CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO MOVIMENTO MODERNO
PEDRO THOMÉ MARIZ SANTOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO MOVIMENTO MODERNO
por PEDRO THOMÉ MARIZ SANTOS
Orientação PAULO COSTA SAMPAIO NETO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca Universitária Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
S237c
Santos, Pedro Thomé Mariz. Centro de Documentação do Movimento Moderno / Pedro Thomé Mariz Santos. – 2017. 53 f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Curso de Arquitetura e Urbanismo, Fortaleza, 2017. Orientação: Prof. Dr. Paulo Costa Sampaio Neto. 1. Movimento Moderno. 2. Gerhard Bormann. 3. Conservação. 4. Documentação. I. Título. CDD 720
PEDRO THOMÉ MARIZ SANTOS CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DO MOVIMENTO MODERNO
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Paulo Costa Sampaio Neto Orientador DAU-UFC
Profª. Drª. Margarida Julia Farias de Salles Andrade Professora Convidada DAU-UFC
Carlos Alberto Carolino da Cunha Arquiteto Convidado
Fortaleza, 20 de dezembro de 2017
Agradecimentos A Deus, que é Pai e Criador de todas as coisas, e a Maria Santíssima, proprietária deste trabalho e de todas as horas empenhadas na sua produção. Aos meus pais, que dia após dia me apoiaram nessa jornada. À minha tia Leila, pela dedicação em me ensinar a ser gente. Aos meus amigos, que tornam o fardo leve e o riso fácil. Eles sabem quem são. À turma de 2011.2, com quem dividi esses anos de faculdade e pude aprender nas diferenças. Em especial aos meus colegas Maria Eduarda, Davi Pereira, Larissa Coriolano, Victor Lima e Livia Freire, por todo o apoio nessa reta final. Ao professor Paulo, por ter sido meu primeiro e último professor de Projeto nesta casa. Obrigado pela paciência nos últimos meses, pelo empenho em me orientar em meio às minhas confusões. Seu profissionalismo é inspiração para mim. Aos professores e funcionários do Departamento, que em meio às adversidades tornam possível o ensino de tantos. Aos professores Clóvis Jucá e Margarida Andrade, com quem aprofundei o meu interesse pela Arquitetura Moderna. Aos arquitetos Rafael e Cau e a todos do Umpraum Arquitetos Associados, que me permitiram uma experiência profissional transformadora. A todos que de alguma forma me ajudaram com a produção deste trabalho, revisando textos e visitando a residência. Em especial, obrigado Cléo Freire pela disponibilidade em me socorrer com este caderno. Por fim, à Obra Lumen de Evangelização, por ter me dado uma missão e um lugar no mundo. Muito Obrigado.
"Nosso Deus é um Deus do lar, tanto quanto do Céu; Ele tem um altar na morada de cada homem; que os homens estejam atentos quando destruírem-na levianamente e jogarem fora suas cinzas." John Ruskin, A Lâmpada da Memória
Sumário
09 INTRODUÇÃO Definição do Objeto Objetivos Gerais Objetivos Específicos Justificativa
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11 REVISÃO HISTÓRICA
DA TEORIA DA CONSERVAÇÃO
Ruskin e Viollet-Le-Duc: A conservação do patrimônio no Protomoderno A Carta de Atenas de 1931
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17 A CONSERVAÇÃO
DO PATRIMÔNIO MODERNO
Os desafios da Conservação Por que conservar Edifícios Residenciais Caderno de imagens capítulo 2
Cesare Brandi e a Teoria da Restauração A Carta de Veneza de 1964
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24 DIAGNÓSTICO Gerhard Bormann e a Geração Moderna A Residência Maria Olímpia Xavier As Intervenções na Residência Maria Olímpia Xavier Caderno de imagens capítulo 3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LIVROS CONSULTADOS SITES CONSULTADOS LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS
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34 PROJETO Referências Projetuais
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46 DESENHOS
TÉCNICOS
Legislação
Considerações finais
Programa de Necessidades e Fluxograma
Desenhos Técnicos e Imagens Finais
Proposições
Introdução
O meu interesse pelo movimento moderno precede o início dos meus estudos no curso de Arquitetura e Urbanismo nesta casa e data de quando, durante meu último ano escolar no ensino médio, passei a residir no bairro do Dionísio Torres, em Fortaleza. Em minhas andanças pela região, deparava-me quase que diariamente com exemplares deste estilo, fossem os mais simbólicos como o edifício sede da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, fossem as triviais residências que colonizaram essa parte da cidade. Durante os anos de formação acadêmica, procurei ainda mais entender as manifestações desse movimento em nossa cidade e as transformações que a geração moderna nos proporcionou. Pude também perceber a velocidade com que os exemplares desta época iam sendo substituídos por outras arquiteturas ou eram desfigurados até que se pudesse atestar a sua morte. A conservação da arquitetura moderna tornou-se para mim então matéria de profundo interesse. Entendi, contudo, que a conservação não seria o fim último, mas o meio pelo qual esses edifícios poderiam se adequar a novos usos e assim retornar à vida no cenário urbano contemporâneo, não somente para que não se perca o testemunho particular desta geração, mas também para que o próprio cenário urbano que esses exemplares ajudaram a construir não perca sua identidade.
DEFINIÇÃO DO PROJETO O projeto tratará da proposta de intervenção em um edifício residencial projetado pelo professor Gerhard Bormann no ano de 1969, situado à Rua Dr. José Lourenço, nº 2800, a fim de adequá-lo a sediar o Centro de Documentação do Movimento Moderno, equipamento promotor da pesquisa e do ensino sob tutela e manutenção da Universidade Federal do Ceará . A proposta tratará ainda da proposição de um edifício anexo capaz de oferecer um serviço de escritório compartilhado - coworking para profissionais liberais da indústria criativa. 09
OBJETIVOS GERAIS Propor um projeto de conservação e adequação a um novo uso para um edifício residencial de estilo moderno, de autoria do professor arquiteto Gerhard Bormann.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Intervenção na residência Maria Olímpia Xavier: Conceber um projeto de intervenção e recuperação da residência Maria Olímpia Xavier a fim de restaurar as imagem original do projeto, outrora corrompida por reformas e ampliações. Essa proposta busca valorizar o projeto original da residência à medida que a adequa a receber o Centro de Documentação do Movimento Moderno. Proposição para um bloco anexo: Projetar um edifício em terreno localizado ao lado do lote da residência Maria Olímpia Xavier que possa receber um equipamento comercial de escritório compartilhado - coworking - aberto ao público local de profissionais liberais da indústria criativa e que possa participar da viabilização financeira e da manutenção deste equipamento.
JUSTIFICATIVA A fundação da Escola de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará em 1964 (e durante os anos de consolidação do curso) promove a chegada de um número de profissionais recém formados da categoria no estado e dá início à formação de uma geração de arquitetos locais. Foi na década de 1960 também que se consolidaram as manifestações arquitetônicas de estilo moderno, expressas não somente em simbólicos edifícios institucionais, mas
10 INTRODUÇÃO
também em diversos edifícios residenciais que marcaram o processo de espraiamento da cidade durante os anos do milagre econômico. Essa arquitetura residencial moderna revela o caráter experimental da obra de toda uma geração de arquitetos que buscava responder de uma forma nova e com novos materiais e técnicas construtivas às demandas das famílias cearenses na segunda metade do século XX. Contudo, muitos dos exemplares dessa arquitetura residencial foram demolidos ou estão sob grave risco de desaparecimento devido a intensa valorização do solo edificável nos bairros onde primeiro se inseriram, decorrência dos processos de adensamento e verticalização da cidade. A busca pela documentação e preservação de exemplares desse movimento é a bandeira de grupos como o Docomomo que, em caráter filantrópico, promove ações de educação e conscientização junto à população e à comunidade acadêmica. A conservação (não demolição ou não descaracterização) desses exemplares só será viabilizada, entretanto, quando estes se provarem participativos no cenário urbano e dignos de salvaguarda. Assim, o presente trabalho busca desenvolver a proposta de implementação do Centro de Documentação do Movimento Moderno junto à Residência Maria Olímpia Xavier, com o intuito de criar um espaço onde profissionais arquitetos e de áreas afins poderiam congregar e promover debates e formações sobre essa urgente questão.
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REVISÃO HISTÓRICA DA TEORIA DA CONSERVAÇÃO RUSKIN E VIOLLET-LE-DUC: A CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO NO PROTOMODERNO No século XX surgem, na Europa, duas correntes defensoras da conservação do patrimônio arquitetônico que apesar de dicotômicas, viriam a gestar o pensamento moderno sobre a questão patrimonial no século seguinte. Nesta oposição rivalizavam o pensamento romântico, representado pelos britânicos John Ruskin (1819-1900) e seu sucessor William Morris (1834-1896), e o pensamento intervencionista, idealizado por Eugène Viollet-Le-Duc (1814-1879). Em A Lâmpada da Memória, Ruskin (Figura 1) discorre sobre dois pontos que abordam a questão do valor histórico da arquitetura: o primeiro diz respeito ao ofício da arquitetura em sua época e o segundo trata da preservação da arquitetura do passado (RUSKIN, 2008, p.55):
Figura 1 - John Ruskin
(...) Há dois deveres em relação à nossa arquitetura nacional cuja importância é impossível superestimar: o primeiro, tornar a arquitetura atual, histórica; e o segundo, preservar, como a mais preciosa de todas as heranças, aquela das épocas passadas.
Ruskin defendia que todo novo edifício deveria ser projetado para durar, para resistir ao tempo e para se tornar um novo marco histórico, mesmo as arquiteturas mais triviais, como os edifícios residenciais. Sobre esse ponto Ruskin revela um especial descontentamento com as moradias que surgiam em Londres à época da Revolução Industrial, chamando-as de “lastimáveis concreções de cal e argila que brotam, precocemente elaboradas, dos campos comprimidos em volta da nossa capital” (Ibid, p.57). Em sua crítica o britânico qualifica a arquitetura como digna de ser conservada tal qual uma relíquia sagrada que deve permanecer intocada: “sua glória está em sua idade” (Ibid, p.68). Com este sentimento nostálgico, John Ruskin imprime sua feroz crítica à prática do restauro. Para o autor, aqueles (pensadores) que defendem a prática da restauração não compreendem o seu real significado, que seria em verdade: “a destruição mais total que uma construção pode sofrer: uma destruição da qual não se salva nenhum vestígio” (Ibid., p 79). Sobre esse assunto, a historiadora Françoyse Choay aprecia em A Alegoria do Patrimônio (CHOAY, 2008, p.162): Para Ruskin e Morris, querer restaurar um objeto ou um edifício é ferir a autenticidade que constitui o seu próprio sentido. Parece que para eles o destino de qualquer monumento histórico é a ruína e a desagregação progressiva.
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Nesse cenário onde o Iluminismo e as novas tecnologias advindas do período industrial se consolidavam por toda a Europa, o arquiteto Eugène Viollet-Le-Duc (Figura 2) fez parte da geração de profissionais que começava a firmar a restauração como ciência construtiva. Viollet-Le-Duc destaca-se nesse período não só pelo desenvolvimento de sua teoria sobre a conservação abordada nas suas publicações, mas também pelo desenvolvimento de uma metodologia de restauro muito aprofundada enquanto técnica, dedicando-se aos levantamentos e pesquisas sobre os edifícios a serem recuperados. Para o francês Viollet-Le-Duc, a restauração deveria tornar o objeto da intervenção o modelo ideal que ele poderia ter sido, se compensadas as diferenças tecnológicas (OLIVEIRA, 2007) entre o tempo de sua construção e o presente da restauração. Dirá ainda Choay: “Ao reconstituir um tipo, ele concede-se um utensílio didático que restitui ao objeto restaurado um valor histórico, mas não a sua historicidade” (CHOAY, 2008, p. 162). Severas críticas foram feitas ao pensamento leduciano e sua “restauração estilística”, em especial quando suas intervenções criavam cenários irreais e levavam a arquitetura restaurada a um estado que poderia nunca ter existido no passado, como ele mesmo revela em uma de suas mais conhecidas citações: “Restaurar um edifício é restabelecê-lo em um estado que pode nunca ter existido num dado momento” (VIOLLET-LE-DUC, 1854-1868 apud CHOAY, 2008). O surgimento e ascensão do movimento moderno marca o fim do ideário romântico e do apego saudoso ao passado. A ideia da intocabilidade na arquitetura defendida pela
escola romântica não conseguiu acompanhar as transformações urbanas pelas quais a Europa viria a passar no século XX. O pensamento intervencionista seria maturado e aprimorado não apenas pelo avanço das técnicas construtivas próprias desse tempo, mas principalmente pela visão que os modernistas viriam a ter sobre o patrimônio edificado.
