COMPLEXO CAMP.CINE - TCC ARQUITETURA E URBANISMO - UFG PEDRO PRAXEDES

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CAMP.CINE Pedro Marcelo C. Praxedes Orient. Frederico A. Rabelo



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CAMP.CINE Pedro Marcelo C. Praxedes Orient. Frederico A. Rabelo

Trabalho de Conclusão de Curso Arquitetura e Urbanismo Faculdade de Artes Visuais - UFG Goiânia - GO Dezembro, 2018



‘‘O arquiteto, à semelhança de um diretor de cinema, deve saber captar a luz, o movimento, produzindo por meio de seus projetos uma coreografia de ritmos, gestos, imagens, tomadas (planos) e fantasia. Saber realizar, enfim, a síntese entre o universo real e o virtual...’’ Jean Nouvel



Aos meus amigos e colegas que tive a oportunidade de conhecer ao longo da minha formação, sem os quais não poderia ter tido os melhores anos da minha vida. Aos professores que sempre estiveram dispostos em compartilhar não só conhecimentos acadêmicos, mas também ensinamentos para a vida, nos fazendo refletir e questionar. À minha família, pelo apoio incondicional, em especial a minha avó, a qual tenho imenso carinho e gratidão. Muito obrigado



Resumo O cinema, quando articulado com o espaço público, é capaz de promover encontros, vivências e interações. Hoje, essa relação é inexpressiva: a grande maioria das salas de cinema se encontra em shopping centers. Configuram uma dinâmica genérica, sem conexão alguma com o espaço urbano. Dessa forma, o trabalho propõe a conexão de duas áreas públicas (Praça Matriz de Campinas e a Praça Joaquim Lúcio) históricas do bairro de Campinas por meio da releitura dos antigos cinemas de rua em um contexto urbano contemporâneo. Palavras Chave Cinema, Equipamento Cultural, Espaço Público, Bairro de Campinas.


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TEMA 1.1 - Introdução

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1.2 - O fechamento dos cinema de rua

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1.3 - Campininha e o Cinema

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1.4 - O novo formato de exibição

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1.5 - Panorama

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1.6 - Mapas - Histórico dos cinemas de rua

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ESTUDOS DE SIMILARES 2.1 - Estudos de Simliares

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O LUGAR 3.1 - Localização

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3.2 - Análise do entorno

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5

TEMA 4.1 - Complexo Camp.Cine

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4.2 - Áreas

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4.3 - Diagramas

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4.4 - Vista isométrica do conjunto

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4.5 - implantação

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4.6 - Térreo

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4.7 - Subsolo

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4.8 Corte A/B

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4.9 Corte C

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4.10 Corte D

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4.11 Visuais

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REFERÊNCIAS 5.1 - Referências bibliográficas 5.2 - Figuras

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1.1 INTRODUÇÃO A sétima arte não foi apenas o grande espetáculo do século passado; também foi, desde que nasceu, uma forma de entretenimento essencialmente urbana e deve muito de sua natureza ao desenvolvimento da cidade, diz Name (2018). O cinema de rua1, tradicional meio de cultura e lazer, também é um dos equipamentos urbanos capazes de transformar o espaço público em local de convívio, interação e sociabilidade. Apesar dessa promissora associação, o que acontece é o fenômeno oposto: há um distanciamento cada vez maior do espectador com a cidade. Resultado do crescimento vertiginoso das salas em shopping centers em detrimento dos cinemas de rua. “Muitas cidades hoje necessitam de uma acupuntura porque deixaram de cuidar de sua identidade cultural. Um triste exemplo disso é o desaparecimento dos cinemas municipais. No passado os cinemas representam para as pessoas o espaço mágico da fantasia, da música, da utopia, da realidade, do sonho, da esperança. E foram também um ponto de encontro fundamental para a cidade. Os cinemas influenciaram gerações inteiras, não só o aspecto cultural. Eram locais onde as pessoas se encontravam, discutiam, se divertiam e frequentemente, levavam essas discussões para outros pontos da cidade. ” (LERNER, 2003, p.13)

