indústria midiática, a buscarem a igualdade e a perfeição, querem seguir as formas exibidas nas páginas de revistas como a Playboy – surgida no contexto de expansão da produção cinematográfica e televisiva – onde são criados pelos homens padrões de beleza para serem seguidos pelas mulheres. Através da revista podemos visibilizar corpos que são tidos como parâmetros de beleza, não era qualquer corpo a ser visibilizado, mas ao contrário era a autorização de um modelo de corpo a ser seguido, as suas transformações e as suas representações podem ser analisados como histórico, então podemos pensar o corpo visibilizado na Revista Playboy como histórico, como um novo caminho da História Cultural a ser
89 explorado. Analisando o surgimento no século XX em 1975 até o ano de 2005, inicio do século XXI, com o aparecimento dos programas cibernéticos e as próteses de silicone, podemos compreender algumas modificações culturais e corporais. Essa relação de poder vem ser relatada por Michel Foucault, Guacira Lopes Louro, e as modificações corporais podem ser entendidas a ótica de Mary Dell Piore. Visibilizaremos as representações corporais através da analise das imagens da Revista Playboy. Palavras-Chave: corpo, playboy, mulher. ANTÔNIA E SEUS MARIDOS: UM CASO DE POLIANDRIA NAS MÃOS DA INQUISIÇÃO NA BAHIA DO SÉCULO XVI - Emily de Jesus Machado (UFBA) Busco nesta comunicação apresentar um trabalho que aborda o universo cotidiano da Bahia colonial, partindo de uma perspectiva de gênero e que se pauta não no conceito utilizado pela Inquisição de bigamia, mas sim de poliandria – termo aplicado especificamente a mulheres que se casaram múltiplas vezes sem ter o primeiro matrimônio dissolvido. Tendo o foco nas especificidades do universo feminino, as possibilidades e limitações encontradas pelas mulheres que se arriscavam nesta prática, e numa tentativa de compreender seus meios e motivações, buscando por fim refletir acerca da relevância social disto, o que de novo isto pode nos mostrar no que se refere ao lugar e as possibilidades de vivências sociais das mulheres na colônia e a relevância de tal proceder para um maior entendimento das ações femininas no quadro de transgressões morais. Para tanto, parto da perspectiva do estudo de caso, e utilizo como fonte o processo
90 pertencente à Inquisição de Lisboa, arquivado na Torre do Tombo em Portugal, referente à Antônia de Barros, processada por bigamia durante a Primeira Visitação do Santo Ofício à Bahia em 1591. Palavras-Chave: Inquisição, mulheres, Brasil Colônia. MULHERES BRANCAS E NEGRAS: O SER MULHER DIANTE DAS TENDÊNCIAS DA SOCIEDADE - Géssica Dayanne Lima dos Santos (UEPB) e Augusto Silva Borges (UEPB). Neste trabalho pretendemos analisar a relação existente entre a mulher branca e a mulher negra, vistas a partir de tendências e comportamentos diante de uma sociedade machista que a exclui, e que a trata como subproduto do homem, fazendo com que estas neguemse a si mesmas e a seus sentimentos. Será esta representatividade silenciosa que nos confidenciará sobre si e sua sensualidade enquanto moeda de troca nos casamentos apadrinhados ou na figura mestiça que exprime sua alegria e liberdade em uma roda de samba, sem receios. Como base utilizamos Michelle Perrot, Aluísio Azevedo e Jean Bottéro. A mulher enquanto ser que se transforma, que silencia, mas que tem muito a dizer sobre si mesma, as análises de seu recato e a transformação deste ao longo de sua história, percebendo que a luta travada pelas mulheres em nossas sociedades não passa apenas por uma questão de superar o olhar, a hegemonia masculina sobre elas, mas superar a visão que se tem sobre este sistema de opressão considerado racismo. Quando nos retratamos a questão do racismo podemos observar a inferioridade social da população como todo eem particular das mulheres negras, fazendo com que se crie um sistema de divisão
91 onde se busca alcançar a igualdade nos privilégios que são designados às mulheres brancas. Nesse sentido a luta das mulheres contra a opressão vem percorrendo novos sentidos em direção a uma política feminista, como também anti-racista. Nos despimos diante da pós modernidade, onde anunciam novos ventos que sopram sobre nossa sociedade. A mulher se mostrou depois de séculos de subordinação e esquecimento. O seu corpo passou a ser visto e utilizado enquanto referencial de desejo e beleza, mudaram também as formas, a cor, o referencial de beleza, e ela agora se exibe nas passarelas, revelando o prazer, a alegria e a sensualidade. PROSTITUIÇÃO E RESISTÊNCIA EM FORTALEZA NO PERÍODO DE REFORMAS URBANAS E SOCIAIS (19001930) - Nathalie Nunes Monteiro (UFC). Nessa pesquisa, tenho o intuito de perceber como as mulheres que se prostituíam na cidade de Fortaleza, nas primeiras décadas do século XX (1900 – 1930), resistiam aos novos modos “civilizados” de se viver nessa cidade. Período de “regeneração” e “aformoseamento” da cidade, que trouxe modificações econômicas e sociais, fez com que o modo de vida, principalmente das pessoas mais pobres e a margem da sociedade passassem a ser vigiadas e disciplinadas, se modificando profundamente. Esse trabalho tem o intuito de pesquisar processos criminais em que essas mulheres são acusadas de transcender as normas de moralidade da cidade. Através da leitura desses processos que estão localizados no Arquivo Público do Estado do Ceará, tentarei compreender como elas resistiam e através de que forma. Fazendo assim uma leitura sobre gênero,
92 principalmente sobre a construção dessas mulheres como pessoas que tem poder sobre seu próprio corpo em tempos de patriarcalismo exacerbado, e também sobre o período de reformas urbanas e sociais no Brasil no período estudado, levando em consideração suas motivações e influências. Palavras-Chave: Prostituição, Reforma-urbana, Fortaleza As descendentes da rainha Ester- papéis judaicos femininos em tempos de perseguição - Clarissa Corrêa Lira (UFPE). Ao ser lançado em Portugal o édito de expulsão dos judeus, grande parte dos judeus que habitavam o território português são convertidos à força e obrigados a renegar suas origens para se adaptar à sua nova situação. Em 1536, a Inquisição comece a funcionar no território português. A partir daí, muitos dos judeus que ali viviam decidem começar uma vida nova e livre de perseguição em terras luso-brasileiras, porém décadas mais tarde a Inquisição cruza o oceano atlântico. A visita do inquisidor expõe as práticas judaizantes das famílias cristãs-novas. Dentro desse contexto, a cristãnova é considerada a maior ameaça ao monopólio católico sendo vista como a mantenedora e propagadora dessas práticas heréticas. As mulheres desse grupo figuravam, então, como um mal que deveria ser detido. Examinando-se documentos da Inquisição vemos as mulheres como personagens principais dessa perseguição. Palavras-chaves: judaísmo, mulheres, Inquisição.
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Mulheres e escravidão na sociedade feirense (1850 – 1900) -Laira Caila Lima Mendonça (UEFS). Levando em consideração as mudanças sociais que estavam ocorrendo na época, a exemplo da Revolução Industrial que “afetava” o Brasil, as leis que acabavam aos poucos com a escravidão e as modificações urbanas feitas no reinado de D. Pedro II, parte-se do pressuposto que se há uma ruptura da ordem social existente, essas atingem também os indivíduos de forma particular. Busco entender qual o papel das mulheres em meio a essas modificações e as suas contribuições na sociedade, sejam as de elite ou as do povo. Para o desenvolvimento de tal trabalho, foram utilizadas as fontes secundárias da BCJC-UEFS e do portal UFBA (teses e dissertações). A posteriori foi feito o levantamento das fontes primárias (livros de notas, processos cíveis e crimes) que estão sob as guardas do CEDOC-UEFS, Museu Casa do Sertão-UEFS, Arquivo Público Municipal-Feira de Santana e APB. Essas documentações acima selecionadas foram por fim analisadas e confrontadas para melhor entendimento e aprofundamento do tema. Palavras-chave: Mulher, escravidão, sertão baiano. O PAPEL DA MULHER PIONEIRA EM LONDRINA NAS DÉCADAS DE 1930-1950 - Diego Barbosa Alves de Oliveira (UEL) e Nara Kisser Peretti (UEL). Objetiva-se relatar as atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, História, da Universidade Estadual de Londrina, em especial a articulação entre pesquisa e ensino. Nossa
94 pesquisa voltou-se para a “pioneira” Drª Severina Alho, primeira mulher a exercer a profissão de cirurgiã dentista em Londrina em meados da década de 1930. Também aplicamos um instrumento de pesquisa em duas turmas do 2º colegial do Colégio Estadual Hugo Simas, localizado na cidade de Londrina, procurando apreender o conhecimento prévio do aluno quanto ao papel da mulher na História Local. Fundamentados em Michelle Perrot quanto à história das mulheres, em Isabel Barca sobre aula-oficina e em Peter Lee sobre literacia histórica, tomamos nossa pesquisa sobre esta personagem, bem como os resultados do questionário de conhecimento prévio e questionamos em sala de aula por meio de fontes históricas, a ideia de que apenas os homens são importantes na história, ao mesmo tempo contextualizando os sujeitos da época para ressignificar a noção de “herói”. Palavras-chave: História Local. História das mulheres. Herói. Literacia histórica.
“CAROLINA MARIA DE JESUS: IDENTIDADE NA ESCRITA DE SI DO DIÁRIO ÍNTIMO „QUARTO DE DESPEJO” - Aguinaldo de Jesus Moraes Marques (UFPA). Neste presente trabalho discutiremos uma parte da história de vida de Carolina Maria de Jesus, registrada em seu diário íntimo, sob a perspectiva da microhistória. O objetivo principal é justamente o estudo da vida desses “anônimos”: a importância de seus registros e sua utilização como fonte histórica. Nossa personagem principal é catadora de lixo, semianalfabeta, preta, favelada, mãe solteira, vinda do interior de Minas
95 Genais e radicada na Grande São Paulo dos anos de 1950. Ela relata sua batalha diária contra a fome e a miséria em seu diário íntimo, que posteriormente transformou-se no livro “Quarto de despejo – o diário de uma favelada (1960)”. Através dele observamos não só as questões que envolvem identidade e a escrita de si da personagem, mas também o momento social, econômico, político e histórico que o Brasil de 1950 atravessou e a reflexão desse cenário na vida de brasileiros comuns como Carolina Maria de Jesus. Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus; favela; micro-história.
EDUCAÇÃO FORMAL, GÊNERO E SEXUALIDADE: AFINIDADES E DIVERSIDADES NO CONTEXTO EDUCACIONAL - Joanne Naelly da Silva Pereira (UEPB) e Sandeilson Beserra Nunes (UEPB). O presente artigo tem como objetivo evidenciar as afinidades e diversidades sexuais no campo escolar que apontam para uma perpetuação de problemas sociais dentro de um conjunto de “leis”, normas e preceitos que envolvem milhares de cidadãos em suas vidas cotidianas. Buscamos então apresentar aos profissionais de ensino em História a importância das discussões acerca das várias formas de expressão sexual dos indivíduos e o ambiente escolar, levando-os a cogitar sobre questões que relacionem educação – gênero – sexualidade. Nosso foco é corroborar o desafino entre a “situação” de mulheres e homens no sistema educacional brasileiro, perpassando pelas metas
96 nacionais de igualdade e oportunidade de gênero na educação. Dessa forma apresentaremos elementos que permitam perceber como o feminino e o masculino são representados na sociedade e nos espaços escolares, por meio das relações e estruturas de poder que privilegiam um sexo sobre outro. As relações de gênero são de suma importância no âmbito do entendimento das relações sociais e a instituição escolar é um espaço excepcional para as discussões a respeito do assunto em questão, devido o modo como os indivíduos interagem nas relações sociais atravessadas nos mais diferentes símbolos, discursos, representações e práticas. Mas, é válido salientar, ainda que a escola tenha o espaço ideal para as discussões a respeito do estudo de gênero, pouco nos preocupamos em fazer uso desse assunto que perpetua nossas relações e que passa despercebida nas salas de aula do ensino de História, e do sistema educacional como um todo. É bem verdade que nas últimas décadas, os estudos relacionados ao discurso de gênero muito estão sendo debatidos e publicados no campo acadêmico, mas é “aí” que mora o “perigo”, pesquisamos – evidenciamos – discutimos – publicamos mais não o levamos para o discurso, transmissão e aprendizagem do espaço escolar, que é local de troca de experiências múltiplas nas mais diversas faixas etárias. As identidades de gênero começam a ser construídas quando os sujeitos identificam-se social e historicamente como femininos e masculinos e é nesse contexto que buscamos entender na sala de aula como os indivíduos constroem suas identidades dentro dos arranjos e desarranjos dos espaços de convívio. Observa-se que as relações de gêneros sem dúvida alguma continuam sendo artifício de atenção das
97 relações de poder, se aceitarmos que a construção do gênero é culturalmente histórica e faz-se incessantemente necessária. Sabemos que homens e mulheres com seus respectivos discursos e representações encontram-se em constante processo de mudança, sendo assim a compreensão fortemente polarizada dos gêneros oculta a pluralidade existente em cada um dos polos (sexos). O espaço escolar, particularmente a sala de aula na relação aluno e professor é o lugar de promoção de identidades múltiplas e pluralidade de diferenças, exatamente por isso é válido pensarmos e discutirmos um assunto que é indispensável às vivencias culturais e comportamentais dos indivíduos ao longo dos processos que perpassam por noções de gênero, sexualidade e corpo. Palavras- chave: Gênero – Sexualidade e Ensino de História. LIBERTAS: ALFORRIA NA BAHIA, 18001830. Tamires da Silva Alves (UEFS) Neste simpósio temático apresento o projeto de pesquisa da monografia da Graduação, nesta perspectiva busco analisar o grupo de libertos, sobretudo de mulheres alforriadas, na sociedade baiana no período de 1800 a 1830. As fontes utilizadas são cartas de alforria de registros de livros de notas e de registros de testamentos, pretendo comparar à presença destas forras nestes dois tipos de documentação, destacando além da cor e/ou origem, a idade, o tipo de alforria, se estão alforriando escravos e se possuíam outros bens, quem eram estes escravos alforriados, se estas mulheres eram casadas, se possuíam filhos, entre outras informações. O método utilizado para realização desta pesquisa consiste
98 na releitura das cartas de alforria registradas tanto nos livros de notas do período de 1800 a 1810 como nos livros de Registro de Testamento do período de 1807 a 1830, através da analise quantitativa e qualitativa, a partir do levantamento de dados, digitalização e transcrição das cartas de alforria e dos testamentos localizadas nos livros da seção judiciária, chamadas também de escrituras publicas, do Arquivo Publico da Bahia (APEB). O principal mecanismo metodológico e teórico de análise serão o conceito de gênero e os referenciais de cor, através da metodologia da Historia social. Este projeto tem como objetivo principal aprofundar a discussão sobre escravidão ao estudar os libertos, sobretudo as mulheres forras, ao revisitar documentos que tratam da vida dos alforriados e dos libertos na Bahia. Palavras-Chave: libertos, alforria, mulheres.
