DIABETES
Guia de Orientações
Programa de Atenção Domiciliar a Saúde.
índice
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O que é Diabetes Mellitus?
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Quais os tipos de diabetes?
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O que acontece quando a taxa de açúcar no sangue é alta?
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Complicações crônicas do diabetes
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Testes para o controle domiciliar do diabetes
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Seus medicamentos
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O baixo nível de açúcar no sangue (Hipoglicemia)
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Recomendações Nutricionais
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Orientações gerais para pacientes diabéticos
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Como aplicar insulina com segurança e conforto?
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Técnicas de injeção
O que é Diabetes Mellitus? O diabetes é uma doença que causa o aumento da taxa de açúcar no sangue, ou tecnicamente falando, da glicemia. Nosso organismo transforma tudo o que comemos (carne, pão, peixes, bolos etc.) em açúcar. Quando comemos alimentos que já contém açúcar, o corpo não tem o trabalho de transformá-los, pois o açúcar já está pronto, aumentando a glicemia mais rapidamente. O açúcar é utilizado para fornecer energia às células do corpo, possibilitando o trabalho das mesmas. A insulina é uma substância produzida pelo organismo, no pâncreas, que ajuda no transporte do açúcar que está no sangue para as células do corpo. A diabetes ocorre quando o corpo não produz insulina, ou produz em quantidade insuficiente - ou ainda, a insulina produzida não funciona adequadamente. Assim, o açúcar não pode ser carregado para as células, ocasionando o aumento da taxa de açúcar no sangue. Para controlar a doença, os diabéticos devem facilitar o trabalho do organismo, diminuindo a ingestão de açúcar, aumentando a quantidade de insulina no corpo através das medicações e aumentando o gasto energético, através dos exercícios físicos.
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Quais os tipos de diabetes? Existem dois tipos de diabetes: o Tipo I e o Tipo II.
Diabetes do Tipo I Este tipo de diabetes ocorre com mais frequência em crianças e jovens. Nestes casos, o organismo para de produzir insulina, sendo necessário suprir a sua falta com o uso de injeções diárias de insulina.
Diabetes do Tipo II Esta enfermidade é mais comum entre os adultos. Ocorre, em geral, em pessoas com história familiar de diabetes e com excesso de peso. Os diabéticos com este tipo de doença ainda produzem insulina, mas de modo insuficiente. Em muitos casos, esta insulina não age de forma adequada, devido ao excesso de gordura no corpo. O tratamento para este tipo de diabetes é feito através de comprimidos - os hipoglicemiantes orais - que aumentam a produção de insulina pelo pâncreas. É importante a manutenção de uma alimentação adequada e a perda de peso, fatores que facilitam a ação da insulina no corpo. Vale lembrar que mesmo nos diabéticos Tipo II, pode chegar o dia em que os comprimidos não façam mais o efeito desejado. Neste caso, passa a ser necessário o uso de injeções diárias de insulina, para o controle adequado da doença.
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O que acontece quando a taxa de açúcar no sangue é alta? Quando o açúcar no sangue está alto, com glicemia por volta de 180mg/dl, os sintomas podem ser muito leves ou até mesmo inexistentes, o que é bastante prejudicial, pois a pessoa fica doente e não percebe, portanto, não se trata. Com o passar dos anos, estes indivíduos poderão ter complicações graves como cegueira, insuficiência renal com necessidade de hemodiálise, doenças cardíacas e neurológicas. Quando o nível de açúcar no sangue passa de 180mg/dl, começam a aparecer sintomas como o excesso de sede, a necessidade frequente de urinar, visão turva, coceira e corrimento vaginal nas mulheres, inflamação nos pênis dos homens, fadiga e perda de peso sem causa aparente. Quando a taxa de glicemia fica maior que 400mg/dl, os sintomas pioram muito e a pessoa pode até mesmo entrar em estado de coma, com risco iminente de morte.
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Complicações crônicas do diabetes Quando a pessoa tem um diabetes mal tratado, com taxa de açúcar no sangue sempre maior que 150mg/dl, após cerca de cinco anos começam a aparecer as complicações crônicas, isto é, o diabetes alto, mesmo que não cause sintomas pode, com o passar do tempo, causar lesões em vários órgãos, como por exemplo:
Olhos: Catarata e cegueira.