Esses cines enfrentam impasses quanto à sua sobrevivência. Geralmente são frequentados por um público menor, a procura de filmes alternativos ao circuito comercial. E apesar de sua maioria estarem localizados em regiões centrais, com transporte público mais acessível, ainda sim não tem preferência dos espectadores devido a comodidade e segurança oferecida pelo formato concorrente. Esse fenômeno decorre da lógica urbana vigente que afeta os grandes centros. Uma espécie de mimica aos condomínios residenciais e comerciais, que privatizam seu entorno e criam barreiras. Configuram uma dinâmica genérica, eliminando quase que por inteiro sua conexão com o espaço urbano. Frente a presente preocupação com a qualidade de vida urbana e a decadência dos cines de rua surge a problemática deste trabalho. Ao encarar o cinema de rua como equipamento cultural propondo uma implantação estratégica no contexto urbano agregado de um programa de necessidades mais amplo - o resultado esperado não é apenas o resgate, mas sobretudo sua sobreviência. A diversificação dos usos do complexo - como a escola de cinema e produtora de vídeo - tem como resultado esperado proporcionar um alto fluxo de pessoas pelo equipamento ao longo de diferentes horários do dia, promovendo encontros e resgatando o espaço público.

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1 - Aqui compreendido como aquele localizado junto às vias públicas


Figura 01 - . Representação de um cinema de rua em New York. Fonte: ‘‘Taxi Driver’’ (1976) - Martin Scorsese.

Dessa forma, a escola e a produtora surgem não só como respostas a essa necessidade mas também como meio de fomentar o mercado audiovisual na região. Esses e q u i p a m e n t o s a g r e g a m u s o s m a i s va r i a d o s proporcionando uma troca maior de conhecimento com a sociedade, aumentando o interesse pela área a longo prazo. Portanto o projeto desenvolvido procura proporcionar meios de apropriação do espaço, fomentar relações sócioespaciais frente ao atual cenário de homogeneização e sistematização dos espaços públicos, posicionando-se como equipamento cultural e educacional na região de Campinas, Goiânia.

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1.2 FECHAMENTO DOS CINEMAS DE RUA O fechamento dos cinemas de rua foi um fenômeno mundial e tem relação direta com o surgimento da televisão e de novas tecnologias. “ Com o advento da TV nos Estados Unidos, na década de 1950, ficou patente que a essência da programação seriam os filmes. [...] tratouse logo de fazer o casamento entre a televisão e o cinema”. (LEÃO,2009, p.4) No Brasil, o princípio da decadência do cinema se dá justamente a partir da década de 1960, quando a televisão começou sua consolidação, aponta Leão (2009). Desde então, vários cinemas de rua encerraram suas atividades, uma vez que a TV passou a proporcionar aos brasileiros um entretenimento mais barato, no conforto de suas casas. Elias (2013) relata, num tom pessimista, o trauma sofrido pelos cinéfilos de sua geração ao verem os chamados “cinemas de rua” se extinguirem aos poucos. “ O desaparecimento desses cinemas não é simplesmente um desastre cultural, ele é também a alteração paisagística que as pessoas identificam como o seu bairro ou cidade”. (ELIAS,2013) Em Goiás, dezenas de cinemas foram fechados nas três últimas décadas, com seus prédios sendo transformados em igrejas evangélicas, supermercados e lojas: “Somente em Goiânia, na década da 1960 para cá, encerraram suas atividades originais os cines Regina, na Vila Nova, hoje supermercado; Fátima, no Setor dos Funcionários, transformado em empresa de transporte coletivo; Helena, em Campinas, loja de utensílios domésticos; Rio, em Campinas, transformado em igreja evangélica; Goiânia, no Setor Central, hoje apenas teatro; Goiás, no Setor Central, loja de tecidos; Campinas, loja de eletrodomésticos; Avenida, no Setor Campinas, virou clube dançante; Eldorado, no Setor Campinas, hoje loja de tecidos; Presidente, no Setor Central, restaurante do hotel homônimo; Cinema 1, Setor Oeste, transformado em loja; Frida, no Setor Central, loja de discos; Casablanca, hoje igreja evangélica; Royal, no Setor Pedro Ludovico, que funcionou inicialmente com a bitola 16mm, fechou e reabriu em 35mm, com o nome de Cine Cultura, que finalmente fechou as portas em 1979”. (LEÃO,2009, p.6)

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Figura 02 - . Plano fechado de um cinema de rua. Fonte: ‘‘Taxi Driver’’ (1976) - Martin Scorsese.

