Champions, Volume IV

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CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)

VOLUME IV De 1985 a 2000



CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)

VOLUME IV De 1985 a 2000

TÍTULO DO EBOOK

Champions — a história como nunca se contou (mesmo quando não se chamava assim) DIRETOR

Vítor Serpa EDITOR

António Simões

TEXTOS

EDITORA E PROPRIETÁRIA

António Simões

Sociedade Vicra Desportiva, S. A.

DESIGNER

DATA

Ricardo da Silva

2020

ARQUIVO E REVISÃO

ISBN

Carlos Marques

978-989-8290-17-5

PROPRIEDADE INTELECTUAL

Sociedade Vicra Desportiva, S. A. Enquanto obra protegida, nos termos do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos, é interdita a reprodução, no todo ou em parte, e independentemente dos meios existentes ou que no futuro possam vir a existir, dos conteúdos vertidos neste EBOOK.


VOLUME IV De 1985 a 2000




A Sociedade Vicra Desportiva S. A., reserva-se o direito de proceder judicialmente contra os autores de qualquer cópia reprodução, difusão, exploração comercial não autorizadas ou qualquer outro uso indevido de conteúdos

Capítulo XXXII 1985/86

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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O mistério do guarda-redes com os dedos partidos pela polícia política (por não querer dar o Mercedes K de Nadia Comaneci)

3§T S§T KTN X· FT /ZFW^ FNSIF FSZQTZ RFQ YFRG­R ZR LTQT 3FX &SYFX T JXUFSYT JR VZJ /ZFW^ XJ YTWSTZ X· S§T QMJ WFXLTZ FNSIF RFNX F MNXY·WNF UTW HFZXF IJ ZR LTQT IJ ZR JXHTH®X FQYT J QTNWT — Ao intervalo havia 0-0. No balneário, Artur Jorge fez-me um pedido muito simples: leva a velocidade para o jogo! Lá fui eu, marquei dois golos quase de seguida, estávamos a esmagar o gigante e quando se esperava o nosso 3-0, o Archibald JXYWFLTZ STX F STNYJ )JUTNX UJWYT IT ȁR JZ FNSIF ȁ_ T STXXT terceiro golo, o meu terceiro golo, mas já não deu.

5FWF HMJLFW ¤ ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX *ZWTUJZX IJ ST *XY¥INT 7FR·S 8¥SHMJ_ 5N_OZ¥S T 'FWHJQTSF IJN]FWF STX TNYF[TX IJ ȁSFQ T +( 5TWYT JR IJXJSHFSYT & JVZNUF IJ &WYZW /TWLJ JQNRNSFWF T &OF] Ɖ J IJ (FRU 3TZ [NJWF HTR IJWWTYF UTW HTR F R¥LTF IJ ZR UJS¥QYN UTW FXXNSFQFW Y§T UJS¥QYN Y§T UJS¥QYN VZJ 2FWHJQ [FS 1FSLJSMT[J T ¥WGNYWT GJQLF S§T YFWIFWNF F IN_JW JR & '41& — Mal pus os olhos na televisão, vi logo que errei, logo dei conta de que tinha sido mesmo lance para a grande penalidade que no campo não vi…)

)JUTNX IJ JQNRNSFW TX UTWYNXYFX T 'FW«F IJXJRGFWF«TZ XJ IF /Z[JSYZX Ɖ J X· XJ FUZWTZ UFWF 8J[NQMF STX UJS¥QYNX KWJSYJ FT .+0 ,TYJGTWL FU·X IJWWTYF UTW SF 8Z­HNF [NY·WNF UTW SF (FYFQZSMF

Urruticoechea, guardião do Barcelona, no decorrer de jogo com o FC Porto em 1985

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CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

&I[JWX¥WNT SF ȁSFQ T 8YJFZF IJ 'ZHFWJXYJ VZJ UJQT HFRNSMT KTWF IJN]FSIT ;JOQJ -TS[JI 0ZZX^XN J &SIJWQJHMY &HFGFSIT T UWTQTSLFRJSYT ST 8¥SHMJ_ 5N_OZ¥S RFSYJ[J XJ JSLZN«T VZJ ST 'FW«F IZWF[F M¥ FSTX Ɖ J F 9JWW^ ;JSFGQJX T XJZ YWJNSFITW TZ[NZ XJ QMJ — Meus senhores, não temos razão de queixa. Por penátis UJWIJRTX F ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX UTW UJS¥QYNX Q¥ HMJgámos. Jogámos praticamente em casa, tivemos constantes TUTWYZSNIFIJX IJ LTQT ITRNS¥RTX RFX S§T RFWH¥RTX 5J«T ST JSYFSYT UJWI§T F JXYF RFWF[NQMTXF FȁHN·S UTW S§T QMJ IFWmos o que tanto queria… ,ZFWIF WJIJX IT 'FWHJQTSF VZJ FY­ IJKJSIJZ ITNX UJS¥QYNXƓ KTN SJXXF STNYJ /F[NJW :WWZYNHTJHMJF /¥ XFGNF VZJ F HFRNSMT IJ (FRU 3TZ JXYF[F ?ZGN_FWWJYF Ɖ J F ZR RFLTYJ IJ OTWSFQNXYFX JR XJZ WJITW FȁWRTZ Ɖ 3§T S§T RJ UFXXF[F UJQF HFGJ«F UJWIJW JXYJ OTLT 3§T marcámos golos, sujeitámo-nos aos penáltis que é sempre um caso de moeda ao ar, sorte mais ou menos pura. Até defendi dois e não chegou… E, nesta hora, não posso deixar de o dizer:


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o adversário mais tecnicista que encontrámos, de melhor futebol nesta taça, foi o FC Porto. Os romenos ganharam, é verdade, mas não deixam de ser o que são: uma equipa muito férrea e muito forte a defender… (Mesmo sem os jogar, Urruti esteve nos mundiais da Argentina, de Espanha e do México — e depois de ter jogado em Stiges torneio de golfe, modalidade a que se dedicara ao dizer adeus ao futebol, deixou-se ficar por Vilanova i la Geltrú a vibrar pelo Valência na final da Champions de 2000/01. O Bayern teve a sorte que o Steaua tivera, ganhou nos penáltis. Pela madrugada, pegou no carro para regressar a Barcelona, ainda ligou, brincalhão, a Josep Guach, dizendo-lhe: — Sei que te preocupas comigo, mas fica tranquilo. Vou a 80…

Steaua ser o clubes dos militares, mas, sobretudo, por ser o clube que tinha a presidente Valentín Ceausescu, o filho do ditador comunista. No caso de Duckadam, disseram-lhe que estando na tropa tinha de jogar no clube da tropa. Noutros casos não foi bem assim. Por exemplo, para que Victor Piturca deixasse o Olt Scornicesti o governo deu à mulher trabalho na Universidade de Bucareste e autorizou-o a comprar um Land Rover — mas a Stefan Iovan prenderam-no ao clube através de uma artimanha: como não se mostrara muito entusiasmado com a passagem do Resita para o Steaua, usaram-se os serviços secretos para o chantagear — através de um enredo que metia o abandono de uma amante que ele supostamente engravidara.

Para Emerich Jenei, treinador do Steaua, a chave da vitória sobre o Barcelona no desempate por penáltis esteve no primeiro tempo: — Foi o período mais difícil para nós, tivemos de controlar um grande adversário e um ambiente muito adverso. Chegando, porém, com 0-0 ao intervalo comecei a pensar que a taça talvez não nos fugisse — e não fugiu mesmo. Sim, eu sei: não fizemos um futebol espetacular, fomos antes calculistas e frios e ganhámos a quem jogou mais bonito…

Fosse como fosse, o Steaua criou equipa de sonho — tendo a treiná-la Emerich Jenei, que fora como jogador, um dos seus primeiros ícones. Tinha métodos revolucionários, chegava a usar um karateca na preparação física da equipa — e até ele se desconcertou em pasmo quando sucedeu o que Laszlo Boloni (então o coração do seu meio-campo) contou: — Era um dia frio e chuvoso de 1985. Estávamos a treinar e, de repente, ouvimos um grande ruído, apercebemo-nos de gente a agitar-se fora do campo. Era Valentín, o filho de Ceausescu, que chegava. Tornara-se nosso presidente, ficámos surpreendidos por vê-lo ali num treino, mais surpreendidos ficámos quando, depois de nos saudar, um a um, se dirigiu ao míster Jenei e lhe disse num brado: «Não tenho nenhuma dúvida: este ano vamos ganhar a Taça dos Campeões!» Olhámos todos uns para os outros, sem sabermos o que dizer, pois nem sequer tínhamos feito ainda qualquer jogo…

Ganhara, sobretudo, porque, na baliza tivera Helmuth Duckadam. Por ter dado nas vistas no UTA Arad, em 1981 (tendo 21 anos) aconteceu-lhe o que começava a ser norma pela Roménia: jogador de futebol que se destacasse ficava com destino marcado — ir para o Steaua, não só por o

Ganhou mesmo. Os penáltis que Alexanko, Pedraza, Pichi Alonso e Marcos marcaram no desempate, Duckadam defendeu-os. Lacatu e Balint não falharam — e com a Taça dos Campeões entregue a Stefan Iovan, o Eroul de la Sevilla tornou-se Helmuth Duckadam…

Algures pela autoestrada o seu Mercedes 320 despistou-se, galgou as baias de segurança, precipitou-se para uma ravina, indo sem cinto posto, o corpo de Javier Urruticoechea voou para a morte — e enterrado foi no Cemitério de Les Corts, à sombra do Camp Nou.)

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Dos dedos partidos pela polícia política por causa de um Mercedes à verdade do coágulo… Herói saiu de Sevilha, Duckadam — e, um mês depois da glória, estando de férias no Mar Negro, levaram-no de urgência para hospital de Bucareste, os médicos chegaram a ponderar amputar-lhe vários dedos. Não o vendo mais jogar pelo Steaua, desataram a correr os rumorejos: que Ramón Mendonza, presidente do Real Madrid e empresário com ligações comerciais à Roménia lhe dera um Mercedes 190 E — e que quando Nico Ceausescu, o boémio e extravagante irmão de Valentín (que acusariam também de ter violado Nadia Comaneci e lhe ter mandado arrancar as unhas por ela não se querer submeter aos seus caprichos…), lhe pediu o carro UFWF XN J )ZHPFIFR WJHZXTZ IFW QMT Ɖ [NSLFYN[T T ȁQMT IT INYFITW ordenou à Securitatea, a sua polícia política, que lhe quebrassem as mãos. Aos primeiros dias de 1990, poucas semanas após a rebelião popular que acabou com Nicolae Ceausescu fuzilado no pátio de um quartel a 80 quilómetros de Bucareste — Roberto Beccantini, jornalista da Gazzetta dello Sport, foi a Arad entrevistar Duckadam. A notícia que deu foi que o drama por que passara se devera a uma VZJIF IZWFSYJ ZRF GWNSHFIJNWF HTR TX ȁQMTX SFX K­WNFX J VZJ sobre o que lhe acontecera, ele não quisera dizer mais nada…). Certo é que só depois da rajada que matou Ceausescu em Targovishte é que Duckadam voltou a jogar — a jogar em Arad, na segunda divisão. Trabalhava então na Politia de Frontiera, em 8JRQFH TSIJ SFXHJWF SF KWTSYJNWF HTR F -ZSLWNF (TR T ȁR IT comunismo ainda abriu por lá escola de futebol, teve de fechá-la por falta de dinheiro. Aventurou-se aos Estados Unidos, um ano apenas esteve em Phoenix, regressou à Roménia, lançou-se à política no Partido Nova Geração de Gigi Becalli (extravagante e po10

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Sobre o guarda-redes Duckadam, histórias envolvendo o nome Ceausescu sobrevivem

Q­RNHT ITST IT 8YJFZF Ɖ J HTR T +( 5TWYT SF ȁSFQ IF 9F«F :*+& IJ F :*+& JXHTQMJZ T UFWF ·G[NT UFIWNSMT IF ȁSFQ IF ȁSFQ que os portistas ganharam em Sevilha, foi por lá que Duckadam revelou: — Deixei o Steaua por causa da operação ao braço direito. A [JWIFIJ ­ VZJ O¥ YNSMF ITWJX SF FQYZWF IF ȁSFQ HTR T 'FWHJQTSF 2FX S§T HTSYJN F SNSLZ­R 8J TX R­INHTX XTZGJXXJR S§T RJ IJN]FWNFR OTLFW 4 VZJ RJ IJXYWZNZ KTN ZRF YWTRGTXJ HFZXFIF UTW ZRF ITJS«F WFWF JZ YJW ZRF FWY­WNF HTWTS¥WNF FRUQF IJ RFNX 8JN T VZJ XJ HTSYF ST 4HNIJSYJ 6ZJ ;FQJSYNS (JFZXJXHZ YN[JWF NS[JOF IT RJZ XZHJXXT J RFSIFWF FQLZ­R IFW RJ ZR YNWT UFWF RJ NSZYNQN_FW ZR GWF«T 6ZJ 3NHZ T NWR§T IJ ;FQJSYNS VZJWNF T 2JWHJIJX VZJ RJ IJWFR JR *XUFSMF J VZJ RFSITZ UWT[THFW RJ FHNIJSYJ UFWF ȁHFW HTR T HFWWT TZ VZJ TWIJSFWF VZJ F 8JHZWNYFYJF RJ IJXȁ_JXXJ FX R§TX 3FIF INXXT KTN SF [JWIFIJ GJR FXXNRƓ


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O penálti que Boloni falhou e o que aconteceu ao Ceausescu que não era como o pai que fuzilaram 1F_QT 0ZGFQF T 0ZGFQF VZJ UJQT 'FWHJQTSF UJWIJWF F ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX UFWF T 'JSȁHF FSIFWF F YWFGFQMFW UJQF 7TR­SNF Ɖ J FȁWRTZ T IJ [­XUJWF — Quem manda na equipa não é o treinador, é um dos seus jogadores, o Boloni — e era bom que não o deixássemos ser o que é, pois: treinador dentro do campo… 8NR ­ RJXRT JXXJ 'TQTSN T 'TQTSN IT 8UTWYNSL 3FXHJZ SF 7TR­SNF JSYWJ F XZF RN STWNF M¾SLFWF 1FINXQFZ JWF T XJZ STRJ JR WTRJST RFX JR HFXF JWF UTW 1FX_QT VZJ T YWFYF[FR JWF UTW 1FX_QT VZJ LTXYF[F VZJ T YWFYFXXJR (TRT KZYJGTQNXYF IJXUTSYTZ ST HQZGJ IF YJWWF T &8& 9¦WLZ 2ZWJģ 1FX_QT HTSYNSZTZ F XJW 1FX_QT 'TQTSN (TR JQJ F KF_JW IJ H­WJGWT ST RJNT HFRUT IT 8YJFZF IJ 8J[NQMF QJ[TZ FUJSFX ZRF XTRGWNSMF YJW XNIT ZR ITX ITNX OTLFITWJX IT 8YJFZF VZJ KFQMFWFR UJS¥QYN T TZYWT KTN 2FOJFWZ &U·X T KZ_NQFRJSYT IT UFN ;FQJSY±S (JFZXJXHZ KTN UWJXT HTRT TX IJRFNX RJRGWTX IT HQ§ IJN]FSIT YFRG­R F UWJXNI®SHNF IT 8YJFZF 3T[J RJXJX [TQ[NITX QNGJWYFWFR ST Ɖ UTW S§T XJ JSHTSYWFW SJQJ UWT[FX IJ HWNRJX TZ FYWTHNIFIJX HTRT TX VZJ HTRJYJWFR 3NHTQFJ J 3NHT T UFN J T NWR§T 5JINZ VZJ QMJ IJ[TQ[JXXJR FX UNSYZWFX IJ ,T^F J TX QN[WTX WFWTX VZJ YNSMF JR HFXF Ɖ NXXT S§T QMJ IJWFR )JWFR QMJ UTW­R T QZLFW VZJ QMJ YNWFWFR IJ UWTKJXXTW IJ +±XNHF J *SLJSMFWNF 3ZHQJFW ST .SXYNYZYT IJ +±XNHF &Y·RNHF Ɖ J HTSYNSZTZ F [N[JW JR UFN]§T YTITX TX OTLTX IT XJZ 8YJFZF RJXRT VZFSIT T 8YJFZF O¥ JWF IJ ,NLN 'JHFQQN J T XJZ STRJ TZYWTƓ

Kubala destacou papel de Boloni na equipa do Steaua. Esse mesmo Boloni, mais tarde, já treinador, lançaria na equipa principal do Sporting um jovem madeirense…

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Nicolae Ceausescu e sua esposa, Elena, acompanhados de membros do governo romeno, durante visita à China

Do líbero que fugiu e voltou a ser campeão europeu porque o ditador já estava morto Fundamental na defesa do 0-0, no Barcelona-Steaua, foi Miodrag Belodecini. Nascido no seio de uma família de etnia sérvia — dele se disse que na noite de Sevilha foi o exemplo perfeito do que um líbero deve ser: notável pela sua elegância, impressionante pela sua UWJHNX§T IJ IJXFWRJ 3§T RZNYT IJUTNX IT 'JSȁHF IJ 9TSN YJW FKFXYFIT T 8YJFZF IJ RFNX ZRF ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX IF ȁSFQ VZJ T 'JSȁHF UJWIJZ HTR T 58; STX UJS¥QYNX Belodecini desertou da Roménia. Andou fugido pela Jugoslávia, certo dia apareceu na XJIJ IT *XYWJQF ;JWRJQMF F TKJWJHJW XJ UFWF OTLFITW FUWJXJSYFSIT XJ S§T HTRT 'JQTIJHNSN RFX HTRT 'JQTIJINH & UWNRJNWF WJF«§T KTN IJXUFHMFWJR ST IJ Q¥ UTW XJ FHMFW VZJ JWF ZR KFWXFSYJ 4 5FWYN_FS UJWHJGJZ VZJ S§T IJXFȁTZ T UFWF F JVZNUF 2NTIWFL IJZ QMJ em resposta: — Ou jogo no Estrela Vermelha ou não jogo mais. 4 LT[JWST IJ (JFZXJXHZ HTSIJSTZ T F FSTX IJ UWNX§T UTW oYWFN«§T ¤ U¥YWNF J HTSXJLZNZ VZJ F :*+& T XZXUJSIJXXJ UTW ZR FST )ZWFSYJ JXXJ FST HFNZ 3NHTQFJ (JFZXJXHZ — e voltou a Bucareste. Livraram-no das penas a que o tinham condenado, o presidente IT *XYWJQF ;JWRJQMF UJWLZSYTZ QMJ XJ HTSYNSZF[F NSYJWJXXFIT JR OTLFW UJQT XJZ HQZGJ F resposta foi: — Sim, claro! * JR 'JQTIJHNSN FQN¥X 'JQTIJINH QJ[TZ T *XYWJQF ;JWRJQMF ¤ HTSVZNXYF IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX YTWSTZ XJ T ¾SNHT OTLFITW IJ 1JXYJ F XJW HFRUJ§T JZWTUJZ UTW ITNX clubes diferentes. 12

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Belodecini Viveu terror durante a ditadura protagonizada por Ceausescu. Glória viveu-a no futebol, duas Taças dos Campeões Europeus haveria de conquistar

1986

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OITAVOS DE FINAL Honvéd (Hungria) – 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia)

1 – 0 // 1 – 4 =HQLW /HQLQJUDGR 8566 ² Kuusysi Lahti (Finlândia)

2 – 1 // 1 – 3 (após prolongamento) Bayern (RFA) – Austria Viena (Áustria)

1/16 AVOS DE FINAL

4 – 2 // 3 – 3 Anderlecht %pOJLFD ²2PRQLD 1LFRVLD &KLSUH

Vejle (Dinamarca) – 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia)

1 – 0 // 3 – 1

1 – 1 // 1 – 4

IFK Göteborg 6XHFLD ² )HQHUEDKoH 7XUTXLD

Honvéd +XQJULD ² 6KDPURFN 5RYHUV ,UODQGD

4 – 0 // 1 – 2

2 – 0 // 3 – 1

6HUYHWWH 6XtoD ² Aberdeen (Escócia)

Zenit Leningrado 8566 ² 9nOHUHQJHQV 1RUXHJD

0 – 0 // 0 – 1

2 – 0 // 2 – 0 Kuusysi Lahti )LQOkQGLD ² 6DUDMHYR -XJRVOiYLD

2 – 1 // 2 – 1 *yUQLN =DEU]H 3ROyQLD ² Bayern (RFA)

1 – 2 // 1 – 4

Hellas-Verona (Itália) – Juventus (Itália)

0 – 0 // 0 – 2 Barcelona (VSDQKD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

2 – 0 // 1 – 3

'LQDPR %HUOLQ 5'$ ² Austria Viena (Áustria)

0 – 2 // 1 – 2 Rabat Ajax (Malta) – Omonia Nicosia &KLSUH

0 – 5 // 0 – 5

QUARTOS DE FINAL

MELHORES MARCADORES

8YJFZF 'ZHFWJŎYJ 5RP ² )& .XXV\VL /DKWL )LQOkQGLD

Torbjörn Nilsson (IFK Göteborg) 7 golos (8 jogos) Lajos Détári (Honvéd) 5 golos (4 jogos) Ismo Lius (Kuusysi) 5 golos (6 jogos) 9LFWRU 3LŏXUFą 6WHDXD %XFDUHVWH

5 golos (6 jogos) $OGR 6HUHQD -XYHQWXV

5 golos (6 jogos)

IFK Göteborg 6XpFLD ² 7UDNLMD 3ORYGLY %XOJiULD

3 – 2 // 2 – 1 %RUGpXV )UDQoD ² Fenerbahçe 7XUTXLD

2 – 3 // 0 – 0 /LQÀHOG ,UODQGD GR 1RUWH ² Servette 6XtoD

2 – 2 // 1 – 2 Ì$ $NUDQHV ,VOkQGLD ² Aberdeen (Escócia)

1 – 3 // 1 – 4 /D -HXQHVVH G·(VFK /X[HPEXUJR ² Juventus (Itália)

0 – 5 // 1 – 4

0 – 0 // 1 – 0 %D\HUQ 5)$ ² Anderlecht %pOJLFD

2 – 1 // 0 – 2 $EHUGHHQ )& (VFyFLD ² IFK Göteborg 6XpFLD

2 – 2 // 0 – 0 Barcelona (VSDQKD ² -XYHQWXV ,WiOLD

1 – 0 // 1 – 1

Hellas-Verona ,WiOLD ² 3$2. *UpFLD

3 – 1 // 2 – 1 FC Porto (Portugal) –Ajax (Holanda)

2 – 0 // 0 – 0

MEIAS-FINAIS

6SDUWD 3UDJD &KHFRVORYiTXLD ² Barcelona (VSDQKD

1 – 2 // 1 – 0

$QGHUOHFKW %pOJLFD ² 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia)

1 – 0 // 0 – 3 ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² FC Barcelona (VSDQKD

3 – 0 // 0 – 3 (4-5 nos penáltis)


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FINAL Taça dos Campeões Europeus 1985/86

0

Steaua Bucareste

0

Barcelona

(2 – 0 nos penáltis) Final 7 de maio de 1986 Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, Sevilha. Árbitro: Michel Vautrot (França) STEAUA BUCARESTE : Helmut Duckadam; Stefan Iovan (cap.), Adrian Bumbescu, Miodrag Belodecini, Ilie Barbulescu; Gavril Balint, Mihail Majearu, Lazlo Boloni, Lucian Balan (Anghel .TWIFSJXHZ 2FWNZX 1FHFYZģ ;NHYTW 5NYZWHF (Marin Radu, 112). Treinador: Emerich Jenei BARCELONA: Francisco Urruticoechea; Gerardo Miranda, Migueli Bernardo, José Ramón AlesanHT /ZQNT &QGJWYT 2TWJST ;±HYTW 2ZµT_ 'JWSI 8HMZXYJW /TX­ 2TWFYFQQF SLJQ 5JIWF_F 2FWHTX &QTSXT 8YJ[J &WHMNGFQI 5NHMN &QTSXT 111), Francisco Carrasco. Treinador: 9JWW^ ;JSFGQJX Marcadores: 5MNQ 3JFQ 7TGJWYT 5WZ__T Desempate por penáltis: 2FOJFWZ KFQMTZ &QJXFSHT KFQMTZ 'TQTSN KFQMTZ 5JIWF_F falhou; 1-0: Lacatus; Alonso falhou; 2-0: Balint. Marcos falhou.



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Capítulo XXXIII 1986/87

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Por entre dois sapos enterrados no Prater, o toque no Corão de Madjer, o calcanhar e o Futre a fazer de Maradona

Fernando Gomes aponta o primeiro dos seus quatro golos com que havia de ‘castigar’ o Rabat Ajax

O paraíso aberto ao FC Porto na Taça dos Campeões Europeus de 1986/87 começou com goleada estonteante: 9-0 ao Rabat Ajax (com quatro golos de Fernando Gomes) — e não, não foi nas Antas, foi no Estádio do Rio Ave, em Vila do Conde. Outra coisa se percebeu: que tinha um defesa goleador, o Celso. Depois do golo aos malteses, golo fez também aos checos do Vitkovice — e muito mais importante: tendo deixado para trás o Brondby, na primeira R§T IFX RJNFX ȁSFNX TX UTWYNXYFX GFYJWFR T )±SFRT 0NJ[ UTW — e, na Ucrânia, começou no Celso a pôr-se o passaporte para a ȁSFQ IJ ;NJSF SF UFQRF IF R§T IT IWFL§T No Botafogo de Ribeirão Preto (com dr. Sócrates a seu lado) ao Celso já lhe chamavam Gavião. Fora para lá do Santos, Pepe, o Pé de Canhão que jogara com Pelé, descobrira-o nas peladas dos campos de areia da cidade. Pé de canhão também ele tinha, famosos se tornaram seus livres. Antes de chegar ao FC Porto, andou pelo Fortaleza, Ferroviário, Vasco da Gama, Atlético Paranaense, Santa Cruz e Bahia. Com Eurico de perna partida, passou a ser o central ao lado de Lima Pereira — e antes IT OTLT HTRJ«FW JR 0NJ[ KJ_ XJ RNSZYT IJ XNQ®SHNT JR MTSWF IJ 1JSNSJ VZJ SFXHJWF FSTX FSYJX 6ZFYWT RNSZYTX IJUTNX U¸X T JXY¥INT FNSIF JR RFNTW XNQ®SHNT HTR T LTQT VZJ IJXKJ_ FX JXUJWFS«FX IT )NSFRT IJ 0NJ[ Ɖ J (JQXT ȁHTZ F XFGJW VZJ UTW JXXJ LTQT YNSMF INWJNYT F I·QFWJX VZJ ZR UTWYZLZ®X ITST de padaria em Newark prometera a quem o marcasse. Aos 11 minutos, Fernando Gomes sentenciou a eliminatória — e não imaginava que tivesse, cruel, o destino à sua espera, para o atraiçoar. Após a conquista da segunda Bota de Ouro, passou F WJHJGJW IF 5ZRF RNQ HTSYTX IJ HTSYWFYT UZGQNHNY¥WNT Ɖ J

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,TRJX ƊJ]UQTIJƋ IJ FQJLWNF HTR LTQT RFWHFIT FTX RNSZYTX IJ OTLT JR 0NJ[

Finda a partida contra o Dínamo de Kiev, Artur Jorge não esconde satisfação: ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX IJ JWF XTSMT KJNYT WJFQNIFIJ UFWF T +( 5TWYT

RJSTX IJ IZFX XJRFSFX FSYJX IF ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX XFNZ IJ ZR YWJNST HTR T UJW·SNT JXHF[FHFIT IJ RZQJYFX YJ[J IJ NW UFWF T 5WFYJW 4 F_FW YFRG­R XZGNZ FT HTWUT IJ 1NRF 5JWJNWF J UTW NXXT HTSYWF T 'F^JWS F XJZ QFIT ST HJSYWT IF IJKJXF (JQXT YJ[J *IZFWIT 1Z±X

YZLFQ HTWWJZ STY±HNF IJ VZJ LWZUT IJ oTUJW¥WNFX J LJXYTWFX FI[TLFIFX J R­INHFX WJQNLNTXFX J ITR­XYNHFX IJXJRUWJLFIFX J JXYZIFSYJX YNSMF UFWF JSYWJLF FT 5WJXNIJSYJ IF 7JU¾GQNHF FT 5WNRJNWT 2NSNXYWT J ¤ &XXJRGQJNF IF 7JU¾GQNHF oRFSNKJXYT HTSYWF F UTWSTLWFȁF

&SYJX IJ XJ HMJLFW F ;NJSF O¥ XJ TZ[NWF +WFS_ 'JHPJSGFZJW UTW JXXF FQYZWF XJQJHNTSFITW SFHNTSFQ FQJR§T IN_JW XJR JXconder arrogância: — Só um terramoto pode evitar que o Bayern volte a ser campeão europeu.

3§T XJ VZJN]F[FR FUJSFX ITX oJXH¦SIFQTX VZJ UFXXF[FR ST HNSJRF TZ SF YJQJ[NX§T VZJN]F[FR XJ YFRG­R IT IJXUZITW IJ FS¾SHNTX HFWYF_JX J WJ[NXYFX — Entra-se numa papelaria para comprar um simples caderno UFWF TX STXXTX ȁQMTX J FY­ F± ­ XJ FLWJINIT HTR NRFLJSX GWZYFNX

*WF UTNX JXXJ T FRGNJSYJ JSYWJ JQJX Ɖ TX KTLZJYJX FYNWFITX FT FW FSYJX IF KJXYF 6ZJ SNSLZ­R XJ UWJTHZUFXXJ VZJ T IJXYNST JXYF[F YWF«FIT IN_ XJ VZJ INXXJ SF [­XUJWF )JQFSJ ;NJNWF T oJXUNWNYZFQNXYF VZJ HTQFGTWF[F HTR T +( 5TWYT — Ao cair da noite, libertei dois sapos vivos no relvado, vão transformar-se em dois golos...

2ZNYT RFNX UWT[THFSYJ JWF VZFXJ XJRUWJ F HFUF IF WJ[NXYF IJ ITRNSLT IT (TWWJNT IF 2FSM§ ZR ITX FQ[TX IF NSINLSF«§T IFX XJSMTWFX VZJ XJ oXJSYNFR [NTQJSYFIFX YTITX TX INFX Ɖ J SJXXF XJRFSF KTWF 8FRFSYMF +T] *R YTUQJXX 9TZHM 2J T XJZ INXHT FSIF[F SF GJWWF Ɖ J JQF HTSYF[F VZJ XJLZWFWF TX XJNTX JR RNQ HTSYTX VZJ HTGWF[F IJ HFHMJY UTW HFIF JXUJY¥HZQT J VZJ [N[NF JR 1TSIWJX SZRF RFSX§T VZJ HTRUWFWF UTW RNQ 4Z XJOF HTRT O¥ XJ XFGNF VZJ HFIF UTWYNXYF YJWNF INWJNYT F HTSYTX UJQF [NY·WNF SF 9F«F ITX (FRUJ¹JX Ɖ F 9F«F ITX (FRUJ¹JX [FQNF F HFIF ZR IJQJX UTZHT RFNX IT VZJ VZFYWT XMT\X IF 8FRFSYMF +T]

* HJWYT JWF VZJ JQJ T )JQFSJ YFRG­R YNSMF UWJUFWFIT FX oȁYNSMFX R¥LNHFX UFWF TX OTLFITWJX QJ[FWJR UFWF IJSYWT IT 5WFYJW *WF IJ RFNT IJ Ɖ J SJXXJ INF UJQTX OTWSFNX IJ 5TW-

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K L º ) Ä aaa O pai de Rabah Madjer era florista. Quando começou a jogar no Onalait, clube do bairro pobre de Argel, onde nascera, era defesa-direito. Depressa saltou para a linha da frente — e para os olhos dos espiões do MAHD que se encantaram com o que viram. Os seus brilharetes no Mundial de Espanha, valeram-lhe a transferência para o Racing: 100 mil contos para o MAHD, 1500 por mês para Rabah. Nunca um futebolista africano custara tanto, ganhara tanto. Não, não foi feliz em Paris, queixava-se das lesões, do chauvinismo, do racismo. Lucílio Ribeiro soube — e ofereceu-o a Pinto da Costa. Ao chegar disse que era fã de Linda de Suza, de Michael Jackson, de Stevie Wonder e de Tina Turner — e que em sua casa jamais entrariam bebidas alcoólicas ou carnes de porco e que sim, que cumpriria o Ramadão. Antes da entrada em campo em Viena, Madjer ouviu música rai, a música tradicional argelina, rezou a Alá — e pediu a todos os companheiros que tocassem no Corão que levara consigo, fora o pai quem lho dera, repetiu-o: que acreditassem que o toque lhes abriria o paraíso. Todos tocaram:

— Mlynarczyk, o meu companheiro de quarto, estava cheio de receio. Antes de adormecermos, disse-me: Madjer, vamos perder, os gajos são imbatíveis — e eu respondi-lhe: Tem calma, nem penses nisso, vamos ganhar 2-1... Aos 24 minutos, Kogl fez 1-0 para o Bayern — e com 1-0 se chegou ao intervalo. (No primeiro jogo do campeonato de 1983/84, um fenómeno agitou Alvalade: ao intervalo, o Sporting estava empatado com o 5JSFȁJQ /TXJK ;JSLQTX QFS«TZ ¤ QN«F WFUF_NSMT HMFRFIT 5FZQT +Ztre e ele pôs tudo num frenesim — puxou a equipa para a goleada: /T§T 7THMF KTN ¤X &SYFX HTSYWFYFW /FNRJ 5FHMJHT F YWTHT IJ 30 mil contos, por dois anos. E António Sousa seguiu pelo mesmo HFRNSMT OZXYNȁHFSIT XJ HTR oTWIJSFITX JR FYWFXT 3T 8UTWYNSL 5FZQT +ZYWJ YNSMF HTSYWFYT FXXNSFIT FY­ Ɖ com ordenado mensal de 100 contos, quase todos os suplentes LFSMF[FR HNSHT [J_JX RFNX UJQT RJSTX 8TSMF[F HTR ZR o'2< F X­WNT Ɖ J UJINZ FT UFN VZJ JSYWJLFXXJ F &WRFSIT 'NXHTNYT UWTposta de alteração de salário: — 300 contos, 300 contos está bem... Chamaram-lhe maluco. Era 1 de Agosto de 1984. O Sporting não QMJ IJ[NF ZR YTXY§T IJ [JSHNRJSYT Ɖ RFX FQJLFSIT oKFQYF IJ HTSIN«¹JX UXNHTQ·LNHFX WJXHNSINZ J KTN UFWF T +( 5TWYT LFSMFW contos por mês. À chegada, o pai soltou em desabafo: — Mandaram-no tratar da vida dele e foi o que o Paulo fez, foi para o FC Porto tratar da vida dele.) /FNRJ 5FHMJHT QJXNTSFIT YFRG­R S§T U¸IJ OTLFW JR ;NJSF J 8TZXF WJLWJXXFWFR ¤X &SYFX OZSYFWFR XJ F +ZYWJ VZJ HTSYTZ — No balneário, Artur Jorge disse-nos que aquela final com o Bayern fora difícil de alcançar, que tudo tinha sido como um sonho, mas que a realidade era aquela, nua e crua: estávamos a perder, a perder por 1-0. Que nos 45 minutos que faltavam fôssemos para a luta como se a vida pudesse acabar ali e que pensássemos que nunca mais nos perdoaríamos se deixássemos perder aquele sonho...

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O calcanhar foi um ato de fé? Foi (e até podia ter sido um pontapé de bicicleta...) (No fervor do PREC que se abriu após a revolução de 25 de abril de 1974, depois de HNSHT TUJWF«¹JX F ZR OTJQMT &WYZW /TWLJ YWTHTZ T 'JSȁHF UJQT 'JQJSJSXJX JRUWJLTZ XJ SF ),) VZNX XJW FUJSFX WJ[TQZHNTS¥WNT YWFGFQMFITW OTLFITW *R IJZ XFQYNSMT F 3T[F Iorque para fazer sete jogos pelos Rochester Lancers — e dois anos depois fraturou uma UJWSF Ɖ J KTN T HFSYT IT HNXSJ )ZWFSYJ TX RJXJX IJ HTS[FQJXHJS«F WJQJZ YTIF F TGWF IJ *«F IJ 6ZJNW·X J FGWNZ HFRNSMT FT KZYZWT IJHNINSIT NSXHWJ[JW XJ SF :SN[JWXNIFIJ IJ 1JNU_NL SF 7)& 5TW H¥ QNHJSHNFWF XJ JR ,JWR¦SNHFX YNSMF JINYFIT ZR QN[WT IJ UTJRFX JXHTQMJZ T HZWXT IJ KZYJGTQ J YJWRNSTZ T HTR STYF R¥]NRF 5JIWTYT IJHNINZ IJN]FW T GFS HT IT +( 5TWYT UFXXFW F RFSFLJW Ɖ J NSINHTZ T UFWF T XJZ QZLFW 6ZFSIT &R­WNHT IJ 8¥ T IJXUJINZ &WYZW /TWLJ Ɖ UJINZ VZJ T IJX[NSHZQFXXJR YFRG­R KTN UFWF T 5TWYNRTSJSXJ X &SYFX [TQYTZ VZFSIT 5JIWTYT RTWWJZ Aos 78 minutos do jogo com o Bayern de Munique, Rabah Madjer empatou: — Oh! Claro, aquele golo foi fruto da minha intuição, da minha capacidade de improvisação. Eu só jogava 65 por cento do futebol que tinha, os restantes 35 era o que eu gostaria de fazer e... não podia fazer. Às vezes esquecia-me das ordens e saiam coisas assim, um poema com a bola. Não, não treinava golos de calcanhar, aquilo surgiu como resultado da minha técnica, como um instinto, um ato de fé. Olhe, se a bola estivesse mais alta, se calhar tinha sido um pontapé de bicicleta. Ficou como sinal da minha marca, mas, depois, até marquei um golo ainda mais bonito, contra o Belenenses, numa vitória por 7-1. Mas desse calcanhar ninguém se lembra... Dois minutos depois, mais uma investida de Madjer — golo de Juary, o homem dos gran IJX RTRJSYTX VZJ 5NSYT IF (TXYF WJXLFYFWF F FRFWLF J]UJWN®SHNF ST .SYJW XZF[N_FIF apenas pela gravação de um disco com a orquestra da RAI cujos direitos reverteram a KF[TW IFX [±YNRFX IT YJWWFRTYT IJ &[JQQNST &T NSYJW[FQT &WYZW /TWLJ S§T IJN]TZ IJ GWFIFW FTX XJZX UZUNQTX — O campeonato de Portugal podemos ganhar quase sempre, mas fazer imortal esta história não, tem de ser hoje. O que é que vocês preferem? * /ZFW^ WJ[JQTZ T — Ao dizer o que nos disse, deixou-nos o peito a ferver. Só queríamos ir para cima do Bayern… 22

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Ele, o Juary, não jogara a primeira parte, entrou no reatamento (para ser o que foi, arma secreta, letal): — Estava lesionado no tornozelo direito, sem condições nenhumas. Mas a psicologia única de Artur Jorge fez-me tocar o céu. Pediu a Rodolfo Moura para me dar um jeito, dizendo: Não precisa de ser muito tempo, em 30 minutos o Juary decide. Perante isso eu só tinha de entrar como entrei… Aos 78 minutos, a história começou a desenhar-se no calcanhar de Madjer, dois minutos depois fez-se perfeita nos pés de Juary. Com o FC Porto campeão europeu, Franz Beckenbauer lançou culpa a Udo Lattek: — Sabe-se que no futebol quando se tem a presa dentro do saco é preciso fechá-lo bem. O Bayern, depois de estar a ganhar por 1-0, não soube fechar o saco... (Com Lattek ganhara o Bayern a Taça dos Campeões de 1973/74. A Taça das Taças venceu-a na época de 1978/79 pelo Borussia Mönchengladbach. E, na temporada de 1981/82, levou o Barcelona à conquista da Taças das Taças. Tornou-se, assim, o primeiro treinador a vencer as três principais competições da UEFA por três clubes diferentes — e por meados de 1983, jornalista apanhou a Bernd Schuster desabafo (a roçar o indelicado): — … os jogadores adoram-no, mas, quando bêbado, faz coisas loucas. Udo Lattek não tardou a revelá-lo: — O Barcelona é um clube de loucos, mas o meu único problema foi Maradona, que não estava habituado a trabalhar no duro. Certa vez, não apareceu à hora que a equipa tinha para partir. Tinha duas opções: esperar por ele e perder a minha autoridade e ir sem ele. Decidimos deixá-lo e os restantes jogadores aplaudiram a decisão. O Maradona foi queixar-se ao presidente dizendo-lhe que não conseguia trabalhar comigo e duas semanas depois fui demitido… E o Bayern contratou-o de novo, na hora.) Com o Prater pintado de azul, um jornalista perguntou a Lattek porque deixara o Bayern de atacar ao longo de toda a segunda parte — e a resposta soltou-se-lhe num fogacho: — Não, não foi por questões táticas… Os meus jogadores esqueceram-se de cumprir o que eu lhes havia dito e redito. No The Guardian, David Lacey escreveu: «Os golos de Madjer e Juary deram à compeYN«§T T XJZ RJQMTW HQ±RF] IJXIJ VZJ ,JTWLJ 'JXYJ J 'TGG^ (MFWQYTS LFSMFWFR F ȁSFQ IJ FT 'JSȁHF Ɖ J SF HTQZSF VZJ JSY§T YNSMF ST )J 9JQJLWFFK /TMFS (WZ^KK [NSHTZ T o& vitória do FC Porto foi a vitória do futebol no seu todo, reeditando as grandes tradições da ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX YWF_JSIT QMJ IJ ST[T F VZFQNIFIJ J F JRT«§T VZJ Y§T FWWJdias andaram nos últimos tempos» Cada jogador do FC Porto recebeu de Pinto da Costa cheque de 4000 contos de prémio pela vitória de Viena. (No dia seguinte, por alguns jornais havia anúncio de venda, por 55 mil contos, de uma moradia de luxo, com piscina, em Cascais...) 23



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Não queria dar a Taça dos Campeões a ninguém, tinha sido estofador (e incrível é a história do dedo partido e a bota cortada…) Com Fernando Gomes de muletas para a festa, depois do último apito do belga Alexis Ponnet, coube a João Pinto o momento mágico da taça erguida aos céus. Com ela correu, eufórico, na volta olímpica da consagração. Depois, abraçou Pinto da Costa e ambos choraram. Foi ainda com a voz tremida pela emoção que deixou descair: — Meu Deus, um rapaz como eu com a Taça dos Campeões nas mãos... (Bobby Robson ainda não o tinha dito, mas João Pinto já era assim, já jogava assim, sempre assim — parecendo ter dois corações e quatro pernas. O pai fora defesa-central do Oliveira do Douro, trabalhava na Salvador Caetano como encarregado de chapeiro:

aprendiz de estofador — só largou a profissão em 1980, quando, com 19 anos, assinou o seu primeiro contrato profissional, a troco de 20 contos na primeira época, 25 na segunda e 32 na terceira. Ah! Aí deram-lhe 50 — porque se tornara titular indiscutível de Pedroto, mas continuou a ir para a Antas num Fiat 127: — Mesmo assim era, de caras, o jogador mais barato da equipa. Não foi muito depois de chegar ao Porto e retirar Gabriel de lateral, João Pinto deu o primeiro sinal do seu espírito: — Parti o dedo pequeno do pé direito e tanto o treinador como os médicos me disseram para esquecer, que não dava para jogar. Eu respondi-lhes que jogava e joguei: cortei a bota para o dedo ȁHFW IJ KTWF J UNSYJN F RJNF VZJ JWF GWFSHF IJ UWJYT UFWF VZJ TX adversários e o árbitro não dessem por ela… Um ano antes de João Pinto se tornar campeão europeu, um outro sinal de si se soltara, impressionante:

— Um dia chegou a casa lesionado, a minha mãe meteu-lhe a faca ao peito dizendo-lhe que tinha de optar por ela ou pela bola. Optou por ela e fez tudo para que eu não jogasse futebol. Chegava suado e apanhava coças. Sem eles saberem, comecei a ir ao Oliveira do Douro. Quiseram que eu fizesse parte da equipa de iniciados, deram-me uns papéis para assinar, fui direto ao meu pai e ele... assinou. E a minha mãe nunca mais disse nada.

— O Estoril foi jogar às Antas para a Taça de Portugal, na véspera estava com gripe, cheio de dores nas costas, até me custava a respirar. Fomos para estágio e nem sequer me conseguia deitar, foram precisas três pessoas para me pôr na cama. Perguntava o que era e só me diziam que devia ser uma costela partida. Disse-lhes que fosse o que fosse, queria jogar. Ligaram-me o peito e fiz o jogo todo. As dores aumentaram, no dia seguinte estava no hospital, tive de ser operado a infecção na pleura. Era ano de Mundial e os médicos garantiram-me que podia tirar o cavalinho da chuva que não podia jogar mais até lá. A minha resposta foi que iria ao México e o mais suave que me disseram foi que eu era maluco…

Dois anos volvidos, João Pinto estava no FC Porto. Andava no terceiro ano, quis desistir da escola, pediu ao pai que lhe arranjasse qualquer coisinha na fábrica. Foi para

Perdeu as 12 últimas jornadas do campeonato que o FC Porto venceu — e sim: José Torres convocou-o para o Campeonato do Mundo. 25


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No ‘Times’, Paulo Futre comparado a Maradona (e depois o Porsche amarelo porque não havia outro) No futebol pode apanhar-se um instante de eternidade mesmo sem um golo. Foi o que aconteceu a Paulo Futre — num rasgo que valeu do Times o seguinte comentário: — Tem um talento mais excitante do que Lineker e aquela inHZWX§T UJQT RJNT ITX IJKJSXTWJX IT 'F^JWS M¥ IJ ȁHFW H­QJGWJ KF_JSIT QJRGWFW TZYWF F IJ 2FWFITSF ST 2ZSINFQ IT 2­]NHT (Desde pequenino que dormia com uma bola na cama. Aos 10 anos, tinha corpo franzino, mas já um jeito malandro de jogar à bola, segredos que o pai, que fora jogador do Montijo, do Amora, e do Cova da Piedade, lhe ensinara no terraço de 40 metros quadrados da sua casa no Montijo: o domínio, o remate, FX ȁSYFX TX GFRGTQJNTX IT HTWUT UFWF JSLFSFW TX FI[JWX¥WNTX )JUWJXXF UJWHJGJZ VZJ T KZYZWT IT ȁQMT JXYF[F STX XJZX U­X Ɖ sobretudo no esquerdo e por isso não se aborrecia muito quando o dono da gasolineira que havia perto de casa o procurava, iracundo, dizendo-lhe que o Paulo voltara a partir-lhe a vidraça com a bola: Ɖ 2ZNYT [NIWTX UFLZJN * S§T JWF UTZHT 3ZSHF RFNX RJ JXVZJHN IF UWNRJNWF HTSYF KTN ST NS±HNT ITX FSTX J Q¥ XJ KTWFR JXHZITX Em 1978 Futre tinha 12 anos, foi a uma competição de futebol pelo Cancela do Montijo — e de lá saltou para uma seleção que se deslocou a França. Foi o melhor jogador do torneio — e, ST FJWTUTWYT JXYF[F &ZW­QNT 5JWJNWF ¤ XZF JXUJWF HTR HTS[NYJ UFWF T 8UTWYNSL 4 WJXYT ­ T VZJ XJ XFGJ O¥ JSY§T XJ XFGNF )J WJUJSYJ J]UQTINZ F STY±HNF ,NQ ^ ,NQ UWJXNIJSYJ IT &YQ­YNHT de Madrid, deu 630 mil contos por Paulo Futre ao FC Porto. Garantiu-lhe ordenado anual de 130 mil — e segurou-lhe as pernas em 1,6 milhões de contos, pagando pela apólice 22 500. (Nisso, SJXXJ XJLZWT 8FRFSYMF +T] O¥ S§T YNSMF HTRUFWF«§T HTR JQJ 26

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Não, não foi tudo: Pinto da Costa sugeria-lhe que pedisse a Gil tudo o que quisesse. Futre pediu uma vivenda, Gil concordou. Com piscina, Gil concordou. E um Porsche, Gil concordou. Apenas descobriram um... Porsche amarelo, Futre olhou e não gostou. Pinto da Costa exclamou-lhe: Ɖ 4 HFWWT ­ RZNYT GTSNYT S§T ­ 5FZQNSMT$ E Futre disse que sim, só não disse que já estava arrependido de não ter pedido um Maserati, então. Depois de Futre, partiu Artur Jorge. Para Paris. Para treinar o Matra — com ordenado de 20 mil contos mensais. Para o seu lugar, Pinto da Costa contratou Tomislav Ivic. Venceu a Taça Intercontinental, a Supertaça Europeia, o campeonato, mas isso O¥ ­ TZYWF MNXY·WNF

Transferência de Futre para o Atlético de Madrid meteu, pelo meio, um Porsche de cor invulgar


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Pinto da Costa Na presidência desde 1982, promovendo cultura de ambição e concedendo ao FC Porto dimensão universal, comanda o clube num percurso ímpar de conquistas

1987

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OITAVOS DE FINAL Bayern 5)$ ² $XVWULD 9LHQD ÉXVWULD

2 – 0 // 1 – 1

Real Madrid (VSDQKD ² -XYHQWXV )& ,WiOLD

1/16 AVOS DE FINAL 369 (LQGKRYHQ +RODQGD ² Bayern 5)$

0 – 2 // 0 – 0

FC Porto 3RUWXJDO ² 5DEDW $MD[ )& 0DOWD

9 – 0 // 1 – 0

$YHQLU %HJJHQ /X[HPEXUJR ² Austria Viena ÉXVWULD

0 – 3 // 0 – 3

Juventus ,WiOLD ² 9DOXU 5H\NMDYtN ,VOkQGLD

7 – 0 // 4 – 0

Estrela Vermelha -XJRVOiYLD ² 3DQDWKLQDLNRV *UpFLD

3 – 0 // 1 – 2

1 – 0 // 0 – 1 (3-1 nos penáltis) 9tWNRYLFH &KHFRVORYiTXLD ² FC Porto 3RUWXJDO

1 – 0 // 0 – 3

5RVHQERUJ 1RUXHJD ² Estrela Vermelha -XJRVOiYLD

0 – 3 // 1 – 4

Anderlecht %pOJLFD ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQtD

3 – 0 // 0 – 1

&HOWLF (VFyFLD ² Dínamo Kiev 8566

1 – 1 // 1 – 3

Brøndby IF 'LQDPDUFD ² 'LQDPR %HUOLQ 5'$

2 – 1 // 1 – 1

'JģNPYFģ 7XUTXLD ² $32(/ 1LFRVLD &KLSUH

APOEL retirou-se por questões políticas.

