CARTA AO LEITOR
F
azer o que gosta! Essa é a resposta para o sucesso, e não me refiro aqui a sicesso profissional, mas sucesso de alma, de espitiro. O veradeiro sucesso é aquele que te provoca alegria, paz e felicidade, é o que faz todos os dias você querer acordar e viver. Lançar uma revista sobre moda e entretenimento pe algo do qual sempre sonhei, não faço isso hoje profissionalmente, mas ja é uma conquista. Desde os meus 12 anos sonho com isso, já fazia capas de revista pelo programa Paint e ia sempre dormir pensando em um dia ter minha própria revista. Esse dia chegou e é com muita felicidade que selebro a primeira edição da revista VANITY que apesar do titulo não tem nada de superficial. Esse projeto começou a partir do momento que percebi que as revistas de moda não davam espaço nem vóz para modelos, principalmente masculinos. Nossa primeira capa é do super moelo River Vipperi, mais do que merecidamente ele é hoje um dos grandes nomes do mundo da moda, mas obviamente você não o conhece. Por tanto você esta convidado A conhecer River, Travis, Cara, Zayn e muitos outros. Lógico que meu lado místico não podia ficar de lado e uma matéria com os orixas também te espera. Muito amor e paz e boa leitura. Pedro Khali
CONTEÚDOABRIL2017
62 River Viiperi 76 Volta ao mundo Jane Lanvin
83 Editorial Paris eu te amo 88 Orixas A revista Vanity Magazine é um projeto elaborado por Pedro Khalil Tanto as matérias como fotos presentes nesta edição não foram comercializadas e não podem ser reproduzidas.
CAPA
62
20 Bebe Rexha 22 O melhor e o pior 26 EntrevistaZayn Malik
31 Mais do que um rosto! Cara Delavigne 44 Travis No Havaí 58 Vamos ficar de olho Capa: River Viiperi, arte Pedro Khalil
BE BE
O
que “The Monster” (Eminem feat. Rihanna), “Hey Mama” (David Guetta), “Team” (Iggy Azalea) e “Me, Myself & I” (G-Eazy) têm em comum? Todas as músicas são de co-autoria da nova-iorquina Bebe Rexha. Depois de emplacar hits nas paradas nas vozes de outros artistas, a compositora se assumiu como cantora e prepara o lançamento de seu primeiro álbum, “All Your Fault”. Com sucessos no currículo, ela é uma grande aposta no mercado e, só neste ano, já teve a oportunidade de cantar no VMA e no EMA. Neste segunda, foi a anfitriã da noite, e aproveitou o momento para lançar seu single “I Got You”.
V: Você cantou seu single novo, “I Got You”, no EMAs e gravou o clipe em um deserto. Qual o conceito do vídeo? B: Vocês podem esperar algo bem a cara da música, com bastante ação. Foi muito legal gravar esse clipe. Não quero revelar muito, porque prefiro que vocês assistam e tenham as surpresas. Vai sair logo, logo! V: Você tem um sucesso com o Martin Garrix, “In the Name of Love”. A música foi Top 10 no Reino Unido e outros países. Podemos esperar mais colaborações entre vocês? B: Ah, sim, eu gosto muito do Martin Garrix. “In the Name of Love” está se saindo muito bem, e eu gostei muito de fazer essa parceria com ele. Eu amaria fazer outra colaboração com o Martin. V: Você escreveu todas as músicas que lançou até agora. Lançaria algo composto por outra pessoa? Qual a importância das letras para você? VANITY MAGAZINE 20
B: Ah, tem muita importância! Eu faço questão de compor tudo que lanço, mesmo em parceria. Eu me reconheço como compositora antes de tudo. É mesmo uma questão importante para mim. V: Você já escreveu músicas para vários popstars, como Rihanna, Selena Gomez, Iggy Azalea, David Guetta, entre outros. Quem você gostaria que gravasse algo seu? B: Eu adoraria fazer algo para o Kanye West.
“Sou mais forte agora e é tudo culpa sua”, entende? V: Você já se arrependeu de ter entregado uma composição para outra pessoa? B: Oh, não! Eu acredito que cada música encontra sua casa na voz de alguém, então fico feliz de ser esse caminho para as letras. Nunca me arrependi de entregar uma música para outra pessoa, principalmente quando fazem sucesso. Tudo isso abriu portas para mim e me trouxe até aqui. É uma longa jornada. V: Eu li que você cresceu admirando Britney Spears. Como foi vê-la cantando “Me, Myself & I”, composição sua, no VMA deste ano? B: Foi maravilhoso, porque realmente cresci acompanhando-a, assistindo aos seus clipes e sendo fã como todo mundo.
Ela é linda, talentosa, muito legal. Eu estava lá no VMA e vê-la com a minha música foi demais! V: Você tem um álbum para lançar no ano que vem. O que podemos esperar? B: É um álbum, você sabe, muito honesto para mim, por conta das composições, e muito importante para mim e minha carreira. É pop, fala de amor, enfim, vocês vão ouvir. V: Vai ter alguma participação? B: Hum, eu não tenho certeza. Acredito que sim. Tem muitas pessoas que eu admiro e posso convidar, por conta das colaborações que já fiz, mas ainda não quero anunciar nada. V: Eu vi que você fez uma música com The Chainsmokers. É para o seu álbum? B:Não… A gente às vezes faz músicas sem ter um objetivo específico. Foi só isso, por enquanto. V: E por que o título do álbum é “All Your Fault”? B: O título é esse (“é tudo culpa sua”, )porque venho de um término de relacionamento, e tive meu coração partido. Fazendo esse álbum, encontrei muito da minha força, e entendi muito do que aconteceu. Então, “all your fault” não é sobre me fazer de vítima, e sim sobre entender que, graças a ele, me tornei mais forte, me conheci melhor e realmente me vejo como uma mulher mais forte. “Sou mais forte agora e é tudo culpa sua”, entende?”
2017
começou e consequentemente novos vestidos e roupas desfilam no Red Carpet de diversos eventos e premiações, separamos aqui os melhores e piores looks, lembrando que cabe unicamente a você leitor escolher qual o melhor e o pior Para abrir nossa seleção, temos Rihanna, sempre surpreendendo nos looks que escolhe a rainha dos red carpets é sempre uma das mais aguardadas pelos fotógrafos e fashionistas de plantão. A escolha da vez não tem designer famoso, mas o que importa mesmo é ter bom gosto e se sentir bem com o que veste. Mas estaremos de plantão em Rihanna..
VANITY MAGAZINE 22
Da esquerda para a direita, Demi Lovatto escolheu fazer inveja e mostrar as curvas o vestido alá Balmain é June More. Camila Cabello decidiu ser uma princesa, o vestido com tule e flores bordadas com predaria fariam qualquer mulher brilhar, o dono da proeza é Zac Posen. Abaixo Adele escolheu o verde da Givenchy, o vestido foi feito especialmente para ela.
VANITY MAGAZINE 23
PAPER MAGAZINE 26
z A Y N
Zayn Malik fala sobre saída da 1D, Larry, carreira solo e mais
S
sem dúvidas referência quando falamos de estilo. Sem medo de ousar o cantor gosta de visuais diferentes e elegantes. Sua paixão
pela moda é tamanha que atualmente namora a super modelo GiGi Hadid. Malik esclarece tudo sobre sua saída do One Direction, falou sobre o suposto romance que rola entre Harry Styles e Louis Tomlinson, do pouco espaço criativo que tinha dentro da equipe do grupo, sua relação com Perrie Edwards e, claro, seu novo trabalho solo!
“Nunca houve espaço para que eu pudesse experimentar criativamente na banda. Se eu cantasse um refrão ou verso que fosse um pouquinho R&B ou eu mesmo, ele seria regravado umas 50 vezes até que ficasse um refrão bem pop, genérico pra caramba, para poder ser usado. Todas as vezes que eu sugeria algo, não encaixava com o grupo”, desabafou. “Eu não estava convencido do que a gente vendia. Não era eu ali. Era música simplesmente dada para nós e eles diziam ‘é isso aqui que as pessoas vão comprar’. Nós podíamos ser a maior, mais famosa boyband do mundo, mas eu me sentia estranho. Nós tínhamos que ficar felizes com algo que não nos deixava felizes”. O britânico também falou sobre os rumores de traição quando ainda era noivo de Perrie Edwards e o rompimento. “Eu acho que queria ir embora desde o começo. Eu sempre pensava nisso, só não sabia quando eu faria. No dia em que eu decidi ir, me pareceu a coisa certa. Eu acordei naquele dia e, para ser honesto, pensei ‘eu preciso ir para casa. Eu preciso ser eu mesmo agora, porque já aguentei o bastante’”, relevando que sua saída nada teve a ver com o relacionamento com Perrie Edwards.
“Eu tenho muito respeito pela Perrie para terminar qualquer coisa com
com uma mensagem de texto. Eu amo muito ela, e sempre vou amar, e eu nunca terminaria nossa relação de quatro anos dessa forma. Ela sabe disso, eu sei disso, e o público deveria saber também. Eu não quero explicar porque ou o que eu fiz, eu só quero que o público saiba que eu não fiz isso”, deixando claro as matérias de que ele havia terminado com a loira por telefone são falsas.