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1.3 CAMPININHA E O CINEMA “Esses lugares (espaços culturais) são fundamentais para a ocupação do espaço público, elemento que dá vida e segurança à cidade[...]. Sem esses lugares, a cidade perde sua memória, seus pontos de encontro e sociabilidade. fica sem referências.[...] A reabertura de um cinema de rua simboliza a reversão de um processo de abandono do espaço público na cidade.” (BONDUKI, 2018)

O bairro de Campinas, também conhecido como Campininha das Flores, foi fundado em 1810 por Joaquim Gomes da Silva Gerais que viajava com um grupo à procura de ouro e ao passarem pelo local ficaram encantados com as riquezas naturais do local como as belas árvores e os mananciais como Meia Ponte, Cascavel e o Botafogo e decidiram fundar o povoado que mais tarde se tornaria cidade. Em 1907 Campinas ganhou a denominação de vila e em 1914 foi elevada à condição de município brasileiro do estado de Goiás. Com a construção de Goiânia, Campinas perdeu a condição de município se tornando um bairro agregado a nova capital goiana. A região pode ser investigada como um caso à parte, onde os cinemas foram sendo gradativamente fechados. Nesse contexto, Leão (2009) relata que na década de 1930, a Campininha era o local predileto dos esporádicos cinemas campais itinerantes que percorriam toda a região. Anos depois, nas décadas de 1960 e 1970, o setor chegou a se equiparar ao centro da capital em quantidade de salas exibidoras. Dos catorze cinemas existentes em Goiânia na época, dois situavam-se no bairro da Fama, um na Vila Nova, cinco em Campinas e cinco em Goiânia. Na década de 1970 foi implantado pioneiramente em Campinas o projeto Cinema de Arte. No Cine Rio, hoje igreja evangélica, um grupo de alunos e professores da Universidade Federal de Goiás promoveu, a partir de 1974, uma verdadeira revolução na programação cinematográfica do cinema, com a exibição de obras dos mais importantes diretores do cinema mundial, em sua grande maioria inéditos nos cinemas comerciais da capital e que dificilmente teriam um lugar à luz dos projetores das salas normais de espetáculos fílmicos existentes, aponta Leão (2009).

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Figura 03 - Cine Campinas, na Av. 24 de Outubro. Fonte: MIS-GO

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1.4 O NOVO FORMATO DE EXIBIÇÃO “A arquitetura dos movie palaces já havia tido enorme sucesso em suprimir a socialização dentro da sala de projeção, isolando-a em lugar e hora determinados: nos amplos foyers, durante intervalos do programa. Mas, no novo modelo que será construído a partir dos anos 50, nem mesmo este ambiente restará para o convívio da audiência. O novo formato de exibição impõe um ritmo intenso de consumo, em que não só a sala de projeção, como também o foyer, se torna espaço de fluxo, onde ninguém pára para conversar.” (MENOTTI, 2007, p.11)

O crescimento das salas nas capitais não foi tão vertiginoso como o decréscimo. Nos últimos anos, segundo estudo do IBGE, pode-se “estabelecer a hipótese de que a retomada do crescimento dos cinemas guarda uma relação direta com a dos shoppings centers, com as suas múltiplas salas de exibição”, já que o número destes estabelecimentos também aumentou no período. A reconfiguração das salas, a diminuição da capacidade de assentos associada a uma maior variedade de títulos e a associação do cinema com Shoppings Centers abriram caminho para o sucesso dos Cinemas Multiplex. Com o objetivo de aumentar a permanência dos consumidores no shopping, vários serviços foram integrados nesse equipamento. Devido ao grande sucesso dos shoppings a partir dos anos 1980/90 era vantajoso para as redes de exibidores estar integrado à um espaço que possui grande movimento de pessoas e também grandes espaços para estacionamentos. (MONSORES, 2011, p. 47-49)

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Essa relação entre os cinemas de rua e os de shopping também é estabelecida pelo professor Lisandro Nogueira. “É um fator da urbanização mal planejada das cidades, que faz com que a população, em função de segurança e outros motivos, prefira os cinemas de shopping, o que força a queda dos cinemas de rua”. Edson Randal, proprietário do Cine Ritz, também acredita na tradição dos cines de rua, “mesmo que ainda tenham pessoas com preconceito sobre os cinemas, que confundem shoppings com cultura”. Para Randal, a importância do Ritz está em “levar cultura e entretenimento com valores acessíveis para toda população”.