%HURH 6WDUD =DJRUD %XOJiULD ² Dinamo Kiev 8566

1 – 1 // 0 – 2

<RXQJ %R\V 6XtoD ² Real Madrid (VSDQKD

1 – 0 // 0 – 5

QUARTOS DE FINAL

MELHORES MARCADORES

2 – 0 // 1 – 1

Bayern 5)$ ² $QGHUOHFKW %pOJLFD

%RULVODY &YHWNRYLþ (VWUHOD 9HUPHOKD

7 golos (6 jogos) 0LFKDHO /DXGUXS -XYHQWXV

5 golos (4 jogos) )HUQDQGR *RPHV )& 3RUWR

5 golos (8 jogos) 2OHJ %ORNKLQ 'LQDPR .LHY

5 golos (8 jogos) (PLOLR %XWUDJXHxR 5HDO 0DGULG

5 golos (8 jogos) 9DG\P <HYWXVKHQNR 'LQDPR .LHY

5 golos (8 jogos)

Anderlecht %pOJLFD ²*yUQLN =DEU]H 3ROyQLD

Brondby IF 'LQDPDUFD ² +RQYHG +XQJULD

4 – 1 // 2 – 2

'JģNPYFģ 7XUTXLD ² 'LQDPR 7LUDQD $OEkQLD

2 – 0 // 1 – 0

APOEL Nicosia &KLSUH ² +-. +HOVLQNL )LQOkQGLD

1 – 0 // 2 – 3

Rosenborg 1RUXHJD ² /LQÀHOG ,UODQGD GR 1RUWH

1 – 0 // 1 – 1

5 – 0 // 2 – 2

%HüLNWDü 7XUTXLD ² Dinamo Kiev 8566

0 – 5 // 0 – 2

(VWUHOD 9HUPHOKD -XJRVOiYLD ² Real Madrid (VSDQKD

4 – 2 // 0 – 2

FC Porto 3RUWXJDO ² %U¡QGE\ ,) 'LQDPDUFD

1 – 0 // 1 – 1

gUJU\WH ,6 6XpFLD ² Dinamo Berlin 5'$

2 – 3 // 1 – 4

6KDPURFN 5RYHUV )& ,UODQGD ² Celtic (VFyFLD

0 – 1 // 0 – 2

MEIAS-FINAIS

3DULV 6DLQW *HUPDLQ )UDQoD ² ;±YPT[NHJ &KHF

2 – 2 // 0 – 1

Bayern 5)$ ² 5HDO 0DGULG (VSDQKD

4 – 1 // 0 – 1

FC Porto 3RUWXJDO ² 'LQDPR .LHY 8566

2 – 1 // 2 – 1


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FINAL Taça dos Campeões Europeus 1986/87

2

FC Porto

1

Bayern Final 27 de maio de 1987

Estádio do Prater, Viena Árbitro: Alexis Ponnet (Bélgica) FC PORTO: Josef Mlynarczyk; Eduardo Luís; João Pinto (cap.), Celso e Augusto Inácio (António Frasco, 66); Jaime Magalhães, Rabah Madjer, António André, António Sousa e Quim (Juary, 45); Paulo Futre. Cartão amarelo: Jaime Magalhães (35), António Sousa (70).Treinador: Artur Jorge

BAYERN MUNIQUE: Jean-Marie Pfaff; Norbert Nachtweih; Helmut Winklhofer, Norbert e Hans 5ȂÀLQJW 1TYMFW 2FYYM¨ZX HFU -FSX )NJYJW Flick (Lars Lunde, 82), Andreas Brehme e 2NHMFJQ 7ZRRJSNLLJ )NJYJW -TJSJXX J 1ZI\NL Kögl. Cartão amarelo: Helmut Winlhofer (65) Treinador: Udo Lattek Marcadores: 0-1: Kogl (24); 1-1: Madjer (78); 2-1: Juary (80)



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Capítulo XXXIV 1987/88

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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«Maldito penálti» de Veloso foi um «milagre» que saiu de um livrinho de notas e de uma cábula que Van Breukelen levou para Estugarda (onde também houve peúgas traiçoeiras…) Com Tomislav Ivic no lugar de Artur Jorge, o FC Porto ganhou a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia (o campeonato tamG­R HTR NSFHWJINY¥[JNX UTSYTX IJ F[FS«T IT 'JSȁHF Ɖ J X· na Taça dos Campeões teve tropeço: na primeira mão, em Valência (por interdição do Santiago Bernabéu) esteve a ganhar por 1-0 VZFXJ FY­ FT ȁR -ZLT 8FSHMJ_ JRUFYTZ FTX RNSZYTX 8FSHMNX KJ_ T FTX 3FX &SYFX ¤ JSYWFIF UFWF F MTWF IJ OTLT YFRG­R JXYF[F JR [FSYFLJR HTR LTQT IJ 8TZXF Ɖ J ITNX IJ 2NHMJQ aos 60 e aos 70 minutos, atiraram-lhe a defesa do título europeu GTWIF KTWF 3T 'JSȁHF UFWF XZGXYNYZYT IJ /TMS 2TWYNRTWJ F INWJ«§T IJ João Santos escolheu Ebbe Skovdhal, na ilusão de que fosse o XJZ ST[T *WNPXXTS 9NT IJ 2NHMFJQ J 'WNFS 1FZIWZU HTRT YWJNSFITW do Brondby dera carga de trabalho ao FC Porto de Artur Jorge a HFRNSMT IF ȁSFQ IJ ;NJSF Ɖ J KTN HTR JQJ VZJ T 'JSȁHF IJZ TX UWNRJNWTX UFXXTX SF 9F«F ITX (FRUJ¹JX *ZWTUJZX IJ 5FWF F UWNRJNWF R§T IF UWNRJNWF JQNRNSFY·WNF KTN T 5FWYN_FSN 9NWFSF Ɖ J YZIT IJXHFRGTZ JR YWNXYJ_F J [JWLTSMF (TR TX GJSȁVZNXYFX F OTLFWJR JR YWJRJSIT SJLWZRJ FXXTGNFdos, vaiados, amiúde, do Terceiro Anel, o primeiro golo marcou-o +WFXMJWN SF UW·UWNF GFQN_F FTX RNSZYTX 4 VZJ FSYJX XJ [NWF HTStinuou a ver-se: os albaneses em incríveis e caricatas perdas de YJRUT Ɖ J FTX RNSZYTX JSYWFIF IJ OTJQMT JR WNXYJ IJ 2ZXYF LZFWIF WJIJX IT 5FWYN_FSN F 7ZN LZFX QJ[TZ F VZJ T ¥WGNYWT QMJ mostrasse o cartão vermelho (mas, para também ele, dar o tom ao 32

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IJXHTSHJWYT 5JX 5­WJ_ JXVZJHJZ XJ IJ FXXNSFQFW UJS¥QYN 2ZXYF descabelado, começou por recusar sair do campo, lá acabou por ir, FQ[TWT«FIT UFWF T GFQSJ¥WNT Ɖ J YJSIT +WFXMJWN IFIT [FQJSYJ YWFZQNYFIF F )NFRFSYNST KTN UJQT RJXRT HFRNSMT (TSYWF ST[J UTGWJX FQGFSJXJX J 9TWSTWN XJZ R­INT ¤ GFQN_F FNSIF RFNX FSLZXYNFSYJ KTN T KZYJGTQ IT 'JSȁHF Ɖ J X· FTX RNSZYTX ­ VZJ 2T_JW HTSXJLZNZ T )JZ JR XZWZWZ TZYWF [J_ &Mmeti atirou, malandreco, com pedrinha de gelo ao árbitro, foi para F WZF YFRG­R &U·X 7ZN LZFX KF_JW T 1FRJ HZXUNZ SF HFWF IJ 5­WJ_ Ɖ J HTSYWF XJYJ OTLFITWJX IJ GWF«TX HF±ITX J HFGJ«FX VZJSYJX LZFX KJHMTZ F HTSYFLJR FT HFNW IT UFST )J[NIT FT RFZ HTRUTWYFRJSYT F :*+& FKFXYTZ T 5FWYN_FSN IF HTRUJYN«§T J T 'JSȁHF SJR XJVZJW UWJHNXTZ IJ NW F 9NWFSF OTLFW F XJLZSIF R§T & XJLZSIF JQNRNSFY·WNF FNSIF XJ KJ_ XTG RFLNXY­WNT IJ 8PT[IFMQ Ɖ HTR ZR X· LTQT IJ 3ZSJX SF 1Z_ F FYNWFW TX INSFRFWVZJXJX IT &FWMZX FT KZSIT &SYJX IJ XJ JSYWFW JR JRUFYJ IT +FWJSXJ SF 1Z_ QJ[TZ F HFGJ«F IJ *GGJ FT HFIFKFQXT Ɖ J UFXXTZ 9TSN F YWJNSFITW UWNSHNUFQ *QNRNSTZ T &SIJWQJHMY SF 1Z_ JR 'WZ]JQFX J SFX RJNFX ȁSFNX XFQYTZ QMJ T 8YJFZF 'ZHFWJXYJ FT YWNQMT

Tornori, guarda-redes improvisado do Partizani Tirana, evitou, na Luz, que resultado fosse mais expressivo


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Toni foi a Glasgow buscar cassetes que tiraram o Hagi do Hagi, Rui Águas afundou o Steaua com proteção especial na coluna (e no balneário desatou a chorar…) Perspicaz, Toni fez viagem relâmpago a Glasgow e procurou Graeme Souness no Ibrox Park. Pediu-lhe que lhe desse FX HFXXJYJX IT OTLT VZJ T 7FSLJWX ȁ_JWF com os romenos. Com isso — atirou-se ao trabalho de dissecação que lhe deu a perceber que o paraíso dependia da secagem de Hagi — e encarregou Shéu de fazê-lo. Cumpriu a missão na perfeição: o melhor do Hagi tirado do Hagi — de BuHFWJXYJ XFNZ T 'JSȁHF HTR [JSHJSIT JR QTZHZWF IT FRGNJSYJ JWFR RNQ RFX UFWJHNFR RNQ UTWVZJ VZFSIT o Steaua atacava, tinham colunas de som nas bancadas que FRUQNȁHF[FR WZ±ITX J ZWWTX (TR RNQ JXUJHYFITWJX F KF_JWJR SF 1Z_ IT YJWHJNWT anel (fechadinho com o dinheiro da transferência de Chalana para o Bordéus) novo inferno, numa bola dividida com Hagi, Mozer fraturou duas costelas — e quase sem conseguir respirar voltou para dentro de campo. Rui Águas, que em Bucareste se lesionara no cóccix — marcou os dois golos da passagem ao sonho: — Foi a noite mais importante da minha carreira! Eu nem sequer era para jogar. Na Roménia tinha-me acontecido aquele problema na coluna, fui para o relvado com uma proteção especial, isso limitava-me. O meu marcador era só o Popescu, alto, forte e muito bom. O que senti ao marcar os dois golos do Benfica, não sei explicar bem... Só sei que naqueles dois momentos saí da terra. Depois, no balneário, é que foram elas. A carga nervosa saltou-me toda de uma vez, tive uma crise de choro, tive de me fechar na casa de banho

para deixar sair toda aquela emoção de dentro de mim. &XXNR [TQYTZ T 'JSȁHF ¤ ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX FSTX IJUTNX IT F_NFgo prolongamento de Wembley que fez do Manchester United (de Bobby CharlYTS J ,JTWLJ 'JXY HTR )JSSNX 1F\ SZR hospital, operado a um joelho) campeão europeu. Por isso, para o confronto com o PSV Eindhoven, a Adidas mandou fazer equipamentos especiais: vermelhas as camisolas, sem publicidade, vermelhos os calções. No resto, ninguém se lembrou de truque velho em material novo: — Tudo muito bonito, mas as meias eram novas e deslizavam. Nem todos sabiam que molhando as chuteiras e as meias a goma se dilui e a aderência volta a ser normal… Revelou Shéu. O que aconteceu foi aquela rábula das botas que saltavam porque as meias pareciam de seda escorregadia, no caso de Pacheco então... No Pacheco não foi uma vez só o desconchavo mas foi sobretudo uma situação que nunca mais lhe saiu da memória (e da história): — As meias saíram do saco de plástico diretamente para os pés dos jogadores, a certa altura do jogo eu tinha deixado para trás o Lerby, ia para a baliza isolado, com possibilidade de marcar golo — e não é que uma das botas me saltou dos pés, desequilibrei-me, caí? Tinha de acontecer logo ali, naquele jogo… 33


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Final de Estugarda com Diamantino de muletas e com Koeman a jogar graças a uma habilidade jurídica 4 OTLT KTN JR *XYZLFWIF Ɖ J T 'JSȁHF UJWIJWF T VZJ XJ FHMF[F VZJ UTIJWNF XJW ZR ITX XJZX RJQMTWJX YWZSKTX )NFRFSYNST 2NWFSIF & YW®X INFX IF ȁSFQ HTSYWF T ; ,ZNRFW§JX JSYWFIF UTW YW¥X IJ &I§T KWFYZWTZ QMJ T RJSNXHT IF UJWSF INWJNYF WTRUJZ QMJ T QNLFRJSYT HWZ_FIT — Foi um lance normal. Ninguém pensou, por certo, que magoei o Diamantino de propósito. Toquei-lhe no pé, ele fez uma torsão do joelho e caiu… )NFRFSYNST YNWTZ RFQ±HNF IT NSHNIJSYJ Ɖ J IJQJ [FWWJZ IWFRFYNXRT RFNX UNHFIT — Lamento não jogar em Estugarda, mas não choro estas situações. Talvez o Adão pudesse ter evitado, mas no calor do jogo estas coisas acontecem... *XXJ 58; VZJ JQNRNSFWF T ,FQFYFXFWF^ T 7FUNI ;NJSF T 'TWI­ZX J T 7JFQ 2FIWNI JWF T 58; IJ ;FS 'WJZPJQJS IJ ;FS &JWQJ IJ ,JWJYX IJ 3NJQXJS IJ 1NSXPJSX IJ 1JWG^ IJ ;FSJSGZWL IJ 0NJKY J IJ 7TSFQI 0TJRFS VZJ JWF UFWF S§T OTLFW RFX FHFGTZ UTW KF_® QT UTW ZRF MFGNQNIFIJ OZW±INHF YNSMF XNIT HFXYNLFIT UJQF :*+& HTR YW®X OTLTX IJ XZXUJSX§T WJHTWWJZ WJIZ_NWFR QMJ F UJSF J FXXNR FGWNWFR XJ QMJ FX UTWYFX IT 3JHPFWXYFINTS (TR )NFRFSYNST 04 9TSN FNSIF YNSMF 2FYYX 2FLSZXXTS J 7ZN LZFX F HTSYFX HTR UWTGQJRFX RZXHZQFWJX Ɖ J UTW NXXT SFYZWFQ T RTIT HTRT FYNWTZ QFRJSYT FT IJXYNST JR G­QNHF RJY¥KTWF — O modo como tínhamos eliminado o Steua dava-nos lugar a todas as esperanças, o Rui Águas estava soberbo, Diamantino também... Portanto, tivemos de arrancar para Estugarda munidos de espingardas Mauser para lutarmos contra adversários equipados com raios QFXJW 5FWF HTSYWFWNFW JXXFX LWNYFSYJX INKJWJS«FX T 'JSȁHF RTSYTZ armadilhas à portuguesa e foi passando incólume pelo jogo... 34

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4 OTLT FYNWTZ RJNF *ZWTUF UFWF F NIJNF IJ YJW XNIT F UNTW ȁSFQ IF MNXY·WNF IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX FHMFSIT T oHMFYT (MFYT RFX YFYNHFRJSYJ UJWKJNYT Ɖ XTGWJYZIT IF UFWYJ IJ 9TSN UJQT RTIT HTRT HTSXJLZNZ JXUFQMFW UTW YTIT T HFRUT UFZ_NSMTX UFWF JRUJWWFW F JSLWJSFLJR IT 58; )JZ FXXNR JR RNSZYTX JR ITNX GTHJOTX F Ɖ HTR YZIT F IJUJSIJW IF YFQZIF TZ S§T ITX UJS¥QYNX *Q_T 0TJRFS )NYT 0NJKY -FOW^ 3NJQXJS 5FHMJHT ;FSJSGZWL 2T_JW 1JWG^ /FSXJS Ɖ YTITX FHJWYFWFR 5FWF F XJ]YF YJSYFYN[F IT 'JSȁHF YFQ[J_ KTXXJ ;FSIT UJSXTZ XJ Ɖ F ;FSIT HTSȁIJSHN¥ QT NF — Estava todo o mundo nervoso, ninguém queria marcar. O Veloso, que era o capitão, foi e disse: Vou fazer uma paradinha, esperar que ele salte para um lado e atiro para o outro. Eu FNSIF INXXJ UFWF JQJ ;FN HTR )JZX JSY§T *XYF[F HTSȁFSYJ F NIJNF IJQJ JWF GTF RFX T LTQJNWT S§T XJ RJ]JZ ȁHTZ UFWFIT J o Veloso falhou… 8J HFQMFW S§T KTN GJR T ;JQTXT F KFQMFW 4 YWJNSFITW IJ LZFWIF WJIJX IT 58; YNSMF QN[WNSMT JR VZJ FUTSYF[F T RTIT HTRT XJ RFWHF[FR UJS¥QYNX VZJ F YJQJ[NX§T RTXYWF[F TZ VZJ JR OTLT [NF Ɖ J -FSX ;FS 'WJZPJQJS KF_NF H¥GZQFX HTR TX WJLNXYTX +TN T VZJ KJ_ ZRF [J_ RFNX XJHWJYT J XTWWFYJNWT 3ZRF IFX STYFX JXYF[F ;JQTXT F HMZYFW UFWF F INWJNYF Ɖ UTWVZJ KTWF FXXNR SZR YTWSJNT JR *XUFSMF 5FWF F INWJNYF [TTZ Ɖ J ȁHTZ HTR F 9F«F ITX (FRUJ¹JX SFX R§TX — Senti-me como o avançado que marca o golo da vitória. Um mês depois, outra vez com a ajuda do livrinho, aconteceu o mesmo SF ȁSFQ IT *ZWTUJZ JR VZJ F -TQFSIF LFSMTZ ¤ :788 IJKJSIN UJS¥QYN IJ 'JQFST[ (TSXJLZNW NXXT SZRF ȁSFQ ­ HTRT [JW ZR ȁQMT nascer, um milagre… :R RNQFLWJ IJ IZFX KFHJX Ɖ HTR ;FS 'WJZPJQJS ST H­Z ;JQTXT ST NSKJWST — Naquele momento, se houvesse um túnel ali perto metia-me nele. Aquele penálti era muito importante. Que melhor resposta se UTIJWNF IFW F YTITX FVZJQJX VZJ HNSNHFRJSYJ IN_NFR VZJ T 'JSȁHF *ZWTUJZ JWF ZRF LWFSIJ RJSYNWF$ (QFWT FHJNYF[F VZJ RJ HWZHNȁHFXXJR RFX S§T &Y­ SNXXT TX GJSȁVZNXYFX IJRTSXYWFWFR F XZF grandeza: no aeroporto fui levado em ombros, toda a gente me dizia que eram coisas do futebol, azar que não merecia ter tido.



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Só quando Toni deixou de estar de costas viradas para a baliza é que bola não entrou Nos cinco remates sem falha, Toni virara as costas aos seus jogadores, não quis vê-los jogar a roleta russa com as mãos de Van Breukelen — e, quando foi a fez de Veloso, chutou a superstição para canto, pôs os olhos nos pés dele: — … pois foi, foi mesmo assim e deu azar! Mas não podemos, agora, chorar sobre o leite derramado. Antes do jogo, pedi aos meus jogadores para tentarem, acima de tudo, escrever uma página brilhante no futebol europeu — e, mesmo com a falha que aconteceu naquele penálti maldito, escreveram uma página brilhante no futebol europeu. Disso acabara de falar o treinador benfiquista na conferência de imprensa e logo um jornalista holandês lhe atirou, provocador, o reparo à berlinda: Ɖ (TRT ­ VZJ UTIJ IN_JW VZJ KTN GWNQMFSYJ T JSHTSYWT XJ T 'JSȁHF FUJSFX KTN UTW YW®X vezes à baliza do PSV? T oni, não se desmanchou na sua polidez: — Certo… É certo que o PSV atacou mais, mas as equipas foram muito dignas uma da TZYWF 8J T 58; XJ XFLWTZ HFRUJ§T SNSLZ­R UTIJ SJLFW VZJ T 'JSȁHF FOZITZ J RZNYT UFWF T ®]NYT IJXYF ȁSFQ ZRF ȁSFQ RFWHFIFRJSYJ Y¥YNHF UJQT VZJ FX IZFX JVZNUFX ȁ_JWFR JR HFRUT &UJXFW INXXT SF RNSMF TUNSN§T S§T IJN]TZ IJ XJW ZR LWFSIJ JXUJY¥HZQT IJ futebol. Não quero, todavia, que as minhas palavras sejam entendidas como se tratasse de uma vitória moral, que eu não embarco nisso das vitórias morais em que o futebol porYZLZ®X ­ K­WYNQ Álvaro Magalhães, fugindo ao de leve, ao tom de Toni (ou se calhar não), colocou a questão noutra dimensão: — Foram 120 minutos de grande luta, de esforço enorme de parte a parte, cabendo a IJHNX§T ȁSFQ ¤ QTYFWNF J STX UJS¥QYNX F XTWYJ KTN IT 58; 3T HFRUT T VZJ XJ [NZ KTWFR IZFX LWFSIJX JVZNUFX Ɖ J ST KZSIT T 'JSȁHF S§T RJWJHNF JXYF IJWWTYF Pela eliminação do Steaua, cada jogador do Benfica recebera prémio de 1500 contos. 2000 contos receberiam se tivessem tirado a Taça dos Campeões da lotaria (em que ela se tornou no desempate) — e, por essa altura, 130 mil contos era o que Paulo Futre ganhava ao ano, só em ordenados, no Atlético de Madrid. 36

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Casado com Willeke Alberti (atriz e cantora que haveria de andar pelo Festival da Eurovisão, tornando-se ícone na luta pela causa gay), Soren Lerby, o dinamarquês que no Bayern já estivera e se recusava a jogar de caneleiras (e por hábito de meias baixas), surgiu na sala da conferência de imprensa de calções e cerveja na mão e exclamou-o: — É inglório ganhar-se ou perder-se uma Taça dos Campeões na transformação ou não de grandes penalidades, mas a vida é mesmo assim. Levado na crista da onda pela euforia, em trajes ainda menores, apareceu Eric Gerets aos jornalistas, revelando-lhes: Ɖ (TRT HFUNY§T JZ UW·UWNT ȁ_ F QNXYF ITX RFWHFITWJX ITX UJS¥QYNX Ɖ J JZ JWF FVZJQJ VZJƓ VZJ RFWHFWNF T UJS¥QYN XJLZNSYJ J T ;FS 'WJZPJQJS S§T IJN]TZƓ De rosto pintalgado de vermelho (o vermelho do PSV que, nessa noite, tivera de jogar de branco, que o vermelho ficara para o Benfica), Van Breukelen retorquiu-lhe: Ɖ Ɠ S§T IJN]JN UTWVZJ O¥ RJ YNSMF QFS«FIT UFWF T QFIT JWWFIT J SFVZJQF [J_ T QN[WNSMT S§T RJ JSLFSTZ T ;JQTXT FYNWTZ RJXRT UFWF T RJZ QFIT INWJNYT 3FX S§T YJ JXVZJ«FX YFRG­R KZN UFWF T QFIT HJWYT STX WJRFYJX IT *Q_T J IT -FOW^ * T VZJ FNSIF JXYTZ F XJSYNW FLTWF UTW NXXT ­ HTNXF VZJ S§T XJ J]UQNHF X· XJN VZJ JXYTZ ST H­ZƓ

0TJRFS J ,JWJYX QNIJWFR LWZUT KJXYN[T IJ OTLFITWJX IT 58; FU·X [NY·WNF XTGWJ T 'JSȁHF SF ȁSFQ IJ

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Com Eusébio no banco, Silvino outra vez de verde e o campeão «sem o brilho» do FC Porto (de Viena) Toni começara a dar os primeiros pontapés na bola no largo da escola de Mogofores: — O meu ídolo desses tempos era o Matateu, por isso, nessas jogatanas da malta, eu era Matateu. Da escola primária passou para o Oratório D. João Bosco: — Já tínhamos camisolas para jogar, equipávamos à FC Porto. E tínhamos de pagar 5 tostões pela lavagem do equipamento…

*R *XYZLFWIF SF ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX *ZWTUJZX 8NQ[NST YJ[J IJXJRUJSMT J]HJQJSYJ

Andava algures pelos 15 anos, quando o pai lhe pediu que fosse pagar um imposto à Repartição de Finanças: — Não fui logo, fui primeiro ao treino e, contra o que era costume, dessa vez, o dinheiro desapareceu. O meu pai aborreceu-se e o castigo que me deu foi proibir-me de jogar no domingo seguinte. Controlei o tempo e às 9 e 30 saltei da cama, arranjei uma bicicleta e corri para o campo. Quando lá cheguei, a Oliveirense estava a ganhar por 3-1. Expliquei aos diretores a razão do atraso, fui-me equipar à pressa. Virámos o jogo, gaSM¥RTX UTW ȁ_ ZR LWFSIJ LTQT 3T ȁSFQ HTRT WJHTRUJSsa, o clube deu-me o dinheiro que me tinha desaparecido, lá fui então pagar o imposto do meu pai. & &HFI­RNHF KTN GZXH¥ QT FTX OZSNTWJX IT &SFINF T 'JSȁHF foi buscá-lo à Académica. Foi assim, como jogador, que Toni se começou a fazer eterno (mas isso é outra história…) — e, depois de Artur Jorge, seu companheiro em Coimbra (e nas revolucionárias lides do Sindicato durante o fervor do PREC), YTWSTZ XJ T XJLZSIT YWJNSFITW UTWYZLZ®X F OTLFW F ȁSFQ IF Taça dos Campeões. No Neckarstadion teve consigo, no banco, Eusébio, aprumado em fato de gala, com o símbolo do Ben-

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ȁHF GTWIFIT ¤ QFUJQF Ɖ J UFWF F GFQN_F KTN 8NQ[NST TZYWF [J_ YTIT IJ [JWIJ — Sim, quando aconteceu aquilo dos 7-1 em Alvalade atirei com o verde do equipamento às malvas, passei a jogar com uma camisola azul da cor do céu. Pensei que jogar de verde em Alvalade tinha dado azar, o tempo foi passando, a gente vai matutando nessas coisas e cheguei à conclusão de que superstições sim, mas devagar... Voltei, pois, ao verde, porque é a cor que eu gosto, simboliza a esperança. E há outra razão: confunde-se com o verde do relvado, é ideal para um guarda WJIJX XJ HFRZȂFW

campeão europeu se eu tivesse marcado o golo? Quem sabe se o próximo não falharia, como eu falhei? Apesar da enorme tristeza, ultrapassei rapidamente a situação. «A vida continua!», dizia para mim. Aliás, a maior parte dos jornalistas esHWJ[JZ VZJ JZ YNSMF XNIT T RJQMTW OTLFITW IT 'JSȁHF FT QTSLT dos 120 minutos. Mas sim: o infortúnio há de acompanhar-me FY­ FT ȁR IF [NIF Ɖ J JZ HTSYNSZFWJN F TZ[NW F KWFXJ XFLWFIF Você foi um grande jogador, mas aquele penálti, Veloso, que pena!...

5FWF ;±YTW 8JWUF ZR ITX JS[NFITX JXUJHNFNX IJ & '41& 8NQ[NST KTN LNLFSYJ JR *XYZLFWIF o8TGWJYZIT SF XJLZSIF UFWYJ F XZF J]NGN«§T KTN UTWYJSYTXF FINFSIT UTW RZNYT YJRUT F IJWWTYF IT 'JSȁHF 8J HMJLTZ F MF[JW SJXYF ȁSFQ FQLZR JVZNQ±GWNT JXXJ JVZNQ±GWNT IJ[JZ XJ F 8NQ[NST 8NR UWNRTWTXF KTWF F KTWRF HTRT IJXKJ_ FX YW®X LWFSIJX TUTWYZSNIFIJX IJ LTQT IT 58; FX YW®X TUTWYZSNIFIJX VZJ KTN RFYFW FTX U­X IJ ,JWFWI ;FSJSGZWL XTGWNSMT IJ 7T^ ;FSJSGZWL VZJ KTWF ZR ITX UWNRJNWTX STY¥[JNX OTLFITWJX IT 8ZWNSFRJ OTLFSIT UJQT &OF] 3F HW·SNHF VZJ &QKWJIT +FWNSMF T TZYWT JS[NFIT JXUJHNFQ IJ & '41& JXHWJ[JZ HTQTHTZ JR IJXYFVZJ F NIJNF VZJ T 58; KTWF ZR oOZXYT [JSHJITW JRGTWF oQTSLJ IJ GWNQMFW HTR GWNQMTZ JR ;NJSF T +( 5TWYT T HFRUJ§T XZGXYNYZ±IT Ɖ J SF FS¥QNXJ NSIN[NIZFQ FTX OTLFITWJX IT 'JSȁHF YWFYFSIT T HTRT oLNLFSYJ YFRG­R ;±YTW 8JWUF HTQTHTZ JR Y±YZQT

«Veloso não merecia aquele destino». )JXXJ IJXYNST RFQINYT SZSHF RFNX XJ QN[WTZ OFRFNX XJ QN[WFW¥ Ɖ J FRN¾IJ FUFWJHJ F HTSYFW IJXHTRUQJ]FIT — Depois da primeira série perfeita, ninguém mais queria dar a cara para tentar os penáltis seguintes. «Não vou, não vou!», diziam. Tomei de pronto a decisão: Então, vou eu! O AnYTS /FSXXJS KJ_ T Ɖ J JZ S§T ȁ_ T 9JSMT F HFXXJYJ JR HFXF RFX SZSHF QMJ YTVZJN 5TW­R XJW¥ VZJ T 'JSȁHF XJWNF

Desalento de Veloso, de costas, em contraste com alegria esfuziante dos jogadores do PSV

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O ‘caso’ das botas 3F ȁSFQ IJ *XYZLFWIF KTN JXYWFSMT [JW S§T WFWFX [J_JX OTLFITWJX GJSȁVZNXYFX IJXHFQ«TX FU·X INXUZYF XNRUQJX IJ QFSHJX

1988

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Com holandeses outra vez no seu caminho o soco de Van Basten e o que Veloso lhe fez (com a ajuda de Oceano) Aos 11 anos já António Veloso trabalhava numa fábrica de calçado em São João da Madeira, onde nascera a 31 de janeiro de 1957. Aos 13 foi jogar futebol para a AD Sanjoanense — levando na memória instante de que nunca mais livrou: ter visto um golo de Eusébio à Sanjoanense — num pontapé tão fantástico que furou as redes da baliza. Saltou para o Beira-Mar e, com o FC Porto e o Sporting na corrida, o Benfica foi lá buscá-lo — e a sua história por lá ficou marcada por muito mais do que «aquele penálti». Não muito depois, na noite em que, com golo de Rui Águas, Portugal ganhou, nas Antas, jogo de apuramento para o Euro-92, coube-lhe defrontar a Holanda de Rijkaard, Gullit e Van Basten (e Van Breukelen e Vanenburg) — e foi outra a peripécia que se lhe colou à vida: — Artur Jorge desviou-me de lateral-direito para o centro da defesa com o intuito de marcar o Van Basten. A verdade é que o jogo correu-me francamente bem, ele nem tocou na chicha. Houve uma jogada em que caiu com o Venâncio e eu pisei-o sem querer. Pedi QMJ IJXHZQUF J HFIF ZR KTN ¤ XZF [NIF 3T ȁSFQ O¥ STX HTWWJITWJX para as cabinas, estava eu a festejar a vitória com o Oceano quando senti tocarem-me nas costas. Virei-me e levei um soco do Van Basten. Saltei logo para cima dele de pítons, o Oceano também se FYNWTZ F JQJ HFXH¥RTX QMJ KTWYJ J KJNTƓ E a propósito do lance, que nunca há de cair nas brumas das memórias, Toni também o disse, amiúde o redisse: — Contra o PSV, em Estugarda, o Veloso foi mesmo um dos melhores homens em campo — e, nessa manhã, tinha sido um ITX OTLFITWJX VZJ S§T KFQMFWFR ZR ¾SNHT UJS¥QYN IZWFSYJ T YWJNST 2FX T KZYJGTQ ­ RJXRT FXXNRƓ 41


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OITAVOS DE FINAL Rapid Viena (Áustria) – PSV Eindhoven (Holanda)

1 – 2 // 0 – 2 Aarhus (Dinamarca) – 'JSȁHF (Portugal)

0 – 0 // 0 – 1

1/16 AVOS DE FINAL 7FUNI ;NJSF (Áustria) – Hamrun Spartans FC (Malta)

6 – 0 // 1 – 0 &FWMZX 'LQ ² /D -HXQHVVH '·(VFK /X[HPEXUJR

4 – 1 // 0 – 1 Shamrock Rovers (Irlanda) – 4RTSNF 3NHTXNF (Chipre)

0 – 1 // 0 – 0 7JFQ 2FIWNI (Espanha) – Napoli (Itália)

2 – 0 // 1 – 1 'TWI­ZX (Françaa) – Dinamo Berlin (RDA)

2 – 0 // 2 – 0

,QFXLT\ 7FSLJWX (Escócia) – Górnik Zabrze (Polónia)

3 – 1 // 1 – 1 7JFQ 2FIWNI (Espanha) – FC Porto (Portugal)

2 – 1 // 2 – 1 Lillestrøm SK (Noruega) –'TWI­ZX (França)

0 – 0 // 0 – 1 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia) – Omonia Nicosia (Chipre)

3 – 1 // 2 – 0 Neuchâtel Xamax (Suíça) – 'F^JWS 2ZSNVZJ (RFA)

2 – 1 // 0 – 2 Sparta Praga (Checoslováquia) – &SIJWQJHMY (Bélgica):

1 – 2 // 0 – 1

Olympiakos (Grécia) – ,·WSNP ?FGW_J (Polónia)

1 – 1 // 1 – 2 Fram Reykjavík (Islândia) – 8UFWYF 5WFLF (Chec.)

QUARTOS DE FINAL

MELHORES MARCADORES

1 – 1 // 4 – 2

Bordéus (França) – PSV Eindhoven (Holanda)

PSV Eindhoven (Holanda) – Galatasaray (Turquia)

1 – 1 // 0 – 0

Petar Novák (Sparta Praga) 4 golos (3 jogos). René van der Gijp (Neuchâtel Xamax) 4 golos (3 jogos) Rabah Madjer (FC Porto) 4 golos (4 jogos) Ally McCoist (Glasgow Rangers) 4 golos (4 jogos) *KHRUJKH +DJL 6WHDXD %XFDUHüWH

4 golos (8 jogos) Míchel (Real Madrid) 4 golos (8 jogos) 5XL ÉJXDV %HQÀFD

4 golos (9 jogos)

0 – 2 // 0 – 8 1NQQJXYW¼R 80 1RUXHJD ² /LQÀHOG ,UODQGD GR 1RUWH

3 – 0 // 0 – 2 'JSȁHF (Portugal) – Partizani Tiranë (Albânia)

4 – 0 // castigado com derrota +( 5TWYT (Portugal) – Vardar Skopje (Jugoslávia):

3 – 0 // 3 – 0 'F^JWS 5)$ ² &).$ 6UHGHWV 6RÀD %XOJiULD

4 – 0 // 1 – 0

'JSȁHF (Portugal) – Anderlecht (Bélgica)

2 – 0 // 0 – 1 Bayern (RFA) – 7JFQ 2FIWNI (Espanha)

3 – 2 // 0 – 2 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Rom.) – Glasgow Rangers (Escócia)

2 – 0 // 1 – 2

8YJFZF 'ZHZWJŎYJ (Rom.) – MTK Budapeste (Hungria)

4 – 0 // 0 – 2 Malmö (Suécia) – &SIJWQJHMY (Bélgica)

0 – 1 // 1 – 1

MEIAS-FINAIS

3JZHM¦YJQ =FRF] (Suíça) – Kuusysi Lahti (Finlândia)

5 – 0 // 1 – 2

Real Madrid (Espanha) – PSV Eindhoven (Holanda)

Dinamo Kiev (URSS) – ,QFXLT\ 7FSLJWX (Escócia)

1 – 1 // 0 – 0

1 – 0 // 0 – 2

6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQtD ² 'JSȁHF (Portugal)

0 – 0 // 0 – 2


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FINAL Taça dos Campeões Europeus 1987/88

0

PSV

0

)LUÄJH

(6 – 5 nos penáltis) Final 25 de maio de 1988 Neckarstadion, Estugarda Árbitro: Luigi Agnolin (Itália) PSV EINDHOVEN: Hans Van Breukelen; Berry Van Aerle; Eric Gerets (cap), Ivan Nielsen, Ronald Koeman, Jan Heintze; Edward Linskens, Soren Lerby, Gerald Vanenburg, Wim Kieft; Hans Gillhaus (Anton Janssen, 107) Cartão amarelo: Soren Lerby (106) Treinador: Guus Hiddink.

BENFICA: Silvino Louro; Dito; António Veloso, José Carlos Mozer, Álvaro Magalhães; Chiquinho, Elzo, Shéu (cap), Pacheco; Rui Águas (Vando, 57), Mats Magnusson (Redouane Hajry, 111) Treinador: Toni

Marcadores: Desempate por penáltis: 1-0, Koeman. 1-1, Elzo. 2-1, Kieft. 2-2, Dito. 3-2: Nielsen. 3-3: Hajry. 4-3 Vanenburg. 4-4: Pacheco. 5-4: Lerby. 5-5: Mozer. 6-5: Janssen. Veloso falhou.



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Capítulo XXXV 1988/89

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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Com o AC Milan ao jeito dos Globetrotters, o Steaua não passou de «convidado de pedra» Com Quinito no lugar de Tomislav Ivic, no FC Porto os primeiros sinais de tempestade surgiram quando MIynarczyk sofreu, durante uma peladinha, lesão grave numa clavícula. Com 35 anos, após a operação a que se sujeitou, ouviu-se-lhe: — Não quero pensar que acabou assim, de forma tão absurda, a minha carreira. Acabou mesmo — e, dias antes, abrira, com a baliza do FC Porto incólume, a Taça dos Campeões Europeus nos 3-0 diante do HJK, com golos de Madjer, Sousa e Rui Águas. Em Helsínquia, já foi Zé Beto quem esteve na baliza e os portistas perderam por 2-0 — e, ainda sem que Vítor Baía saltasse para a eternidade, o FC Porto saiu humilhado de Eindhoven, na derrota por 5-0 que marcou o adeus a Quinito (de pouco servindo a consolação dos 2-0 nas Antas, com mais um golo de Rui Águas e outro de Domingos Paciência, outra estrela a explodir…) (TR F ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX RFWHFIF UFWF 'FWHJQTSF o Steaua Bucareste chegou lá eliminando o Sparta Praga (5-1, 2-2), o Spartak Moscovo (3-0, 2-1), o IFK Goteborg (0-1, 5-1) e o Galatasaray (4-0, 1-1). O AC Milan lançou-se à saga com duas vitórias sobre o Vitosha 8TȁF J STX TNYF[TX IJ ȁSFQ IJXJRGFWF«TZ XJ IT *Xtrela Vermelha — em eliminatória acidentada. Depois de 1-1 em Milão, aos 70 minutos do jogo em Belgrado tempestade de neve forçou a interrupção do jogo. Os italianos estavam a perder por 1-0 e tinham já Virdis e Ancelotti expulsos — e a partida já não se reatou nessa noite. Os jugoslavos queriam jogar apenas os 20 minutos que faltavam e contra nove, a UEFA não deixou — obri46

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Fernando Gomes (esq.), capitão portista,antes do pontapé de saída no FC Porto-HJK, em 1988

gou a jogo todo e contra onze. Acabou 1-1 e a passagem tirou-se apenas do desempate por penáltis. Também não foi fácil o Milan QN[WFW XJ IT <JWIJW 'WJRJS Ɖ RFX SFX RJNFX ȁSFNX O¥ houve, exuberante, sinal do que poderia ser em Camp Nou. Em Madrid empatou 1-1, em Milão vergou o Real a 5-0. Sílvio Berlusconi, o magnata da TV (e não só…), queria um clube de futebol (que servisse de seu trampolim para a política). *XYN[JWF JRGJN«FIT UJQT .SYJW RFX FHFGTZ UTW ȁHFW HTR T &( Milan — e ao cabo do primeiro ano na presidência afastou Nils Liedholm de treinador, pondo em seu lugar um Arrigo Sacchi — VZJ ST 5FWRF ȁ_JWF FVZNQT VZJ ZR OTWSFQNXYF HTSXNIJWTZ XJW uma «revolução copérnica» (com toque forte de inspiração no futebol total de Rinus Michels e Johan Cruyff): um 4x4x2 de muita bola e ainda mais mobilidade, venenoso na vertigem e na argúcia do contra-ataque. No AC Milan (com os três ícones MTQFSIJXJX 7NOPFFFWI ,ZQQNY J ;FS 'FXYJS WJȁSTZ T Ɖ J YFQ[J_ nunca tenha sido tão sublime nos seus efeitos especiais como T KTN HTSYWF T 8YJFZF SJXXF ȁSFQ IJ 'FWHJQTSF RFWHFIF YFRbém por Michels e Cruyff) — selada a 4-0, com dois golos de Ruud Gullit e outros dois de Marco Van Basten.


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«Não estamos habituados a este tipo de futebol moderno» (disse, resignado, o treinador do Steaua) Na crónica que o El País lhe dedicou, escreveu-se: «Uma máquina perfeita de jogar futebol concluiu, no Camp Nou, o seu passeio triunfal pela Europa. Brindou o Mundo com um futebol grandioso, moderno, inteligente, o melhor que se viu pelos campos europeus em muitos anos. O Steaua foi o convidado de pedra, num papel similar ao que realiza a Equipa dos Mercenários nas digressões de basquetebol dos Harlen Globetrotters. A maior frustração do Steaua não pode ser a derrota, mas a tremenda impotência perante futebol arrasador». Anghel Iordanescu saltara de adjunto de Emerich Jenei (o campeão europeu frente ao Barcelona) para treinador principal, resignado, afirmou-o: — Não estamos habituados a este futebol tão moderno. Não podíamos fazer mais nada. O AC Milan fez exibição fora de série, num jogo cheio de fantasia e inteligência tática, mostrando a qualidade do senhor Sacchi. E, além disso, ainda contou com o Van Basten e o Gullit em exibições fabulosas e todos os seus outros jogadores muito perto disso também.

o Camp Nou em espetáculo de cores e cântico — e após esse primeiro golo de Gullit incendiou-se o estádio no delírio dos fumos e dos foguetes, levando a que se lançasse a «intervenção policial desnecessariamente dura» (assim a considerou Pereira Ramos, repórter de A BOLA, lá em serviço. Nem assim se esfriou o entusiasmo nas bancadas — onde havia 200 adeptos do Steaua (menos que polícias de serviço e atalaia). Aos 26 minutos foi a vez de Marco Van Basten bater Silviu Lung (o substituto do trágico Helmuth Duckadam que não se sabia se era ou não vítima da Securitatea, a polícia política de Nicolae Ceausescu — que, meses depois, acabaria fuzilado pela fúria do seu próprio povo). O 4-0 surgiu aos 46 minutos, novamente por Van Basten. Aos 38 fizera Gullit o seu bis, aos 60 saiu do campo com o estádio a arder de fervor por si, gritando-lhe o nome, como antes gritara, ensurdecedor, Milan!, Milan!, Milan!: — Não tenho dúvida: hoje nenhuma equipa do Mundo seria capaz de nos vencer. Eu só estive a 80% mas não podia, na verdade, perder este desafio, esta noite extraordinária.