“Não existe nenhuma relação secreta entre nenhum membro da banda. Não é engraçado e isso continua sendo meio difícil para eles. Eles não vão agir naturalmente colocando seu braço em volta do outro porque eles tem noção dessa coisa que rola, o que nem é verdade. Eles não vão ter esse comportamento natural. Mas é apenas o jeito que as fãs são. Elas são apaixonadas e, uma vez que que colocam algo na cabeça, é o jeito de – qualquer coisa. Se não fosse essa paixão, que é quase uma obsessão, nós não teríamos o sucesso que tivemos” Mesmo que ele diga que está cansado do estilo de vida “super-famoso”, Zayn está trabalhando em seu novo álbum. “Eu estou trabalhando todos os dias agora, mas trabalho com música que eu gosto”, disse. Se existe alguma música do One Direction que ele curte? Bom… “Não é a música que eu escutaria. Você ouviria One Direction em uma festa com sua garota? Eu não. Para mim, isso não é um insulto, isso sou eu sendo um homem de 22 anos. Por mais que eu estivesse na banda e amando tudo que fizemos, não é a música que eu escutaria. Eu não acho que isso é uma ofensa. Só não é quem eu sou”. VNITY MAGAZINE
27
Para a alegria das directioners, ele confessou que falou com Liam Payne há algumas semanas. “Foi a primeira vez que falei com ele desde que deixei a banda, eu atendi ele e ele disse que queria conversar. Ele contou que não entendeu na época, mas agora finalmente entende o que e o porquê eu fiz isso. Ele entende que essa é minha coisa, que eu precisava fazer isso e basicamente ele quis se encontrar comigo para sentar e ter uma boa conversa pessoalmente. E ele quer fazer alguma música música e trabalhar em algo fora da banda, o que a gente sempre quis de qualquer maneira”. V: Existem muitos mistérios sobre suas novas músicas. Como você se sentiu quando Pillow Talk foi lançada? Z: Todo processo por de trás do álbum foi curto, mas foi como se nunca acabasse. Eu escrevi todos os tipos de coisas pessoais. Quando eu me perguntei como isso soaria para mim pareceu legal, e então eu escutava repetidamente. Foi ai que percebi “merda todo mundo vai escutar isso também”. Então tive que pensar nessa perspectiva também. Você nunca sabe o que realmente pode acontecer. Tive que controlar muito a ansiedade na hora de criar tudo isso. Então quando a música saiu e eu comecei a ver a reação dos fãs fiquei assustado, isso é meio que um peso para o artista. Eu não quero ser um artista de apenas uma música, por tanto tenho muita coisa para fazer. V: Quando você se sentiu confiante? Teve algum momento em que você olhou e disse “isso é realmente bom”? Z: Eu acho que nunca vou pensar dessa maneira. Não é algo que eu faria. Eu posso me sentir confiante, mas jamais acreditaria que tenho o poder de saber o que os outros vão gostar. Você tem que se preparar para isso eu acredito. V: Quando tratamos do assunto música POP, autenticidade é a chave. O quanto você lutou com isso quando estava no OD? Z: Isso foi algo que sempre esteve nas entrelinhas, e que obviamente acabou influenciando na minha saída da banda. Era como negar a auVANITY MAGAZINE 28
autenticidade de quem eu era e o que eu gostava na música. Isso sempre estava lá, é algo que não pode sair de mim. Então decidi sair. V: Deve ter sido bastante frustrante. Deixar a banda, eu imagino você pensando “ Hey, sou rico e famoso e isso é meu trabalho. Poderia ser pior. Mas isso não é quem sou” Z: Exatamente. Ninguém nunca vai poder dizer que fui ingrato, mesmo quando dizem que eu mencionava que estava frustrado com a banda. Esse não é o caso. Foi apenas uma experiência da qual eu tive de lidar. Com as músicas que estou fazendo agora,, posso expressar quem sou e a tensão criativa foi embora. V: Existe um momento no vídeo de “You and I” no vídeo você e o resto do One Direction estão todos usando o mesmo suéter, e os rostos começam a mudar uma dentro da outra. Isso seria uma maneira subliminar de falar da falta de uma identidade individual? Z: Esse vídeo tem uma mensagem bem especifica por de trás dele. Nós estávamos tentando mostrar isso, independentemente do fato de sermos um grupo, nós todos temos histórias próprias para contar. De alguma maneira eu percebi o sentido, e eu entendo como as pessoas podem olhar e pensar “Eles são os cinco um só. Todos estão com o mesmo suéter. Estão todos fazendo a mesma merda”. Mas isso não era o que queríamos passar. Existe uma certa restrição de como nós poderíamos nos mostrar fora do padrão de garoto adolescente. V: Quais tipos de restrições? Z: Principalmente minha barba. Eu não tinha permissão para mantê-la. Obviamente conforme fui ficando mais velho me rebelei perante a isso e decidi mantê-la de qualquer maneira. Isso tudo porque eu parecia mais velho que o resto do grupo. E isso era algo que não parecia legal. Eu também sempre quis pintar o cabelo, mas não era permitido enquanto eu estava no grupo. V: O que é mais importante para você, ser real ou ter sucesso? Z: Ser real.
V: Por que? Z: Acredito que o sucesso só vem junto com autenticidade. As pessoas enxergam o que é falso. Não querem ver isso, querem alguém real. Acho que por isso Kanye tem tanto sucesso. Ele está sempre falando a verdade, independentemente de quem ele ofenda, ele não se incomoda. Admiro isso. V: Quando estava no OD você era classificado como o mais misterioso, o que vivia na sombra. Como você se sente agora, sozinho no palco? Z: Quando você diz que eu era classificado como o misterioso, isso foi colocado em mim justamente por eu não ter a chance de falar muito. Os outros garotos estavam sempre a frente nesse sentido. Eles responderiam a essa questão. Eu deixaria isso acontecer, como eu disse, eu não tinha nenhuma criatividade, não sentia que eu responderia nada de maneira nenhuma. Agora eu tenho que falar. É legal ter a chance de responder.
PAPER MAGAZINE 29
C A R A
Mais do que um rosto bonito!
C
ara Delevingne é mais do que uma série de rosto bonito. Ela diz que sempre se sentiu um “pouco demônio” do que uma grande beleza. Se ela fosse um animal, ela seria um macaco ao invés de um cisne ou um cavalo de corrida, ou qualquer um desses animais elegantes que modelos são supostas a se assemelhar. Uma olhada no Instagram dela sugere que passar um tempo com ela seria como sair com um emoji: Cara com língua para fora e olho piscando. Karl Lagerfeld a apelidou como “O Charlie Chaplin da moda”, o que é a coisa mais esperta que alguém já disse sobre ela, não porque ela é um pouco vagabunda, mas porque ela é adorável, engraçada e triste. De relance ela tem a aparência de uma bonita mulher jovem enquanto se apressa para um compromisso. Com uma roupa artisticamente sem combinação, ela é um exemplo de partes do corpo que não deveriam trabalhar juntas mas de alguma maneira trabalham.
O mais impressionante, a princípio, são seus membros. E depois há o rosto: a fofura da Disney em seu nariz arrebitado; o deslumbramento delineado de gatinho nos olhos; os lábios, com sua onda de comédia; boca, constantemente em movimento; as sobrancelhas mais assertivas como uma lagarta em seu caminho na consciência pública. É um daqueles rostos que parecem requintados em um momento, mas depois, quando sua cabeça gira devagar, ou a luz cai de forma diferente em suas características, ela consegue aparecer desinteressante. Não simples, mas comum: Qualquer garota. Na história de James Salter “My Lord You”, ele descreve uma mulher que as faces “era como uma série de fotografias, e algumas deveriam ser jogadas fora.” Isso é cruel porque era pra ser. Você sabe o que ele quis dizer.
VANITY MAGAZINE 31
VANITY MAGAZINE 32
Numa tarde de sábado no começo de Maio, na entrada do hotel Bulgari, Knightsbridge. Cara Delevingne está deitada em um sofá, ao lado de azeitonas e baguetes, ignorando um copo de chá verde, e dedilhando um ukulele. Essa visão não é absurda como soa. Ela é alguém que tem a habilidade de parecer estar em casa, e ela mesma, não se importa. O ukulele, que ela segura com alguma habilidade, foi um presente de sua namorada, Annie Clark, a cantora e compositora conhecida como St. vincent. Clark, uma americana pálida, de cabelos negros em óculos grandes e em um casaco legal, acaba de desaparecer, para esperar por Cara em algum lugar do prédio. Seus encontros tem sido apaixonados e conscientes das pressões do trabalho e então elas estão aproveitando seus momentos juntas como uma conquista, e eu acabei fazendo Cara perder seu horário no SPA (Ela leva isso na boa), estou me sentindo um pouco culpada por manter elas separadas. Eu não deveria estar. Cara tem muito para dizer, palavras voam para fora como os flashes dos paparazzi, e então fechamos depois de duas horas de conversa, Eu ofereço-lhe uma chance de recorrer a um impasse, pelo menos por agora, ela balança a cabeça e continua a falar: sobre sua privilegiada e dolorosa infância, seus anos de tortura na adolescência, sua subida rápida e acentuada passagem na indústria da moda, e sua desilusão com o mundo, suas redes digitais entontecedora; sua batalha com a depressão; e, brevemente, sua nova carreira como atriz em filmes. Alguns dias antes do nosso encontro, ela me diz que estava em Paris, sua casa pelos próximos seis meses. Isso por causa de seu papel como Laureline, uma heroína que viaja no tempo em “Valerian and the City of a Thousand Planets”, uma adaptação dos livros de quadrinho do diretor francês Luc Besson. E isso foi o mais longe que fomos com a conversa sobre filmes. Porque ela não é – ou ainda não – conhecida pelos seus personagens em filmes, e de qualquer maneira ela tem outras coisas em sua mente. Conversa com Cara não é dominada por
algo promocional como de costume para um entrevistador de pessoas famosas, mas é uma conversa sobre memorias de eventos angustiantes e revelações de sentimentos tristes. Eu não tinha a intenção de que minha conversa com Cara fosse ser como um transporte da carga, mas acabou sendo. Talvez eu devesse ter esperado por isso. Pois ela se recusa a jogar pelas regras do mundo da moda quando se trata de publicidade – “nunca reclamar, não explicar”, como Kate Moss gosta de dizer (no privada) – tudo isso são partes essenciais de sua enorme lista de admiradores: 31 milhões de seguidores no Instagram.
“Pare de rotulagem, começar a viver”. Essa é outra. “Não se preocupe, seja feliz”. Um terceiro. Sim, essa última é a partir da música de Bobby McFerrin, uma de suas favoritas. Ela tem a letra tatuada em seu peito. “em baixo dos meus peitos”, ela esclarece. Ao contrário dela, elevando-se, antecessoras retocadas, ou suas estridentes, amigas dominadoras – as ícones do pop, Taylor Swift, Rihanna e o resto – Cara se apresenta como doce, vulnerável e danificada. Muitas vezes, ela é referida como “a nova Kate Moss”.