EDUCAÇÃO FEMININA NAS ESCOLAS NORMAIS DE FORTALEZA -Nathalia de Lima Albuquerque (UFC). Sabendo que a Escola Normal surgiu da falta de um espaço especializado para a formação de professores primários, profissão que se feminizou em quase totalidade desde o seu surgimento em meados do século XIX, esta pesquisa procura analisar como se deu a educação das mulheres nas Escolas Normais de Fortaleza em meados do século XX, através , principalmente, de relatos das experiências de mulheres que foram alunas destas escolas, levando em consideração os modelos sociais, religiosos e culturais que estavam presentes nesta instituição, e a partir das experiências de escolarização, de disciplinamento do
99 corpo, perceber como as normalistas aprendiam a ser mulheres de acordo com padrões de comportamento feminino pré-estabelecidos, seguindo uma lógica patriarcalista e de dominação masculina. Palavras-Chave: educação feminina; Escola Normal; Fortaleza. GÊNERO X PATRIARCADO NO RIO DE JANEIRO - Carolyna Ferreira Barroca (UERJ) O movimento feminista tem um histórico de lutas e reivindicações muito claras de questionamento sobre o regime imposto pelo patriarcado e pelas relações estabelecidas pelo modo de produção capitalista. O conceito de gênero atualmente é bastante debatido entre o movimento feminista e o mundo acadêmico. Se tratando sinteticamente e historicamente de um comportamento atribuído, exigido e ensinado as mulheres, é utilizado como incentivo as diversas bandeiras levantadas pelo movimento feminista, desde o seu início. A luta feminista no âmbito da cidade do Rio de Janeiro tem sido realizada através dos movimentos independentes e também através da organização institucional, isto é, pelos partidos políticos. Verifica-se que na maioria das ações militantes a disputa entre os conceitos gênero e patriarcado estão viabilizando a existência de um machismo ao contrário. Dito isto, o presente trabalho se propõe a analisar os conceitos apresentados e que envolvem a luta feminista apontando os rumos que o movimento carioca tem tomado, baseando-se nos projetos históricos e documentos produzidos pelos principais partidos de esquerda do RJ. Palavras-Chave: gênero, patriarcado, militância carioca.
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A PARTICIPAÇÃO DE MULHERES NA POLÍTICA DE NOVA PORTEIRINHA (1995- 2008) - Rhaenny Maisa Freitas (UNIMONTES) Considerando o grande avanço da participação feminina em diversas áreas sociais e do trabalho e um pequeno avanço de sua participação na política, muitos são os estudos nos últimos anos sobre o tema. A instituição de cotas eleitorais intensifica ainda mais esses estudos e a presente pesquisa procura saber como foi a participação feminina na política de Nova Porteirinha/MG no período de 1995 a 2008. Sendo assim, temos como objeto de pesquisa as mulheres que participaram da política na cidade e período mencionados. As principais fontes utilizadas são artigos acadêmicos e livros, tendo em vista que os estudos são bastante recentes, além destes também serão realizadas entrevistas com as atuantes na política no período da pesquisa. A metodologia é basicamente de investigação de documentos, principalmente atas da Câmara Municipal e do processo de emancipação da cidade, além da história oral, que contribuirá para suprir de alguma maneira o número pequeno de documentos a respeito da cidade. Palavras-Chave: História; Gênero; Política.
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08. História e Mídias (Juliana Bragança / PPGHC-UFRJ) No Simpósio Temático “História e Mídias”, pretende-se abrir um diálogo entre trabalhos historiográficos que tratem de temas relacionados à música, televisão, cinema, rádio, jornais, revistas, internet, dentre outros, ou que os tomem como fontes históricas. Serão aceitos trabalhos que lidem com a História dentro destas perspectivas, sendo o mesmo de cunho historiográfico ou estudo de casos. Visamos ainda um diálogo interdisciplinar como ferramenta para um fazer histórico científico e problematizador, com vistas a contribuir para o enriquecimento dos estudos referentes à História e mídias.
“OS CAVALEIROS DO ZODÍACO” NA TV BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990: A CONSTRUÇÃO DE UMA SÉRIE ANIMADA JAPONESA EM FENÔMENO DE MASSA NO BRASIL” - Jacques Ferreira Pinto (UFRJ) Nesta pesquisa temos por objetivo investigar a exibição e transformação do desenho animado japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco” em um fenômeno
102 de massa da TV brasileira da década de 1990. Possuímos como foco de análise as relações existentes entre os elementos constitutivos da série e sua recepção pelo público brasileiro. Para tanto, utilizamos como fontes a revista Herói, revista infantojuvenil da época, reportagens de outros veículos de mídia impressa de grande circulação que publicavam artigos sobre “Os Cavaleiros do Zodíaco” e a própria série animada. E utilizamos como base teóricometodológica obras de Jesús Martín-Barbero, Scott Mccloud e Néstor García Canclini. O cruzamento de informações oriundas da análise das fontes e das leituras dará base para a hipótese principal de que a construção do desenho animado japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco” como um fenômeno de massa na TV brasileira se deu, principalmente, pela imbricação de elementos transnacionais e nacionais. Palavras-chave: Os Cavaleiros do Zodíaco; cultura midiática; recepção. SOCIABILIDADES E RELACIONAMENTOS AMOROSOS NA CONTEMPORANEIDADE: ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕE SOCIAIS NO SERIADO "OS NORMAIS"- Gabriele Balieiro Oliveira Este artigo tem por objetivo analisar e discutir as representações sociais sobre os relacionamentos amorosos na série Os Normais. Pretende-se Identificar o amor, o casamento, o sexo correlacionando-as com o contexto histórico contemporâneo a partir da construção da sociedade brasileira quanto às discussões de gênero e sexualidade. O seriado apresenta ao telespectador múltiplas abordagens a partir de seus personagens, tais
103 como papeis de homens e mulheres, com base em questionamentos que permeiam um modo de vida moderno ou como preferem alguns estudiosos, pósmoderno. Nesse sentido, o seriado constrói representações que são os resultados das interações sociais dos diversos grupos e categorias existentes na sociedade que passa por um momento de transição, um ir e vir de práticas e suas concepções. Abordar o amor e o sexo representados pelos personagens possibilita a compreensão de uma demanda atual que carrega um percurso histórico, afinal, os homens e as mulheres se relacionam historicamente, mas de maneiras e de formas distintas, valorizando nesse estudo o momento contemporâneo e localizando um programa televisivo como sintetizador deste. Palavras-Chave: Os Normais, Relacionamentos Amorosos, História e Mídia. A REPRESENTAÇÃO DA FEBEM E DO MENOR INFRATOR NO CINEMA BRASILEIRO: “PIXOTE”, DE HECTOR BABENCO - Nicolle Taner de Lima (UFPR) Através de seu discurso e de sua recepção, nossa pesquisa visa compreender as representações da Febem, a Fundação do Bem Estar do Menor, e do menor infrator e abandonado sob a tutela do Estado no filme Pixote, de Hector Babenco (1981). Dividiuse em dois momentos: 1) revisão bibliográfia e estudo das relações entre História e Cinema – visto que as discussões sobre História e Cinema são acirradas no momento em que percebemos as diferenças entre a linguagem escrita e a audiovisual; 2) estudo e revisão bibliográfica acerca da FEBEM – quanto às questões trazidas pelo longametragem pesquisado acerca da FEBEM, como
104 abandono, atos infracionais e violência, por exemplo; fez-se também necessário um levantamento de um breve histórico da instituição e algumas informações relevantes sobre tal, como a relação do menor infrator com a instituição, para que se possa compreender sua representação em Pixote. Palavras-chave: História e Cinema, Menor infrator, FEBEM O grotesco para Pedro Almodóvar em A pele que habito - Fernanda Amaral Meira (UPE) e Gabriella Nunes da Silveira (UPE) O objetivo desse trabalho consiste em apresentar o grotesco no cinema, perpassando de forma geral por diversas obras cinematográficas de outros diretores, mas aprofundando nosso estudo nas obras do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, especificamente na película „A Pele que Habito‟, lançada no de 2012. Esse aparentemente demonstra ser um filme comum e sem maiores desvios, mas encontra o grotesco quando o protagonista tem a capacidade de se apaixona pelo possível estuprador da sua filha, que sofre uma mudança de sexo feita pelo próprio, e a partir daí passa a possuir a semelhança física da sua ex- mulher. É preciso acentuar que esse tipo de representação é marcante na produção fílmica do diretor em questão, tornando-se quase que rotineira e característica. O que pretendemos é a partir de uma associação entre a obra literária „Tarântula‟, de Thierry Jonquet, e sua adaptação cinematográfica, „A Pele que Habito‟, atestar essa constância do grotesco psicológico em Almodóvar. Os resultados causados e esperados mostram que tal criação fílmica provoca sensações, mas essas residem na mente, já que se trata de uma representação psicológica do grotesco e, não podemos fazer nada para retira-la de lá.
105 Diferente daqueles que costumam atingir os sentidos e podem ser desfeitos a qualquer momento. Palavras-Chave: Almodóvar, Grotesco, Psicológico. Ensino de História e Internet: Práticas construtivistas para o desenvolvimento de uma educação de qualidade na Paraíba (2001-2012) - Alyne Rosiwelly Araújo Figueiredo (UFPB). Este trabalho consolida uma investigação voltada para a compreensão de como se desenvolvem no Brasil e na Paraíba os projetos e programas federais aliados ao estado e municípios na implementação de determinadas tecnologias – computador e Internet – como ferramenta pedagógica no desenvolvimento do processo ensinoaprendizagem de História. Neste contexto a educação, sendo a base da formação de cidadãos, precisa preparar seus profissionais para dominar o potencial educativo que a tecnologia oferece visando à construção da autonomia dos alunos e a formação plena do exercício da cidadania. Assim, através deste estudo, buscamos apontar experiências e possibilidades para o uso do computador e da Internet no Ensino de História tendo como um dos principais aliados a formação contínua e efetiva do professor. Palavras-chave: Ensino de História. Informática. Internet. Educação. DIÁLOGOS SONOROS: UMA LEITURA DA PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA ACERCA DA MÚSICA BRASILEIRA NA DÉCADA DE 60 E 70 - Ivan Cavalcanti
106 A Comunicação aqui proposta tem como principal objetivo analisar a produção musical brasileira acerca da pluralidade e projeção nacional nas décadas de 60 e 70, observando a multiplicidade temática e rítmica relacionada com uma produção musical conceituada como brega pelos críticos musicais e pela historiografia. Este trabalho procura discutir as canções populares como discursos sociais e inseri-las dentro da produção de cultura popular enquanto crônicas argumentando sua inscrição no âmbito da historiografia. Mostrar como as relações da cultura popular e suas canções podem se estreitar e analisar como os cantores conseguiram apresentar processos sociais polêmicos que estavam acontecendo concomitantemente as discussões acerca desses e de novos padrões sociais que se estabeleciam na sociedade brasileira da década de 70 (em melodias, letras e aspectos visuais e comportamentais dos próprios cantores). Argumentados tais fatores acima, partimos ao ponto de analisar essas músicas com seus panoramas sociais e políticos e as repercussões entre cantores que tocavam bastante nas rádios e tinham bastante aceitação popular estarem ainda de maneira pouco lembrada dentro da produção do conhecimento histórica, e a forma como eles estão sendo rememorados pelas produções acerca dessa temática. Produção pouco efetuada por historiadores de formação, interesses midiáticos, ampla produção jornalística. Ainda dentro dos nossos planos para esse espaço teórico, propomos um introdutório debate acerca de cultura popular X cultura erudita a partir de discussões elaborada por vários teóricos dentre eles Marcos Napolitano, Mikail Bakhtin e Peter Burke.Nossa metodologia baseia-se além das leituras e dos arquivos de rádio (execução de canções), nos períodos do período, arquivo Ibope de vendagens de disco.