Levado para Milão por 185 mil contos de Berlusconi, Ruud Gullit estivera quase a ser traído por golpe do destino: fora operado a um joelho um mês antes — e, mal entrou em campo, atirou bola à barra dos romenos. Aos 18 minutos fez golo e, com os jogadores do Steaua cada vez mais assustadiços, iniciou-se o festival — dentro e fora de campo. Mais de uma hora antes já os 90 mil italianos tinham posto

AC Milan imparável e insaciáveis foram Ruud Gullit e Marco van Basten que dividiram entre si todos os golos marcados ao Steaua

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Berlusconni não conseguiu calar o que Gullit tinha para dizer de Mandela e do ‘apartheid’ George Gullit, o pai, era negro do Suriname que, por Amesterdão, fora discreto jogador de futebol sem deixar de já ser professor. A mãe, branca e holandesa, trabalhava no Museu Rijks. Ruud nascera por 1962, a família vivia no Haarlem, bairro popular da cidade. Pelos seus parques ou pela suas ruelas, o pai foi-lhe aguçando o jeito no pé, com Cruyff como ídolo, o Ajax como desejo: Ɖ 3§T UTINF F WF_§T JWF XNRUQJX T HFRUT IT &OF] ȁHF[F RZNYT INXYFSYJ IT QZLFW TSIJ RTWF[F 5TW NXXT KZN UFWF JVZNUF IJ WFUF_NSMTX T 2JJWGT^X (QZG FSIJN UJQT )<8 J ST -FFWQJR FTX FSTX O¥ OTLF[F UJQF JVZNUF UWNSHNUFQ *SHFSYFIT HTR T XJZ NRUTSJSYJ UTWYJ IJ FYQJYF F XZF ȁSYF ¤Ɠ GWFXNQJNWT T KZWTW IF XZF [JQTHNIFIJ HTR F GTQF STX U­X TX LTQTX VZJ QMJ XF±FR IFX HMZYJNWFX JR ȂTW antes de tocar os 20 anos foi o Feyenoord buscá-lo — e logo se tornou campeão. O resto é o que se sabe, sem que Gullit fosse, no seu ataque ao futuro, apenas joLFITW IJ KZYJGTQ 4 UJSYJFIT WFXYF JWF J]UWJXX§T IJ ȁQTXTȁF IJ [NIF MTRJSFLJR F 'TG 2FWQJ^ +J_ GFSIF IJ WJLLFJ HFSYF[F J YTHF[F HTSYWFGFN]T &SYJX IF ȁSFQ IJ Barcelona participou numa conferência sobre a situação dos refugiados, desabrigaITX J ȂFLJQFITX IF KWNHF &ZXYWFQ Ɖ J FSYJX IT &( 2NQFS /Z[JSYZX IJINHTZ F IF 'TQF IJ 4ZWT VZJ FHFGFWF IJ HTSVZNXYFW F 3JQXTS 2FSIJQF FNSIF UWJXT SF KWNHF IT 8ZQ 6ZNX QJW RFSNKJXYT F OZXYNȁH¥ QT F WJUZINFW T FUFWYMJNI Ɖ 'JWQZXHTSN S§T T permitiu, o veto não o deixou em silêncio: distribuiu-o, em garbo, aos jornalistas presentes no estádio, lá dizia: Ɖ 3§T JXYTZ F KF_JW UTQ±YNHF UTWVZJ S§T HTSXNIJWT VZJ XJOF UTQ±YNHF T XNXYJRF IT FUFWYMJNI XNRUQJXRJSYJ ZR NSXZQYT ¤ MZRFSNIFIJ No Camp Nou apanhou-se de Arrigo Sacchi o clamor: Ɖ 4 8YJFZF S§T IJN]TZ IJ RTXYWFW VZJ ­ FI[JWX¥WNT INK±HNQ J UJWNLTXT RFX HTR T &( 2NQFS F OTLFW IJXYF RFSJNWF JWF NRUTXX±[JQ VZJ F 9F«F ITX (FRUJ¹JX STX JXHFUFXXJ KTXXJ UFWF VZJR KTXXJ 48

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU


Para os jogadores do Steaua o prémio seria de 200 contos, para os jogadores do AC Milan foi de 35 000 (e só na sua suíte Berlusconi gastou 280 contos por noite) À sua conta, Silvio Berlusconi levou a Barcelona 110 convidados de honra que espalhara pela zona VIP do Camp Nou, pagando por cada lugar 18 mil pesetas (o equivalente, então, a 25 contos). No -TYJQ 7NY_ TSIJ T &( 2NQFS ȁHTZ JR J]HQZXN[T HTR T LQFRTZW IT XJZ XJ]YT UNXT MTXUJITZ TX JR VZFWYTX F UJXJYFX F STNYJ 5FWF 'JWQZXHTSN ȁHTZ F XZNYJ WJFQ F UJXJYFX VZFXJ HTSYTX & JVZNUF IT 8YJFZF FHFRFWFITZ XJ ST -TYJQ 'JQQFYJWWF — a cada um dos seus elementos a hospedagem total não che gou sequer a 15 contos. Se tivessem ganho a Taça dos Campeões teriam de prémio algo em torno dos 200 contos. Os jogadores do &( 2NQFS WJHJGJWFR HFIF ZR RNQM¹JX IJ QNWFX JWFR HTSYTX Ɖ 5FTQT 2FQINSN YTWSTZ XJ T UWNRJNWT ȁQMT IZR HFRUJ§T da Europa a ser campeão da Europa também (Cesare Maldini, o UFN HTSYWF T 'JSȁHF T HTSXJLZNZ SF ȁSFQ IJ <JRGQJ^ JR STX ITNX LTQTX IJ /TX­ &QYFȁSNƓ (No FC Porto, Rui Barros recebia 400 contos por mês, indo para F /Z[JSYZX UFXXTZ F FWWJHFIFW Ɖ J OZSYFSIT QMJ UW­RNTX J UZGQNHNIFIJ JXYNRF[F XJ VZJ TX XJZX LFSMTX FSZFNX UTW 9ZWNR andassem pelos 80 mil contos). 49


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OITAVOS DE FINAL Celtic (Escócia) – Werder Bremen 5)$

0 – 1 // 0 – 0

AC Milan ,WiOLD ² (VWUHOD 9HUPHOKD -XJRVOiYLD

1/16 AVOS DE FINAL 'LQDPR %HUOLQ 5'$ ² Werder Bremen 5)$

3 – 0 // 0 – 5

6SDUWD 3UDJD &KHF ² 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ 5RPpQLD

1 – 5 // 2 – 2

Real Madrid (VSDQKD ² 0RVV ). 1RUXHJD

3 – 0 // 1 – 0

3H]RSRULNRV /DUQDND &KLSUH ² IFK Göteborg 6XpFLD

1 – 2 // 1 – 5

Brugge %pOJLFD ² %U¡QGE\ 'LQDPDUFD

1 – 0 // 1 – 2

FC Porto 3RUWXJDO ² +-. +HOVLQNL )LQOkQGLD

1 – 1 // 1 – 1 (4-2) 1HXFKkWHO ;DPD[ 6XtoD ² Galatasaray (Turquia) 3 – 0 // 0 – 5

PSV Eindhoven +RODQGD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

5 – 0 // 0 – 2

8YJFZF 'ZHFWJŎYJ 5RPpQLD ² 6SDUWDN 0RVFRYR 8566

3 – 0 // 2 – 1

17 Nëntori Tiranë (Albânia) – IFK Göteborg 6XpFLD

0 – 3 // 0 – 1

%UXJJH %pOJLFD ² Mónaco )UDQoD

1 – 0 // 1 – 6

*yUQLN =DEU]H 3ROyQLD ² Real Madrid (VSDQKD

0 – 1 // 2 – 3

3 – 0 // 0 – 2

5DSLG 9LHQD ÉXVWULD ² Galatasaray (Turquia)

2 – 1 // 0 – 2

QUARTOS DE FINAL

MELHORES MARCADORES

2 – 0 // 1 – 1

,). *|WHERUJ 6XpFLD ² 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ 5RPpQLD

0 – 2 // 2 – 5

369 (LQGKRYHQ +RODQGD ² Real Madrid (VSDQKD

Marco Van Basten (AC Milan) 10 golos (9 jogos). 0DULXV /DFDWXü 6WHDXD %XFDUHüWH

7 golos (9 jogos). *KHRUJKH +DJL 6WHDXD %XFDUHüWH

6 golos (9 jogos) Tanju Çolak (Galatasaray) 5 golos (8 jogos) +XJR 6iQFKH] 5HDO 0DGULG

5 golos (8 jogos)

Spartak Moscovo 8566 ² *OHQWRUDQ ,UODQGD GR 1RUWH

9LWRVKD 6RÀD %XOJiULD ² AC Milan ,WiOLD

+DPUXQ 6SDUWDQV 0DOWD ² 17 Nëntori Tiranë (Albânia)

2 – 1 // 0 – 2

Górnik Zabrze 3ROyQLD ² /D -HXQHVVH '·(VFK /X[

3 – 0 // 4 – 1

/DULVVD )& *UpFLD ² Neuchâtel Xamax 6XtoD

2 – 1 // 1 – 2 (0-3 nos penáltis)

1 – 0 // 1 – 5 1 – 1 // 1 – 2

0yQDFR )UDQoD ² Galatasaray (Turquia)

0 – 1 // 1 – 1

:HUGHU %UHPHQ 5)$ ² Milan AC ,WiOLD

0 – 0 // 0 – 1

+RQYpG +XQJULD ² Celtic (Escócia)

1 – 0 // 0 – 4

'XQGDON ,UODQGD ² Estrela Vermelha -XJRVOiYLD

0 – 5 // 0 – 3

MEIAS-FINAIS

9DOXU 5H\NMDYtN ,VOkQGLD ² Mónaco )UDQoD

1 – 0 // 0 – 2

8YJFZF 'ZHZWJŎYJ 5RPpQD ² *DODWDVDUD\ 7XUTXLD

4 – 0 // 1 – 1

5HDO 0DGULG (VSDQKD ² AC Milan ,WiOLD

1 – 1 // 0 – 5


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FINAL Taça dos Campeões Europeus 1988/89

4

AC Milan

0

Steaua Bucareste Final 24 de maio de 1989

Camp Nou, Barcelona Árbitro: Karl-Heinz Tritschler (RDA) AC MILAN : Giovanni Galli; Mauro Tassotti, Alessandro Costacurta (Filippo Galli, 75), Franco Baresi (cap.),Paolo Maldini; Angelo Colombo, Roberto Donadoni, Frank Rijkaard, Carlo Ancelotti; Ruud Gullit (Pietro Virdis, 60), Marco Van Basten. Treinador: Arrigo Sacchi STEAUA BUCARESTE: Silviu Lung; Dan Petrescu, Stefan Iovan, Adrian Bumbescu, Nicolae Ungureanu; Tudorel Stoica (cap.), Daniel Minea, Gheorghe Hagi, Iosif Rotariu (Gavril Balint 46’); Marius Lacatus, Victor Piturca. Treinador: Anghel Iordanescu

Marcadores: 1-0: Ruud Gullit (18). 2-0: Marco Van Basten (28). 3-0: Ruud Gullit (38). 4-0: Marco Van Basten (46).



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Capítulo XXXVI 1989/90

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Depois da «Mão de Deus» de Vata (que ele jura que é ombro), Eusébio foi rezar à campa de Guttmann e a maldição continuou no pé de Rijkaard Andando-se por julho de 1989, arrepiante era o título da reportagem de A BOLA, ao lado de foto com Silvino ainda deitado na cama de uma enfermaria da Clínica de S. João de Deus: — Levei mais de 80 pontos, golpes para procurarem veias mortas foram 19. +TWF TUJWF«§T F VZJ T LZFWIF WJIJX IT 'JSȁHF YN[JWF IJ XJ XZjeitar para vencer problema de varizes que andara a atazaná-lo — e também o revelou: — É verdade: pode parecer que foi tortura bárbara, mas eu, para defender um penálti e com isso ganhar a Taça dos Campeões, até era capaz de fazer esta operação sem anestesia. Dois meses depois começaram a apanhar-se sinais de que o 'JSȁHF UTINF RJXRT XTSMFW HTR T UFWF±XT ITX F[TX IJ ȁSFQ FTX VZFWYTX IJ ȁSFQ IJXXF 9F«F ITX (FRUJ¹JX *ZWTUJZX IJ X· LFSMTZ J HTR T )JWW^ (NY^ J HTR T Honved. Com o Dniepr, na Luz, o jogo arrancou atrasado porque Cavaco Silva chegara «fora de horas» ao estádio para entregar ao HQZGJ T (TQFW IJ -TSWF FT 2­WNYT )JXUTWYN[T T RJXRT ȁ_JWF FSYJX ao FC Porto), cedo foi o golo de Magnusson, de penálti (e por aí, UJQT FTX RNSZYTX XJ ȁHTZ *R )SNJUWJ TSIJ YFQ[J_ -NYQJW YJSMF HTRJ«FIT F UJWIJW F .. ,ZJWWF 2ZSINFQ IJXYWT«FIT STX XJZX HFRUTX UJQT *]­WHNYT ;JWRJQMT IJ *XYFQNSJ HTRUQNHF«¹JX UFWF TX GJSȁVZNXYFX X· MTZ[J mesmo na véspera do jogo: hospedados num hotel pertencente

'JSȁHF )SNJUW 2FLSZXXTS FGWJ T RFWHFITW FTX RNSZYTX SF XJVZ®SHNF IJ UTSYFU­ IJ UJS¥QYN

ao Partido Comunista, ao entrarem nos seus quartos espartanos aperceberam-se de que as camas eram demasiado curtas. Por NXXT TX HFQRJNW¹JX IF JVZNUF T 8NQ[NST T &QIFNW T 2FLSZXXTS J T Ricardo tiveram de dormir no chão — ou prolongar o leito com caIJNWFX J FQRTKFIFX &TX J FTX RNSZYTX RFWHTZ 1NRF FTX 7NHFWIT XJQTZ F XJ]YF [NY·WNF HTSXJHZYN[F SF 9F«F ITX (FRUJ¹JX 3FX RJNFX ȁSFNX JSȁR IJWWTYF JR 2FWXJQMF UTW 1NRF FY­ RFWHTZ UWNRJNWT FTX RNSZYTX 8FZ_­J JRUFYTZ 5FUNS IJXJRUFYTZ Ɖ J *WNPXXTS F[NXTZ — Não, não somos uma equipa morta, temos 49 por cento de HMFSHJX IJ HMJLFW ¤ ȁSFQ FHWJINYJR 55


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O sacrifício de Veloso antes do golo que até podia ter sido com a «bunda da Roberta Close» Na Luz, contra o Olympique, só não eram 135 mil, como na época anterior contra o FC Porto, a maior enchente da sua história — porque o Benfica decidira apenas emitir 120 mil bilhetes. Quando Magnusson, como sempre com calções térmicos por baixo dos outros, foi ao túnel espreitar, ouviu-se-lhe: — Uf! Isto na Suécia é impensável! Nem no campeonato todo está tanta gente como já está aqui uma hora antes da malta começar a jogar.

isso é verdade participo à UEFA, à FIFA, a todo o lado. Bebi o sumo de laranja que me tinha oferecido e saí. O jogo foi-se arrastando no 0-0 que bastava aos franceses — e, de um instante para o outro, Veloso outra vez em lance a marcar-lhe a história (desta feita, em bom, porém, se veria, mesmo que lhe custasse o sonho de outra final…): — O Marselha tinha uma equipa muito forte, cheia de estrelas, o Jean-Pierre Papin, o Enzo Francescoli ou Chris Waddle. No jogo da primeira mão sofremos uma autêntica avalanche, em Lisboa bastava 1-0. A certa altura, dá-se jogada de perigo, de contra-ataque, sozinho perante dois jogadores do Marselha tinha de a eliminar: dei encontrão no Vercuysse, de tal forma que ele saiu pela linha lateral sem conseguir fazer o passe para o Papin que em 10 opor-

Carlos Mozer, que regressava à Luz, mas agora do outro lado da barricada, percebeu, enfim, o sentido contrário do inferno (a fervilhar para lá do terceiro anel): — Subi a escada, vi o Eusébio e quando ele passou foi um barulho ensurdecedor, que nem no Maracanã ouvi. Era isso que nos esperava. Quando me viram à boca do túnel começou a vaia brutal — e eu pedindo aos meus companheiros que viessem, eles diziam: Espera aí, deixa passar isto. Foi aí que pensei: pronto, perdemos o jogo... De manhã, Jorge de Brito recebera telefonema avisando-o de que Bernard Tapie enviara mensagens a dois jogadores do Benfica para que «jogassem menos». Correu ao Sheraton, onde o Marselha ficara, telefonou da receção para o quarto do presidente informando-o de que tinha bilhetes para lhe entregar — e o que aconteceu contou-o em A Luz Não Se Apaga de Luís Miguel Pereira: — Recebeu-me de roupão, disse-lhe, meio a brincar, meio a sério: Aqui estão os bilhetes, mas tenho assunto mais sério para falar consigo, se calhar o senhor não tem nada a ver com isso, mas consta que estão a tentar comprar dois jogadores do Benfica, se notar o mais pequeno sinal de que 56

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Bernard Tapie, presidente do Marselha, de quem se disse VZJ MF[NF YJSYFIT oHTRUWFW ITNX OTLFITWJX IT 'JSȁHF FSYJX IF RJNF ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX JR


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tunidades assim fazia nove golos. Se marcasse, o nosso sonho iria por água abaixo. O lance custou-me caro, o amarelo tirou-me da ȁSFQ RFX T VZJ NSYJWJXXF[F JWF VZJ FHTSYJHJXXJ T VZJ FHTSYJHJZ de seguida, com o Vata… Estava o cronómetro nos 83 minutos. Valdo marcou canto, Magnusson desviou, Vata ergueu-se para a bola, tocou-lhe no corpo, seguiu, caprichosa, para o fundo da baliza de Castaneda — e Amoros, Mozer, Deschamps, Tigana, Waddle, Papin, Francescoli correram todos para o árbitro dizendo que o golo fora com a mão. Vata nascera no Uíje, Norte de Angola, e antes de fazer 21 anos, algures por 1981, Laurindo (que fora jogador do Belenenses e do FC Porto) descobriu-o no Zaire, a jogar pelo FC Ruwenzori de Kinshasa, desafiou-o para o Progresso de Sambizanga — e logo se começou a ver o dom especial que tinha: letal ao sair do banco: Ɖ 2JXRT VZFSIT JXYF[F QJXNTSFIT T YWJNSFITW IN_NF RJ Vais entrar, marcas um golo e depois podes sair. Até com WTYZWFX OTLZJN J JWF FXXNR JSYWF[F RFWHF[F XF±F De Luanda viera em 1984 com destino ao Recreio de Águeda, logo passou para o Varzim. Quando Pinto da Costa foi lá buscar Rui Águas, foi Vata para a Luz — e, nessa época de 1988/89 fez 16 jogos no campeonato (e na maior parte deles entrava e marcava...) e com esses 16 golos foi o melhor marcador do Campeonato: — Toda a gente fala muito do outro, o outro foi muito imUTWYFSYJ Ɖ RFX SJSMZR LTQT RJ IJZ RFNX FQJLWNF IT VZJ FVZJQJ VZJ JZ RFWVZJN SF ¾QYNRF OTWSFIF FT 'TF[NXYF T VZJ RJ UJWRNYNZ LFSMFW & 'TQF IJ 5WFYF Claro: esse «outro golo» de que Vata fala (anos depois) é o golo da Mão de Deus, o golo ao Marselha que pôs o Benfica na final de Viena. Aos 52 minutos Eriksson lançara-o para o lugar de Thern. A bola teimava em fugir-lhe dos pés ou da cabeça:

9JW¥ ;FYF ZYNQN_FIT F R§T UFWF RFWHFW T LTQT VZJ IFWNF FT 'JSȁHF T UFXXFUTWYJ UFWF F ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX JR $

Ɖ (MJLZJN F UJSXFW VZJ SJR QMJ YTHF[F FHMT VZJ QMJ YTVZJN IZFX [J_JX FUJSFXƓ E uma dessas vezes foi a que lhe deu eternidade: — Não sei se foi com a mão, se foi com o peito, havia vento, não sei… Ricardo Gomes foi muito menos prosaico na análise ao caso: — O golo do Vata foi com a mão? Até podia ter sido com a bunda da Roberta Close! 57


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Por entre os «porcos» de Tapie e as ameaças de morte ao árbitro, o que Vata respondeu a quem achou que ele pudesse ser «trapaceiro» Destroçado pela eliminação, a caminho do autocarro, Bernard Tapie, presidente do OM, praguejou, urrou: — Os portugueses são uns porcos, uns porcos... vocês deram alguma coisa ao árbiYWT X· UTIJ 4 'JSȁHF FNSIF YJR RZNYT UJXT J FNSIF FXXZXYF RZNYF LJSYJ +TN ZRF vergonha, uma vergonha... Nos dias que se seguiram, por entre o alvoroço, Marcel Van Langenhove recebeu ameaças de morte: — … pelo telefone diziam-me que, um dia, gastariam uma bala comigo. Mas depois passou. Se o Marselha tem feito a sua obrigação na primeira mão, pois aí poderia ter marcado dois ou três golos mais, eu seria agora um perfeito desconhecido… Isso disse-o o árbitro belga 30 anos depois, juntando-lhe dúvidas ainda: — Os franceses que estavam a transmitir o jogo na TV também nada viram de irregular. Só após algumas repetições perceberam que talvez, repito: talvez, o golo tivesse sido marcado com a mão. Mas, ainda hoje, há alguém, a não ser o Vata, que tenha a certeza absoluta sobre a forma como o golo foi marcado? Andando já pela Austrália, nessa mesma efeméride Vata repetiu a Rogério Azevedo, em reportagem de evocação da sua Mão (ou não…) de Deus: Ɖ +TN HTR T TRGWT 5TWVZJ ­ VZJ JZ UFXXFIT YTIT JXYJ YJRUT HTSYNSZFWNF F RJStir? Não minto. Mão é mão. Se eu metesse a mão, a bola ia amortecer, não iria com YFSYF KTW«F * JQF XFN UTYJSYJ *R +WFS«F S§T RJ UJWITFR$ 5FHN®SHNF 3§T Y®R SFIF que perdoar. Mão é mão, ombro é ombro. Até o árbitro diz que eu posso ter sido trapaceiro? Amigo, mão é mão, ombro é ombro. (NSHT FSTX FSYJX FT FUFSM¥ QT UJQT 2ZXJZ IT 'JSȁHF O¥ ;FYF FȁSFWF UJQT RJXRT diapasão, a Miguel Cardoso Pereira: — Eu é que sei, fui eu que o marquei. Se eu digo que foi com o ombro, é porque foi com o ombro. Nem conseguiria empurrar a bola para a baliza, se lhe tivesse dado uma chapada. Alguém já mostrou foto ou vídeo em que se veja que o golo é com mão. Uma vez, o meu ȁQMT INXXJ RJ ;¥ Q¥ UFN FLTWF VZJ JXYFRTX FVZN TX ITNX X·X KTN HTR F R§T$ * T VZJ QMJ respondi foi: Sabes que não te consigo mentir — foi com o ombro… 58

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Vata Jogador pouco utilizado, mas respondendo com golos quando chamado à equipa. Para sempre ligado a um dos lances mais polémicos das competições europeias

1990

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Depois dos 26 foras de jogo, a peripécia do desodorizante de Baresi (e a razão para Paneira ir para Viena em vez de ir para a prisão) Fosse com a mão, fosse com o ombro, Vata pôs o Benfica no Prater — com o AC Milan pela frente. Depois de despachar o HJK Helsinki, coube-lhe o Real. Em San Siro, ganhou por 2-0, com golos de Rijkaard e de Van Basten — e, em Madrid, perdeu por 1-0, com golo de Emílio Butragueño. Essa foi partida que entrou para a história por facto insólito: os jogadores do Real foram apanhados em off-side 26 vezes: Hugo Sánchez, 11; Butragueño, 9; Martín Vásquez, 4, Llorente, 2, Michel e Gordillo, 1

Franco Baresi, eterno capitão do AC Milan

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Líder da defesa milanesa era Franco Baresi — que à passagem pela zona mista ouviu a primeira pergunta provocação: — Esqueceu-se de pôr o desodorizante, de manhã?! Estranhou, o jornalista explicou: — É que o senhor Vautrot apitava sempre que você levantava o braço, levantou 26 vezes… Depois, apareceu outro a perguntar-lhe se depois do futebol pensava ser polícia sinaleiro — e Baresi continuou a responder sorrindo. Quando, porém, lhe atiraram a questão de novo, desconcertante foi o modo como se lhe soltou o remoque: — Vocês, senhores jornalistas, estão muito inspirados hoje. Pena, para o Real, que não tenham jogado no lugar do Martín, do Emilio e do Hugo. Com essa pontaria nas perguntas, iam certamente acertar no campo. Mas agora vou pôr-vos, também, fora de jogo, é que o autocarro do AC Milan já está a apitar e temos de ir para o aeroporto. Sabem como é? Fui o último a tomar banho, a pôr desodorizante. É que sou muito vaidoso, muito italiano…


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Vítor Paneira em cumprimento de pena na cela 4, seu cativeiro militar

Para o ataque ao AC Milan, o Benfica voltara a ter Sven-Goran Eriksson — que, na primeira passagem pela Luz, o levara à final da Taça UEFA, perdida para o Anderlecht. Antes de jogar futebol, Sven-Goran Eriksson andara pelos saltos de esqui. Durante o verão trabalhava como aprendiz de padeiro, o dono da padaria era treinador de futebol e de hóquei — e levou-o para o Torsby. Jogando e estudando, aos 28 anos terminou o mestrado em Educação Física com tese sobre o 4x4x2. O júri deu-lhe nota máxima, mas o único convite para treinador que lhe surgiu foi do Dogerfors, da III Divisão. Durante pausa de inverno partiu à aventura para Inglaterra — para assistir aos treinos do Ipswich Town. Chegou, perguntou se o treinador lhe dava cinco minutos

de conversa. Deu-lhe meia-hora e convidou-o a ver o jogo seguinte, contra o Aston Villa. Era Bobby Robson — e disse-lhe mais: — Vai ver o jogo ao meu lado, no banco. Assim foi — e inspirado no que aprendera, pôs o Dogerfors na II divisão, saltou para o IFK, ganhou a Taça UEFA. Fernando Martins batera José Ferreira Queimado na corrida à presidência do Benfica e, ao tomar posse do cargo, no dia 29 de maio de 1981, não deixou de lamentar que o último ato de gestão do antecessor fosse a renovação com Lajos Baroti — e como o húngaro perdeu o campeonato de 1981/82 para o Sporting e foi eliminado da Taça pelo SC Braga, despachou-o pelo buraco do ponto, Eriksson contou-o: Ɖ 4 'JSȁHF JWF GFXYFSYJ HTSXJW[FITW & TU«§T IT UWJXNIJSYJ UTW ZR XZJHT IJ FSTX S§T KTN RZNYT GJR [NXYF +J_ XJ ZRF FX XJRGQJNF UFWF RJ FUWT[FW TZ S§T 2ZNYTX INWNLJSYJX RTXYWFWFR XJ HTSYWF F RNSMF HTSYWFYF«§T 2FWYNSX ȁSLNZ ZR UWTGQJRF HFWI±FHT J KTN WJYNWFIT IJ FRGZQ¦SHNF J FXXNR S§T XJ [TYTZ T XNR SJR XJ [TYTZ T S§TƓ Para o Benfica veio, apesar da turbulência — e o fulgor que causou acabou por atirá-lo para Roma: Ɖ ;NSMF IT YWJNST F HTSIZ_NW VZFSIT ZR Y¥]N XJ HTQTZ FT RJZ HFWWT GZ_NSFSIT J KF_JSIT XNSFNX IJ QZ_JX :R MTRJR ST FXXJSYT YWFXJNWT KF_NF RJ XNSFNX UFWF JSHTXYFW *WF JRUWJLFIT IF JRGFN ]FIF IJ .Y¥QNF J YWF_NF ZRF RJSXFLJR UFWF RNR )NST ;NTQF VZJWNF KFQFW HTRNLT +FQTZ J JWF UFWF T IJXFȁFW UFWF T XJZ HQZGJƓ O retorno de Eriksson ao Benfica deu-se depois de Toni perder a Taça dos Campeões para o PSV — e à partida para Viena uma dúvida tinha: se podia ou não contar com Vítor Paneira que fora condenado a 75 dias de prisão por deserção à tropa, resultado de engano a que o levaram: que poderia chegar mais tarde do que chegou à recruta — e não podia. Após negociação, alegando-se «imperativo de interesse nacional», permitiram-lhe a viagem (e só ao fechar da primeira semana de junho, atiraram, então, com Paneira para a Casa de Reclusão do Porto, lá cumprindo a pena, jogando futebol no Campo da Constituição e voleibol e basquetebol na parada). 61


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Dos punhados de terra atirados para o túmulo de Guttmann ao Eusébio que faltou + K # Para o Prater (onde o FC Porto ganhara a Taça dos Campeões FT 'F^JWS T 'JSȁHF HTS[NITZ ZR WTW IJ ;.5 &R¥QNF 7TIWNLZJX YFRG­R KTN HTR *ZX­GNT HTRT XJZ HNHJWTSJ 2FQ FYJWWTZ JR ;NJSF *ZX­GNT UJINZ VZJ T QJ[FXXJR FT HJRNY­WNT OZIJZ WJ_TZ OZSYT ¤ XJUZQYZWF IJ '­QF ,ZYYRFSS J XZUQNHTZ FTX IJZXJX VZJ VZJGWFXXJR F RFQIN«§T IT RFLT VZJ XJR JQJ SZSHF RFNX T 'JSȁHF XJWNF HFRUJ§T JZWTUJZ -TZ[J VZJR IJUTNX UTW Q¥ UFXXFXXJ YFRG­R RFX UFWF IJXUJOFW UZSMFITX IJ YJWWF XTGWJ F HFRUF Ɖ FHWJINYFSIT VZJ NXXT XNR ­ VZJ IFWNF [NY·WNF 5FWF F ȁSFQ KWJSYJ FT &( 2NQFS T 'JSȁHF HTS[NITZ ȁLZWFX NSVZJXYNTSF[JQRJSYJ NQZXYWJX &R¥QNF 7TIWNLZJX J *ZX­GNT

HTSYTX JWF T UW­RNT UFWF HFIF GJSȁVZNXYF Ɖ UJWIJWFR STX SZR UTSYFU­ IJ 7NOPFFWI FTX RNSZYTX 8NQ[NST UJWIJZ RFNX F MNU·YJXJ IF NRFLJR IJ JYJWSNIFIJ VZJ ­ F 9F«F ITX (FRUJ¹JX JWLZNIF FTX H­ZX UJQT HFUNY§T IJ JVZNUF F VZJ HMJLFWF FU·X RZNYF UTQ­RNHF J RZNYF INXHZXX§T Ɖ J ST ȁSFQ IT OTLT WJ[JQTZ T Ɖ +TN ZRF MTSWF HFUNYFSJFW T 'JSȁHF RFNX SZR OTLT IJXYJX 3T JSYFSYT YJSMT IJ HTSKJXX¥ QT HTR YTIT T WJXUJNYT VZJ YJSMT UJQTX RJZX HTQJLFX S§T LTXYT IJ XJW HFUNY§TƓ 4 WJXYT$ +TN ZRF GTF ȁSFQ VZJR RFWHFXXJ ZR LTQT JWF HFRUJ§T IF *ZWTUF NSKJQN_ RJSYJ KTN T &( 2NQFS 5FWF T 'JSȁHF JWF INK±HNQ KF_JW RJQMTW OTLFS IT FUJSFX HTR ZR F[FS«FIT Q¥ SF KWJSYJ RFX NXXT KTN ZRF TU«§T IT XJSMTW *WNPXXTSƓ & 2FWHT ;FS 'FXYJS FUFSMTZ XJ QMJ Ɖ 3T LTQT IT +WFSP UJSXT VZJ F IJKJXF IT 'JSȁHF JXYF[F IJ TQMT JR RNR JZ XFGNF VZJ S§T YNSMF JXUF«T J UTW NXXT QFSHJN T 7NOPFFWI XJR XJVZJW TQMFW UFWF JQJ UTW XFGJW VZJ STWRFQRJSYJ FUFWJHJ ST QZLFW HJWYT UFWF T LTQT &UFWJHJZ JƓ ­ KFSY¥XYNHT [N[JW F HTSVZNXYF IJ 9F«F ITX (FRUJ¹JX ITNX FSTX XJLZNITX 4 WJLWJXXT IT ,ZQQNY TGWNLTZ STX F LWFSIJX

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alterações de posicionamento, as coisas não correram como gostaríamos, não ganhámos do modo fulgurante como ao Steaua, mas há que reconhecê-lo: isso também foi mérito do 'JSȁHF JVZNUF J]HJQJSYJ JR YJWRTX HTQJYN[TXƓ Arrigo Sacchi sublinhou-o: Ɖ 5FWF LFSMFW YN[JRTX IJ YJW RZNYF RFYZWNIFIJ Y¥YNHF RZNYF NSYJQNL®SHNF J XTGWJYZIT RZNYF UFHN®SHNF Ɖ J T 'JSȁHF FNSIF FXsim, fez-nos sofrer. 7NHFWIT ,TRJX HTWF«§T IF IJKJXF IT 'JSȁHF HMJLTZ F FHWJditar no paraíso: Ɖ *XYN[JRTX UJWYT KFQYTZ X· ZR UTWRJSTW_NSMT VZJR XFGJ ZR *ZX­GNT VZJ JWF FVZNQT VZJ T 'JSȁHF YNSMF STZYWF ȁSFNX UFWF WJXTQ[JW Eriksson só lamentou o instante de imperfeição em que Hernâni permitiu que Van Basten descobrisse, pela ponta da agulha, o buraco por onde isolou Rijkaard: Ɖ & JXYWFY­LNF [NXF[F RFWHFW T ,ZQQNY J T ;FS 'FXYJS IJ KTWRF F colocá-los geralmente em off-side, mas tendo sempre atenção à entrada dos médios. Os meus jogadores interpretaram o esquema UJWKJNYFRJSYJ X· ZRF [J_ ­ VZJ S§T T 7NOPFFWI XFNZ IJ YW¥X J WTZGTZ STX T XTSMT 9FRG­R YN[JRTX HMFSHJX UFWF [JSHJW TUTWtunidade de golo. Eles mais uma ou duas, admito-o, mas, no fundo, até posso dizê-lo sem ser injusto: ganhou o AC Milan porque FHFGTZ UTW XJW RFNX KJQN_ VZJ T 'JSȁHF XTGWJYZIT SFVZJQJ LTQT IT 7NOPFFWIƓ Algures por 1987, Frank Rijkaard andava pelo Ajax em furor mas, de um instante para o outro, o que parecia ser mar de rosas deixou de o ser. Começou a deixar de sê-lo ao assinar pelo PSV. O presidente do Ajax, garantindo-lhe que esse contrato de nada valia, levou-o à renovação e por ter assinado dois contratos, sucedeu-lhe o que ele contou: Ɖ +NVZJN ST &OF] FHFGJN UTW XJW FYFHFIT STX OTWSFNX HTRT RJWHJS¥WNT FX UJXXTFX FUTSYF[FR RJ T IJIT Ɖ J JR [J_ IJ RJ IJKJSIJW IJ HTSYFW F [JWIFIJ T &OF] SFIF KJ_

Pior fez Cruyff: tirou-lhe a braçadeira de capitão, deu-a a Jan Wouters, que chegara do Utrech — e Rijkaard viu-o como afronta. Num treino entrou em discussão com o treinador, disso falou assim: Ɖ (TNXFX JXY¾UNIFX FLWF[FIFX UJQT VZJ FHTSYJHJWF HTR FX duas assinaturas — Cruyff cansou-se de mim, implicou comigo e SFVZJQJ RTRJSYT KTN IJ RFNX UFWF F RNSMF UFHN®SHNF HTWYJNƓ Deixou o treino furioso, avisou: Ɖ (TR (WZ^KK ST &OF] S§T OTLT RFNX Q¥ Percebendo-lhe inabalável a decisão, o Ajax tentou trocá-lo por Madjer, mas Pinto da Costa não quis — e, pagando por ele 350 mil contos, Jorge Gonçalves trouxe-o, bombástico, para o Sporting: Ɖ X· F UWNRJNWF ZSMF IT RJZ QJ§T TZYWFX [NW§T IFVZJQFX VZJ HTRT T 7NOPFFWI FWWFSMFR HTR KTW«F ,TS«FQ[JX KJ_ QMJ XJLZWT HTRT SZSHF XJ ȁ_JWF ZR RNQM§T IJ contos em caso de morte e meio milhão de contos em caso de incapacidade permanente — e no Sporting não jogou porque a FPF IJHNINZ VZJ YJSIT T HJWYNȁHFIT NSYJWSFHNTSFQ HMJLFIT KTWF IJ MTras não podiam inscrevê-lo. Foi emprestado ao Saragoça de modo a poder estar no Euro-88 (e ganhá-lo…) — e Berlusconi tratou de o juntar a Van Basten e a Gullit. Montando-se por lá ecrã gigante para se ver, sobre a relva, o AC 2NQFS 'JSȁHF F &QFRJIF IF (NIFIJ :SN[JWXNY¥WNF YWFSXKTWRTZ XJ ST VZJ /T§T &Q[JX IF (TXYF IJȁSNZ HTRT ZR o<TTIXYTHP ¤ 5TWtuguesa» — e, pelo Bairro Alto, tendo-se ouvido um foguete a esYWFQJOFW ZR GJSȁVZNXYF UTQNZ JXUNWNYZTXT F YWNXYJ_F HTR ZR YTVZJ de bom humor: Ɖ & HZQUF INXYT YZIT ­ IT 8UTWYNSL 4 7NOPFFWI ­ IT 8UTWYNSL JXXF ­ VZJ ­ JXXF Ɖ J T VZJ JQJ IJ[NF JWF YJW NIT UFWF T &Q[JWHF VZJ FXXNR F LJSYJ S§T UJWINFƓ * HTR T 'JSȁHF HFRUJ§T IFX ȁSFNX UJWINIFX UJQT KFQFY·WNT também não deixou de correr, enleante e amargo, Guttmann, na sua maldição. 63


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OITAVOS DE FINAL Marselha (França) – AEK (Grécia)

2 – 0 // 1 – 1 Honved (Hungria) – 'JSȁHF (Portugal)

1/16 AVOS DE FINAL 9NWTQ .SSXGWZHP (Áustria) – Omonia Nicosia (Chipre)

6 – 0 // 3 – 2 Glasgow Rangers (Escócia) – 'F^JWS 2ÀSHMJS (RFA)

1 – 3 // 0 – 0 Derry City (Irlanda) – 'JSȁHF (Portugal)

1 – 2 // 0 – 4 Marselha (França) – Brøndby (Dinamarca)

3 – 0 // 1 – 1 Honved (Hungria) – Vojvodina Novi Sad (Jugoslávia)

1 – 0 // 1 – 2 /LQÀHOG ,UO 1RUWH ² Dnepr Dnepropetrovsk (URSS)

0 – 2 // 0 – 7 AC Milan (Itália) – Real Madrid (Espanha)

2 – 0 // 0 – 1 Bayern (RFA) – 17 Nëntori Tiranë (Albânia)

3 – 1 // 3 – 0 6WHDXD %XFDUHũWH 5RP ² PSV Eindhoven (Holanda)

1 – 0 // 1 – 5 Malmö (Suécia) – 0; 2JHMJQJS (Bélgica)

0 – 0 // 1 – 4 6SDUWD 3UDJD &KHF ² (+0& 8WJIJYX 8TȁF (Bulgária)

2 – 2 // 0 – 3 Dnepr Dnepropetrovsk (URSS) –Tirol Innsbruck (Áustria)

2 – 0 // 2 – 2

1 – 2 // 0 – 1 AC Milan (Itália) – HJK Helsinki (Finlândia)

4 – 0 // 1 – 0

QUARTOS DE FINAL

MELHORES MARCADORES

KV Mechelen (Bélgica) – AC Milan (Itália)

Romário (PSV Eindhoven) 6 golos (6 jogos) Jean-Pierre Papin (Marselha) 6 golos (8 jogos) Peter Pacult (Tirol Innsbruck) 4 golos (4 jogos) 9DWD %HQÀFD

4 golos (7 jogos) 0DWV 0DJQXVVRQ %HQÀFD

4 golos (9 jogos)

6SRUD /X[HPEXUJ /X[ ² Real Madrid (Espanha)

0 – 3 // 0 – 6 Sliema Wanderers (Malta) – 17 Nëntori Tiranë (Albania)

1 – 0 // 0 – 5 Rosenborg (Noruega) – 0; 2JHMJQJS (Bélgica)

0 – 0 // 0 – 5 PSV Eindhoven (Holanda) – FC Luzern (Suíça)

3 – 0 // 2 – 0 Ruch Chorzów (Polonia) – (+0& 8WJIJYX 8TȁF (Bulgária)

1 – 1 // 1 – 5

0 – 0 // 0 – 2 (após prolongamento) &).$ 6UHGHWV 6RÀD %XOJiULD ² Marselha (França)

0 – 1 // 1 – 3 'JSȁHF (Portugal) – Dnepr Dnepropetrovsk (URSS):

1 – 0 // 3 – 0 Bayern (RFA) – PSV Eindhoven (Holanda)

2 – 1 // 1 – 0

8YJFZF 'ZHFWJŎYN 5RP ² )UDP 5H\NMDYtN ,VOkQGLD

4 – 0 // 1 – 0 Malmö (Suécia) – Inter (Itália)

1 – 0 // 1 – 1

MEIAS-FINAIS

Sparta Praga (Checoslováquia) – Fenerbahçe (Turquia):

3 – 1 // 2 – 1

Marselha (França) – 'JSȁHF (Portugal)

Dinamo Dresden (RDA) – AEK (Grécia)

2 – 1 // 0 – 1

1 – 0 // 3 – 5

AC Milan (Itália) – Bayern (RFA)

1 – 0 // 2 – 1


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FINAL Taça dos Campeões Europeus 1989/90

1

AC Milan

0

)LUÄJH Final 23 de maio de 1990

Estádio do Prater, Viena Árbitro: Helmuth Kohl (Áustria) AC MILAN: Giovanni Galli; Franco Baresi (cap); Mauro Tassotti, Alessandro Costacurta, Paolo Maldini; Angelo Colombo (Daniele Massaro, 89), Carlo Ancellotti (Filippo Galli, 72); Frank Rijkaard, Ruud Gullit, Alberigo Evani; Marco Van Basten. Treinador: Arrigo Sacchi. BENFICA: Silvino Louro (cap); Ricardo Gomes; José Carlos, Aldair, Samuel Quina; Hernâni Neves, Jonas Thern; Vitor Paneira (Vata, 76), Valdo Filho, António Pacheco (César Brito, 55); Mats Magnusson. Cartão amarelo: Aldair (41); Ricardo Gomes (64) Treinador: Sven-Goran Eriksson

Marcadores: 1-0: Frank Rijkaard (68).



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Capítulo XXXVII 1990/91

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)



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Com a Jugoslávia a desfazer-se em terror, Estrela Vermelha jogou para a lotaria e saiu-lhe a sorte grande (e o treinador que passara por Guimarães achou que era a maldição de franceses) Artur Jorge regressara ao FC Porto para fazer uma revolução ST UQFSYJQ Ɖ J STX VZFWYTX IJ ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX *Zropeus, reencontrou-se com o Bayern. Dos imortais de Viena restavam João Pinto, Jaime Magalhães e Madjer — um Madjer, porém, em mais memória que em jogo. Aliás, para a primeira mão em Munique nem convocado foi, insinuando-se que pudesse ser, no entanto, a arma surpresa para FX &SYFX 3T *XY¥INT 4Q±RUNHT 0QFZX &ZLJSYMFQJW KTN J]UZQXT aos 16 minutos — e, contra a corrente de jogo, à entrada da meia MTWF 2FSKWJI 'JSIJW GFYJZ ;±YTW 'F±F SZR LTQUJ IJ HFGJ«F 8NR JXXJ O¥ JWF T +( 5TWYT IT 'F±F Ɖ J IT +JWSFSIT (TZYT J IT &QT±XNT IT ,JWFQI§T J IT 8JRJIT IT 0TXYFINST[ J IT )TRNSLTX 8TGWJYZIT )TRNSLTX J 0TXYFINST[ YTWSFWFR JRUTQLFSYJ F segunda parte dos portistas (o empate saiu dos pés de Paciência) — e, quando o jogo terminou, com 1-1, a sensação era quase unânime: tremendamente injusto fora não tê-lo ganho. Para a partida do Porto, Artur Jorge apostou numa surpresa: &QT±XNT F QFYJWFQ JXVZJWIT Ɖ J S§T QMJ XFNZ UWNRTW FSYJX UJQT contrário. Madjer começou no banco, aos 36 minutos entrou para o lugar de Bandeirinha — e, por essa altura, fugaz contra-aYFVZJ IJ ?NJLJ VZJ XZGXYNYZ±WF 'WNFS 1FZIWZU O¥ ȁ_JWF UFWF T 'F^JWS &SYJX (TZYT J ,JWFQI§T YNSMFR JXYFIT ¤ GJNWF IT LTQT FX &SYFX FNSIF XJ FLNYFWFR HTR LTQT FSZQFIT F 0TXYFINST[ (TZto reclamou penálti (que foi) e, empertigadas as hostes, quando se esperava o 1-1, soltou-se balde de gelo numa jogada genial de Bender, aos 68 minutos (e foi a morte do dragão…) *QNRNSFITX UJQT +( 5TWYT YNSMFR XNIT T 5TWYFIT\S J T )±SFRT 'ZHFWJXYJ Ɖ J T FI[JWX¥WNT XJLZNSYJ IT 'F^JWS KTN T *XYWJQF ;JWRJQMF *R 2ZSNVZJ TX OZLTXQF[TX [JS-

Na época 1990/91, o FC Porto acabaria eliminado pelo Bayern em razão da derrota sofrida nas Antas

ceram por 2-1, em Belgrado empataram 2-2 — e assim se apuraWFR UFWF F ȁSFQ IJ 'FWN )TX VZFWYTX YNSMFR HTSYZIT XF±IT JR HTSKZX§T JR 'JQLWFIT GFYJWFR T )±SFRT UTW JR )WJXIJS JXYF[FR F LFSMFW UTW FTX RNSZYTX FQJR§JX IT 1JXYJ QJ[FWFR INXY¾WGNTX ¤X GFSHFIFX T OTLT XZXUJSIJZ XJ J F :*+& IJZ FTX OZLTXQF[TX [NY·WNF UTW 4 2FWXJQMF T TZYWT ȁSFQNXYF FU·X IJXJRGFWF«FW XJ IT )±SFRT 9NWFSF J IT 1JHM 5T_S¥S YFRG­R QJ[TZ o apuramento da secretaria — contra o AC Milan empataram 1-1 em San Siro e, na segunda mão, no Velodróme, estavam a gaSMFW UTW FT RNSZYT )J X¾GNYT FUFLTZ XJ F QZ_ 6ZFSIT ao cabo de largos minutos, voltou, os italianos recusaram fazer apenas os dois minutos que faltavam, queriam que a partida se repetisse toda ela, no dia seguinte — e, não voltando mesmo à WJQ[F F :*+& FUQNHTZ QMJX IJWWTYF UTW HFXYNLFSIT TX FNSIF HTR ZR FST KTWF IFX HTRUJYN«¹JX JZWTUJNFX 69


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Com a Jugoslávia a ferro e fogo, o jogo que foi (terrível…) muito mais do que um jogo A ferro e jogo estava já a Jugoslávia. Em Borovo, cidade à beira de onde Sinisa Mihajlovic (uma das estrelas do Estrela Vermelha) nascera, tiroteio entre nacionalistas croatas e milícias sérvias ateou o rastilho à Guerra Civil. Foi a 2 de maio de 1991 — e, seis dias depois, o Estrela Vermelha e Hajduk Split, um símbolo do exército sérvio, outro símbolo do exército HWTFYF JSKWJSYFWFR XJ JR 'JQLWFIT SF ȁSFQ IF 9F«F * S§T FVZNQT S§T KTN ZR OTLT IJ KZYJGTQ KTN RZNYT RFNX IT VZJ NXXT — e pior… Mihajlovic revelou-o: — Antes do pontapé de saída, Igor Stimac disse-me o impensável: «Espero que os nossos rapazes já tenham morto toda a tua família Borovo… Conhecendo-se-lhe o temperamento explosivo, Sinisa entrou no jogo a «tentar acertar contas e pítons no inimigo» — e ele e Stimac acabaram ambos expulsos. 1NLFIT FTX SFHNTSFQNXYFX HWTFYFX S§T RZNYT IJUTNX 8YNRFH acabou preso por transportar metralhadoras no autocarro do -FOIZP 8UQNY Ɖ J 8NSNXF 2NMFOQT[NH QFWLTZ JR HTSȁI®SHNF — É o único homem que eu gostaria de estrangular com as minhas próprias mãos. .RFLJR UJWKJNYF IT VZJ KTN F ȁSFQ IF JIN«§T IF 9F«F ITX Campeões deu-a Joaquim Rita, enviado especial de A BOLA a Bari, no título da sua crónica:

«A amargura de um castigo sofrido numa noite de estrelas»

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CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Juntando-lhe: «Foi demasiado duro para o Marselha perder o jogo desta maneira, depois de ter tido a iniciativa em 80% do tempo útil jogado». A maneira como os franceses perderam o jogo — foi nos penáltis, arrastando o seu treinador para a amargura no comentário ao jogo com o Estrela Vermelha: — É uma deceção muito grande. Aliás, é muito pior do que NXXT T VZJ JZ JXYTZ F XJSYNW 4X OZLTXQF[TX SFIF ȁ_JWFR UFWF ganhar, nós tivemos todas as oportunidades, várias grandes oportunidades, dominámos os 90 minutos, dominámos o prolongamento e… nada… nem assim… estarão os franceses condenados a serem sempre os comparsas malditos das provas europeias? 9WJNSFITW IT 42 JWF 7F^RTSI ,TJYMFQX Ɖ J XJ UTW JXXF FQtura, já lhe chamavam Le Sorcier (O Mago) ou Le Magicien (O 2¥LNHT YFRG­R T YWFYF[FR HTRT 7F^RTSI QF XHNJSHJ 7F^RTSI F (N®SHNF Ɖ F FQHZSMF IJ 7F^RTSI (FQQJRNS T Q±IJW IT 'FSIT 'TSSTY TWLFSN_F«§T FSFWVZNXYF VZJ UTW [TQYF IJ infernizava a vida às elites endinheiradas francesas, com os seus furtivos ataques, as suas perigosas ciladas. 5JQT &SIJWQJHMY LFSMFWF ,TJYMFQX ZRF 9F«F IFX 9F«FX J outra perdera para o Hamburgo de Kevin Keegan) e duas SuUJWYF«FX *ZWTUJNFX Ɖ J T 8YFSIFWI IJXFȁTZ T UFWF 1N¬LJ SF ¦SXNF IJ QMJ IFW NLZFNX LQ·WNFX (FRUJ§T QTLT KTN RFX FINFSYJ J]UQTINZ QMJ GTRGF SFX R§TX FHZXFWFR ST IJ XZGTWSFW OTLFITWJX IT <FYJWXHMJN UFWF S§T U¸W T HFRUJTSFYT JR WNXHT J IJXHFSXFW TX XJZX OTLFITWJX FSYJX IJ ȁSFQ IF 9F«F IFX 9F«FX IJ HTR T 'FWHJQTSF Ɖ J UFWF KZLNW FT JXH¦SIFQT [JNT YWJNSFW T ;NY·WNF IJ ,ZNRFW§JX 5TZHT YJRUT Q¥ JXYJ[J Ɖ J F HFRNSMT ITX FSTX 9FUNJ FUTXYTZ SJQJ J S§T FUTXYTZ mal…) *R 'FWN 1OZGTSNW 5JYWT[NH JWF HQFWT HTSYWFUTSYT IJ 7F^mond Goethals, falando aos jornalistas como se estivesse nas SZ[JSX J S§T VZNXJXXJ IJ Q¥ XFNW


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Para isso precisávamos de exibição quase perfeita do ponto de vista tático — e, como o nosso treinador já nos disse, a exibição, desse ponto de vista, não foi quase perfeita, foi perfeitíssima. Nesse Marselha de Papin e Waddle, de Boli e Abedi Pelé — continuava Carlos Mozer e, na véspera do jogo com o Estrela Vermelha, Bernard Tapie renovou-lhe o contrato, aumentando-lhe os ganhos anuais de 100 para 150 mil contos ao ano (fora prémios e outras regalias).

