Conto de natal2015

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Publicações Pedro Porto

Um conto de Natal E a História continua...


Nota do autor Um ano se passou desde lançamento do primeiro volume Contos de Natal da Pedro Porto… Porém soube, desde o momento em que as primeiras linhas desta história foram escritas, que ela era demasiado complexa para ser contada em apenas um livro. Assim, passado um ano, estas personagens voltaram a assombrar a minha cabeça. Pediam para que desse continuidade à história delas e eu, mente louca, cedi. E foi tão esgotante… Estamos a falar de personagens especiais mas igualmente complexas que pareciam ganhar vida própria, muito para além daquilo que eu pretendia. Durante o tempo que dediquei à escrita deste livro, os personagens pareciam viver ali, mesmo ao meu lado, a espreitarem por cima do meu ombro e a fazerem-me mudar o rumo da história, sussurrando-me ao ouvido aquilo que queriam que eu escrevesse. Durante estas horas, oito longas e intermináveis horas, não fui a pessoa que conheço. Provavelmente nunca mais serei essa pessoa. Houve alturas que me deixava submergir pelo mundo que eu própria tinha criado. Depois voltava à tona, respirava e repetia para mim mesma: Esta história e as personagens que dela fazem parte são pura ficção. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.


Prefácio Um menino nasceu. Um menino divino, mágico que prometia inspirar toda a história da humanidade. Muitos vieram adorar e proteger o Messias. Vieram Maria e José, vieram anjos, ovelhas, vacas, burros, duendes, renas, reis magos e até o Pai Natal, que veio no se trenó ajudar a liderar toda a tribo reunida à volta deste menino mágico. Mas o mundo inteiro também tomou conhecimento do nascimento do menino. O caos estava instalado. Todos queriam trazer oferendas para o menino. O resultado foram filas e filas de pagamento gerando um verdadeiro caos pelo mundo inteiro. Pessoas ficavam doentes e quase morriam em filas de pagamento. Foi a corajosa tribo que se reuniu à volta do menino que salvou o mundo do apocalipse. O primeiro passo para evitar o fim do mundo foi dado. Porém, o que se passou a seguir não podia ficar para sempre esquecido no livro da História da Humanidade


CAPÍTULO I O nome

No dia 7 de janeiro do ano 2014, o Pai Natal viu finalmente o seu trenó vazio. Milhares de POS, Registadoras, Impressoras, Software foi distribuído pelos pontos de venda de todo o globo. À medida que todos conseguiam comprar a oferenda ao menino ultrapassando rapidamente as filas de pagamento, o mundo voltava a conhecer a paz e a ordem. Aquela equipa, constituída por personalidades tão diferentes tinha conseguido evitar o apocalipse. Todos estavam cansados mas igualmente felizes. O mundo estava salvo e o Messias poderia continuar a crescer em paz e harmonia e a cumprir os grandes desígnios para os quais estava predestinado. - Era preciso comemorar - lembraram-se as renas, sempre prontas para a festança. -Não- Corrigiu Maria. Era preciso reestruturar toda a equipa de forma a manter o que já tinha sido conquistado e a assegurar que o mundo era um lugar tranquilo para o menino mágico. -Sim- concordou o Pai Natal.- Não iremos conseguir sobreviver mais um ano se não nos organizarmos, se não tivermos uma estratégia, uma visão. Falamos, reestruturamos definimos objectivos e depois, comemoramos… -Sim- responderam todos. -Então, precisamos de, antes de mais dar um nome ao menino. Meninos há muitos, não é um nome que nos posicione, que torne o nosso menino diferente de todos os outros. Porque o nosso menino é diferente, o nosso menino é milagrosos e promete mudar o mundo – disse o rei mago Baltasar, recordando umas páginas do livro “Marketing para Tótós” que lhe parecerem ser adequadas a usar naquele contexto.


O rei Baltasar estava preocupado com o nome do Menino, um nome que o posicion-se e distingui-se de todos os outros meninos. Um nome poderoso em torno do qual iria geral toda a comunicação futura do Messias.

O Rei Baltasar com o seu segundo camelo. Na imagem estava um bocado branco porque o primeiro camelo tinha acabado de arder, depois de ter espetado um prego numa pata e de, uns dias antes, ter batido no trenĂł do Pai Natal


-Isso parece-me tudo muito bonito, mas quanto é que isso nos vai custar? - preocupou-se Maria -Dar um nome ao menino por enquanto ainda não custa nada. – Disse o rei mago que, velhaco, decidiu omitir para já todos os planos e respectivos custos inerentes à divulgação da imagem do menino. É bem visto Baltasar! Essa sugestão quase me faz esquecer que me chumbas-te a porta toda do trenó com o teu camelo!– Disse o pai Natal. - Não me parece correto que o menino continue a ser tratado deste modo. Temos que dar um nome à criança! Um nome grandioso, que comunique o seu carácter divino. Algumas sugestões? Nesse momento todos gritaram nomes. E todos falaram ao mesmo tempo, e ninguém percebeu uma palavra. Isto até que o anjo, com a sua voz doce como o mel, proferir um nome que provocou o silêncioa geral: -Jesus. Eu conheço um tipo que mora no céu e que até é conhecido por ser um tipo porreiro. Ele tem o poder de curar as pessoas, de incutir o espírito da partilha e de perdão…


O anjo criou o pânico na tribo com a sua sugestão de nome para o menino.