A CARTA DE ATENAS DE 1931 Passados os anos da Primeira Grande Guerra, em outubro de 1931 se reuniram em Atenas 120 profissionais representantes de 24 países para debater as normas de atuação e de medidas para a conservação do patrimônio edificado. Esse foi o primeiro grande passo na era moderna para a unificação de um pensamento internacional sobre esse assunto. Promovida pelo Escritório Internacional dos Museus Sociedade das Nações, esta reunião científica publicou a Carta de Atenas ao seu término. O texto, em uma abordagem bastante prática, apresenta em seu primeiro tópico uma tendência internacional de abandonar as reconstituições integrais - em suas abordagens estilísticas - e de se valer do restauro apenas quando necessário, “sem prejudicar o estilo de nenhuma época” (IPHAN, 2004, P. 13). O documento aponta ainda que um cuidado especial deve ser dado com o tratamento do entorno, atentando-se para a vizinhança, a poluição visual e o paisagismo dos monumentos. A Carta trata também da posição dos especialistas quanto ao uso das novas tecnologias da construção civil na consolidação dos monumentos:
12 REVISÃO HISTÓRICA DA TEORIA DA CONSERVAÇÃO
Figura 1 - Eugène Viollet-Le-Duc
“Eles aprovaram o emprego adequado de todos os recursos da técnica moderna e especialmente do cimento armado. Especificam, porém, que esses meios de reforço devem ser dissimulados, salvo impossibilidade(...)”. Reforça também a defesa de que antes de cada intervenção seja feito uma minuciosa análise dos danos para que se procure sempre a melhor forma de recuperação.
Figura 3 - Cesare Brandi
Permeia neste documento um sentimento de grande diplomacia entre os estados, com um convite ao compartilhamento de informações entre as nações, a publicação de inventários dos monumentos e o fomento à educação como grande poder capaz de conscientizar o povo e torná-lo sensível à causa.
CESARE BRANDI E A TEORIA DA RESTAURAÇÃO As destruições em massa causadas pelas duas grandes guerras do século XX marcam as cidades europeias para sempre e fazem surgir a necessidade de reconstruir cenários urbanos inteiros. É nesse contexto que o italiano Cesare Brandi (1906-1988) fundamentará o conceito do restauro crítico. Por duas décadas Brandi coordena o Instituto Central do Restauro - ICR em Roma , onde esteve a frente de diversas obras de recuperação e restauro arquitetônico, principalmente de edifícios vítimas de bombardeios durante os conflitos. As numerosas demandas exigiram do Instituto soluções práticas no trato da recuperação destes edifícios, buscando reduzir os custos e o tempo gasto com as obras. Percebe-se aqui uma mudança na forma
como é vista o patrimônio e sua participação na sociedade. Para Brandi, o monumento não pode mais ser lido apenas como um documento histórico dada a sua necessidade de exercer uma função social e simbólica no cenário urbano. Ao deixar o ICR na década de 1960, Brandi dedica-se a publicar em 1963 o seu tratado A Teoria da Restauração. Em sua Teoria, Brandi apresenta a ação restauradora como fruto de uma experiência/interpretação da peça de arte. Ademais, essa experiência permite o entendimento da obra de arte em sua dupla conjuntura estética e histórica: A restauração constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão para o futuro.
Apresentado esse conceito, Brandi introduz o que ele mesmo chamará de os dois axiomas de sua teoria. O primeiro deles refere-se aos limites do campo onde atua a atividade restauradora: “restaura-se somente a matéria da obra de arte” (Ibid., p. 31). Por matéria, Brandi busca relacionar a obra de arte antes a uma ideia, a uma atividade criativa que se revela em imagem tendo esta matéria como meio. Apesar de apresentá-los como conceitos coexistentes (“não existe a matéria de um lado e a imagem do outro”) (Ibid., p. 31), a atividade restauradora terá a matéria como seu campo de atuação. Aqui está a raiz do argumento do autor contra as restaurações estilísticas que buscavam restaurar um imaginado estado original das obras.
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Para compreender o segundo axioma apresentado pelo autor, é preciso antes considerar que os conceitos unidade estilística e unidade potencial diferem entre si. A passagem do tempo por vezes adiciona não apenas significado à obra, mas também marcas de outras épocas e outros estilos que se somam - e não reduzem - à unidade da obra. O conceito de unidade potencial se refere a essa unidade maior, e não à possível unidade da obra no momento da sua concepção, do qual mais se aproxima o A restauração deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo.
Identifica-se aqui que este ponto defendido por Brandi em sua Teoria não é algo novo. Antes, Cesare Brandi busca aprimorar a ideia de uma conservação à luz de um juízo crítico de valor (ou restauro crítico), outrora defendida por outros pensadores. O aperfeiçoamento dessa ideia se dá na busca por uma metodologia de intervenção mais coerente e clara, de forma que compreenda a intervenção conservadora como fruto do presente em que ela acontece. E porque essa intervenção é marca do presente em uma obra carregada de passado, deve ser responsável com esse passado e com o futuro que receberá essa obra recuperada. Para guiar essa intervenção restauradora, Brandi estabelece três princípios práticos:
1º. A integração deverá ser sempre e facilmente reconhecível; mas sem que por isso se venha a infringir a própria unidade que se visa a reconstruir. 2º. A matéria de que resulta a imagem é insubstituível só quando colaborar diretamente para a figuratividade da imagem como aspecto e não para aquilo que é estrutura. 3º. Qualquer intervenção de restauro não torne impossível mas, antes, facilite as eventuais intervenções futuras. (BRANDI, 2013, p.48)
Nesses pontos citados, Brandi atualiza também o conceito da distinguibilidade/reversibilidade outrora defendido por outros autores como Camilo Boito (1836-1914) e Gustavo Giovannoni (1873-1947). Por este conceito, busca-se tornar suficientemente distintas o que é intervenção do que é original, de forma a datar-se a restauração como fruto do presente em que foi produzida. Este e outros conceitos defendidos por Brandi serão posteriormente retomados na Carta de Veneza de 1964.
A CARTA DE VENEZA DE 1964 Em maio de 1964 reúne-se em Veneza um novo congresso internacional de arquitetos e técnicos de monumentos históricos sob organização do Icomos - Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios - e da Unesco. Fruto desse congresso, a publicação da Carta de Veneza vem estabelecer diversos conceitos e princípios da conservação e da restauração.
14 REVISÃO HISTÓRICA DA TEORIA DA CONSERVAÇÃO
Percebe-se nesta publicação uma busca por parte dos órgãos internacionais pela consolidação de idéias formuladas na primeira metade do século XX por pensadores do assunto. Por meio da carta, os congressistas reafirmam o propósito de cada vez mais internacionalizar os princípios e normas sobre o trato do patrimônio cultural, objetivando assegurar a sua transmissão às gerações futuras. A carta então empenha-se em elucidar algumas terminologias bem como indicar instruções e recomendações sobre estes temas à luz das novas ideias compartilhadas por aqueles pensadores. Ao apresentar o conceito de Monumento Histórico, por exemplo, a Carta de Veneza enfatiza que este conceito não se limita aos grandes monumentos “mas também às obras modestas” (IPHAN, 2004, p. 92) dotadas de significação cultural. Sobre a finalidade dos movimentos conservadores, a Carta de Veneza retoma o importante conceito dualista - a “dúplice polaridade estética e histórica” (BRANDI, 2013, p. 92) - apresentado por Brandi em sua Teoria. Percebe-se aqui uma forte influência do autor na escola de técnicos que atuavam na Europa, especialmente na Itália: “A conservação e a restauração dos monumentos visam salvaguardar tanto a obra quanto o testemunho histórico” (Ibid., p. 92). A carta retoma ainda outras ideias defendidas por Brandi e outros pensadores, como o uso da edificação como indispensável ferramenta para sua manutenção - “a conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil” (Ibid., p. 92) - e a distinguibilidade da intervenção - “elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmonicamente ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais” (Ibid., p. 95).
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A CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO MODERNO OS DESAFIOS DA CONSERVAÇÃO Ao passo que uma nova forma de entender a conservação patrimonial se desenvolve ao longo do século XX, também se intensifica a produção arquitetônica da geração moderna. No Brasil, a arquitetura moderna nasce na década de 1930, mas é nos anos de 1950 a 1970 que essa produção se consolida e é responsável pelas grandes transformações e expansões das cidades brasileiras. O pioneirismo brasileiro não se resume apenas à produção da arquitetura moderna, mas se dá também no seu reconhecimento como bem digno de salvaguarda. Já em 1947 a Igreja de São Francisco na Pampulha (Figuras 4 e 5) é tombada pelo Iphan, o primeiro monumento moderno a receber esse tipo de proteção no país. Outro exemplo também é o Ministério da Educação e da Cultura no Rio de Janeiro (Palácio Gustavo Capanema), que foi tombado pelo Iphan em 1948, logo após a sua inauguração (Figuras 6 e 7). Apesar disso, quando comparadas a quantidade e a diversidade de obras produzidas nessa época com as que de alguma forma são protegidas pelas instituições responsáveis, percebe-se uma lacuna que urge ser compensada. Em sua tese de mestrado intitulada Patrimônio Arquitetônico Moderno: Do Debate às Intervenções a professora Mércia Parente Rocha aponta dois supostos paradoxos para o reconhecimento de artefatos modernos como peças patrimoniais que em teoria estariam no cerne do estilo moderno de construir: a negação ao passado e ao lugar e o propósito da flexibilidade. Sobre o primeiro dos paradoxos, a autora apresenta o entendimento de que é incorreta a alegada desconsideração por parte da arquitetura moderna quanto ao seu entorno, uma vez que este é fator determinante na sua concepção projetual. Pelo contrário, a autora defende que uma vez que o entorno (o microclima, a região, o bairro) participa da concepção da arquitetura, essa edificação construída corresponde às necessidades do cenário onde se insere. Como exemplo são citadas as obras de Mies van der Rohe em Chicago (Figuras 8, 9, 10 e 11) e a forma como o arquiteto adiciona aos seus projetos a participação dos edifícios no seu entorno, criando cenários públicos únicos ricos de marcos visuais. A autora correlaciona a ideia do contraste entre o novo e o antigo no cenário urbano com o princípio da distinguibilidade apresentado diversas vezes por pensadores da conservação, afirmando que ambos vanguardistas e profissionais da conservação eram por natureza dotados de uma mesma sensibilidade estética e histórica. Sobre o segundo paradoxo, um questionamento é levantado: Se uma arquitetura é concebida sob um ideal de flexibilidade e mudança, como é possível propor uma conservação sem que haja perda da legibilidade do projeto original? Este não é um questionamento novo, mas que se atualiza em decorrência da pouca idade da arquitetura moderna: Conserva-se a integralidade da concepção original ou é válido intervir no objeto para adequá-lo a novos usos? Como exemplo são citadas as reformas e adequações feitas nos edifícios Casa da Rua Santa Cruz (Figuras 12 e 13), de
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Warchavichik, e Museu de Arte de arquitetura residencial moderna traz São Paulo (Figura 14), de Lina Bo Bardi. sobre “as transformações nos modos de Entende-se assim que a resposta morar na cidade” e, mais ainda, na forma para esse dualismo é na verdade comportamental das famílias no século uma escolha conceitual e crítica. Para XX. Sobre essas mudanças Amorim o caso da conservação do moderno, (2017) aponta que: a intervenção deve revelar o melhor dessa arquitetura já nascida dentro desse paradoxo. Sobre essa dualidade entre a valorização da historicidade e da artisticidade do objeto alvo da intervenção Giovanni Carbonara dirá na apresentação da Teoria de Brandi que o autor italiano se valerá do juízo de valor para discernir a prevalência de um ou de outro aspecto. Ao analisar a questão da preservação do patrimônio moderno, percebe-se o quão atual e útil ainda é o pensamento do restauro crítico defendido por Brandi.