Binic não consegue bater Olmeta, guardião do Marselha, com Amoros e Basile Boli na expectativa

— É uma grande vitória, esta do Estrela Vermelha, digam o que disserem os outros. O futebol não teve qualidade extraordinária, é verdade — mas não teve porque tudo se subordinou às questões táticas. Não é proibido, pois não? Notáveis foram, nisso, os meus jogadores: respeitaram todos os conselhos, cumpriram de forma perfeita todas as missões, dando o máximo de si, sem nunca correrem riscos. Na segunda parte fomos ainda mais calculistas? Fomos, porque percebi que, com a lesão de Savicevic, não poderia aspirar a muito mais do que os penáltis, tendo, porém, a presunção de que se lá chegássemos a Taça era nossa… Robert Prosinecki, que, para Joaquim Rita, foi «um motor fabuloso numa carroçaria sem mossas», vincou ainda mais a ideia de Petrovic: — Percebendo que o Marselha não nos permitia desenvolver os nossos habituais contra-ataques, a única solução para a conquista deste fabuloso título passaram a ser os penáltis.

No Estrela Vermelha, Belodedici (que desertara da Roménia antes ainda de Nicoale Ceausescu ser fuzilado) conseguiu o que já conseguira no Steaua: a Taça dos Campeões — e, nessa noite, em Bari estrela das mais rutilantes foi Sinisa Mihajlovic. /Z[JSYZX J 7TRF ȁ_JWFR QMJ UWTUTXYFX 8NSNXF JXHTQMJZ F IF Roma — porque para a Roma fora, entretanto, Vujadin Boskov. Com a guerra civil a esfrangalhar o que fora a Jugoslávia de Tito, depois de destruída a casa dos Mihajlovic em Borovo, o irmão da mãe de Sinisa (que era croata de origem) ao aperceber-se de que ela estava a caminho de fuga para Belgrado para evitar que lhe matassem o marido, tratou-a como «traidora da nação croata» — e acabou preso pela Guarda Voluntária Sérvia. Sinisa Mihajlovic estava já a negociar com a Roma — e ao revistarem o tio descobriram-lhe numa agenda o número de telefone. Foi a sua sorte: — Prestes a ser morto, por se ter visto o meu nome ali salvou-se… Quem se aprestava a abatê-lo era uma das milícias de Arkan Raznatovic, sérvio que haveria de ser acusado de executar milhares de civis croatas — e Sinisa Mihajlovic admiti-lo-ia: — Sim, eu era amigo de Arkan, o Arkan era o chefe da claque do Estrela Vermelha. Sempre disse que numa guerra civil sempre há uma zona cinzenta e que as coisas se confundem e se misturam. Ainda assim há um lado dele que não consigo defender, é indefensável: o lado do tigre, do carniceiro. 71


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OITAVOS DE FINAL Real Madrid (VSDQKD ² 7LURO ,QQVEUXFN ÉXVWULD

9 – 1 // 2 – 2

AC Milan ,WiOLD ² %UXJJH %pOJLFD

1/16 AVOS DE FINAL Tirol Innsbruck ÉXVWULD ² .XXV\VL /DKWL )LQOkQGLD

5 – 0 // 2 – 1

$32(/ 1LFRVLD &KLSUH ² Bayern (RFA)

2 – 3 // 0 – 4

2GHQVH 'LQDPDUFD ² Real Madrid (VSDQKD

1 – 4 // 0 – 6

Marselha )UDQoD ² 'LQDPR 7LUDQs $OEkQLD

5 – 1 // 0 – 0

.$ $NXUH\UL ,VOkQGLD ² (80& 8TȁF %XOJiULD

1 – 0 // 0 – 3

0 – 0 // 1 – 0

1iSROHV ,WiOLD ² Spartak Moscovo (URSS)

0 – 0 // 0 – 0 (3-5 nos penáltis) /HFK 3R]QDĸ 3ROyQLD ² Marselha (França) 3 – 2 // 1 – 6

Bayern 5)$ ² &6.$ 6RÀD %XOJiULD

4 – 0 // 3 – 0

'LQDPR %XFDUHüWH 5RPpQLD ² FC Porto (Portugal)

0 – 0 // 0 – 4

Estrela Vermelha -XJ ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD

3 – 0 // 1 – 1

Dinamo Dresden 5'$ ² 0DOP| 6XpFLD

1 – 1 // 1 – 1 (5-4 nos penáltis)

Nápoles ,WiOLD ² ÔMSHVW +XQJULD

3 – 0 // 2 – 0

86 /X[HPERXUJ /X[ ² Dinamo Dresden (RDA)

1 – 3 // 0 – 3

QUARTOS DE FINAL

MELHORES MARCADORES

0 – 4 // 0 – 6

Bayern 5)$ ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

1 – 1 // 0 – 2

Spartak Moscovo 8566 ² 5HDO 0DGULG (VSDQKD

Peter Pacult (Tirol Insbruck) 6 golos (4 jogos) Jean-Pierre Papin (Marseilha) 6 golos (9 jogos) Mo Johnston (Glasgow Rangers) 5 golos (4 jogos) Sebastián Losada (Real Madrid) 5 golos (6 jogos) Hugo Sánchez (Real Madrid) 5 golos (6 jogos) 'DUNR 3DQĀHY (VWUHOD 9HUPHOKD

5 golos (9 jogos) 3KLOLSSH 9HUFUX\VVH 0DUVHOKD

5 golos (9 jogos)

9DOOHWWD )& 0DOWD ² Glasgow Rangers (VFyFLD

/LOOHVWU¡P 6. 1RUXHJD ² Brugge %pOJLFD

1JHM 5T_SFĈ 3ROyQLD ² 3DQDWKLQDLNRV *UpFLD

3 – 0 // 2 – 1

FC Porto 3RUWXJDO ² 3RUWDGRZQ )& ,UODQGD GR 1RUWH

5 – 0 // 8 – 1

Dinamo Bucareste 5RP ² 6W 3DWULFN·V $WKOHWLF ,UODQGD

4 – 0 // 1 – 1

1 – 1 // 2 – 0

0 – 0 // 3 – 1

Estrela Vermelha -XJRVOiYLD ² 'LQDPR 'UHVGHQ 5'$

3 – 0 // 3 – 0 (na secretaria) $& 0LODQ ,WiOLD ² Marselha (França) 1 – 1 // 3 – 0 (na secretaria)

Malmö 6XpFLD ² %HüLNWDü 7XUTXLD

3 – 2 // 2 – 2

6SDUWD 3UDJD &KHF ² Spartak Moscovo (URSS)

0 – 2 // 0 – 2

MEIAS-FINAIS

Estrela Vermelha -XJRVOiYLD ² *UDVVKRSSHU 6XtoD

1 – 1 // 4 – 1

%D\HUQ 5)$ ² Estrela Vermelha -XJRVOiYLD

1 – 2 // 2 – 2

6SDUWDN 0RVFRYR 8566 ² Marselha (França)

1 – 3 // 1 – 2


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FINAL Taça dos Campeões Europeus 1990/91

0

Estrela Vermelha

0

Marselha

(5 – 3 nos penáltis) Final IJ RFNT IJ Estadio San Nicola, Bari Árbitro: Tullio Lanese (Itália) ESTRELA VERMELHA : Stevan Stojanovic (cap.); 2NTIWFL 'JQTIJINHN 7JȁP 8FGFSFI_T[NH 8QTGTIFS 2FWT[NH .QNOF 3FOITXPN ;QFINRNW /ZLT[NH 7TGJWY 5WTXNSJHPN 8NSNXF 2NMFOQT[NH )JOFS 8F[NHJ[NH ;QFIF 8YTXNH )WFLNXF 'NSNH )FWPT 5FSHJ[ Cartão amarelo: Dragisa Binic (20). Sinisa Mihajlovic (41), Slobodan Marovic (61) Treinador: 1OZUPT 5JYWT[NH MARSELHA: 5FXHFQ 4QRJYF (FWQTX 2T_JW 2FSZJQ &RTW·X 'FXNQJ 'TQN WNH )N 2JHT )WFLFS 8YTOPT[NH 'WZST ,JWRFNS 1FZWJSY +TZWSNJW 5MNQNUUJ ;JWHWZ^XXJ 'JWSFWI (FXTSN (MWNX <FIIQJ /JFS 5NJWWJ 5FUNS HFU &GJIN 5JQ­ Cartão amarelo: Basile Boli (27) Treinador: 7F^RTSI ,TJYMFQX Marcadores: +WFSP 7NOPFFWI Desempate por penáltis: 5WTXNSJÑPN &RTW·X KFQMTZ 'NSNË (FXTSN 'JQTIJINHN 5FUNS 2NMFOQT[NH 2T_JW 5FSHJ[



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Capítulo XXXVIII 1991/92

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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) J (o treinador) saiu de uma bomba de Koeman com Guardiola a «chefe de orquestra» (e foi o adeus da Taça dos Campeões) À edição de 1991/92 ainda lhe chamaram Taça dos Campeões Europeus, mas já teve o espírito da Champions nas alterações que lhe fizeram — com os quartos de final e as meias-finais substituídas por fase de dois grupos de quatro equipas, disputando a final os primeiros de cada um deles. O Benfica (no último ano de Eriksson na Luz) abriu os 16 avos de final com 6-0 em Malta (e quatro golos de Yuran) e na Luz bateu o Hamrun por 4-0. Com a Europa de novo aberta aos clubes ingleses, na segunda eliminatória coube o Arsenal ao Benfica — e, no 1-1 da Luz, já houve sinal do herói que estava para surgir em Highbury Park, o Isaías.

Isaías, na campanha europeia de 1991/92, foi autêntico pesadelo para os ingleses do Arsenal

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CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Por meados de 1987 trouxeram-no do Cabofriense à experiência para o Belenenses. Depireux achou-o lento, disse ao presidente que não valia a pena gastar dinheiro nele. Foi, então, Isaías tentar o Rio Ave — e ao fim do primeiro treino deram-lhe contrato a assinar. Saltou para o Boavista, foi maior ainda o seu encanto — e em 1990/91, o Benfica foi buscá-lo ao Bessa. Em Londres, o resultado ao cabo dos 90 minutos era o mesmo que fora na Luz: 1-1 — e golo do empate marcara-o Isaías. O prolongamento acabou com 3-1 e mais um golo dele (o outro foi de Kulkov) e Isaías contou-o: — Foi loucura e no aeroporto até aconteceu cena incrível: um polícia disse que eu não podia embarcar, não — que tinha dado cabo do Arsenal, tinha de pagar por isso. Era gozação, claro — mas foi a partir daí que passaram a me chamar Profeta...


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a ida a jogo e, quando em fevereiro de 1974 lhe nasceu o terceiro filho, colocou-lhe, provocador, o nome de Jordi — Jordi como Saint Jordi, patrono da Catalunha e regionalismo proibido pela ditadura. Dias antes, arrastara o Barça ao título que lhe escapava havia 14 anos — e, para lhe dar mais encanto, numa das maiores exibições da sua vida, ganhou ao Real no Santiago Bernabéu por 5-0. Arguto, foi registar o filho ao consulado holandês — e, assim, as autoridades espanholas não puderam proibir Jordi de ser Jordi. Não deixou, nunca mais, de pôr política nas chuteiras — e voltando a Holanda à final do Mundial de 1978 — nesse Cruyff não esteve, boicotou-o e explicou-o: — Não fui à Argentina por uma objeção de consciência contra a ditadura do general Videla, mas não foi só. Também não fui porque antes a minha família passara por experiência traumática no nosso apartamento de Barcelona: tive uma pistola apontada à minha cabeça, estava atado, a minha mulher também, com as crianças à nossa beira.

,ZFWINTQF XTGWJ T WJQ[FIT IF 1Z_ JR IZWFSYJ T 'JSȁHF 'FWHJQTSF

Vencedor do grupo B, o do Benfica, foi o Barcelona de Johan Cruyff. Ao Barça chegara por um capricho: após a conquista da terceira Taça dos Campeões Europeus no Ajax, Stefan Kovacs foi substituído por George Knobel e o novo treinador, para lhe atenuar o protagonismo, teve ideia de promover eleição para capitão no balneário — e o plantel, em sinal de afronta, escolheu Piet Keizer. Amuado, Cruyff pediu ao sogro que o negociasse de pronto para Barcelona, onde já estava Rinus Michels. Mal chegou teve de vencer manobras de bastidores de franquistas que lhe atrasaram

Não conseguira, ao longo desse tempo, que o seu Barcelona conquistasse a Taça dos Campeões (ou outra competição europeia sequer). Aliás, mais nenhum campeonato conseguiu (para além daquele de estreia em 1973/74) —e decidiu abandonar o futebol com a Copa do Rey de 1978 e um remoque no anúncio: — Uma das razões porque não vou jogar mais é a pancadaria em que se transformou o futebol espanhol, não quero voltar a ter perna partida outra vez. Envolveu-se em negócio de criação de porcos, o negócio descambou — e para compensar os milhões perdidos acabou por voltar a jogar nos Estados Unidos. Saltou para o Levante, foi para o Ajax. Ao lado de Rijkaard e Van Basten, levou-o à conquista da Taça da Holanda de 1982/83 — e como o clube se negou a pagar-lhe o que lhe exigiu, insinuando que estava velhinho, assinou pelo rival. No Feyenoord, tendo outro prodígio a seu lado: Gullit — juntou a Taça ao Campeonato de 1983/84 e, então sim, despediu-se de jogador (aí sim, de vez — tendo, porém, mais paraíso à sua espera). 77


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Como se resolveu problema que o Barcelona tinha: o medo de perder a Taça dos Campeões… Treinador do Ajax tornou-se em 1985 — e como treinador Cruyff continuou, revolucionário, a fazer história, a marcar a história para lá de Amesterdão. Sim, pode dizer-se que foi nele que começou a magia do tiki-taka — a ideia saiu-lhe de uma frase que imortalizou: — Se tivermos a bola podemos marcar golos e eles não… Ao chegar, sebastiânico, a Barcelona, por 1988, sabia o caminho de pedras que tinha pela frente: — Grandes jogadores, o Barça não deixara de ter. Sabia, porém, que era necessário fazer uma enorme transformação, na mentalidade, no estilo de jogo, na verdade em tudo…. Não demorou a fazê-la, venceu a Taça das Taças de 1988/89 — e foi marcando o futebol também pelo seu notável jeito de frasista, dizendo, por exemplo: — O futebol é um jogo de erros e aquele que cometer menos erros, vence… 9FRG­R T FȁWRTZ — O futebol é simples, difícil é jogar futebol simples. No banco continuava a ser o que sempre fora: fumador incontrolável. Como jogador, chegava a fumar ao intervalo, no balneário, não admitia que lho proibissem — e após a conquista do seu primeiro título como treinador no Barcelona teve de ser operado de urgência FT HTWF«§T UTW QMJ IJYJYFWJR NSXZȁHN®SHNF HTWTS¥WNF JR KFXJ FLZIF 4 R­INHT F[NXTZ T — Cigarro nunca mais! E para se livrar deles passou a ir para o banco de chupa-chupas, entrando numa campanha antitabagista, cujo lema era: — Na minha vida tive dois grandes vícios: fumar e jogar futebol. O futebol deu-me quase tudo na vida, fumar quase ma tirou… & ȁSFQ IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX FXXNR HMFRFIF UJQF ¾QYNRF [J_ [TQYTZ F XJW JR <JRbley — e Johan Cruyf não o escondeu: — Já não tanto como antes mas o problema principal no Barcelona continua a ser o espírito de quem o dirige fora de campo. Dá ideia de que ainda têm medo de voltar a perder a Taça dos Campeões — e quem tem medo de perder nunca ganha. Por isso, o trabalho maior que eu tive de fazer foi evitar que os jogadores se deixassem contaminar por maus 78

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agoiros — e, sem nenhuma dúvida, entrámos em campo, para o campo fomos convencidos a 100 por cento de que a iríamos conquistar. (TRT FI[JWX¥WNT IF ȁSFQ T 'FWHJQTSF FUFSMTZ F 8FRUITWNF IJ ;ZOFINS 'TXPT[ T 'TXPT[ VZJ YFRG­R YNSMF UTW [J_JX STY¥[JNX YNWFIFX — O futebol é um jogo imprevisível porque os jogos começam todos com 0-0. (TR FHFGTZ FT ȁR ITX RNSZYTX Ɖ J FTX YZIT XJ IJHNINZ SZRF GTRGF VZJ XJ XTQYTZ QJYFQ IT U­ IJ 7TSFQI 0TJRFS — Provavelmente nunca mais marcarei um golo assim e esta é a noite mais linda da minha vida… (WZ^KK UJLTZ SF JZKTWNF IJ 0TJRFS J KTN UJQT RJXRT YTR — Noite linda, sim, grande noite para nós. Uma vitória memorável, num jogo muito complicado, pois a Samp tentou sempre enganar-nos, ludibriar-nos, com o seu perigoso, o seu traiçoeiro, contra-ataque, sem nunca deixar de se defender como uma muralha. Não posso deixar de o dizer: como jogador tive noites de glória incríveis, como treinador esta é a maior de todas. 5JUJ ,ZFWINTQF YFSYT HTWF«§T U¸X ST OTLT VZJ VZFSIT UFWJHNF JXYFW O¥ F IJXKFQJHJW XJR LTYF IJ JSJWLNF RFNX YJ[J IJ XJW XZGXYNYZ±IT 8FSYUJITW ­ [NQFWJOT UJWINIT SFX XJWWFSNFX IF (FYFQZSMF KTN Q¥ VZJ 5JU SFXHJZ UTW OFSJNWT IJ ȁQMT IJ ZR UJIWJNWT — No Natal, só havia um presente que o deixava feliz: uma bola de futebol, a bola com que andava por todo o lado — até quando a mãe o mandava buscar o pão a levava no pé, a dominá-la pelas ruas... *R OTLTX ¤ XTRGWF IF RJINJ[FQ RZWFQMF TZ ST U¥YNT IT HTQ­LNT 1F 8FQQJ IJ 2FSWJXF HTRJ«TZ F FLFWWFW T IJXYNST VZJ QJ[TZ F VZJ O¥ HTR JQJ NRTWYFQ J NSXUNWFIT JR (WZ^KK 2FWY± N 5TQ UTJYF HFYFQ§T VZJ [N[NF UWJXT F ZRF HFIJNWF IJ WTIFX YN[JXXJ SF UFWJIJ IT JXHWNY·WNT ZR XJZ U·XYJW LNLFSYJ Ɖ YTITX TX INFX XJ UWJHNUNYFSIT UFWF Q¥ FT FHTWIFW ST VZJ IN_NF XJW F XZF WJ_F F UJINW VZJ T HTSYNSZFXXJ F JSXNS¥ QT F o[TFW UTW IJSYWT &TX FSTX 'FWHJQTSF KTN GZXH¥ QT FT ,NRSFXYNH IJ 2FSWJXF J RJSTX IJ HNSHT FSTX IJUTNX XZGNZ ,ZFWINTQF ¤ UWNRJNWF JVZNUF (WZ^KK IJZ QMJ QZLFW IJ R­INT HJSYWT S§T YFWITZ VZJ FȁWRFXXJ VZJ JWF RFNX IT VZJ NXXT SFVZJQJ XJZ )WJFR 9JFR — Sim, é o meu diretor de orquestra. * FXXNR UTW JSYWJ 'FPJWT J 8YTNHMPT[ 0TJRFS J 1FZIWZU +JWWJW J ?ZGN_FWWJYF IJZ JR RFNT IJ F UWNRJNWF 9F«F ITX (FRUJ¹JX J F 8ZUJWYF«F *ZWTUJNF FT 'FWHJQTSF 79


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PRIMEIRA ELIMINATÓRIA

OITAVOS DE FINAL

FASE DE GRUPOS

Barcelona (Espanha) – Hansa Rostock (RDA)

Barcelona (Espanha) – Kaiserslautern (RFA)

3 – 0 // 0 – 1

2 – 0 // 1 – 3

1ª jornada

Kaiserslautern (RDA) – Etar Târnovo (Bulgária)

Marselha (França) – Sparta Praga (Checoslováquia)

2 – 0 // 1 – 1

3 – 2 // 1 – 2

US Luxembourg (Luxemburgo) – Marselha (França)

'JSȁHF (Portugal) – Arsenal (Inglaterra)

0 – 5 // 0 – 5

1 – 1 // 3 – 1 (após prolongamento)

Sparta Praga (Chec.) – Glasgow Rangers (Escócia)

Dinamo Kiev (URSS) – Brøndby (Dinamarca)

1 – 0 // 1 – 2

1 – 1 // 1 – 0

Hamrun Spartans (Malta) – 'JSȁHF (Portugal)

0 – 6 // 0 – 4 Arsenal (Inglaterra) – Áustria Viena (Áustria)

6 – 1 // 0 – 1 Brøndby (Dinamarca) – Zaglebie Lubin (Polónia)

3 – 0 // 1 – 2

Panathinaikos (Grécia) – IFK Göteborg (Suécia)

2 – 0 // 2 – 2 PSV Eindhoven (Holanda) – Anderlecht (Bélgica)

0 – 0 // 0 – 2 Estrela Vermelha (Jug.) – Apollon Limassol (Chipre)

Grupo A Anderlecht (Bélgica) – Panathinaikos (Grécia) Sampdoria (Itália) – Estrela Vermelha (Jugoslávia) Grupo B Barcelona (Espanha) – Sparta Praga (Chec.) 'LQDPR .LHY 8566 ² %HQÀFD 3RUWXJDO

Grupo A Panathinaikos (Grécia) – Sampdoria (Itália) Estrela Vermelha (Jug.) – Anderlecht (Bélgica) Grupo B 6SDUWD 3UDJD &KHF ² 'LQDPR .LMHY 8566 %HQÀFD 3RUWXJDO ² %DUFHORQD (VSDQKD

3 – 1 // 2 – 0

0 – 1 // 0 – 3

Kispest Honvéd (Hungria) – Sampdoria (Itália)

3ª jornada

2 – 1 // 1 – 3

Grupo A Panathinaikos (Grécia) – Estrela Vermelha (Jug.) Anderlecht (Bélgica) – Sampdoria (Itália) Grupo B Dinamo Kiev (URSS) – FC Barcelona (Espanha) %HQÀFD /LVERD 3RUWXJDO ² 6SDUWD 3UDJD &KHF

2 – 2 // 0 – 0 IFK Göteborg (Suécia) – Flamurtari Vlorë (Albania)

0 – 0 // 1 – 1 %HüLNWDü 7XUTXLD ² PSV Eindhoven (Holanda)

3-2

2ª jornada

HJK Helsinki (Finlândia) – Dinamo Kiev (URSS) Fram Reykjavík (Islândia) – Panathinaikos (Grécia)

0-0 2-0

0-0 3-2

0-2 3-2 0-2

1 – 1 // 1 – 2 Anderlecht (Bélgica) – Grasshopper (Suíça)

4ª jornada

1 – 1 // 3 – 0

Grupo A (VWUHOD 9HUPHOKD -XJ ² 3DQDWKLQDLNRV *UpFLD Sampdoria (Itália) – Anderlecht (Bélgica) Grupo B Barcelona (Espanha) – Dinamo Kiev (URSS) 6SDUWD 3UDJD &KHF ² %HQÀFD 3RUWXJDO

Estrela Vermelha (Jug.) – Portadown FC (Irl. Norte)

4 – 0 // 4 – 0 Universitatea Craiova (Rom.) – Apollon Limassol (Chipre)

2 – 0 // 0 – 3 Kispest Honvéd (Hungria) – Dundalk FC (Irlanda)

1 – 1 // 2 – 0 Sampdoria (Itália) – Rosenborg (Noruega)

5 – 0 // 2 – 1

2-0 3-0

5ª jornada Grupo A (VWUHOD 9HUPHOKD -XJRVOiYLD ² 6DPSGRULD ,WiOLD Panathinaikos (Grécia) – Anderlecht (Bélgica) Grupo B 6SDUWD 3UDJD &KHF ² %DUFHORQD (VSDQKD %HQÀFD 3RUWXJDO ²'LQDPR .LHY 8566

0-0

6ª jornada Grupo A 6DPSGRULD ,WiOLD ² 3DQDWKLQDLNRV *UpFLD Anderlecht (Bélgica) – Estrela Vermelha (Jug.) Grupo B %DUFHORQD (VSDQKD ² %HQÀFD 3RUWXJDO 'LQDPR .LHY 8566 ² 6SDUWD 3UDJD &KHF

3-2


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FINAL

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Sampdoria (Itália) (VWUHOD 9HUPHOKD -XJRVOiYLD $QGHUOHFKW %pOJLFD 3DQDWKLQDLNRV *UpFLD

8 pts SWV SWV SWV

Grupo B 1º Barcelona (Espanha) 6SDUWD 3UDJD &KHFRVORYiTXLD %HQÀFD 3RUWXJDO 'LQDPR .LHY 8566

9 pts SWV SWV SWV

Taça dos Campeões Europeus 1991/92

1

Barcelona

0

Sampdoria Final 20 de maio de 1992

Estádio de Wembley, Londres Árbitro: Aron Schmidhuber (Alemanha) BARCELONA: Andoni Zubizarreta; Ronald Koeman; Nando Muñoz, Alberto Ferrer, Juan Carlos Rodríguez; Eusebio Sacristán, Pep Guardiola (José Ramón Alesanco, 113), Hristo Stoichkov; Jose Maria Bakero; Julio Salinas (Juan Antonio Goicoechea, 65); Michael Laudrup. Cartão amarelo: Bakero (76) Treinador: Johan Cruyff SAMPDORIA: Gianluca Pagliuca; Moreno Mannini, Marco Lanna, Pietro Vierchowood, Ivano Bonetti (Giovanni Ivernizzi, 73); Attilio 1TRGFWIT 9TSNSMT (JWJ_T +FZXYT 5FWN 8WJÑPT Katanec; Roberto Mancini, Gianluca Vialli (Renato Buso, 101) Cartão amarelo: Mannini (39); Vierchowood (67); Pagliuca (76) Treinador: Vujadin Boskov Marcadores: 1-0: Ronald Koeman (111)

MELHORES MARCADORES Jean-Pierre Papin (Marselha) 7 golos (4 jogos) 6HUJHL <XUDQ %HQÀFD

7 golos (9 jogos) /XF 1LOLV $QGHUOHFKW

6 golos (10 jogos) 'DUNR 3DQĀHY (VWUHOD 9HUPHOKD 6 golos (10 jogos) *LDQOXFD 9LDOOL 6DPSGRULD

6 jogos (11 jogos) ,VDtDV %HQÀFD

5 golos (8 jogos)



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Capítulo XXXIX 1992/93

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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Tapie não deixou que, aleijado num joelho, Boli saísse do campo e, de cabeça, ele fez o golo que lhe pôs no rosto lágrimas diferentes das de em Bari Para a temporada de 1992/93, a UEFA deu-lhe outro nome: em vez de Taça dos Campeões, Liga dos Campeões. Desenhou-se-lhe, modernaço, um logotipo, Tony Britten criou-lhe um hino no arranjo dos Hinos da Coroação de Handel. Com o Muro de Berlim IJXKJNYT J F &QJRFSMF WJZSNȁHFIF J HTR F ,ZJWWF ITX 'FQH§X FT rubro, não houve representação nem da Jugoslávia nem da Albânia. Face ao desmantelamento da URSS passaram a disputá-la os campeões da Estónia, da Letónia, da Lituânia, da Ucrânia e da Rússia — e foi o CSKA que impediu que o Barcelona, campeão em título, não chegasse sequer à fase de grupos. Abrindo-se igualmente a Israel, o modelo copiou-se da edição anterior: com as duas primeiras rondas a eliminar, nelas o FC Porto desembaraçou-se do Union Luxemburgo (4-1, 5-0) e do Sion (2-2, 4-0). O primeiro jogo da sua história na fase de grupos foi a 25 de novembro de 1992. Empatou 2-2 nas Antas, os dois golos do PSV Eindhoven couberam a um brasileiro que nascera em Jacarezinho, uma das favelas mais chocantes do Rio, com apenas 43 centímetros, um quilo e 800 gramas e graves complicações respiratórias: o Romário. Cresceu, assim, entre doenças e esperanças — e, quando fez 13 anos, o pai, que conseguira fugir já do casebre de lata, formou a sua própria equipa. Estrelinha lhe chamou, a pensar no ȁQMT 3ZR ITX XJZX IJXFȁTX TQMJNWTX IT ;FXHT [NWFR ST J QJ[Fram-no para São Januário. O treinador olhou-lhe o corpo mirrado, gozou: — Talvez sirva para lavar capô de fusca na esquina da avenida, o cara... 84

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Ofendido (e já num traço do que haveria de ser o seu espumante caráter), Romário pediu ao pai que procurassem outro clube, NRJINFYFRJSYJ 3T 4QFWNF KTN IJXYFVZJ HNSHT FSTX IJUTNX T ;FXHT voltou a tentá-lo, pedindo desculpas pelo passado. Em 1988 ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, o PSV contratou-o, pagando seis milhões de dólares pelo seu passe — e, por lá, começou a dar, com Bobby Robson, os primeiros passos numa maravilhosa viagem que só acabaria na sua eternidade… 3F XJLZSIF OTWSFIF IJWWTYF IT +( 5TWYT HTR T .+0 ,TYJRburgo complicou-lhe as contas. O sonho virou cinza em mais dois ȁFXHTX KWJSYJ FT &( 2NQFS O¥ XJR ,ZQQNY RFX FNSIF HTR 7NOPFFWI e Van Basten), suave consolação foram, depois, as vitórias em Eindhoven (1-0, golo de José Carlos) e com os suecos nas Antas (2-0, mais um golo de José Carlos, outro de Timofte). Vencedor do grupo C foi o AC Milan que, desse modo, se apurou UFWF F ȁSFQ IJ 2ZSNVZJ YJSIT HTRT FI[JWX¥WNT T 2FWXJQMF [JSHJITW IT ,WZUT & HTR T ,QFXLT\ 7FSLJWX T 58; *NSIMT[JS J T CSKA de Moscovo como antagonistas).

Na época 1992/93, duas vitórias do AC Milan sobre o FC Porto muito ajudaram os italianos a vencer o grupo B


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Queriam o irmão, foi o Boli — e com o Boli se quebrou a «maldição dos franceses» A imagem tornara-se icónica: por entre os jogadores do Estrela Vermelha a festejarem a conquista da Taça dos Campeões Europeus ao Marselha (na lotaria dos penáltis), câmara de TV apanhou Basile Boli num fio de lágrimas a correr-lhe pelo rosto, a um recanto do Estádio de San Nicola — e, naquela noite de 26 de maio de 1993, no Estádio Olímpico de Munique voltaram-lhe as lágrimas aos olhos, mas quentes de felicidade, ao erguer o troféu que saíra de uma fulgurante cabeçada sua, na sequência de um pontapé de canto que Sebastiano Rossi, guarda-redes do AC Milan, foi incapaz de suster. Basile Boli persegue Jean-Pierre Papin, SF ȁSFQ IJ

Basile Boli nascera em 1967 em Adjamé, na Costa do Marfim — e andava pelos nove anos quando os pais e os nove filhos emigraram para França. Foram viver para os arrabaldes pobres de Paris — e não tardou que ele e Roger, um dos irmãos, aparecessem a jogar no CA Romainville — e, um dos seus membros, haveria de o contar: — A nossa estrela era o Roger, Basile era mais forte fisicamente, mas não tinha a técnica em primor que o irmão tinha. Ao Basile, os outros rapazes passaram a tratá-lo por Marius, como o Trésor, porque ele era, na verdade, excelente nos tackles que fazia. Quando nos apareceu emissário do Auxerre, a ideia deles era o Roger, mas como o Roger avisou que só iria para lá levando o Basile com ele, Guy Roux aceitou que fossem os dois, então. Não tardou que Basile eclipsasse Roger Boli, espalhando pela defesa do Auxerre o vigor do seu físico, mas, claro, muito mais do que isso — e, ele próprio, revelá-lo-ia: — Na verdade, foi por um acidente que eu me tornei no que me tornei: viram-me, a mim e ao Roger, a jogar na rua e levaram-nos para o centro de formação do Auxerre, onde prossegui os estudos e comecei a jogar a sério. Apanhei uma geração de grandes valores Q¥ 1FZWJSY 'QFSH T *WNH (FSYTSF T 7TLJW 'TQN Ɖ J FT ȁR IJ ST[J FSTX FSIFSIT XJ UTW 1990, entrou o Marselha na minha vida. Estando-se já em 2018, Guy Roux ainda o afiançava: — Boli foi o melhor defesa que eu tive na vida e não era só pela enorme alma que ele tinha… 85


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Como Tomislav Ivic (a viver a «reforma dourada» + K q * ) ?9 Na final dessa primeira Champions (assim chamada), antes ainda da primeira parte, Basile Boli amachucou um joelho. Com as dores a galope, fez para Raymond Goethals sinal de que talvez fosse melhor substituírem-no, mas logo se percebeu Bernard Tapie a dizer que não: — … que era preciso que continuasse! Continuou e, instantes depois, fez o golo que o pôs na história — e ao Marselha ainda mais, quebrando o que parecia ser a «maldição dos franceses». Para além da derrota do OM com o Estrela Vermelha, o Stade de Reims perdera duas finais com o Real Madrid, o Saint-Étienne perdera uma com o Bayern de Munique. E a Tapie (que não muito depois haveria de cair no inferno, arrastando o clube com ele…) ouviu-se num dos corredores do Estádio Olímpico: — Conseguimos o que outras grandes equipas de França não conseguiram, fundamentais para este nosso triunfo foram o Boli, pelo modo como, para além do golo que marcou, soube controlar e acalmar a defensiva — e o Angloma pela excelente marcação a Van Basten. Pois, também é verdade: o Papin andou estes dias todos a dizer que o AC Milan era demasiado forte para nós, acertámos as contas durante o jogo — e, se ele quiser, pode voltar ao Marselha para, assim, continuar a ganhar. Que, acreditem, é o que vai continuar a suceder… Jean-Piérre Papin fora do Marselha para o AC Milan — e só aos 55 minutos é que Fabio Capello o colocou em campo. A razão da derrota, resumiu-a Capello assim: — Desaproveitámos todas as oportunidades que criámos, o Marselha na primeira que teve fez golo. 86

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Goethals, já septuagenário, ainda a tempo de conquistar, para o Marselha, a Champions de 1993

E a Raymond Goethals (que ali viveu a sua quinta final europeia) ouviu-se-lhe por entre a alegria em fogacho: — A caminho dos 72 anos, é altura de me deixar destas coisas do banco, não acham?! E não poderia ser melhor o adeus, com uma enorme vitória diante de uma grande equipa, uma das melhores do Mundo. No fundo, o AC Milan acabou por ser vítima da armadilha do fora de jogo que lhes criámos e da qual nunca se conseguiram libertar bem. Para a montagem da estratégia, Goethals contou com a ajuda de Tomislav Ivic — que, a viver a reforma dourada que o Benfica lhe facultou, aceitou o biscate que Bernard Tapie lhe encomendou: observar jogos do AC Milan, esmiuçando-lhes virtudes e defeitos em relatórios que entregou ao treinador do Marselha, sugerindo como «neutralizar uma coisa e aproveitar a outra».


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Basile Boli Com golo de sua autoria, aos 44 minutos de jogo, Marselha quebrou jejum que afetava as equipas francesas na maior competição europeia de clubes

1993

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Da bomba que apareceu no aeroporto antes da viagem do AC Milan ao envelope enterrado com o dinheiro que atirou o Marselha para o inferno Antes da viagem do AC Milan para Munique, houve pânico no aeroporto de Malpensa: dentro de um saco abandonado descobriu-se uma bomba. Com a polícia em rebuliço, acabou por perceber-se que era engenho militar desativado — só não se sabendo por que motivo fora ali parar (e como). Para Joaquim Rita, enviado especial de A BOLA, o que no jogo destruiu o futebol mais ofensivo dos italianos foram «o nervo e o coração dos franceses» — e a sua alma foi a alma do seu capitão, o Didier Deschamps que recebeu o troféu da Taça dos Campeões na primeira vez da Champions. Nascera, em outubro de 1968, em Bayonne, a cidade onde a ETA apareceu e a ETA morreu — no lado francês do País Basco:

que, meses depois, vendo-me num daqueles nossos jogos de rua, me levaram para o Aviron Bayonnais — e também larguei o râguebi. Daniel Navarro, o treinador que recebeu Deschamps no Aviron, contou-o: — Em comparação com os outros miúdos de 12 anos, tinha outra corpulência — e jogava tão bem que logo decidi pô-lo na equipa do escalão acima. Apesar dos outros mais velhos, tornou-se de pronto o líder da equipa — o que ladrava lá dentro, dizia aos outros o que deviam fazer ou não. Quando arrancava, com a bola nos pés, os adversários só conseguiam ver-lhe o número nas costas da camisola. E andava o jogo todo a correr, de um lado para o outro, que nunca se cansava. Jogava já com fogo no coração e pólvora no pé — e num jogo do Aviron Bayonnais contra o Saint-Jean-de-Luz a bola saiu-lhe com tanta força da marcação de um livre a 25 metros que, ao tentar defendê-la, o guarda-redes acabou com uma fratura no antebraço. Didier Deschamps tinha 15 anos quando o Nantes o foi lá buscar e o levou para a sua academia. Pouco depois de chegar, atacou-o o drama:

— Por isso, durante os meus tempos de jogador, o Athletic Bilbao tentou contratar-me por duas vezes — e por pouco não fui para lá.

— O meu irmão morreu num acidente de carro. Foi um duro golpe — e três dias depois perdi o meu pai, num ataque cardíaco. E, por entre a dor, decidi que o destino não me podia vencer…

O pai de Didier Deschamps jogara râguebi no Biarritz (então um dos melhores clubes nacionais) e foi pelo râguebi que ele começou por andar. Para não fugir à tradição também se atirou à pelota basca. Aos 11 anos foi pela escola de Bayonne aos campeonatos franceses de atletismo — e o que lá fez abriu bocas de espanto: — Venci a prova de 1000 metros. O meu gosto por ganhar vem daí. Corri como um louco, na frente, o meu professor de ginástica só dizia para eu abrandar, mas eu não quis saber, acabei com grande avanço sobre o segundo. Só não continuei no atletismo por-

Dois anos após a entrada na academia do Nantes, já estava na sua primeira equipa. Mudou-se para o Marselha, passou pelo Bordéus — e ao Marselha Deschamps regressou, tornando-se o líder incontestável do meio-campo do OM — deste OM que ganhando a Champions ao AC Milan caiu no inferno quando detetives encontraram envelope com 250 mil francos enterrados no quintal da casa da tia de Christophe Robert, atacante do Valenciennes — e da investigação saiu prova do suborno que já nem sequer lhe permitiu disputar a Taça Intercontinental…

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RONDA PRÉVIA

OITAVOS DE FINAL

FASE DE GRUPOS

Shelbourne (Irlanda) – Tavriya Simferopol 8FUkQLD

IFK Göteborg (Suécia) – Lech Poznan (Polónia)

1ª jornada

0 – 0 // 1 – 2 Valletta FC (Malta) – Maccabi Tel-Aviv (Israel)

1 – 2 // 0 – 1 KÍ Klaksvík (Ilhas Faroe) – Skonto Riga (Letónia)

1 – 3 // 0 – 3 Olimpija Ljubljana (VOyYpQLD ² )& 1RUPD 7DOOLQQ (VWyQLD

3 – 0 // 2 – 0

1 – 0 // 3 – 0 Glasgow Rangers (Escócia) – Leeds (Inglaterra)

2 – 1 // 2 – 1 Slovan Bratislava (Checoslováquia) – AC Milan (Itália)

0 – 1 // 0 – 4 'LQDPR %XFDUHũWH 5RPpQLD ² Marselha (França)

0 – 0 // 0 – 2 Brugge (Bélgica) – Austria Viena (Austria)

2 – 0 // 1 – 3

PRIMEIRA ELIMINATÓRIA

Sion (Suíça) – FC Porto (Portugal)

AC Milan ,WiOLD ² 2OLPSLMD /MXEOMDQD (VORYpQLD

AEK (Grécia) – PSV Eindhoven (Holanda)

4 – 0 // 3 – 0

1 – 0 // 0 – 3

1JHM 5T_SFĈ 3ROyQLD ² 6NRQWR 5LJD /HWyQLD

2 – 0 // 0 – 0 PSV Eindhoven +RODQGD ² ). æDOJLULV 9LOQLXV /LWXkQLD

6 – 0 // 2 – 0 Barcelona (VSDQKD ² 9LNLQJ ). 6WDYDQJHU 1RUXHJD

1 – 0 // 0 – 0 .XXV\VL /DKWL )LQOkQGLD ² )NSFRT 'ZHFWJŎYJ 5RPpQLD

2 – 2 // 0 – 4

Grupo A %UXJJH %pOJLFD ² &6.$ 0RVFRYR 5~VVLD *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD ² 0DUVHOKD )UDQoD Grupo B $& 0LODQ ,WiOLD ² ,). *|WHERUJ 6XpFLD )& 3RUWR 3RUWXJDO ² 369 (LQGKRYHQ +RODQGD

2ª jornada Grupo A 0DUVHOKD )UDQoD ² %UXJJH %pOJLFD &6.$ 0RVFRYR 5~V ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD Grupo B ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO 369 (LQGKRYHQ +RODQGD ² $& 0LODQ $& ,WiOLD

&6.$ 0RVFRYR 5~VVLD ² %DUFHORQD (VSDQKD

1 – 1 // 3 – 2

3ª jornada Grupo A %UXJJH %pOJLFD ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD &6.$ 0RVFRYR 5~VVLD ²0DUVHOKD )UDQoD Grupo B 369 (LQGKRYHQ +RODQGD ² ,). *|WHERUJ 6XpFLD )& 3RUWR 3RUWXJDO ² $& 0LODQ ,WiOLD

1 – 0 // 0 – 2 (após prolongamento) Glasgow Rangers (Escócia) – Lyngby BK (Dinamarca)

2 – 0 // 1 – 0 Slovan Bratislava &KHF ² )HUHQFYiURV +XQJULD

4 – 1 // 0 – 0 Austria Viena ÉXVWULD ² &6.$ 6RÀD %XOJiULD

3 – 1 // 2 – 3 Sion 6XtoD ² 7DYUL\D 6LPIHURSRO 8FUkQLD

4 – 1 // 3 – 1 86 /X[HPERXUJ /X[HPEXUJR ² FC Porto (Portugal)

1 – 4 // 0 – 5 9tNLQJXU 5H\NMDYtN ,VOkQGLD ² CSKA Moscovo 5~VVLD

0 – 1 // 2 – 4 0DFFDEL 7HO $YLY )& ,VUDHO ² Brugge (Bélgica)

0 – 1 // 0 – 3 AEK *UpFLD ² $32(/ 1LFRVLD &KLSUH

1 – 1 // 2 – 2 IFK Göteborg 6XpFLD ² %HüLNWDü 7XUTXLD

2 – 0 // 1 – 2 *OHQWRUDQ ,UODQGD GR 1RUWH ² Marselha (França)

0 – 5 // 0 – 3 Estugarda (Alemanha) – Leeds (Inglaterra)

3 – 0 // 0 – 3 (vitória do Leeds por 2-1 no terceiro jogo, em terreno neutro)

4ª jornada Grupo A 0DUVHOKD )UDQoD ² &6.$ 0RVFRYR 5~VVLD *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD ² %UXJJH %pOJLFD Grupo B ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² 369 (LQGKRYHQ +RODQGD $& 0LODQ ,WiOLD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

5ª jornada Grupo A 0DUVHOKD )UDQoD ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD &6.$ 0RVFRYR 5~VVLD ² %UXJJH %pOJLFD Grupo B ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² $& 0LODQ ,WiOLD 369 (LQGKRYHQ +RODQGD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

6ª jornada Grupo A %UXJJH %pOJLFD ² 0DUVHOKD )UDQoD *ODVJRZ 5DQJHUV (VF ² &6.$ 0RVFRYR 5~V Grupo B 0LODQ $& ,WiOLD ² 369 (LQGKRYHQ +RODQGD )& 3RUWR 3RUWXJDO ² ,). *|WHERUJ 6XpFLD


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FINAL

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Marselha 2º Glasgow Rangers 3º Brugge 4º CSKA Moscovo Grupo B 1º AC Milan 2º IFK Göteborg 3º FC Porto 4º PSV Eindhoven

9 pts 8 pts 5 pts 2 pts

12 pts 6 pts 5 pts 1 pts

Liga dos Campeões de 1992/93

1

Marselha

0

AC Milan Final 26 de maio de 1993

Estádio Olímpico, Munique Árbitro: Kurt Röthlisberger (Suíça) MARSELHA: Fabien Barthez; Jocelyn Angloma (Jean-Philippe Durand, 61), Basile Boli, Eric de Meco; Marcel Desailly, Jean-Jacques Eydelie, Franck Sauzée; Didier Deschamps (cap.); Abédie Pelé, Alen Boksic, Rudi Völler (Jean-Christophe Thomas, 78). Cartão amarelo: Di Meco (33), Boli (54), Barthez (70). Treinador: Raymond Goethals

AC MILAN: Sebastiano Rossi; Mauro Tassotti, Alessandro Costacurta, Franco Baresi (cap.), Paolo Maldini; Roberto Donadoni (Jean-Pierre Papin, 55), Demetrio Albertini, Frank Rijkaard. Gianluigi Lentini; Marco van Basten (Stefano Eranio, 86), Daniele Massaro. Cartão amarelo: Lentini (40). Treinador: Fabio Capello

Marcadores: 1-0: Boli (44).