107 Palavras Chave: Música, Cafona, Historiografia. INFÂNCIA EM TELA: A INFÂNCIA PELO OLHAR DA ARTE - Fabiano da Silva Pereira (UFPA) e M.Sc. Maria Luiza Nobre Lamarão (UFPA). Este artigo trata da interlocução de uma das expressões da arte - o cinema-, com as categorias da teoria da história, sociológicas e antropológicas, em especial a infância e adolescência, a partir de uma experiência na extensão universitária realizada pelo Programa Infância e Adolescência, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Essa relação da academia com a arte tem permitido profícuas reflexões teóricas a partir da estética do cinema e do conteúdo abordado pelos diretores, desde o cinema clássico, em especial, o francês com a Nouvelle Vague (Nova Onda) até o cinema local e nacional. O elemento novo, a nosso ver, é a utilização do cinema como ferramenta para discussão de categorias das ciências humanas abordadas intencionalmente ou não pelos produtores do filme. Para isso, utilizamos como método um estudo das discussões de atividades que o projeto Infância em Tela vem realizando ao logo desses anos e mais o amparo da literatura cientifica da história, sociologia e antropologia acerca da arte, cinema, infância e adolescência. Assim, dividimos o trabalho em duas partes; a primeira faz um resgate sobre a arte – cinema, e a segunda, discute a infância e a adolescência dentro do contexto de algumas obras cinematográficas como “O Menino Selvagem” (1970) - François Truffaut, e “Brinquedo Proibido” (1952) - René Clément, tendo em vista a necessidade de abranger o diálogo entre o cinema e as categorias estudadas pelas ciências
108 Palavras-Chave: CINEMA, INFÂNCIA ADOLESCÊNCIA, INFÂNCIA EM TELA.
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O cinema moderno segundo a Nouvelle Vague francesa: Godard, Anna Karina e os tipos femininos - Luciane Carvalho (UFPR). O presente trabalho tem como objetivo a análise dos diversos tipos femininos apresentados na obra fílmica do diretor francês Jean-Luc Godard, especificamente em sua primeira fase no movimento cinematográfico chamado Nouvelle Vague (Nova Onda). Como fontes históricas foram selecionados três filmes: Uma mulher é uma mulher (1961), Viver a Vida (1962) e Bande à Part (1964), todos protagonizados pela atriz Anna Karina, companheira de Godard no período estudado. A pesquisa possui três eixos principais: o contexto histórico da Nouvelle Vague e um balanço bibiográfico sobre o movimento, alguns pensamentos feministas sobre o cinema e, por fim, a análise dos filmes enquanto fontes históricas. O estudo compreende tais filmes dentro de um panorama de diversas rupturas da linguagem cinematográfica praticadas pelo movimento, não apenas pelas questões estéticas e de produção, mas também pelo deslocamento da temática das narrativas, onde é observada a questão feminina. Palavras-chaves: análise fílmica; cinema moderno; estudos de gênero.
109 NOS BASTIDORES DA SEXUALIDADE: A (IN)VISIBILIDADE DAS SUBJETIVIDADES HOMOERÓTICAS FEMININAS NO CINEMA BRASILEIRO Isabela Silva Nóbrega (PPGH-UFPB) Este trabalho consiste em algumas reflexões acerca da representação das sexualidades femininas, bem como contribuir com os debates sobre gênero sexualidade e seus desdobramentos na sociedade. Nesta perspectiva temos como objeto e fonte de análise obras cinematográficas de produção nacional, pois acreditamos que estes são passiveis de análise sobre a visibilidade e as práticas subjetivas de mulheres que são postas à margem da sociedade, observando as rupturas com os padrões hetero-ormativos, as práticas homofóbicas nestas representações himagéticas, desta forma nosso objetivo é apreender os conflitos surgidos entre as transformações de alguns valores morais e sócio-culturais, tomados como construções históricas e discursivas. A importância de reflexões sobre esta temática inscreve-se no campo conceitual e metodológico dos estudos culturais, pois suas propostas teórico metodológicas, associadas com a Teoria Queer se apresentam como um instrumentos intelectuais que nos fornecem meios para entender a demanda cada vez mais crescente da pluralidade das sociedades. O conhecimento adquirido a partir de pesquisas na área de Estudos Culturais é fundamental para a compreensão política dessa diversidade sociocultural, portanto autores como Roger Chartier Judith Butler, Guacira Lopes Louro, dentre outros estarão em diálogo constante em nossa proposta de estudo nos possibilitando um novo olhar para a História e as antigas representações. Palavras-Chave: Cinema – Homoerotismo – Identidade
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“HOLD MY BREATH AS I WISH FOR DEATH”: SITUANDO “ONE”, DO METALLICA, NO CONTEXTO HISTÓRICO DA I GUERRA MUNDIAL UTILIZANDO A OBRA “NADA DE NOVO NO FRONT”, DE ERICH MARIA REMARQUE - Bruno Carlos Oliveira NEVES (UFPA) e Rafael Alexandrino MALAFAIA (UFPA) O crítico literário e artístico alemão Walter Benjamin (1892-1940) em seu ensaio A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de 1936, faz referência ao escritor e ativista político italiano iniciador do movimento artístico e literário conhecido como Futurismo, Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944), quando este alça conflitos bélicos ao nível de referencial artístico inspirador – fato tomado como verdade ao considerar-se a intensa produção cultural durante todos os períodos belicosos da história humana, vide o que fora produzido em Música, Cinema, Literatura e, por fim, Histórias em Quadrinhos. Considerando estes pressupostos, os proponentes desta comunicação utilizar-se-ão da obra Nada de Novo no Front, escrita pelo alemão Erich Maria Remarque (1898-1970), em 1929, para situar historicamente a letra de “One”, da banda estadunidense Metallica, dentro do imaginário conhecido como a I Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918, que eclodiu a partir não somente de vários pequenos conflitos no continente europeu, mas de rixas históricas do período do imperialismo entre as principais nações europeias do período, tendo como estopim a morte do conde Frederico Franco e as consequentes declarações de guerra entre países como
111 Alemanha, Inglaterra e França. Em suma, objetiva-se tratar de como tal peleja influenciou a literatura através desta obra literária em específico (mesmo considerando que Remarque tenha participado da mesma como soldado do então Império Alemão) e a música do período pósmoderno, e como pode haver um paralelo aceitável entre elas. Palavras-Chave: Metallica, Nada de Novo no Front, I Guerra Mundial.
A PUBLICIDADE E SEUS ENCANTOS Emília da Silva Fiuza (UFF) Esta pesquisa consiste na análise do capítulo “Publicidade: o sistema mágico”. Nessa obra o autor Raymond Williams examina o desenvolvimento e expansão da publicidade na sociedade de consumo. Porém devemos uma abreviação do que antecedeu todo essa concepção de consumo. A Revolução Industrial iniciou seu processo nos meados do século XVIII na Inglaterra, teve como objetivo a troca da mão de obra humana pelas máquinas a partir desse momento os manufatureiros se tornaram trabalhadores de fábricas, consolidando assim o modo de produção capitalista. Tudo isso impactou socialmente e economicamente propiciando assim a evolução tecnológica, dessa forma se produzia em melhores e maior escala sem precisar da mão de obra em todas as etapas de produção. O objetivo é mostrar como o crescimento industrial caracterizou a base de consumo, a mesma está extremamente ligada a ideia inicial do sistema fabril que é aumentar a venda dos seus produtos utilizando o sistema mágico, a publicidade.
112 Palavras-Chave: Consumo, Publicidade, Sociedade. O PAPEL DA MÍDIA NA CONSTRUÇÃO DO NORDESTE- Elenilda Agostinho da silva - Aévelem Cardoso de Melo (UPE). A partir de vários discursos o Nordeste sempre fica totalizado, como uma região só de seca, de miséria, de cangaço, de comediantes e com uma imagem inferior ao Sul. Vemos que esse discurso se deve muito a herança histórica dessa região, sendo uma construção que historicamente foi sendo criada e disseminada. A mídia tem grande interesse em vender essa imagem do Nordeste, personagens que representam o nordestino ficam sempre com aquele estereótipo de pessoa mais atrasada ou sem instrução. Então hoje o discurso da mídia em relação ao Nordeste continua impregnado dessas imagens de inferioridade. E esse discurso faz com que os indivíduos aceitem eachem natural esse estereótipo e preconceitos lançados contra a região. Palavras-Chave: Nordeste, mídia, discursos. O Bandido da Luz Vermelha: contradições sociais representadas no cinema - Fábio Santiago Santos (UNIMONTES/FAPEMIG) Como alternativa ao Cinema Novo, que começava a sucumbir diante da censura e de suas próprias contradições, o Cinema Marginal apostou na linguagem ágil, calcada no deboche e na avacalhação do sistema político, da cultura e das instituições do país no final da década de 1960. Este trabalho é parte de um projeto de pesquisa que busca analisar, com auxílio de contribuições teórico-metodológicas de Ferro (1992) e
113 Morettin (2011), as representações de indivíduos e grupos sociais em três filmes do cinema marginal brasileiro. Para este recorte, a análise é realizada no filme considerado o principal expoente do estilo marginal: O Bandido da Luz Vermelha. O filme apresenta uma metáfora do Brasil que, à época, comemorava de um lado a euforia da modernização e do milagre econômico e sofria, de outro, com o fortalecimento do regime ditatorial e a intensificação da desigualdade social. Observa-se nele o modo como as representações sociais foram construídas a partir da “estética do grotesco”, própria dessa vertente cinematográfica. A análise do filme mostra, assim, a situação do país representada no cinema pela ótica de um dos mais relevantes cineastas do período. Palavras-chave: Cinema. Ditadura militar. Representações sociais. Músicos paraenses e sua atuação no contexto da abertura política (1982-1985) - Gabriel da Silva Cunha - UFPA O processo de abertura política e fim do regime militar na década de 80 é um fator que influenciou no processo criativo dos músicos da época. No Pará, observamos que o contexto político refletia nas ações dos artistas, que se manifestavam através de suas canções, entrevistas concedidas a revistas e jornais, entre outros meios. O presente trabalho tem como objetivo entender como se configurava o contexto político do Pará entre 1982 e 1985 e como os músicos se manifestavam diante da situação do Estado. A pesquisa utiliza como fontes jornais da época, além de entrevistas com os artistas. A metodologia consiste na análise dos jornais e no uso da história oral, efetuando um cruzamento das diferentes fontes, configurando
114 como objeto de pesquisa os músicos paraenses do período. Palavras-Chave: Abertura política; Música; Pará “A arte de ouvir música:”. Um estudo sobre rádio e música popular na Belém de 1950 Edimara Bianca Corrêa Vieira. Este trabalho trata da história de construção e afirmação das rádios belenenses, bem como faz uma análise dos programas musicais existentes no rádio, sua interação e mediação que mantinha com a sociedade, em um período que covencionou-se titular como “os anos dourados” dessa mídia. Nesse sentido, a difusão musical promovida pelas rádios paraenses, Rádio Clube do Pará e Rádio Marajoara em meados do século XX, era representativa de uma tendência local de habitação cultural no campo da música. As emissoras sediadas em Belém, naquele período, estavam distantes dos centros dinâmicos da indústria cultural do país e do mecanismo midiático nacional de fabricação de cantores, conjuntos e ritmos musicais de sucesso. Porém, a interação local entre produtores de rádio, ouvintes e participantes de programas de auditório permitia a formação de um padrão local de consumo musical e a configuração de um star system, que combinava artistas locais, nacionais e extrangeiros. Este trabalho segue o viés da História Social e tem como fonte o jornal A Província do Pará da década de 1950, a revista Amazônia também da mesma década e ainda trabalha com a memória dos artistas das rádios de Belém. Palavras-Chave: Música popular, rádio, sociedade.
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09. História Econômica (Roberto Santana Santos / PPGH-UERJ) A história econômica é uma vertente de estudos historiográficos que nos permite uma visão total, abrangente e de extrema profundidade dos problemas da sociedade. O enfoque nas relações sociais de produção e nas mudanças dos elementos estruturais da sociedade nos concede a capacidade de entender os dilemas pelos os quais passam o Brasil e o mundo, além de propor soluções de ruptura com as amarras que atravancam nosso desenvolvimento de forma soberana e digna. Justamente por essa capacidade questionadora e propositiva em relação à ideologia dominante, a história econômica foi limada dos cursos superiores em nosso país, substituída por enfoques e temáticas brandas que perpetuam a sociedade tal como está. É no esforço de retomar os apontamentos pertencentes a esse campo da historiografia que abrimos espaço para trabalhos dessa natureza, em um momento que assistimos a uma das mais profundas crises do capitalismo e uma retomada no Brasil dos estudos da teoria marxista da dependência. O objetivo do Simpósio Temático de História Econômica é reunir trabalhos daqueles que apostam na importância da história econômica no trabalho do historiador e na relevância dessa linha, independente do corte cronológico apresentado.
116 O SERTÃO DO MARANHÃO E SUA COLONIZAÇÃO TARDIA - José Roberto Vieira Santos (UEMA). Este trabalho objetiva fazer uma comparação entre as duas frentes de colonização do Maranhão. O sertão colonizado tardiamente pelas frentes agropastoris vindas de Pernambuco e Bahia e o litoral do Maranhão tomado aos franceses e colonizado pelos portugueses. A primeira frente, a agropastoril tornou-se responsável pelo desenvolvimento da pecuária no sertão maranhense, o que de alguma forma, delineou hábitos e comportamentos bastante peculiares em relação à frente colonizadora litorânea que tinha como atividade básica a agroexpotação. Palvras Chave. Colonização. Sertão. Litoral. Maranhão Ruy Mauro Marini e Darcy Ribeiro. Um diálogo para o entendimento da globalização capitalista no Brasil - Roberto Santana Santos (UERJ). Ruy Mauro Marini (economista) e Darcy Ribeiro (antropólogo) são dois dos maiores intelectuais da história brasileira e, ao mesmo tempo, foram excluídos dos cursos superiores em nosso país devido a suas posições políticas de esquerda. Nesse trabalho, proponho um diálogo entre alguns conceitos elaborados por esses dois grandes pensadores, que mesmo pertencentes a dois campos do conhecimento distintos, nos permitem compreender as transformações socioeconômicas ocorridas no Brasil a partir da globalização capitalista.