POR QUE CONSERVAR EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS Nos anos de intensa produção moderna brasileira o desenvolvimento de projetos residenciais se destacou por sua quantidade e variada experimentação. A combinação de diversos fatores como o forte desenvolvimento econômico, o crescimento das cidades e o surgimento de novas faculdades de arquitetura com forte vertente moderna em todo o país foram a combinação ideal para que a demanda por uma nova forma de morar se permitisse ser uma oficina de experimentações para os novos arquitetos brasileiros.
O modelo da família patriarcal é substituído pelo modelo da família moderna (...). Dessa forma, o necessário isolamento entre os diversos territórios domésticos foram re-estabelecidos. Agora é a organização espacial que define as barreiras nesse ambiente mais fluído e sem portas.
Percebe-se um possível contra senso quando essa orientação funcional torna o edifício cada vez mais objetivo e menos adaptável por priorizar orientações, aberturas e regras de fluxos próprios do programa residencial. Amorim conclui que é preciso considerar “a preservação das residências enquanto estrutura espacial, e não necessariamente pelos seus aspectos de natureza formal ou tecnológica” justamente porque essa arquitetura testemunha um aspecto social do Brasil no século XX. No segundo argumento em defesa deste tipo de conservação o professor chama atenção para a linguagem arquitetônica que esses profissionais arquitetos almejavam consolidar:
Amorim aponta três razões que revelam a importância de se promover a conservação de edifícios residenciais de estilo moderno, especialmente pela participação desses nas transformações dos cenários urbanos brasileiros. A primeira razão trata da revelação que a
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De fato, a classe média emergente de profissionais liberais e servidores públicos foi a grande patrocinadora das especulações arquitetônicas de uma nova geração de arquitetos, ávidos por criarem uma linguagem própria do seu tempo, representativa dos avanços tecnológicos e de um projeto de desenvolvimento nacional.
Esta efervescência produtiva foi marcada por uma onda de experimentações não só formais mas também de ordem técnico-construtiva, onde a escola moderna buscava criar soluções de conforto e de adequação às condicionantes que marcam o território nacional. Amorim cita como exemplo as tentativas dos arquitetos atuantes em Recife por desenvolver uma arquitetura moderna adequada ao clima tropical úmido e a importância da arquitetura residência nesse processo: “Foi exatamente no canteiro de obras das habitações unifamiliares que soluções técnico construtivas foram desenvolvidas.” Por fim o terceiro motivo apontado pela autor é justamente a formação de escolas regionais do estilo moderno. O autor em seu artigo refere-se à escola pernambucana que surgia nessa época, mas o conceito pode se estender ao plano nacional ao passo que outras células foram se formando em diversas partes do país. O autor aponta ainda a característica da linguagem particular que marcava essas escolas estilísticas, fruto das investigações e soluções formais próprias de cada região. O testemunho dessa arquitetura e a sua participação no cenário das cidades contudo encontra-se ameaçado em grande parte pela pressão imobiliária natural dos centros urbanos. Como apresenta a professora Mércia Cavalcante: Grande parte das residências modernas foi construída em lotes de tamanho considerável, situados em localização privilegiada, para os quais as leis de zoneamento urbano permitem construções muito maiores, levando freqüentemente à sua demolição.
Essa substituição de uma arquitetura por outra tem levantado discussões e debates em diversas partes do país, especialmente entre os profissionais da área. Grupos de estudos promotores desta causa como as células regionais e 1 nacionais do DOCOMOMO tem promovido pesquisas na área, buscando não somente difundir a documentação desses artefatos mas também por fomentar o debate em busca de alternativas que auxiliem na conservação dos mesmos.
1. Comitê Internacional subdividido em células nacionais e regionais sem fins lucrativos que buscam promover o debate sobre a documentação e a conservação da arquitetura moderna. A formação e atuação deste comitê será abordada adiante.
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Caderno de imagens capítulo 2
Figura 4 - Igreja da Pampulha
Figura 5 - Igreja da Pampulha
Figura 7 - Palácio Gustavo Capanema
Figura 6 - Palácio Gustavo Capanema
Figura 8 - Chicago Federal Center
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Figura 9 - Chicago Federal Center
Figura 10 - North Lake Shore Drive
Figura 11 - Crown Hall
Figura 12 - Casa Modernista da Rua Santa Cruz
Figura 13 - Casa Modernista da Rua Santa Cruz
Figura 14 - Museu de Arte de São Paulo 22 CADERNO DE IMAGENS CAPÍTULO 2
DOCOMOMO INTERNACIONAL Fundada em 1988 na Holanda pelos arquitetos Hubert-Jan Henket e Wessel de Jonge, Docomomo Internacional é uma uma instituição sem fins lucrativos que tem por objetivo promover o debate e a educação acerca da questão do patrimônio moderno, policiar e divulgar quando edifícios modernos estiverem sob ameaça e levantar na sociedade o sentimento de responsabilidade pelaa herança arquitetônica do movimento moderno. Docomomo é uma sigla para a expressão Comitê Internacional para a Documentação e preservação de edifícios, sítios e unidades de vizinhanças do Movimento Moderno (International Working Party for Documentation and Conservation of Buildings, Sites and Neighbourhoods of the Modern Movement).
Figura 15 - DOCOMOMO BRASIL
Atualmente a organização conta com 69 comitês espalhados pelos 5 continentes e com mais de 3000 membros associados. Os seminários internacionais acontecem a cada dois anos, tendo o primeiro acontecido em 1990 na cidade de fundação do Docomomo Internacional, Eindhoven, na Holanda. A sexta edição dos seminários internacionais aconteceu entre os dias 20 e 22 de setembro de 2000 e teve como sede a cidade de Brasília, com a temática The Modern City Facing the Future. Em 2002, ano em que Paris recebe a sétima edição do seminário, a secretaria geral da organização transfere-se para a capital francesa. Atualmente a sede internacional do Docomomo está situada na cidade de Lisboa, Portugal. O comitê nacional brasileiro surge em 1992 dentro do curso de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia - UFBA (atual PPGAU/UFBA), aos moldes do Docomomo Internacional. Como cita o site do comitê, 2 são ações do Docomomo Brasil : A realização de inventários, campanhas de preservação e divulgação de obras de arquitetura, urbanismo, paisagismo, engenharia e artes em geral do Movimento Moderno no Brasil, bem como pedidos de tombamento. Além de lutar contra a descaracterização e a destruição de obras representativas do Movimento Moderno no Brasil e apoiar ações semelhantes no resto do mundo.
Hoje o Docomomo Brasil tem como sede o Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
2. Sobre o Docomomo Brasil. Disponível em: <http://docomomo.org.br/sobre -o-docomomo-brasil/>. Acesso em: 14 de out. 2017..
Periodicamente a organização nacional promove os seminários Docomomo Brasil, com temáticas e apresentações diferentes a cada edição. A 12ª edição do Seminário aconteceu entre os dias 21 a 24 de novembro de 2017 na cidade de Uberlândia (ver Figura 15), com a temática Arquitetura e Urbanismo do Movimento Moderno, Patrimônio Cultural Brasileiro: difusão, preservação e sociedade. Além dos seminários em escala nacional, são promovidos por células menores seminários de caráter regional. Em 2014, por exemplo, célula Docomomo Ceará promoveu, em parceria com a Universidade Federal do Ceará e com a Astef - Associação Técnico-Científica Eng. Paulo de Frontin - a 6ª edição do Seminário Docomomo N/NE, com a temática Projeto, Obra, Uso e Memória: A intervenção no patrimônio arquitetônico modernista.
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Apesar disso, as ações e os debates levantados pelo Docomomo ainda encontram pouco eco na sociedade local, especialmente entre os profissionais liberais arquitetos e na indústria da construção civil. As pressões imobiliárias têm causado perdas irreparáveis à herança arquitetônica moderna em todo o país e especialmente no Ceará. Restritos quase sempre ao meio acadêmico, falta à associações como o Docomomo espaço na mídia e nas publicações especializadas e participação na gestão cultural da nossa cidade, onde a conscientização pública e a geração de uma responsabilidade cívica seriam alavancadas.
Figura 16 - DOCOMOMO N/NE
23 IDOCOMOMO INTERNACIONAL
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DIAGNÓSTICO GERHARD BORMANN E A GERAÇÃO MODERNA Natural do Rio de Janeiro, filho de pais brasileiros mas de descendência alemã, Gerhard Ernst Bormann nasceu em agosto de 1939, imerso em uma família de forte cultura germânica. Seu avô foi cônsul da Alemanha na cidade de Santos-SP e seu pai fez seus estudos na Alemanha, onde serviu junto ao exército durante a Primeira Guerra Mundial. No Brasil, Gerhard estudou durante todo o ensino Primário, Ginásio e Científico (Ensino Fundamental e Médio) no Colégio Cruzeiro, escola vinculada à colônia alemã carioca. Em 1960 ingressa na Faculdade Nacional de Arquitetura - FNA - do Rio de Janeiro, onde conhece sua então colega e futura esposa, Nícia Nogueira Paes. Durante as décadas de 1950 e 1960 a FNA é marcada por uma atualização curricular que consolida a influência do movimento moderno dentro da instituição. É importante destacar que nesse período (marcado pela construção de Brasília e de tantos edifícios simbólicos em diversos estados da nação) se consolidava também o estilo moderno brasileiro como identidade da arquitetura nacional e a própria classe de profissionais arquitetos alcançava um prestígio singular (SAMPAIO NETO, 2012, p. 32). Esse período imprime atributos fortes em Gerhard Bormann que os concederão traços particulares durante sua atuação profissional. Não somente a FNA tinha uma forte influência Bauhausiana, mas também suas experiências ainda como estagiário o inseriram nesse cenário onde a arquitetura moderna no Brasil (impulsionada pelo programa nacional desenvolvimentista) se aproximava cada vez mais do caráter industrial, exigindo dos profissionais arquitetos um profundo conhecimento na racionalidade, nas técnicas construtivas e nas soluções de fácil replicabilidade e viabilidade. Concluída sua formação em 1964, Gerhard Bormann tem uma breve atuação como profissional liberal no Rio de Janeiro antes de mudar-se, no ano seguinte, para Fortaleza. Em 1965 o casal Bormann começa a trabalhar no departamento de Obras e Projetos da Universidade Federal do Ceará, a convite do então Reitor Antônio Martins Filho. Neste mesmo ano é aberta a Escola de Arquitetura da UFC, onde o casal passa a lecionar após convite do diretor da Escola, o Professor Hélio Duarte. Bormann assume a disciplina e Plástica e Nícia, a de Comunicação Visual. No início da década de 1970 dedica-se à disciplina de Composição (Projeto Arquitetônico), onde cada vez mais imprime sua visão para a arquitetura, suscitando questões sobre ética e responsabilidade profissional e focando nos detalhes e nas técnicas construtivas, o que para o professor, “confere uma condição superior ao trabalho do arquiteto” (Ibid., p. 61). Esse percurso trilhado pelo casal Bormann não foi único: uma leva de profissionais arquitetos formados em outros estados retornam ou se instalam no Ceará por incentivo da Universidade para trabalhar junto aos departamentos de Obras e Projetos, Escola de Engenharia (início em 1955) e Escola de Arquitetura e outros. Essa postura de “cliente e afiançadora” (Ibid., p. 168) assumida pela Universidade será um importante fator de modernização do
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cenário da construção civil de todo o Estado. São nomes desse quadro de profissionais: Ivan da Silva Britto, José Liberal de Castro, José Neudson Braga, Luciano Ribeiro Pamplona, José Armando Farias e outros.