“Tem algumas garotas que são bonitas o tempo todo, isso é apenas quem elas são. Eu não. Sou estranha, sou uma bobona.” Em 2016, tal presente aos comentaristas culturais foram os meios de comunicação social das celebridades e que o The New York Times criou uma coluna regular chamado “Social Capital”, dedicado a analisar as mensagens dos posts feito pelas celebridades: “Terça-feira é o dia sobre Instagram de Alanis Morissette.” Você vai ficar arrasado ao ouvir que eu não farei uma crítica detalhada aqui sobre os posts de Cara – sem dúvida “Social Capital” fará isso com o tempo – exceto para observar que do meu levantamento exaustivo das suas mensagens (vídeos bobos, poses desajeitado, cabelo bagunçado, sem maquiagem) e das mensagens de outros modelos (corpos perfeitos, sol lindo, poses de ioga, minúsculos trajes de banho, pequenos-almoços de quinoa), a diferença é clara. Assim como Kate Moss foi a modelo de outra geração, Cara é a menina de agora. Ela é, em sua forma caótica, em conflito, o rosto de sua geração e do espírito da época. Se ela fosse um super-herói de quadrinhos que ela seria “Millennial Girl”. Isso é um pássaro? É um avião? Não! É uma amável garpta, confusa vinte e poucos anos em um onesie fofo de animal e um chapéu! “Abrace sua estranheza.” Isso é um de seus mantras online.
Isso funciona até certo ponto: ambas são britânicas; ambas gostam de festas; diferentemente da maioria dos modelos, nenhuma é especialmente escultural (Cara é uma polegada mais alta do que Kate). Elas foram descobertas pela mesma pessoa: Sarah Doukas, da Storm Model Management. Mas aqui terminam as semelhanças. Notoriamente, Kate é enigmática, inescrutável. Ela não dá entrevistas. Ela encarna celebridade da idade antes do digital, do brilho elitista da moda e da fama antes que ela fosse forçada a se envolver com a mídia social. Cara é uma filha da era digital, em que o mundano é processado fascinantemente, onde “real” bate o artificial. A geração selfie tem duas faces: o falso, absurdo cheio de photoshoop de Kim Kardashian, e o confuso, sem filtro e a realidade cotidiana de Cara Delevingne. Ela se descreveu no passado como uma anti-modelo. “A indústria da moda”, ela me diz, “é sobre a superfície, não é sobre o que você tem por baixo, não é sobre ser você mesmo. Você não sente que é importante como pessoa. Você se sente como se fosse apenas sobre sua aparência – e é “. Ao contrario de Kate – e Kim – Cara não se sente interessada pelas roupas. VANITY MAGAZINE 33
“Eu quero dizer, em uma lista do que é importante para mim,” ela diz, “roupas estão bem em baixo.” “Eu nunca tive muitas roupas exclusivas,” ela diz. “Eu nunca gastaria tanto dinheiro em uma coisa dessas. Eu apenas acho isso ridículo. Eu prefiro gastar menos dinheiro e estar mais confortável.” Hoje, no Bulgari, ela está usando casaco preto e branco Chanel, um colete branco decotado com uma renda insignificante, leggings Chanel preto e tênis Chanel preto. “Um monte de Chanel”, diz ela, em tom de desculpa. Ela parece embaraçada. “É estranho para mim.” Não tão estranho né? Ela é modelo da Chanel. Ela está nas propagandas. Ela é a garota da Chanel. Presume que ela não pagou por essas roupas? É verdade, ela confirma. Mas as roupas de graça são um fenômeno novo. E ela não tem certeza se está bem com isso. Eu sinto que ela acha que essas roupas não se dão bem com sua marca. Além, não é como se ela não conseguisse pagar por isso caso ela quisesse. De acordo com a Forbes, Cara tem o segundo “salário” mais alto de modelo. Ganhando 9 milhões de dólares, uma soma batida apenas por Gisele Bündchen, a brasileira, 12 anos mais velha que Cara. Isso porque, no momento, Cara é a garota que consegue vender qualquer coisa. Ela pode vender relógios (Tag Heuer), óculos (Chanel), perfume (Tom Ford), maquiagem (Rimmel), casacos (Burberry), bolsas (Fendi), lingerie (La Perla). Ela pode representar marcas da alta costura (Saint Laurent) e marcas de rua (H&M). E ela pode ser qualquer coisa que eles queiram que ela seja. Para Saint Laurent ela é sofisticada. Para Alexander Wang ela é uma gata sexy. Para DKNY ela é uma criança na rua. Para Chanel ela é uma herdeira. Para Mulberry ela é uma dona rural. Para Tom Ford ela é uma ninfa nua. Para Fendi ela é uma criança rica emburrada. Para Burberry ela é a melhor amiga de Kate Moss. Ela pode ter um olhar enigmático, pensativo, inocente, experiente, clássico, contemporâneo. VANITY MAGAZINE 34
“Eu sei que posso parecer bonita em maneiras diferentes”, diz ela. “Não na vida real. Mas, em frente a uma câmera eu consigo me transformar muito facilmente. Eu não sei por quê.” “Eu sei que posso parecer bonita em maneiras diferentes”, diz ela. “Não na vida real. Mas, em frente a uma câmera eu consigo me transformar muito facilmente. Eu não sei por quê.” Do jeito que ela fala isso, podemos dizer que se transformou em uma modelo por acidente. Ela preferia ser uma atriz, ou cantora ou terapeuta (Isso ela me diz que são seus três planos de saída, em ordem). Ela ainda pega trabalhos de modelo, mas ela sente como se tivesse feito uma parada definitiva do mundo da moda. Nas lacunas de “Ocupação” ela escreve oficialmente em documentos a palavra “atriz.” “Modelagem não é algo que eu amo,” ela diz. “Isso sempre pareceu um trabalho. Nunca foi uma paixão. Era mais como uma personagem que eu interpretava.” “Tem algumas garotas que são bonitas o tempo todo, isso é apenas quem elas não. Eu não. Sou estranha, sou uma bobona. Eu não sinto que eu pareço assim tão bonita. Então quando eu faço todas as poses, só parece estupido para mim.” Principalmente no começo, “Depois de uns cinco minutos, eu tenho que fazer alguma cara engraçada, só para não me sentir idiota. Eu me sinto como uma idiota.” É provável que Cara não teria tido uma vida convencional independente do que ela tenha feito. Ela nunca foi destinada a conformidade suburbana monótona. Não é como se sua fama tenha dado a ela acesso a um mundo que de outra maneira estaria fechado para ela. Ela cresceu em um conjunto rápido, a mais nova de três irmãs, depois de Chloe, a convencional, e Poppy, a das festas. (Tem também um meio irmão, Alex Jaffe, 10 anos mais velho que Cara, e vive na América)
Nascida há 23 anos no oeste de Londres, ela foi criada em Wandsworth e depois, a partir de 10 anos, na esquina de onde ela e eu estamos sentados, em Belgravia. Ela foi para a escola de dia em Sloane Square, em seguida, brevemente para Bedales. Seu pai, Charles Delevingne, um promotor imobiliário, é descendente de uma linhagem de políticos intitulados. Sua tia, Doris Delevingne, era da sociedade e íntima de Winston Churchill. De acordo com Tatler, Charles “possui grandes ganhos das propriedades ao redor de Brompton Cross.” Ele é, “absurdamente bonito…ama meninas bonitas, qualquer vinho de primeira e muitas risadas.“ A mãe de Cara, Pandora, vem de um fundo que faz o som da infância Charles parecer desfavorecido. Sua mãe, Janie Sheffield, foi dama em espera da princesa Margaret e um membro do conjunto de Mustique. Seu pai, Sir Jocelyn Stevens, avô de Cara (Jocelyn é seu nome do meio), foi uma figura de reputação estrondosa, um playboy milionário virou dono da revista e jornal executivo. Private Eye, a pelidaram de “dentes de piranha”. Pandora não é uma estranha para as páginas sociais da Tatler. Mas ela não teve uma existência fácil. Uma maníaca-depressiva, ela tem lutado grande parte da sua vida adulta com vícios crônicos em heroína e medicamentos prescritos, que frequentemente significava que ela não poderia estar em casa com seus filhos. “Às vezes, eles tem de viver comigo muito doente demais para ser a mãe deles, e isso que tem sido uma agonia para mim”, ela disse Cara e Pandora sempre foram excepcionalmente próximas. As ocasiões durante sua infância, quando sua mãe estava fora, ela achou extremamente difícil. “Ela estava muito doente, ficava muito no hospital,”
Cara diz, “e houve momentos saia por muito tempo e eu não sabia onde ela estava.” Quando Cara tinha cerca de oito anos, ela parou de comer. “Eu não sentia como se eu tivesse qualquer controle da minha vida, então eu meio que entrei em greve de comida. Eu era como, ‘Eu não vou comer até alguém me dizer onde ela está.’” Cara não descobriu até um tempo depois o que estava errado com a sua mãe. “Eu me lembro da minha irmã Poppy dizendo algo como ‘mamãe costumava usar heroína’ e eu estava ‘que merda é essa? É como heróis e heroínas?’ eu era uma criança, era ‘não faço ideia do que você está falando’”. Foi depois, perto da sua adolescência que tudo começou a fazer sentido. E depois disso o mundo de Cara desabou. “Eu acho que comecei a lidar com a depressão com uns 16 anos.” ela diz, “quando todas as coisas da minha família começaram a fazer sentido e tudo veio à tona. Eu sou muito boa em reprimir sentimentos e parecer bem. Como uma criança parecia que eu precisava estar bem e forte porque minha mãe não estava. Então, quando eu cheguei na adolescência, com todos os hormônios e a pressão e ter que ir bem na escola – para meus pais, não por mim – eu tive um colapso mental.” Isso não parece ser exagero. “Eu era suicida” ela diz. “Eu não conseguia lidar com isso. Eu percebi quão privilegiada e sortuda eu era, mas tudo que eu queria era morrer. Eu me sentia tão culpada por causa disso e me odiava por isso e então se tornou um ciclo. Eu não queria existir mais. Eu queria que cada célula do meu corpo se desintegrasse. Eu queria morrer.” Ela tentou parar sua dor batendo a cabeça em vários tipos de superfície duras. “Eu corria para a floresta e fumava um maço de cigarros e então eu batia minha cabeça com força na arvore porque eu só queria colocar meu corpo para dormir.” Minha resposta irremediavelmente inadequada para isso foi murmurar a seguinte banalidade: “Foda, Cara, isso é realmente extremo.”