O anjo, na imagem verdadeiramente feliz. Três dias depois , sofreu um acidente em que, apesar ter batido fortemente com a cabeça (suspeita-de de que nunca mais foi o mesmo) não sofreu danos de maior, para além da perda de algumas penas.


O anjo ia continuar mas a cara de choque de todos fê-lo parar. Foi o burro, que interrompeu aos gritos, indignado... -Mas tu estás parva? Eu conheço um tipo, que por acaso até é cá da Terra, responsável por espalhar o terror e a confusão pela humanidade. É um ser conflituoso, capaz de tudo para atingir os seus objectivos. Não bate bem da bola e, ainda por cima, é mais burro do que eu… Não é com um ser destes que querem que o nosso menino seja identificado pois não? -Não, não. - concordaram todos. Jesus era um nome terrível demais. Jesus era o Diabo na terra. Jesus nem pensar…Foi a ovelhinha, com o seu ar tímido e a sua vozinha baixa e doce que sussurrou o nome: -Pedro Porto. Pedro é um nome aramaico que significa pedra e rocha firma. E Porto é o nome de uma cidade de Portugal onde moram uns bimbos que são considerados invencíveis e indomáveis. Tinha sido criado um nome para o Messias da humanidade e Pedro Porto era o seu nome.


CAPÍTULO II

Os Serviços e os Recursos Humanos Estavam todos encantados com o que tinham conseguido até ao momento. Depois de salvarem o mundo estavam a conseguir fazer magia em torno do seu menino Pedro Porto. Todos se congratulavam e orgulhavam. Foi Maria quem interrompeu a euforia geral: -Não nos podemos esquecer que vamos precisar de trabalhar um ano inteiro para manter este ambiente de paz e harmonia que hoje se vive. Temos que formar uma equipa para o bem e para mal, disponibilizar serviços…. -Oh Oh Oh Maria. Que seria de nós sem esse teu espírito realista. As comemorações vão ter que ficar para mais tarde. Por onde começarmos… -Bem, se vamos vender POS, Balanças e Impressoras e outro tipo de parafernálias, temos que estar prontos para avarias, termos de garantia, e outras coisas mais… -Bricolage e reparações é a nossa especialidade – disseram logo os duendes. -Pronto. Então se todos estiverem de acordo, vamos formar um departamento técnico constituído pelos duendes e pelo José… -Oh Pai Natal eu até estou de acordo - interrompeu José – Mas o departamento técnico vai ter certamente um problema: falta de recursos humanos… Nisto uma das renas acrescenta – Eu cá gosto muito de reparar coisas. Lá em casa quem repara a televisão sou eu. E uma televisão até é parecida com um POS. Acho que posso ajudar o departamento técnico. - Eu não aceito. Uma rena no departamento técnico. Onde é que isto já se viu? Com essa parelha enorme vai destruir mais do que reparar. És grande e desajeitado… - Resmungou um dos duendes… -Também não precisas de ofender – choramingou a rena -Calma, calma. Com magia isto resolve-se.- disse determinado o Pai Natal - Rena. Aproxima-te aqui da minha varinha mágica.


A Rena que, com magia, perdeu a parelha, e virou duende.

Apesar de feliz com a sua transformação, o duende sofreu alguns dias depois um colapso emocional quando, uma vez, lhe afirmaram que trabalhava numa oficina. Após algum apoio psicológico o duende recuperou totalmente .


O Natal 2015 está quase aí. Não temos mãos a medir.

Os duendes e José ficaram reticentes com a entrada de um novo membro da equipa.