A RESIDÊNCIA MARIA OLÍMPIA XAVIER Sob solicitação e confiança da cliente Maria Olímpia Xavier, o professor Gerhard Bormann desenvolve, no fim da década de 1960, um projeto de residência para a proprietária e sua família. O lote destinado localiza-se na rua Dr. José Lourenço, no bairro do Joaquim Távora, entre as ruas Marcondes Pereira e Júlio Siqueira. O estudo sobre o processo projetual que Gerhard Bormann trilhará no desenvolvimento de seus projetos residenciais em Fortaleza nos permite compreender como se dava a sua experimentação arquitetônica: para Bormann, as pesquisas e investigações eram exercícios particularmente metódicos. Sua investigação terá particular ênfase em dois aspectos da ação projetual: “pré dimensionamento e layout de ambientes (considerando questões antropométricas e ergonômicas); e construtividade da edificação” (Ibid., p. 90). Assim como os modernistas europeus procuravam entender e dimensionar a “máquina de morar”, Bormann buscava os dimensionamentos e disposição de ambientes mais otimizados e eficientes, antes mesmo de estudar locação no terreno, orientação, condicionantes externas etc. Apesar disso, era quase sempre irrisória a diferença entre os dimensionamentos previstos e os
ordenados, dada a sua precisão e o “grau de importância que Bormann atribuía a tal questão” (Ibid., p. 91). Os ambientes de reduzida dimensão da residência (como exemplo, quartos com 8,46m² e banheiros com 2,58m²) são inusitadas inovações para a época, mas que não desanimam a cliente do projeto. Dona Maria Olímpia, pelo contrário, em correspondência ao arquiteto afirma que: “Concordo com o tamanho dos banheiros, aceitando sua filosofia e confiando na sua técnica” (Ibid., p. 95). A análise do projeto nos permite ainda compreender a rígida modulação de 1,25m em que a casa encontra-se estruturada (Figura 17) e a maneira como o arquiteto designa esquadrias específicas conforme a necessidade dos ambientes e a composição das fachadas (Figuras 18, 19, 20 e 21).
N
0
2.5 5
10
Figura 17 - Modulação Estrutural da Residência Maria Olímpia Xavier ‘
25 DIAGNÓSTICO
N
4
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4 3
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10 8
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3
PAVIMENTO TÉRREO
1. SALA DE JANTAR/ESTAR 2. GARAGEM 3. DORMITÓRIO 4. BANHEIRO 5. COZINHA
9 4
PAVIMENTO SUPERIOR
6. ÁREA DE SERVIÇO 7. DORMITÓRIO DE FUNCIONÁRIO 8. VARANDA 9. CIRCULAÇÃO 10. ESTÚDIO
0
2.5 5
10
Figura 18 - Ambientes da Residência Maria Olímpia Xavier
A residência totaliza 234,90m² de área construída, e se organiza em 2 pavimentos com orientação transversal à da rua. É marcante no projeto a generosidade com que o arquiteto libera áreas do terreno reservadas a jardins e áreas permeáveis: a taxa de ocupação da residência no lote foi definida a 31,9%. Nas ilustrações a seguir é possível compreender a disposição dos ambientes no programa original. A análise do projeto nos permite extrair traços das decisões projetuais de Bormann que são recorrentes em outros projetos. Por exemplo, Bormann busca garantir o conforto térmico da Sala de Jantar/Estar com soluções que dispensasse a adoção de varandas tradicionais nas áreas
comuns (salas de estar/jantar). Sobre esse assunto o professor Paulo desenvolve (Ibid., p. 99): Os recursos, que se utiliza para tal, vão desde a orientação do cômodo para a direção dominante da ventilação, farta dotação de esquadrias, utilização de jardins internos pergolados, aumento da cubagem de ar do ambiente com aglutinação da área da garagem e disposição de generosas áreas de saída de ar.
Esses e outros aspectos podem ser identificados nas fotos gentilmente cedidas pelo professor Paulo Costa (Figuras 18 a 27). Para apreciação do projeto arquitetônico da residência Maria Olímpia Xavier,
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foram desenvolvidas no curso desse trabalho (tendo como base desenhos e levantamentos feitos pelo professor Paulo Costa para sua tese de doutorado, desenhos e informações sobre a residência apresentadas em Arquitetura Moderna Cearense: Inventário de Bens Arquitetônicos e informações coletadas em visita ao edifício) desenhos técnicos de plantas, cortes e fachadas do projeto original, apresentados no capítulo 5 deste caderno.
AS INTERVENÇÕES NA RESIDÊNCIA MARIA OLÍMPIA XAVIER No início da década de 1990 a residência foi adquirida por uma empresa de tecnologia que alí se instalaria. Contudo, diversas reformas no edifício foram executadas para que a Xseed Fortaleza pudesse operar no local. O novo programa de necessidades incluiria salas de trabalho climatizadas, salas de reuniões, salas de aulas e palestras, novos banheiros e expansão de outros ambientes. Duas decisões, contudo, marcam as reformas promovidas nessa época: trocar todas as janelas do edifício por esquadrias de alumínio e vidro (Figuras 28 e 29); e transformar o ambiente da garagem em uma sala de trabalho (Figuras 30, 31 e 32) e construir um banheiro adjunto ao existente na parte posterior do edifício (área de serviço - Figura 33). Essas ampliações foram feitas de forma a se adequar esteticamente ao estilo original da casa, para que o edifício tivesse uma mesma “identidade”. Essa decisão confunde visualmente quem observa a residência, de forma que se é levado a crer que o edifício foi originalmente projetado da forma como se encontra hoje. Até mesmo uma jardineira foi construída na fachada principal do edifício, aos moldes das jardineiras originais. As novas esquadrias de alumínio pintadas de preto e com vidros adesivados com película fumê deram à fachada do edifício um aspecto escurecido (Figuras 34, 35 e 36), destoante da fachada original. As varandas no andar superior foram fechadas com esquadrias de alumínio e vidro para que os ambiente internos ganhassem mais área (Figuras 37 e 38). Apesar disso, ainda foi possível encontrar algumas esquadrias remanescentes do projeto original. São elas: A porta de acesso principal (Figura 39), a porta de acesso posterior (Figura 40), a esquadria alta do banheiro da área de serviço (Figura 41), divisórias fixas de vidro nos dormitórios do pavimento térreo (Figura 42), algumas portas nos ambientes internos (Figuras 43 e 44), a esquadria alta de um banheiro no pavimento superior (Figura 45) e os cobogós de vidro em outro
27 DIAGNÓSTICO
Caderno de imagens capítulo 3
Figura 19 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 20 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 21- Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 22 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 23 - Residência Maria Olímpia Xavier. 28
Figura 25 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 24 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 26 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 27 - Residência Maria Olímpia Xavier.
29 CADERNO DE IMAGENS CAPÍTULO 3
Figura 28 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 29 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 30 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 31 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 32 - Residência Maria Olímpia Xavier.
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Figura 33 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 37 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 34 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 35 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 38 - Residência Maria Olímpia Xavier. 31 CADERNO DE IMAGENS CAPÍTULO 3
Figura 36 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 39 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 40 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 42 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 41 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 43 - Residência Maria Olímpia Xavier. 32
Figura 44 - Residência Maria Olímpia Xavier.
Figura 45 - Residência Maria Olímpia Xavier. 33 CADERNO DE IMAGENS CAPÍTULO 3
Figura 46 - Residência Maria Olímpia Xavier.
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PROJETO Este capítulo tratará das proposições arquitetônicas de intervenção na residência Maria Olímpia Xavier e de construção de um bloco Anexo. As decisões tomadas aqui buscam resgatar a integridade da imagem do edifício projetado pelo professor Bormann à medida que propõe a diferenciação do que é novo e do que é antigo e o adequa para o funcionamento de um novo equipamento. As proposições, contudo, compreendem que as reformas sofridas pelo edifício foram necessárias em um determinado momento e que somente voltar ao estado original do edifício não seria a solução. Essas intervenções fazem parte da história do edifício e até permitirão a instalação do proposto Centro de Documentação graças ao ganho de área útil. Distinguir o projeto original do professor Bormann das adições propostas será o guia para as escolhas projetuais apresentadas a seguir.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS No presente tópico serão apresentados obras arquitetônicas que, apesar de oriundos de diferentes naturezas, épocas e contextos sociais, trazem valiosas soluções para programas ligados à geração e compartilhamento de conhecimento. Os edifícios selecionados foram inspiradores no processo projetual deste trabalho e apresentam aspectos que repercutem e são explorados no projeto apresentado no término deste. São essas as seguintes as obras analisadas: 1. Museu do Pão, do escritório Brasil Arquitetura, Ilópolis-RS; 2. Ampliação do Museu das Minas e do Metal, de Paulo Mendes da Rocha, Belo Horizonte-MG; 3. Crown Hall, de Mies Van der Rohe, IIT Chicago, EUA.
MUSEU DO PÃO A chegada das famílias de imigrantes europeus ao Brasil entre os séculos XIX e XX marca uma transformação no cenário de alguns estados brasileiros, em especial os da região sul do país. Nas Serras Gaúchas, muitas comunidades de imigrantes estabeleceram suas permanências em torno dos moinhos que foram construídos para a produção de farinha. Os moinhos desta região eram em sua maioria construídos basicamente com madeira da vegetação nativa da região, as ancestrais árvores de Araucárias. Com estilo marcado pela descendência europeia, esses moinhos foram o sustento e a produção de riqueza desta região por quase todo o século XX, mas com os avanços tecnológicos e as mudanças econômicas, passaram a ser fechados e abandonados. No começo dos anos 2000 uma proposta de recuperação desses espaços para a criação de uma rota turística nas Serras Gaúchas leva o escritório Brasil Arquitetura a desenvolver um projeto de intervenção e recuperação do
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primeiro dos exemplares escolhidos para essa rota, o Moinho Tomasini & Baú (hoje Moinho Colognese), localizado no município de Ilópolis-RS. Para este projeto os arquitetos Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Anselmo Turazzi escolheram por propor a construção de 2 anexos conjuntos ao edifício, criando um complexo aberto à visitação. Os anexos criam um percurso circundando o edifício (Figura 47), prestando-lhe reverência e respeito. A madeira é a grande homenageada pela arquitetura, revelada no mobiliário, no coroamento dos pilares e na textura do concreto moldado in loco.
Figura 47 - Museu do Pão
O jogo de volumes criados (Figuras 48, 49 e 50), a introdução de novos materiais para a criação do complexo e a relação de transparência do Anexo criado com a rua de acesso bem como a criação deste edifício a partir de duas lajes soltas do solo são inspirações que trago para o meu projeto.
Figura 49 - Museu do Pão
Figura 48 - Museu do Pão
35 CADERNO DE IMAGENS CAPÍTULO 3
Figura 50 - Museu do Pão
MUSEU DAS MINAS E DO METAL Após a transferência das sedes administrativas da prefeitura municipal de Belo Horizonte para atual Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, a administração municipal desenvolveu um projeto chamado Circuito Cultural Praça da Liberdade no intuito de dar aos edifícios que circundam a região da Praça da Liberdade (e que estariam sendo desocupados) um uso cultural/educacional. É nesse contexto que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha é convidado para adaptar o edifício que antes sediava a Secretaria de Educação do município para receber o Museu das Minas e do Metal.
O edifício de estilo eclético projetado no final do século XIX já havia recebido uma reforma e ampliação na década de 1960. Paulo Mendes da Rocha decide por promover uma nova ampliação e redesenho de fachada nesta parte anexa do edifício (Figura 51), além de restaurar a construção original. O arquiteto opta pelo uso de vedações de metal e vidro na nova fachada, atribuindo leveza e contemporaneidade ao edifício (Figuras 52, 53 e 54), contrastando com os motivos neoclássicos. O vidro em especial está associado às áreas de circulação, trazendo iluminação e dinamicidade ao programa.
Figura 52 - Museu das Minas e do Metal
Figura 51 - Museu das Minas e do Metal
36
Figura 53 - Museu das Minas e do Metal
Apesar da escala tão avantajada desse projeto, trago como inspiração o contraste na escolha dos materiais, aplicados de forma tão ousada e próxima ao edifício restaurado, e também a filosofia de Paulo Mendes da Rocha ao compreender como balancear conservação e intervenções contemporâneas.
Figura 54 - Museu das Minas e do Metal
20 edifícios criados pelo arquiteto estão localizados no Campus, tornando-se assim a maior concentração de obras projetadas por Mies Van der Rohe do mundo. Dentre elas, destaca-se na paisagem e no cenário da arquitetura moderna americana o edifício sede da Escola de Arquitetura do IIT, o Crown Hall (Figura 55).