117 Com o advento das ideias neoliberais na economia capitalista internacional, desenvolveu-se uma renovação da divisão internacional do trabalho, com modificações nas funções dos países periféricos como o Brasil, que levam a um aprofundamento da dependência. O estudo dessas modificações, da monopolização de nossa economia e de nosso parque produtivo pelo capital estrangeiro e das novas formas de intensificação da superexploração do trabalho na globalização neoliberal são assuntos não só pertinentes ao estudo acadêmico, mas sim, para a compreensão do capitalismo atual e a busca por formas de desenvolvimento autônomo para a periferia do sistema. Palavras-chave: neoliberalismo, dependência, superexploração, Ruy Mauro Marini, Darcy Ribeiro. Uma Análise Marxista sobre o Círio De Nazaré - Laisa Epifânio Lopes- UFPA O Círio de Nazaré é uma das maiores manifestações católicas do mundo, organizado como uma serie de eventos que tem o seu ápice no segundo domingo de outubro. Eles influem em diversos aspectos da cidade de Belém. Nesta analise sociológica, propomos observar a relação da sociedade belenense com o Círio partindo dos aspectos econômicos e como se apresentam na noção de identidade paraense e cristã. O trabalho de pesquisa se utilizou de fontes orais e dadas estatísticos analisadas sob a ótica marxista e como possibilidade de analise da expressão que o evento tem na economia de Belém. Palavras-Chave: Círio de Nazaré, Cultura Amazônica, Economia religiosa.
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10. História, Museu e Patrimônio (Debora Simões de Souza Mendel / PPGHS-FFPUERJ) O simpósio temático em questão tem o objetivo de promover um diálogo com temáticas que abarcam o museu, principalmente, destacando a função social deste. Serão aceitos trabalhos que versam sobre o museu não apenas pelo seu patrimônio edificado e o conjunto de seus objetos, mas também, e principalmente, pela sua representatividade na sociedade em que este faz parte. Tal simpósio será um espaço que agregará pesquisadores da área da História preocupados com a questão da memória e do patrimônio e suas relações com a própria história. Visa promover o debate e a reflexão em torno da linha temática do patrimônio, nas suas diferentes naturezas, sobretudo, o patrimônio imaterial, ou intangível. Sendo fundamentais os trabalhos que abarcam a questão da valorização e salvaguarda de bens dessa natureza, por conterem problemáticas de valorização, e reconhecimento social e a importância de grupos que no passado não tinham espaço na história.
119 O PATRIMONIO HISTÓRICO DE OCARA-CE E A SUA PRESERVAÇÃO Danilo Uchôa da Costa (UECE) O presente trabalho tem como objeto de estudo:“O PATRIMONIO HISTÓRICO DE OCARA-CE E A SUA PRESERVAÇÃO", um patrimônio cultural através da sua representação na identidade das pessoas e material através dos monumentos. Esse trabalho foi desenvolvido na disciplina “Estágio II Educ. Patrimonial” do Curso de História da UECE, onde tínhamos que ministrar esse trabalho como curso para alunos de escolas públicas de Ocara e palestras nas comunidades do município. O objetivo central do curso foi mostrar para as pessoas que os monumentos da cidade estavam ligados a história deles e que a sua preservação era importante, o curso consiste em passar para as pessoas a noção de Patrimônio e Preservação, por isso ele é tão relevante, pois é raro ver por essa região atividades como essa. O resultado do trabalho foi satisfatório, pois foi um trabalho valorizado pela comunidade, e que entrou em discussão para não parar somente nesse curso, mas que na verdade esses conhecimentos se propaguem cada vez mais. Palavras-Chave: Educação Patrimonial; Monumentos; Preservação. O AÇUDE CEDRO COMO PATRIMÔNIO CULTURAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE QUIXADAENSE Andressa do Nascimento (UECE) O presente trabalho tem como objeto de estudo: “O AÇUDE CEDRO COMO PATRIMÔNIO CULTURAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE
120 QUIXADAENSE”, Levar o conhecimento sobre o Açude Cedro, focando a ideia de patrimônio e a preservação, que em conjunto com a pedra da galinha choca temos dois tipos de patrimônio: o natural e o material de “pedra e cal”.. Saber o que é patrimônio cultural: material e natural. Despertar o interesse de conhecer a história que nos rodeia, seu processo de construção, para que foi construído e saber qual a sua eficiência e importância para o povo em uma determinada época no passado (século XIX) e como está sendo hoje no presente. Esclarecer que a construção do Açude Cedro partiu da necessidade que a população estava enfrentando na seca de 1877 com a falta de água, e que ocorreu mediante uma estratégia do governo Imperial, na época de D.Pedro II em construir algumas barragens em regiões afetadas pela seca, visando amenizar a fome dessas pessoas. Palavras-Chave: Açude Cedro; Patrimônio Cultural; Preservação.
O Centro Histórico de João Pessoa como um lugar de memória: a experiência de um museu a céu aberto - Cinthia Cecília Lima. O artigo apresenta, sob a forma de pesquisa teórico-bibliográfica, apontamentos acerca dos fatores, relativos aos aspectos históricos culturais, arquitetônicos, entre outros, presentes no Centro histórico de João Pessoa, os quais podem tornar imprescindível analisar seus usos e funções, incorporando e porque não, a idéia de um “Museu a céu aberto”. Fundamentando-se em Huyssen (2001) e ROUSSO, (1998), que fazem uma discussão sobre as
121 mudanças e reformulações no pensamento tradicional em torno do patrimônio e sua representação através do museu, vai equivaler a proposta do museu a céu aberto, nesse caso, ao museu de rua, funcionando por meio de um circuito temático abordando temas vinculados ao patrimônio. Os projetos de revitalização possibilitaram a formulação de instrumentos técnicos adaptados à peculiaridade da estrutura edi_- cada e urbana em sua área de atuação, associada à nova museologia, trazendo em seu cerne a necessidade do acesso não de uma parcela, mas de todos os segmentos da sociedade ao mundo museal, atribuindo a cidade um valor simbólico despertando o interesse não apenas do visitante, mas dos próprios moradores. Palavras-chave: museu, Centro histórico, patrimônio, João Pessoa. JURUPIGA: MEMÓRIA E TRADIÇÃO ORAL DE UM PATRIMÔNIO IMATERIAL DE RIO GRANDE/RS Helissa Renata Gründemann (UFPEL) A Jurupiga é uma bebida artesanal, feita a partir da uva e assemelha-se a um licor. É produzida na Ilha dos Marinheiros, 2º distrito de Rio Grande/RS. O seu modo de fazer é herança dos portugueses, e vem sendo passado de geração em geração pelos ilhéus, tendo sobrevivido até hoje. Desde o ano de 2010 este modo de fazer é registrado como Patrimônio Imaterial da cidade de Rio Grande. A partir da pesquisa realizada na Graduação, que culminou neste registro e se baseou nas conversas com uma das famílias produtoras da bebida, agora no mestrado se pretende ampliar o foco do debate e entrevistar outros produtores, utilizando a metodologia da história oral e questionar sobre o caráter de referência cultural da bebida para os ilhéus, assim como
122 o impacto do registro na comunidade. Assim, neste trabalho serão abordados conceitos de memória, patrimônio e tradição oral que irão colaborar tanto na formulação das perguntas a serem feitas aos produtores, como para embasar a futura dissertação. Palavras-Chave: Jurupiga, Patrimônio Imaterial, Rio Grande/RS. ARQUEOLOGIA NA ILHA DE SÃO LUIS: DOS RELATOS HISTÓRICOS A CULTURA MATERIAL CÁSSIA BETÂNIA SOUSA FERREIRA¹(UFMA) e KAREN CRISTINA COSTA DA CONCEIÇÃO²(UFMA) A Ilha de São Luís, Maranhão está localizada no Atlântico Sul, entre as baias de São Marcos e São José de Ribamar. Os franceses foram os primeiros a se estabelecerem na região no século XVI, durante está estadia, relataram a visita e mencionaram os tupinambás como moradores. Esse episódio é considerado por alguns estudiosos como marco fundador da cidade. Segundo o relato d‟Abbeville a Ilha tinha em torno de 27 aldeias. Dentre as aldeias menciona Eussauap, lugar onde comem caranguejos, como uma das maiores aldeias. O bairro Vinhais Velho, segundo os relatos dos cronistas era a aldeia Eussauap. O Vinhais Velho localizado próximo ao Recanto dos Vinhais, segundo as crônicas teria sido a aldeia Eussauap dos Tupinambás. Atualmente no bairro Vinhais Velho, existem famílias que ainda complementam sua renda com a pesca, extrativismo de caranguejo. Na região existem reservas naturais como mangues, juçarais. O sitio arqueológico encontra-se na área do Vinhais Velho em São Luís, a região passou por diversas intervenções arqueológicas, devido o projeto de
123 construção da Via Expressa. A intervenção na qual participamos, foi feita no quintal de um morador do bairro. Uma das áreas ainda preservadas, onde ainda não houve terraplanagem do local. Em março desse ano fizemos uma mitigação nessa área ,na qual conseguimos encontrar vários vestígios da cultura material da presença tupi-guarani naquela localidade. Palavras-chaves: Arqueologia, Tupinambás, Crônicas. O templo de Mnemosine hoje é virtual Ricardo Kemmerich (UFSM) e Roselene Moreira Gomes Pommer (CTISM/UFSM). Anteriormente a revolução da área de telecomunicações a memória era ressignificada a partir de referenciais particulares, agora, com rapidez transcende este domínio através da veiculação virtual por meio do ciberespaço e torna-se pública. Com o objetivo de promover e publicizar uma determinada interpretação de sua história, desde o mês de abril de 2012 Colégio Técnico Industrial de Santa Maria – CTISM oferece aos internautas o seu Memorial Virtual. Santa Maria tem parte de sua história contada sob a influência de espectros ideológicos construídos a partir do discurso da mitificação do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Mariano da Rocha Filho. De modo a contemplar a visibilidade de uma memória coletiva, em contraposição ao discurso tradicional, procurou-se, através do Memorial, enfatizar as ações dos múltiplos agentes no enfrentamento das privações durante o processo de implantação do CTISM. Assim, a pesquisa realizada e publicizada no
124 Memorial Virtual pretende contribuir para a desconstrução das referências mnemônicas de enaltecimento sobre o trabalho individual, buscando orientar a análise histórica para as ações coletivas. Palavras-Chave: Ciberespaço, Memória, Memorial virtual. História e Arquivologia diferentes olhares, um objetivo - Karla Gaspar de Oliveira. História e Arquivologia: diferentes olhares, um só objetivo é parte de uma pesquisa que começa a se desenvolver na graduação em História e do trabalho como Assistente no AGCRJ (Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro). Esta aproximação entre duas diferentes áreas de conhecimento e de práticas junto aos mesmos documentos se mostra extremamente favorável à organização e à preservação da história/memória contada em textos, iconografia e documentos em geral. Ao facilitar o acesso ao historiador o arquivista abre a possibilidade de uma troca de experiências, de visões sobre um mesmo objeto: os registros da história de um povo. Palavras-chave: historiador, arquivista, organização.
125 O LABORATÓRIO DE DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA DA UFRN/CERES/ CAICÓ: UMA POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO DE ACERVO HISTÓRICO - Edilson Pedro Araújo da Silva (UFRN). O LABORDOC – Laboratório de Documentação Histórica CERES/UFRN Campus de Caicó, constituído em 1998 e formado por fundos arquivísticos em suporte papel e digital, funciona como ambiente de apoio ao público pesquisador, e como espaço de pesquisa científica em seus diversos níveis. Atualmente o acervo do LABORDOC é constituído por documentos cedidos pelo: Fundo da Comarca de Caicó dos séculos XVII, XIX e XX (Processos-crimes séculos, Inventários, Ações Cíveis e Habilitações de Casamento), Fundo da Diocese de Caicó (Jornal “A FOLHA” dos anos de 1954, 1955, 1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1967 com exceção do biênio 1965 – 1966), Habilitações de nascimentos, casamentos e óbitos dos séculos XVIII e XIX), Fundo do Curso de História (Monografias, Dissertações e Teses), Fundo Jornalístico (O Binóculo, Jornal Diário de Natal, Jornal das Moças, O Seridoense e Tribuna do Norte), esses são alguns documentos dentro muitos outros que lá existem. Devido a essas características e na intenção de democratizar e facilitar o acesso, o LABORDOC iniciou o processo de catalogação e digitalização do seu acervo. Todos estes documentos que estão sob custódia desse laboratório, estão sendo tratados, preservados e catalogados, objetivando preservar e garantir a democratização do acesso ao acervo para a pesquisa acadêmica bem como para a comunidade em geral. O processo de catalogação
126 consiste em colocar as informações mais importantes dos documentos em folhas padrão, onde, em seguida, tais informações são transportadas para um software específico (Microsoft Office Access), o qual permite o acesso rápido, fácil e remoto a estes documentos. Já o processo de digitalização caracteriza-se pela conversão de imagens (todo ou parte) em formato analógico para o formato digital. Tal ação visa à preservação e conservação do acervo para gerações futuras, além de dinamizar o acesso e a disseminação das informações para o público pesquisador. Tais ações almejam facilitar a consulta e a pesquisa, ampliando assim, a disseminação da História do Nordeste Brasileiro, do Rio Grande do Norte e particularmente da região do Seridó potiguar. No que concerne ao LABORDOC como meio de interação entre a história e a sociedade, o mesmo cumpre, além desta finalidade, de tratamento do acervo histórico servindo de base documental para o desenvolvimento do pesquisador no próprio oficio de fazer Historia. O historiador, no propósito de responder às exigências profissionais e pessoais, que tende sempre para a unidade, procura primeiramente limitar o seu campo de pesquisa, selecionando os materiais segundo o fim especifico que pretende alcançar e as possibilidades da documentação. Não podendo esquecer que muitos fatos não foram descritos e que muitos textos foram destruídos, ressaltando-se importância do trabalho realizado pelo Curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no resgate da memória histórica no que se refere ao Rio Grande do Norte. O laboratório busca atender de maneira adequada a demanda desses acervos arquivísticos, em sua maioria com problemas de conservação. É seu objetivo também salvaguardar esses fundos arquivísticos, visando a sua
127 preservação e catalogação, fazendo com que o acervo apresente-se como uma importante fonte de valor histórico, artístico e cultural referentes à região do Seridó e do Estado do Rio Grande do Norte. Portanto, o documento se transforma em prova na argumentação do historiador e é a partir de tais provas que se encaminha a demonstração explicativa da História, dando a ver o como foi do acontecido. Ir além daquilo que é dito, ver além daquilo que é mostrado é a regra de ação do historiador detetive. Palavras-Chave: Laboratório, pesquisa, história.