Figura 04 - Representação distópica do futuro - Fonte: ‘‘Blade Runner’’ (1982) Ridley Scott.

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1.5 PANORAMA

1939 - Cine Popular primeiro cinema do St. Central

1936 - Cine Teatro Campinas primeiro cinema de Goiânia

1940/50 - Auge dos cinemas de rua

1942 - Cine Teatro Goiânia famoso pelo estilo art déco

1979 - Fechamento definitivo do Cine Cultura

Década de 1970 - Popularização do videocassete e do consumo de mídia audiovisual em casa

Década de 1970/80 - Forte atuação do INC3, da Embrafilme e do Concine. Atividade efetiva do estado na distribuição cinematográfica

1995 - Inauguração Goiânia Shopping

1991 - Cine Ritz é aberto no Centro

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1996 - Inauguração Banana Shopping

2 - O extinto Cine Rio já foi localizado na quadra de implantação, onde hoje existe uma Igreja Evangélica.

Década de 2000 - Expansão dos Shoppings para as áreas periféricas de Goiânia

2001 - Inauguração do Shopping Araguaia

3 - INC - Instituto Nacional de Cinema foi um órgão gestor do cinema brasileiro criado em 1966 e extinto em 1975.


Década de 1960 - princípio da decadência dos cinemas brasileiros, quando a televisão começa sua consolidação

A partir da década 2da 1960 encerreram suas atividades os cines Regina, Fátima, Helena, Rio , Goiânia - hoje apenas teatro -, Goiás, Campinas, Avenida, Eldorado, Presidente, Cinema 1, Frida, Casablanca e Royal.

Década de 1980/90 - surgimento e popularização dos shopping centers em Goiânia. Processo consolidado atualmente

1989 - Inauguração Cine Cultura

1981 - 2 salas são abertas no Shopping Flamboyant

2006 - Inauguração Portal Shopping

1990 - Inauguração do Shopping Bougainville

2013 - Inauguração Passeio das águas

2010 - Inauguração Portal Sul Shopping

2016 - Inauguração Shopping Cerrado

2018 - Decadência dos cinemas de rua, precarização do centro como espaço de lazer e vigência do modelo multiplex

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1.6 MAPAS - HISTÓRICO DOS CINEMAS DE RUA

Cenário até a década de 1940 - Cinemas de rua existentes até a década de 1940 - Delimitação St. Campinas 0

500

1500 m

Cenário atual - Cinemas de rua que existem atualmente - Cinemas Multiplex em Shopping Centers - Delimitação St. Campinas 0

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500

1500 m


Cinemas de rua vs Muliplex - Cinemas de rua até a década de 1940 - Cinemas de rua que existem atualmente - Cinemas Multiplex em Shopping Centers - Delimitação St. Campinas 0

1000

3000 m

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2.1 - REFERENCIAS PROJETUAIS Projeto: Cinemateca Nacional do século XX1 Arquitetos: ROJKIND Arquitectos Localização: Cid. do México, México Ano: 2012 Figura 05 - Entrada da Cineteca Nacional S. XXI. Fonte: Paul Rivera. 2014 Figura 06 - Cobertura da Cineteca Nacional S. XXI. Fonte: Paul Rivera. 2014 Figura 07 - Corte longitudinal Cineteca Nacional S. XXI. Fonte: Paul Rivera. 2014

O Arquivo Nacional do Cinema e o Instituto Nacional do Cinema, localizados na Cidade do México guardam a maior herança cinematográfica da América Latina. O projeto original, de 1982, foi parcialmente destruído devido a um incêndio. Sendo assim, o escritório Rojkind Arquitectos ganhou o concurso para o projeto da Cinemateca Nacional do Século XXI. O programa, consiste em: abrigar um extenso acervo, novas salas de exibição com capacidade para 180 pessoas, reformulação das salas existentes, um anfiteatro externo capacidade para 750 pessoas, e um foyer que funciona como uma praça coberta. Através de uma implantação que cria um vazio coberto a partir de um eixo principal, se configura o foyer, como uma nova praça pública que conecta todas às salas de exibição ao complexo, criando novos espaços de estar e lazer que permite encontros, interações e sociabilidades, assim como acomodar exposições e outras intervenções temporárias. Segundo o autor do projeto, esse novo espaço público funciona como um respiro à densa malha urbana da cidade. Esses aspectos foram importantes referencias para elaboração do Complexo Camp.Cine.