CROWN HALL Nos anos de 1940 nasce em Chicago, nos EUA, o Instituto de Tecnologia de Illinois (Illinois Institute of Technology - IIT) a partir da união de duas outras instituições educacionais, o Armour Institute e o Lewis Institute. Na ocasião o arquiteto alemão (radicado americano) Ludwig Mies Van der Rohe é convidado para desenvolver o Master Plan do Campus da instituição juntamente com uma série de projetos de edifícios para o mesmo. Hoje, 37 PROJETO
Figura 55 - Crown Hall
O edifício se configura em dois pavimentos de planta retangular com dimensões de 67,05m (220 pés) por 36,57m (120 pés), um deles sendo um semienterrado e o outro semi elevado por onde se acessa o edifício. No andar superior uma planta completamente livre comporta exposições permanentes com trabalhos dos alunos, enquanto no andar inferior estão alocadas todas as salas e compartimentos próprios do programa da escola. Todo o edifício é revestido em aço e combinados de vidro fosco e transparente.
As soluções de disposição do programa na planta bem como os materiais construtivos e as relações de transparência e privacidade exercem forte influência no projeto neste trabalho. Apesar de ter uma escala tão diversa, busco criar uma experiência semelhante como a causada pela forma como ambientes internos e externos dialogam neste projeto, bem como a maneira como o edifício corresponde à necessidade de ser um local de trabalho (de criação) mas também um lugar convidativo (Figura 58).
Figura 57 - Crown Hall
Figura 56 - Crown Hall
58 - Crown Hall
38
LEGISLAÇÃO A Residência Maria Olímpia Xavier está localizada no bairro do Joaquim Távora, inserido dentro da Zona de Ocupação Preferencial 2 - ZOP 2 - de acordo com o zoneamento do Plano diretor Participativo de Fortaleza de 2009 - PDPFor. Do Plano reconhece-se que: Art. 83 - A Zona de Ocupação Preferencial 2 (ZOP 2) caracteriza-se pela disponibilidade parcial de infraestrutura e serviços urbanos e áreas com disponibilidade limitada de adensamento;destinando-se à intensificação condicionada da ocupação do solo . Art. 84 - São objetivos da Zona de Ocupação Preferencial 2 (ZOP 2): I - possibilitar a intensificação do uso e ocupação do solo e a ampliação dos níveis de adensamento construtivo, condicionadas à disponibilidade de infraestrutura e serviços urbanos e à sustentabilidade urbanística e ambiental; II - recuperar, para a coletividade, a valorização imobiliária decorrente de investimentos públicos; III - implementar instrumentos de indução ao uso e ocupação do solo; IV - prever a ampliação da disponibilidade e recuperação de equipamentos e espaços públicos; V - promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes. Art. 85 - São parâmetros da ZOP 2: I - índice de aproveitamento básico: 2,0; II- índice de aproveitamento máximo: 3,0; III - índice de aproveitamento mínimo: 0,2; IV - taxa de permeabilidade: 30%; V - taxa de ocupação: 60%; VI - taxa de ocupação de subsolo: 60%; VII - altura máxima da edificação: 72m; VIII - área mínima de lote: 125m ; IX - testada mínima de lote: 5m; X - profundidade mínima do lote: 25m.
39 PROJETO
Art. 86 - Serão aplicados na Zona de Ocupação Preferencial 2 (ZOP 2), especialmente, os seguintes instrumentos: I - parcelamento, edificação e utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação mediante pagamento por títulos da dívida pública; IV- direito de preempção; V -direito de superfície; VI - outorga onerosa do direito de construir; VII - transferência do direito de construir; VIII - operação urbana consorciada; IX - consórcio imobiliário; X - estudo de impacto de vizinhança (EIV); XI -estudo ambiental(EA); XII -Zona Especial de Interesse Social (ZEIS); XIII - instrumentos de regularização fundiária.
Posteriormente à aquisição da Residência pela empresa Xseed Software e Consultoria, um lote de dimensões 11x27m adjacente ao lote original foi adquirido remembrado junto ao terreno original. O presente trabalho tratará da proposição de um equipamento de caráter comercial/prestador de serviço e portanto o Centro de Documentação estará inserido na categoria Grupo Comercial de Comércio e Serviços Múltiplos - CSM da Lei de Uso e Ocupação do Solo de 2006 - LUOS. Os parâmetros para esta categoria encontram-se no Anexo 6/Tabela 6.6 e Anexo 8/Tabela 8.6 da Lei e estão explicitados a seguir. Serão adotados os parâmetros para Via Coletora, apesar de a Rua Dr. José Lourenço ser considerada como Via Local pela LUOS (1996). TABELA 1 CÓDIGO
ATIVIDADE
70.40.82
Centro Empresarial (Prédio de Salas e Lojas)
CLASSE 2
PORTE (II) m²
Nº MÍNIMO DE VAGAS
251 a 1000
1 vaga/30m² A.U.
Tabela 1 - Classificação das atividades conforme a LUOS 2009 (Anexo 6/Tabela 6.6)
TABELA 2 CLASSE 2
USO A
FT
RECUOS (m) LD
FD
NORMAS
7
3
3
07, 10, 18
Tabela 2 - Adequação das atividades ao Sistema Viário conforme a LUOS 2009 (Anexo 8/Tabela 8.6)
40
PROGRAMA DE NECESSIDADES E FLUXOGRAMA O programa de necessidades do Centro de Documentação do Movimento Moderno está dividido em 3 setores distintos, dois localizados no bloco Residência Maria Olímpia Xavier e o terceiro no bloco Anexo proposto. O primeiro setor trata do espaço de recepção de visitantes e de mostra de trabalhos. Será o espaço dedicado a exposições artísticas, mostra de trabalhos acadêmicos, recepção de palestras e seminários e outros. Contará também com uma cafeteria aberta ao público de forma perene além de ala de serviço e banheiros e salas de reunião/apoio. O segundo setor, no andar superior da residência, será o espaço dedi-
cado a uma sala de pesquisa/local de trabalho para pesquisadores e estudantes da universidade que estejam desenvolvendo trabalhos junto ao Centro de Documentação. Este setor também acomodará uma biblioteca aberta ao público para consulta. O terceiro setor se localizará no bloco Anexo, e receberá um equipamento de Escritório Compartilhado Coworking - aberto ao público com capacidade para receber até 30 clientes. Além do espaço compartilhado, o Coworking contará com salas para reuniões e salas comerciais para pequenos grupos, além de recepção, área de convivência e banheiros. O fluxograma apresentado a seguir permite compreender a disposição desses ambientes e o percurso que os visitantes e clientes percorreriam dentro do Centro de Documentação.
ESTÚDIO DE PESQUISA E CRIAÇÃO BIBLIOTECA
BANHEIROS
BANHEIROS
SETOR DE PESQUISA
ÁREA DE CONVIVÊNCIA
CIRCULAÇÃO VERTICAL SALAS DE REUNIÃO
SALA DE EXPOSIÇÕES
CAFÉ
SETOR RECEPÇÃO
BANHEIROS E DEPÓSITOS
SALAS DE REUNIÃO
CIRCULAÇÃO VERTICAL
RECEPÇÃO
RECEPÇÃO
ESTÚDIO COMPARTILHADO
ESPAÇO COWORKING
ACESSO PRINCIPAL
Tabela 3 - Fluxograma do Programa de Necessidades. Produzido pelo auto
41 PROJETO
PREMISSAS PROJETUAIS RESTITUIÇÃO DAS ESQUADRIAS A análise das informações encontradas no Inventário da Arquitetura Moderna do Estado do Ceará, dos desenhos disponibilizados pelo professor Paulo Costa (frutos de sua pesquisa de doutoramento) e das fotografias também por ele fornecidas tornou possível a proposição de um novo plano de esquadrias que resgatasse a imagem original do edifício, com atenção para suas fachadas principais (sudeste e noroeste). As novas esquadrias seriam confeccionadas em madeira
lado externo
Cedro-rosa ou similar, que tenha um aspecto mais claro/iluminado. As esquadrias de vidro utilizaram vidro temperado 6mm. Para climatização dos espaços internos, serão utilizadas folhas de vidro de abrir também de vidro temperado 6mm com dobradiças em aço inox. As ilustrações a seguir tratam dessa proposta (Figuras 59 e 60). A relação completa do quadro de esquadrias encontra-se no capítulo 5 deste volume.
lado externo
lado interno
lado interno
Figura 59 - Esquema de proteção das esquadrias
42
lado externo
lado externo
lado interno
lado interno
Figura 60 - Esquema de proteção das esquadrias
RESTITUIÇÃO DA FACHADA Para implantação da Sala de Exposições no pavimento térreo, propõe-se a conversão dos ambientes salas de trabalho do edifício atual em um grande salão climatizado e de planta livre. Além da correção do desnível de 5cm existente, a correção da fachada caracterizará este ambiente como uma intervenção/expansão no projeto original, buscando retirar o aspecto “mimético” da reforma promovida no início da década de 1990. A implantação de novas esquadrias em alumínio com pintura branca e vidro seguem o padrão das esquadrias do bloco Anexo, de forma que se permite a leitura da fachada original e a leitura do ambiente fruto da intervenção como elementos distintos (Figura 61). Propõe-se uma intervenção na fachada posterior seguindo o mesmo ideal.
fachada atual
restituição das esquadrias
intervenção na fachada
fachada proposta 0
2.5
Figura 61 - Esquema de intervenção na fachada
43 PROJETO
5
ESTRUTURA DO BLOCO ANEXO O programa do escritório compartilhado está dividido em dois pavimentos no bloco anexo, sendo um deles semienterrado (-1.62m de nível de piso acabado) e outro elevado (+1,62m de nível de piso acabado).
Os muros de contenção e o novo muro construído no lote são de concreto estrutural. Complementam a estrutura duas lajes de piso e uma de coberta, todas de concreto e pilares e vigas metálicos (Figura 62).
laje de coberta de concreto moldada em chapa trapezoidal tipo steel deck
Estrutura metálica em modulação de 3,75m
esquadrias de alumínio com pintura branca e vidro
laje de piso de concreto moldada em chapa trapezoidal tipo steel deck
muro de contenção para pavimento semienterrado
Figura 62 - Estrutura explodida do bloco Anexo
44
ESQUADRIAS DO BLOCO ANEXO alcançar com rigor essa modulação nas fachadas (Figura 63) foi necessário soltar a esquadria da estrutura (ver Detalhes) e complementar a vedação com chapas de galvanizadas dobradas com a mesma pintura branca.
a
a
2a
As esquadrias do bloco anexo serão de alumínio com pintura na cor branca e vidro temperado 8mm. Foram desenhadas seguindo uma modulação de 1,25m, em referência à modulação original da residência Maria Olímpia Xavier. Para se
a
a
2a
0
1.25
2.5
5m
Figura 63 - Esquema de proporções na fachada do bloco Anexo
ESTÉTICA DAS PEÇAS DE MOBILIÁRIO A proposição trata ainda do projeto de uma linguagem de mobiliário para o Centro de Documentação que estaria presente tanto no bloco Anexo quanto na residência Maria Olímpia Xavier. Nessa proposta, os materiais principais escolhidos para as peças de mobiliário foram estruturas tubulares retangulares de Metalon e chapas de OSB 18mm, e ainda outros materiais agregados a depender do mobiliário proposto. Nas ilustrações a seguir ( Figura 64) é possível compreender as peças propostas, que se encontram detalhadas no capítulo 5. 45 PROJETO
Figura 64 - Esquema de mobiliário proposto
5
DESENHOS TÉCNICOS CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste trabalho buscou contribuir com o debate sobre a conservação da arquitetura moderna cearense e as diferentes formas como o tema da conservação e da adaptação a novos usos pode ser abordada, propondo uma intervenção de restituição da imagem de um antigo edifício residencial. Faz-se assim também uma singela homenagem ao arquiteto e professor Gerhard Bormann em gratidão pela sua contribuição à construção do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará e também a sua contribuição à arquitetura cearense. Das inquietações que nasceram durante o desenvolvimento desse trabalho, certamente o questionamento “o que podemos fazer?” que me faço enquanto profissional e cidadão de Fortaleza é o maior de todos. O que é possível fazer para colaborar com o desenvolvimento e crescimento da cidade e ainda assim garantir que a imagem do passado e a contribuição de gerações anteriores não será perdida? É parte desse trabalho também instigar esse questionamento dentro da academia à medida em que se responsabiliza a Universidade como grande promotora do conhecimento e da pesquisa e ponto de encontro e difusão do saber. A Universidade que em uma época foi um dos motores responsáveis pelo desenvolvimento da arquitetura moderna no estado pode hoje ser um motor de ideias e lutas pela conservação do testemunho histórico dessa arquitetura. Por fim, concluo esse trabalho com um sentimento de esperança de que é possível reverter cenários, motivar políticas e mercados e educar a comunidade local para que a sociedade tenha conhecimento da sua própria história, e assim possa construir um futuro melhor.