MELHORES MARCADORES Romário (PSV) 7 golos Marco van Basten AC Milan): 6 golos Franck Sauzée (Marselha) 6 golos $OHQ %RNåLþ 0DUVHOKD

6 golos Johnny Ekström (IFK Göteborg) 5 golos



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Capítulo XL 1993/94

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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A noite em que Capello conseguiu que o ‘Dream Team’ ! ) Jb Ä b Do FC Porto partiu Carlos Alberto Silva, bicampeão. Suplicou a Pinto da Costa que o deixasse voltar ao Brasil porque o sogro esYF[F LWF[JRJSYJ ITJSYJ UWJHNXF[F IT FUTNT IF ȁQMF Ɖ J ¤X &SYFX regressou Tomislav Ivic. Na primeira eliminatória da Liga dos CamUJ¹JX IJXUFHMTZ XJR GWNQMT TX RFQYJXJX IT +QTWNFSF & UFXXFLJR ¤ KFXJ IJ LWZUTX HTSXJLZNZ F LWF«FX F LTQT IJ )TRNSLTX ST ¾QYNRT RNSZYT IT +( 5TWYT +J^JSTTWI UTNX JR 7TYJWI§T FHFGFWNF YZIT & :*+& FUQNHTZ QNLJNWF FQYJWF«§T FT RTIJQT IJ INXUZYF IF 1NLF ITX (FRUJ¹JX Ɖ FUZWFSIT TX ITNX UWNRJNWTX IF KFXJ IJ LWZUTX UFWF FX RJNFX ȁSFNX Ɖ J YJSIT SF HTRUJYN«§T UJQF UWNRJNWF [J_ T HFRUJ§T IF 2TQI¥[NF UJQF UWNRJNWF [J_ S§T YJ[J T HFRUJ§T JZWTUJZ JR Y±YZQT F IJKJSI® QT UTWVZJ T JXH¦SIFQT IT XZGTWST F YW®X OTLFITWJX IT ;FQJSHNJSSJX JXHTWWF«FWF IJ Q¥ T 2FWXJQMF NSIT JR XJZ QZLFW T XJLZSIT IF QNLF KWFSHJXF T 2·SFHT

Goleada de 5-0 ao Werder Bremen, na Alemanha, e Kostadinov um perigo constante para a defesa germânica

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&NSIF HTR .[NH ȁ_JWFR TX UTWYNXYFX FX IZFX UWNRJNWFX OTWSFdas do Grupo B: nas Antas os portistas bateram o Werder BreRJS UTW FTX RNSZYTX LFSMF[FR UTW HTR LTQTX IJ )TRNSLTX 7ZN /TWLJ J /TX­ (FWQTX *R 8FS 8NWT T &( 2NQFS [JSHJZ UTW J FU·X YWTUJ«¹JX ST HFRUJTSFYT 5NSYT IF Costa aproveitou vitória do FC Porto em Aveiro, na última semana de 1994, para polidamente trocar de treinador: — O senhor Ivic queria libertar-se do FC Porto. Após o jogo de Faro pediu para sair. Como perdemos, fui irredutível. Não queria que saísse naquela altura, para que não se pensasse que era consequência de uma derrota inesperada e injusta. Depois de duas vitórias consecutivas, já não poderia existir essa ideia. Saiu. Não, não foi despedido, simplesmente aceitou outro deXFȁT YWFGFQMFW SF (WT¥HNF FOZIFW T KZYJGTQ IT XJZ UF±X SF KJderação, na FIFA. *]·YNHT KTWF T IJXUJINRJSYT IJ 'TGG^ 7TGXTS IT 8UTWYNSL FSZSHNFIT UTW 8TZXF (NSYWF FYWF[­X IF FUFWJQMFLJR XTSTWF IT F[N§T VZJ T YWF_NF IJ 8FQ_GZWLT JQNRNSFIT UJQT (FXNST IF 9F«F :*+& Ɖ J 5NSYT IF (TXYF KTN GZXH¥ QT & JXYWJNF SF (MFRUNTSX SJR KTN IJ GTR FZXU±HNT UJWIJZ JR 'WZ]JQFX HTR T &SIJWQJHMY FTX GJQLFX LFSMTZ UTW SFX &SYFX Ɖ J SF VZNSYF OTWSFIF IT LWZUT ' IJZ XJ ZRF IFX RFNX KZQLZWFSYJX J]NGN«¹JX IF MNXY·WNF UTWYNXYF FT <JWIJW 'WJRJS ST <JXJW 8YFINTS HTR LTQTX IJ 7ZN +NQNUJ 0TXYFINST[ 8JHWJY¥WNT )TRNSLTX J 9NRTKYJ Ɖ J 5NSYT IF (TXYF F J]HQFRFW VZJ KTWF WJXUTXYF F VZJR XJ FYWJ[JWF F MNUTYJHFW T JXY¥INT J FY­ FX XZFX WJYWJYJX SZR WJRTVZJ F *IZFWIT (FYWTLF 2NSNXYWT IFX +NSFS«FX IJ (F[FHT 8NQ[F Empate com o AC Milan garantiu o segundo lugar do Grupo B Ɖ J F INXUZYF IT FHJXXT ¤ ȁSFQ IJ &YJSFX HTR T 'FWHJQTSF IJ (WZ^KK F ZRF R§T JR (FRU 3TZ 8NR KTN T OTLT JR VZJ 7TGXTS UZ]TZ &QT±XNT UFWF QFYJWFQ JXVZJWIT SF ¦SXNF IJ VZJ KTXXJ LTQUJ FWLZYT UFWF SJZYWFQN_FW -WNXYT 8YTNHMPT[ Ɖ J S§T KTN JXUFYNKFSIT QMJ F I­GNQ RFWHF«§T UTZHT IJUTNX IF RJNF MTWF O¥ T G¾QLFWT RFWHFWF ITNX LTQTX F ;±YTW 'F±F 7TSFQI 0TJRFS KJHMTZ F HTSYFLJR FTX Ɖ HTR UTSYFU­ F PR MTWF



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A reles provocação de Stoichkov e a resposta de Desailly: «Não respondo a estúpidos!» Antes da final frente ao AC Milan (que para lá se apurara batendo o Mónaco por 3-0), Hristo Stoichkov lançou reles provocação: — Espero ser marcado por Desailly. Contra os negros exalto-me, rendo muito mais. O lado fluorescente vinha-lhe, famoso, dos primeiros tempos de jogador — quando, aos 19 anos, disputou pelo CSKA (o clube do exército), a final da Taça da Bulgária de 1985, o desafio que acabou numa tremenda batalha campal, com os clubes a mudarem de nomes, jogadores irradiados. Tudo começara por Stoichkov ter agarrado Spasov pelo pescoço — e, na sua autobiografia, admitiu-o: — Senti que tinha sido morto. Não sei por que me castigaram tão severamente, podiam ter-me destruído para sempre… Para evitar seleção esfrangalhada no Mundial do México, o partido comunista forçou amnistia aos jogadores irradiados — e com Cruyff encantado por ele, menos de quatro anos volvidos o Barcelona contratou-o ao CSKA (para que não ultrapassasse o número legal de estrangeiros foi Aloísio para o FC Porto). Ao nascer no Gana, batizaram-no como Odenke Abbey. A mãe casou com o cônsul francês em Accra — e, não tardou, mudou-se para Nantes. O filho tinha quatro anos e adotado pelo diplomata mudou de nome para Marcel Desailly — tomando-lhe o apelido. Tinha um irmão mais velho, foram ambos para o Nantes. Em 1984, Seth Adonkor morreu num acidente — e, a Marcel, Bernard Tapie foi lá buscá-lo para o Marselha, fazendo, num ápice, com que a sua defesa passasse a ser tratada como A Guarda Negra — por Desailly ter 96

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Stoichkov, junto de Eusébio, num evento organizado pelo jornal A BOLA em 1995

a seu lado Boli e Angloma (com ele a dirigi-la, cada vez em maior enleio, como um general, calculista e cerebral). Depois da Champions ganha em Munique ao AC Milan, estoirou o escândalo Tapie que atirou com o Marselha para a II Divisão — e o AC Milan correu a contratá-lo. Fabio Capello converteu-o em médio defensivo com ainda mais encanto — e ao saber o que Stoichkov dissera a seu propósito, retorquiu-lhe, de fogacho: — Não respondo a parvoíces nem a estúpidos! Antes de Marcel Desailly entrar em campo como campeão europeu (sem que jogasse pelo campeão europeu, sabe-se porquê…) também se lhe ouviu: — O Barcelona é favorito? Ainda bem! Há um ano, habituei-me


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F LFSMFW FTX KF[TWNYTX 3T 2FWXJQMF VZJ SZSHF HMJLFWF F ZRF ȁnal europeia, não tive medo do grande AC Milan de Van Basten — como é que, um ano depois, podia ter medo do Barcelona? O que aconteceu, depois, no Estádio Olímpico de Atenas mostrou-o Santos Neves, enviado especial de A BOLA: «Foi Desailly quem, de facto, projetou o AC Milan a caminho da vitória. Grande responsável por os italianos ganharem, num ápice, a batalha do meio-campo que, sabia-se de antemão pelos habituais esquemas táticos das duas equipas, seria, decisiva. E foi». Marcel Desailly, que antes nem sequer era de marcar muitos golos, marcou um que lhe deu ainda mais imortalidade: o quarto do AC Milan, o da galopada por entre a defesa do Barcelona — e assim se tornou o primeiro futebolista a sagrar-se campeão europeu dois anos seguidos por dois clubes diferentes (depois dele Paulo Sousa e Samuel Eto´o conseguiram-no também…) E Stoichkov? A resposta deu-a, clara, Santos Neves: «Stoichkov e Romário — zeros em tudo». Ao intervalo, o AC Milan já ganhava por 2-0, com dois golos de Daniele Massaro — a demonstrar, uma vez mais, porque, sobretudo naqueles últimos tempos, os companheiros desataram a chamar-lhe: Providência. Médio de ataque, sem Marco Van Basten, Capello pô-lo a fazer de Van Basten — e Massaro (que, ao deixar o futebol se tornou piloto de ralis…) fez, fulgurante, o que outras vezes já fizera: desembrulhar, com os seus golos, jogos e destinos — e no final do jogo revelou-o: — Fizemos um jogo taticamente perfeito. O nosso treinador proLWFRTZ RJYNHZQTXFRJSYJ JXYF ȁSFQ K® QT IJ ZRF KTWRF KFGZQTXF 8· FXXNR UTIJW±FRTX QJ[FW F RJQMTW XTGWJ ZR 'FWHJQTSF VZJ [NSMF XJSIT J]YWFTWINSFWNFRJSYJ KTWYJ Ɖ J FNSIF ȁ_JRTX RFNX IT VZJ X· levar-lhe a melhor. De boca em boca, a palavra que mais corria era «humilhação» — e Johan Cruyff nem sequer a rechaçou: — O AC Milan esteve muito melhor na marcação individual e fez

HNWHZQFW F GTQF IJ ZR RTIT RZNYT RFNX TGOJYN[T IT VZJ S·X 4 R­rito tem de ir todo para eles, não nos deixaram jogar nada, garanYNSIT IJXIJ HJIT T HTSYWTQT IF GTQF T HTSYWTQT IT OTLT * FXXNR SFIF RFNX M¥ F IN_JW UFWF FQ­R IJ QMJX IFW TX UFWFG­SX UTW NXXT Desolado andava, por ali, Zubizarreta, o guarda-redes do Barcelona. Desolado e desenfronhado: — Nem sequer vou entrar em pormenores. Não seria eticamente correto da minha parte estar a dizer que o erro foi tático ou que isto aconteceu por culpa do treinador ou dos jogadores. Só vou dizer que jogámos mal e não nos adaptámos a um terreno que estava IJRFXNFIT XJHT KF_JSIT F GTQF HTWWJW RFNX IT VZJ T STWRFQ Filho de um futebolista internacional (e sobrinho de Ebbe Skovdhal, que passara, fugaz pelo Benfica, como treinador), aos 18 anos Michael Laudrup já era o melhor jogador dinamarquês — e a Juventus foi buscá-lo ao Brondby. Como só podia usar dois estrangeiros, tendo Boniek e Platini, emprestaram-no à Lazio, não esteve, por isso, na final da Taça das Taças que a Juventus ganhou ao FC Porto. Voltou a Turim para fazer de Platini — e em 1989 o Barcelona contratou-o. Romário, seu companheiro nesse Dream Team de Cruyff (a que Capello tirou o sonho) não deixaria de afirmá-lo, veemente (anos depois): — Michael Laudrup está entre os cinco melhores de sempre: com Pelé, Maradona, eu e Zidane… Talvez tenha começado assim a perder-se: Johan Cruyff não levou Michael Laudrup a jogo na final, porque podendo ter apenas três estrangeiros na ficha, juntou a Romário e a Stoichkov, Ronald Koeman — e trocando, logo depois, o Barcelona pelo Real Madrid, Platini dele diria: — Michael Laudrup podia ter sido o melhor da história, não fosse UWJKJWNW [JW TX TZYWTX F GWNQMFWƓ E já depois de ter tido como companheiros Zidane, Ronaldo e Figo, Raul garantiu: — Michael Laudrup foi o melhor jogador com quem atuei… 97



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Não houve irmão contra irmão porque Boban não deixou (e Boban já estava na história por ter feito o que fez no jogo que pode ter sido rastilho para guerra civil…) O destino tem caprichos assim: Brian Laudrup, o irmão que estava no AC Milan, também não foi a jogo no Estádio Olímpico de Atenas — porque Boban recuperara «quase por milagre» da lesão que o atormentara. Zvonimir Boban, o Zorro, tornara-se herói nacional croata a 13 de maio de 1990. Era do Dínamo de Zagreb — e do outro lado, na disputa da Taça da Jugoslávia, estava o Estrela Vermelha, símbolo do poderio militar sérvio. De repente abriu-se escaramuça em Belgrado, com a política a entrar em campo: motins nas bancadas, campo invadido, jogadores em fuga. Todos menos um, todos menos ele, o Boban. Tinha 21 anos e colocou-se à cabeça da falange croata enfrentando os polícias sérvios, agredindo um à cabeçada. Foi severamente suspenso — mas, pouco tempo depois, estalou a guerra, a Jugoslávia desfez-se, a Croácia tornou-se independente — e, em 1992, Silvio Berlusconi contratou-o para o AC Milan. Transformou-se num ápice no seu regista (e já com o dono do clube a primeiro-ministro desafiou-o a naturalizar-se italiano, que pensara num cargo importante para lhe dar no governo, Boban agradeceu, disse-lhe não...) Nessa noite de Atenas, Boban teve a seu lado quem estivera do outro lado da barricada no jogo que se diz que foi o rastilho da guerra civil na Jugoslávia: Dejan Savicevic (que já fora campeão europeu pelo Estrela Vermelha) e não perdeu oportunidade de juntar um golo, o 3-0 (aos 47 minutos) ao que era o seu futebol — e que Luís Freitas Lobo definiu como

Zvonimir Boban, mais do que futebolista, herói nacional croata

«parecendo sempre a sair de uma lâmpada de Aladino». Fabio Capello não lhe cortou asas ao deslumbre, mesmo que, nessa noite de Atenas, outro tivesse sido o seu objetivo principal, o que o levou a dar a Cruyff «banho tático»: não deixar o Dream Team ser Dream nem ser Team: — Fizemos um jogo extraordinário. A minha equipa teve grande determinação e ainda mais inteligência. 99


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RONDA PRÉVIA

PRIMEIRA ELIMINATÓRIA

HJK Helsinki )LQOkQGLD ² )& 1RUPD 7DOOLQQ (VWyQLD

Galatasaray (Turquia) – Cork City (Irlanda)

1 – 1 // 1 – 0

2 – 1 // 1 – 0

Ekranas Panavezys (Lituânia) – Floriana (Malta)

Werder Bremen (Ale.) – Dinamo Minsk (Bielorrússia)

0 – 1 // 0 – 1

5 – 2 // 1 – 1

B68 Toftir (Ilhas Faroe) – Croatia Zagreb (Croácia)

Dinamo Kiev (Ucrânia) – Barcelona (Espanha)

0 – 5 // 0 – 6

3 – 1 // 1 – 4

Skonto Riga (Letónia) – Olimpija Ljubljana (Eslovénia)

Mónaco (França) – AEK (Grécia)

0 – 1 // 1 – 0 (11-10 nos penáltis)

1 – 0 // 1 – 1

Cwmbran Town (Gales) – Cork City FC (Irlanda)

Kispest-Honvéd (Hungria) – Man.United (Inglaterra)

3 – 2 // 1 – 2

2 – 3 // 1 – 2

Dinamo Tbilisi *HyUJLD ² /LQÀHOG ,UODQGD GR 1RUWH

2 – 1 // 1 – 1 Avenir Beggen (Luxemburgo) – Rosenborg 1RUXHJD

0 – 2 // 0 – 1 Partizani Tiranë (Albânia) – ÍA Akranes (Islândia)

0 – 0 // 0 – 3 2PRQLD 1LFRVLD &KLSUH ² Aarau (Suíça)

2 – 1 // 0 – 2 =LPEUX &KLüLQąX 0ROGiYLD ² Beitar Jerusalém (Israel)

1 – 1 // 0 – 2

Glasgow Rangers (Escócia) – 1J[XPN 8TȁF (Bulgária)

3 – 2 // 1 – 2 AIK Solna (Suécia) – Sparta Praga (Checoslováquia)

1 – 0 // 0 – 2 /LQÀHOG ,UODQGD GR 1RUWH ² FC København (Dinamarca)

3 – 0 // 0 – 4 (após prolongamento) HJK Helsinki (Finlândia) – Anderlecht (Bélgica)

0 – 3 // 0 – 3 ÍA Akranes (Islândia) – Feyenoord (Holanda)

1 – 0 // 0 – 3 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia) – Croatia Zagreb (Croácia)

FASE DE GRUPOS 1ª jornada Grupo A Mónaco (França) – Spartak Moscovo (Rússia) Galatasaray (Turquia) – Barcelona (Espanha) Grupo B Anderlecht (Bélgica) – AC Milan (Itália) FC Porto (Portugal) – SV Werder Bremen (Alemanha)

4-1 0-0 0-0 3-2

2ª jornada Grupo A Barcelona (Espanha) – Mónaco (França) Spartak Moscovo (Rússia) – Galatasaray (Turquia) Grupo B AC Milan (Itália) – FC Porto (Portugal) Werder Bremen (Alemanha) – Anderlecht (Bélgica)

2-0 0-0 3-0 5-3

3ª jornada Grupo A Mónaco (França) – Galatasaray (Turquia) Spartak Moscovo (Rússia) – Barcelona (Espanha) Grupo B AC Milan (Itália) – Werder Bremen (Alemanha) Anderlecht (Bélgica) – FC Porto (Portugal)

3-0 2-2 2-1 1-0

1 – 2 // 3 – 2 5RVHQERUJ 1RUXHJD ² Austria Viena (Áustria)

3 – 1 // 1 – 4 FC Porto (Portugal) – Floriana FC (Malta)

2 – 0 // 0 – 0 Skonto Riga (Letónia) – Spartak Moscovo (Rússia)

0 – 5 // 0 – 4 Aarau (Suíça) – AC Milan (Itália)

0 – 1 // 0 – 0 1JHM 5T_SFĈ (Polónia) – Beitar Jerusalém (Israel)

3 – 0 // 4 – 2

OITAVOS DE FINAL FC Porto (Portugal) – Feyenoord (Holanda)

1 – 0 // 0 – 0 Mónaco )UDQoD ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD

4 – 1 // 0 – 1 /HYVNL 6RÀD %XOJiULD ² Werder Bremen (Alemanha)

2 – 2 // 0 – 1 FC København (Dinamarca) – AC Milan (Itália)

0 – 6 // 0 – 1 Sparta Praga (Checoslováquia) – Anderlecht (Bélgica)

0 – 1 // 2 – 4 Manchester United (Inglaterra) – Galatasaray (Turquia)

3 – 3 // 0 – 0 /HFK 3R]QDĸ 3ROyQLD ² Spartak Moscovo (Rússia)

1 – 5 // 1 – 2 Barcelona (Espanha) – Austria Viena (Áustria)

3 – 0 // 2 – 1

4ª jornada Grupo A Galatasaray (Turquia) – Mónaco (França) Barcelona (Espanha) – Spartak Moscovo (Rússia) Grupo B Werder Bremen (Alemanha) – AC Milan (Itália) FC Porto (Portugal) – Anderlecht (Bélgica)

0-2 5-1 1-1 2-0

5ª jornada Grupo A Spartak Moscovo (Rússia) – Mónaco (França) Barcelona (Espanha) – Galatasaray (Turquia) Grupo B AC Milan (Itália) – Anderlecht (Bélgica) Werder Bremen (Alemanha) – FC Porto (Portugal)

0-0 3-0 0-0 0-5

6ª jornada Grupo A Mónaco (França) – Barcelona (Espanha) Galatasaray (Turquia) – Spartak Moscovo (Rússia) Grupo B FC Porto (Portugal) – AC Milan (Itália) Anderlecht (Bélgica) – Werder Bremen (Alemanha)

0-1 1-2 0-0 1-2


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FINAL

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Barcelona (Espanha) 2º Mónaco (França) 3º Spartak Moscovo (Rússia) 4º Galatasaray (Turquia) Grupo B 1º AC Milan (Itália) 2º FC Porto (Portugal) 3º Werder Bremen (Alemanha) 4º Anderlecht (Bélgica)

10 pts 7 pts 5 pts 2 pts

8 pts 7 pts 5 pts 4 pts

Liga dos Campeões de 1993/94

4

AC Milan

0

Barcelona Final 18 de maio de 1994

Estádio Olímpico, Atenas Árbitro: Philip Don (Inglaterra) AC MILAN: Sebastiano Rossi; Christian Panucci, Mauro Tassotti (cap.), Filippo Galli, Paolo Maldini (Stefano Nava 84); Zvonimir Boban, Marcel Desailly, Demetrio Albertini, Roberto Donadoni; Dejan Savicevic, Daniel Massaro. Cartão amarelo: Tassoti (27); Massaro (45); Albertini (53), Panucci (88) Treinador: Fabio Capello

BARCELONA: Andoni Zubizarreta; Alberto Ferrer, Ronald Koeman, Miguel Ángel Nadal, Sergi Barjuán (Quique Estebaranz, 73); Pep Guardiola; Aitor Beguiristáin (Eusebio Sacristán, 51), Guillermo Amor, Bakero (cap.); Romário de Souza, Hristo Stoichkov. Cartão amarelo: Bakero (48), Nadal (54), Sergi (56). Treinador: Johan Cruyff

Marcadores: 1-0: Daniel Massaro (22). 2-0: Daniel Massaro (45). 3-0: Dejan Savicevic (47). 4-0: Marcel Desailly (58).

MELHORES MARCADORES Wynton Rufer (Werder Bremen) 8 golos Ronald Koeman (Barcelona) 8 golos Luc Nilis (Anderlecht) 7 golos Hristo Stoichkov (Barcelona) 7 golos Bernd Hobsch ( Werder Bremen) Valery Karpin (Spartak Moscovo) 5 golos



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Capítulo XLI 1994/95

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Ajax começou a ganhar a Champions quando Van Gaal se irritou ao ver alguns dos seus jogadores à porta do balneário do AC Milan para pedirem autógrafos À edição 40, novo retoque no molde do que não deixara de ser o que já era a competição: a Champions. Ronda prévia houve apenas para campeões dos países de menores rankings, de forma a compor a fase de quatro grupos de onde sairiam os FUZWFITX UFWF TX VZFWYTX IJ ȁSFQ

&WYZW /TWLJ JR ST UWNRJNWT OTLT ¤ KWJSYJ IT 'JSȁHF FU·X HNWZWLNF F VZJ KTN XZGRJYNIT

Com Manuel Damásio no lugar de Jorge de Brito, foi Artur Jorge para o lugar de Toni, recebendo no plantel Preud d´Homme e Caniggia, Dimas e Paulo Bento, Edilson e Stanic, Nelo e Tavares (tendo, porém, perdido Rui Costa para a Fiorentina, mas ganho 1,2 milhões de contos do seu passe — quando, em Portugal, a Ford vendia o seu último modelo Escort a 2700 contos). A estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões foi com o Hajduk Split. Na véspera da partida para a Croácia, Artur Jorge teve de ser internado de urgência — para fazer operação à caGJ«F 4 'JSȁHF JRUFYTZ F _JWT (TSYNSZFSIT ?TWFS +NQNUT[NH no banco, venceu o Anderlecht por 3-1. Após um mês de inati[NIFIJ WJYTWSTZ &WYZW /TWLJ ¤ QN«F Ɖ J TX GJSȁVZNXYFX LFSMFram por 2-1 ao Steaua. A empate em Bucareste (1-1) seguiu-se vitória frente ao Hajduk e com novo empate em Bruxelas se FGWNWFR FX UTWYFX ITX VZFWYTX IJ ȁSFQ JR UWNRJNWT QZLFW SF HQFXXNȁHF«§T IT ,WZUT ( &I[JWX¥WNT XJLZNSYJ IT 'JSȁHF KTN T &( 2NQFS VZJ SF KFXJ anterior se apurara em sufoco, na última jornada em Salzbur-

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dini, do Savicevic, do Boban, sei lá quem… — para lhes pedirem autógrafos. Disse-lhes: isto é incompreensível, quando se tem 13 ou 14 anos, sim, pode ir-se pedir autógrafos a craques, mas quem joga na primeira equipa do Ajax, não pode. Balancei a cabeça, perceberam como achara aquilo ridículo — e, no jogo, eles foram estupendos, venceram por 2-0, mostrando que o grande Ajax estava de volta para o que desse e viesse… ITQT JR KTLFHMT ST &OF] JWF /FWN 1NYRFSJS +TWF IF +NSQ¦SINF UFWF F -TQFSIF YNSMF KZYJGTQ SF RFXXF IT XFSLZJ Ɖ 4QF[N 1NYRFSJS T UFN KTWF R­INT IJ XZHJXXT IT 7JNUFX 1FMYN J IF XZF XJQJ«§T J 1NNXF F R§J YFRG­R RFWHFWF F MNXY·WNF IT 7JNUFX HTRT IJKJXF HJSYWFQ Ɖ J FU·X JXXF [NY·WNF UTW XTGWJ T &( 2NQFS 1NYRFSJS FYNWTZ T FQ[NYWJ JR HQFRTW — Quem ganha, como nós já ganhámos, a este AC Milan, pode ganhar a qualquer equipa do Mundo.

'JSȁHF &( 2NQFS JR RFW«T IJ /T§T 5NSYT J 'FWJXN SZRF UFWYNIF VZJ FHFGFWNF XJR LTQTX

go, graças a golo providencial de Massaro ante o Casino). Dois golos de Simone deram em derrota em San Siro — e com 0-0 na Luz se deu o adeus à Europa de António Veloso (ao cabo de OTLTX WJHTWINXYF IJ UWJXJS«FX HTR F HFRNXTQF IT 'JSȁHF &T FYNSLNW F ȁSFQ IT 5WFYJW JSYWJYFSYT IJSTRNSFIT *WSXY -FUUJQ 8YFINTS FU·X JQNRNSFW T 58, JXXJ &( 2NQFS O¥ XJR ,ZQQNY J 7NOPFFWI J HTR ;FS 'FXYJS QJXNTSFIT ST JXYFQJNWT [TQYTZ F YJW HTRT FI[JWX¥WNT T &OF] Ɖ VZJ SF KFXJ IJ LWZUTX QMJ LFSMFWF TX ITNX OTLTX UTW QJ[FSIT F VZJ 1TZNX ;FS ,FFQ T HTSYFXXJ — Em Amesterdão, na primeira jornada, tive de me irritar com alguns dos meus jogadores, aqueles que se puseram à porta do balneário do AC Milan à espera do Van Basten, do Baresi, do Mal-

.XXT KTN UTW RJFITX IJ XJYJRGWT IJ UTW ȁSFNX IJ RFNT IJ Ɖ T JXYFIT IJ K­ FNSIF RFNX XJ JXUNHF«FWF UTW FVZNQT VZJ T &OF] KTWF KF_JSIT YFRG­R FYWF[­X ITX oUWTI±LNTX IF FHFIJRNF VZJ 1TZNX ;FS ,FFQ KTWF QFS«FSIT ¤ JYJWSNIFIJ T (QFWJSHJ 8JJITWK UTW J]JRUQT *R T 8ZWNSFRJ YTWSTZ XJ NSIJUJSIJSYJ IF -TQFSIF Ɖ J KTN Q¥ JR 5FWFRFWNGT VZJ JQJ SFXHJZ RJXJX IJUTNX & HFRNSMT ITX YW®X FSTX F KFR±QNF 8JJITWK RZITZ XJ UFWF &QRJWJ /TMFSS T UFN KTWF OTLFITW IJ KZYJGTQ Ɖ J JXYFSIT (QFWJSHJ F HFRNSMT ITX TNYT FSTX FL®SHNF IJ HFUYF«§T IJ YFQJSYTX YWFYTZ IJ T QJ[FW IT 7JFQ &QRJWJ UFWF T &OF] OZSYFSIT T F +WFSP J 7TSFQI IJ 'TJW *ILFW )F[NIX 5FYWNHP 0QZN[JWYƓ &NSIF OZ[JSNQ 1TZNX ;FS ,FFQ HMFRTZ 8JJITWK ¤ UWNRJNWF JVZNUF IT &OF] +TN JR ST[JRGWT IJ [JSHJWF F UWNRJNWF R§T JR ,ZNRFW§JX UTW 3F XJLZSIF JR &RJXYJWI§T 3x)NSLF JRUFYFWF T OTLT &QȂJS KJ_ Ɖ J QTLT IJUTNX FX bancadas agitaram-se em aplausos ao verem o rapaz de pele JXHZWF J HFGJQT ¤ JXHT[NSMF JSYWFW JR OTLT FTX FSTX J INFX YTWSFSIT XJ T RFNX OT[JR IT &OF] SFX HTRUJYN«¹JX IF :*+& 105


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Por que antes do golpe de karaté, para Van Gaal o resultado não interessava (e ele não queria o Romário…) O acesso ao Prater dera-se para o Ajax em mais um indício de fulgor, batendo o Bayern por 5-2 (depois de empate a zero em Munique) — e, na véspera da partida frente ao AC Milan, Clarence Seedorf foi o porta-voz da tal esperança, dessa esperança que já era mais do que a esperança posta em turbilhão por Litmanen (após os 2-0 de Amesterdão da peripécia dos autógrafos que irritara Van Gaal): Ɖ ;NJRTX ¤ ȁSFQ IF (MFRUNTSX UFWF LFSM¥ QF * UFWF LFSMFW IJ ST[T FT &( 2NQFS STX RNSZYTX XJR UWJHNXFWRTX IJ UWTQTS LFRJSYT TZ UJS¥QYNX 3§T S§T VZJWT Q¥ JXYFW RFNX IT VZJ MTWF J RJNFƓ

HMJLFR * UFWF [TX IFW ZR J]JRUQT UFWF VZJ S§T [TX ȁVZJR I¾[N IFX INLT [TX VZJ JZ SZSHF HTSYWFYFWNF T 7TR¥WNT UFWF T &OF] VZJ ­ HFUF_ IJ XJW T RJQMTW OTLFITW IT 2ZSITƓ O que aconteceu no Prater, nesse Ajax-AC Milan, sintetizou-o assim Vítor Serpa na sua crónica em A BOLA: «O medo colheu o espírito de iniciativa e a criatividade. A tempo, porém, a irreverência de uma equipa jovem, menos sabida, mas claramente mais audaz, concedeu-lhe a liberdade para conquistar a glória». Com a primeira parte (em que o AC Milan estivera melhor) a correr para o fim, viu-se Van Gaal em imagem marcante: o exuberante golpe de karaté que esboçou, à sombra do banco, protestando entrada em pé alto de Desailly quase à cabeça de Litmanen, ouvindo-se o berro a soltar-se-lhe do gesto, acrobático: Ɖ &XXNR$ 0FWFY­ ST KZYJGTQ$

A seu lado, na conferência de imprensa, Louis Van Gaal atirou, filosófico, água para a fervura (ou talvez não) — revelando-se o treinador que era e queria ser: «aprendiz de Rinus Michels» (fora isso que dissera de si) no espírito do seu jogo, a aspirar à beleza, como Cruyff igualmente gostava: Ɖ 5TW [J_JX ST KZYJGTQ LFSMFW S§T ­ YZIT M¥ HTNXFX RFNX NR UTWYFSYJ 3§T S§T RJ JSYJSIFR RFQ SNSLZ­R ­ RFNX FRGNHNTXT VZJ T YWJNSFITW IT &OF] TX OTLFITWJX IT &OF] 3FX STXXFX HFGJ«FX F UFQF[WF VZJ HTSYF ­ [NY·WNF Ɖ T VZJ JZ VZJWT IN_JW ­ VZJ SJXYJ &OF] S§T XTRTX HFUF_JX FUJSFX IJ OTLFW UFWF T WJXZQYFIT 8JWJ RTX ȁ­NX FTX STXXTX UWNSH±UNTX XJ KTWRTX HFRUJ¹JX FX STXXFX HTSHJ«¹JX XJW§T WJHTRUJSXFIFX J YFQ[J_ NXXT FOZIJ TZYWFX UJX XTFX F UJSXFW HTRT S·X VZJ T KZYJGTQ IJ FYFVZJ ­ F ¾SNHF XTQZ«§T UFWF T KZYZWT 3§T M¥ ST &OF] ZR OTLFITW VZJ S§T UJSXJ FXXNR UTWVZJ JXXF ­ F ȁQTXTȁF &OF] X· F Y­HSNHF J F INXHNUQNSF Y¥YNHF S§T 106

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Van Gaal partilha ideias sobre o tema futebol com Rui Águas e Carlos Alhinho


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No balneário, Rijkaard disse aos «miúdos» que não seria capaz de perdoar-lhes (e também foi assim que o Ajax começou a ganhar) O piparote no jogo e no destino deu-o Louis Van Gaal, algures pelo minuto 52, na substituição de Seedorf por Kwankwo Kanu. (Kanu fora, em 1993, do Iwuanyanwu Nationale para o Ajax após o brilharete da Nigéria no Mundial sub-17 — e no primeiro contrato que assinou em Amesterdão ficou a receber o equivalente a 207 euros por mês. Campeão Olímpico em Atlanta, venderam-no ao Inter por 4,7 milhões — e, ao detetarem-lhe problema no coração, esteve condenado para o futebol, sofisticada operação à aorta permitiu-lhe o regresso ao futuro). Com Kanu em campo, empertigou-se o Ajax — ele fora a pedrada no charco de Louis Van Gaal, mas, antes, sinal de agitação já se dera no balneário, ao intervalo, quando Frank Rijkaard, o capitão que não o era na braçadeira (essa estava em Danny Blind) atirou o brado diretamente ao coração dos companheiros: — Miúdos, não vos perdoarei jamais se não começarem a jogar o que nós temos jogado ao longo destes meses todos. Percebem? Não, não vos perdoarei nunca mais se deixarem fugir este título. Portanto, vamos lá para dentro e vamos jogar o que nós jogamos, certo?! Tal como Clarence Seedorf, Patrick Kluivert também era filho de jogador de futebol que fora do Suriname para a Holanda (a mãe era do Curaçao) — e com Litmanen desgastado por uma gripe, foi para o seu lugar ao minuto 68. Dele foi o golo que valeu a Liga dos Campeões ao Ajax, aos 85 minutos — isolado em lance primoroso por Rijkaard (que, assim, voltou a ser o que já fora no AC Milan: campeão da Europa).

2ZNYT FSYJX IF ȁSFQ IJ 7NOPFFWI FNSIF UFXXTZ UJQT 8UTWYNSLƓ XJR ST JSYFSYT UTW Q¥ YJW OTLFIT

Kluivert festejou-o sem conseguir travar duas lágrimas de júbilo: — Naquele instante, nem consegui respirar! Depois, senti-me como se estivesse a voar. É, para já, o golo mais importante da minha vida, espero, claro, que não seja para sempre assim… 107



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Os óculos de Davis não eram estilo ou superstição (e foi a primeira vez que dois gémeos ganharam a Champions) Em caramunha saiu Fabio Capello da sua terceira final consecutiva (para a alcançar desembaraçara-se do PSG em duas vitórias que se soltaram sobretudo do génio de Savicevic em San Siro, lesionando-se, depois): — Sentimos a falta do Savicevic, que poderia ter trazido mais agressividade ao nosso ataque. Não é vergonha nenhuma perder com o Ajax, com este Ajax, mas de facto o AC Milan não teve sorte. A Silvio Berlusconni ouviram-se as mesmas queixas, sem que dele fugisse o elogio num murmúrio: — Não, não estou desanimado, os rapazes honraram a nossa história e… o Ajax joga muito bonito, mas nós podíamos ter acabo com o jogo na primeira parte… Foi a primeira vez que a Champions teve dois gémeos a ganhá-la: Frank e Ronald de Boer — e que um jogador a ganhou de óculos, o Edgar Davids. Julgava-se que era questão de estilo (ou superstição) e não: quando já era um dos prodígios da nova geração de ouro do Ajax, descobriram-lhe um glaucoma — e o oftalmologista que o tratou achou que só tinha duas alternativas: ou largar o futebol de vez ou jogar com óculos especiais. Tal como Seedorf nascera em Paramaribo, no Suriname (quando, ainda antes da independência, se chamava Guiana Holandesa), e tal como Seedorf fora pequenino para a Holanda. Por Viena, Louis Van Gaal ainda apareceu, insólito, a comemorar o título, simulando passos de balé. Na festa do hotel, também se viu Van der Sar a dar concerto de bateria — e com a equipa a regressar a Amesterdão a mãe de Patrick Kluivert recebeu-o nas escadas do avião, feliz com lágrimas grossas, correndo. De lá seguiu a equipa para a praça Museuplein inundada pelo frenesim de mais de 80 mil adeptos do Ajax — e, ao subir ao palco, Van Gaal repetiu o gesto de karateca do Prater…

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PRÉ-ELIMINATÓRIA

FASE DE GRUPOS

Avenir Beggen (Luxemburgo) – Galatasaray (Turquia)

1ª jornada

1 – 5 // 0 – 4

Sparta Praga (Rep. Checa) – IFK Göteborg (Suécia)

1 – 0 // 0 – 2

Paris Saint-Germain (Fr.) – Vác FC-Samsung (Hungria)

3 – 0 // 2 – 1

Silkeborg IF (Dinamarca) – Dinamo Kiev (Ucrânia)

0 – 0 // 1 – 3

Legia Warszawa (Polónia) – Hajduk Split (Croácia)

0 – 1 // 0 – 4

8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia) – Servette (Suíça)

4 – 1 // 1 – 1

AEK (Grécia) – Glasgow Rangers (Escócia)

2 – 0 // 1 – 0

Maccabi Haifa FC (Israel) – Casino Salzburg (Áustria):

1 – 2 // 1 – 3

4ª jornada

Grupo A Barcelona (Espanha) – Galatasaray (Turquia) Man. United (Inglaterra) – IFK Göteborg (Suécia) Grupo B Dinamo Kiev (Ucrânia) – Spartak Moscovo (Rússia) Paris Saint-Germain (Fr.) – Bayern München (Ale.) Grupo C $QGHUOHFKW %pOJLFD ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD +DMGXN 6SOLW &URiFLD ² %HQÀFD 3RUWXJDO Grupo D Ajax (Holanda) – AC Milan (Itália) Casino Salzburg (Áustria) – AEK (Grécia)

2-1 4-2 3-2 2-0 2-0 0-0

Grupo A Galatasaray (Turquia) – IFK Göteborg (Suécia) Barcelona (Espanha) – Man. United FC (Inglaterra) Grupo B Paris Saint-Germain (Fr.) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Bayern (Alemanha) – Spartak Moscovo (Rússia) Grupo C 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD ² %HQÀFD 3RUWXJDO Anderlecht (Bélgica) – Hajduk Split (Croácia) Grupo D AC Milan (Itália) – AEK (Grécia) Ajax (Holanda) – Casino Salzburg (Áustria)

0-1 4-0 1-0 2-2 0-0 2-1 1-1

5ª jornada

2ª jornada

Grupo A Galatasaray (Turquia) – Man. United (Inglaterra) 0-0 IFK Göteborg (Suécia) – Barcelona (Espanha) 2-1 Grupo B Bayern (Alemanha) – Dinamo Kiev (Ucrânia) 1-0 Spartak Moscovo (Rús.) – Paris Saint-Germain (Fr.) 1-2 Grupo C %HQÀFD 3RUWXJDO ² $QGHUOHFKW %pOJLFD 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD ² +DMGXN 6SOLW &URiFLD Grupo D AEK (Grécia) – Ajax (Holanda) 1-2 AC Milan (Itália) – Casino Salzburg (Áustria) 3-0

Grupo A Galatasaray (Turquia) – Barcelona (Espanha) IFK Göteborg (Suécia) – Man. United (Inglaterra) Grupo B Spartak Moscovo (Rússia) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Bayern Munique (Ale.) – Paris Saint-Germain (Fr.) Grupo C 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD ² $QGHUOHFKW %pOJLFD %HQÀFD 3RUWXJDO ² +DMGXN 6SOLW &URiFLD Grupo D AC Milan (Itália) – Ajax (Holanda) AEK (Grécia) – Casino Salzburg (Áustria)

3ª jornada

6ª jornada

Grupo A IFK Göteborg (Suécia) – Galatasaray (Turquia) Man. United (Inglaterra) – Barcelona (Espanha) Grupo B Dinamo Kiev (Ucr.) – Paris Saint-Germain (Fr.) Spartak Moscovo (Rús.) – Bayern München (Ale.) Grupo C %HQÀFD 3RUWXJDO ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD Hajduk Split (Croácia) – RSC Anderlecht (Bélgica) Grupo D AEK (Grécia) – AC Milan (Itália) Casino Salzburg (Áustria) – Ajax (Holanda)

1-0 2-2 1-2 1-1 2-1 0-0 0-0

2-1 3-1 1-0 0-1 0-2 1-3

Grupo A Man. United (Inglaterra) – Galatasaray (Turquia) 4-0 Barcelona (Espanha) – IFK Göteborg (Suécia) 1-1 Grupo B Dinamo Kiev (Ucrânia) – Bayern (Alemanha) 1-4 Paris Saint-Germain (Fr.) – Spartak Moscovo (Rús.) 4-1 Grupo C $QGHUOHFKW %pOJLFD ² %HQÀFD 3RUWXJDO +DMGXN 6SOLW &URiFLD ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD Grupo D Ajax (Holanda) – AEK (Grécia) 2-0 Casino Salzburg (Áustria) – AC Milan (Itália) 0-1

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º IFK Göteborg (Suécia) 2º Barcelona (Espanha) 3º Manchester United (Inglaterra) 4º Galatasaray (Turquia)

9 pts 6 pts 6 pts 3 pts

Grupo B 1º Paris Saint-Germain (França) 2º Bayern (Alemanha) 3º Spartak Moscovo (Rússia) 4º Dinamo Kiev (Ucrânia)

12 pontos 6 pontos 4 pontos 2 pontos

Grupo C ~ 'JSȁHF 5TWYZLFQ 2º Hajduk Split (Croácia) 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQtD 4º Anderlecht (Bélgica) Grupo D 1º Ajax (Holanda) 2º AC Milan (Italia) &DVLQR 6DO]EXUJ ÉXVWULD 4º AEK (Grécia)

UYX 6 pts SWV 4 pts

10 pts 5 pts SWV 2 pts


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QUARTOS DE FINAL

MEIAS FINAIS

Barcelona (Espanha) – Paris Saint-Germain (França)

Bayern (Alemanha) – Ajax (Holanda)

1 – 1 // 1 – 2

0 – 0 // 2 – 5

Bayern (Alemanha) – IFK Göteborg (Suécia)

Paris Saint-Germain FC (França) – AC Milan (Itália)

0 – 0 // 2 – 2

0 – 1 // 0 – 2

Hajduk Split (Croácia) – Ajax (Holanda)

0 – 0 // 0 – 3

FINAL Liga dos Campeões 1994/95

1

Ajax

0

AC Milan

AC Milan ,WiOLD ² %HQÀFD 3RUWXJDO

Final 24 de maio de 1995

2 – 0 // 0 – 0

Ernst-Happel-Stadion, Viena Árbitro: .TS (WÇHNZSJXHZ 7TR­SNF AJAX: Edwin van der Sar; Michael Reiziger, Danny Blind (cap.), Frank Rijkaard, Frank de Boer; Clarence Seedorf (Nwankwo Kanu, 54), George Finidi, Edgar Davids, Ronald de Boer; Jari Litmanen (Patrick Kluivert, 69), Marc Overmars. Cartão amarelo: Overmars (32), Blind (44) Treinador: Louis van Gaal

AC MILAN: Sebastiano Rossi; Christian Panucci, Alessandro Costacurta, Franco Baresi (cap.), Paolo Maldini; Roberto Donadoni, Demetrio Albertini, Marcel Desailly, Zvonimir Boban (Gianluigi Lentini, 86), Daniele Massaro (Stefano Eranio, 90), Marco Simone. Treinador: Fabio Capello.

Marcadores: 1-0: Patrick Kluivert (85).

MELHORES MARCADORES George Weah (Paris Saint-Germain) 7 golos Jari Litmanen (Ajax) 6 golos Magnus Erlingmark (IFK Göteborg) 4 golos Marco Simone (AC Milan) 4 golos José Mari Bakero (Barcelona) Romário (Barcelona) Hristo Stoichkov (Barcelona) &ODXGLR &DQLJJLD %HQÀFD

Viktor Leonenko (Dinamo Kiev) 3 golos



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Capítulo XLII 1995/96

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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Paulo Sousa não teve o encanto que Pavarotti (e não só…) já vira nele e Peruzzi foi aos penáltis i K Sob comando de Bobby Robson, frouxa foi a participação do FC Porto na Liga dos Campeões de 1995/96 — fechando a fase de grupos em terceiro lugar, atrás do Panathinaikos (que venceu nas &SYFX LWF«FX F LTQT IJ 2FWPTX J IT 3FSYJX 5NTW X· ȁHFWFR TX dinamarqueses do Aalborg (contra quem os portistas conseguiram a única vitória da campanha — e que lá chegaram por portas travessas…) Nesse grupo A, quem primeiro foi a jogo foi o Dínamo de Kiev. Após bater o Panathinaikos por 1-0, estoirou escândalo: a UEFA culpou o campeão ucraniano de tentativa de suborno ao árbitro IT IJXFȁT HTR TX LWJLTX T JXUFSMTQ 1·UJ_ 3NJYT Ɖ XJSIT JQJ próprio a denunciar terem-lhe deixado (e aos seus assistentes) 30 000 dólares e vários casacos de peles. Com o Dínamo suspenso por três anos (que acabou por ser um só) das competições eu-

Única vitória portista, na campanha de 1995/96 da Champions, ocorreu nas Antas aquando da receção ao Aalborg

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CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

ropeias (e os seus dirigentes irradiados) foi o Aalborg para o seu lugar. 5FWF F ȁSFQ IF (MFRUNTSX JR 7TRF [TQYTZ F FUZWFW XJ T &OF] (que ao longo de dois anos sofrera uma derrota apenas, com o PaSFYMNSFNPTX SFX RJNFX ȁSFNX YJSIT HTRT FI[JWX¥WNT F /Z[JSYZX 3F [­XUJWF &QJXXFSIWT IJQ 5NJWT FȁWRTZ SZR YTVZJ XZGYNQ TZ YFQ[J_ S§T IJ UWT[THF«§T — Se a Juve jogasse como o Ajax, os tiffosi não paravam de nos assobiar… * F UZ]FW UJQF UTQNIJ_ 1TZNX ;FS ,FFQ WJYTWVZNZ QMJ — Que querem que vos diga? Não percebo o alcance das palavras do Del Piero e, sinceramente, tenho dúvidas que possa ter dito tal coisa. 2FWHJQT 1NUUN T YWJNSFITW IF /Z[JSYZX YFRG­R QFWLTZ FVZNQT que se achou ser remoque (mais ou menos suave): — Sim, o Ajax é campeão da Europa, são exímios a impor o seu jogo, mas quando têm de contrariar a toada dos adversários, senYJR XJ JR INȁHZQIFIJX J ­ NXXT VZJ JZ FHMT VZJ [FN FHTSYJHJWƓ ;FS ,FFQ YFRG­R QMJ IJZ YWTHT IJ UFQF[WFX JRGWZQMFIFX JR QZ[F branca: — O senhor Lippi deve ter-se esquecido que em dois anos de Champions, o Ajax só perdeu uma vez. Não vou dizer mais porque colegas a falarem de colegas é coisa que não aprecio. Com Patrick Kluivert e Frank de Boer em dúvida (Kluivert andava a recuperar de operação ao menisco e de Boer avisara que recusaWNF VZJ T NSȁQYWFXXJR UFWF OTLFW UTW YJW T *ZWT ¤ UTWYF J S§T T VZJWJW UJWIJW ;FS ,FFQ IJXIWFRFYN_TZ T HJS¥WNT — Há quem estranhe que eu me queixe pouco das lesões que nos apoquentam, mas sou assim. Em fevereiro cheguei a ter oito jogadores incapazes de jogar e não deixámos de continuar a vencer. Tomo esta atitude para proteger os que jogam e para não fazer ninguém sentir-se segunda escolha que é coisa que não há na minha equipa.