11. História Política (Juliana Foguel / PPGHC-UFRJ) Este simpósio tem como objetivo reunir trabalhos relacionados à temática “História Política”. A História Política clássica foi afastada do ofício do historiador por ser símbolo da corrente positivista tão recusada pela revolução dos Annales em 1929. A História Política se torna um campo esquecido pelos historiadores criando, assim, uma lacuna na construção do conhecimento histórico. A História Política é revivida por René Rémond que defende o uso de metodologias e objetivos distintos aos outrora usados pelos positivistas. A Nova História Política vem se legitimando dentro da Historiografia e problematiza, por exemplo, temas como Estado e Poder. Serão aceitos nesse simpósio temáticos trabalhos que distem de temas relativos ao Estado, Partidos Políticos, Poder, eleições
128 e tendências eleitorais, Instituições e ideias políticas, cultura política, relações internacionais, historiografia política suas metodologias e aplicações.
O uso do petróleo para a construção de um novo paradigma para a Economia de Defesa: da Primeira Mundial à Segunda Guerra Guilherme Monteiro Santos (UFRJ) O presente trabalho pretende analisar a mudança de paradigma, os novos desafios e inovações que o uso do petróleo materializou para o desenvolvimento da Defesa e Políticas Nacionais das potências envolvidas na Primeira e Segunda Guerra Mundiais. A transição da matriz energética das Grandes potências, em especial na indústria de defesa, consolidou a necessidade da elaboração de políticas estratégicas que garantissem o fornecimento do insumo para as mesmas. A mudança da matriz energética pelas grandes potências, apesar dos ganhos na eficiência energética e no aprimoramento da Indústria e da potencial Bélico dos Estados não produtores, foi identificada como uma política que trouxe insegurança e vulnerabilidade resultante da troca da matriz energética. Palavras-Chave: Petróleo.Guerra.Economia de Defesa. A SIMULAÇÃO COMO UMA FERRAMENTA ALTERNATIVA DE ENSINO PARA OS ASPECTOS POLÍTICOS DA HISTÓRIA - Daniel
129 Sardenberg Lins (UFRJ); Thiago Janeiro Sarro (UVA). As simulações são um instrumento de ensino, e podem ser utilizadas como ferramenta pedagógica quando aplicadas a contextos passados ou do tempo presente. O propósito deste trabalho é analisar o emprego desta ferramenta no estudo e no ensino da História, tanto para alunos de Ensino Médio quanto para alunos de Ensino Superior, valendo-se de elementos lúdicos, experimentais e práticos. Utilizando-se de uma bibliografia pertinente ao tema e da análise de simulações já realizadas, pondo sob estudo suas características estruturais e elementos fundamentais presentes nas mesmas, espera-se, alcançar resultados que corroborem com a hipótese de que as simulações são uma alternativa válida no ensino de aspectos políticos na História e na construção de indivíduos socialmente adaptados à atuarem fora de sua zona de conforto. Palavras-Chave: simulação, História, política. A consolidação do Brasil urbano-industrial: o autoritarismo e a opção pelo nacionaldesenvolvimentismo (1937-1945) Reginaldo Carlos de Melo Souza (UFRN) O trabalho situa-se nos campos da História Política, nos limites da Macro-história. Objetiva abordar sucintamente a consolidação da política nacionaldesenvolvimentista que regeu o processo inicial de formação dos centros urbano-industriais em determinados estados brasileiros (1937-1945). Trabalhando de modo pelo qual possam ser entendidas diferentes forças sóciopolíticas dentro desse fluxo, procura-se evidenciar tensões dentro da sociedade que
130 atuaram de modo a exercer transformações no âmbito sócio-político, trazendo em sua esteira a estruturação de um novo modelo de política econômica. Objetiva-se apresentar o projeto nacional desenvolvimentista, considerando a disputa intranacional com o projeto liberal-conservador, como vencedor deste embate e colocando-se relativamente como base para a organização da sócio-política estabelecida posteriormente ao recorte temporal trabalhado. As fontes utilizadas são estritamente bibliográficas. Palavras-Chave: nacional-desenvolvimentismo; intervencionismo; projeto-nacional. PUNTOFIJISMO: A ALTERNÂNCIA DAS ELITES NO PODER NA VENEZUELA PRÉ-CHÁVEZ - Anne Lima (UFF). O presente trabalho pretende analisar o período do Pacto de Punto Fijo na Venezuela (1958-1999) e o revezamento de poder entre os principais partidos políticos do país, como a Ação Democrática (AD), Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (Copei) e a União Republicana Democrática (URD). Nesse sentido, serão tomados como fontes de pesquisa artigos científicos, documentos oficiais e materiais da imprensa de modo geral a fim de buscar e representar a pluralidade de vozes e atores sociais que compunham a Venezuela no período retratado. O objeto de estudo contempla as potencialidades e dificuldades da democracia representativa no país e da defesa da Constitucionalidade frente ao receio dos regimes ditatoriais que acometiam o subcontinente sulamericano nos primeiros anos do Pacto. Assim, o Puntofijismo configurou-se como uma união de partidos
131 conservadores em combate ao terror comunista, em um primeiro momento, e de defesa dos direitos das elites políticas e econômicas da Venezuela posteriormente. Palavras-chave: Puntofijismo; Venezuela; Democracia. IDENTIFICAÇÃO E TRAJETÓRIA SOCIAL DOS SUJEITOS ENVOLVIDOS NA CONSTITUIÇÃO DAS CAPITANIAS DE ITAPARICA E TAMARANDIVA E DO PARAGUAÇU (1552-1612) - Alexandre Gonçalves do Bonfim (UEFS). Este é um trabalho inserido no campo de estudos da História Política no período colonial e tem como objeto de estudo os sujeitos envolvidos na constituição das donatarias de Itaparica e Tamandiva e do Paraguaçu (recôncavo baiano), convertidas de sesmarias a capitanias entre as décadas de 1550 e 1560. Pretende-se com esse trabalho identificar quais indivíduos estão envolvidos na constituição dessas capitanias, desde os donatários e seus loco-tententes até beneficiados com sesmarias dentro dos limites das duas capitanias. Após a identificação dos indivíduos, o segundo passo consistiu na coleta de dados biográficos destes nas fontes documentais disponíveis: cartas de doação das capitanias e das sesmarias, relato de cronistas e documentos oriundos da administração do Governo Geral. Esses dados foram analisados no intuito de reconstituir a trajetória social desses sujeitos, entender dinâmica de suas relações sociopolíticas e qual a posição destes no contexto de formação da elite colonial.
132 Palavras-chave: capitanias donatárias; colonial; formação da elite colonial.
Bahia
O FIM DO ESTADO NOVO NO PARÁ Paulo Sérgio da Costa Soares (UFPA). O estudo pretende salienta as consequências políticas ocasionadas com a quebra do Estado Novo no Pará. E a relevante mudança na interação da política governamental, através das organizações políticosociais, e por ocorrem no contexto da Redemocratização do país. Essas organizações atuaram de diversas formas para promover projetos político-partidários. Nesse sentido, a pesquisa abordará as ações dos mencionados, sujeitos e/ou autores históricos coletivos. Tem-se, portanto, como objeto de análise, as ações desses sujeitos, como a formação de novos partidos políticos, a instabilidade na interventoria do Estado e grupos/organizações vinculados com a política regional. As ações desses grupos serão analisadas especificamente no período de 1945 -1947. Tal estudo, que está iniciando-se, tem por base o livro “Magalhães Barata, O HOMEM, A LENDA, O POLÍTICO”, de Carlos Rocque; dialogando com outras bibliografias, fazendo análises dos dados eleitorais do Tribunal Regional Eleitoral, assim como, os jornais. Palavras Chaves: Política, Instabilidade, Poder. A Beata Maria de Araújo: protagonismo e esquecimento -Bruna Rafaela Santos (UFC) Na primeira sexta-feira do mês de Março de 1889, no pequeno povoado de Juazeiro Norte, localizado no interior do ceará, depois de uma noite de vigília, Padre Cícero ministrava a comunhão para algumas beatas que
133 haviam passado a noite em oração quando um fato incomum aconteceu, a hóstia, que o mesmo deu em comunhão à beata Maria de Araújo, transformou-se em sangue, fato que se repetiu várias outras vezes durante a quaresma do referido ano. Para alguns que presenciaram a cena “estava acontecendo um milagre nas terras do sertão cearense”! No dia 7 de julho de 1889, dia da liturgia do precioso sangue, Monsenhor Monteiro, Reitor do Seminário do Crato, comandou uma romaria de três mil pessoas até Juazeiro, a partir de então Juazeiro se transformou em lugar de romaria, todos queriam conhecer a “santa” que fizera a hóstia sangrar. Segundo Della Cava, “de 1889 até o final de 1891 a beata Maria de Araújo, foi em vida proclamada “santa”, só ela transformara a hóstia em sangue de Cristo e só ela era procurada pelas massas, como um oráculo de inspiração divina com poder de interceder junto a Deus”. O objetivo do presente trabalho é, partindo de cartas e inquérito que investigou o caso dos supostos “milagres”, que se encontram no Arquivo do Centro de Psicologia da Religião, em Juazeiro do Norte e no Arquivo Histórico Diocesano Padre Antonio Gomes de Araújo, na cúria diocesana do Crato, assim como de jornais e vasta bibliografia sobre o assunto, tentar perceber como se deu o processo de esquecimento da beata Maria de Araújo, como essa mulher que foi motivo do inicio das romarias que até hoje invadem Juazeiro, foi paulatinamente apagada da História, a ponte de hoje praticamente ninguém saber quem ela foi ao mesmo tempo que, Padre Cícero foi aos poucos sendo considerado santo e procurado cada vez mais pelos milhares de romeiros que não cessaram de chegar a Juazeiro. Palavras-Chave: Juazeiro, milagre, esquecimento.
134 OS ÚLTIMOS ANOS DA ESCRAVIDÂO E O FUNDO DE EMANCIPAÇÃO NA FEIRA DE SANTANA (1871-1888) - José Luiz Brito dos Santos. O presente estudo visa discutir algumas características do regime escravagista no Agreste baiano entre os anos de 1871 e 1888, dando ênfase a presença da Lei N° 2.040 de setembro de 1871, denominada de Lei Rio Branco ou “Ventre Livre”. Observa-se-à a presença dessa Lei, em especial, do seu artigo 3°, denominado de Fundo de Emancipação de Escravos do Império com intuito de compreender alguns de seus desdobramentos na Cidade de Feira de Santana. O “Fundo de Emancipação” representou um instrumento libertador, criado pelo Governo Imperial, que teve a incumbência de promover a compra de alforrias de cativos com recursos arrecadados pelo Estado. Tais medidas teriam por objetivo fomentar a supressão gradual e segura do trabalho compulsório no país colocando a tarefa da emancipação nas mãos da classe dirigente. Para além dessa avaliação, buscaremos discutir algumas interpretações e ausências tecidas pela historiografia da cidade de Feira de Santana que discorreu acerca das relações escravagistas na região, bem como, dos dados apresentados pela documentação que apontam a presença de destaque da cidade dentro do quadro de distribuição de recursos destinados ao instrumento libertador na Província da Bahia. Esses dados demonstram que no quadro geral da distribuições de recursos direcionados a emancipação de escravos na Província, entre os anos de 1876 e1887, a posição da cidade figurou com expressividade – estando entre as a quatro cidades mais beneficiadas - no que toca a quantidade de cativos e famílias escravas libertadas.