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Residência Maria Olímpia Xavier Situação (Diagnóstico) Escala 1:250
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Residência Maria Olímpia Xavier Implantação (Diagnóstico) Escala 1:250
0212
A
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2.35
J10
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3.60
WC 2 A=2,58m²
Dormitório 3 A=8,46m²
2.35
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0.10 m
P1
1.80
J12
N
0.10 m
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1.55
P2
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3.60
2.35
Depósito A=2,29m²
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3
4
J1 Sl. de Estar/Jantar A=35,46m²
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J1
0.10 m
J1
2.20
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1.25
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1.10 2.35
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3.60
.25
Circulação A=1,37m² +0.275 m
P1
Dormitório 1 A=8,46m²
P2
Dormitório 2 A=8,46m²
+0.275 m
+0.275 m
2.35
J3
2.35
.50 P2
J3
.93
1.10
P3
.15
2.35
.15
3.60
.15
.93
.15
.75
1.25
.15
.15
.15
4.70
.25
2.35
1.18
.15
.15
.15
1.10
.30
6.18
6 5
1.03
J2
3.75
12
2
.15
13
1
sobe
J3 J3
Quadro de Esquadrias Tipo Folhas
Largura
Altura Peitoril
Observações
Quantidade
P1
1
0.65
2.10
-
De abrir; De madeira
4
P2
1
0.75
2.10
-
De abrir; De madeira
4
P3
1
0.85
2.10
-
1
J1
1
0.74
1.40
0.73
J2
2
0.74
1.40
0.73
J3
1
0.55
1.40
0.73
J4
2
0.45
1.57
0.73
J5
2
1.10
1.57
0.73
J6
2
0.55
1.40
0.73
J7
1
0.55
1.48
0.73
J8
1
0.80
1.48
0.73
J9
1
2.35
0.40
2.20
J10
1
3.60
0.40
2.20
J11
1
1.10
0.40
2.20
J12
3
2.35
0.40
2.20
De abrir; Ficha de madeira Maxim-Ar; Veneziana de madeira Guilhotina; Madeira e vidro Maxima-Ar; Veneziana de madeira Fixa e Maxim-Ar; Veneziana de madeira Fixa e Maxim-Ar; Veneziana de madeira Guilhotina; Madeira e vidro Maxim-Ar; Veneziana de madeira Maxim-Ar; Veneziana de madeira Veneziana Fixa de madeira Veneziana Fixa de madeira Veneziana Fixa de madeira Veneziana Fixa de madeira; Fixa de Vidro
WC A=2,58m²
3 2 4 2 1 1 2 1 2 1 1 1
+0.275 m
.15
1.25
.15 .45
1.45
.45 .15
1.10
.15
1.10
1.25
.15
4.70
J4
J4
J9
J11
J5
J9
Residência Maria Olímpia Xavier B
A
2.35
C
.15
0.10 m
10 11
14
15
0.05 m
.15 .55
.15 .75
.88
P1
1.25
1.75
.15
Garagem A=55,54m²
J7
J2
.25
2.35
P2
.15
.25
0.10 m
3.60
.25
0.10 m
Serviço A=11,51m²
1.05
C
.55
.60 .15
.15 .65 .15
Cozinha A=8,46m²
1.10
P1
J7
Planta Baixa Original Escala 1:75
0312
A
B
6.25
2.65
.15
6.10
Varanda 1 A=6,71m² +2.80 m
J16
.15
.15
J13 P4
J16
2.35
Varanda 2 A=5,33m²
.15
2.39
.08
+2.80 m
2.39
Tipo Folhas
.15 .15
1.03
1.15
P4 J13
1.10
J14
+2.80 m
.15
P4
1.20
.30
.15
1.10
3.60
+2.80 m
6 5
.15 1.10 .15
C
Quadro de Esquadrias 4.85
4
sobe
.15
J15
Dormitório 6 A=11,60m²
9 8 7
3
2
12
1
13
14
1.10
2.39
3.68
Dormitório 5 A=8,77m²
1.10
+2.80 m
15
J13
.08
J15
10 11
+2.80 m
P4
2.39
WC 4 A=2,70m²
1.03
3.60
Estúdio A=17,46m²
2.35
P2
+2.80 m
Dormitório 4 A=8,46m²
.15
.15
4.85
J17
Largura
Altura Peitoril
Observações
Quantidade
P2
1
0.75
2.10
-
De abrir; De madeira
3
P4
1
0.75
2.77
-
4
P5
1
0.65
2.10
-
De abrir + Bandeirola; De madeira De correr; De madeira
J13
2
1.60
1.20
0.90
3
J14
3
2.85
1.20
0.90
J15
1
0.55
1.85
0.60
J16
2
1.10
1.40
0.90
J17
2
2.35
1.40
0.90
J18
1
2.35
0.40
2.37
J19
1
3.60
0.40
2.37
De correr; Veneziana de madeira Maxim-Ar; Veneziana de madeira Maxima-Ar; Veneziana de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira
Residência Maria Olímpia Xavier B
A
P2
6.40
2.35
P2
.25
J15
P5
.15
1.15
P5
3.60
4.85
2.35
+2.80 m
.15
.15
.15
Circulação A=5,91m²
.35
WC 3 A=2,58m²
J18
.08 .75
.60
J18
+2.80 m
C
5.00
J19
.75
1.10 .15
J18
N
Planta Pav. Superior Original Escala 1:75
2
1 3 2 11 3 1
0412
A
B
N CALHA DE CONCRETO
8.25
.33
4.88
4.88
5.43
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
CALHA DE CONCRETO
C
6.40
6.40
C
3.75
CALHA DE CONCRETO
7.38
PERGOLADO DE CONCRETO SOBRE A GARAGEM
.25
5.03
8.40
.33
Residência Maria Olímpia Xavier B
A
3.63
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
Coberta Pavimento Térreo Original Escala 1:75
0512
A
B
N
15.75 7.18
2.65
5.93
2.38
CAIXA D’ÁGUA
CALHA DE CONCRETO
C
1.45
C
4.83
8.65
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
CALHA DE CONCRETO TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
B
A
Residência Maria Olímpia Xavier Coberta Pavimento Superior Original Escala 1:75
0612
2.45 .25 2.35 WC4
Circulação
.73
Dormitório
2.20
2.13
2.08
1.87
.40
.58
.35
+2.80m (n.o.)
Sala de Estar/Jantar
Depósito
Serviço
WC2
+0.275m (n.o.)
+0.10m (n.o.)
CORTE AA
Dormitório 3
Cozinha
1.40 .90 Sala de Esta/Jantar
.30
+2.80m (n.o.)
2.29
.35 2.08
.10
Dormitório 6
2.60
2.13
2.20
.40.06
.48 .10 .90
1.47
.47 .06
.40 .06
Escala 1:75
Dormitório 2 +0.275m (n.o.)
+0.10m (n.o.)
CORTE BB Escala 1:75
Residência Maria Olímpia Xavier Cortes AA e BB Escala 1:75
0712
.40.06
2.45
2.37
2.35
+2.80m (n.o.)
1.40
.58 2.13
2.65
Garagem
Dormitório 6
.48.10
Dormitório 5
Serviço
Sala de Estar/Jantar
.73
2.77
.25
.06
WC4
Estúdio
.10
Dormitório 4
+0.10m (n.o.)
+0.05m (n.o.)
CORTE CC Escala 1:75
CAIXA D’ÁGUA
PORTÃO DE FERRO PARA ACESSO DE VEÍCULOS
FACHADA SE Escala 1:75
Residência Maria Olímpia Xavier Corte CC e Fachada SE Escala 1:75
0812
FACHADA NE Escala 1:75
CAIXA D’ÁGUA
COBOGÓ CERÂMICO
FACHADA NO Escala 1:75
Residência Maria Olímpia Xavier Fachadas NE e NO Escala 1:75
0912
N CAIXA DE AR CONDICIONADO DE CONCRETO
.15
2.35
+0.10 m
.15
3.60
+0.10 m
.15
2.35
.15
2.35
.15 2.35
.15
ALVENARIAS E ESQUADRIAS EM AMARELO REPRESENTAM REMOÇÕES DO PROJETO ORIGINAL
3.60 2.90 3.75
.88 .15
+0.10 m
6 5
1.03
4
DIVISÓRIA DE MADEIRA
4.45
.15
1.10
.15
.15 .50
1.10
1.10
.30
+0.05 m
Sl. de Aula A=22,23m²
9 8 7
3
Sala 4 A=10,71m²
10 11
12
2
1
1.38
+0.10 m 13
+0.05 m
Depósito A=2,29m²
14
Área Comum A=16,21m²
15
.15
.25
3.60
1.30
2.98
+0.05 m
.15
.15
1.10
+0.10 m
1.10
Sala 5 A=10,71m²
ALVENARIAS E ESQUADRIAS EM VERMELHO REPRESENTAM ADIÇÕES FEITAS AO PROJETO ORIGINAL
CASA DE MÁQUINAS
Serviço A=11,51m²
.15
.15 .65
.65
1.25
.15
.15
+0.05 m
Sala de Apoio A=8,46m²
1.55
WC 3 A=6,58m²
1.25
2.35
1.10
.15
2.35
.15 1.25
1.10
1.60 3.10
1.00
WC 2 A=2,58m²
Recepção A=21,96m²
.15
1.25
.15
2.35
.15
.15
Sala 2 A=8,46m²
Circulação A=1,37m² +0.275 m
1.80
1.45
.15
1.25
.15
2.35 1.25
Sala 1 A=8,46m² +0.275 m
3.60
+0.275 m
1.45
2.35
.50 .15 .75
6.10
Sala 3 A=28,67m² +0.05 m
1.10
.15
2.20
1.10
WC A=2,58m² +0.275 m
1.10 .15
3.60
.15
.15
2.35
2.35
2.35
+0.10 m
.15
1.10
1.25
Residência Maria Olímpia Xavier Planta Baixa de Reformas Efetuadas Escala 1:75
1012
12
2
3
4
.15.30 .30 .30 .30
3.60
.15
.35 1.15
.15
4.85
.30
3.60 3.50
1.10
6 5
sobe
ALVENARIAS E ESQUADRIAS EM AMARELO REPRESENTAM REMOÇÕES DO PROJETO ORIGINAL
9 8 7
13
1
2.35
ALVENARIAS E ESQUADRIAS EM VERMELHO REPRESENTAM ADIÇÕES FEITAS AO PROJETO ORIGINAL
+2.80 m
14
.15
+2.80 m
Sala Técnica A=29,58m²
15
2.35
WC 4 A=2,70m²
4.85
.15
.10 .15 1.03
+2.80 m
1.10
+2.80 m
1.03
.75
Atendimento A=21,96m²
2.35
10 11
3.75
Direção A=11,40m²
+2.80 m
.75
.15
1.15
3.60
2.35
.15
2.35
.15
2.35
1.10
.15
.15
2.35
Circulação A=3,17m²
3.90
.60 +2.80 m
.15 .75
WC 5 A=2,58m²
1.85
1.10
N
FECHAMENTO DAS VARANDAS COM ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO E VIDRO
Residência Maria Olímpia Xavier Planta de Reformas do Pav. Superior Escala 1:75
1112
N (EM VERMELHO) TELHAS ADICIONADAS APÓS REFORMA E EXPANSÃO
3.35
2.08
8.25
.33
18.65
6.40
4.88
14.00
CALHA DE CONCRETO
7.38
EM VERMELHO, TELHAS ADICIONADAS APÓS REFORMA E EXPANSÃO
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO 5.58
8.40
.33
14.30
Residência Maria Olímpia Xavier Planta de Reformas da Coberta Escala 1:75
1212
N A RU D N
CO AR
M ES
0
PE
.2
RE
H
11
IR
G
A
0
.5 27
9 7 6 5 4 3
NO
G
BE SO
2
D
09
8
E
1
0
S
.0
09
25
09
L
H
F
09
U
NE
F
82
1.
ÇO
N RE
A
RU
R.