Sua resposta: “Bem, eu não acho que é tão extremo como…Quer dizer, eu nunca me cortei.” Uma pausa. “Mas, novamente, naquele momento eu iria arranhar minhas pernas até sangrarem.” Acho que muito disso pode vir transversalmente como algo histérico de adolescente, mas Cara conta sua história com naturalidade, sem melodrama ou elaboração. Ela sentase no sofá de frente para mim, mantém contato com os olhos por todo o tempo, não levanta a voz ou procura simpatia. Não há lágrimas. “Minha mãe sente muita culpa por tudo”, diz Cara. “Ela era uma mãe incrível, ela sempre teve tanto amor. E eu me senti como quando eu era criança, eu era como sua confidente. Eu realmente senti que eu a entendia e sabia como ela estava se sentindo e por quê”.
No último outono, em um palco em Londres, Cara foi entrevistada pelo ator Rupert Everett. Ele leu um poema que ela escreveu em 2014, quando ela estava sobre outra onda de depressão. Ele começa “Quem eu sou? Quem eu estou tentando ser?/Não eu, ninguém além de mim.” E piora a partir dai, descrevendo a miséria que ela marca com sua autoconfiança falsa e a dor que ela guarda para si. “Eu cortei várias partes do poema, muito das coisas mais obscuras, ” ela diz, para minha surpresa. “Se eu estou depressiva, eu escrevo as piores coisas sobre mim, como sobre o monstro que eu sou, esse tipo de coisa.” Eu me questiono o por que ela escolheu ler o poema em público? E por que ela está sendo tão aberta sobre seus sentimentos?
“Eu não sei lidar com autoridade. Eu não gosto que me digam o que fazer.” Ela ficou fora da escola por 6 meses aos 16 anos e só não foi hospitalizada porque concordou em tomar remédios. “Depois disso,” ela diz, “até os 18 anos, eu era uma idiota. Eu não sentia nada. Era horrível. Eu era como uma sociopata. Quando algo era engraçado eu iria ‘HA-HA’, apenas porque as outras pessoas riram, mas daí eu parava de repente porque eu não era muito boa em fingir. E eu era uma adolescente bem excitada, até os 16 anos quando parei de sentir qualquer sentimento sexual por alguém. Eu perdi muito entre meus 16 aos 18 anos.” “Eu odeio remédios,” ela conclui. “Eu acho que eles provavelmente salvaram a minha vida e a vida da minha mãe mas eu não concordo com eles. É muito fácil abusar deles.” Um dia, quando ela tinha 18 anos, ela parou de tomar os remédios. “E nessa semana, eu perdi minha virgindade, eu entrei em brigas, eu chorei, eu ri. Era a melhor coisa do mundo poder sentir de novo. E eu fico depressiva ainda mas eu prefiro descobrir como lidar com isso do que depender de remédios.”
“Eu poderia fingir ser outra pessoa,” ela diz, “mas dai eu sinto que estou apenas fugindo de novo.” Ela fica em silêncio por um momento. “Em certo sentido, quando eu fico depressiva, é algo muito narcisista, certo? Porque você não para de pensar sobre seus próprios problemas.” Sim, eu digo á ela, é verdade. “Certo, mas ao mesmo tempo não é. Porque você se odeia. Então é um sentimento muito estranho de se sentir…Especialmente quando eu comecei a ter sucesso, obviamente meu ego começou a crescer, mas então (ao mesmo tempo) a ideia que eu tinha de mim mesma começou a cair. Então eu gostava da pessoa que outros pensavam que eu era, mas o real eu, eu odiava muito.” Ela usa o trabalho, como um escape: “Se eu parar, eu fico louca. Eu me perco. Eu meio que tenho um colapso.” “Para (Valerian) no começo, era cinco dias na semana, super focada, e então eu tinha o fim de semana de folga. E eu estou morando em Paris, então todo fim de semana eu fico com meu cachorro e assisto televiVANITY MAGAZINE 35
visão, leio o roteiro e parece que estou tendo uma vida normal de novo. E então alguma coisa pessoal acontece, eu me reprimo. Então eu comecei a aceitar todos os trabalhos de modelagem que eu não devia. Eu voltei a fugir para o trabalho.” “Normalmente,” ela diz, “eu não sinto que sou alguém que anseia por atenção, mas se eu me sentir em um lugar muito vazio eu vou ficar ‘OK, pessoas me querem então eu vou dar a eles o que eles querem.’ Eu fico ‘Vou dar a eles tudo que eu odeio.” E então eu começo a ficar meio maniaca e louca. E seu ficar muito mal eu vou beber todos os dias e então eu fico como…” ela fica em silêncio. “Eu sinto que tenho um vazio que eu sempre preciso preencher.” ela diz. “Neste mundo de acesso muito rápido em excesso, eu sempre fui muito consciente de como…” Ela fica em silêncio de novo. Eu penso em dizer que é melhor que ela seja um viciada em trabalho, em vez de um alcoólatra ou viciada em drogas. Apesar da evidência convincente ao contrário, ela diz que não é bom em falar sobre tudo isso. Ela acha difícil dizer às pessoas como ela está se sentindo, mesmo aqueles mais próximos a ela: “Se eu estou passando por algo ruim eu não chamo ninguém. Meus amigos não sabem quando as coisas estão ruins comigo, não realmente. Eu sou tão boa em parecer bem e sorrir. Isso é a coisa mais fácil.” Longe de mim a estourar ainda mais a bolha, mas há uma manifestação visível de desconforto no interior de Cara. Quando, um mês antes de nossa entrevista, ela foi fotografar para VANITY, em uma casa modernista em Los Angeles, ela foi com uma folgada camisola azul e folgadas calças compridas que ela removeu para revelar suas erupções cutâneas que eclodiu em seus braços, suas pernas, até mesmo em sua testa. Foi doloroso de olhar, só assim pode-se imaginar como ela se sente. Esta é a psoríase, uma condição da qual ela sofreu desde que ela explodiu como modelo, em 2012. Hoje, em Bulgari, ela coça as pernas repetidamente. “É muito ruim agora”, diz ela. Ela acredita que é psicossomática, relacionados ao estresse. VANITY MAGAZINE 36
“Ela nunca realmente começou a aparecer até que eu estar trabalhando muito e provavelmente não estava cuidando de mim mesma. Minha pele ficou muito ruim. Meu corpo estava me dizendo para parar.” “Foi horrível,” ela diz. “Eu olhava no espelho e odiava a pessoa que eu via. Meu Deus, eu apenas queria muito estar fora do meu corpo. Eu ficava olhando para o meu corpo e pensando, “Tão nojento.” Eu ainda meio que sinto isso mas isso agora é parte de mim e eu aceito.” Ela é, naturalmente, sensível à ironia cruel de que uma jovem vista como uma das mais belas do mundo odeia se olhar no espelho. Independentemente da condição da pele, ela diz, “modelagem apenas não é muito bom para a sua auto-imagem. Você é julgado apenas pela maneira que você aparenta, e você nunca sente que é boa o suficiente.” Mas ela sente que não está sozinha nisso. Uma das primeiras coisas que ela descobriu no início de sua carreira é que as mulheres mais bonitas do mundo “são também algumas das mais inseguras.” Várias atrizes altamente respeitadas também trabalham como modelos. Kate Winslet tem um contrato com a Lancôme. Como Julia Roberts e Penélope Cruz. Jennifer Lawrence, Charlize Theron e Natalie Portman são todas rostos da Dior. Nem sempre é verdade dizer queda certo, uma modelo iniciante tentar romper os muros altos de Hollywood. Charlize Theron, por exemplo, era uma modelo antes de ser uma estrela de cinema premiada com o Oscar, e ninguém ri dela. Mas Charlize nunca foi uma supermodelo, e a história dessas mulheres na tela grande é pequeno. Seria cruel lembrar de Cindy Crawford no papel principal, no thriller policial “Fair Game”, de 1995? (Billy Baldwin atuou como o policial.) É deselegante mencionar a comédia Táxi de 2004 com Gisele Bündchen? Claramente Cara foi, em um estágio, desaconselhada a atuar. “Eu não sei lidar com autoridade”, diz ela. “Eu não gosto que me digam o que fazer.” Ainda assim, “eu sabia que era um risco.”
Sabiamente, ela começou com papeis menores do que Cindy e Gisele, e só agora está construindo papéis maiores na telona. Seu primeiro trabalho em um filme foi uma parte sem falas em Anna Karenina (2012), adaptação de Tolstoy do diretor Joe Wright, estrelado por Keira Knightley. “Eu meio que estava ali”, lembra ela, “pensar em ficar bonita.” Um papel com falas apareceu em 2014 com o filme “The Face of an Angel”, filme de ficção de Michael Winterbottom sobre a realização de um filme de ficção sobre um assassinato fictício, na Itália, de uma estudante britâniao fictício que não é (repito, não é) Meredith Kercher. Cara atuou como uma garçonete britânica de espírito livre – ela abre garrafas de cerveja com os dentes – que atua como um guia para o um cineasta alemão triste. Seu primeiro filme americano foi Cidades de Papel (2015), adaptado de um romance adolescente, no qual ela interpretou a garota espírito livre da paixão de um geek da escola. O personagem, novamente, foi uma cifra – a garota fora de alcance. Kids in Love, lançado neste mês, é um drama ritos de passagem, situado em Notting Hill, que poderia muito bem ter sido intitulado “First World Problem”. Suspeitas de que não poderíamos estar desfrutando de uma versão teatral, se não fosse a presença de nossa Cara. Ela interpreta Viola, que é – vejam só – uma garota de espírito livre e que adora uma festa. Em “Timeless”, um curta-metragem feito para Sky Artes e o melhor projeto que ela está envolvida até agora, ela estrelou ao lado de Sylvia Syms, a famosa estrela dos anos cinquenta e sessenta, como uma jovem mulher cujo marido está lutando com o Exército britânico no Iraque. Há outros, ainda a ser lançado: ela é Kath Talent, esposa do Keith notório, em uma adaptação chamada “London Fields”, de Martin Amis, e ela está em “Tulip Fever”, do bestseller de Deborah Moggach.