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Projeto: Praça das Artes Arquitetos: Brasil Arquitetura Localização: São Paulo, Brasil Ano: 2012 Figura 08 - Vista interna térreo - Praça das Artes. Fonte: Nelson Kon. 2013 Figura 09 - Integração - Praça das Artes. Fonte: Nelson Kon. 2013 Figura 10 - Corte longitudinal - Praça das Fonte: Brasil Arquitetura. 2012

O espaço físico é composto por uma série de lotes que se interligam no miolo da quadra, voltados para três frentes de ruas, no coração da cidade. Assim como em quase toda a região central da cidade, tal lugar tem uma vizinhança predial caótica do ponto de vista volumétrico, das normas de insolação e ventilação saudáveis. Entretanto, possui uma situação privilegiada de humanidade ao seu redor, pleno de diversidade, vitalidade, mistura de classes sociais, de usos, de conflitos e tensões característicos da grande cidade – espaço da convivência e da busca de tolerância. O edifício se relaciona com o entorno, articulando novas conexões e passeios públicos a partir de um eixo principal que acomoda sua implantação. A permeabilidade também se faz muito presente no projeto, os rasgos no térreo permitem a fruição pública de pedestre. Esses aspectos foram importantes referencias para elaboração Complexo Camp.Cine.

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3.1 LOCALIZAÇÃO, MARCOS E PRINCIPAIS ACESSOS

01 02

Av.

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03

Legenda

01 02 03 04 05

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- Área de intervenção - St. Campinas - Parque Campininha das Flores - Shopping Cerrado - Hipódromo da Lagoinha - Estádio Antônio Accioly - Cemitério Santana

06 - Lago das Rosas 07 - Bosque dos Buritis 08 - Praça Cívica 09 - Estádio Olímpico 10 - Estação Ferroviária 11 - Cemitério Parque Jardim das Palmeiras 12 - Parque Mutirama


11

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3.2 ANÁLISE DO ENTORNO

1

2

3

4

5

6

7

7

Marcos e referências culturais/educacionais 8

- Área de Intervenção 01 - Ginásio de Campinas 02 - Praça Ginásio de Campina 03 - Instituto de Educação Prof. Gustav Ritter 04 - Praça Matriz de Campinas 05 - Santuário Basílica Matriz de Campinas 06 - Colégio Santa Clara 07 - Colégio Estadual Assis Chateaubriand 08 - Extinto Cine Rio 09 - Praça Joaquim Lúcio

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200 m

100

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Transporte e vias de acesso 24

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- Área de intervenção a - Via arterial 1a categoria a - Via arterial 2a categoria - Ponto de ônibus - Estação BRT - Estacionamento público P - Estacionamento privado


Tipos de usos - Institucional - Habitacional - Comercial - Serviços - Misto - Área de Intervenção 0

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100 m

Gabarito e cheios e vazios - 1 e 2 pavimentos - 3 pavimentos - 4 pavimentos ou mais - Áreas verdes - Área de intervenção 0