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0 + K # 5 Ñb - ³ " ± K # A Juventus atacava Roma com época magra e sem brilho — e Paulo Sousa não levava apenas problemas físicos, já se percebera que, por vezes, Lippi preferia Di Livio a fazer-lhe o lugar naquele seu «estilo miudinho» e menos cerebral — mas, ao Paulo, isso não lhe tirava a fé ou a ideia de poder estar ali para agarrar pedaço de imortalidade… Sousa nascera em Jugueiros, à beira de Viseu, o pai era mecânico de bicicletas e motorizadas — e disse-o uma vez: — Se não tivesse sido futebolista, talvez fosse professor do secundário. Cedo se percebeu jeito que tinha para o futebol (jogado com a cabeça nos pés — como ele, achava, que a Juve teria XJ OTLFW HTR T &OF] FȁSFQƓ HTRUQNHFITX KTWFR TX XJZX UWNmeiros tempos de jogador no Repesenses por causa da avó. A senhora, muito devota a Deus, achava que à hora dos jogos o neto devia era estar na missa — e fazia tudo para evitar que ele fosse «para essa maluquice da bola!». Por vezes, para a ȁSYFW XFQYF[F UJQF OFSJQF FINFSYJ IF HFXF YNSMF F HFWWNSMF IT clube para o apanhar. Paulo Sousa era sportinguista, seus ídolos eram o Jordão e o Manuel Fernandes, mas também Fernando Gomes e Nené — e ao passar dos infantis para os iniciados foi já sem surpresa VZJ 8UTWYNSL J 'JSȁHF T YJSYFWFR 4 JRNXX¥WNT GJSȁVZNXYF chegou primeiro a Jugueiros, o pai, apesar de sportinguista 116

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

5FZQT 8TZXF HTR F HFRNXTQF IT 'JSȁHF SF ­UTHF

fanático, achou boa a proposta, deu-lhe a sua palavra — e quando o outro, o sportinguista, lá foi, lamentou, que o que estava feito, feito estava: — Tinha assinado o contrato no capô de um automóvel. A caminho dos 16 anos, Paulo Sousa foi, assim, viver só, para Lisboa. Houve momentos em que as saudades apertaWFR RFNX Ɖ J ¤ HFGJ«F XFQYNYTZ QMJ KZLNW IJ TSIJ T 'JSȁHF T hospedara: — Fez as malas mais do que uma vez, quem sempre o impediu


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de partir foi o senhor Vasco Maia (recordou Arnaldo Cunha, seu treinador nos juniores). Chegou como ponta de lança, mas depressa lhe perceberam, mais fulgurante, outro talento: — Era um médio defensivo já com um notável sentido de modernidade, criava situações de lançamento com muita facilidade, era um excelente distribuidor, percebia de forma perfeita a lógica dos avançados. No seu primeiro ano de sénior, a ideia foi emprestá-lo ao Lusitano de Vila Real de Santo António. Não o quiseram — que era novo de mais, preferiam jogador mais maduro. Essa foi a razão por que foi, quase como contrapeso, para a Suécia, fazer o estágio de pré-época — e bastou uma semana para Eriksson decidir colocá-lo no plantel e, um ano volvido, já era uma das suas pedras-chave.

RNQ HTSYTX 5FZQT ȁHTZ F LFSMFW RNQ UTW FST &T TZ[NW F notícia do acordo, Luciano Pavarotti encantou-se: — Quem constrói uma orquestra não pode começar pelo primeiro violino ou pelo trombone, deve começar pelo maestro. É o que ele é... Depressa se escreveu na Gazzetta dello Sport: «O meio HFRUT IF /Z[J YJR ȁSFQRJSYJ ZR WJLNXYF 5FZQT FNSIF S§T é Platini, mas já é tão decisivo como Platini era. É o homem do ritmo, tem uma dinâmica excecional e uma incrível constância de movimentos». Ganhou o Campeonato e a Taça, o Guerin Sportivo considerou-o o melhor jogador do calccio de

/TWLJ IJ 'WNYT WJYNWFWF IT 'JSȁHF RFNX IJ RNQ HTSYTX que lá injetara — e que para o compensar pedira a Manuel Barbosa que tratasse da venda de Paulo Sousa para Itália. A /Z[JSYZX TKJWJHJZ RNQ HTSYTX T 'JSȁHF RFWHTZ KWTSYJNra ao negócio: por menos de um milhão, não — e, no Verão 6ZJSYJ IJ F 8TZXF (NSYWF GFXYFWFR RNQ UFWF T IJX[NFW da Luz para Alvalade. Descabelado, Barbosa ameaçou Cintra, ameaçou-o a ele, deixando até descair em maldição: — Todos os que me traíram morreram para o futebol. Tal como acontecera com Eusébio, falou-se de rapto — e logo Paulo Sousa apareceu em A BOLA a desmenti-lo: — Os jogadores são tratados como cães. Eu também sou gente. Como é possível darem uma procuração a um empresário para tratar do meu futuro? Eu é que teria de ser consultado em primeiro lugar para dizer aquilo que queria. Eu também sou gente e o que esse sr. Barbosa queria era ganhar dinheiro à minha custa. Com Paulo Sousa ainda atordoado pela noite mágica de João Pinto nos 6-3 de Alvalade, a Juventus voltou a atacá-lo, a Roma também. Ele preferiu uma equipa ganhadora. O Sporting recebeu

&U·X WJXHNSINW HTR T 'JSȁHF 5FZQT 8TZXF UJQF R§T IJ 8TZXF (NSYWF NSLWJXXTZ ST 8UTWYNSL UFWF HTRUJYNW SF ­UTHF IJ

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O que Peruzzi fez para se livrar K e as análises de sangue K » -

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CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

* T LWNYT JWF T LWNYT VZJ QFWLTZ IT KZSIT IF FQRF JR KTLT VZFSIT F (MFRUNTSX QMJ XFNZ IFX R§TX SF XJLZSIF IJKJXF * JWF YFRG­R IJ HJWYF KTWRF [NSLFS«F HTSYWF KFITX VZJ QMJ KTWFR FLWJXYJX UWNRJNWF JVZNUF IF 7TRF HMJLFWF &SLJQT 5JWZ__N UTW IJ_JRGWT IJ HTR FSTX FNSIF — Foi naquele jogo contra o AC Milan em que Franco Tancredi foi atingido por um petardo e tiveram de o levar do campo desmaiado, queimado. Pruzzo disse-me que tinha de entrar porque não tinha outro guarda-redes e, para mim, a situação era dramática, mas tranquila, com toda a gente a dizer-me que podia sofrer 10 golos que depois ganhávamos a partida na secretaria e não, não sofri 10 golos, não sofri nenhum… *RUWJXYFWFR ST FT ;JWTSF ¤ 7TRF [TQYTZ 5JWWZ_N UTW RJF ITX IJ Ɖ J FUFSMFSIT QMJ ITUNSL ST HTWUT JXYJ[J ZR FST XZXUJSXT )J HFXYNLT HZRUWNIT F /Z[JSYZX HTSYWFYTZ T UTW RNQM¹JX IJ QNWFX UFWF XZUQJSYJ IJ 8YJKFST 9FHHTSN Ɖ J O¥ KTN HTR &SLJQT 5JWZ__N ¤ GFQN_F VZJ T &( 2NQFS LFSMTZ F 9F«F :*+& IJ J IJUTNX FNSIF RFNX J RJQMTW HTRT O¥ XJ XFGJƓ *SYWJ TX OTLFITWJX IT &OF] VZJ KFQMFWFR F WJ[FQNIF«§T IT Y±YZQT T RFNX IJXFUTSYFIT JWF 7TSFQI IJ 'TJW — Nunca pensei que as coisas nos pudessem sair tão mal. O que o meu irmão fez, ainda nem foi o pior… 4 VZJ ­ VZJ +WFSP IJ 'TJW KJ_$ +±ȁF RTSZRJSYFQ VZJ IJZ T


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golo a Ravanelli — e Ronald continuou sem paninhos quentes na exclamação que se lhe apanhou: — Sim, pior do que aquilo que Frank fez foi que nem eu, nem nenhum de nós, tivéssemos sido capazes de impor ao jogo o respeito que o Ajax merece — e isso é que foi muito, muito mau!

— O campeão é o que mais procurou sê-lo e o que mais o merece…

O remoque, carregado de poesia, displicência e verrina, atribuiu-se a Eric Cantona: — Deschamps é um daqueles jogadores que só servem para transportar a água, um daqueles cadetes que levam a carga aos almirantes como eu, a navegar para o pôr-do-sol.

Por maio de 2013, em reportagem do canal holandês NOS, bombástica foi a denúncia dos cientistas Giuseppe d´OnoKWNT J &QJXXFSIWT )TSFYN VZJ HTQMJNYFX IJ XFSLZJ HTSȁXHFdas à Juve em 1998 revelavam em jogadores que ganharam a Champions «claros indícios da presença de EPO» (substância agora ilegal e então indetetável…)

Que não foi Cantona quem o disse assim, era convicção de Didier Deschamps: — Sei que Eric é um tipo estranho, um grande egocêntrico, joguei quatro anos com ele, mas negou-me que fossem aquelas as suas palavras, que foram palavras de tabloide na boca dele. Dessa tarde de 22 de maio 1996 saiu Didier Deschamps campeão europeu uma vez mais, já o fora pelo Marselha. A Marcelo Lippi escutou-se:

E Louis van Gaal não o refutou: — Nada tenho a opor à vitória italiana.

A Finidi George, um dos jogadores do Ajax, apanharam-lhe o comentário: Ɖ 3TWRFQRJSYJ ZR OTLFITW UTIJ KF_JW FVZNQT VZJ JQJX ȁ_JWFR durante 20 minutos, mas quando o fazem ao longo de 90 ou de 120, não é normal… Ronald de Boer, ouvido por repórter do The Independent, atirou com punhado de lama para a ventoinha: — Ainda lá, em Roma, Overmars disse-me que percebera que havia coisas que não batiam certo, gente que não parecia normal no jogo… O rastilho não deixou de arder aí e, em vésperas de quartos IJ ȁSFQ IF (MFRUNTSX IJ [TQYFSIT T &OF] J /Z[JSYZX F ST[T IZJQT )F[NI *SIY INWNLJSYJ SF I­HFIF IJ FȁWRTZ ¤ rádio italiana Kiss Kiss: — … Ainda temos outra coisa… uma vingança por fazer, diria… Naquela vez em Roma jogámos contra uma Juve que mais tarde se soube estar, possivelmente, dopada…

Jari Litmanen (Ajax) e Paulo Sousa (Juventus) na ‘batalha’ decisiva da Champions, em 1996

E logo Alessio Tacchinardi se lançou à defesa da honra atacada como vários outros italianos em 2013: — Sim, ouvi as declarações desse tão famoso sr. Endt e só tenho uma coisa a dizer: que ele devia ter vergonha, vergonha dele mesmo… 119


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PRÉ-ELIMINATÓRIA Casino Salzburg (Áustria) – Steaua Bucareste (Roménía)

0 – 0 // –

Grasshopper (Suíça) – Maccabi Tel-Aviv (Israel)

1 – 1 // 1 – 0

Glasgow Rangers (Esc.) – Anorthosis Famagusta (Chi.)

1 – 0 // 0 – 0

Legia Varsóvia (Polónia) – IFK Göteborg (Suécia)

1 – 0 // 2 – 1

Rosenborg 1RUXHJD ² %HüLNWDü 7XUTXLD

3 – 0 // 1 – 3

Anderlecht (Bélgica) – Ferencváros (Hungria)

0 – 1 // 1 – 1

Panathinaikos (Grécia) – Hajduk Split (Croácia)

0 – 0 // 1 – 1

Dinamo Kiev (Ucrânia) – Aalborg (Dinamarca)

1 – 0 // 3 – 1

FASE DE GRUPOS 1ª jornada

4ª jornada

Grupo A Nantes (França) – FC Porto (Portugal) 0-0 Dinamo Kiev – Panathinaikos (Grecia) 1-0 (anulado) Aalborg (Dinamarca) – Panathinaikos (Grécia) 2-1 Grupo B Legia Varsóvia (Polónia) – Rosenborg (Noruega) 3-1 Blackburn Rovers (Ing.) – Spartak Moscovo (Rús.) 0-1 Grupo C Borussia Dortmund (Alemanha) – Juventus (Itália) 1-3 Steaua Bucareste (Rom.) – Glasgow Rangers (Ing) 1-0 Grupo D Ajax (Holanda) – Real Madrid (Espanha) 1-0 Grasshopper (Suíça) – Ferencvaros (Hungria) 0-3

Grupo A Aalborg (Dinamarca) – FC Nantes (França) Panathinaikos (Grécia) – FC Porto (Portugal) Grupo B Blackburn Rovers FC (Ing.) – Legia Varsóvia (Pol.) Spartak Moscovo (Rússia) – Rosenborg (Noruega) Grupo C 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD ² %HQÀFD 3RUWXJDO Anderlecht (Bélgica) – Hajduk Split (Croácia) Grupo D Grasshopper (Suíça) – Ajax (Holanda) Ferencváros (Hungria) – Real Madrid (Espanha)

0-2 0-0 0-0 4-1 0-0 0-0 1-1

5ª jornada

2ª jornada

Grupo A FC Porto (Portugal) – Aalborg (Dinamarca) Panathinaikos (Grécia) –Nantes (França) Grupo B Spartak Moscovo (Rús.) – Legia Varsóvia (Pol.) Rosenborg (Noruega) – Blackburn Rovers (Ing.) Grupo C Glasgow Rangers (Esc.) – Borussia Dortmund (Ale.) Juventus (Itália) – Steaua Bucareste (Roménia) Grupo D Ferencváros (Hungria) – Ajax (Holanda) Real Madrid (Espanha) – Grasshopper (Suíça)

2-0 3-1 2-1 2-1 2-2 3-0 1-5 2-0

Grupo A FC Porto (Portugal) – Nantes (França) Panathinaikos (Grécia) – Aalborg (Dinamarca) Grupo B Rosenborg (Noruega) – Legia Varsóvia (Polónia) Spartak Moscovo (Rús.) – Blackburn Rovers (Ing.) Grupo C Juventus – Borussia Dortmund (Alemanha) Glasgow Rangers (Esc.) –Steaua Bucareste (Rom.) Grupo D Real Madrid CF (Espanha) – Ajax (Holanda) Ferencvaros (Hungria) – Grasshopper (Suíça)

2-2 2-0 4-0 3-0 1-2 1-1 0-2 3-3

6ª jornada

3ª jornada

Grupo A FC Nantes (França) – Aalborg (Dinamarca) FC Porto (Portugal) – Panathinaikos (Grécia) Grupo B Legia Varsóvia (Polónia) – Blackburn Rovers (Ing.) Rosenborg (Noruega) – Spartak Moscovo (Rússia) Grupo C Borussia Dortmund (Ale.) – Steaua Bucareste (Rom.) Juventus (Itália) – Glasgow Rangers (Escócia) Grupo D Ajax (Holanda) – Grasshopper (Suíça) Real Madrid (Esp.) – Ferencvaros Budapest (Hun.)

3-1 0-1 1-0 2-4 1-0 4-1 3-0 6-1

Grupo A Aalborg (Dinamarca) – FC Porto (Portugal) Nantes (França) – Panathinaikos (Grécia) Grupo B Legia Varsóvia (Pol.) – Spartak Moscovo (Rússia) Blackburn Rovers (Ing. – Rosenborg (Noruega) Grupo C Borussia Dortmund (Ale.) – Glasgow Rangers (Esc.) Steaua Bucareste (Roménia) – Juventus (Itália) Grupo D Ajax (Holanda) – Ferencvaros (Hungria) Grasshopper (Suíça) – Real Madrid (Espanha)

2-2 0-0 0-1 4-1 2-2 0-0 4-0 0-2

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Panathinaikos (Grécia) 2º Nantes (França) 3º FC Porto (Portugal) 4º Aalborg (Dinamarca)

11 pts 9 pts 7 pts 4 pts

Grupo C 1º Juventus (Itália) 2º Borussia Dortmund (Alemanha) 3º Steaua Bucareste (Roménia) 4º Glasgow Rangers (Escócia)

13 pts 9 pts 6 pts 3 pts

Grupo B 1º Spartak Moscovo (Rússia) 2º Legia Varsóvia (Polónia) 3º Rosenborg (Noruega) 4º Blackburn Rovers (Inglaterra)

18 pts 7 pts 6 pts 4 pts

Grupo D 1º Ajax (Holanda) 2º Real Madrid (Espanha) 3º Ferencvaros (Hungria) 4º Grasshopper (Suíça)

16 pts 10 pts 5 pts 2 pts


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QUARTOS DE FINAL

MEIAS FINAIS

Legia Varsóvia (Polónia) – Panathinaikos (Grécia)

Ajax (Holanda) – Panathinaikos (Grécia)

0 – 0 // 0 – 3

0 – 1 // 3 – 0

Borussia Dortmund (Alemanha) – Ajax (Holanda)

Juventus (Itália) – Nantes (França)

0 – 2 // 0 – 1

2 – 0 // 2 – 3

Nantes (França) – Spartak Moscovo (Rússia)

2 – 0 // 2 – 2

Real Madrid (Espanha) – Juventus (Itália)

1 – 0 // 0 – 2

FINAL Liga dos Campeões 1995/96

1

Ajax

1

Juventus

(2 – 4 nos penáltis) Final 22 de maio de 1996 Estádio Olímpico, Roma Árbitro: Manuel Díaz Vega (Espanha) AJAX: Edwin van der Sar; Sonny Silooy, Danny Blind (cap.), Winston Bogarde, Edgar Davids; Frank de Boer (Arnold Scholten, 68), Ronald de Boer (Nordin Wooter, 90), Jari Litmanen, Finidi George, Nwankwo Kanu, Kiki Musampa (Patrick Kluivert, 46) Treinador: Louis van Gaal.

JUVENTUS: Angelo Peruzzi; Ciro Ferrara, Pietro Vierchowood, Gianluca Pessotto, Moreno Torricelli; Didier Deschamps, Paulo Sousa (Angelo Di Livio, 57), Antonio Conte (Vladimir Jugovic, 44); Alessandro Del Piero, Gianluca Vialli (cap.), Fabrizio Ravanelli (Michele Padovano, 77) Treinador: Marcello Lippi Marcadores: 1-0: Fabrizio Ravanelli (12). 1-1: Jari Litmanen (41). Desempate por penáltis: Davids falhou. 0-1: Ferrara. 1-1: Litmanen. 1-2: Pessotto. 2-2 Scholten. 2-3: Padovano. Silooy falhou. 2-4: Jugovic.

MELHORES MARCADORES Jari Litmanen (Ajax) 9 golos Alessandro Del Piero (Juventus) Krzysztof Warzycha (Panathinaikos) Raúl (Real Madrid) 6 golos Patrick Kluivert (Ajax ) Yuriy Nikiforov (Spartak Moscovo) Nicolas Ouédec (Nantes) 5 golos



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Capítulo XLIII 1996/97

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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Paulo Sousa saiu do campo em maca, mas de vingança feita: deixou a Juventus mas levou-lhe a Champions Ao aterrar no Porto, de Mário Jardel falou-se como o «Jogador 4 Milhões». 4 milhões de dólares custara, nunca o clube pagara tanto por alguém — e ao ouvir Pinto da Costa largar-lhe a frase: Ɖ 5JWIN F HFGJ«F RFX JSȁRƓ Ele respondeu-lhe de pronto: — Não, não perdeu presidente. Ganhou foi uma cabeça que lhe vai dar muitos golos. Aos primeiros tempos ainda ouviu, calado, companheiros em cochicho: — Como é possível o presidente ter pago uma fortuna por um jogador destes que nem sabe dominar uma bola? A 11 de setembro de 1996, o FC Porto foi a San Siro abrir a participação na Champions de 1996/97 — e Jardel não foi titular, de início jogaram Edmilson e Artur: Ɖ +NVZJN FRFWLZWFIT &SIJN UJQT GFQSJ¥WNT UFWF F KWJSYJ J UFWF YW¥X XJR FHWJINYFW FȁSFQ O¥ JWF T RJQMTW RFWHFITW IF JVZNUF J ȁHF[F IJ KTWF Ɖ UTWVZ®$ & RNSZYTX IT ȁR UJWI±FRTX UTW 2±XYJW 4QN[JNWF IJZ RJ TWIJR IJ FVZJHNRJSYT J INXXJ RJ ;FNX JSYWFW J RFWHFW ZR LTQT Ɖ J JZ WJXUTSIN QMJ 3§T [TZ JSYWFW J RFWHFW ITNX LTQTX +N_ T FTX J T FTX )TNX LTQTX SF RNSMF JXYWJNF JZWTUJNF Ɖ J QTLT JR UQJST ,NZXJUUJ 2JF__F U¸ ­ KTLT S­$ 4 4QN[JNWF S§T INXXJ SFIF X· RJ IJZ ZR FGWF«T Ɖ J ST OTLT XJLZNSYJ voltou a pôr-me no banco. Tinha esses comportamentos estranhos, mas eu percebi: sabia VZJ F WFN[F HTR VZJ JZ ȁHF[F JWF YFSYF VZJ IJUTNX X· RJ FUJYJHNF J]UQTINW IJSYWT IT HFRUT Ɖ J J]UQTINF Na Liga dos Campeões mais um golo marcou Jardel na vitória em Trondheim, ante o Rosenborg, marcando igualmente na vitória em Gotemburgo ante o IFK (e, como ele, quatro golos fez Artur, ambos ficaram no vasto rol de segundos classificados na lista dos melhores marcadores desta Champions). 124

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU


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O FC Porto ganhou esse Grupo A — e foi o Rosenborg quem afastou o AC Milan dos quartos de final. Em Manchester, os portistas perderam por 4-0, nas Antas empataram 0-0 — e foram eliminados. À final (no Estádio Olímpico de Munique) voltou a Juventus — e voltou Paulo Sousa sem a Juventus. Percebendo que Marcello Lippi lhe estava a cortar cada vez mais a asa foi para o Borussia de Dortmund (e voltou a voar, sublime…). Caprichos do destino: nesse Borussia de Ottmar Hitzfeld havia mais alguns jogadores com passagem por Turim: Jurgen Kohler, Stefan Reuter e Andreas Moller — e, na véspera, o Moller atirou, desconcertante, a magote de jornalistas: — Quando nós lá jogávamos a Juve era mais forte… mais forte porque nós lá jogávamos… Olhe que estou a brincar… Ao saber que Del Piero não jogaria a titular (porque Lippi preferia Vieri a fazer-lhe o lugar), Paulo Sousa afirmou: — É difícil comentar a importância disso, mas olhando para o que ele fez e tendo em vista o que poderia fazer, é bom para nós que não jogue, claro. Toda a gente sabe que os FQJR§JX X§T IZWTX IJ WNSX J XJSYJR LWFSIJX INȁHZQIFIJX VZFSIT IJKWTSYFR KFSYFXNXYFX como Del Piero. Mas se não joga é porque o treinador tem outras opções para o seu lugar. Nós vamos tentar impor a nossa objetividade, procurando que a minha imaginação possa ser útil, de modo a aparecermos mais perto do golo… 125


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A UEFA juntou Eusébio aos sobreviventes do avião em fogo e a santinha que o francês eliminado entregou a Ottmar Hitzfeld deu-lhe sorte A UEFA convidou para o Estádio Olímpico algumas das RFNTWJX ȁLZWFX IF MNXY·WNF IF 9F«F ITX (FRUJ¹JX (QFWT *ZX­GNT YFRG­R Q¥ KTN OZSYFSIT XJ F 'JHPJSGFZJW J F 5QF YNSN Ɖ J F TNYT ;.5 XJSYNRJSYFNX TX XTGWJ[N[JSYJX IT F[N§T IT 2FSHMJXYJW VZJ ST WJLWJXXT IJ OTLT HTR T *XYWJQF ;JWRJQMF XJ YWFSXKTWRTZ SZRF GTQF IJ KTLT ST FJWTUTWYT IJ 2ZSNVZJ 'TGG^ (MFWQYTS /FHPNJ 'QFSHMQT\JW 'NQQ +TZQPJX -FWW^ ,WJL 0JSS^ 2TWLFS &QGJWY 8HFSNTS )JSSNX ;NTQJYY J 7F^ <TTI

*ZX­GNT HTS[NIFIT UJQF :*+& UFWF FXXNXYNW ¤ ȁSFQ IF (MFRUNTSX IJ felicita Paulo Sousa

& '41& FUWJXJSYFWF T 'TWZXXNF /Z[JSYZX HTRT IZJQT 8TZ XF ?NIFSJ Ɖ J T 5FZQT KTN RFNTW IT VZJ T ?NSJINSJ ZRF IFX JXYWJQFX RFNX WZYNQFSYJX IF STNYJ JXUFQMFSIT T XJZ oNSHFSX¥ vel talento» pelo campo de onde saiu de maca pouco antes IT ȁR IT IJXFȁT VZJ T KJ_ HFRUJ§T JZWTUJZ TZYWF [J_ &T RNSZYT LFSMTZ GTQF JR JXKTW«T NXTQTZ -JNSWNHMX J QJXNT STZ XJ Ɖ X· IJUTNX IJ FXXNXYNIT UJQT R­INHT STX FQ«FU¹JX IT JXY¥INT [TQYTZ FT WJQ[FIT Ɖ J JRGWZQMFIT SF GFSIJNWF IJ 5TWYZLFQ FȁWRTZ Ɖ 8NR ­ [JWIFIJ ȁ_ ZR LWFSIJ OTLT FYZFSIT HTR RZNYF IJYJWRNSF«§T J YWFSXRNYNSIT F F YTITX TX RJZX HTQJLFXƓ WJUFWFWFR SNXXT$ [JWIFIJ FT NSYJW[FQT ȁ_ WJHTRJSIF«¹JX ¤ RFQYF INXXJ QMJX UFWF S§T YJWJR RJIT 3JR ITX OTLFITWJX IF /Z[JSYZX SJR IJ YJWRTX F GTQF JR STXXT UTIJW & /Z[J FUWJXJSYTZ XJ FVZN HTR RZNYF FLWJXXN[NIFIJ RFX S·X KTRTX XZUJWNTWJX RFNX HTWFOTXTX SZSHF STX JSJW[¥RTXƓ &T UJWLZSYFWJR QMJ VZFSIT ­ VZJ XJSYNZ VZJ YNSMF F (MFR UNTSX LFSMF 5FZQT 8TZXF WJXUTSIJZ IJ HMTKWJ

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— Quando saí do campo na maca… E após a gargalhada solta, pôs tom mais sério na conversa: — O nosso terceiro golo foi fundamental. Um grande golo que ȁHF SF MNXY·WNF :RF OTLFIF RZNYT GJR HTSXYWZ±IF J HTSHQZ±IF IJ KTWRF GWNQMFSYJ 3§T S§T RJ FXXZXYJN VZFSIT F /Z[J KJ_ T &NS IF JXY¥[FRTX JR [FSYFLJR J T STXXT YWJNSFITW KJ_ ZRF FQYJWF«§T NSYJQNLJSYJ FT YWTHFW UTSYF IJ QFS«F UTW UTSYF IJ QFS«F IJ RTIT F S§T UJWIJWRTX F ST«§T IJ FYFVZJƓ

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O 3-1 para o Borussia marcou-o Ricken aos 70 minutos, SZR XZGQNRJ HMFU­Z 7NJIQJ ȁ_JWF FU·X RNSZYTX IJ OTLT FTX JQJ[TZ UFWF )JQ 5NJWT VZJ JSYWFWF FU·X T NSYJW[FQT WJIZ_NZ FTX RNSZYTX 4YYRFW -NY_KJQI QJ[FWF HTRT YFQNXR§ UFWF T GFSHT ZRF XFSYNSMF VZJ ,Z^ 7TZ] T YWJNSFITW VZJ JXYF[F M¥ FSTX ST HTRFSIT IT &Z]JWWJ QMJ TKJWJHJWF FT JQNRNS¥ QT STX VZFWYTX IJ ȁSFQ Ɖ J FT FUFWJHJW IJ (MFRUNTSX O¥ LFSMF FTX OTWSFQNXYFX JQJ VZJ KTWF UWTKJXXTW IJ RFYJR¥YNHF FSYJX IJ XJ UWTȁXXNTSFQN_FW ST KZYJGTQ SJR JXGT«T YNSMF IJ YWF«T IJ JZKTWNF Ɖ 9N[JRTX K­ J HFW¥YJW UFWF FQHFS«FW JXYJ LWFSIJ Y±YZQT VZFSIT YTIT T RZSIT IF[F T KF[TWNYNXRT ¤ /Z[JSYZX & /Z[J FY­ HTRJ«TZ RZNYT [JQT_ J UJWNLTXF YN[JRTX UWTGQJRFX IJ FIFUYF«§T 2FX IJ UTNX IT UWNRJNWT LTQT YNW¥RTX FX I¾[NIFX IF HFGJ«F 8FGNF VZJ T XJLZSIT FNSIF S§T JWF IJHNXN[T UTWVZJ F /Z[JSYZX ­ ZRF JVZNUF HFUF_ IJ WJFLNW GJR F XNYZF«¹JX FI[JWXFX J X· IJUTNX IT ­ VZJ SF [JWIFIJ HTSYWTQ¥RTX YTYFQRJSYJ F UFWYNIF HTR FX YWFINHNTSFNX [NWYZIJX FQJR§JX T JRUJSMT J F [TSYFIJ IJ [JSHJW &GFYNIT J IJXTQFIT JXYF[F 2FWHJQQT 1NUUN F HFWF S§T JSLFSF[F Ɖ 4 'TWZXXNF LFSMTZ HTR RJWJHNRJSYT JXLTYFSIT UWFYNHF RJSYJ YTIFX FX XZFX [NWYZIJX SJXYJ OTLT 5JWIJRTX ZRF GJQF THF XN§T UTW ;NJWN QTLT FTX RNSZYTX J NXXT UTIJ YJW INYFIT F XTWYJ

Kohler (dir.) batido por Vieri. Nenhuma relação, porém, HTR T WJXZQYFIT ȁSFQ IF UFWYNIF TSIJ T )TWYRZSI WJ[JQFW XJ NF XZUJWNTW ¤ /Z[JSYZX

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Com «A Cabeça Perdida da Velha Senhora», o que os italianos disseram de Paulo Sousa (e o que disseram do árbitro) Paulo Sousa tornou-se o primeiro português a ser campeão da Europa dois anos seguidos por dois clubes diferentes (Marcel Desailly fizera-o antes) — e, em descortesia (ou pior…), Luciano Moggi, diretor desportivo da Juventus, reagiu ao desabafo que ele largara, entretanto: que em Turim não o trataram com o humanismo que merecia (e não foi só Lippi): — Sousa não tem de se queixar de nada porque ganhava em Turim 300 mil contos por ano e a Juventus precisa de jogadores que corram de segunda a domingo. Réplica deu-lhe, então, o Paulo numa polida frase curta, já a caminho de Dortmund: — Mesmo com o sr. Moggi a pensar aquilo que disse, não me parece que fosse a altura ideal para o dizer… Ameaça de bomba no aeroporto de Munique atrasou a partida por quase três horas — obrigando o Borussia a alugar avião à Eurowings que lhe levasse a comitiva para Dortmund — onde quase meio milhão de pessoas aclamou em frenesim a equipa, ouvindo-se Paulo Sousa em exclamação: — É a maior festa da minha vida. No Tuttosport, jornal de Turim, Sousa surgiu em talvez nostálgico destaque: «Jogou contra o seu passado e fez-nos lembrar os tempos em que, de branco e preto, conduziu a Juve ao scudetto e à vitória na Liga dos Campeões, como um sublime timoneiro» — e, na Gazetta dello Sport, a manchete era: «Juve embruxada». Depois, pelo texto 128

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

correu a caramunha a galope: «Duas bolas no poste, dois penáltis negados, um golo anulado, a maldição de Munique…» A «maldição de Munique» tinha a ver, igualmente, com a derrota, quatro anos antes, para o Marselha, na cabeça de Boli — e pelo caminho das linhas cruzou-se a «indignação» de Roberto Bettega, vice-presidente da Juventus: — O senhor Puhl foi pouco corajoso ao não assinalar as duas grandes penalidades contra o Borussia. No fundo, era a festa anunciada… estava tudo preparado para lhes oferecer a Taça dos Campeões numa bandeja…» Não sendo tão contundente na sua crítica, Joaquim Rita, enviado especial de A BOLA, notou: «Sandor Puhl voltou a provar que tem mais imagem nos corredores do futebol do que propriamente dentro das quatro linhas. A sua arbitragem não teve classe, consentiu dureza em excesso, permitiu que os jogadores do Borussia queimassem tempo sem os advertir e nos dois lances mais duvidosos do encontro esteve mal: primeiro, assinalou mão a Vieri, quando esta foi absolutamente involuntária, interrompendo o jogo no momento em que este chutava à baliza e fazia golo; depois, deixou passar em claro uma carga de Reuter a Del Piero, que nos pareceu merecedora de grande penalidade». O título da sua crónica era:

«A Cabeça Perdida da Velha Senhora». E, para além do vincado «talento incansável» de Paulo Sousa, Rita sublinhou (na equipa de Dortmund) «o jogo de técnica em constantes acelerações» de Andreas Moller, a «facilidade de concretização» de Riedle (que, na primeira parte, fez dois golos nos dois remates da equipa), a «cartola espetacular de Lars Ricken na primeira vez em que tocou na bola», a «segurança» de Kohler e, sobretudo, a «classe de Matthias Sammer, onde quase tudo parece começar».


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Quando Sammer jogava na outra Alemanha e o prémio foram chuteiras todas com o mesmo número (mesmo que não servissem…) Klaus Sammer, o pai, jogara pelo Dínamo de Dresden a Taça dos Campeões contra o Bayern de Beckenbauer, contra o Ajax de Cruyff, contra a Juventus de Zoff — e foi no Dínamo de Dresden que Matthias agarrou destino ainda maior. Primeiro sinal do seu fulgor, deu-o (treinado pelo pai) quando, em 1986, levou a RDA a campeã da Europa sub-19 — e foi por essa altura que sucedeu o que, caricato, se revelou: — De prémios a jogadores do Dínamo de Dresden deram-lhes chuteiras novas, as que couberam a Matthias não lhe serviam, YJ[J FNSIF FXXNR IJ ȁHFW HTR JQFX XTG T oWJ[TQZHNTS¥WNT FWgumento de que os números eram iguais para todos porque a melhor forma de se começar a combater o individualismo era ser tudo igual…

Mal o Muro de Berlim se esfarelou, Matthias Sammer saltou do Dínamo de Dresden (onde já era a estrela principal, com aquele estatuto especial que permitia que desportistas tivessem direito privilegiado a apartamento melhor e a automóvel Trabant) para o Estugarda, recebendo de ordenado 30 vezes mais do que aquilo que lhe davam no que deixara de ser a RDA comunista. O exótico Christoph Daum transformou-o em médio mais defensivo (os últimos golos da seleção dessa RDA, marcara-os ele e o primeiro OTLFITW IF &QJRFSMF IT 1JXYJ SF XJQJ«§T IF &QJRFSMF ZSNȁHFIF foi ele). No Euro-92 o patrão do meio-campo da seleção já era Sammer, o impressionante Cabeça de Fósforo (assim chamado pelo seu ruivo penteado, mas pela metáfora também, que podia ser o que ele fazia para incendiar o jogo, chamuscar o do adversário). Deu saltinho para o Inter, desencantou-se com Milão — e ao saber-lhe do desejo de retorno, Ottmar Hitzfeld convenceu o Borussia a dar 8 milhões de marcos por ele (que se já houvesse euro por essa altura seriam 4,25 milhões). Chegou em janeiro de 1993 — e, recuando outra vez no terreno, foi-se tornando cada vez mais genial como líbero (e assim o escolheram para melhor jogador do Euro-96). Berti Vogts disse dele: — Matthias Sammer é o Beckenbauer destes novos tempos… E a Bola de Ouro de 1996 ganhou-a assim (com três pontos de vantagem sobre Ronaldo, o Fenómeno, desde Franz Beckenbauer, em 1972, que o prémio não era entregue a um defesa).

Matthias Sammer (dir.), de quem Berti Vogts disse ser «… o Beckenbauer destes novos tempos…»

Em Munique, contra a Juve, ainda pôde ser o que era: arguto e inteligente nas coberturas, perfeito na leitura e perceção antecipada dos lances, General Sammer — e não imaginava que a partir dessa sua noite de sonho o destino desataria a ser-lhe mais cruel, semana após semana, mês após mês: a lesão no joelho (que ameaçara pôr-lhe em cheque o jogo com a Juve) agravou-se-lhe, teve de se sujeitar a cinco operações, por entre elas sofreu diversas infeções — e algures por 1997, percebendo que esse era destino que não podia vergar, abandonou o futebol, ainda só tinha 31 anos…). 129


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PRÉ-ELIMINATÓRIA Maccabi Tel-Aviv (Israel) – Fenerbahçe (Turquia)

0 – 1 // 1 – 1 Glasgow Rangers (Esc.) – Alania Vladikavkaz (Rússia)

3 – 1 // 7 – 2 3DQDWKLQDLNRV *UpFLD ² Rosenborg (Noruega)

1 – 0 // 0 – 3 (após prolongamento) IFK Göteborg (Suécia) – Ferencvaros (Hungria)

3 – 0 // 1 – 1 <NI_J\ ąTI_ 3ROyQLD ² %U¡QGE\ 'LQDPDUFD

2 – 1 // 2 – 3 Grasshopper 6XtoD ² 6ODYLD 3UDJD 5HS &KHFD

5 – 0 // 1 – 0 Brugge (Bélgica) – 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ (Roménia)

2 – 2 // 0 – 3 Rapid Viena ÉXVWULD ² '\QDPR .LHY 8FUkQLD

2 – 0 // 4 – 2

FASE DE GRUPOS 1ª jornada

4ª jornada

Grupo A Auxerre (França) – Ajax (Holanda) 0-1 Grasshopper (Suíça) – Glasgow Rangers (Escócia) 3-0 Grupo B %RUXVVLD 'RUWPXQG $OH ² :LG]HZ âRG] 3ROyQLD $WOpWLFR GH 0DGULG (VS ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD Grupo C Juventus (Itália) – Manchester United (Inglaterra) 1-0 Rapid Viena (Áustria) – Fenerbahçe (Turquia) 1-1 Grupo D $& 0LODQ ,WiOLD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² 5RVHQERUJ 1RUXHJD

Grupo A Glasgow Rangers (Escócia) – Ajax (Holanda) Grasshopper (Suíça) –Auxerre (França) Grupo B :LG]HZ âRG] 3RO ² 6WHDXD %XFDUHũWH 5RP %RUXVVLD 'RUWPXQG $OH ² $WO GH 0DGULG (VS Grupo C Juventus (Itália) – Rapid Viena (Áustria) Man. United (Ing.) – Fenerbahçe (Turquia) Grupo D $& 0LODQ ,WiOLD ² ,). *|WHERUJ 6XpFLD )& 3RUWR 3RUWXJDO ² 5RVHQERUJ 1RUXHJD

2ª jornada

5ª jornada

Grupo A Ajax (Holanda) – Grasshopper (Suíça) *ODVJRZ 5DQJHUV ² $X[HUUH )UDQoD Grupo B :LG]HZ âRG] 3ROyQLD ² $WOpWLFR 0DGULG (VSDQKD Steaua Bucareste (Rom.) – Borussia Dortmund (Ale.) Grupo C 0DQ 8QLWHG ,QJODWHUUD ² 5DSLG 9LHQD ÉXVWULD Fenerbahçe (Turquia) – Juventus (Itália) Grupo D 5RVHQERUJ 1RUXHJD ² $& 0LODQ ,WiOLD )& 3RUWR 3RUWXJDO ² ,). *|WHERUJ 6XpFLD

0-1 0-3 0-1

0-1 3-1 5-0 0-1

Grupo A $MD[ +RODQGD ² $X[HUUH )UDQoD *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD ² *UDVVKRSSHU 6XtoD Grupo B :LG]HZ âRG] 3ROyQLD ² %RUXVVLD 'RUWPXQG $OH 6WHDXD %XFDUHũWH 5RP ² $WO 0DGULG (VS Grupo C Man. United (Inglaterra) – Juventus (Itália) Fenerbahçe (Turquia) – Rapid Viena (Áustria) Grupo D )& 3RUWR 3RUWXJDO ² $& 0LODQ ,WiOLD Rosenborg (Noruega) – IFK Göteborg (Suécia)

0-1 1-0 1-0

6ª jornada

3ª jornada Grupo A $MD[ +RODQGD ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD Auxerre (França) – Grasshopper (Suíça) Grupo B 6WHDXD %XFDUHũWH 5RP ² :LG]HZ âRG] 3ROyQLD Atl. de Madrid (Esp.) – Borussia Dortmund (Ale.) Grupo C Rapid Viena (Áustria) – Juventus (Itália) )HQHUEDKoH 7XUTXLD ² 0DQ 8QLWHG ,QJODWHUUD Grupo D ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² $& 0LODQ ,WiOLD 5RVHQERUJ 1RUXHJD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

1-0 0-1 1-1

Grupo A Grasshopper (Suíça) – Ajax (Holanda) $X[HUUH )UDQoD ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD Grupo B Grasshopper (Suíça) – Ajax (Holanda) $X[HUUH )UDQoD ² *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD Grupo C 5DSLG 9LHQD ÉXVWULD ² 0DQ 8QLWHG ,QJODWHUUD -XYHQWXV ,WiOLD ² )HQHUEDKoH 7XUTXLD Grupo D $& 0LODQ $& ,WiOLD ² 5RVHQERUJ 1RUXHJD ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

0-1 0-1

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Auxerre (França) 2º Ajax (Holanda) 3º Grasshopper (Suíça) *ODVJRZ 5DQJHUV (VFyFLD

12 pts 12 pts 9 pts; SWV

Grupo C 1º Juventus (Itália) 2º Manchester United (Inglaterra) 3º Fenerbahçe (Turquia) 6. 5DSLG :LHQ ÉXVWULD

16 pts 9 pts 7 pts SWV

Grupo B 1º Atlético de Madrid (Espanha) 2º Borussia Dortmund (Alemanha) :LG]HZ âRG] 3ROyQLD 6WHDXD %XFDUHũWH 5RPpQLD

13 pts 13 pts SWV SWV

Grupo D 1º FC Porto (Portugal) 2º Rosenborg (Noruega) 3º AC Milan (Itália) ,). *|WHERUJ 6XpFLD

16 pts 9 pts 7 pts SWV


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QUARTOS DE FINAL

MEIAS FINAIS

Borussia Dortmund $OHPDQKD ² $X[HUUH )UDQoD

Borussia Dortmund $OH ² 0DQ 8QLWHG ,QJODWHUUD

3 – 1 // 1 – 0

1 – 0 // 1 – 0

Ajax +RODQGD ² $WOpWLFR GH 0DGULG (VSDQKD

$MD[ +RODQGD ² Juventus ,WiOLD

1 – 1 // 3 – 2 (após prolongamento)

1 – 2 // 1 – 4

5RVHQERUJ 1RUXHJD ² Juventus ,WiOLD

1 – 1 // 0 – 2 Manchester United ,QJODWHUUD ² )& 3RUWR 3RUWXJDO

4 – 0 // 0 – 0

FINAL Liga dos Campeões 1996/97

3

Borussia Dortmund

1

Juventus Final 28 de maio de 1997

Estádio Olímpico, Munique. Árbitro: Sándor Puhl (Hungría) BORUSSIA DORTMUND: Stefan Klos; Jurgen Kohler, Matthias Sammer (cap.), Martin Kree; Stefan Reuter, Paulo Sousa, Paul Lambert, Jörg Heinrich; Andreas Moller (Michael Zorc, 89); Karl-Heinz Riedle (Heiko Herrlich, 67), Stéphane Chapuisat (Lars Ricken, 70) Cartão amarelo: Paulo Sousa (22) Treinador: Ottmar Hitzfeld JUVENTUS: Angelo Peruzzi (cap.); Sergio Porrini (Alessandro del Piero 46’), Ciro Ferrara, Paolo Montero, Mark Juliano; Angelo di Livio, Didier )JXHMFRUX ?NS­INSJ ?NIFSJ ;QFINRNW /ZLT[NË (MWNXYNFS ;NJWN 3NHTQF &RTWZXT &QJS 'TPĥNË (Alessio Tachinardi, 87) Cartão amarelo: Porrini (19) Treinador: Marcello Lippi Marcadores: 1-0: Karl-Heinz Riedle (29). 2-0: Karl-Heinz Riedle. 2-1: Alessandro Del Piero (64). 3-1 (Lars Ricken (71).

MELHORES MARCADORES 0LOLQNR 3DQWLþ $WOpWLFR 0DGULG

5 golos $UWXU )& 3RUWR

0iULR -DUGHO )& 3RUWR

0DUFR 6LPRQH $& 0LODQ

'LHJR 6LPHRQH $WOpWLFR 0DGULG

1LFROD $PRUXVR -XYHQWXV

$OHQ %RNåLþ -XYHQWXV

$OHVVDQGUR 'HO 3LHUR -XYHQWXV

/DUV 5LFNHQ %RUXVVLD 'RUWPXQG

.DUO +HLQ] 5LHGOH %RUXVVLD 'RUWPXQG

&KULVWLDQ 9LHUL -XYHQWXV

4 golos



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Capítulo XLIV 1997/98

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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O salto de Mijatovic para a noite da ‘Dama Branca’ começou com uma baliza a cair (numa história inacreditável…) Foi a primeira vez em que a Liga dos Campeões não foi só para campeões (nela puderam participar igualmente os vice-campeões dos oito países com melhor ranking na UEFA) — e a disputá-la tiveram o que nunca tinham tido: representantes da Arménia, do Azerbaijão, da Macedónica, da Eslováquia e da Bielorrússia. A fase de grupos passou de quatro a seis. O Sporting despachou o Beitar Jerusalém na segunda pré-eliminatória e no grupo F ganhou ao Mónaco (3-0) e ao Lierse (2-1), o outro dos seus sete pontos levou-o do empate na Bélgica. O FC Porto entrou direto no ) ȁHFSIT XJ UJQTX VZFYWT UTSYTX IF [NY·WNF XTGWJ T 4Q^RUNFPTX (2-1) e empate frente ao Rosenborg (1-1) — e quem o ganhou foi o 7JFQ 2FIWNI T 7JFQ VZJ X· UFWTZ SF ȁSFQ RFX FSYJX INXXT YJ[J IJ passar por uma das peripécias mais insólitas da história da competição — na rábula da baliza a cair… Nas meias-finais coube-lhe como adversário o Borussia Dortmund. Antes do desafio arrancar no Santiago Bernabéu, adeptos madrilenos desataram a rede que os separava do relvado — a que uma das balizas estava presa e, de um instante para o outro, veio abaixo… Funcionários do Real correram ao campo de treinos para buscar baliza suplente e Agustin Herrerín, o diretor de Chamartín, revelou-o ao repórter da Marca: 134

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

— Demorámos uma hora a fazer três quilómetros, foi uma angústia… Jornalista do AS brincou, fez paródia da situação, dizendo, tempos depois, que o Herói da Sétima não foi Predrag Mijatovic, foi Cándido Gómez — e Cándido Gómez contou-lho: — Estava a trabalhar na antiga cidade desportiva. Havia uma feira, estávamos a montar um stand. Enquanto descarregávamos o material, vimos surgir Herrerín e Miguel Angel, o que foi guarda-redes do Real Madrid, e oito polícias! Na carrinha onde vinham, só HFGNF ZR XFHT UFWF GTQFX &T FUJWHJGJW XJ -JWWJW±S ȁHTZ GWFSHT se não lhe deu um ataque, nunca mais lhe dá… Ofereci-lhes, o camião que tinha, mas o sítio onde estava guardada a baliza estava fechado e não havia chaves. Derrubámos a porta com o camião, de marcha-atrás. Era preciso voltar ao estádio a todo o gás. Demorámos oito minutos, saímos escoltados pela polícia e parecia o presidente do governo, em sentido proibido, depois a passar semáforos vermelhos. 75 minutos para além da hora, começou, enfim o jogo, Ottmar Hitzfeld ainda largou em ironia: — À hora em que na Alemanha já está tudo a dormir, vamos nós começar a jogar… O Real venceu por 2-0, o segundo golo marcou-o Karembeau na baliza de emergência. O Dortmund protestou, achando que o Real deveria ter sido punido com derrota, mas dois dias depois retirou-o e, por entre especulações em frenesim, disse-se que o fizera por pressão da sua própria federação para que não perdesse o apoio de Espanha na candidatura ao Mundial de 2006 — e o Real salvou-se apenas com multa que se já houvesse euros seria de 600 mil.