135 Esses elementos nos levam a dialogar com alguns trabalhos recentes da Historia Social da Escravidão no Brasil que passaram a problematizar o cenário jurídico e o Direito como um campo fecundo de recepção das demandas e expectativas de alguns cativos. Buscaremos assim, compreender que o fundo de Emancipação pode ter representado um campo de possibilidade efetiva de libertação para alguns escravos e famílias cativas no agreste baiano nos últimos anos de vigência da escravidão. Para este estudo utilizaremos algumas fontes como as lista de classificação de escravos produzidas pelas Juntas de Emancipação na cidade feira de Santana, escritos de memorialista da cidade, correspondência de juízes e jornais do século XIX. Palavras-chave: Escravidão; Feira de Santana, Fundo de Emancipação de Escravos. ESTUDO SOBRE O IMPÉRIO PORTUGUÊS: PARADIGMAS A SER QUEBRADO - Lucas Parreão Costa (UEMA). O objetivo deste artigo é tentar desconstruir termos frequentemente usados nos estudos sobre o Império Português. Termos que não dão conta da complexidade sistemática que estão por detrás de algumas dessas ideias. Durante três séculos Portugal conheceu a glória. O Império português foi o primeiro império global, onde o domínio lusitano se estendia por quatro continentes. Os feitos dos Portugueses são inquestionáveis, mas a historiografia trabalhou por muito tempo com colocações errôneas sobre este Império. Usarei três que colocam em risco toda uma complexidade que há por detrás desses termos: “Pacto Colonial”, “Projeto Mercantil” e “Poder Absoluto da
136 Monarquia”. Pretendo analisá-los e mostrar por que o seu uso é indevido. Na análise que farei, usarei como exemplos as colônias de Portugal. Digo colônias, no plural, para não cometer outro erro historiográfico, quando estudam apenas o Brasil, como se fosse a única colônia importante para o Império Português. Se Portugal estava “ancorado em três continentes”, como escreveu Luiz Felipe de Allencastro(2000,p.25) não faz sentido trabalhar apenas o Brasil como parte desse Império. No meio acadêmico esses termos que trabalharei estão sendo extintos ou substituídos por outros. Mas é necessário que essa mudança também aconteça no mundo escolar. É inconcebível que exista um hiato tão grande entre esses dois mundos, já que um dá continuidade ao outro. Palavras-chave: Pacto colonial, Projeto mercantil, Poder absoluto da Monarquia. História da Maconha no Brasil - Mateus Rafael de Sousa Nunes. A História da humanidade está intrinsecamente ligada ao consumo de drogas. O presente trabalho tem por norte esmiuçar historicamente a trajetória da Cannabis sativa, Cannabis ruderalis e Cannabis indica no Brasil, no intuito de desnaturalizar a política proibicionista de drogas, bem como, as práticas culturais e religiosas ligadas a essas plantas e seu relevante impacto na economia e na democracia brasileira. Ao abordar a problemática da Cannabis, fazse necessário traçar seu perfil histórico, bem como, os primórdios de sua criminalização, os danos que a mesma causa à democracia, ao desenvolvimento científico e serve à higienização social. A desnaturalização do proibicionismo demanda profundo esclarecimento acerca da “cultura da maconha”, das
137 práticas legais que cerceiam a liberdade individual e que são extremamente onerosas ao erário e à democracia brasileira.
12. Tema Livre (Sérgio Oliveira / UERJMaracanã) No Simpósio Temático de Tema Livre, serão contemplados temas que não se encaixem em outras mesas, seguindo a perspectiva e caráter de um trabalho histórico, permitindo aos comunicadores uma oportunidade importante para apresentarem seus trabalhos, compartilharem informações com outros comunicadores de áreas distintas. Essa mesa tem como objetivo primordial a necessidade e o desejo de que todos que pretendam apresentar seus trabalhos tenham um espaço aberto, valorizando a pluralidade temática, teórica e metodológica da história fundamental para o desenvolvimento do senso critico, primordial não só aos historiadores, como também a todos os cidadãos.
Relações de Poder no Sertão Nordestino: o cangaceiro como agente de controle social na Primeira República - Lycia Gabriella Marques Santos (UEMA). Para entender como se articulava as relações de poder no Sertão Nordestino na Primeira República é necessário fazer um levantamento geral desse contexto político que durou de 1889 a 1930. Conceitos como o de
138 coronelismo, clientelismo, mandonismo, Política dos Estados e cangaço são essenciais para que essa compreensão seja precisa. Este trabalho tem como objetivo estudar tais conceitos e perceber como estes são entrelaçados, fazendo parte de um conjunto de mecanismos utilizados com o intuito de controlar o povo das mais diversas maneiras. Nesse contexto político é que destacamos a presença dos cangaceiros que na maioria das vezes eram utilizados pelos coronéis como agentes de controle social. Estudos contemporâneos sobre o papel do cangaceiro apontam este como agente de controle social da Primeira República, que precisava abandonar as velhas práticas e ao mesmo tempo utilizá-las pra se manter no poder, portanto, era necessário mascarar tais práticas. O cangaço é utilizado enquanto instrumento de controle social somente durante o período da Primeira República e as reminiscências desse movimento são percebidas na sociedade atual principalmente na literatura de cordel. Além da sua utilização como instrumento de controle é importante analisar o elemento cultural que relaciona esses grupos de Cangaceiros com os grupos que dominavam o cenário político brasileiro. Busca-se destacar uma cultura com raízes populares, criada no passado, mas que ainda possui reminiscências em algumas comunidades nordestinas, posta de forma “natural” ao longo das épocas, sem se preocupar com a estética dos padrões formais, uma cultura contada e cantada nas rodas de leitura, onde o cordel é um dos principais elementos de base teórica para esse repasse cultural. O objetivo desta pesquisa é o estudo do grupo dos Cangaceiros e sua importância durante a Primeira República, percebendo essa relevância através da literatura de cordel, pois a mesma é uma manifestação cultural muito difundida e apreciada no sertão
139 nordestino, ambiente este onde os grupos de cangaceiros mais se manifestaram. Este trabalho analisa as origens do cangaço, suas divisões, e as leituras que foram feitas sobre esse movimento ao longo do século XX. Palavras – chave: Cangaço, Primeira, República, Controle, Social, Sertão. Gratuidade e caixa escolar - Um estudo sobre os subsídios na escola normal da Feira de Santana (1927-1954) - Camila da Silva Almeida (UEFS). Este trabalho constitui-se em um estudo sobre a gratuidade de ensino na ENFSa- Escola Normal da Feira de Santana enquanto uma prática escolar, entre 1927, ano em que foi instalada, até o ano de 1954, ano da morte de seu ex-diretor Gastão Guimarães, em cuja gestão esta prática foi mais recorrente. O problema de pesquisa é tomar a gratuidade escolar enquanto uma prática de cultura escolar, com longa duração na educação brasileira, e que visava permitir a inserção, frequência e permanência de alunos das camadas populares nos cursos escolares. Estes alunos ingressos, e com permanência através da Gratuidade, eram designados na época estudada (1927 a 1954) como gratuitos, e demarcados em listagem separada do restante do alunado. Tais listagens encontram-se em livros de burocracia escolar, como atas, livros de correspondência, livros de matriculas entre outros. O objetivo é levantar nos pedidos de gratuidades e caixa escolar, as normalistas que foram concedidas subsídios em forma de bolsas educacionais para sua formação. Inserindo este trabalho como parte do projeto de resgate
140 da memória escolar da ENFSa, assim como da História da Educação na cidade de Feira de Santana. Palavras-Chave: Gratuidade, Escola Normal, Feira de Santana.
A exploração do cacau na Amazônia colonial (séculos XVII-XVIII) - RODRIGO SOARES DE DEUS O presente artigo busca entender os fatores que impulsionaram a produção do cacau na Amazônia colonial. As políticas implementadas pela Coroa Portuguesa, o papel que este produto representou nessa região, assim como as consequências da disputa pela mão de obra indígena entre religiosos e leigos e por fim a secularização do comércio desta droga do sertão. Palavras-Chave: economia.
cacau,
chocolate,
cultivo,
LEGISLAÇÃO COMO CONTROLE SOCIAL: PRÁTICAS MÁGICORELIGIOSAS NA CIDADE DE BELÉM, ENTRE 1938-1942 - Débora Renata Marques Muniz(UFPA). O referido trabalho tem como iniciativa apresentar as práticas mágico-religiosas, em especial a pajelança, entre 1938 a 1942, na cidade de Belém, Pará, buscando entender como os sujeitos históricos compreendiam tal prática. Nesse período a intolerância religiosa se fazia presente nos jornais, convertendo-se na repressão policial, pois ser um pajé e/ou pai-de-santo, refletia na
141 atuação da polícia, que estava apoiada no art. 157 do Código Penal de 1890, enquadrando essas crenças religiosas como crime, esta lei que vigorou até o início do século XX, reformulou-se com a promulgação do Código Penal de 1940. Tal repreensão se configurava nas páginas dos periódicos belenenses; “Folha do Norte”, “Folha Vespertina”, “A Vanguarda”, “A Palavra” e inquérito policial, este último, diz respeito a "Prática de Magia e seus Sortilégios" contra o Pajé Raimundo Joaquim dos santos e Inocencia Souza. Sendo assim, o caráter da lei, em relação às práticas mágicas, era uma forma de reprimi-las e coibi-las. Palavras-chave: Feitiçaria; Legislação; Pajelança. Da Tipografia a Máquina – Relógio: Os inventos de João Francisco Madureira Pará para o progresso do Grão- Pará e do Brasil no século XIX (1820 – 1834) - Bruno Carlos Oliveira Neves (UFPA). Quem foi João Francisco Madureira Pará? Citado por historiadores e pesquisadores, em poucas páginas e parágrafos em trabalhos que versam sobre a impressa paraense no século XIX, como o criador de uma “rústica” tipografia na capital da província do Grão-Pará em 1820, Madureira Pará se encaixa naquela categoria que convencionamos chamar de “ilustre desconhecido”. Entretanto, nestas mesmas poucas paginas, descobrimos que Madureira Pará tinha outros inventos em seu nome, o que lhe dava o status de inventor e cientista no inicio do século XIX. Muitos eram aqueles que na Europa, berço cientifico da época, arriscavam tudo, fortuna, prestigio e até a própria vida construindo e testando seus inventos que, segundos os próprios inventores, poderiam mudar a vida das pessoas e revolucionar o mundo. Mas, o que
142 estava reservado para um inventor nascido na Província do Grão-Pará? Quais eram os problemas enfrentados por alguém que, não tendo dinheiro ou apoio, contava apenas com o seu talento para colocar em prática suas idéias e criar seus inventos? Para responder estas e outras questões, este projeto vai pesquisar, remontar e analisar a vida de João Francisco Madureira Pará (1797-1852), inventor paraense que, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, criou uma serie de maquinas, entre elas o “Torcúlo”, um tipógrafo que era inovador em relação aos modelos europeus, e a “Machina-Relogio”, um motor para embarcações que utilizava ar comprimido no lugar de vapor ou combustível. A essência do problema é entender como um inventor paraense do século XIX vai se sobressair frente a todos as dificuldades impostas por leis portuguesas que colocaram fim a indústria e impediam o progresso da província do Grão-Pará, em uma época que um homem poderia, ao menos em teoria, modificar seu status social apenas com o seu talento, tornando-se, segundo Hobsbawm, mais um integrante da sociedade dos Parvenus. O presente projeto tem como proposta avaliar não somente as dificuldades enfrentadas por João Francisco de Madureira Pará na Província do Grão-Pará no século XIX, bem como entender e analisar os quadros do progresso da referida província e de que forma ele vai se adaptar e superar o atraso industrial imposto pelas leis portuguesas para colocar em prática seus inventos. A pesquisa também vai se estender a capital do Império Brasileiro, o Rio de Janeiro, onde Madureira vai viver de 1825 até 1846 e onde irá trabalhar em seu maior invento: a maquina-relógio e mostrar que, mesmo tendo a proteção do Imperador D. Pedro I e dinheiro, não
143 cessaram os problemas e dificuldades enfrentadas por ele. A importância deste projeto está intrinsecamente ligada à visão, discurssão e entendimento sobre como as leis portuguesas de proibição da indústria, como a de 5 de janeiro de 1785 (Prado Junior, Caio, Formação do Brasil Contemporâneo, Pag. 224.), que extinguia as manufaturas coloniais, e a de 1795 que proibia a fundição do ferro (Flamarion, Ciro, História Geral do Brasil, Pag. 84.), impossibilitavam as iniciativas industriais dos habitantes da Província do Grão-Pará e impediam o progresso da referida província no inicio do século XIX. Dentro desta perspectiva, este projeto visa abrir novos caminhos na historiografia da Amazônia, buscando entender, em sua essência, como as leis acima descritas contribuíam para o atraso tecnológico da Província do Grão-Pará no século XIX. Palavras-Chave: Biografia, Império, Indústria. AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA NO PARÁ, A PARTIR DO JORNAL FOLHA DO NORTE (1920-1923) - Marilene Andreza Guerreiro de Souza (UFPA). Em 1822 dar-se o grito de Independência política do Brasil em relação a Portugal, em São Paulo. Porém, no Pará, ele ecoou quase um ano depois e o Estado aderiu à Independência, em 1823. E são justamente estes acontecimentos que norteiam esta pesquisa, que objetiva analisar os ecos da Independência no Estado a partir do jornal Folha do Norte (1920-1923), trazendo consigo uma nova possibilidade de leitura acerca da imagem da Independência, e, mais especificamente, as comemorações do centenário, pois existem poucos
144 estudos sobre este tema. Mesmo no âmbito nacional a produção historiográfica é mais pontual e pouco problematiza o papel da imprensa neste eixo de estudo. Diante desta carência sobre a memória do centenário da Independência, chama a atenção no jornal paraense o conteúdo dessas comemorações, o forjar de uma ideia de orgulho patriótico brasileiro e paraense. Que identidade se forjava ali em meio a debates modernistas e nacionalistas? O que o passado da Independência poderia “ensinar” ao presente de 1922? São estas algumas questões que pretendo analisar. Palavra-chave: Independência no Pará; Folha do Norte; comemorações.
Ocupação, conflito e resistência indígena na Zona da Mata Mineira nas três primeiras décadas do século XIX - Carlos Rodrigo Ferreira Barros (UFV). A colonização foi um fator fundamental para a ocupação dos territórios indígenas, onde houve conflitos e resistência dos nativos com o colono, assim o artigo que está em andamento busca contextualizar este processo com vista na formação de povoamentos e arraiais, e a doação de sesmarias da Coroa Portuguesa, o que fez com que as terras sob demarcação indígena fossem invadidas. Outro ponto do trabalho é explorar essa relação do colono com o índio e mais adiante apontar como era a divisão da sociedade, através da análise de listas nominativas de vilas da zona da mata mineira. Através das hipóteses levantadas sobre a relação dos indivíduos neste contexto é percebível o sumiço do nativo dessas listas no decorrer do tempo, buscando uma possível explicação quanto a isso, além
145 da formação desses arraiais, a moradia indígena dentro e fora deles e a relação do índio com o trabalho e com outras etnias, principalmente com o colono, sociedade esta marcada por uma heterogeneidade. Palavras-Chave: Indígena, Minas Gerais, Resistência.