PAPER MAGAZINE 37
PAPER MAGAZINE 38
PAPER MAGAZINE 39
VANITY MAGAZINE 40
Cara não teve nenhum treinamento formal para ser atriz e ela teve de aprender os aspectos técnicos da tela para o trabalho. Ao mesmo tempo, ela teve que desaprender algumas das habilidades que ela pegou como uma modelo. “Quando eu ia tirar fotos eu colocava um rosto”, diz ela. “Eu faço as coisas para o meu rosto para torná-lo melhor. Mesmo quando eu estou andando por uma passarela chupo minha bochecha para dentro e faço as poses. [Como ums modelo] você está sempre ciente de onde a câmera está. Quando você está fazendo um filme, a menos que a parte é colocar a personagem em algum tipo de sedução, você está realmente tentando não estar ciente de qualquer coisa, exceto o que o personagem está sentindo. ” Ela não é uma atriz de método, diz ela, mas ela gosta de desaparecer em seus personagens, para conseguir entrar na pele de outra pessoa. “A pressa disso, a sensação de perder-se em um momento, eu amo isso. Há algo sobre isso que me assusta e eu amo as coisas que me assustam”.
, quando você encontra um verdadeiro amor, você olha para os amores do passado e pensa, ‘Ooh, isso foi um pouco destrutivo.” Suas esperanças são as mesmas esperanças, como qualquer menina que falta pouco para completar 24 anos: “Espero ser feliz e me sentir conteúdo e preenchida.” No passado, ela diz, “Foi como, ‘OK, se eu conseguir um trabalho de modelagem, eu vou ser feliz.” Eu tenho um trabalho de modelagem, eu ainda não estava feliz. ‘OK, eu quero um papel de atuar.’ Eu tenho um trabalho de atuar. ‘OK, eu ainda não estou feliz’, então eu preciso de outra.” Ela está constantemente à procura de felicidade fora de si mesmo, que simplesmente não funciona. “Como, toda a minha felicidade foi baseada em quanto eu estava trabalhando e que é apenas um lugar tão vazio para ser porque é apenas realmente nada a ver com isso.” Como para as coisas da vida cotidiana, ela sabe que tem expectativas para um jovem londrina, mesmo sendo de uma família rica ela se
“Quando você encontra o amor verdadeiro, você olha para os amores do passado e pensa ‘Isso foi um pouco destrutivo’” Bem, nem tudo. A possibilidade de que haja um aumento no seu nível como celebridade com o estrelato em um filme traria traria circunstancias sobre seus movimentos não é algo que ela aprecia. No momento, por toda a sua fama, ela pode ainda ir aos lugares relativamente sem ser molestada. “Eu tenho um monte de amigos que não podem deixar lugares sem um guarda-costas. E isso me assusta muito. Eu não quero isso”, diz ela. “Isso seria um saco.” Até agora ela procura um pouco desesperadamente por aspectos positivos, menciono Annie, sua namorada. Ela está apaixonada, ela diz.. Este não é o seu primeiro romance, mas é forte o suficiente para fazê-la reconsiderar relacionamentos anteriores. “Esse parece diferente”, diz ela. “É como se,
superou. “Eu comprei uma casa do caralho com apenas 23 anos. Isso é loucura! Isso faz-me sentir como um adulto, embora eu ainda sou uma criança.” Pergunto-me sobre sua mãe. Ela está bem? “Ela está agora. Mas é uma constante para cima e para baixo. Ela nunca vai estar curada, ela nunca vai ser corrigida. É sobre todos nós aprendermos a se comunicar sobre isso e constantemente apoiar uns aos outros.” Eu aprendi outras coisas sobre Cara durante o nosso tempo juntas. Ela pode ser a única vegetariana “wanna be” no mundo, para além das muitas tatuagens que ela lista para mim, a palavra “bacon” está em seu corpo, porque ela realmente gosta de bacon; ela também tem “Made in England” na parte de baixo de um pé, porque a modelagem fez
fez sentir-se “como uma boneca de plástico”; um dia ela gostaria de ter filhos; ela está prestes a comprar um Shelby Mustang 1968, para manter na casa de Annie em LA, mesmo que ela não tenha passado em seu teste de condução ainda; ela é a favor da eutanásia voluntária; ela não pode resistir a um desafio; ela ama as Spice Girls, e “Fix You” do Coldplay. Mas no momento em que chegamos nas coisas mais triviais, os nossos corações não estão na mesma. Cara está ansiosa para encontrar Annie, e estou sobrecarregado pela necessidade urgente de me deitar. Então, nós apertamos as mãos e ela vai embora, deixando-me com uma tigela de sementes de azeitona, um bule de chá verde frio e a suspeita de que ela é ao mesmo tempo a personificação perfeita de sua geração em conflito, e da nossa cultura pop em confusão, bem como a pessoa menos adequado para o trabalho de porta-estandarte para qualquer coisa. “A mídia me assusta demais”, diz ela. “Há muitas meninas que estão crescendo rápido demais, sexualizar-se em uma idade tão precoce. Todo mundo quer ser famoso simplesmente para ser famoso. Todo mundo gasta muito tempo em seus telefones. Ele só me deprime pra caralho, ele realmente me deprime. Tantas crianças agora, elas não querem falar com você. Elas são como, ‘Eu quero uma foto de você para mostrar às pessoas.’” “Eles vem, literalmente, vêm até você e pega o seu rosto, tira uma foto de você. Tipo, ‘Cara, que porra? “É uma espécie de louco. Eu vou estar em um cubículo de banheiro e haverá alguém esperando lá fora para tirar uma foto. Ou eu vou estar chorando em uma mesa e alguém virá até mim como, ‘Oh, eu posso tirar uma foto? “Eu fico como, ‘Oh merda. Posso, como, digamos, “não”? ‘”
VANITY MAGAZINE 41
PAPER MAGAZINE 42
PAPER MAGAZINE 43
VANITY MAGAZINE 44
VANITY MAGAZINE 45
PAPER MAGAZINE 46
PAPER MAGAZINE 47
VANITY MAGAZINE 48
VANITY MAGAZINE 51
VANITY MAGAZINE 52
VANITY MAGAZINE 53
“Todas as indústrias estão se digitalizando, o mundo fashion ainda tem receios disso, mas precisa.”
T
ravis Smith é modelo à 6 anos e já trabalhou em Londres, Paris, Nova York e Singapura. Está no ranking #16 pelo site Models.com e já trabalhou para clientes grandes. Com apenas 24 anos Travis decidiu dar um passo grande na indústria da moda. Sempre gostou de criar coisas e foi então que se lançou como empresário e criou o ModelFolio, um aplicativo para Ipad que permite que o modelo crie seu portfólio ali mesmo, sem gastar mais com impressão de fotos ou composites.
Então, quando a ideia do app surgiu nós entramos com tudo.
V: Como a ideia de um ModelFolio surgiu?
TS: Sou do Havaí, e não existe mundo fashion lá. Eu estudei em uma escola da qual você nem precisava usar sapatos e os garotos podiam ir para a aula sem blusa. Eu usava apenas suspensórios, eu tinha meus 17/18 anos, estava no Ala Moana shopping e um cara me entregou um cartão e pediu para eu ligar para ele caso eu quisesse ser modelo algum dia. Eu mostrei para minha mãe, mas nunca quis ser modelo. Parecia muito ridículo para mim. Mas minha mãe marcou um teste secreto pelas minhas costas. As fotos ficaram terríveis.
TS: Eu estava em Singapura fazendo um trabalho quando percebi que haviam modelos usando ipads em alguns castings. Eu já estava cansado de carregar meu book e composite, são pesados e caros demais. Então eu pensei que todos aqueles modelos estavam usando algum aplicativo do qual eu deveria estar usando também, mas então percebi que não havia nada. Então eu e meu colega de quarto voltamos para o hotel e passamos 3 dias desenhando o que seria o aplicativo. V: Então é uma parceria? TS: Originalmente sim. Na realidade foi mais ideia dele do que minha, mas então eu comprei a parte dele. V: Foi difícil criar uma parceria com seu amigo? TS: Não muito, nó nos conhecíamos a apenas algumas semanas, e tudo o que realmente falamos foram sobre ideias. . Quero dizer, nós não falávamos sobre garotas ou qualquer outra coisa. Então,
V: Você já tinha alguma experiência com o mundo dos negócios e da tecnologia? Fez alguma universidade? TS: Não, de maneira alguma. Eu tinha apenas 20 anos na época e não tinha nenhum experiência com aplicativos ou negócios. Desenvolver o ModelFolio me obrigou a aprender rapidamente sobre marketing e aplicativos. V: De onde você é originalmente? E como virou modelo?
V: O que foi mais difícil na hora de lançar o ModelFolio? TS: A publicidade é muito difícil. Quero dizer, existe muita coisa para fazer nas redes sociais, mas é preciso muito dinheiro. Também foi muito difícil fazer a ideia sair do papel. Depois de desenhar, precisávamos encontrar um programador. É realmente muito caro fazer um aplicativo, para você ter uma noção, serviços de U$1000,00 são bem ruins. Acabei encontrando uma empresa chamada Eight Inc. e eles ofereceram fazer o aplicativo e em troca de 1/3 da marca. Eles trabalham para a ESPM, Citybank e fazem um trabalho ótimo.