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O presidente do Real foi dizer aos jogadores: «Jupp já não pode com vocês, que são uns… hijos de puta» (e saiba o que aconteceu) Treinador desse Real Madrid era Jupp Heynckes. Estivera na seleção da Alemanha que vencera o Europeu de 1972 e o Mundial de 1974, como jogador do Borussia Mönchengladbach perdera a final da Taça dos Campeões de 1977 para o Liverpool — e dois anos depois saltou para o comando técnico do clube que, através dos seus golos, se pusera em grande na história, substituindo Udo Lattek — que, nunca o escondeu, foi como que o guru que lhe iluminou o caminho. Vinte anos após o Real Madrid ganhar a final de Amesterdão à Juventus, Lorenzo Sanz (que era, então, o seu presidente) revelou-o: — Essa Champions de 1997/98 foi vitória impressionante. DesUTWYN[FRJSYJ F ȁSFQ RFNX NRUTWYFSYJ VZJ T 7JFQ [JSHJZ JR YTIF F XZF MNXY·WNF IFIT TX FSTX XJR XJW HFRUJ§T IF *ZWTUF 3§T VZJWT IN_JW VZJ FX 1NLFX ITX (FRUJ¹JX VZJ IJUTNX LFSM¥RTX S§T YJSMFR NRUTWY¦SHNF 9TIFX Y®R TG[NFRJSYJ Ɖ RFX FVZJQF RFWHTZ F RZIFS«F XTGWJYZIT IJ RJSYFQNIFIJ IJN]TZ IJ XJ KFQFW FRN¾IJ JR HMFHTYF IFX STXXFX 9F«FX ITX (FRUJ¹JX YTIFX F UWJYT J GWFSHTƓ Antes de enriquecer como empresário na área da construção e do imobiliário, fora guarda-redes do Puerta Bonita, equipa menor da liga madrilena — e quando Ramón Mendoza, sentindo

o Real enrodilhado em crise financeira se demitiu, Sanz tomou, corajoso, a presidência do clube contratando de pronto, com o seu próprio dinheiro, duas das estrelas que puseram o Real de regresso ao futuro — e no dia do vigésimo aniversário da conquista também o contou, desconcertante: Ɖ KNSFQ HTR F /Z[JSYZX T 7JFQ HMJLTZ HTR RZNYTX UWTGQJRFX :RF XJRFSF FSYJX KFQJN HTR T -J^SHPJX UJWLZSYJN QMJ (TRT JXY¥X$ Ɖ J JQJ WJXUTSIJ RJ &WWFXFIT UWJXNIJSYJ S§T UTXXT HTR T UQFSYJQ 7JZSN HTR XJYJ TZ TNYT OTLFITWJX NRUTWYFSYJX J INXXJ QMJX /ZUU O¥ S§T UTIJ HTR [TH®X VZJ X§T ZSXƓ MNOTX IJ UZYF Ɖ ­ UWJHNXT WJXTQ[JW NXXTƓ 3T INF XJLZNSYJ QJ[JN TX OTLFITWJX J T YWJNSFITW UFWF ZRF XFQF IJN]JN TX Q¥ KNHFW KZN RJ JRGTWF Ɖ J T WJXYT [TH®X XFGJR KTRTX HFRUJ¹JX IF *ZWTUF 2FX HQFWT YWJNSFITW VZJ IN_ HTNXF FXXNR RJXRT LFSMFSIT F (MFRUNTSX S§T UTINF HTSYNSZFW SF ­UTHF XJLZNSYJƓ Para a Juventus de Marcello Lippi era a terceira final consecutiva na Liga dos Campeões — e o treinador já o decidira: Dimas, o português que lá estava, não jogaria a titular, preferia Gianluca Pessotto. A Lippi, na véspera, ouviu-se-lhe: Ɖ 2FNTWJX UJWNLTX ST 7JFQ$ 3ZRF JVZNUF VZJ HTSYF HTR 7TGJWYT (FWQTX 8JJITWK 7JITSIT 7FZQ 2NOFYT[NH 8ZPJW 2TWNJSYJX Ɖ VZFQVZJW ZR IJQJX UTIJ WJXTQ[JW ZRF ȁSFQ TG[NFRJSYJƓ 2FX XFGJR T VZJ JZ FHMT$ 6ZJ M¥ ZR UJWNLT RFNTW T JXYFIT IJ JXU±WNYT IF JVZNUF T YFQ IJXJOT IJ XFQ[FW F ­UTHF HTR F (MFRUNTSX NXXT XNR UTIJ XJW RZNYT UJWNLTXT 4Z RJQMTW [FN XJW RZNYT UJWNLTXT 5TW NXXT SZSHF F UFQF[WF WJXUJNYT YJ[J YFSYT XJSYNIT UTW NXXT XFGJRTX VZJ YJRTX IJ JXYFW FYJSYTX HTSHJSYWFITX Ɖ RFX FXXZRT T NSYJNWFRJSYJ SF RNSMF HFGJ«F SF HFGJ«F IJ YTITX TX STXXTX OTLFITWJX X· M¥ ZRF NIJNF F (MFRUNTSX SF STXXF R§T 135


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Da lenda do BMW escavacado aos jogadores do Partizan em pânico dentro do balneário Caiu a Vecchia Signora, voltou a Dama Branca à glória das grandes e quentes noites — com golo tirado em golpe de génio de Mijatovic, ao minuto 66. Ao Predrag Mijatovic, chamavam-lhe (em petit nom): Pedja. Nascera, por 1969, em Titogrado (assim denominada em nome de Josip Tito, o pai da grande Jugoslávia formada na união impossível entre sérvios e croatas, montenegrinos e eslovenos — e que, FLTWF ­ 5TILTWNHF F HFUNYFQ IJ 2TSYJSJLWT ȁQMT IJ ZR KFRTXT neurocirurgião:

Predrag Mijatovic ao serviço do Real Madrid, em 1997

— Sendo o único rapaz na família, logo se decidiu que médico teria de ser também, o futebol rompeu com a tradição. Se alguém me desse um brinquedo, desprezava-o. Só queria bolas — e houve uma altura em que deixei o meu pai de cara à banda: ainda era pequenino e disse-lhe muito: Ou vou ser jogador de futebol ou não vou ser nada! Foi infância feliz, vivíamos bem, tínhamos uma casa ótima, para a construir o meu pai teve, porém, de andar a trabalhar alguns anos na Líbia, ligado ao Movimento dos Não Alinhados. Antes de ir jogar para o FK Kom, criei uma equipa com os meus amigos, andávamos por vários torneios a jogar para ganhar algum dinheiro, para nós aquilo era uma fortuna — e um dia um deles achou que devíamos ir mostrar a nossa habilidade ao Kom. Ficaram logo comigo, mas como não gostava de treinar, só gostava de jogar, deixei de aparecer — e, não muito depois, foi o treinador a minha casa falar com o meu pai, dizer-lhe que era uma pena, que eu podia ser um grande jogador — e foi assim… Saltou para o OFK Titograd — e, aos 16 anos, já Mijatovic estava a jogar na sua primeira equipa: Ɖ )J XJLZNIF FUFWJHJZ T 'ZIZËSTXY F IJXFKNFW RJ J KTN F±

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Jugoslávia o desejaram, tendo o Hajduk Split no coração, foi o que escolheu: Ɖ 3§T FVZJQF MNXY·WNF IJ VZJ T -FOIZP RJ IJZ ZR '2< J JZ T espatifei na hora é lenda. O que me deram foi dinheiro adiantado, com isso comprei um Renault Turbo e, logo depois, apareceu um garoto a alta velocidade a dar-me cabo do carro novo, num acidenYJ * S§T SJR XJVZJW KZN UFWF T -FOIZP O Partizan era o clube do exército, na sua presidência tinha Mirko Marjanovic (general do JNA que, com a Jugoslávia já esfrangalhada, haveria de ser primeiro-ministro da Sérvia) — e, não tardou a surgir, sorrateiro, em casa dos Mijatovic, com um «alerta»: Ɖ )NXXJ STX VZJ XNR VZJ T -FOIZP JWF ZR LWFSIJ HQZGJ RFX que lá, na Croácia, não tardaria que acontecessem situações muito perigosas, causadas por nacionalistas, que estando eu em idade RNQNYFW JWF RJQMTW S§T FWWNXHFW JSȁR NRFLNSFRƓ 5JSXJN VZJ JWF UFWF RJ FXXZXYFW RFX FȁSFQ S§TƓ * T RJZ UFN K§ IT 5FWYN_FS QTLT disse que, nesse caso, o melhor era escolher Belgrado — e eu corri F IJ[TQ[JW T INSMJNWT VZJ T -FIOZP O¥ RJ IJWF

Mijatovic, já depois de ter pendurado as chuteiras, muito atento à informação desportiva

que os meus pais perceberam que o meu futuro tinha mesmo mudado. Fui sozinho, de bicicleta, assinar. Quando voltei a casa, para o jantar, o meu pai perguntou-me para que universidade queria ir estudar medicina, tirei a cópia do contrato do bolso, mostrei-a o meu pai, nem imaginam o drama que foi, já ninguém comeu mais nada. Para mim, estar no 'ZIZËSTXY JWF YJW T XTSMT F HFRNSMT IT -FOIZP 8UQNY TZ IT Estrela Vermelha, do Partizan ou do Dínamo Zagreb. Naquela equipa fantástica que ganhou o Mundial sub-20, com Boban, Suker, Jarni, Prosinecki, explodiu Mijatovic — e virou estrela na constelação. Todos os grandes clubes da

Por Predrag Mijatovic deu o Partizan o equivalente a um milhão de marcos — a mais cara transferência da história da Jugoslávia — e, pouco tempo depois, percebeu na pele a suspeita que Marjanovic lhe espalhara pela casa: era setembro de 1990, o Partizan foi jogar a Split, adeptos croatas invadiram o campo, agrediram jogadores, queimaram a bandeira da Jugoslávia que arrancaram do mastro onde ela tremulava: Ɖ & RNR SNSLZ­R RJ YTHTZ 2FX XNR KTN MTWW±[JQ (TSXJLZNRTX KZLNW UFWF T GFQSJ¥WNT ȁH¥RTX Q¥ UWJXTX [¥WNFX MTWFX & guerra já tinha estalado em várias zonas da Croácia, o pânico era que a turba entrasse, nos linchasse, mas não. O resto é o que se sabe, a tragédia que foi a guerra civil, não nos deixarem jogar o Euro — que com aquela equipa maravilhosa talvez pudéssemos ter ganho, ganhou-o a Dinamarca que só lá foi, por YNWFWJR F /ZLTXQ¥[NF IJ Q¥Ɠ 137


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Mijatovic e o golo que não Ji ¯ K

dói, dói mais — e, no fundo, tudo se resume numa frase: ao cedermos o controlo do meio-campo, perdemos o jogo. E, para isso, o Real teve um jogador que foi fantástico: o Davids…

Do Partizan saltou Mijatovic para o Valência por meados de 1993, três anos depois, Sanz juntou-o ao croata Davor Suker no Real — e de Jupp Heynckes afirmou Pedja:

— A perder, tinha de fazer o que fez. Apostar em mais um avançado…

— Amava Jupp, um alemão com aquela mentalidade de jogar até o último minuto, um grande ex-jogador de futebol. Foi quem me ensinou a reagir dentro da área, a não ter pressa, a aproveitar o melhor de mim para fazer golo. A decisão do Real o despedir estava tomada, antes da final com a Juventus — e por isso nós, os jogadores, quase todos, dizíamos: temos de ganhar pelo míster — ele não pode sair pela porta pequena. Não se esqueçam de que, em Espanha, tínhamos quase sido os bobos do campeonato. Era uma grande Juve, essa: Zidane, Del Piero, Inzaghi... E aos 66 minutos, aconteceu aquilo… Não, não acho que estivesse fora de jogo, como alguns disseram. É verdade, o Raúl chegou a contar-me que sempre que volta a ver o golo, pensa no que pensou: que bola assim não podia entrar — e entrou… Lá, no campo, pareceu-me um golo normal, mas, depois, o que ouvi foi que tinha sido um golo fabuloso. Fui à televisão ver e realmente, pensei: um drible, um toque — e eu a pensar: Meu Deus, como é que eu meti a bola por ali e o Montero não foi capaz de a tirar… Marcello Lippi jogou no fair-play: — O Real mereceu ganhar. Nós começámos bem, mas fomos perdendo depressa o controlo sobre o adversário, passando assim a maior parte do tempo abaixo do nosso normal. Perder a Champions duas vezes seguidas, claro que 138

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

Natural, para Dimas, foi que Lippi nem sequer o tivesse mandado aquecer:

Para Rui Santos, apesar da «obra de arte» de Mijatovic que pôs a Champions (assim chamada) pela primeira vez em Madrid — a «obra de arte» e não só… — o homem do jogo foi Fernando Hierro: «Não perdeu um lance, alternando a marcação aos apagados avançados da Juve com uma atitude de líder quando teve mais tempo e espaço, um monstro sempre». Christian Panucci sempre que tocou na bola foi assobiado, vaiado, pelos tifosi da Juventus — e mal o jogo terminou deu-lhe, malandro, a réplica: apanhou uma bandeira de Espanha, embrulhou-se nela, correu para a zona onde estavam, desiludidos, os adeptos mais furiosos — e, por entre gestos mais ou menos expressivos, percebeu-se-lhe o clamor a saltar-lhe do fundo do coração: — Querem assim, então, agora sou espanhol! Muito mais emotivo foi o murmúrio apanhado a Pedja Mijatovic, por entre o júbilo em revoada: — O presidente tinha dito que seria meu o golo e não conseguindo dizer o que estou a sentir, posso dizê-lo: nunca na vida marquei golo tão importante e não deixo de pensar no meu filho Andrea a viver com tantos problemas de saúde… Percebeu-se-lhe como foi complicado travar as lágrimas


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2NOFYT[NH J[NYF NSYJW[JS«§T IJ &SLJQT 5JWZ__N LZFWIN§T IF Ɗ/Z[JƋ J UWJUFWF XJ UFWF FUTSYFW T ¾SNHT LTQT IF ȁSFQ IF (MFRUNTSX IJ

a insinuarem-se-lhe nos olhos. Andrea nascera como uma paralisia cerebral, um ano depois morreu — e, por mais de uma vez, Mijatovic largou, molhada, a confidência: — Sim, há uma coisa por que eu trocaria o golo de Amesterdão: pela saúde de Andrea. Nos anos mais bonitos da minha carreira vivi com a sua enfermidade. Nos momentos em que acreditas que até podes voar, Andrea estava dias e noites no hospital. E vê-lo assim, era a forma de que eu não era nada, afinal, nós somos pouco. Ou seja: Andrea teve uma missão na minha vida, a de salvar o pai da tentação de pensar que era deus e na realidade era nada… Diabos à solta mancharam de sangue a noite branca: nas comemorações da Champions na Praça Cibeles, desacatos e distúrbios causaram 170 feridos (deixando dois polícias em estado grave), o rebuliço começara por não permitirem que membros dos Ultras Sur furassem a barreira que os impedia

de subirem ao topo da estátua, porem na deusa cachecol do Real. Nos jornais do dia seguinte, havia quem falasse do Real «heroico» e da Juventus «pavorosa» — e o Corriere dello Sport resumiu tudo numa frase incontestável: «Mijatovic foi o melhor, Del Piero foi o pior». No regresso a Madrid, a viagem do aeroporto para o centro fez-se em cortejo de carros descapotáveis sob a proteção de 700 polícias, na paragem pela Praça de Cibeles alguns dos jogadores puderam subir à estátua da deusa, na festa do Santiago Bernabéu a taça da Champions entrou no palco pelas mãos de Sanchis, por entre espetáculo de fogo de artifício e raios laser, entregou-a a Lorenzo Sanz — e ele, o presidente, já o anunciara: cada um teria direito a 60 mil contos de prémio e um automóvel de luxo. (Na página de A BOLA em que isso se revelava, havia anúnico da Ford, anunciando que o seu Escort Tuscany estava à venda por 3480 contos.) 139


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PRIMEIRA PRÉ-ELIMINATÓRIA

FASE DE GRUPOS

Derry City (Irlanda) – Maribor Teatanic (Eslovénia) 0 – 2 // 0 – 1 FC Košice (Eslováquia) – ÍA Akranes (Islândia) 3 – 0 // 1 – 0 Partizan Belgrado (Jug.) – Croatia Zagreb (Croácia) 1 – 0 // 0 – 5 Valletta FC (Malta) – 8PTSYT +( 7ïLF (Letónia) 1 – 0 // 0 – 2 Pyunik Yerevan (Arménia) – MTK Budapest (Hungria) 0 – 2 // 3 – 4 Crusaders FC (Irl. Norte) – Dinamo Tblisi (Geórgia) 1 – 3 // 1 – 5 Sileks Kratovo (Macedónia) – Beitar Jerusalém (Israel) 1 – 0 // 0 – 3 8YJFZF 'ZHFWJŎYJ 5RPpQLD ² &6.$ 6RÀD %XOJiULD

3 – 3 // 2 – 0 &RQVWUXFWXURO &KLüLQąX 0RO ² MPKC Mazyr (Biel.) 1 – 1 // 2 – 3 Lantana Tallinn (Estónia) – Jazz Pori (Finlândia) 0 – 2 // 0 – 1 GI Gøtu (ILhas Faroé) – Glasgow Rangers (Escócia) 0 – 5 // 0 – 6 1HIWoL %DN× $]HUEDLMmR ² <NI_J\ ąTI_ (Polónia) 0 – 2 // 0 – 8 Dinamo Kiev (Ucrânia) – Barry Town (Gales) 2 – 0 // 4 – 0 Sion 6XtoD ² -HXQHVVH G·(VFK /X[HPEXUJR

4 – 0, 1 – 0 Anorthosis Famagusta &KLSUH ² 6LDXOLş .DUHGD /LWXkQLD

3 – 0, 1 – 1

1ª jornada Grupo A Galatasaray (Turquia) – Borussia Dortmund (Ale.) 0-1 Sparta Praga (Rep. Checa) – Parma (Itália) 0-0 Grupo B Košice (Eslováquia) – Manchester United (Ing.) 0-3 Juventus (Itália) – Feyenoord (Holanda) 5-1 Grupo C PSV Eindhoven (Holanda) – Dinamo Kiev (Ucrânia) 1-3 Newcastle (Inglaterra) – Barcelona (Espanha) 3-2 Grupo D Olympiakos (Grécia) – FC Porto (Portugal) 1-0 Real Madrid (Espanha) – Rosenborg (Noruega) 4-1 Grupo E Paris Saint-Germain (Fra.) – IFK Göteborg (Suécia) 3-0 %D\HUQ $OHPDQKD ² %HüLNWDü 7XUTXLD Grupo F Bayer Leverkusen (Alemanha) – Lierse (Bélgica) 1-0 Sporting (Portugal) – Mónaco (França) 3-0

4ª jornada Grupo A Borussia Dortmund (Alemanha) – Parma AC (Itália) Galatasaray (Turquia) – Sparta Praga (Rep. Checa) Grupo B Feyenoord (Holanda) – Manchester United (Ing.) Juventus (Itália) – FC Košice (Eslováquia) Grupo C Newcastle United (Ing.) – PSV Eindhoven (Holanda) FC Barcelona (Espanha) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Grupo D FC Porto (Portugal) – Rosenborg (Noruega) Olympiakos (Grécia) – Real Madrid CF (Espanha) Grupo E Paris Saint-Germain (França) – Bayern (Alemanha) ,). *|WHERUJ 6XpFLD ² %HüLNWDü 7XUTXLD Grupo F Bayer Leverkusen (Alemanha) – Sporting (Portugal) Lierse SK (Bélgica) – Mónaco FC (França)

2ª jornada Grupo A B. Dortmund (Ale.) – Sparta Praga (Rep. Checa) 4-1 Parma (Itália) – Galatasaray (Turquia) 2-0 Grupo B Feyenoord (Holanda) – Košice (Eslováquia) 2-0 Manchester United (Inglaterra) – Juventus (Itália) 3-2 Grupo C Barcelona (Espanha) – PSV Eindhoven (Holanda) 2-2 Dinamo Kiev (Ucrânia) – Newcastle United (Ing.) 2-2 Grupo D Rosenborg (Noruega) – Olympiakos (Grécia) 5-1 FC Porto (Portugal) – Real Madrid (Espanha) 0-2 Grupo E %HüLNWDü 7XUTXLD ² 3DULV 6DLQW *HUPDLQ )UDQoD IFK Göteborg (Suécia) – Bayern (Alemanha) 1-3 Grupo F Lierse (Bélgica) – Sporting (Portugal) 1-1 Mónaco (França) – Bayer Leverkusen (Alemanha) 4-0

5ª jornada Grupo A Borussia Dortmund (Ale.) – Galatasaray SK (Tur.) Parma AC (Itália) – Sparta Praga (Rep. Checa) Grupo B Feyenoord (Holanda) – Juventus (Itália) Man. United (Inglaterra) – Košice (Eslováquia) Grupo C FK Dinamo Kiev (Ucr.) – PSV Eindhoven (Holanda) FC Barcelona (Espanha) – Newcastle United (Ing.) Grupo D FC Porto (Portugal) – Olympiakos (Grécia) Rosenborg (Noruega) – Real Madrid (Espanha) Grupo E %HüLNWDü 7XUTXLD ² )& %D\HUQ $OHPDQKD IFK Göteborg (Suécia) – Paris Saint-Germain (Fra.) Grupo F Lierse SK (Bélgica) – Bayer Leverkusen (Alemanha) Mónaco (França) – Sporting (Portugal)

3ª jornada Grupo A Parma (Itália) – Borussia Dortmund (Alemanha) Sparta Praga (Rep. Checa) – Galatasaray (Turquia) Grupo B Man. United (Inglaterra) – Feyenoord (Holanda) Košice (Eslováquia) – Juventus (Itália) Grupo C PSV Eindhoven (Holanda) – Newcastle United (Ing.) Dinamo Kiev (Ucrânia) – FC Barcelona (Espanha) Grupo D Rosenborg (Noruega) – FC Porto (Portugal) Real Madrid (Espanha) –Olympiakos SF (Grécia) Grupo E FC Bayern (Ale.) – Paris Saint-Germain FC (França) %HüLNWDü -. úVWDQEXO 7XU ² ,). *|WHERUJ 6XpFLD Grupo F Mónaco FC (França) – Lierse (Bélgica) Sporting (Portugal) – Bayer Leverkusen (Alemanha)

6ª jornada Grupo A Galatasaray (Turquia) – Parma AC (Itália) 1-1 Sparta Praga (Rep. Checa) – B.Dortmund (Ale.) 0-3 Grupo B Košice (Eslováquia) – Feyenoord (Holanda) 0-1 Juventus (Itália) – Manchester United (Inglaterra) 1-0 Grupo C PSV Eindhoven (Holanda) – FC Barcelona (Esp.) 2-2 Newcastle (Inglaterra) – Dinamo Kiev (Ucrânia) 2-0 Grupo D Olympiakos (Grécia) – Rosenborg (Noruega) 2-2 Real Madrid (Espanha) – FC Porto (Portugal) 4-0 Grupo E Bayern (Alemanha) – IFK Göteborg (Suécia) 0-1 3DULV 6DLQW *HUPDLQ )UDQoD ² %HüLNWDü 7XUTXLD Grupo F Bayer Leverkusen (Alemanha) – Mónaco (França) 2-2 Sporting (Portugal) – Lierse (Bélgica) 2-1

SEGUNDA PRÉ-ELIMINATÓRIA MTK Budapeste (Hungria) – Rosenborg (Noruega) 0 – 1 // 1 – 3 'JģNPYFģ (Turquia) – Maribor Teatanic (Eslovénia) 0 – 0 // 3 – 1 Sion (Suíça) – Galatasaray (Turquia) 1 – 4 // 1 – 4 Olympiakos (Grécia) – MPKC Mazyr (Bielorrússia) 5 – 0 // 2 – 2 Casino Salzburg (Áustria) – Sparta Praga (Rep. Checa) 0 – 0 // 0 – 3 IFK Göteborg (Suécia) – Glasgow Rangers (Escócia) 3 – 0 // 1 – 1 Barcelona (VSDQKD ² 6NRQWR 5ĦJD /HWyQLD

3 – 2 // 1 – 0 Brøndby (Dinamarca) – Dinamo Kiev (Ucrânia) 2 – 4 // 1 – 0 Newcastle (Inglaterra) – Croatia Zagreb (Croácia) 2 – 1 // 2 – 2 (após prolongamento) Feyenoord (Holanda) – Jazz Pori (Finlândia) 6 – 2 // 2 – 1 Bayer Leverkusen (Alemanha) – Dinamo Tblisi (Geórgia) 6 – 1 // 0 – 1 Košice (Eslováquia) – Spartak Moscovo (Rússia) 2 – 1 // 0 – 0 6WHDXD %XFDUHũWH 5RP ² Paris Saint-Germain (França) 3 – 0 // 0 – 5 :LG]HZ âRG] 3ROyQLD ² Parma (Itália) 1 – 3 // 0 – 4 Beitar Jerusalém FC (Israel) – Sporting (Portugal) 0 – 0 // 0 – 3 Anorthosis Famagusta (Chipre) – Lierse (Bélgica) 2 – 0 // 0 – 3

1-0 3-0 2-1 0-1 1-0 3-0 2-0 5-1 5-1 5-1 0-2

2-0 2-0 1-3 3-2 0-2 0-4 1-1 0-0 3-1 4-1 0-1

4-1 2-2 2-0 3-0 1-1 1-0 2-1 2-1 0-1 0-2 3-2


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FINAL

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Borussia Dortmund (Alemanha) 2º Parma AC (Itália) 3º Sparta Praga (Rep. Checa) 4º Galatasaray (Turquia)

15 pts 9 pts 5 pts 4 pts

Grupo B 1º Manchester United (Inglaterra) 2º Juventus (Itália) 3º Feyenoord (Holanda) 4º Košice (Eslováquia)

15 pts 12 pts 9 pts 0 pts

Grupo C 1º Dinamo Kiev (Ucrânia) 2º PSV Eindhoven (Holanda) 3º Newcastle (Inglaterra) 4º Barcelona (Espanha)

11 pts 9 pts 7 pts 5 pts

Grupo D 1º Real Madrid CF (Espanha) 2º Rosenborg (Noruega) 3º Olympiakos (Grécia) 4º FC Porto (Portugal)

13 pts 11 pts 5 pts 4 pts

Grupo E 1º Bayern (Alemanha) 2º Paris Saint-Germain (França) %HüLNWDü 7XUTXLD ,). *|WHERUJ 6XpFLD

12 pts 12 pts SWV SWV

Grupo F 1º Mónaco (França) 2º Bayer Leverkusen (Alemanha) 3º Sporting (Portugal) 4º Lierse (Bélgica)

13 pts 13 pts 7 pts 1 pts

Liga dos Campeões 1997/98

1

Real Madrid

0

Juventus Final 20 de maio 1998

Amsterdam Arena, Amesterdão

QUARTOS DE FINAL Bayer Leverkusen (Alemanha) – Real Madrid (Espanha)

Árbitro: Hellmut Krug (Alemanha) REAL MADRID : Bodo Illgner; Christian Panucci, Fernando Hierro, Manolo Sanchis (cap.), Roberto Carlos; Clarence Seedorf, Fernando Redondo, Christian Karembeu, Raúl González (José Emilio Amavisca, 90); Predrag Mijatovic (Davor Suker, 89), Fernando Morientes (Jaime Sánchez, 81) Cartão amarelo: Hierro (23), Roberto Carlos (36), Karembeau (57), Seedorf (90) Treinador: Juup Heynckes

JUVENTUS: Angelo Peruzzi (cap.); Moreno Torricelli, Mark Iuliano, Paolo Montero; Angelo di Livio (Alessio Tachinardi, 46), Didier Deschamps (Antonio Conte, 77), Edgar Davids, Gianluca Pessotto (Daniel Fonseca, 70), Zinédine Zidane; Filippo Inzaghi, Alessandro del Piero Cartão amarelo: Davids (35), Montero (79) Treinador: Marcello Lippi Marcadores: 1-0: Predag Mijatovic (66)

1 – 1 // 0 – 3 Juventus (Itália) – Dinamo Kiev (Ucrânia)

1 – 1 // 4 – 1 Bayern (Alemanha) – Borussia Dortmund (Alemanha)

0 – 0 // 0 – 1 (após prolongamento) Mónaco (França) – Manchester United FC (Inglaterra)

0 – 0 // 1 – 1 MEIAS FINAIS Juventus (Itália) – Mónaco FC (França)

4 – 1 // 2 – 3 Real Madrid (Esp.) – Borussia Dortmund (Ale.)

2 – 0 // 0 – 0

MELHORES MARCADORES Alessandro Del Piero (Juventus) 10 golos Thierry Henry (Mónaco) 7 golos Serhiy Rebrov (Dinamo Kiev) Filippo Inzaghi (Juventus) 6 golos Andrew Cole (Manchester United) 5 golos



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Capítulo XLV 1998/99

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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Em «dois minutos espantosos e surrealistas», houve um «Assassino com Cara de Bebé» e um herói que tinha sido «egoísta» 5JQF KFXJ IJ LWZUTX IF (MFRUNTSX XJ ȁHFWFR +( 5TWYT J 'JSȁHF Ɖ J JXXF ȁSFQ JR VZJ UJQF UWNRJNWF [J_ SJSMZR ITX HQZGJX KTWF HFRUJ§T SFHNTSFQ J (FRU 3TZ XJ FGWNZ ¤ KJXYF XTG F [T_ Q±WNHF IJ 2TSYXJWWFY (FGFQQ­ UTIJWNF YJW XF±IT IJ ZR ȁQRJ IJ &QKWJI -NYHMHTHPƓ 3F [­XUJWF OTWSFQNXYF NSLQ®X QFS«TZ ZR XZGYNQ YTVZJ IJ UWT[THF«§T F UJWLZSYF IJ 1TYMFW 2FYYM¨ZX — O que é que sente ao ter de defrontar, com 38 anos, a melhor equipa inglesa de sempre? * T HFUNY§T IT 'F^JWS VZJ JR ;NJSF O¥ UJWIJWF 9F«F ITX (FRUJ¹JX UFWF T +( 5TWYT ST HFQHFSMFW IJ 2FIOJW J ST KTLFHMT IJ /ZFW^ S§T XJ IJXHTRU¸X SF WJXUTXYF GJR UJQT HTSYW¥WNT — Para lhe dizer o que sinto e como me sinto, vou recordar-lhe apenas frase de um grande amigo meu inglês, o Gary Lineker. Sim, é mesmo essa: futebol joga-se com uma bola e MTRJSX IJ HFIF QFIT J ST ȁR LFSMFR TX FQJR§JX T VZJ [FN FHTSYJHJWƓ 3§T ST ȁR S§T LFSMFWFR TX FQJR§JX Ɖ ST ȁR RJXRT RJXRT ST ȁR UJWIJWFR TX FQJR§JX IT IWFRF XFNSIT UJQT GZWFHT IT UTSYT Ɖ F UFWYNW IJ ITNX UTSYFU­X IJ HFSYT IJ )F[NI 'JHPMFR 4 UWNRJNWT WJRFYJ IT 2FSHMJXYJW :SNYJI 'F^JWS IJZ JR LTQT MF[NF HNSHT RNSZYTX /TMSXJS HFWWJLFWF /FSHPJW F ITNX RJYWTX IF QNSMF IJ LWFSIJ ¥WJF SF HTGWFS«F 2FWNT 'FXQJW Ɖ T MTRJR VZJ UFXXFWF F ­UTHF JR HTSȂNYT HTR T HQZGJ FRJF«FSIT IJN]¥ QT F VZFQVZJW RTRJSYT HZXYFXXJ T VZJ HZXYFXXJ J VZJ RFQ T ¥WGNYWT FUNYTZ F KFQYF UJINZ F *KKJSGJWL VZJ XJ FKFXYFXXJ VZJ JWF JQJ VZJ HMZYF[F (MZYTZ SZR UWNRTW Ɖ J IJN]TZ 5JYJW 8HMRJNHMJQ UWJLFIT FT XTQT NRUTYJSYJ UFWF J[NYFW VZJ F GTQF QMJ KTXXJ GJNOFW FX WJIJX :R ITX FUJQNITX VZJ YJR 'TQJXQF\ IJN]F QMJ HQFWF F TWNLJR XNR 5JYJW 8HMRJNHMJQ ­ ȁQMT IJ ZR UTQFHT 3FXHJZ JR ,QFIXF]J J KTN ST -TOJ ,QFIXF]J .+ VZJ XJ QFS«TZ ST KZ YJGTQ 9W®X FSTX IJUTNX VZFSIT JXYF[F F HFRNSMT ITX RZITZ XJ UFWF T 'TQIPQZGGJS -JWT Ɖ J IJ Q¥ XFQYTZ UFWF T ,QFIXF]J -JWT '0 144

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Quando Schmeichel deixou os caixotes da fábrica de têxteis com medo de estragar os joelhos (e depois foi a «pechincha do século» para Alex Ferguson) Ao chegar, em 1981, ao Gladsaxe-Hero BK, Schemeichel tinha um ídolo, o Gary Bailey (o jogador que o Manchester United descobrira por acaso do destino no Wits University, pequeno clube IJ /TFSJXGZWLT SZRF FQYZWF JR VZJ F +.+& NRUJINF VZJ XJ ȁzessem jogos com sul-africanos por causa da política de apartheid que também vigorava no futebol). O Gladsaxe-Hero BK era clube amador — e, além de futebolista, Peter Schmeichel foi sendo outras coisas: empregado num asilo de 3.ª idade, colaborador de uma ONG ambientalista. O seu treinador tinha uma fábrica de têxteis — e também lá trabalhou. Despediu-se ao achar que os caixotes que tinha de carregar, às vezes com mais de 90 quilos, lhe poderiam estragar os joelhos. Ao deixar, em 1984, o trabalho na fábrica de têxteis também deixou o Gladsaxe-Hero. Foi para o Hvidovre IF. Estreou-se, assim, na I Divisão. Gary Bailey continuava a ser o seu ídolo. Também adorava o Shilton e o Schumacher, como antes adorara o Maier. E só a caminho dos 25 anos, depois de também já ter sido RNQNYFW ­ VZJ 5JYJW 8HMRJNHMJQ XJ YTWSTZ JSȁR UWTȁXXNTSFQ IJ futebol. A Taça dos Campeões que o FC Porto ganhou ao Bayern cruzou-se com ele. Sim, em 86/87 já jogava no Brondby e monumentais foram as exibições que fez. Aliás, isso começara a ser tão normal que, quatro anos depois, Alex Ferguson foi lá buscá-lo. Pagou por ele apenas 505 mil libras — e muito depois revelou:

— Foi a pechincha do século. Peter Schmeichel tinha 1,91 m e pesava 105 quilos — e, nessa ȁSFQ IF 1NLF ITX (FRUJ¹JX ST (FRU 3TZ KWJSYJ FT 'F^JWS IJ Munique, ao minuto 90, o Manchester United estava a perder por ,FSMTZ UTW Ɖ J ST ȁR IT OTLT TZ[NZ XJ QMJ — Víamos o tempo a passar sem marcarmos mas tinha a certeza de que acabaríamos por chegar lá, porque não era a primeira vez que marcámos nos últimos minutos. Ganhar um Europeu, como ganhei pela Dinamarca, é fantástico, mas conquistar a melhor competição que se pode conquistar é a Champions. E conquistada assim é mesmo uma daquelas histórias que qualquer um de nós adoraria ter para contar aos netos, deixando-os de boca aberta… (Semanas depois da épica façanha de Barcelona, José Roquette apresentou-o, de glória ao rubro, como reforço do Sporting, Peter Schmeichel contou-o: — A negociação durou horas, chegámos a acordo às 4 da manhã, eu só pensava em ir para o hotel descansar, mas não: o presidente levou-me para uma sala cheia de jornalistas, dizendo-lhes: como assinámos com ele, portanto vamos ser campeões. Ao ouvi QT ȁVZJN JR HMTVZJƓ O estágio de preparação do Sporting foi nas Caldas — e vendo Giuseppe Materazzi pegar em todo o plantel para o pôr a fazer crosse duríssimo, ele acercou-se de Nuno Santos, seu suplente e tradutor — e pediu-lhe: — Diz ao italiano que eu não corro no mato, já ganhei 9 campeonatos, uma Champions e nunca tive de correr. Por isso, não vai ser agora. Sim, José Roquette não falhou: com ele, o Sporting foi mesmo campeão. Treinador já não era Materrazi, era Inácio. Na sua defesa Schmeichel tinha o Beto e foi o Beto que o disse: — Era um líder impressionante. A minha mãe até deixou de ver os jogos porque dizia que ele ralhava mais comigo do que ela fazia quando eu era pequeno. 145


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Por que Teddy Sheringham esteve a torcer para que . Ä K golo ao Bayern Ao minuto 90+1 do Manchester United-Bayern, já com Peter Schmeichel, esbaforido, na área contrária, à beira de Oliver Kahn, os ingleses empataram por Teddy Sheringham. A UEFA colocara no Camp Nou um speaker inglês e um speaker alemão — e vendo o placard em 1-1, viu-se o alemão num alvoroço a retirar da aparelhagem CD que já lá colocara com a música para a festa dos bávaros.

A perder, com o tempo útil de jogo esgotado e já em fase de desespero, Peter Schmeichel, guarda-redes do M. United, invade área alemã e tenta a sua sorte

Sheringham fora, por agosto de 1997, para Old Traford com a missão de substituir o icónico Eric Cantona. Para o levar do Tottenham, o United gastara 3,5 milhões de libras (por mais do que o triplo foram Ronaldo, o Fenómeno para o Inter). Não tardou que entre Teddy e Andy Cole se criasse relação tensa — e, às vezes, pior: chegaram a insultar-se em campo, não se falavam fora dele. Tendo Ferguson ido ao Aston Villa buscar Dwigth Yorke (ainda sem o ter enrodilhado em boémias e polémicas — como a que viveria por causa da paternidade não assumida do filho que a modelo Katie Price jurava ser dele — e testes de ADN provaram que era mesmo…) mais complicada ficou a entrada de Sheringham no 11. &NSIF FXXNR S§T XJ WJXNLSF[F Ɖ J VZFYWT INFX FSYJX IF ȁnal com o Bayern, fora em si que o Manchester começara a descobrir a chave para a conquista da FA Cup ao Newcastle. Talvez por isso, já em Barcelona, Ferguson lhe tenha soprado ao ouvido ao intervalo: — Tenho um feeling de que vais entrar e dar-nos o paraíso. 9FQ[J_ F RNSZYTX IT ȁR 2FSY­R YJ UWTSYT

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Com o Bayern a vencer por 1-0 desde os cinco minutos, Teddy Sheringham haveria de o revelar:

to de David Beckham, Ryan Giggs tocou na bola, Sheringham atirou-a para o fundo da baliza de Oliver Khan:

— Fui um bocadinho egoísta, sim… Eu queria ser o herói do jogo, um dos heróis do jogo e tendo ouvido o que ouvi do Boss JXYN[J F KF_JW ȁLFX UFWF VZJ F LJSYJ S§T RFWHFXXJ XJR VZJ JZ já lá estivesse dentro… Até que chegou a hora…

Ɖ &SYJX IJ IJXFYFW F HTWWJW UFWF T KJXYJOT XJSYN T HTWF«§T FUJWYFW UJSXFSIT ­ TKK XNIJ$ 3§T S§T JWFƓ

Aos 67 minutos, Ferguson pô-lo no lugar do sueco Jesper Blomqvist — e já para além do minuto 90, na sequência do can-

Menos de dois minutos depois, Ole Gunnar Solskjaer fez o 2-1 (na sequência de um sorrateiro toque de cabeça de Sheringham). Ao ver a bola dentro da baliza, o ganês Kuffour desatou a chorar, de lágrimas nos olhos continuou até o árbitro dar UTW ȁSIT T JSHTSYWT Ɖ J JQFX YFRG­R S§T XJ JXLTYFWFR STX RNSZYTX XJLZNSYJX STX RNSZYTX IF HTSXFLWF«§T IT 2FSHMJXter United. Tal como Sheringham, Solskjaer saíra do banco na fé do milagre. Com o cronómetro no minuto 81, o que Alex Ferguson lhe disse, disse-o num brado: Ɖ *SYWF J KF_ T VZJ UZIJWJX UTW S·X FVZNQT VZJ YZ XFGJX A Solskjaer chamavam-lhe alguns o Assassino com Cara de Bebé — pelo destino que tinha: marcar golos importantes em lances que pareciam inofensivos. Outros tratavam-no como o Super-Sub — o supersubstituto igualmente por ser capaz de saltar do banco para transformar o que parecia ser inferno em paraíso. O Manchester United fora buscá-lo ao Molde — e Alex Ferguson haveria de o revelar:

Empate feito, já para lá do minuto 90, Sheringham, autor do golo, sem se conter, esfuziante

— A forma de Solskjaer finalizar era majestosa. Mal cheLF[F ¤ _TSF IJ YNWT O¥ QJ[F[F HTSXNLT F IJHNX§T +TWRF[F HJS¥WNTX RJSYFNX JR YTIF F UFWYJ 3§T OTLF[F XJRUWJ UTWVZJ S§T JWF ITX RFNX FLWJXXN[TX 8JSYFIT ST GFSHT JXYF[F XJRUWJ F YTRFW STYFX XTGWJ TX FI[JWX¥WNTX HTRT XJ RT[NRJSYF[FR Ɖ J UTW NXXT JZ XFGNF VZFSIT ­ VZJ JQJ UTINF XJW NRUTWYFSYJ KZSIFRJSYFQ RJXRT * RFNX HTR JQJ F UTWYF IT RJZ LFGNSJYJ S§T HTWWNF T WNXHT IJ XJW FWWTRGFIF J]NLNSIT QZLFW ST UTW RFNX HTNXFX KFSY¥XYNHFX VZJ UZIJXXJ KF_JWƓ 147


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Com Ferguson a acreditar que houve alguém a «empurrar o United no céu», houve quem falasse de «relâmpagos» e de «submarinos» 6ZFSIT 5NJWQZNLN (TQQNSF FUNYTZ UFWF T ȁR IT YWJUNIFSYJ 2FSHMJXYJW :SNYJI 'F^JWS 1TYMFW 2FYYM¨ZX KFQMFIT T FQ[NYWJ NSXUNWFIT JR 1NSJPJW S§T XJ RTXYWTZ HTS[JSHNIT

— Impressionante… Estivemos tão perto de ganhar o jogo, em duas jogadas tudo se desmoronou. Se naquela minha bola ao posYJ JQF YN[JXXJ JSYWFIT YZIT ȁHFWNF WJXTQ[NIT RFNX TZ RJSTX HJIT assim, não sei que dizer… Olhem, que perdemos um jogo que esteve tão perto de ser ganho… (WTSNXYF IT 9MJ 9JQLWFUM UZ]TZ F UTJXNF FT HTRJSY¥WNT o3ZSHF SF MNXY·WNF IT OTLT MTZ[J ZRF JVZNUF Y§T NSJXUJWFIFRJSYJ [NYTWNTXF J ZR TUTXNYTW Y§T IWFXYNHFRJSYJ IJXYWZ±IT HTRT XJ YN[JXXJ XNIT FYNSLNIT UTW ITNX WJQ¦RUFLTX [NSITX ITX céus». 3ZRF HWNFYN[F QNLF«§T JSYWJ XZGXYNYZYTX J XZGRFWNSTX T 9MJ 8ZS YNYZQTZ

«Os nossos SUB afundaram os alemães». — Não foi a melhor equipa que se sagrou campeã, mas sim a que teve mais sorte. Passámos tanto tempo em vantagem para, nos ¾QYNRTX NSXYFSYJX F IJXHTSHJSYWF«§T IJNYFW YZIT F UJWIJW *SȁR temos de saber viver com o que sucedeu, mas confesso que nunca tinha passado por experiência tão amarga. Perder assim é demasiado doloroso. /JSX /JWJRNJX VZJ FSYJX IF VZJIF IT RZWT IJ 'JWQNR OTLF[F ST )±SFRT )WJXIJS HQZGJ QNIJWFIT UTW *WNHM 2NJQPJ T XFSLZNS¥WNT HMJKJ IF 89&8. F UTQ±HNF XJHWJYF IF 7)& S§T ITZWTZ F U±QZQF — É inconcebível o que aconteceu. Sabíamos perfeitamente que qualquer desatenção poderia ser fatal e falhámos marcações quando era mais proibido. 2JMRJY 8HMTQQ T FQJR§T IJ XFSLZJ YZWHT VZJ O¥ FSIF[F JR JXHFWFRZ«F UTQ±YNHF HTR INWNLJSYJX ITX ;JWIJX J UJQT HFRNSMT XJ HTS[JWYJWF FT GZINXRT IJN]TZ XJ QJ[FW UJQT JXU±WNYT _JS UFWF JXHTSIJW F R¥LTF RFNX TZ RJSTX ȁQTX·ȁHT 148

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

UNHT KTN T )FNQ^ 8YFW

«Os mais gloriosos dois minutos da história do futebol». 4 9MJ 9NRJX KFQFSIT IJ oHFRUJ¹JX IT JXU±WNYT MZRFST Ɖ J IJ oITNX RNSZYTX JXUFSYTXTX J XZWWJFQNXYFX FYNWTZ TX HFRUJ¹JX ¤ X­YNRF INRJSX§T o+JWLZXTS LFSMTZ T Y±YZQT IJ RFNTW YWJNSFITW GWNY¦SNHT IJ XJRUWJ J JXYJ 2FSHMJXYJW :SNYJI T IJ RJQMTW JVZNUF IJ YTITX TX YJRUTX &QJ] +JWLZXTS FRFXXTZ F KJQNHNIFIJ JR RNXYNHNXRT Ɖ 3F UFWYJ ȁSFQ O¥ FHJNYF[F VZJ F (MFRpions estava perdida. Porém, lá em cima, ST (­Z FQLZ­R YJ[J YJRUT FNSIF UFWF aparecer a dar-nos um empurrão. Estou muito orgulhoso dos meus rapazes. Mostraram que quando se tem vontade de ganhar, consegue-se. Sim, é verdade: a minha equipa tardou a funcionar, não esperávamos sofrer um golo tão cedo. Mas, a partir daí não deixámos mais de tentar, de arriscar — e assim acabámos no ponto mais alto em que se pode estar…


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PRIMEIRA PRÉ-ELIMINATÓRIA ÍBV Vestmannæyjar (Islândia) – SK Tirana (Albânia)

1-0 // 2-1

FC Lovech (Bulgária) – Glentoran Belfast (Irl. Norte)

3-0 // 2-0

;NQSNFZX ŁFQLNWNX (Lituânia) – FK Tsement Ararat (Arménia)

2-0 // 3-0

HB Tórshavn (Ilhas Faroe) – FC Haka Valkeakoski (Fin.)

1-1 // 0-6

5FWYN_FS 'JQLWFIT (Jugoslávia) – FC Flora Tallinn (Estónia)

6-0 // 4-1

/D -HXQHVVH G·(VFK /X[ ² 8PTSYT +( 7ïLF (Letónia)

0-2 // 0-8

8QTLF /ZLTRFLSFY 8PTUOJ 0DF ² ). .ƎSƎ] *ƎQFƎ $]H 1-0 // 1-2 Barry Town FC (Gales) – Valletta FC (Malta)

0-0 // 2-3

6DLQW 3DWULFN·V $WKOHWLF ,UO ² +( ?NRGWZ (MNģNSÇZ (Mol.)

0-5 // 0-5

SEGUNDA PRÉ-ELIMINATÓRIA 3-0 // 2-0

7FUNI ;NJSF (Áustria) – Valletta FC (Malta)

&STWYMTXNX +FRFLZXYF &KLSUH ² 6ORYDQ %UDWLVODYD (VO 2-1 // 1-1 5FWYN_FS 'JQLWFIT -XJRVOiYLD ² 1. 5LMHND &URiFLD

3-1 // 3-0

&6.$ 0RVFRYR 5~VVLD ² 2TQIJ +0 (Noruega)

2-0 // 0-4

)& /RYHFK %XOJiULD ² <NI_J\ ą·Iľ (Polónia)

4-1 // 1-4

(2-3 nos penáltis) )& +DND 9DONHDNRVNL )LQ ² ,QFXLT\ 7FSLJWX (VF

1-4 // 0-3

SK Dinamo Tbilisi (Geo.) – +( ?NRGWZ (MNģNSÇZ (Mol.)

2-1 // 0-2

'Q\DSUR 7UDQV0DVK 0DKLO\RZ %LH ² &.0 8TQSF (Sué.)

0-1 // 0-2

6ORJD -XJRPDJQDW 6NRSMH 0DF ² 'W¼SIG^ .+ (Din.)

0-1 // 0-1

5DSLG %XFXUHũWL 5RP ² 8PTSYT +( 7ïLF (Let.)

3-3 // 1-2

%HüLNWDü 7XUTXLD ² -FUTJQ -FNKF (Israel)

1-1 // 0-0

)NSFRT 0NJ[ 8FUkQLD ² 9LOQLDXV æDOJLULV /LWXkQLD

2-0 // 1-0

ÍBV Vestmannæyjar (Islândia) – 290 'ZIFUJXY (Hungria) 0-2 // 1-3 Maribor Teatanic (VOyYHQLD ² *HQN %pOJLFD

5-1 // 0-3

TERCEIRA PRÉ-ELIMINATÓRIA =LPEUX &KLüLQąX 0ROGiYLD ² 58; *NSIMT[JS (Holanda)

0-0, 0-2

8UFWYFP 2TXHT[T 5~VVLD ² 3DUWL]DQ %HOJUDGR -XJRVOiYLD Chelsea ,QJODWHUUD ² 6NRQWR )& 5ĦJD /HWyQLD 5DSLG 9LHQD ÉXVWULD ² Galatasaray 7XUTXLD

3-0 // 0-0 0-3 // 0-1 // 0-4

Fiorentina ,WiOLD ² :LG]HZ /yG] 3ROyQLD

3-1 // 2-0

$D% $DOERUJ 'LQDPDUFD ² )NSFRT 0NJ[ 8FUkQLD

1-2 // 2-2

,QFXLT\ 7FSLJWX (VFyFLD ² 3DUPD $& ,WiOLD

2-0 // 0-1

%U¡QGE\ ,) 'LQDPDUFD ² Boavista (Portugal)

1-2 // 2-4

$(. *UpFLD ² &.0 8TQSF 6XpFLD

0-0 // 0-1

+DSRHO +DLID )& ,VUDHO ² Valência (VSDQKD

0-2 // 0-2

Hertha Berlim $OH ² $QRUWKRVLV )& )DPDJXVWD &KLSUH 2-0 // 0-0 Sturm Graz (Áustria) – Servette (Suíça)

2-1 // 2-2

Molde FK (Noruega) – Maiorca (VSDQKD

0-0 // 1-1

(após prolongamento) /\RQ )UDQoD ² 0DULERU 7HDWDQLF (VORYpQLD

0-1 // 0-2

(WTFYNF ?FLWJG &URiFLD ² 07. %XGDSHVWH +XQJULD

0-0 // 2-0

). 7HSOLFH 5HS &KHFD ² 'TWZXXNF )TWYRZSI (Ale.)