SÉ
LO
JO
D
S
D
E
27
D
RE
.7
T ES
5
SO
SE
D
E
PE
S CE
08
A
O
LI
00
JÚ
2.
A
RU RA
EI
U
Q SI
Centro de Documentação Situação Escala 1:250
0119
N
Índices Urbanísticos Área do Terreno
RE IR
52%
PE
.2
11
H
Taxa de Permeabilidade
0
ES
42%
D N
Taxa de Ocupação
CO AR
0,54
M
Índice de Aproveitamento
A RU
998,90m²
G
A
0
.5 27
9 7 6 5 4 3
NO
G
2
BE SO
D
08
8
E
1
0
.0
25
H
F
08
U
NE
F
82
1.
ÇO
N RE
A
RU
R.
SÉ
LO
JO
D
S
D
E
27
D
RE
.7
T ES
5
SO
SE
D
E
PE
S CE
08
A
O
LI
00
JÚ
2.
A
RU RA
EI
U
Q SI
Centro de Documentação Implantação Escala 1:250
0219
D
E
N J9
J10
.55
J11
0.10 m
PLATAFORMA ELEVATÓRIA
.15
2.35
0.10 m
.15
PAREDES DIVISÓRIAS DE COBOGÓ CERÂMICO
3.60
P6
J4 .10
.85
P6
Cafeteria A=9,00m²
0.10 m
.15
2.35
WC Fem A=4,23m²
1.83
1.80
WC Masc A=4,23m²
J4 .95
P2
Circulação A=14,06m² 0.10 m
2.35
.15
2.35
.15
3.60
1.15
1.10
3.75
J3 4.83
P5
2.20
1.15
F
Depósito A=2,70m²
J2
Mesas Café A=17,46m²
0.10 m
0.10 m
J2
.15 .98
P1
Depósito A=2,29m²
J1
.15
.10
0.10 m
1.03
J1
Sala de Exposições A=38,55m²
.30
J1 Hall de Recepção A=27,16m² 0.10 m
2.50
4.95
1.10
0.05 m
4.70
.15
1.25
.15
6.10
.15
.15
9.83
P3
Circulação A=1,37m² P2
+0.275 m
P2
P1
Sala de Reuniões A=8,46m²
3.60
3.60
DIVISÓRIA DE VIDRO PARA FECHAMENTO DA JARDINEIRA
+0.275 m
Sala de Reuniões A=8,46m²
J3
+0.275 m
J3
WC A=2,58m² +0.275 m
J5
J7
J5
J8
J6
F
Quadro de Esquadrias Tipo Folhas
Largura
Altura Peitoril
Quantidade
P1
1
0.65
2.10
-
De abrir; De madeira
2
P2
1
0.75
2.10
-
De abrir; De madeira
3
P3
1
0.85
2.10
-
1
P6
1
0.90
2.10
-
J1
1
0.74
1.40
0.73
J2
2
0.74
1.40
0.73
J3
1
0.55
1.40
0.73
J4
2
0.55
1.48
0.73
J5
2
0.45
1.57
0.73
J6
1
1.10
1.57
0.73
J7
1
2.35
0.40
2.20
J8
1
1.10
0.40
2.20
J9
3
2.35
0.40
2.20
J10
4
3.60
0.40
2.20
J11
4
2.35
0.40
2.20
J12
3
4.70
0.35
2.45
De abrir; Ficha de madeira De abrir; De madeira + Proteção e Barra Maxim-Ar; Veneziana de madeira Guilhotina; Madeira e vidro Maxima-Ar; Veneziana de madeira Fixa e Maxim-Ar; Veneziana de madeira Fixa e Maxim-Ar; Veneziana de madeira Guilhotina; Madeira e vidro Maxim-Ar; Veneziana de madeira Maxim-Ar; Veneziana de madeira Veneziana Fixa de madeira; Fixa de Vidro Fixa de Vidro; De madeira De Correr; Alumínio e Vidro Fixa; Alumínio e Vidro
2 3 2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1
J7
Centro de Documentação
J12
E
D
Observações
Planta Baixa Escala 1:75
0319
D
E
J18
N
J19
J18
+2.80 m
1.55
WC 3 A=2,70m²
P5 .15
3.60 1.70
2.50
P2
P5
.15
J15
+2.80 m
2.35
.15
2.35
.15
2.35
J15
Biblioteca A=26,41m²
Quadro de Esquadrias
+2.80 m
.15
2.35
.15
Tipo Folhas
4.85
12
2
3
4
+2.80 m
6 5
13
1 sobe
9 8 7
14
10 11
15
Sala Técnica A=23,52m²
2.35
6.10
1.60
.15
J13
Varanda 1 A=6,71m² +2.80 m
J16
J16
.15
Varanda 2 A=5,33m²
J20
J13
+2.80 m
J17
Largura
Altura Peitoril
P4
1
0.75
2.10
-
P5
2
0.65
2.10
-
J13
2
1.60
1.20
0.90
J14
3
2.85
1.20
0.90
J15
2
0.55
1.85
0.60
J16
1
1.10
1.40
0.90
J17
1
2.35
1.40
0.90
J18
3
2.35
0.40
2.37
J19
5
3.60
0.40
2.37
J20
1
0.75
1.20
0.90
Centro de Documentação E
D
J14
P4
1.10
P4
.15
J20 1.10
J13
F
1.25
+2.80 m
1.25
Circulação A=3,16m²
WC 2 A=2,58m²
F
J18
Planta Pavimento Superior Escala 1:75
Observações
Quantidade
De abrir + Bandeirola; De madeira De correr; de mandeira
2
De correr; Veneziana de madeira Maxim-Ar; Veneziana de madeira Maxima-Ar; Veneziana de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana fixa de madeira Fixa; Veneziana de madeira
3
2
1 2 2 1 3 1 2
0419
N CALHA DE CONCRETO
3.35
4.88
4.88
14.00 10.33
.33
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
18.65
6.40
CALHA DE CONCRETO
2.43
CALHA DE CONCRETO
7.38
7.08
PERGOLADO DE CONCRETO SOBRE A GARAGEM
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
4.50
i=5%
.25
4.70
.15
8.40
.33
.15
.30
.18
Centro de Documentação
Planta de Coberta do Pavimento Térreo Escala 1:75
0519
N
15.75 7.18
2.65
5.93
CALHA DE CONCRETO
1.45
2.38
CAIXA D’ÁGUA
4.83
8.65
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
CALHA DE CONCRETO TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO
Centro de Documentação
Planta de Coberta do Pav. Superior Escala 1:75
0619
2.37 Circulação
2.20
.40
.50.10
+2.80m (n.o.)
2.10
2.70
.10 2.60
.90
2.77
1.87
.40
.47 1.40 .90 .10 2.60
.35 2.45
WC4
Sala de Exposições
Serviço
WC2 +0.10m (n.o.)
CORTE DD
.90
Cafeteria
Mesas Café
.30
2.08 Recepção
+2.80m (n.o.)
2.29
.35
.10 2.60
2.60
2.10
1.30
.50
.40
.10
Sala Técnica
.90
2.37
1.40
.47
.40
Escala 1:75
Sala de Reuniões +0.275m (n.o.)
+0.10m (n.o.)
CORTE EE Escala 1:75
Centro de Documentação Cortes DD e EE Escala 1:75
0719
.40.06
2.45
2.37
2.35
.48.10
+2.80m (n.o.)
1.40
.58 2.13
.10 2.65 Sala de Exposições
Sala Técnica
Depósito
Mesas Café
.73
2.77
.25
.06
WC2
Biblioteca
+0.10m (n.o.)
CORTE FF Escala 1:75
FACHADA SE Escala 1:75
Centro de Documentação Corte FF e Fachada SE Escala 1:75
0819
FACHADA NE Escala 1:75
FACHADA NO Escala 1:75
Centro de Documentação Fachadas NE e NO Escala 1:75
0919
G
N
ESCADA METÁLICA COM GUARDA CORPO DE VIDRO E CORRIMÃO DE AÇO ESCOVADO
PAINEL EM MADEIRA OSB 18mm AFASTADO 7cm DA PAREDE
2.50
DETALHE 02
17
16
15
14
13
12
11
10
9
ESPUMA ACÚSTICA 30mm ESCODINDA SOB PAINEL DE MADEIRA E FIXADA NA PAREDE DE CONCRETO
8 7 6 5 4 3 2
PROJEÇÃO DA ESTRUTURA METÁLICA
1
2.50
8.00
desce
H
H
16.00 2.50
2.50
2.50
2.50
2.50
2.50
.50
2.50
.50
.50
DETALHE 01
ESTAÇÕES DE TRABLHO INDIVIDUAIS DE DIMENSÕES 70X120X75CM MONTADAS EM METALON 40X40X1,25MM NA COR NATURAL COM TAMPO EM OSB 18mm 70X120CM COM APLICAÇÃO DE RESINA IPERMEABILIZANTE (VER DETALHAMENTO)
Anexo Coworking
G
Planta Baixa Escala 1:50
1019
G
N PAREDE DIVISÓRIA RETRÁTIL
-1.64 m
Área de Convivência A=13,92m²
Sala de Reuniões 3 A=14,33m²
-1.62 m
-1.64 m
15.90 .08
WC 1 A=2,82m²
-1.62 m
DETALHE 04
WC 2 A=2,82m²
3.71
WC Universal A=5,77m²
-1.64 m
H Sala de Trabalho 2 A=12,32m² Sala de Trabalho 2 A=9,97m²
Sala de Reuniões 1 A=9,36m²
-1.62 m
Sala de Reuniões 2 A=16,62m²
-1.62 m
3.51
H
-1.62 m
-1.62 m
.08
3.68
.08
2.43
.08
4.76
.35 .30 .30 .35
3.51
Anexo Corworking
Planta Pavimento Semi Enterrado Escala 1:50 G
.30 .35
1119
G
N
8.70
LAJE DE CONCRETO SOBRE FORMA DE TELHA TRAPEZOIDALEM AÃ&#x2021;O GALVANIZADO (STEEL DEECK)
H
H
17.50
Anexo Coworking
G
Planta de Coberta Escala 1:50
1219
.20
.10
.20
3.85
2.50 1.25
Recepção
.19
1.80
2.50
1.25
.02 .53
.19
+1.62m (n.a.)
Sala de Reuniões 2
Circulação
-1.62m (n.a.)