Para além de José e da rena transformada, mais dois anões integravam o departametno técnico da Pedro Porto. Na imagem os dois anões estavam muito atrapalhados a despejar o trenó cheio de POS e Impressoras que tinha acabado de chegar ao estábulo Pedro Porto


A rena aproximou-se e o que se passou a seguir foi verdadeiramente inacreditável. A rena desapareceu por entre a nuvem de pó brilhante que a envolveu. Todos ficaram ainda mais incrédulos quando, à medida que a nuvem se dissipava , um duende ia tomando forma naquilo que antes era uma rena. O duende que antes era uma rena olhou para José e os anões e sorriu – Ainda há alguma oposição à minha integração no departamento técnico? - Nada a opor. - Responderam os três em conjunto Com o departamento técnico formado, a tribo do Messias tinha que decidir como iria decorrer os serviços de distribuição e atendimento ao cliente. Foi neste momento de decisão que a vaca interviu: -Eu tenho este ar tão simpático! Acho que ficaria bem no atendimento ao cliente… -Decidido. Pomos a vaca no atendimento. Muitos clientes virão ao estábulo adquirir diretamente os produtos. Mas muitos estarão longe e vão querer que os serviços sejam enviados diretamente para os seus estabelecimentos comerciais. Precisamos de um departamento de expedição… .


Nisto o burro começou a zurrar –Atendimento ao cliente não é para mim. Tenho mau feitio, zurro e dou coices como ninguém quando as coisas não me correm ao jeito. Mas enviar coisas por uma transportadora parece-me uma função que possa desempenhar impecavelmente. A Rei Gaspar acrescentou – E se o Pai Natal concordar, também posso ajudar no serviço de expedição. Parece-me muito trabalho para apenas um pobre burro se considerarmos que temos Espanha mesmo aqui ao lado. Eu tenho viajado muito no meu camelo, tenho raízes espanholas e falo muito bem a língua de “nuestros ermanos”. Posso ficar com a transportadora e os serviços para Espanha. O Pai Natal estava visivelmente satisfeito com o rumo que as coisas estavam a tomar. Todos estavam empenhados na grande demanda de proteger o Messias e salvar o mundo. Foi então que um pensamento lhe assombrou a alegria. - Temos um problema. Temos que ter uma equipa comercial. E mais…Temos que ter uma equipa comercial presente em toda a península ibérica.


Toda a gente o teme. É resingão, tem mau feitio e dá coices quando ninguém está à espera. É o burro do estábulo Pedro Porto

Por detrás daquela doçura está uma ovelha durona, principalmente no que a cobranças diz respeito.

A vaca está sempre pronta para ajudar qualquer cliente que se desloca ao estábulo. Uma simpatia de vaca.

A vaca ficou responsável pelo antendimento ao cliente no estábulo Pedro Porto. Atende os clientes sempre com grande simpatia. O burro ficou com o trabalho de expedição. Zurra muito quando as renas se lembram de pedir entregas com prazos quase impossíveis de concretizar,mas realiza a sua função com grande profissionalismo. A ovelhinha é o pesadelo dos clientes que devem dinheiro ao estábulo da Pedro Porto.


No centro a alma do estábulo: o Pai Natal. É grande líder da tribo Pedro Porto. Na imagem, está rodeado pelas duas renas , a saltar de alegria com a função de apoio comercial em Portugal,que lhes foi destinada.


O Gaspar é um rei muito louco, divertido e bem-disposto. Perto deste rei devem evitar-se proferir palavras como pacote, salsicha e outras com possam ser mal interpretadas e possuir segundos sentidos. Tem uma certa tendência para a perversão. É responsável pela expedição para Espanha. Manda muitos “sacudos” aos espanhóis.


Estas três renas fazem parte da equipa comercial de Espanha. Ás vezes dão cabo da cabeça do Gaspar, coitado. No final todos se entendem em bom Espanholês.


Maria e José, duas pessoas muito importantes nesta história e muito próximas do menino Pedro Porto. Muito racionais, são eles que muitos vezes agarram nos pés da tribo e os obrigam a pousar na realidade.


Cinco renas saltaram de alegria. Estavam a ficar preocupadas porque, até ao momento, não tinham detetado nenhuma função que se adequa-se ao seu perfil. Eram animais que desprezavam regras e convenções. Porém, tinham-se afeiçoado ao Menino Pedro Porto e queriam participar nesta grande empresa e a função de comercias eram algo que lhes servia que nem uma luva. Duas renas ficaram responsáveis por gerir comercialmente o território português e as outras renas seriam responsáveis por levar a palavra do menino a Espanha. Ficou também determinado que anjo iria ajudar a coordenar a equipa das renas, garantindo o cumprimento de toda a estratégia comercial que seria mais tarde implementada. O Baltazar esse, ficou com o Marketing e Comunicação procurando tirar proveito de todos os meios possíveis e imaginários para levar a mensagem do menino aos quatro cantos do mundo. Todos deram a reunião por encerrada. Que grande sucesso. Todos estavam felizes. Iriam levar a palavra do menino aos quatro cantos do mundo. Que grande equipa e que espírito de paz e harmonia viviam naquele momento, pelo menos naquele momento.... FIM (ou talvez não)


Feliz Natal


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