0-1 // 0-1


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PRIMEIRA PRÉ-ELIMINATÓRIA

FASE DE GRUPOS

Sileks Kratovo (Macedónia) – Brugge (Bélgica) 0 – 0 // 1 – 2 ą08 ą·Iľ 3ROyQLD ² .ƎSƎ] *ƎQFƎ $]HUEDLMmR

4 – 1 // 3 – 1 Liteks Lovech (Bulgária) – Halmstads (Suécia) 2 – 0 // 1 – 2 Grasshopper 6XtoD ² /D -HXQHVVH G·(VFK /X[HPEXUJR

6 – 0 // 2 – 0 Celtic (VFyFLD ² 6DLQW 3DWULFN·V $WKOHWLF )& 'XEOLQ ,UODQGD

0 – 0 // 2 – 0 äLDXOLş .DUHGD /LWXkQLD ² Maribor Teatanic (Eslovénia) 0 – 3 // 0 – 1 )NSFRT 0NJ[ (Ucrânia) – Barry Town (Gales) 8 – 0 // 2 – 1 Cliftonville (Irlanda do Norte) – +( 0TĥNHJ (Eslováquia) 1 – 5 // 0 – 8 8PTSYT 7ïLF (Letónia) – Dynamo Minsk (Bielorrússia) 0 – 0 // 2 – 1 Valletta FC (Malta) – Anorthosis Famagusta (Chipre) 0 – 2 // 0 – 6 Beitar Jerusalém (Israel) – B36 Tórshavn (Ilhas Faroe) 4 – 1 // 1 – 0 Dinamo Tbilisi (Geórgia) – Vllaznia Shkodër (Albânia) 3 – 0 // 1 – 3 -/0 -JQXNSPN (Finlândia) – FK Yerevan (Arménia) 2 – 0 // 3 – 0 +0 4GNQNË 'JTLWFI (Jugoslávia) – ÍBV Vestmannæyjar (Islândia) 2 – 0 // 2 – 1 )& =LPEUX &KLüLQąX 0ROGiYLD ² Újpest (Hungria) 1 – 0 // 1 – 3 8YJFZF 'ZHFWJģYJ (Roménia) – FC Flora Tallinn (Estónia) 4 – 1 // 1 – 3

1.ª jornada Grupo A FC Porto (Portugal) – Olympiakos (Grécia) NK Croatia Zagreb (Croácia) – Ajax (Holanda) Grupo B Athletic Bilbao (Espanha) – Rosenborg (Noruega) Juventus (Itália) – Galatasaray (Turquia) Grupo C Real Madrid (Espanha) – Inter (Itália) SK Sturm Graz (Áustria) – Spartak Moscovo (Rús.) Grupo D Brøndby IF (Dinamarca) – Bayern (Alemanha) Man. United (Inglaterra) – Barcelona (Espanha) Grupo E Panathinaikos (Grécia) – Dinamo Kiev (Ucrânia) RC Lens (França) – Arsenal (Inglaterra) Grupo F .DLVHUVODXWHUQ $OHPDQKD ² %HQÀFD 3RUWXJDO PSV Eindhoven (Holanda) – HJK Helsinki (Finlândia)

SEGUNDA PRÉ-ELIMINATÓRIA Rosenborg (Noruega) – Brugge (Bélgica) 2 – 0 // 2 – 4 2FSHMJXYJW :SNYJI ,QJODWHUUD ² â.6 âyGť 3ROyQLD

2 – 0 // 0 – 0 FK Liteks Lovech (Bulgária) – 8UFWYFP 2TXHT[T (Rússia) 0 – 5 // 2 – 6 Galatasaray (Turquia) – Grasshopper (Suíça) 2 – 1 // 3 – 2 Celtic (Escócia) – NK Croatia Zagreb (Croácia) 1 – 0 // 0 – 3 NK Maribor Teatanic (Eslovénia) – 58; *NSIMT[JS (Holanda) 2 – 1 // 1 – 4 (após prolongamento) )NSFRT 0NJ[ (Ucrânia) – Sparta Praga (Rep. Checa) 0 – 1 // 1 – 0 (3 – 1 nos penáltis) FC Košice (Eslováquia) – 'W¼SIG^ (Dinamarca) 0 – 2 // 1 – 0 Inter ,WiOLD ² 6NRQWR )& 5ĦJD /HWyQLD

4 – 0 // 3 – 1 4Q^RUNFPTX (Grécia) – Anorthosis FC Famagusta (Chipre) 2 – 1 // 4 – 2 'JSȁHF (Portugal) – Beitar Jerusalém (Israel) 6 – 0 // 2 – 4 Dinamo Tbilisi (Geórgia) – Athletic Bilbao (Espanha) 2 – 1 // 0 – 1 -/0 -JQXNSPN (Finlândia) – Metz (França) 1 – 0 // 1 – 1 Bayern $OHPDQKD ² ). 2ELOLþ %HRJUDG -XJRVOiYLD

4 – 0 // 1 – 1 8YZWR ,WF_ (Áustria) – Újpest (Hungria) 4 – 0 // 3 – 2 6WHDXD %XFDUHüWH 5RPpQLD ² Panathinaikos (Grécia) 2 – 2 // 3 – 6

2-2 0-0 1-1 2-2 2-0 0-2 2-1 3-3 2-1 1-1 2-1

4.ª jornada Grupo A Ajax (Holanda) – Olympiakos (Grécia) 2-0 NK Croatia Zagreb (Croácia) – FC Porto (Portugal) 3-1 Grupo B Juventus (Itália) – Athletic Bilbao (Espanha) 1-1 Galatasaray (Turquia) – Rosenborg (Noruega) 3-0 Grupo C Spartak Moscovo (Rússia) – Inter (Itália) 1-1 SK Sturm Graz (Áustria) – Real Madrid (Espanha) 1-5 Grupo D Barcelona (Espanha) – Bayern (Alemanha) 1-2 Man. United (Inglaterra) – Brøndby IF (Dinamarca) 5-0 Grupo E Dinamo Kiev (Ucrânia) – Arsenal (Inglaterra) 3-1 Panathinaikos (Grécia) – RC Lens (França) 1-0 Grupo F %HQÀFD 3RUWXJDO ² +-. +HOVLQNL )LQOkQGLD Kaiserslautern (Ale.) – PSV Eindhoven (Hol.) 3-1

0-0

5.ª Jornada Grupo A Olympiakos (Grécia) – FC Porto (Portugal) Ajax (Holanda) – NK Croatia Zagreb (Croácia) Grupo B Rosenborg (Noruega) – Athletic Bilbao (Espanha) Galatasaray (Turquia) – Juventus (Itália) Grupo C Spartak Moscovo (Rús.) – SK Sturm Graz (Áust.) Inter (Itália) – Real Madrid (Espanha) Grupo D Bayern (Alemanha) – Brøndby IF (Dinamarca) Barcelona (Espanha) – Man. United (Inglaterra) Grupo E Dinamo Kiev (Ucrânia) – Panathinaikos (Grécia) Arsenal (Inglaterra) – RC Lens (França) Grupo F HJK Helsinki (Finlandia) – PSV Eindhoven (Holanda) %HQÀFD 3RUWXJDO ² .DLVHUVODXWHUQ $OHPDQKD

3.ª jornada Grupo A Olympiakos (Grécia) – Ajax (Holanda) 1-0 FC Porto (Portugal) – NK Croatia Zagreb (Croácia) 3-0 Grupo B Athletic Bilbao (Espanha) – Juventus (Itália) 0-0 Rosenborg (Noruega) – Galatasaray (Turquia) 3-0 Grupo C Real Madrid (Espanha) – SK Sturm Graz (Áustria) 6-1 Inter (Itália) – Spartak Moscovo (Rússia) 2-1 Grupo D Bayern (Alemanha) – Barcelona (Espanha) 1-0 Brøndby IF (Dinamarca) – Man. United (Inglaterra) 2-6 Grupo E Arsenal (Inglaterra) – Dinamo Kiev (Ucrânia) 1-1 RC Lens (França) – Panathinaikos (Grécia) 1-0 Grupo F +-. +HOVLQNL )LQOkQGLD ² %HQÀFD 3RUWXJDO PSV Eindhoven (Hol.) – Kaiserslautern (Ale.) 1-2

6.ª jornada Grupo A FC Porto (Portugal) – Ajax (Holanda) NK Croatia Zagreb (Croácia) – Olympiakos (Grécia) Grupo B Athletic Bilbao (Espanha) – Galatasaray (Turquia) Juventus (Itália) – Rosenborg (Noruega) Grupo C SK Sturm Graz (Áustria) – Inter (Itália) Real Madrid (Espanha) – Spartak Moscovo (Rússia) Grupo D Brøndby IF (Dinamarca) – Barcelona (Espanha) Manchester United (Inglaterra) – Bayern (Alemanha) Grupo E RC Lens (França) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Panathinaikos (Grécia) – Arsenal (Inglaterra) Grupo F 369 (LQGKRYHQ +RODQGD ² %HQÀFD 3RUWXJDO Kaiserslautern (Alemanha) – HJK Helsinki (Finlândia)

2.ª jornada Grupo A Ajax (Holanda) – FC Porto (Portugal) Olympiakos (Grécia) – NK Croatia Zagreb (Croácia) Grupo B Galatasaray (Turquia) – Athletic Bilbao (Espanha) Rosenborg (Noruega) – Juventus (Itália) Grupo C Spartak Moscovo (Rússia) – Real Madrid (Espanha) Inter (Itália) – SK Sturm Graz (Áustria) Grupo D Barcelona (Espanha) – Brøndby IF (Dinamarca) Bayern (Alemanha) – Man.United (Inglaterra) Grupo E Arsenal (Inglaterra) – Panathinaikos (Grécia) Dinamo Kiev (Ucrânia) – RC Lens (França) Grupo F %HQÀFD 3RUWXJDO ² 369 (LQGKRYHQ +RODQGD HJK Helsinki (Finlandia) – Kaiserslautern (Ale.)

2-1 2-0 2-1 1-1 2-1 1-0 2-0 2-2 2-1 1-1

2-1 0-1 2-1 1-1 0-0 3-1 2-0 3-3 2-1 0-1 1-3

3-0 1-1 1-0 2-0 0-2 2-1 0-2 1-1 1-3 1-3 5-2


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FINAL

CLASSIFICAÇÃO Grupo A 1º Olympiakos (Grécia) 2º NK Croatia Zagreb (Croácia) 3º FC Porto (Portugal) 4.º Ajax (Holanda) Grupo B 1º Juventus (Itália) 2º Galatasaray (Turquia) 3º Rosenborg (Noruega) 4º Athletic Bilbao (Espanha)

11 pts 8 pts 7 pts 7 pts 8 pts 8 pts 8 pts 6 pts

Liga dos Campeões 1998/99

2

Manchester United

1

Bayern Final 26 de maio de 1999

Camp Nou, Barcelona.

Grupo C 1º Inter (Itália) 2º Real Madrid CF (Espanha) 3º Spartak (Rússia) 4º SK Sturm Graz (Áustria)

13 pts 12 pts 8 pts 1 pts

Grupo D 1.º Bayern München (Alemanha) 2.º Manchester United (Inglaterra) 3.º Barcelona (Espanha) 4.º Brøndby IF (Dinamarca)

11 pts 10 pts 8 pts 3 pts

Grupo E 1º Dinamo Kiev (Ucrânia) 2º RC Lens (França) 3º Arsenal (Inglaterra) 4º Panathinaikos (Grécia)

11 pts 8 pts 8 pts 6 pts

Grupo F 1º Kaiserslautern (Alemanha) %HQÀFD 3RUWXJDO 3º PSV Eindhoven (Holanda) 4º HJK Helsinki (Finlândia)

13 pts SWV 7 pts 5 pts

Árbitro: Pierluigi Collina (Itália). MANCHESTER UNITED: Peter Schmeichel (cap.); Gary Neville, Jaap Stam, Ronny Johnsen, Denis Irwin; Ryan Giggs, David Beckham, Nicky Butt, Jesper Blomqvist (Teddy Sheringham, 67); Andy Cole (Ole Gunnar Solskjær, 80), Dwight Yorke Treinador: Alex Ferguson

BAYERN: Oliver Kahn (cap.); Thomas Linke, Lothar Matthäus (Thorsten Fink, 79), Samuel Kuffour, Markus Babbel; Jens Jeremies, Stefan Effenberg, Michael Tarnat, Mario Basler (Hasan 8FQNMFRNIłNH (FWXYJS /FSHPJW &QJ]FSIW Zickler (Mehmet Scholl, 70) Treinador: Ottmar Hitzfeld

QUARTOS DE FINAL Real Madrid (Espanha) – Dinamo Kiev (Ucrânia)

1 – 1 // 0 – 2

Marcadores: 0-1: Mario Basler (6). 1-1 Teddy Sheringham (90+2). 2-1: Ole Gunnar Solskjær (90+3)

Manchester United (Inglaterra) – Inter (Itália)

2 – 0 // 1 – 1

MELHORES MARCADORES

2 – 1 // 1 – 1

Andriy Shevchenko (Dinamo Kiev) 8 golos Dwight Yorke (Manchester United) 8 golos Zlatko Zahovic (FC Porto) 7 golos Filippo Inzaghi (Juventus) 6 golos 1XQR *RPHV %HQÀFD

5 golos

Juventus (Itália) – Olympiakos (Grécia) Bayern (Alemanha) – Kaiserslautern (Alemanha)

2 – 0 // 4 – 0 MEIAS FINAIS Manchester United (Inglaterra) – Juventus (Itália)

1 – 1 // 3 – 2

Dinamo Kiev (Ucrânia) – Bayern (Alemanha)

3 – 3 // 0 – 1



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Capítulo XLVI 1999/2000

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)


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Casillas rasgou a história quatro dias depois de fazer 19 anos e Raúl acabou em 50 metros com o sonho do Valência

— O árbitro? Que árbitro?! Houve dois — penáltis contra o Ba^JWS VZJ ȁHFWFR UTW RFWHFW IJZ ZR FRFWJQT FT -NQ¥WNT VZFSIT F GTQF JXYF[F IJSYWT IF ¥WJF JXUFQMTZ HFWY¹JX UTW YTITX TX STXXTX OTLFITWJX VZJ JXYF[FR JR UJWNLT UFWF F UW·]NRFƓ HTNXFƓ 2FQ T +( 5TWYT RFWHTZ T LTQT JXXJ XJSMTW JXHTH®X JRUZWWTZ STX UFWF YW¥X RFWHFSIT YW®X KFQYFX HTSXJHZYN[FX 4Z XJOF VZJR LFSMTZ T OTLT KTN T ¥WGNYWT J F RNSMF JVZNUF KJ_ ZRF [J_ RFNX ZR OTLT KFStástico!

Pressão sobretudo dos clubes do G-14 levou a que a UEFA alargasse ainda mais a Champions a não campeões (permitindo que federações com melhor ranking pudessem ter até quatro representantes). Se na edição de 1955/56 foram 18 os participantes, na de 1999/2000 foram 71 (levando a três pré-eliminaY·WNFX 4X TNYF[TX IJ ȁSFQ UFXXFWFR F INXUZYFW XJ NLZFQRJSYJ em grupos de quatro (onde também esteve o Boavista, tendo como ponto de glória vitória sobre o Borussia Dortmund) — e o FC Porto só caiu nos quartos e muito por culpa de um árbitro que conseguiu levar Fernando Santos ao desespero…

3FX RJNFX ȁSFNX T 7JFQ 2FIWNI VZJ SF XJLZSIF KFXJ IJ LWZUTX trocara John Toshack por Vicente del Bosque, após humilhante derrota por 5-1 no Santiago Bernabéu, ante o Saragoça) eliminou T 'F^JWS Ɖ J T ;FQ®SHNF JQNRNSTZ T 'FWHJQTSF & ȁSFQ JXUFSMTQF teve por palco (muito festivo, com circo e tudo…) Paris — e o Real só lá estava porque, na fase de grupos, o Dínamo de Kiev perdera o segundo lugar por uma nesga, no goal average).

Nas Antas, Mário Jardel (que acabaria a campanha com 10 golos, os mesmos de Raúl e de Rivaldo, mas melhor marcador por ter estado em menos jogos) fez 1-0 aos 46 minutos, o Bayern chegou ao empate já quase ao correr do pano por entre distração súbita: o russo Nikolay Levnikov assinalou falta contra o FC Porto, com quase toda a equipa a reclamá-la, os alemães marcaram-na, lestos e sorrateiros, Paulo Sérgio, isolado e sem oposição, bateu Hilário. Notável fora a exibição, F[FXXFQFITWF UTW [J_JX Ɖ J UTW FXXNSFQFW ȁHTZ UJS¥QYN XTGWJ Jardel. Em Munique, ainda foi pior: Paulo Sérgio fez 1-0 aos 14 minutos, Jardel empatou aos 88, num fabuloso golpe de cabeça, a centro de Esquerdinha. No minuto seguinte, Hugh Dallas viu o que mais ninguém vira: falta de Jardel sobre Jeremies — e, por entre a confusão na área, Thomas Linke evitou o que parecia inevitável: o prolongamento. Com a mostarda a saltar-lhe ao nariz, apanhou-se de Fernando Santos mágoa e revolta: 154

CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU

No Stade de France, com a procissão ainda a sair do adro, estrondo assustador encheu o estádio e logo uma densa nuvem de fumo se levantou no topo sul (que era onde estavam os adeptos do Valência). Houve quem, em pânico, temesse que tivesse sido uma bomba, mas não: fora petardo apenas, passou o susto, seguiu o jogo. Aos 38 minutos, esforçado cruzamento de Michel Salgado permitiu que a cabeça de Morientes batesse Cañizares sem apelo nem agravo — e aos 66 minutos, o 2-0 saiu de uma bomba de Steve McManaman. Chegara do Liverpool meses antes, numa nuvem de polémica (ou talvez não): ao aperceber-se de que se preparava para deixar o clube, sem querer renovar o HTSYWFYT F HTWWJW UFWF T ȁR T 1N[JWUTTQ YJSYTZ [JSI® QT FT Barcelona por 3000 milhões de pesetas, mas Louis Van Gaal, o treinador do Barça, não o quis, despachando a questão de uma penada: Ɖ UTZHT LTQJFITW T VZJ S·X YJRTX IJ NW GZXHFW ­ 7N[FQIT T GWFXNQJNWT Assim foi — e a custo zero surgiu no Real.


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Como Jesús Gil atirou (sem dinheiro) Raúl para o Real e Roberto Carlos atirou (com coração) a bola para a bancada Com o Valência a atacar desesperadamente, à procura de golo que lhe pusesse de novo o sonho em rastilho, ao minuto 74 soltou-se o génio do corpo de Raúl: pegou na bola bem atrás da linha de meio-campo, correu com ela mais de 50 metros, quando Cañizares, alvoroçado, se lhe atirou aos pés, fugiu-lhe, esgueirando-se para a direita e, de toque subtil, atirou a bola para o fundo da baliza… 3FXHJSIT UTW RJFITX IJ ȁQMT IJ ZR JQJYWNHNXYF KFS¥YNHT pelo Atlético de Madrid, com o Atlético de Madrid no coração cresceu Raúl Gonzalez. Vivia nos arrabaldes de Madrid, aos 11 anos foi jogar para o clube da terra: o San Cristóbal — mas o sonho não o escondia: — Ser jogador do Atleti! Dois anos após, virou realidade. E, de um instante para o outro, KTN F IJXNQZX§T FHMFSIT XJ JR LWF[JX INȁHZQIFIJX ȁSFSHJNWFX /Jsús Gil y Gil decidiu acabar com a academia do Atlético de Madrid e com todas as suas equipas de formação. Raúl estava a caminho ITX FSTX J QTLT QMJ XZWLNZ JRNXX¥WNT IT 7JFQ F IJXFȁ¥ QT UFWF lá — e foi assim que desatou a agarrar o destino…

tra o peito, desatou-se a nova correria, galgou, como barreirista, placard de publicidade — e pontapeou o esférico para as bancadas que se tinham transformado num mar branco de felicidade e júbilo. 5TW JXXF FQYZWF O¥ XJ XFGNF XTG ȁFS«F IJ JXYZIT HNJSY±ȁHT VZJ T seu remate podia passar velocidade de 120 quilómetros/hora, era como se tivesse um lança-rockets no pé esquerdo (e o seu chuto MF[JWNF FY­ IJ [NWFW OTLT IJ [±IJT Roberto Carlos nascera, por abril de 1973, no interior de São Paulo, numa fazenda de café de Garça, onde os pais trabalhavam: — Aí, já batia bola no time onde meu pai fazia peladas, ele era volante, eu era ponta. Indo morar para casa da avó materna em Cordeirópolis, aos 12 anos trabalhava numa tecelagem — e jogava futebol na equipa de ZRF K¥GWNHF IJ FLZFWIJSYJX )J Q¥ XFQYTZ UFWF T :SN§T 8§T /T§T IJ Araras, clube que o levou à seleção do Brasil que, em 1991, perdeu T 2ZSINFQ XZG VZJ +NLT 7ZN (TXYF /T§T 5NSYT (TRUFSMNF LFSMFWFR JR 1NXGTF J UFWF 5JN]J UJWIJZ T Y±YZQT IJ XJZ 2;5 Esteve a um passo do FC Porto, Pinto da Costa contou-o: — É das poucas coisas de que me arrependo no futebol. Com Artur Jorge a treinador, podíamos ter trazido dois jogadores quase desconhecidos do Brasil, só trouxemos um, o Geraldão...

Para ir aos treinos, Raúl tinha de passar largas horas em viagem: no comboio, no metro, no autocarro — e aos 17 anos e 4 meses já se abrira ao seu insinuante talento a primeira equipa do Real. Não tardou que os adeptos merengues o tratassem como Anjo de Madrid — assim chegou, em fulgor, a Paris.

No Palmeiras foi campeão brasileiro em 1993 e 1994, o Inter contratou-o por sete milhões de dólares — e um ano depois já estava no Real. Não tardou a tornar-se estrela — e ódio para adverX¥WNTX /JX¾X ,NQ ^ ,NQ HMFRTZ QMJ *9 FUWJYFQMFIT &QLZWJX UTW 1997, o seu BMW apareceu riscado, no capô pintaram-lhe a palavra: «macaco»: — Quando olhei o que estava rabiscado liguei para o meu empresário e disse que se continuasse a ser provocado por racistas iria JRGTWF SF MTWF 8· ȁVZJN UTWVZJ RJ HTS[JSHJWFR VZJ JWF YWFGFlho sujo de quem queria desestabilizar o Real.

3T NSXYFSYJ JR VZJ 8YJKFST 'WFXHMN FUNYTZ UFWF T ȁR IT 7JFQ Madrid, 3-Valência, 0 — estava a bola nos pés de Roberto Carlos. Parou, baixou-se, agarrou-a com ambas as mãos, apertou-a con-

Capaz de correr os 100 metros em menos de 11 segundos, no Real Roberto Carlos haveria de ganhar mais, muito mais do que só F (MFRUNTSX IJ 5FWNX TZ TZYWFX (MFRUNTSX XJVZJWƓ 155


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Por que Cúper disse: «não pagava nada, dava a vida…» Vítor Serpa sintetizou-o, perfeito, na sua crónica em A BOLA: «Incontestável. O Real Madrid salva a época com uma vitória estrondosa e surpreendentemente fácil. Uma vitória da classe de um campeão, uma vitória quase cirúrgica, que envolveu um rigor tático essencial ao domínio do jogo, numa fase de natural dúvida (o Real acabara o campeonato em quinto lugar), que se foi consolidando pela natureza da maior dimensão do seu futebol e que se tornou irreversível numa explosão fantástica do contra-ataque de Raúl, que correu mais de meio campo para o golo que desde cedo consagrava o Real como campeão europeu». (TRT OTLFITW IT 7JFQ ;NHJSYJ IJQ 'TXVZJ JXYN[JWF SF ȁSFQ IF Taça dos Campeões de 1980/81 (aquela em que o golo de Alan Kennedy a atirou para Liverpool) — e com pouco mais de três meses de treinador (com Jorge Valdano a manager) levou a «octava orelhuda» para Madrid: — Foi jogo de domínio total do Real. Tivemos no meio campo fortaleza dominadora, excelentes foram, aí, as exibições de McManaman e Redondo, aí começou a desenhar-se a nossa evidente superioridade. Sim, estou no paraíso, mas não posso deixar de o dizer. Sendo trabalho da dedicação de tanta gente, esta Champions também tem a responsabilidade do homem que me antecedeu no comando da equipa, o John Toshack. De 100 mil contos foi o prémio para cada jogador do Real — e para o treinador, igual. Por ter estado no arranque da aventura,

Toshack também teve direito a bónus — de 50 mil contos. No L´Équipe a manchete era:

«O Real é eterno.» E em página interior escreveu-se: «Esta foi das mais belas vitórias de uma história rica conseguida com inteligência e autoridade, construída pela qualidade técnica dos seus jogadores». 3T ȁSFQ IF ȁSFQ FIJUYTX IT 7JFQ QFWLFWFR JR HQFRTW — Valência, Valência, Valência! E, minutos depois, a Héctor Cúper, o treinador dos valencianos, FQLZ­R QFS«TZ ȁQTX·ȁHF F UJWLZSYF — O que é que estaria disposto a pagar para voltar a repetir esta ȁSFQ IF (MFRUNTSX$ Depois de fugaz meditação, exclamou: — Não pagava nada, dava a vida! Sobretudo para a repetir e não a perder! Sabem por que é que eu estou triste, desolado RJXRT$ 5TW S§T YJWRTX IFIT F VZJR STX FHTRUFSMTZ FY­ FVZN a vitória que todos queríamos. E que estava na cabeça de todos os meus jogadores. As equipas que estão sob minhas ordens têm de encarar todos os jogos na perspetiva de que são os favoritos. Não pensem que o digo por soberba. Muito pelo contrário. Digo-o por mentalidade. E, depois, é a velha história: as ȁSFNX S§T X§T UFWF XJ OTLFW X§T UFWF XJ ganhar. Os meus jogadores trabalharam muito para isso, mas encontrámos um adversário muito forte, que venceu bem. 7F_¹JX UFWF F IJWWTYF$ 3§T ­ T RTRJSYT para análises dessas. Depois, de cabeça mais fria, analisaremos os porquês do desaire. Em especial o segundo golo do Real, que liquidou as nossas esperanças. E acima de tudo, acho que não trocámos a bola com a segurança habitual, jogámos mais nervosos do que é normal — e eles aproveitaram isso muito bem. 157


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Iker Casillas Acabara de completar 19 anos e logo foi para a baliza do Real Madrid, não num jogo qualquer, RFX ST LWFSIJ OTLT T RFNTW IJ YTITX JSYWJ HQZGJX ZRF ȁSFQ IF (MFRUNTSX F IJ 5FWNX * MNXY·WNF MF[JWNF IJ ST KZYJGTQ KF_JW VZ§T QTSLF J GTSNYF MNXY·WNFƓ

2000

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Não muito tempo antes, )

p K º » "$0q ³ 1º + º no quarto… Sem passar por cabo de trabalhos, Iker Casillas tornou-se o mais jovem guarda-redes a ganhar a Champions sem, porém, deixar de mostrar o prodígio que já era. José Luis, o pai, era UTQ±HNF J FT HFXFW XJ HTR 2¥WN (FWRJS UTW ȁSFNX ITX FSTX pediu transferência para o País Basco — porque, por lá, se ganhava mais, a Guardia Civil dava subsídio especial aos agentes que trabalhassem em zonas sob ameaça de terrorismo e esse era o tempo da ETA em hiperatividade, com o perigo sempre a espreitar numa bomba, num atentado. A mãe era professora, conhecera José Luis em Mostóles, nos subúrbios de Madrid — e FRGTX IJHNINWFR VZJ JWF JR 2TXY·QJX VZJ T ȁQMT IJ[NF SFXHJW +TN T VZJ FHTSYJHJZ F IJ RFNT IJ 5ZXJWFR QMJ HTStudo, nome basco (Iker, claro…). )J 'NQGFZ FHFGFWFR UTW XFNW HTR T ȁQMT UJVZJSNST UTW XJ suspeitar que José Luis se tornara num alvo da ETA. Antes ainda dos seis anos, já se lhes tornara ritual: aos domingos, logo pela manhã, ia com o pai para um campinho do colégio Joan Miró. Mal lá chegavam, punha-se debaixo da baliza, gritando para José Luis: — Chuta, chuta! Ele chutava, chutava — e a cada dia que passava mais espanto se abria no pai com os seus voos, as suas defesas. Por isso, foi sem surpresa que a ideia lhe saltou à cabeça: levá-lo ao Real Madrid. Andava já no Colégio Pablo Picasso — foi durante as férias de verão que pareceu a teste na cantera do Real. +TN SZRF YFWIJ IJ XJYJRGWT IJ Ɖ RFX X· JR OFSJNWT IJ

QMJ HMJLTZ F HFXF JR 2TXY·QJX F STY±HNF IJ VZJ UFXXFWF a ser guarda-redes da equipa de benjamins, no postal estava NLZFQRJSYJ F HTS[THFY·WNF UFWF T XJZ UWNRJNWT YTWSJNT TȁHNFQ o Troféu Social XXIX. Cresceu com galhardetes de vários clubes pendurados numa IFX UFWJIJX IT VZFWYT Ɖ ZR IJQJX JWF IT 'JSȁHF 3F TZYWF colava pósteres — e, sendo ele do Real, jogando ele no Real, um deles poderia parecer heresia: era o de Vítor Baía com a camisola do Barcelona. Baía era um dos seus ídolos, o primeiro que teve foi Arconada — e, por isso, igual ao de Arconada fora o seu primeiro equipamento como guarda-redes. Pedira à mãe VZJ QMJ ȁ_JXXJ JR KJQYWT T JXHZIT IT 7JFQ J T JXHZIT IF XJQJção — e contou-o: — Quando, nos jogos de rua, queria ser o Arconada do Real ou o Arconada de Espanha só tinha de mudar o símbolo — e era o que fazia. (TR .QLSJW J (TSYWJWFX QJXNTSFITX JR ST[JRGWT IJ Jupp Heynckes chamou-o à primeira equipa do Real Madrid — para jogo com o Rosenborg, para a Champions. Casillas tinha FSTX ȁHTZ ST GFSHT UFWF F GFQN_F KTN (FµN_FWJX Ɖ J SJXXF STNYJ IJ SJ[J IJZ XJ IJWWTYF MNXY·WNHF IT 7JFQ UTW & JXYWJNF como titular aconteceu no arranque desta histórica Champions, VZJ IJZ FT 7JFQ F oTNYF[F RFWF[NQMF JR XJYJRGWT IJ no empate a três com o Olympiakos (no arranque do grupo em que também estava o FC Porto) — e um dos três golos que sofreu, sofreu-o de Zahovic, que fora das Antas para Atenas. 6ZFYWT INFX FSYJX IJ JSYWFW ST 8YFIJ IJ +WFSHJ ȁ_JWF FSTX — e quando de eternidade segura nas mãos fez pelo FC Porto o XJZ OTLT SF 1NLF ITX (FRUJ¹JX (FXNQQFX HTWWJZ FT 9\NYYJW F FȁFS«FW VZJ T XJZ oKF[TWNYT SJXXJX KTN T IF ȁSFQ HTR T Valência. Percebe-se — e anos antes, amiúde, o dissera: — Estava a subir para a Segunda B e fui a Paris ganhar uma Champions. 159


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PRIMEIRA FASE DE GRUPOS

CLASSIFICAÇÃO 1.ª FASE

1.ª jornada Grupo A Bayer Leverkusen (Alemanha) – Lazio (Itália) Dinamo Kiev (Ucrânia) – Maribor Teatanic (Eslovénia) Grupo B AIK Solna (Suécia) – Barcelona (Espanha) Fiorentina (Itália) – Arsenal (Inglaterra) Grupo C Boavista FC Porto (Portugal) – Rosenborg (Noruega) Feyenoord (Holanda) – Borussia Dortmund (Alemanha) Grupo D Manchester United (Inglaterra) – NK Croatia Zagreb (Croácia) Marselha (França) – SK Sturm Graz (Áustria) Grupo E Olympiakos (Grécia) – Real Madrid (Espanha) Molde FK (Noruega) – FC Porto (Portugal) Grupo F Bayern (Alemanha) – PSV Eindhoven (Holanda) Valência (Espanha) – Glasgow Rangers (Escócia) Grupo G Sparta Praga (Rep. Checa) – Bordéus (França) SC Willem II Tilburg (Holanda) – Spartak Moscovo (Rússia) Grupo H Chelsea (Inglaterra) – AC Milan (Itália) Galatasaray (Turquia) – Hertha Berlim (Alemanha)

4.ª jornada 1-1 0-1 1-2 0-0 0-3 1-1 0-0 2-0 3-3 0-1 2-1 2-0 0-0 1-3 0-0 2-2

Grupo A Dinamo Kiev (Ucrânia) – Bayer Leverkusen (Alemanha) Maribor Teatanic (Eslovénia) – Lazio (Itália) Grupo B Arsenal (Inglaterra) – Barcelona (Espanha) Fiorentina (Itália) – AIK Solna (Suécia) Grupo C Feyenoord (Holanda) – Boavista FC Porto (Portugal) Borussia Dortmund (Alemanha) – Rosenborg Trondheim (Noruega) Grupo D Marselha (França) – Manchester United (Inglaterra) SK Sturm Graz (Áustria) – NK Croatia Zagreb (Croácia) Grupo E FC Porto (Portugal) – Real Madrid (Espanha) Molde FK (Noruega) – Olympiakos (Grécia) Grupo F Valência (Espanha) – Bayern (Alemanha) Glasgow Rangers (Escócia) – PSV Eindhoven (Holanda) Grupo G Spartak Moscovo (Rússia) – Bordéus (França) SC Willem II Tilburg (Holanda) – Sparta Praga (Rep. Checa) Grupo H Hertha Berlin (Alemanha) – AC Milan (Itália) Galatasaray (Turquia) – Chelsea (Inglaterra)

2.ª jornada

5.ª jornada

Grupo A Maribor Teatanic (Eslovénia) – Bayer Leverkusen (Alemanha) Lazio (Itália) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Grupo B Arsenal (Inglaterra) – AIK Solna (Suécia) Barcelona (Espanha) – Fiorentina (Itália) Grupo C Borussia Dortmund (Alemanha) – Boavista (Portugal) Rosenborg Trondheim (Noruega) – Feyenoord (Holanda) Grupo D SK Sturm Graz (Áustria) – Manchester United (Inglaterra) NK Croatia Zagreb (Croácia) – Marselha (França) Grupo E FC Porto (Portugal) – Olympiakos (Grécia) Real Madrid (Espanha) – Molde FK (Noruega) Grupo F Glasgow Rangers (Escócia) – Bayern (Alemanha) PSV Eindhoven (Holanda) – Valência (Espanha) Grupo G Spartak Moscovo (Rússia) – Sparta Praga (Rep. Checa) Bordéus (França) – SC Willem II Tilburg (Holanda) Grupo H Hertha Berlin (Alemanha) – Chelsea (Inglaterra) AC Milan (Itália) – Galatasaray (Turquia)

Grupo A Lazio (Itália) – Bayer Leverkusen (Alemanha) Maribor Teatanic (Eslovénia) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Grupo B Barcelona (Espanha) – AIK Solna (Suécia) Arsenal (Inglaterra) – Fiorentina (Itália) Grupo C Rosenborg Trondheim (Noruega) – Boavista (Portugal) Borussia Dortmund (Alemanha) – Feyenoord (Holanda) Grupo D NK Croatia Zagreb (Croácia) – Manchester United (Inglaterra) SK Sturm Graz (Áustria) – Marselha (França) Grupo E Real Madrid (Espanha) – Olympiakos (Grécia) FC Porto (Portugal) – Molde FK (Noruega) Grupo F PSV Eindhoven (Holanda) – Bayern (Alemanha) Glasgow Rangers (Escócia) – Valência (Espanha) Grupo G Bordéus (França) – Sparta Praga (Rep. Checa) Spartak Moscovo (Rússia) -SC Willem II Tilburg (Holanda) Grupo H AC Milan (Itália) – Chelsea (Inglaterra) Hertha Berlin (Alemanha) – Galatasaray (Turquia)

0-2 2-1 3-1 4-2 3-1 2-2 0-3 1-2 2-0 4-1 1-1 1-1 1-1 3-2 2-1 2-1

3.ª jornada Grupo A Bayer Leverkusen (Alemanha) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Lazio (Itália) – Maribor Teatanic (Eslovénia) Grupo B AIK Solna (Suécia) – Fiorentina (Itália) Barcelona (Espanha) – Arsenal (Inglaterra) Grupo C Boavista FC Porto (Portugal) – Feyenoord (Holanda) Rosenborg Trondheim (Noruega) – Borussia Dortmund (Ale.) Grupo D Manchester United (Inglaterra) – Marselha (França) NK Croatia Zagreb (Croácia) – SK Sturm Graz (Áustria) Grupo E Real Madrid (Espanha) – FC Porto (Portugal) Olympiakos (Grécia) – Molde FK (Noruega) Grupo F Bayern (Alemanha) – Valência (Espanha) PSV Eindhoven (Holanda) – Glasgow Rangers (Escócia) Grupo G Bordéus (França) – Spartak Moscovo (Rússia) Sparta Praga (Rep. Checa) – SC Willem II Tilburg (Holanda) Grupo H AC Milan (Itália) – Hertha Berlin (Alemanha) Chelsea (Inglaterra) – Galatasaray (Turquia)

4-2 0-4 2-4 3-0 1-1 0-3 1-0 1-0 2-1 3-2 1-1 4-1 1-2 3-4 1-0 0-5

1-1 1-2 5-0 0-1 2-0 1-1 1-2 3-2 3-0 3-1 2-1 1-2 0-0 1-1 1-1 1-4

6.ª jornada 1-1 4-0 0-0 1-1 1-1 2-2 2-1 3-0 3-1 3-1 1-1 0-1 2-1 4-0 1-1 1-0

Grupo A Bayer Leverkusen (Alemanha) – Maribor Teatanic (Eslovénia) Dinamo Kiev (Ucrânia) – Lazio (Itália Grupo B AIK Solna (Suécia) – Arsenal (Inglaterra) Fiorentina (Itália) – Barcelona (Espanha) Grupo C Boavista (Portugal) – Borussia Dortmund (Alemanha) Feyenoord (Holanda) – Rosenborg Trondheim (Noruega) Grupo D Manchester United (Inglaterra) – SK Sturm Graz (Áustria) Marselha (França) – NK Croatia Zagreb (Croácia) Grupo E Olympiakos (Grécia) – FC Porto (Portugal) Molde FK (Noruega) – Real Madrid (Espanha) Grupo F Bayern (Alemanha) – Glasgow Rangers (Escócia) Valência (Espanha) – PSV Eindhoven (Holanda) Grupo G Sparta Praga (Rep. Checa) – Spartak Moscovo (Rússia) SC Willem II Tilburg (Holanda) – Bordéus (França) Grupo H Chelsea (Inglaterra) – Hertha Berlin (Alemanha) Galatasaray (Turquia) – AC Milan (Itália)

0-0 0-1 2-3 3-3 1-0 1-0 2-1 2-2 1-0 0-1 1-0 1-0 5-2 0-0 2-0 3-2

Grupo A 1º Lazio (Itália) 2º Dinamo Kiev (Ucrânia) 3º Bayer Leverkusen (Alemanha) 4º Maribor Teatanic (Eslovénia)

14 pts 7 pts 7 pts 4 pts

Grupo B 1º Barcelona(Espanha) 2º Fiorentina (Itália) 3º Arsenal (Inglaterra) 4º AIK Solna (Suécia)

14 pts 9 pts 8 pts 1 pts

Grupo C 1º Rosenborg Trondheim (Noruega) 2º Feyenoord (Holanda) 3º Borussia Dortmund (Alemanha) 4º Boavista (Portugal)

11 pts 8 pts 6 pts 5 pts

Grupo D 1º Manchester United (Inglaterra) 2º Marselha (França) 3º SK Sturm Graz (Áustria) 4º Croatia Zagreb (Croácia)

13 pts 10 pts 6 pts 5 pts

Grupo E 1º Real Madrid (Espanha) 2º FC Porto (Portugal) 3º Olympiakos (Grécia) 4º Molde FK (Noruega)

13 pts 12 pts 7 pts 3 pts

Grupo F 1º Valência (Espanha) 2º Bayern (Alemanha) 3º Glasgow Rangers (Escócia) 4º PSV Eindhoven (Holanda)

12 pts 9 pts 7 pts 4 pts

Grupo G 1º Sparta Praga (Rep. Checa) 2º Bordéus (França) 3º Spartak Moscovo (Rússia) 4º SC Willem II Tilburg (Holanda)

12 pts 12 pts 5 pts 2 pts

Grupo H 1º Chelsea (Inglaterra) 2º Hertha Berlin (Alemanha) 3º Galatasaray (Turquia) 4º AC Milan (Itália)

11 pts 8 pts 7 pts 6 pts


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SEGUNDA FASE DE GRUPOS

CLASSIFICAÇÃO 2.ª FASE

1.ª jornada Grupo A Hertha Berlin (Alemanha) – Barcelona (Espanha) Sparta Praga (Rep. Checa) – FC Porto (Portugal) Grupo B Fiorentina (Itália) – Manchester United (Inglaterra) Valência (Espanha) – Bordéus (França) Grupo C Dinamo Kiev (Ucrânia) – Real Madrid (Espanha) Rosenborg Trondheim (Noruega) – Bayern (Alemanha) Grupo D Marselha (França) – Lazio (Itália) Chelsea (Inglaterra) – Feyenoord (Holanda)

4.ª jornada 1-1 0-2 2-0 3-0 1-2 1-1 0-2 3-1

2.ª jornada Grupo A FC Porto (Portugal) – Hertha Berlin (Alemanha) Barcelona (Espanha) – Sparta Praga (Rep. Checa) Grupo B Man. United (Inglaterra) – Valência (espanha) Bordéus (França) – Fiorentina (Itália) Grupo C Bayern (Alemanha) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Real Madrid (Espanha) – Rosenborg Trondheim (Noruega) Grupo D Feyenoord (Holanda) – Marselha (França) Lazio (Itália) – Chelsea (Inglaterra)

1-0 0-2 1-2 2-0 4-1 1-2 0-0 1-0

5.ª jornada 1-0 5-0 3-0 0-0 2-1 3-1 3-0 0-0

3.ª jornada Grupo A Barcelona (Espanha) – FC Porto (Portugal) Hertha Berlin (Alemanha) – Sparta Praga (Rep. Checa) Grupo B Manchester United (Inglaterra) – Bordéus (França) Fiorentina (Itália) – Valência (Espanha) Grupo C Real Madrid (Espanha) – Bayern (Alemanha) Dinamo Kiev (Ucrânia) – Rosenborg Trondheim (Noruega) Grupo D Lazio (Itália) – Feyenoord (Holanda) Marselha (França) – Chelsea (Inglaterra)

Grupo A Sparta Praga (Rep. Checa) – Hertha Berlin (Alemanha) FC Porto (Portugal) – Barcelona (Espanha) Grupo B Bordéus (França) – Manchester United (Inglaterra) Valência (Espanha) – Fiorentina (Itália) Grupo C Bayern (Alemanha) – Real Madrid (Espanha) Rosenborg Trondheim (Noruega) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Grupo D Feyenoord (Holanda) – Lazio (Itália) Chelsea (Inglaterra) – Marselha (França)

Grupo A Barcelona (Espanha) – Hertha Berlin (Alemanha) FC Porto (Portugal) – Sparta Praga (Rep. Checa) Grupo B Manchester United (Inglaterra) – Fiorentina (Itália) Bordéus (França) – Valência (Espanha) Grupo C Real Madrid (Espanha) – Dinamo Kiev (Ucrânia) Bayern (Alemanha) – Rosenborg Trondheim (Noruega) Grupo D Lazio (Itália) – Marselha (França) Feyenoord (Holanda) – Chelsea (Inglaterra)

3-1 2-2 3-1 1-4 2-2 2-1 5-1 1-3

6.ª jornada 4-2 1-1 2-0 1-0 2-4 2-1 1-2 1-0

Grupo A Hertha Berlin (Alemanha) – FC Porto (Portugal) Sparta Praga (Rep. Checa) – Barcelona (Espanha) Grupo B Fiorentina (Itália) – Bordéus (França) Valência (Espanha) – Manchester United (Inglaterra) Grupo C Dinamo Kiev (Ucrânia) – Bayern (Alemanha) Rosenborg Trondheim (Noruega) – Real Madrid (Espanha) Grupo D Chelsea (Inglaterra) – Lazio (Itália) Marselha (França) – Feyenoord (Holanda)

Grupo A 1º Barcelona (Espanha) 2º FC Porto (Portugal) 3º Sparta Praga (Rep. Checa) 4º Hertha Berlin (Alemanha)

16 pts 10 pts 5 pts 2 pts

Grupo B 1º Manchester United (Inglaterra) 2º Valência (Espanha) 3º Fiorentina (Itália) 4º Bordéus (França)

13 pts 10 pts 8 pts 2 pts

Grupo C 1º Bayern (Alemanha) 2º Real Madrid (Espanha) 3º Dinamo Kiev (Ucrânia) 4º Rosenborg (Noruega)

13 pts 10 pts 10 pts 1 pts

Grupo D 1º Lazio (Itália) 2º Chelsea (Inglaterra) 3º Feyenoord (Holanda) 4º Marselha (França)

11 pts 10 pts 8 pts 4 pts

0-1 1-0 3-3 0-0 2-0 0-1 1-2 0-0

QUARTOS DE FINAL Chelsea (Inglaterra) – Barcelona (Espanha)

3 – 1 // 1 – 5 (após prolongamento) Valência (Espanha) – Lazio (Itália) 5 – 2 // 0 – 1 Real Madrid (Espanha) – Manchester United (Inglaterra)

0 – 0 // 3 – 2 FC Porto (Portugal) – Bayern (Alemanha)

1 – 1 // 1 – 2

MEIAS FINAIS Real Madrid (Espanha) – Bayern (Alemanha)

2 – 0 // 1 – 2 Valência (Espanha) – Barcelona (Espanha)

4 – 1 // 1 – 2


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FINAL Liga dos Campeões 1999/2000

3

Real Madrid

0

Valência Final 24 de maio de 2000

Stade de France, Paris Árbitro: Stefano Braschi (Itália). REAL MADRID: Iker Casillas; Míchel Salgado (Fernando Hierro, 84), Iván Campo, Iván Helguera, Aitor Karanka, Roberto Carlos; Steven McManaman, Fernando Redondo (cap.), Raúl González; Nicolas Anelka (Manolo Sanchis, 79), Fernando Morientes (Sávio Bartolini, 71) Cartão amarelo: Michel Salgado (36), Roberto Carlos (59) Treinador: Vicente Del Bosque

VALÊNCIA: Santiago Cañizares; Jocelyn AngloRF 2NWTXQF[ )OZPNË 2FZWNHNT 5JQQJLWNST ,JWFWdo García (Adrian Ilie, 68); Gaizka Mendieta (cap.), Francisco Farinós, Gerard López, Cristian González; Miguel Ángel Angulo, Claudio López Cartão amarelo: Gerardo Garcia (37), Santiago Cañizares (62), Francisco Farinós (82), Mauricio Pellegrino (89) Treinador: Héctor Cúper

Marcadores: 1-0: Fernando Morientes (38). 2-0: Steven McManaman (66). 3-0: Raúl González (74).

MELHORES MARCADORES Mário Jardel (FC Porto) Rivaldo (Barcelona) Raúl González (Real Madrid) 10 golos Simone Inzaghi (Lazio) 9 golos Serhiy Rebrov (Dinamo Kiev) Tore André Flo (Chelsea) 8 golos



CHAMPIONS A HISTÓRIA COMO NUNCA SE CONTOU (mesmo quando não se chamava assim)

VOLUME IV De 1985 a 2000



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