50

100 m

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4.1 COMPLEXO CAMP.CINE O complexo está localizado no bairro histórico de campinas. Cortado pela Av. 24 de outubro e pela Av. Rio grande do Sul, o sítio é cercado por duas praças - Joaquim Lúcio e Praça Matriz de Campinas. Essa configuração espacial pré-existente foi fundamental na concepção do projeto. Aproveitado de tal potencialidade urbana , o primeiro passo foi criar o acesso pelo interior da quadra, conectando assim as duas praças e, por consequência, conformando uma terceira em seu interior. Esse novo espaço é então parcialmente coberto e passa a permear parte programa, ao mesmo tempo em que demarca os eixos de circulação e cria espaços de estar internos. O bloco próximo a praça Joaquim Lúcio (1) - onde um dia foi localizado o Cine Rio - abriga a parte cultural. Para atender as demandas específicas do programa, o projeto é organizado em níveis. No térreo foram dispostos dois acessos: direto pelas laterais da bilheteria ou pelo interior da quadra. Já no subsolo o cinema é parcialmente enterrado e possui 3 salas de exibição, sendo uma delas analógica capaz de exibir filmes em formato 35mm - com áreas para socialização pré/pós sessão. Aqui, busca-se atender a demanda por diferentes tipos de filmes, englobando tanto o público mais comum quanto os cineclubistas e cinefálos. No mesmo nível além de todo aparato de estacionamento/apoio/serviços/ ao cinema também foi disposta uma bombinére generosa com espaço de convivência e estar. A parte de ensino (2) é disposta no lado oposto, próxima a praça Matriz de Campinas - localizado ao lado de dois polos regionais de ensino e cultura, o Colégio Santa Clara e o Instituto Gustav Ritter. A escola conta com duas salas de ensino multimídia - equipadas com computadores -, sala multiuso e um estúdio polivalente para as aulas práticas - equipado com fundo infinito e cabine de controle e mixagem. Devido as restrições desse tipo de ensino - a produção digital de cinema engloba diversas áreas e é quase obrigatoriamente um esforço coletivo - as salas são menores possibilitando uma maior interação entre os alunos na busca de formar profissionais multidisciplinares. O centro do complexo é marcada por três usos, o café (3) , arquibancada para projeção ao ar livre (4) e a produtora de vídeos independente (5). O primeiro é disposto em uma das aberturas da quadra, equipado com bicicletário e um amplo espaço coberto. Já o último busca atender uma demanda comercial ao mesmo tempo que difunde e promove a produção de cinema local. As sessões ao ar livre aliadas com o amplo espaço de convivência buscam reavivar a cultura do cineclubismo e incentivar o acontecimento de mostras e festivais. Essas atividades variadas são responsáveis por atrair um público diverso em diferentes horários, promovendo encontros e trazendo vida para o interior da quadra.

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4 PRAÇA MATRIZ DE CAMPINAS

PRAÇA JOAQUIM LÚCIO

5

2

3

1

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4.2 ÁREAS

5

4

2

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3

1


1

Cinema Sala de exibição analógica - 20.1 m2 Bilheteria térreo - 28.9 m2 Bilheteria subsolo - 19.9 m2 2* Circulação vertical cinema - (32.1 m2) - 64.2 m2 Estar/Foyer - 160.6 m2 2* Sala exibição digital - (25.4 m2) - 50.8 m2 Sala de exibição analógica - 146 m2 Bomboniére - 42.2 m2

2

Escola de cinema Estúdio polivalente 67.2 m2 Sala de controle e mixagem - 18.6 m2 Depósito de equipamentos - 14.7 m2 Hall - 15.3 m2 Espera/Recepção - 25.4 m2 2*Sanitário - (10.9 m2 - 21.8 m2

3

Apoio/Almoxarifado - 40.6 m2 DML - 7.8 m2 2* Sala de exibição digital - (154.6 m2) - 309.2 m2 2*Sanitários -( 36.9 m2) - 73.8 m2 2*Sanitário PcD - (3.6 m2) - 7.2 m2 Administração cinema - 15.1 m2 Estar/Copa funcionários - 38.2 m2 2*Vestiário funcionários - (5.4 m2) - 10.8 m2

Sanitário PcD escola - 83.2 m DML - 2.6 m2 Administração escola - 16.7 m2 Almoxarifado - 6.1 m2 Sala de multiuso - 40.1 m2 2*Sala de ensino multimídia - (49.9 m2) - 99.8 m2

Praça Café - 83.2 m2 Estar - 186.7 m2 Apoio/depósito exibição - 5.5 m2 2*Banheiro público - (2.9 m2) - 5.8 m2 Banheiro PcD público - 3.6 m Exibição ao ar livre - 128.4 m2

4

5

Produtora independente Hall estúdio - 28.78 m2 Espaço produção - 93.5 m2 Apoio/depósito exibição - 5.5 m2 Estar/Copa produtora - 38.2 m2 DML - 2.2 m2 2*Sanitário produtora - (2.9 m2) - 5.8 m2

Subsolo Hall - 46.7 m2 Escationamento - 1840.9 m2

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4.3 DIAGRAMAS

01

02 Contexto 03 01 - Pç. Matriz de Campinas 02 - Quadra de intervenção 03 - Pç. Joaquim Lúcio

Intervenção 01 - Demolição 02 - Remanescente

Permeabilidade 01 - Eixos de conexão espacial

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Distribuição programa - Escola de cinema - Produtora de vídeo - Café - Projeção ao ar livre - Cinema