TS: Lógico. Sempre vai existir algum tipo de competição. Até o momento somos os melhores no mercado e é nisso que temos que focar. V: Qual a diferença entre o app de graça e o de U$4,99? TS: Bem, o aplicativo gratuito é uma maneira, para os modelos, de experimentar o aplicativo sem se comprometer com uma compra. Ele te permite postar apenas 3 fotos então não pode ser usado como portfólio. Mas te permite ver como tudo funciona e se a pessoa gosta ou não. E se gostar você pode comprar a versão de U$4,99 e postar fotos ilimitadas. V: O que o seu booker acha quando você usa o aplicativo ao invés do material tradicional? Eles te encorajam a isso? TS: Hoje sou bem independente na maneira de conduzir minha carreira, por exemplo, eu sei quando novas fotos estão para sair e só pess elas ao booker caso não consiga encontrar. Mas quem atualiza o portfólio sou eu. V: Agora você não precisa mais colocar todas as suas fotos no chão e reorganizar o book sempre que sai algo novo. TS: Isso, não é mais necessário. Todas as indústrias estão se digitalizando, o mundo fashion ainda tem receios disso, mas precisa.
Tavis Smith é modelo da agência DNA em Nova York. Você pode segui-lo no instagram @triggtrav au no Twitter @travistrigger.
V: Você acha que com o crescente uso dos ipads você terá competidores em breve?
VANITY MAGAZINE 55
PAPER MAGAZINE 56
Lawrence VAMOS FICAR DE OLHO
Stiers N
ascido em Londres, Ingleterra, Lawrence Stiers é um modelo peculiar. Já desfilou para Dior, Versace, Gucci e Dsquared2. O menino fotografou para David Lachapelle e Steven Klein.
Lawrence contou que nunca quis ser modelo e que sua verdadeira paixão é o futebol, descoberto através do Instagram por um olheiro de Londres ele falou que desfilar é algo bem legal, mas tirar fotos é um pouco exaustivo “Você fica por horas em um estúdio, tira mais de 100 fotos e apenas uma é publicada ou as vezes nem publicada é” Para ele a carreira de modelo é algo breve. O menino sério diz que sabe que a indústria de modelos é muito rápida e que novos modelos chegam todos os dias, por isso ele não cria muitas expectativas e nem pretende fazer carreira. Law joga para um time profissional de Londres e para ele modelar toma muito de seu tempo. “Ser modelo exige muito de você, é uma profissão de tempo integral, você não tem tempo para amigos, parentes e nem namoro. Não gosto muito disso.” Com personalidade forte, Laerence acabou se tornando querido pelos estilistas por não ir de calça aos castings “Sempre me mandavam ir de calça, mas houve um dia que me ligaram e eu havia acabado de sair de um treino de futebol, fui correndo e não tive tempo de me trocar, só havia eu de shorts e acho que isso acabou dando certo” Com 1.93 de altura o Londrino sempre sorridente diz ter ficado super feliz quando procurado pela revista “nossa, eu não esperava, as revistas de moda não procuram homens, principalmente para entrevistas” “Achei legal, é uma maneira de dar vós a nós modelos que na maioria das vezes são apenas imagens” Sem dúvidas, Lawrence é um modelo que vale a pena ficar de olho.
VANITY MAGAZINE 58
RIVER VIIPERI Nascido na Espanha River Viiperi é um dos poucos homens a se tornar um super modelo. Aos 24 anos ele já estampou campanhas para Calvin Klein, American Eagle, Bershka, Armani Exchange, Versace e Versace for H & M. Já namorou a socialite Paris Hilton por 2 anos e hoje é o rosto masculino da versace. River quer ir além, mora em nova york e pretende se tornar ator. Em entrevista para a revista Vanity, o modelo conta sobre a indústria da moda e sua vida.
VANITY MAGAZINE 62
PAPER MAGAZINE 64
V: Sua mãe era modelo, e depois de terminar a escola você decidiu tentar cirar uma carreira nessa indústria. Ser modelo sempre foi seu sonho profissional? R: Absolutamente não. A razão de eu ter virado modelo profissional teve a ver com meus pais, eles estavam se separando e então deixar a espanha para trabalhar nisso foi a melhor opção que eu tive para lidar com a situação. Quando eu era criança ei já fazia trabalhos de modelo, e era divertido, eu podia sair mais cedo da escola para fotografar ou gravar algo, mas nunca pensei que isso se tornaria uma profissão de tempo integral. V: Você foi modelo de grifes como Calvin Klein, American Eagle, Bershka, Armani Exchange, Versace, Versace para H & M e até apareceu na capa da revista Attitude com a cantora Kylie Minogue. Quando você se eu conta de que estava rumo ao sucesso e o que confirmou isso? R: Eu acredito que percebi que estava tendo sorte quando já estava a 3 meses sendo modelo por tempo integral, era o dia inteiro trabalhando, mas eu não chamaria isso tudo de sucesso visto que tem muita coisa para se realizar nessa indústria. Depois de muito drama que vivi, cheguei em Nova York para conhecer O Calvin Klein e realizar um casting para um trabalho. Foi depois disso que as coisas começaram a ser diferentes. O fato é que meu primeiro trabalho em NY foi para ninguém menos que Calvin Klein. O que me fez perceber que minha mãe estava certa quando dizia para eu dar uma chance para a vida e modelo. V: Você nasceu em Ibiza, na Espanha, mas agora vive em Nova York. Você pode descrever como foi sair do país em que nasceu para viver em outro. Foi assustador? R: Lógico que foi assustador, que um garoto de 17/18 anos quer deixar a sua casa para ir para um mundo maluco do qual nunca nem ouviu falar? Eu era um filhinho da mamãe e de repente eu estava em um lugar diferente, sozinho e sem ninguém para se quer conversar, ninguém para me dar suporte e ninguém para me dar amor.
Foi muito assustador, triste e depressivo, mas foi algo que eu escolhi. V: Para todos aqueles que querem entrar na indústria da moda. Que concelho você daria a eles? O que eles precisam saber? O quão competitivo é o mundo da moda?
“Foi muito assustador, triste e depressivo, mas foi algo que eu escolhi.” R: Me fazem essa pergunta tantas vezes, e para ser honesto, eu não sei como responder isso. Infelizmente as pessoas enxergam esse meio como uma competição, eu não. Sim, nós vamos ao mesmo casting juntos, mas se o cliente quer um cara com barba e cabelos pretos onde está a competição nisso? Não posso fazer crescer barca e não tenho os cabelos pretos. V: No início da sua carreira você se deparou com algum tipo de rejeição? Qual seu concelho para se lidar com a rejeição? Pode nos dar um exemplo? R: Eu experimentei diversas rejeições em meus primeiros 3 meses como modelo, eu não sei ao certo quando que começou. A maneira como eu me vestia não era boa o suficiente e as pessoas não entendiam o porquê de eu estar sempre feliz e simpático ao invés de sério quando eu fazia os castings. É algo pequeno, mas que pode ser muito sério quando você é tão jovem em um mundo do qual você não faz ideia e as pessoas não se importam. V: Quanto tempo você gasta cuidando da sua aparência e dieta? Você pode descrever sua rotina? R: Ultimamente gasto muito tempo. Depois de dois anos sem trabalhar mais como modelo, eu senti que desapontei muitas pessoas das quais sempre estiveram me apoiando na vida e senti como se eu tivesse de recuperar esse tempo perdido por qualquer que fosse a razão. Então eu mudei minha atitude e comecei a ir para a academia todo dia.
Comecei a comer coisas saudáveis, parei de sair muito, realmente comecei a cuidar de mim. Mina rotina não é muito complicada, é praticamente apenas ir a academia todos os dias 1 hora por dia. Eu faço musculação normal, nada de cardio e apenas isso. Faço apenas peso. Na segunda peito e tríceps, terça costas e bíceps. Faço abdominais todos os dias, ombros um dia sim outro não e pernas no domingo. De sexta faço misturado e no sábado descanso. V: O que você faz no seu tempo livre? Algum tipo de hobby? R: Tempo livre para mim é basicamente não fazer nada, relaxar em casa, ter aulas de culinária, de dança e atuação. Gosto também de ir ao cinema com amigos. Sempre a procura de me afastar ao máximo do estilo de vida maluco que eu tinha. E sempre gastar meu tempo com pessoas que eu sinto falta quando estou viajando a trabalho. V: Qual é seu estilista favorito para qual você já desfilou? E qual seu evento de moda predileto? R: Honestamente, eu gosto de todos. A maioria das pessoas não imagina o trabalho duro que acontece antes desses desfiles. Alguns clientes tem muito dinheiro para investir, outros não, mas o trabalho é sempre para impressionar o público. Acho que os desfiles que mais gostei de fazer foram Versace para H&M e Dsquared2, eles tiveram produções enormes e uma energia maravilhosa. Outros como Frankie Morello, Desigual e Punto Blanco tiveram produções pequenas, mas eu adorei fazer. Eles deixavam os modelos sorrirem, tirarem a roupa, interagir com o publico e se divertir, e eu adoro isso. V: Quais são as vantagens de ser modelo e quais os pontos ruins? R: As vantagens em ser modelo estão ligadas a o quão bem sucedido nesse meio você é, nós temos que viajar, conhecer pessoas e culturas. O ponto ruim é que você faz tudo isso sozinho, com pessoas que você mal conhece, e a indústria é muito falsa. E eu não me dou muito bem com coisas falsas. Foi por esse motivo que sai do ramo. VANITY MAGAZINE 65
Calvin Klein River veste Calvin Klein Collection
VANITY MAGAZINE 66
Balenciaga
River veste casaco Balenciaga, calรงa Balmain e sadรกlia Bottega Venetta VANITY MAGAZINE 67
V: Você tem muitos seguidores no twitter e instagram. O quão importante são essas redes para um modelo? R: Bom, eu acho que a pessoa não sabe disso hoje em dia, mas quando essas redes sociais começaram eu fui o primeiro modelo a usa-las para mostrar como era o trabalho de um modelo. Mas então me mandaram parar, pois eu estava expondo demais a indústria e os clientes começaram a não gostar. O quão irônico é isso né? Eu só aderi as redes sociais porque passava muito tempo sozinho e sempre triste, e twittar com pessoas que pareciam se importar comigo e minha carreira era confortante. Era divertido, mas agora tudo se resume a quantos seguidores você tem, quantos likes você consegue, o quão bonito você é e todas essas merdas. Eu continuo usando as redes, por serem necessárias para trabalho, mas não gosto mais e nem gasto meu tempo. E a maneira como as pessoas vivem nas redes sociais é muito triste, na minha opinião. V: O que você acha das pessoas serem descobertas através das redes sociais pela indústria de modelos? R: Isso é algo que não posso falar sem entrar em confusão, então vamos deixar isso para lá há-ha V: Você acha que o meio masculino é mais fácil que o feminino na indústria de modelos? Como exemplo Gigi Hadid e Kendall Jenner receberam muitas criticas, qual a sua opinião sobre essas duas modelos? R: Eu não diria que é fácil para homens, e sim diferente. Nós não temos tanta atenção quanto mulheres. Se eu estivesse na posição de Gigi ou Kendall provavelmente as pessoas não se importariam comigo como se importam com elas. As mulheres sempre dominaram essa indústria e mesmo que esteja mudando nós continuamos de lado. E nunca conheci nenhum modelo que já tenha saído na capa da vogue. Sei que já houveram casos, mas não da maneira como acontece com as garotas. VANITY MAGAZINE 68
Louis Vuitton
River veste blusa e shorts Louis Vuitton e sapatos Louboutin
Fendi
River veste casaco Fendi e blusa Top Man
VANITY MAGAZINE 69
Sibling
River veste Sibling
V: Você já passou por algum momento ruim por causa de peso ou como ter que ficar em um apartamento lotado de modelos ao longo do tempo que trabalhou nisso? R: Já estive em posições parecidas, como dormir em um apartamento com mais 14 garotos modelos. Mas isso é algo ruim? Onde você vai achar um lugar mais barato para dormir do que um apartamento de modelos? Eles oferecem um lugar para você ficar, no meu caso Nova York, e depois que consegue trabalho pode achar um lugar só seu. Quanto ao peso, os estilistas precisam saber suas medidas para saber se a roupa vai caber em você. Isso é algo ruim? Alguns caras são maiores e outros menores. Nunca vi um garoto deixar de comer por causa de trabalho, mas sim por falta de dinheiro. Quando me mudei para NY eu costumava roubar maças e comer cachorro quente de U$1 dólar, eu não tinha dinheiro nem para comer no Mcdonalds. VANITY MAGAZINE 70
V: Você já foi estereotipado por ser um modelo? Qual a reação das pessoas quando você diz ser um? R? EU já fui sim, mas não dou a mínima, principalmente quando são pessoas que não fazem nada ou são muito ricas por causa de suas famílias. Sou um modelo e qual o problema? Muitas pessoas não gostam da gente por razões que não vou mencionar aqui há-há V: Quais são seus planos depois que parar totalmente de modelar? R: Meu próximo passo é começar a atuar e como hobby ser Dj. Também pretendo lançar minha própria linha de roupas, então fique ligado nos meus contatos de trabalho.