Povos indígenas do Amapá e Norte do Pará: Um Breve Contexto Histórico- Cristiane Souza de Carvalho e Fabiane dos Santos Rogrigues. O objetivo deste trabalho é tecer um breve contexto sobre os povos indígenas no geral, desde o descobrimento, dando ênfase para os povos do Amapá e norte do Pará. Não se deve esquecer que o elemento índio foi subjugado ao longo da história, em nome dos “descobrimentos”, tendo seu estilo de vida alterado, seu povo massacrado em nome da civilização sendo tratados por “primitivos”, aborígenes, etc. Ao longo dos séculos coube aos descobridores, buscar mecanismos sobre como tratar e o que fazer como elemento índio. Introduzi-lo a civilização, criando formas e normas para mantê-los sob controle. E nesse contexto estão os povos do Amapá e norte do Pará, por serem poucos conhecidos ainda permanece certo preconceito e desconhecimento sobre estes povos, que já habitavam esta região na época dos descobridores e que relacionavam-se entre si de forma pacifica ou não e que neste percurso foram introduzidos aos poucos na sociedade de não índios, sofrendo co estes relacionamento por não estarem habituados com aquele sistema imposto de uma forma ou de outra. Palavras chave: descobrimento, povos indígenas,
146 índios. A FÁBRICA QUE MOVIMENTOU A ILHA: A RELAÇÃO DA FÁBRICA SANTA ISABEL COM AS MODERNIDADES EM SÃO LUÍS (1905-1950) - VITOR HUGO ENES RIBEIRO (UFMA) e KARLLA RAPHAELA MENDES ANCHIETA (UFMA). A Fábrica de Tecidos Santa Isabel, pertencente à Companhia Fabril Maranhense, foi fundada em 1893 por Chrispin Alves dos Santos, Joaquim Francisco dos Santos, Apolinário Jansen Ferreira e Carlos Ferreira Coelho. Contava ainda com a participação de importantes acionistas, dentre os quais os ilustres Cândido José Ribeiro e Joaquim Moreira Alves dos Santos. Sua capacidade de produção chegou a três milhões de riscado por ano e empregava cerca de 600 trabalhadores. Em menos de 20 anos após a sua fundação ela já se destacava nacionalmente entre as maiores fábricas do país (MELO, 1990). Este estabelecimento fabril ficava localizado na Rua Senador João Pedro, ladeado com a Rua Oswald Cruz, no centro da cidade de São Luís. O que poucos conhecem é a estreita relação da Fabril, forma pela qual a instituição passou a ser também conhecida, com importantes novidades trazidas a capital maranhense na primeira metade do século XX, como a introdução do primeiro carro e do futebol e a sua íntima relação com a agremiação do Moto Club de São Luís. Palavras-Chaves: Fábrica Santa Isabel – Carro – Futebol – Moto Club de São Luís.
147 Catequese e comércio no tapajós: As relações entre munduruku, capuchinho e regatões (Pará 1871-1881) - Laura Trindade de Morais-UFPA. Este trabalho busca compreender as particularidades existentes no comércio entre regatões e índios Munduruku, mostrando as justificativas para os conflitos existentes entre o frei capuchinho italiano Pelino de Castro Valva e os regatões. Os regatões eram acusados de praticar comercio ilícitos e de incutir nos índios visão negativa a respeito dos missionários. Frei Pelino, na tentativa de impedir que os Munduruku da missão do Bacabal fossem enganados pelos regatões, procurou mediar às negociações entre estes, assim despertando a fúria destes comerciantes. Entretanto é importante ressaltar que o frei também tinha seus interesses, sobretudo, no sucesso da catequese, vista como o meio de suprir a falta de mão-de-obra para a lavoura e a extração da borracha na Amazônia oitocentista. Uma das principais fontes usada é um relato deixado por frei Pelino de Castro Valva. Neste relato frei Pelino dar sua versão dos fatos ocorridos. Através da documentação da época, tais como jornais e relatórios de presidente da província do Pará permite-se contrapor a versão do frei, estes mostram que Pelino só vivia no Bacabal com o intuito de fazer fortuna, usando os índios Munduruku como objetos de seus negócios particulares. Palavra-Chave: Frei Pelino de Castro Valva; Regatões; Munduruku.
148 JOGOS DE INTERESSES: RELAÇÃO ENTRE RELIGIOSOS JESUÍTAS E NATIVOS NO GRÃO-PARÁ COLONIAL LUANA MELO RIBEIRO (UFPA) O presente artigo tem como objeto de pesquisa a relação entre os religiosos e indígenas na região do Grão-Pará, e pretende enfatizar os confrontos e os “jogos de interesses” em que estavam envolvidos. Por meio de redes de alianças, religiosos e nativos buscavam vantagens para a sua manutenção na região o que, muitas vezes, gerou enfrentamentos diretos e indiretos. Para isso estou analisando fontes do Arquivo Histórico Ultramarino e Arquivo Público do Estado do Pará, através de leitura e interpretação dos documentos, com a proposta de investigar a relação entre os sujeitos. Palavras-Chave: Confrontos, “jogos de interesses”, redes de alianças. As estratégias portuguesas para o povoamento da Amazônia por “vassalos” da coroa na segunda metade do século XVIII MARCOS FELIPE DE LIMA MONTEIRO. Desde o início da colonização da América portuguesa, a escassez de homens brancos era motivo de grande preocupação para a Coroa portuguesa, pois deixava esta vasta área da Colônia a mercê dos estrangeiros que assediavam constantemente a região. Este artigo tem como objetivo analisar as estratégias de povoamento intensificadas na segunda metade do século XVIII, focando na transformação dos índios em colonos e realçando a necessidade sentida pelo novo monarca, D. José I, de laicizar o seu governo, assim como o processo de colonização.
149 Palavras-Chave: Colonização, XVIII, império português.
índios,
século
BATISTA CAMPOS E AS IDEIAS LIBERAIS NO GRÃO-PARÁ - Marcos Ricardo Machado Lopes (UFPA). Este trabalho tem como finalidade, fazer uma narrativa de um período da vida política de um dos personagens que foi de vital importância nos fatos políticos e sociais que ocorreram na província do GrãoPará na primeira metade do século XIX, utilizando como fonte o jornal O Paraense. Estes fatos estão intimamente ligados a fatores externos, que iriam instalar no mundo ocidental uma nova ordem política e social, rompendo com o antigo regime. Neste caso, refiro-me à Revolução Francesa e ao Vintismo em Portugal, sendo o último o grande propulsor que iria potencializar os acontecimentos que marcariam a segunda década do século XIX. Ideais como liberdade, imprensa e constitucionalismo permeariam tais acontecimentos e personagens, dentre eles, destacamos aqui o Cônego Batista Campos. Ele ganha destaque na sociedade paraense tanto como sacerdote, quanto como político, mas é o segundo que irá falar ou “escrever” mais alto, tendo em vista, que ele esteve à frente do primeiro periódico escrito e impresso na Província. Este veículo de comunicação foi fundado e organizado por Filipe Patroni, jovem estudante de direito em Coimbra, pertencente à pequena burguesia local paraense e um dos principais porta-vozes no Pará do movimento constitucionalista de 1820 ocorrido em Portugal; foi também autor de diversos manuscritos produzidos em solo português, reclamando por uma transformação cultural, social e política da sua Província natal, o Grão-
150 Pará. Em Portugal, Filipe Patroni entrou em contato com o tipógrafo Daniel Garção de Mello e com Domingos Simões da Cunha, que havia sido promovido de alferes a tenente-coronel pelos serviços prestados em Lisboa. O jornal, lançado no dia 22 de maio de 1822, iria dar início a uma série de debates dentro sociedade e que por certos momentos acabariam por retirar a tranquilidade das autoridades estabelecidas e enraizadas há séculos. Aquele impresso representava não apenas a opinião de dissidentes, mas uma ameaça às regalias que tal grupo de autoridades desfrutava junto ao poder local. A elite que controlava politicamente a Província não demoraria muito para fazer calar o tal O Paraense, o que quase aconteceu com a prisão de Filipe Patroni. No entanto, a redação do jornal passaria para as mãos do Cônego Batista Campos, fazendo sua estréia na famosa edição de n° 6, na qual dirigia duras críticas ao Governador das Armas. Palavras-chave: Imprensa; constitucionalismo; Batista Campos. REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NA CARTOGRAFIA COLONIAL DA AMAZÔNIA - Marcus Vinicius Valente Bararua (UFPA). A cartografia do período colonial nos apresenta várias representações que as instituições que as confeccionavam tinham em seus interesses sobre as regiões mapeadas, entre estes interesses estavam a territorialidade, composição geográficas e em observações mais aprofundadas podemos indicar representações ou não de identidades e presença de comunidades em uma região. Esta pesquisa que apresento neste trabalho, em processo
151 inicial, tentar identificar em fontes cartográficas do período colonial da Amazônia, as representações mencionadas sobre comunidades indígenas e suas influências nas produções destes mapas, portanto, o conhecimento indígena influenciando o processo de saberes dos europeus sobre a região Amazônica. Palavra Chave: cartografia, indígena, Amazônia.
VICENTE SOLER: UM FRADE AGOSTINHO ESPANHOL A SERVIÇO DA IGREJA REFORMADA NO RECIFE Mariana Dantas Batista (UFF). A comunicação aqui proposta objetiva discutir a conjuntura da multiplicidade religiosa do Nordeste brasileiro durante a dominação holandesa a partir da análise das correspondências do espanhol Vicente Joaquim Soler, que talvez tenha sido o mais importante e ativo predicante calvinista no Recife holandês, além das estratégias do governo holandês para lograr êxito em suas empreitadas comerciais, a despeito do imbróglio religioso com o qual tinha que lidar. Buscará também a compreensão das estruturas que interligavam política e religião tendo em vista que, na composição religiosa da população que habitava os territórios dominados pelos holandeses no Brasil, a esta época predominavam os católicos, em face de um governo calvinista que, no entanto, concedeu à tolerância religiosa um status jurídico, principalmente durante o governo de Maurício de Nassau – evidentemente, levando em consideração as tensões de cunho políticoreligioso presentes na sociedade pernambucana, cuja
152 população contava ainda com numerosa população de índios e negros, além de cristãos novos e os chamados “judeus novos”. Palavras-Chave: Brasil holandês; Vicente Soler; missionação calvinista. FORTALEZA EM MEMÓRIAS: A VISÃO POPULAR SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DO COTIDIANO COM A CHEGADA DA BASE MILITAR NORTE-AMERICANA (1943-1945) - Reverson Nascimento Paula (UECE) Analisaremos neste trabalho as transformações ocorridas no cotidiano de Fortaleza a partir da "visão popular" sobre a instalação e a permanência da base militar norte-americana durante os anos de 1943 a 1945, percebendo assim, as modificações nos hábitos e costumes dos cidadãos fortalezenses. Pretendemos analisar, a partir dos relatos de pessoas que viveram na época, as influencias trazidas pelos norte-americanos, e acabaram transformando o espaço de sociabilidade mediante as alterações na rotina e na convivência com os citadinos. A partir das reflexões feitas por Elias pretendemos compreender o "processo civilizador" existente e a fixação da base militar estadunidense após a assinatura dos Acordos de Washington. Neste ponto, buscaremos perceber certa transição, repleta de paradoxos, de um cotidiano pautado nos moldes franceses, para um cotidiano calcado no desenvolvimento técnico, no consumo e na aceleração norte-americana. Utilizaremos como fonte principal as memórias de entrevistados, os jornais da época, e livros de memorialistas como Blanchard Girão e Marciano Lopes. O método utilizado será a confrontação dos
153 discursos dos periódicos com os documentos citados e a utilização da história oral. Palavras-Chave: Cidade, Guerra, Cotidiano. A Antipsiquiatria: novos caminhos para o estudo do indivíduo - Victor Hugo do Rosario Modesto (UFPA) e Mathias Ferreira Brandão (UFPA) Analisaremos neste trabalho, tendo por base o livro A Política da Loucura (Antipsiquiatria), os novos fundamentos que a Antipsiquiatria vem querer ratificar como mais completos do que os usados pela Psiquiatria e Psicologia tradicionais. Observaremos a crítica e a nova maneira que a Antipsiquiatria quer que pensemos o mundo e nossas relações no mesmo, partindo do principio de que existem instituições micropolíticas como a família que influenciam o indivíduo em seu comportamento dentro do sistema macropolítico. Teremos por objetivo demonstrar como a Psicologia e a Psiquiatria, podem ser consideradas dentro da sociedade como uma espécie de polícia, que acaba por contribuir na ratificação do sistema capitalista, fazendo da loucura uma doença e encarcerando os “loucos” ou na maioria dos casos chamados de Esquizofrênicos. Palavras-chaves: Antipsiquiatria, Loucura, Família. Marginalização e rivalidade, possíveis motivos para violência no futebol - Tiago Rogério Oliveira dos Santos (UFPA). Esse trabalho tem por função tentar elucidar alguns dos principais motivos lançados em rodas de conversas informais que participei, sempre tentando chegar a uma conclusão de onde vem tanta violência e tanto ódio
154 entre as torcidas no futebol brasileiro. Para o desenvolvimento do projeto, busquei informações em uma bibliografia, pequena ainda na historiografia, mas com certo volume em outros campos das ciências humanas como a sociologia, antropologia, psicologia, além referências como artigos científicos. Mas minhas principais fontes são periódicos, tanto revistas eletrônicas, quanto jornais impressos disponíveis em hemerotecas públicas. Para se ter uma idéia da marginalização da torcida e explicar tal influência sobre a violência na torcida lanço de teorias quanto mudança nos hábitos e no perfil do jogo de futebol. Conceitos muito amplos e que foram mudando terminologias, linguagens e regras. O inglês, idioma predominante foi substituído ou “aportuguesado”. O ambiente requintado dos sportmen e seu fair play foram substituídos por jogadores de perfil social mais baixo e condutas repletas de “má educação”. Contudo a principal mudança foi nos arredores do estádio e na arquibancada. As moças com seus belos vestidos e os gentlemen da fidalguia deram lugar a uma massa de trabalhadores braçais e suas famílias. Essa troca de figuras, tal qual uma substituição (enquanto elemento do jogo) mudou o perfil do esporte transformando-o assim num ambiente de recreação e competitividade alimentada pelas ligas menores compostas por clubes pequenos de diferentes ruas e bairros, posteriormente segundas e terceiras divisões, somada ao perfil social dos praticantes e é, portanto apontada como uma das principais razões para a entrada da violência no esporte e em seus ambientes. A rivalidade também pode ser vista como razão para este fenômeno presente no esporte, a violência. Como analisar a rivalidade é um desafio para os mais diversos campos das ciências humanas. O acirramento