Níveis/Circ. vertical - Rebaixo para projeção - Rebaixo cinema - Rebaixo rampa - Circulação vertical

Cobertura/Acessos - acesso - cobertura

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4.4 VISTA ISOMÉTRICA DOCONJUNTO A vista isométrica demonstra a conexão espacial do complexo e sua situação de implantação. Localizado entre duas praças no Setor de Campinas - Praça Matriz de Campinas e Praça Joaquim Lúcio - o projeto propõe a conexão entre elas, estimulando o convívio e permanência ao mesmo tempo em que reforça um novo percurso.

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4.4 ISOMÉTRICA CONJUNTO


4.5 IMPLANTAÇÃO Ao deixar o acesso livre pelos quatro cantos da quadra, a proposta buscou garantir a permeabilidade do térreo, permitindo que o pedestre se aproprie do espaço ao mesmo tempo que também proporciona usos diversos. A cobertura demarca um e ainda sim abriga atividades externas e o próprio programa.

0

10

20 m

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4.5 IMPLANTAÇÃO


4.6 TÉRREO

0

5

10 m

Legenda 01 - Sala de exibição analógica - 20.1 m2 02 - Bilheteria - 28.9 m2 03 - Circulação vertical cinema - 32.1 m2 04 - Estar/Foyer - 160.6 m2 05 - Sala exibição digital - 25.4 m2 06 - Bicicletário - 16.8 m2

13 - Exibição ao ar livre - 128.4 m2

07 - Café - 83.2 m2 2

2

08 - Estar - 186.7 m 09 - Apoio/depósito - 5.5 m2 10 - Banheiro público - 2.9 m

2

11 - Banheiro PcD público - 3.6 m2 12 - Circulação vertical subsolo - 28.8 m2

14 - Hall estúdio - 28.78 m 15 - Espaço produção - 93.5 m2 16 - Estar/Copa produtora - 38.2 m2 17 - DML - 2.2 m2 18 - Sanitário produtora - 2.9 m2

19 - Área de gravação (Fundo infinito) - 67.2 m2 20 - Sala de controle e mixagem - 18.6 m2 21 - Depósito de equipamentos - 14.7 m2 22 - Hall - 15.3 m2 23 - Espera/Recepção escola - 25.4 m2 24 - Sanitário escola - 10.9 m2

25 - Sanitário PcD escola - 3.2 m2 26 - DML - 2.6 m2 27 - Administração escola - 16.7 m2 28 - Almoxarifado - 6.1 m2 29 - Sala de multiuso - 40.1 m2 30 - Sala de ensino digital - 49.9 m2

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4.6 TÉRREO


4.7 SUBSOLO

0

5

10 m

Legenda 01 - Sala de exibição analógica - 146 m2 02 - Bomboniére - 42.2 m2 03 - Bilheteria - 19.9 m2 04 - Circulação vertical cinema - 32.1 m2 05 - Apoio/Almoxarifado - 40.6 m2

06 - DML - 7.8 m2 07 - Sala de exibição digital - 154.6 m2 08 - Sanitário cinema - 36.9 m2 09 - Sanitário PcD cinema - 3.6 m2 10 - Administração cinema - 15.1 m2

11 - Estar/Copa funcionários cinema - 38.2 m2 12 - Vestiário funcionários cine - 5.4 m2 13 - Hall - 46.7 m2 14 - Circulação vertical subsolo - 26.9 m2 15 - Bicicletário - 17.4 m2

16 - Vaga de idoso - 10.7 m2 17 - Vaga PcD - 16.5 m2 18 - Escationamento - 1840.9 m2

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4.7 SUBSOLO


4.8 CORTE A/B 01

02

03

04

05

06

07

Detalhe - Cobertura 01 - Viga lateral perfil ‘‘I’’ Soldada em viga transversal 02 - Rufo em alumínio anodizado aplicado em toda a extensão lateral 03 - Perfil intermediário fixação telhas 04 - Pilar em chapa de aço galvanizado seção circular 05 - Calha central em alumínio anodizado 06 - Viga transversal tubo seção quadrada 07 - Tubo de queda de água interno