Diesel
River veste casaco Diesel, camisa Armani e calรงa Dior
VANITY MAGAZINE 71
Moschino
River veste macacĂŁo Moschino e casaco Ferragamo
Versace
River veste casaco versace e cueca versace
Volta ao mundo em 100 marcas
Lanvin
Conheça a história da Maison mais antiga do mundo.
C
om mais de um século de uma rica tradição no mundo da moda, as roupas e acessórios da marca
francesa LANVIN se transformaram em ícones de vestir-se bem e manter-se antenada com as principais tendências mundiais. Não é exagero afirmar que a LANVIN consolidou-se como uma das marcas mais emblemáticas e responsáveis por transformar a moda naquilo que conhecemos hoje. Não por menos, é a marca escolhida por nove entre dez atrizes de Hollywood. Beldades como Cate Blanchett, Juliane Moore, Diane Kruger e Meryl Streep (que usou um estonteante longo dourado ao receber seu Oscar, em 2012). Jeanne-Marie Lanvin nasceu no dia 1 de janeiro de 1867 na cidade de Paris, em uma família modesta e começou a trabalhar com apenas 11 anos de idade. Aos 13, ela já era aprendiz de moda fazendo delicados chapéus. Nesta época seu talento já era evidente. Em 1889, sem nenhum financiamento, somente utilizando suas economias, inaugurou em Paris, na esquina da Rue Boissy d’ Anglas e Rue du Faubourg Saint-Honoré, sua primeira loja para comercializar sofisticados chapéus. Sua vida começou a mudar com o nascimento em 1897 de sua filha Marguerite di Pietro. Fruto de seu casamento com o Conde Emilio De Pietro, um nobre de origem italiana, ela começou a desenhar roupas e vestidos altamente sofisticados para a pequena Marguerite. Não demorou muito para suas clientes se interessarem pelos trajes e passarem a fazer encomendas para suas meninas também.
Com o passar do tempo, a estilista começou também a vestir as mães, até que no ano de 1909 a MAISON LANVIN foi oficialmente fundada e passou a integrar o Chambre Syndicale de la Haute Couture (sindicato da Alta-Costura). Em honra a história da grife, até hoje é fabricada e comercializada a linha Lanvin Petite, que veste crianças com estilo e sofisticação. Neste momento Jeanne Lanvin quebrava paradigmas, já que o mundo da alta costura era dominado pelos homens. Ela tinha uma postura de vanguarda para época, trabalhando as linhas arquitetônicas e um romantismo único. Sua linha principal era a de vestidos, o primeiro de noiva foi apresentado em 1911, mas também trabalhou os vestidos chemisiers, e um tom de azul que sempre aparecia em suas coleções acabou sendo conhecido como o “azul Lanvin”. Poucos estilistas souberam trabalhar com tanta propriedade as formas como a Madame Lanvin. Seus vestidos eram quase obras de arte, amava os tecidos fluidos, as rendas e os lamês. Eram inspirados em formas vitorianas suavizadas e generosamente adornados com bordados, e uma severidade muitas vezes atenuada por babados. Ela também era fascinada por civilizações, se inspirou muitas vezes no Egito, no norte da África, Europa Central e América do Sul para criar verdadeiras obras luxuosas com tecidos. Para ampliar sua linha de produtos, em 1913, começou a fabricar belos e luxuosos casacos de pele. Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, ela criou os chamados robes de style, com cintura marcada e saias fartamente rodadas, que estiveram em moda, com pequenas modificações, até o início dos anos de 1920.
VANITY MAGAZINE 77
Jeanne Lanvin foi uma grande mulher de negócios, e nos anos seguintes chegou a empregar 800 pessoas, trabalhou também com roupas esportivas (1923), moda masculina (1926), lingeries, decoração e teve até uma fábrica de tintas, quando do seu cuidadoso estudo das cores surgiu à conhecida “paleta Lanvin”. Como manda a cartilha das tradicionais Maisons francesas da alta costura a LANVIN também teve de lançar a sua própria fragrância. Por isso, em 1927, surgiu o perfume Arpège, como presente de aniversário de Jeanne para sua filha. O clássico perfume inspirado no som das notas de piano tocadas por Marguerite suplantou o sucesso de My Sin, lançado em 1925. O frasco esférico de Arpège era embelezado por uma ilustração de Jeanne e Marguerite a caminho de um baile de gala, figura que viria, em 1954, a tornar-se o logotipo da marca. Com a morte de Jeanne no dia 6 de julho de 1946, aos 79 anos, o comando dos negócios passou para a filha então conhecida como Marguerite Marie Blanche. Jeanne dizia que suas únicas paixões eram sua filha e sua marca. Ela deixou um legado precioso, fazendo de seu nome sinônimo de lifestyle com linhas de cosméticos, decoração e perfumes. Pouco depois, a direção criativa da grife foi assumida por Antonio del Castillo, que desde sua primeira coleção, apresentada em 1951, seguiu sempre de perto o estilo da fundadora. Quando Castillo deixou a Maison, em 1962, para abrir seu próprio negócio, foi sucedido por Jules François Crahay, que vinha do ateliê de Nina Ricci. Nas décadas seguintes a LANVIN cresceu pouco e não era vista como uma das principais marcas de luxo do mundo. Depois de ser comprada em 1990 pela Orcofi Group, a grife francesa foi vendida em 1996 para a L’Oréal. No ano de 2001 a marca francesa foi adquirida pela empresária e filantropista taiwanesa Shaw Wang Lang. E foi justamente ela a responsável por colocar o marroquino Alber Elbaz no posto de diretor criativo para conduzir a marca ao século 21. Continuando a tradição maternal de Jeanne, criou a linha de noivas Blanche - nome do meio de Marguerite Lanvin - que segue a VANITY MAGAZINE 78
mesma premissa das outras linhas da grife: o conforto. Foi responsável por lançar em 2010 uma coleção cápsula em parceria com a rede de moda sueca H&M, composta por 30 peças e 15 acessórios, que se transformou em um imediato sucesso. Além disso, comandou o lançamento do comércio eletrônico e a abertura de lojas próprias em várias importantes cidades do mundo. Como por exemplo, em 2009 quando abriu sua primeira loja em solo americano; ou em 2012 quando inaugurou uma loja em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi (a única na América Latina). Entre os best-sellers, além dos longos e cocktail dresses, peças mais informais, como camisas de seda, saias lápis, calças de alfaiataria e sapatilhas bailarina. A loja fechou no final de 2015, mas não em virtude da crise, e sim em discordância com o parceiro local.
O ano de 2013 marcou uma das últimas conquistas de Elbaz como diretor criativo da LANVIN, quando a marca se tornou responsável pelo equipamento oficial da equipe de futebol do Arsenal. O talentoso estilista permaneceu em seu posto por 15 anos, sendo responsável por conduzir a LANVIN novamente ao topo da lista das mais importantes marcas do mundo da moda. É importante ressaltar a qualidade do trabalho de Elbaz, que soube fazer uma leitura precisa dos valores da marca, trabalhando com maestria a modernidade sem perder a essência que é o romantismo e a fluidez. Em seu lugar foi anunciada, no mês de março de 2016, a francesa Bouchra Jarrar, uma estilista minimalista que tem tudo para transformar o estilo da marca por completo.