155 local ou interno por um determinado motivo é apontado como principal fator no futebol. Vemos hoje em dia falar de clássicos do futebol sul-americano, isso se deve por conta dos principais selecionados se enfrentarem desde os anos 20 e com todo o clima histórico, como, um pouco antes, a guerra do Paraguai. Cisões internas que geraram clubes que posteriormente se tornaram, eventualmente, maiores rivais de seus “geradores”. Na década de 1960 surge na Inglaterra uma nova classe de torcedores, apesar de agirem de forma primitiva denominados hooligans eram torcedores de clubes rivais, fortemente ligados às cores do seu time e que os defendia de forma apaixonada, gerando conflitos com torcedores de outros clubes. A rivalidade extrapolava assim as paredes do estádio causando uma grande área de conflito e resultando em vandalismo e agressão. O principal motivo talvez seja a existência das torcidas organizadas. As origens das torcidas organizadas se mesclam às origens das próprias torcidas e torcedores símbolos, que remete à década de 1940. O termo “torcida organizada” é preferidamente usado pelas agremiações em detrimento de “uniformizada”, devido a algo que extrapola uma mera uniformização, para algo com corpo político, com presidente, vicepresidentes, diretores, tesoureiro, etc. Dentro desses grupos de torcedores circulam, com ou sem o aval de diretores, facções de violência, ligadas ao movimento de tráfico de drogas, gangues, grupos neonazistas, etc. Esses fenômenos violentos personificados em grupos de torcedores acabam sendo o principal motivo, apontado em pesquisa desenvolvida por consultoria, para o afastamento de torcedores dos estádios juntamente com o preço alto dos ingressos. Esse processo de criminalização das torcidas organizadas acontece de forma similar à marginalização e torcedores
156 ocorrida na década de 1940. Muitas das agremiações em Belém do Pará foram fundadas por jovens torcedores de classe média e alta da sociedade, além de profissionais com formação acadêmica, como é o caso da Remoçada fundada por adolescentes alunos de um colégio da rede particular de ensino de Belém e da Trovão Azul formada por um grupo de amigos com formações em medicina, odontologia, direito, etc., posteriormente sofreram uma mudança em seu perfil, os novos adeptos mudam os símbolos, cânticos, lemas e polarizam sedes, multiplicando assim a área de atuação de cada torcida organizada, o que pode ser um dos motivos para os desentendimentos internos, que também sofre analogia com a formação das rivalidades entre clubes: cisão, bairrismo, etc. Podemos apontar o fenômeno das gangues juvenis e de pichadores que explodiram pelo país na década de 1980, período que data algumas dessas torcidas mais jovens. Ainda é comum hoje em dia ver em assentos de transportes públicos o nome de membros e sua respectiva facção de torcida escritas com letras em formato clássico de pichação. Palavras-Chave: violência no futebol, torcidas organizadas, marginalização do torcedor. Um estudo sobre as praticas da pajelança cabocla sobre o crivo das letras: na obra de Canuto Azevedo - Suelen Monteiro Lobato/UFPA Este presente trabalho tem o intuito de fazer uma análise historiográfica das práticas religiosas da pajelança cabocla na Amazônia através de uma obra literária de Canuto da Costa Azevedo (1889-1979) médico e um grande estudioso, dedicou-se a trabalhos científicos principalmente nos estudos de orquídeas, já na década de 1920 foi intendente (o equivalente hoje a
157 prefeito) do município de Muaná em sua terra natal na ilha do Marajó, já com uma idade avançada dedicou-se a sua carreira de escritor. Foi neste momento que tivemos a satisfação da produção do livro Histórias da Amazônia (1957), que na dita obra pode ser encontrado cinco contos que faz alusão aos pajés, os dito contos são Facheadas, Bicho do Fundo Bicho do Mato, Botos de Piramujaru, Filhos do Boto e Olho-de-boto. E a parti desses contos que faremos uma análise dessas praticas da pajelança cabocla e o papel do pajé juntamente com essa comunidade da região amazônica no ano de 1946, já que tais contos folclorista podem ser concebidos como um espaço carregado de muitos elementos de nossa cultura, assim podendo considera-los verdadeiros testemunhos históricos que irá expressar a sociedade em que a dita produção literária nasceu. Palavra chave: pajelança cabocla, folclore e literatura.
13. Teoria da História e Historiografia (Tatiana Gama / UNIRIO) O conhecimento histórico é uma elaboração do passado. Portanto, a teoria da história nada mais é do que uma ferramenta para o entendimento das diversas facetas de elaboração desse conhecimento. Por meio de métodos articulamos as informações que temos como fonte de forma a elaborar, em si, aquilo que é o conhecimento histórico. O conteúdo histórico não é História sem antes tornar-se construção histórica – constructo é, na maior parte das vezes, a escrita. Assim,
158 a historiografia, sendo esta mesma o estudo da escrita da história é, portanto, o estudo da forma do conhecimento histórico. Ao nos debruçarmos sobre uma determinada historiografia podemos perceber de que maneira o registro histórico e a memória são estabelecidos pela forma que toma a escrita do passado. Desta maneira, tem-se como objetivo deste simpósio temático a exposição de trabalhos que problematizem os métodos de produção do conhecimento histórico, a escrita da história, a forma da história e estética, enquanto o estudo da forma em si.
Historiografia e ressignificação do termo escravidão para a contemporaneidade, a partir dos usos dos processos judiciários Camila Maria de Araújo Melo – UFPE. A relação entre Direito e História é entendida como fundamental para o entendimento das relações humanas. Percebendo-se os diversos pontos em comum entre as duas áreas de conhecimento, apreendemos que certos termos linguísticos, que são comuns a ambas as áreas, podem ser usados de forma errônea em determinadas situações, sendo trazidos e locados anacronicamente. Procurando verificar a ressignificação do termo escravidão, analisando-o no âmbito da concepção de trabalho análogo ao de escravo e suas repercussões nas práticas judiciárias contemporâneas, fez se necessário diferenciar e evitar o anacronismo ao usar o termo em foco. Fazendo a distinção entre a atual forma de trabalho análoga ao de escravo em relação à antiga forma de trabalho compulsório que agia à época do
159 Brasil Colônia e Império, depreende-se que são duas formas de análise distintas. Buscando compreender a hermenêutica jurídica e suas significações atuais, a presente pesquisa aborda as divergências doutrinárias e jurisprudenciais acerca do trabalho análogo ao de escravo na Justiça brasileira. Um dos pontos que norteiam o presente trabalho se refere à questão da necessidade de reformulação e inserção – ou não - de novas leis para aparatar a Justiça contra quem estimula tal forma de trabalho. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, os termos trabalho forçado e trabalho obrigatório são sinônimos, mas, no Brasil as doutrinas referentes ao assunto atualizaram o termo para trabalho degradante, pois, os termos designados pela OIT só fomentam o crime contra a liberdade, e o termo empregado no Brasil seria mais abrangente, incluindo o crime contra a dignidade do homem. É necessário perceber como esse termo está sendo utilizado atualmente no campo jurídico brasileiro, como as jurisprudências depreendem a questão e como as leis estão sendo interpretadas. Para além, se faz necessário investigar as relações de poder que regem os sujeitos e os objetos que participam dessa rede, percebendo como se formou esse meio social que liga ambos. É importante descrever as condições e características que degradam os trabalhadores, tais quais os tipos de alimentação, condições de higiene que produzem doenças, jornada abusiva, trabalho infantil, frequência de acidentes, para adentrar o universo do trabalho no campo. Essas nuances tornam se imprescindíveis para pensar as formas como a Justiça do Trabalho avalia as condições de exploração a que são sujeitados alguns trabalhadores. A partir da investigação dessas relações, é possível perceber como esse meio rege o pensamento dos trabalhadores, dos aliciadores e dos empresários que
160 sustentam tal prática. A pesquisa foi embasada pela leitura de autores que tratam da temática, como Ângela de Castro e Gomes, Silvia Lara, Leonardo Sakamoto, Lília Leonor Abreu entre outros. Também foram utilizadas algumas publicações periódicas, como as revistas da Comissão Pastoral da Terra. Junto a essas publicações, alguns materiais cedidos pelos sites do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª região e do Ministério Público do Trabalho também foram de suma importância para fundamentar a pesquisa. Completando a metodologia aqui empregada, determinados processos trabalhistas encontrados no TRT da 6ª Região e no MPT-PE foram analisados para perceber melhor o discurso do judiciário. Palavras chave: Trabalho, hermenêutica, jurisprudência. Pierre Nora: uma reflexão - Raul Victor Vieira Ávila de Agrela (UFC). O seguinte trabalho busca fazer uma reflexão acerca da contribuição relegada pelo historiador e editor francês Pierre Nora: um intelectual de posição ambígua; procura, portanto, indicar como se deu seu posicionamento frente à “Escola” dos Annales (à Nova História), ou seja, os fatores consistentes que o une e o separa ao mesmo tempo da Terceira Geração dos Annales. O trabalho também apresenta a análise feita por Pierre Nora quando esse constata os fenômenos que marcaram a França em meados dos anos 1970, fenômenos que foram fundamentais para a formulação e elaboração da concepção do termo “lugares de memória”. Visto isso será abordado e enfatizado o seu texto “Entre memória e história: a problemática dos lugares” (1993).
161 Palavras-chaves: história, memória, lugares de memória, Pierre Nora, Annales. A escrita da história em tempos republicanos no Brasil - Bárbara Winther da Silva(UFRRJ). O presente trabalho tem como principal preocupação e objeto de pesquisa a escrita da história no Brasil no período da Primeira República (1889-1930). Através da análise de artigos publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) quer versam sobre a concepção de história, tentaremos entender a operação historiográfica no período compreendido pela análise. Um dos artigos que analisamos, é o do sócio cearense do referente Instituto, Tristão de Alencar Araripe, trabalho que se preocupa com questões referentes ao fazer historiográfico, mais precisamente em seu artigo “Indicações sobre a istória nacional”. Esse período da instauração da República no Brasil coloca novas questões para aqueles que se debruçam no pensar sobre a história, e mais precisamente para o nosso trabalho, que história é essa que deveria ser construída, pois tal forma de governo necessita e pede formas próprias de uma escrita da história nacional, não mais imperial, mas sim republicana. Palavras-chaves: História; República; Araripe. Concepções de Nação, povoe cidadão no Constitucionalismo Gaditano1 e Brasileiro Jônatas Roque Mendes Gomes(UERJ-FFP). Este artigo pretende apresentar a análise de conceitos-chave presentes no anteprojeto de
162 constituição brasileira de 1823, na Constituição do Império Brasileiro de 1824 e na Constituição de Cádis2 que são de extrema relevância para a compreensão das concepções apropriadas, pelos constituintes de conceitos muito caros para a organização de um novo Estado, no caso brasileiro e uma forma de governo liberal, nos dois casos. Dentre esses conceitos-chave ibéricos elencamos três, Nação, povoe cidadão, que estão intrinsecamente relacionados e possuemextrema importância para a compreensão do pensamentopolítico ibérico. Palavras-chave: Constituição; América Ibérica; História dos conceitos. A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS ATRIBUTOS IDEOLÓGICOS - Renata Lopes Marinho de Almeida (UERJ) e Natália Cristina Rezende da Silva (UERJ). A Revolução Francesa foi um acontecimento de tal magnitude para a história, capaz de transpor-se ao tempo e espaço, causando consequências para a historiografia. Proporcionando uma ampla gama de análises e interpretações, que ora se assemelham, ora se diferenciam, pois partem do princípio das identidades e posicionamentos político ideológico de seus estudiosos. Inclusive, em alguns momentos, desnorteando o foco de seus acontecimentos. Sendo assim, este trabalho pretende abordar o embate político ideológico entre marxistas e liberais, na tentativa de concluir se tais conflitos desvinculam a Revolução de sua essência. Para tanto utilizaremos das ideias de Soboul e Hobsbawm, dois dos principais autores divulgadores das “doutrinas marxistas”, contrapondo com Cobban e Solé, defensores da corrente liberal. Contudo, tendo como base os estudos de Furet e
163 Tocqueville, intelectuais considerados fundamentais para compreender o evento em si, assim como as visões dos demais autores. Palavras-Chave: Revolução – Francesa – debate.
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