B

C

C

D

D

A

3m

CORTE A

CORTE B

A

1

0

0

5

10 m

B

45


4.8 CORTE A/B


4.9 CORTE C

02

02 01

04

01

03

04

0

Planta de Cobertura

10

30 m

01 - Cob. cinema - Telha termoacústica inclinação 15% 02 - Cob. transversal complexo - Telha termoacústica inclinação 6% 03 - Cob. longitudinal - Telha termoacústica inclinação 4% 04 - Cob. cinema/escola- Telha termoacústica inclinação 10%

A

B

C

C

D

D

A

0

5

10 m

B

47


4.9 CORTE C


4.10 CORTE D

Perspectiva isomĂŠtrica trecho da cobertura

A

B

C

C

D

D

A

0

5

10 m

B

49


4.10 CORTE D


4.11 VISUAIS


Vista a patir da Praça Joaquim Lúcio para o cinema

Vista a partir da Praça Matriz de Campinas para a escola de cinema

52


Vista a partir da Rua Geraldo Nei para a billheteria e acesso ao cinema

Vista a partir da Rua Geraldo Nei para o interior da quadra, destacando o cafĂŠ e a produtora

53


Vista a patir foyer térreo cinema

Vista a partir do interior do complexo enquadrando a para a Praça joaquim Lúcio

54


Vista รกrea de estar da praรงa interna semi coberta

Vista a partir do subsolo para uma das salas de cinema

55


Vista a partir da quadra para o paredão de projeção


6.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLON, F. Arquiteturas Fílmicas. Curitiba: Encrenca, 2016. 206 p. BONDUKI, Nabil. Cine Belas Artes, um avanço fundamental. Drops, São Paulo, ano 14, n. 076.09, Vitruvius, jan. 2014. Disponível em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.076/5026 >. Acesso em: 01 mai. 2018. ELIAS, P. R. Cinemas de rua. Disponível em: <https://webinsider.com.br/cinemas-de-rua/.> Acesso em: 12 abr. 2018. LEÃO, B.; BENFICA, E. Goiás no Século do Cinema. 2. ed. Goiás, 2009. LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro. 5. ed. Rio de Janeior/São Paulo: Record, 2011 MENOTTI, G. Arquitetura da Espectação: A construção histórica da Situação Cinema nos espaços de exibição cinematográfica. Revista Eletrônica Ciber Legenda, v. 18, n. 1, 2007. Disponível em: <http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/vie w /187>. Acesso em: 01 de mai. 2018. METZ, C. A respeito da impressão de realidade no cinema. In:__. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 1977. MONSORES, S. M. Melhor Diversão? Para quem? Consumo De Cinema No Brasil Após A Chegada Dos Multiplexes. Mestrado Universidade Federal Fluminense, 2011. NAME, L. Apontamentos sobre a relação entre cinema e cidade. Arquitextos, São Paulo, ano 04, n.037.02, Vitruvius, jun. 2 0 0 3 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.037/67 6>. Acesso em: 01 de mai. 2018.

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6.2 FIGURAS Figura 01 (pag. 12) - Representação de um cinema de rua em New York. Fonte: ‘‘Taxi Driver’’ (1976) - Martin Scorsese. Figura 02 (pag. 14)- Plano fechado de um cinema de rua. Fonte: ‘‘Taxi Driver’’ (1976) - Martin Scorsese. Figura 03 (pag. 17)- Cine Campinas, na Av. 24 de Outubro. Fonte: MIS-GO. Figura 04 (pag. 18) - Representação distópica do futuro - Fonte: ‘‘Blade Runner’’ (1982) - Ridley Scott. Figura 05 (pag. 24) - Entrada da Cineteca Nacional S. XXI. Fonte: Paul Rivera. 2014. Figura 06 (pag. 24) - Cobertura da Cineteca Nacional S. XXI. Fonte: Paul Rivera. 2014 Figura 07 (pag. 24) - Corte longitudinal Cineteca Nacional S. XXI. Fonte: Paul Rivera. 2014. Figura 08 (pag. 25) - Vista interna térreo - Praça das Artes. Fonte: Nelson Kon. 2013. Figura 09 (pag. 25) - Integração - Praça das Artes. Fonte: Nelson Kon. 2013. Figura 10 (pag. 25) - Corte longitudinal - Praça das Fonte: Brasil Arquitetura. 2012.

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