CORTE GG Escala 1:50
Anexo Coworking Corte GG Escala 1:50
1319
.02
Estúdio Compartilhado
1.80
2.50
1.25
.02 .53
.19
Recepção
.19
1.25
3.55
2.50
.20
.28 .20
DETALHE 03
Sala de Trabalho 1
Sala de Trabalho 2
Sala de Reuniões 1
Sala de Reuniões 2
CORTE HH Escala 1:50
Anexo Coworking Corte HH Escala 1:50
1419
FACHADA L Escala 1:50
Anexo Coworking Fachada Leste (L) Escala 1:50
1519
FACHADA S Escala 1:50
Anexo Coworking Fachada Sul (S) Escala 1:50
1619
CHAPA EM AÇO GALVANIZADO PINTADO NA COR BRANCA PARA FECHAMENTO DO PILAR
PAREDE DE CONCRETO MOLDADA IN LOCO ESPUMA ACÚSTICA 30mm
PILAR METÁLICO EM PERFIL H
CANTONEIRA DOBRADA DE AÇO INOX
PAINEL MONTADO COM PLACAS DE MADEIRA OSB 18mm DE 25 cm DE LARGURA E PARAFUSADO EM CANTONEIRA METÁLICA
PISO INTERNO ACABADO EM REVESTIMENTO VINÍLICO NA COR CINZA CLARO
PROJEÇÃO DA CONTINUAÇÃO DO PAINEL SUSPENSO APOIADO NA LAJE DE COBERTA
ESQUADRIA EM ALUMÍNIO COM PINTURA NA COR BRANCA E VIDRO TEMPERADO 8mm
PISO INTERNO ACABADO EM REVESTIMENTO VINÍLICO NA COR CINZA CLARO
CHAPA EM AÇO GALVANIZADO PINTADO NA COR BRANCA PARA FECHAMENTO ENTRE ESQUADRIA E PILAR PISO EXTERNO ACABADO EM GRANITO BRANCO NÃO POLIDO
DETALHE 01
DETALHE 02
Escala 1:10
Escala 1:10
IPERMEABILIZAÇÃO
CERÂMICA ESMALTADA NA COR BRANCA 46X46cm
PLACA DE EPS DENSO 50mm ARMADURA METÁLICA
PLACA DE GESSO ACARTONADO RESISTENTE À UMIDADE PERFIL MONTANTE METÁLICO ESPASSADO A CADA 40cm
LAJE DE CONCRETO SOBRE FORMA DE TELHA TRAPEZOIDAL EM AÇO GALVANIZADO (STEEL DECK)
RECHEIO EM LÃ MINERAL
CONECTORES STUD BOLT CANTONEIRA C EM AÇO GALVANIZADO PINTADO NA COR BRANCA
PLACA DE GESSO ACARTONADO COM PINTURA NA COR PRETA
ESQUADRIA EM ALUMÍNIO COM PINTURA NA COR BRANCA E VIDRO TEMPERADO 8MM
VIGA METÁLICA EM PERFIL I ENGASTADA NA PAREDE DE CONCRETO PAREDE DE CONCRETO MOLDADA IN LOCO
DETALHE 04 Escala 1:5
DETALHE 03 Escala 1:10
Anexo Coworking
Detalhes Construtivos Escala 1:50
1719
VISTA LATERAL Esc: 1:10
VISTA FRONTAL
Esc: 1:10
VISTA SUPERIOR
Esc: 1:10
Tampo em OSB 18mm
Cantoneira L de alumínio para encaixe
Tubo retangular de Metalon 40x40mm na cor natural e montagem por solda
ISOMÉTRICA EXPLODIDA Sem Escala
CORTE TRANSVERSAL Esc: 1:10
CORTE LONGITUDINAL Esc: 1:10
Detalhamento do Mobiliário Estação de Trabalho Escala 1:10
1819
Tubo retangular de Metalon 70x30mm na cor natural e montagem por solda
Painel em folha de celulose acústica (face interna) e camurça (face externa)
Vista Frontal Esc: 1:15
Vista Lateral
Esc: 1:15
Corte Transversal Esc: 1:15
Tubo retangular de Metalon 70x30mm na cor natural e montagem por solda
Painel em folha de celulose acústica (face interna) e camurça (face externa)
Isométrica Explodida
Sem Escala
Vista Superior Esc: 1:15
Detalhamento do Mobiliário Expositor Vertical Escala 1:10
1919
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMORIM, L. . Trocando gato por lebre: quando os instrumentos de preservação não preservam o que deve ser preservado. In: III Seminário DOCOMOMO Brasil, 1999, São Paulo. BRANDI, Cesare. Teoria da Restauração. Cotia-SP, 2013 CHOAY, Françoise. Alegoria do Patrimônio. Lisboa, 2008 CUNHA, Claudia dos Reis e. A atualidade do pensamento de Cesare Brandi. Resenhas Online, São Paulo, ano 03, n. 032.03, Vitruvius, ago. 2004. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/03.032/3181>. Acesso em 09 de set. 2017. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Brasil). Cartas Patrimoniais. 3ª ed. rev. aum. - Rio de Janeiro: IPHAN, 2004 OLIVEIRA, Rogério Pinto Dias de. O idealismo de Viollet-le-Duc. Resenhas Online, São Paulo, ano 08, n. 087.04, Vitruvius, mar. 2009. Disponível em: <http://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/08.087/3045>. Acesso em 09 de set. 2017. ROCHA, Mércia Parente. Patrimônio Arquitetônico Moderno: do debate às intervenções / Mércia Parente Rocha. João Pessoa, 2011 RUSKIN, John. A Lâmpada da Memória. Cotia-SP, 2008 SAMPAIO NETO, Paulo Costa. Ressonâncias e inflexões do modernismo arquitetônico no Ceará: a contribuição de Gerhard Bormann / Paulo Costa Sampaio Neto. - São Paulo, 2012 Sobre o Docomomo Brasil. Disponível em: <http://docomomo.org.br/sobre-o-docomomo-brasil/>. Acesso em: 14 de out. 2017.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AMORIM, Luiz. Obituário arquitetônico: Pernambuco modernista / Luiz Amorim. - Recife, 2017 ALOISE, J. M. . O restauro na atualidade e a atualidade dos restauradores. Artigos do Patrimônio, http://portal.iphan.gov.br/. BLASER, Werner. Mies van der Rohe. Barcelona: Gustavo Gili, 1976. CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA MODERNA. La Charte d`Athenes . La Charte d`Athenes . La Charte d`Athenes . La Charte d`Athenes .; LE CORBUSIER,. A Carta de Atenas. São Paulo, SP: Hucitec; Editora da Universidade de São Paulo, 1989
SITES CONSULTADOS AMARAL, Cláudio Silveira. John Ruskin. Iluminista ou adepto da filosofia da Idade Média? Arquitextos, São Paulo, ano 13, n. 152.01, Vitruvius, jan. 2013 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.152/4595>. DO CARMO, Fernanda Heloísa; VICHNEWSKI, Henrique; PASSADOR, João; TERRA, Leonardo. Cesare Brandi. Uma releitura da teoria do restauro crítico sob a ótica da fenomenologia. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 189.01, Vitruvius, fev. 2016 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5946>. NERY, Juliana Cardoso; BAETA, Rodrigo Espinha. Do restauro à recriação. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 179.07, Vitruvius, maio 2015 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.179/5534>. OLIVEIRA, Rogério Pinto Dias de. O pensamento de John Ruskin. Resenhas Online, São Paulo, ano 07, n. 074.03, Vitruvius, fev. 2008 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/07.074/3087>. SANTOS, Ana Carolina Melaré dos. Viollet-le-Duc e o conceito moderno de restauração. Resenhas Online, São Paulo, ano 04, n. 044.01, Vitruvius, ago. 2005 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/04.044/3153>.
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - John Ruskin FONTE: https://en.wikipedia.org/wiki/John_Ruskin FIGURA 2 - Eugène Viollet-Le-Duc FONTE: https://en.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A8ne_ Viollet-le-Duc FIGURA 3 - Cesare Brandi FONTE: https://it.wikipedia.org/wiki/Cesare_Brandi FIGURA 4 - Igreja da Pampulha FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-83469/cl assicos-da-arquitetura-igreja-da-pampulha-sl ash-oscar-niemeyer FIGURA 5 - Igreja da Pampulha FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-83469/cl assicos-da-arquitetura-igreja-da-pampulha-sl ash-oscar-niemeyer FIGURA 6 - Palácio Gustavo Capanema FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-134992/c lassicos-da-arquitetura-ministerio-de-educaca o-e-saude-slash-lucio-costa-e-equipe FIGURA 7 - Palácio Gustavo Capanema FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-134992/c lassicos-da-arquitetura-ministerio-de-educaca o-e-saude-slash-lucio-costa-e-equipe FIGURA 8 - Chicago Federal Center FONTE: http://www.pbase.com/artichoke/image/9586 9243/original
FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-17010/cl assicos-da-arquitetura-casa-modernista-da-ru a-santa-cruz-gregori-warchavchik FIGURA 13 - Casa Modernista da Rua Santa Cruz FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-17010/cl assicos-da-arquitetura-casa-modernista-da-ru a-santa-cruz-gregori-warchavchik FIGURA 14 - Museu de Arte de São Paulo FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/01-59480/cl assicos-da-arquitetura-masp-lina-bo-bardi FIGURA 15 - DOCOMOMO BRASIL FONTE: https://www.archdaily.com.br/br/875815/12oseminario-docomomo-brasil FIGURA 16 - DOCOMOMO N/NE FONTE: http://www.iabce.org.br/?view=category&pag e=323 FIGURA 17 - Modulação Estrutural da Residência Maria Olímpia Xavier Elaborado pelo autor FIGURA 18 - Ambientes da Residência Maria Olímpia Xavier Elaborado pelo autor FIGURA 19 - Residência Maria Olímpia Xavier. Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto FIGURA 20 - Residência Maria Olímpia Xavier. Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto FIGURA 21 - Residência Maria Olímpia Xavier.
FIGURA 9 - Chicago Federal Center
Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto
FONTE: https://www.architecture.org/experience-caf/t ours/detail/chicago-modern/
FIGURA 22 - Residência Maria Olímpia Xavier.
FIGURA 10 - North Lake Shore Drive FONTE: http://www.architecture.org/architecture-chic ago/buildings-of-chicago/building/860880-nor th-lake-shore-drive/
Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto FIGURA 23 - Residência Maria Olímpia Xavier. Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto FIGURA 24 - Residência Maria Olímpia Xavier. Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto
FIGURA 11 - Crown Hall
FIGURA 25 - Residência Maria Olímpia Xavier.
FONTE: http://www.architecture.org/architecture-chic ago/buildings-of-chicago/building/crown-hall/
Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto
FIGURA 12 - Casa Modernista da Rua Santa Cruz
FIGURA 26 - Residência Maria Olímpia Xavier. Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto FIGURA 27 - Residência Maria Olímpia Xavier. Cedido por Paulo Costa Sampaio Neto
FIGURA 28 - Acervo do autor
FIGURA 52 - Museu das Minas e do Metal
FIGURA 29 - Acervo do autor FIGURA 31 - Acervo do autor
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/projetodesign/ar quitetura/paulo-mendes-rocha-pedro-mende s-rocha-museu-belo-horizonte-13-10-2010
FIGURA 32 - Acervo do autor
FIGURA 53 - Museu das Minas e do Metal
FIGURA 33 - Acervo do autor FIGURA 35 - Acervo do autor
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/projetodesign/ar quitetura/paulo-mendes-rocha-pedro-mende s-rocha-museu-belo-horizonte-13-10-2010
FIGURA 36 - Acervo do autor
FIGURA 54 - Museu das Minas e do Metal
FIGURA 37 - Acervo do autor FIGURA 39 - Acervo do autor
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/projetodesign/ar quitetura/paulo-mendes-rocha-pedro-mende s-rocha-museu-belo-horizonte-13-10-2010
FIGURA 40 - Acervo do autor
FIGURA 55 - Crown Hall
FIGURA 41 - Acervo do autor FIGURA 42 - Acervo do autor
Fonte:https://pt.wikiarquitectura.com/constru %C3%A7%C3%A3o/crown-hall-2/
FIGURA 43 - Acervo do autor
FIGURA 56 - Crown Hall
FIGURA 44 - Acervo do autor
Fonte:https://pt.wikiarquitectura.com/constru %C3%A7%C3%A3o/crown-hall-2/
FIGURA 30 - Acervo do autor
FIGURA 34 - Acervo do autor
FIGURA 38 - Acervo do autor
FIGURA 45 - Acervo do autor FIGURA 46 - Acervo do autor FIGURA 47 - Museu do Pão
FIGURA 57 - Crown Hall Fonte:https://pt.wikiarquitectura.com/constru %C3%A7%C3%A3o/crown-hall-2/
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-8579/mu seu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitet ura
FIGURA 58 - Crown Hall
FIGURA 48 - Museu do Pão
FIGURA 59 - Esquema de proteção das esquadrias
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-8579/mu seu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitet ura
Fonte:https://pt.wikiarquitectura.com/constru %C3%A7%C3%A3o/crown-hall-2/
Produzido pelo autor FIGURA 60 - Esquema de proteção das esquadrias
FIGURA 49 - Museu do Pão
Produzido pelo autor
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-8579/mu seu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitet ura
FIGURA 61 - Esquema de intervenção na fachada
FIGURA 50 - Museu do Pão
FIGURA 62 - Estrutura explodida do bloco Anexo
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-8579/mu seu-do-pao-moinho-colognese-brasil-arquitet ura
Produzido pelo autor
Produzido pelo autor FIGURA 63 - Esquema de proporções na fachada do bloco Anexo
FIGURA 51 - Museu das Minas e do Metal
Produzido pelo autor
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/projetodesign/ar quitetura/paulo-mendes-rocha-pedro-mende s-rocha-museu-belo-horizonte-13-10-2010
FIGURA 64 - Esquema de mobiliário proposto Produzido pelo autor
LISTA DE TABELAS PTABELA 1 - Classificação das atividades conforme a LUOS 2009 (Anexo 6/Tabela 6.6) TABELA 2 - Adequação das atividades ao Sistema Viário conforme a LUOS 2009 (Anexo 8/Tabela 8.6) TABELA 3 - Fluxograma do Programa de Necessidades. Produzido pelo autor