O logotipo O tradicional e icônico símbolo da marca francesa foi criado pelo ilustrador e figurinista Paul Iribe em 1923 a partir de uma fotografia em que Jeanne e sua filha estão prontas para um baile de gala em 1907. A imagem em questão (a bordo de um vestido longo e um casaco imponente, uma mulher elegante segura os braços da filha, vestida à sua imagem e semelhança, com chapéu e tudo), redesenhada por Armand Albert Rateau foi imortalizada no logotipo da marca a partir de 1954 e esteve sempre calcada no relacionamento entre mãe e filha.
Um dos segredos para se manter viva e sempre em evidência em um universo de tamanha competitividade e dinamismo foi a diversificação e a facilidade de se transformar e de remodelar seus próprios paradigmas em igualdade com as mudanças sociais ao longo de tantas décadas. Hoje, as roupas e acessórios da marca LANVIN são ícones em moda feminina e masculina, dispondo de uma variedade imensa de peças que possuem em comum a paixão pelo luxo. Mesmo com mais de um século de vida, a marca francesa nunca fez parte de um grande conglomerado de luxo. Tem como marca registrada não uma bolsa
específica ou uma peça extravagante e, sim, pequenos e simples laços de gorgurão, daqueles que se usam em caixas de presente.
VANITY MAGAZINE 79
PAPER MAGAZINE 80
Chanel
vestido e casaco Balenciaga
PAPER MAGAZINE VANITY MAGAZINE81 81
Dior
blusa jรณias Cartier e saia Chanel
VANITY MAGAZINE 82
Lanvin
vestido e jรณias Cartier PAPER MAGAZINE 83
Givenchy vestido
Louis Vuitton
vestido jรณias Cartier e sapato Chanel
VANITY MAGAZINE 85
Orixas O
rixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente. Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias. No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos. Apresentamos a seguir as descrições dos Orixás mais cultuados. Todos ligados de alguma maneira com os signos do zodíaco. Apresentamos aqui o Orixá de cada signo.
VANITY MAGAZINE 86
Ogun/ Áries
Ogum é o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protetor dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins. Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra pelo seu carácter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum.
Dia: Terça-Feira Cores: Verde ou Azul-escuro, Vermelho (algumas qualidades) Símbolos: Bigorna, Faca, Pá, Enxada e outras ferramentas Elementos: Terra (florestas e estradas) e Fogo Domínios: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia SAUDAÇÃO: Ògún ieé!!
Entre os muitos Estados conquistados por Ogun estava a cidade de Iré, da qual se tornou senhor após libertar a cidade da tirania do rei e substituí-lo pelo seu, próprio filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré. Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidas. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram a dos seus camaradas. Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois possuem dificuldade de se fixar a uma pessoa ou lugar. São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir os seus objetivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem. Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis para aquels de maior sensibilidade. Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.
VANITY MAGAZINE 88
Oxossi/ Touro
Oxóssi é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si.
Dia: Quinta-feira COR: Azul-Turquesa Símbolos: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré Elementos: Terra (florestas e campos cultiváveis) DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura Saudação: Òké Aro!!! Arolé!
São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, selecionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre. Magros por natureza, os filhos de Oxóssi possuem facilidade para se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer. Curiosos, percebem as coisas com muita rapidez, vaidosos e distraídos porém muito pacientes, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.
VANITY MAGAZINE 89
Ibeji/ Gêmeos
Ibeji é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades gémeas infantis, ligadas a todos os orixás e seres humanos.
Dia: Domingo Cores: Azul, Rosa e Verde Elemento: Ar Domínios: Nascimento e Infância Símbolos: 2 Bonecos Gémeos, 2 Cabacinhas Saudação: Bejiróó!
Ibeji é tudo o que existe de bom, belo e puro; uma criança pode-nos mostrar o seu sorriso, a sua alegria, a sua felicidade, o seu falar, os seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o voo das aves, na beleza e perfume das flores. Os filhos de Ibeji são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequentes; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhões, sorridentes, irrequietos – tudo, enfim, o que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, a sua leveza perante a vida revela-se no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, a sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia. Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e uma certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em seu torno a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com alguma facilidade.
VANITY MAGAZINE 90
Oxum/ Câncer e Libra
Dia: Sábado Cores: Amarelo – Ouro Símbolos: Leque com espelho (Abebé) Elemento: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas) Domínios: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade Saudação: Òóré Yéyé ó!
Na Nigéria, mais precisamente em Ijesá, Ijebu e Osogbó, corre calmamente o rio Oxum, a morada da mais bela Iyabá, a rainha de todas as riquezas, a protectora das crianças, a mãe da doçura e da benevolência. Oxum é a deusa mais bela e mais sensual do Candomblé. É a própria vaidade, dengosa e formosa, paciente e bondosa. Os filhos de Oxum dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar as suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na procura dos seus objectivos. Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas finalidades; atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social. Têm uma certa tendência para engordar, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida lhes possa oferecer. Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos. Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém. Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro. VANITY MAGAZINE 91
Xangô/ Leão
Dia: Quarta-Feira Cores: Vermelho (ou marrom) e branco COMIDA: Amalá Símbolos: Oxés (machados duplos), Edún-Àrá, xerê Elementos: Fogo (grandes chamas, raios), formações rochosas. Domínios: Poder estatal, justiça, questões jurídicas. Saudação: Kawó Kabiesilé!!
Nem seria preciso falar do poder de Xangô, porque o poder é a sua síntese. Xangô nasce do poder morre em nome do poder. Rei absoluto, forte, imbatível. O prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis. É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua estrutura física, pois seu corpo é quase sempre muito forte. Com forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Xangô têm consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam sós, a solidão é um de seus estigmas. São amantes vigorosos, em seu lado negativo, pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido.
VANITY MAGAZINE 92
Obaluaê/ Virgem e Capricórnio
Omolú é a Terra! Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”. As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas predilectas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida.
Dia: Segunda-feira Cores: Preto, branco e vermelho. Símbolos: Xaxará ou Íleo, lança de madeira, lagidibá. Elementos: Terra e fogo do interior da Terra. Dominios: Doenças epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morte. Saudação: Atotoó!!!
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar directamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte. Os filhos de Omolú são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim. Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice. Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planejaram. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se se sentirem ofendidos respondem no acto, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições. São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionarse com eles. Parece que os filhos de Omolú são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestátivos e trabalhadores. São amigos de verdade. Quando se sentem bem, são extremamente alegres, perseverantes, pacientes e amorosos, tiram a roupa do corpo para agradar uma pessoa, tratam o dinheiro pelo lado do prazer, da satisfação.
VANITY MAGAZINE 93
Nanã/ Escorpião
Dia: Terça-feira Cores: Anil, Branco e Roxo Símbolo: Bastão de hastes de palmeira (Ibiri) Elemento: Terra, Água, Lodo Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade Saudação: Salubá!
Senhora de muitos búzios, Nana sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos Jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”. Nessa região, onde hoje se encontra a República do Benin, Nana é muitas vezes considerada a divindade suprema e talvez por essa razão seja frequentemente descrita como um orixá masculino. Os filhos de Nana são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento das suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As pessoas de Nana parecem ter a eternidade à sua frente para acabar os seus afazeres; gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade. As pessoas de Nana podem ser teimosas e “ranzinzas”, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. As suas reações bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça
VANITY MAGAZINE 94
Iansã/ Sagitário
O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã.
Dia: Quarta-feira Cores: Marrom, Vermelho e Rosa Símbolos: Espada e Eruexin Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, Fogo Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte Saudação: Epahei!
A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover. Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra. Podem se tornar facilmente amigos do antigo parceiro, mas uma vez que esteja superado, jamais volta. Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação. O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com sua família é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.
VANITY MAGAZINE 95
Oxalá/ Aquario
Dia: Sexta-feira Cor: Branco leitoso. Simbolo: Opáxoró Elementos: Atmosfera e Céu Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte Saudação: Epa Bàbá
OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo. O filho de oxalá é um jovem guerreiro combativo. Normalmente tem boa aparência, podem ser altos, baixos, forte e magros, pois seu arquetipo não o traduz, não é agressivo nem brutal, teimosos, individualistas e altruístas. Não despreza o sexo e cultiva o amor livre. É alegre, gosta profundamente da vida, é falador, brincalhão e ao mesmo tempo teem muita seriedade e não perdoam a Injustiça. Ao mesmo tempo é idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos. Orgulhosos, gostam da boa briga pela boa causa, às vezes, uma espécie de D. Quixote. Os seus pensamentos originais geralmente antecipam os da sua época. Ele é o nascente e o dono das manhãs.
VANITY MAGAZINE 96
Yemanjá/ Peixes
É a rainha de todas as águas do mundo, seja dos rios, seja do mar. O seu nome deriva da expressão YéYé Omó Ejá, que significa, mãe cujo filhos são peixes. Na África era cultuada pelos egbá, nação Iorubá da região de Ifé e Ibadan onde se encontra o rio Yemojá
Dia: Sábado Cor: Branco, Prateado, Azul e Rosa Símbolo: Abebé prateado. Elementos: Águas doces que correm para o mar, Águas do mar Domínios: Maternidade (educação), Saúde mental e Psicológica Saudação: Erù-Iyá, Odó-Iyá
Yemonjá é a mãe de todos os filhos, mãe de todo mundo. É ela quem sustenta a humanidade e, por isso, os órgãos que a relacionam com a maternidade, ou seja, a sua vulva e seus seios chorosos, são sagrados. As filhas de Yemonjá são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros (Omulu). Não perdoam facilmente, quando ofendidas. São possessivas e muito ciumentas. São pessoas muito voluntariosas e que tomam os problemas dos outros como se fossem seus. São pessoas fortes, rigorosas e decididas. Gostam de viver em ambientes confortáveis. Põe à prova as suas amizades, que tratam com um carinho maternal, mas são incapazes de guardar um segredo, por isso não merecem total confiança. Nas grandes famílias há sempre um filho de Yemonjá, pronto a envolver-se com os problemas de todos, pois gosta tanto disso que pode revelar-se um excelente psicólogo.
VANITY MAGAZINE 97