Nervos: Falta de sensibilidade nos pés e dores nas pernas.
Rins: Mal funcionamento, podendo chegar à insuficiência renal, com necessidade de hemodiálise.
Pés: Feridas de difícil cicatrização, que levam a amputações.
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Testes para o controle domiciliar do diabetes Através destes testes, você pode verificar como está seu diabetes.
Glicose no sangue: Uma gota de sangue é colocada sobre uma fita especial cuja leitura é feita de modo visual ou com a ajuda de um aparelho.
Glicose na urina: Uma fita especial é colocada em contato com a urina e demonstra se há ou não perda de açúcar por este líquido. Esta perda só ocorre quando o diabetes passa de 180mg/dl no sangue. Deste modo, quando o teste é positivo, significa que a taxa de açúcar está alta (superior a 180mg/dl). Seu médico deve dar-lhe orientações sobre qual é o melhor método de controle para o seu diabetes e em quais horários ele deve ser realizado. Lembre-se:
“Medir a glicemia em casa é uma das ações mais importantes para controlar o diabetes.” (Sociedade Brasileira de Endocrinologia)
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Seus medicamentos Insulina Existem vários tipos de insulina, que diferem em relação ao grau de pureza (Suína, Mista ou Humana) e em relação ao seu tempo de ação (lenta ou rápida).
Lenta ou NPH: Devem ser aplicadas 1 ou 2 vezes ao dia, conforme orientação médica. Demoram algumas horas para iniciarem sua ação, mas agem por 12 e 24 horas. Servem para impedir o aumento da glicemia durante o dia e devem ser usadas mesmo que o nível de açúcar no sangue esteja bom.
Regular: Esta insulina começa a agir logo que é aplicada e dura cerca de 3 a 4 horas no corpo. Serve para diminuir a taxa de glicemia rapidamente e deve ser usada sob orientação médica, quando o nível de açúcar no sangue estiver alto. Sempre é utilizada como dose complementar à insulina NPH ou lenta.
Hipoglicemiantes orais: São comprimidos que ajudam a aumentar a produção de insulina. Funcionam de várias maneiras e, por isso, devem ser tomados somente sob orientação médica.
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O baixo nível de açúcar no sangue (Hipoglicemia) Todo diabético que toma algum tipo de medicação para o controle de sua taxa de açúcar no sangue está sujeito a uma queda acentuada da glicemia, chamada Hipoglicemia. Isto pode ocorrer caso a pessoa não se alimente suficientemente, passe da hora da refeição, tome medicação ou mesmo pratique exercícios físicos em demasia. Os sintomas do baixo nível de açúcar no sangue são: Mal-estar geral, fraqueza, tontura, sudorese intensa, fome, tremores e por fim, sonolências e até desmaios. Caso isso ocorra, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, pois não haverá tempo suficiente para que obtenha uma orientação médica durante o episódio. A Hipoglicemia, caso não seja tratada com urgência é rapidamente fatal. Quando estes sintomas ocorrem com a pessoa acordada, ela deve ingerir alimentos com muito açúcar, como chocolates, leite condensado ou suco de frutas com 2 ou 3 colheres de sopa de açúcar. Caso a pessoa perca os sentidos e não possa ingerir os alimentos espontaneamente, mesmo que não se tenha certeza sobre o nível de glicose no sangue (alto ou baixo), o açúcar deve ser colocado em pequenas porções sob a língua, por várias vezes, para que possa ser absorvido. A pessoa deve ser levada com urgência a um hospital ou chamar um atendimento de emergência.
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Recomendações Nutricionais Nenhum diabético deve ter excesso de peso, pois quanto maior o acúmulo de gordura no corpo, mais difícil é o controle da doença. Todo diabético deve tomar café da manhã, almoçar e jantar. Deve comer uma fruta nos intervalos e tomar um copo de leite ou similar (queijos, iogurte ou mingau) às 22 horas. Procure alimentar-se a cada 3 horas, em porções pequenas, sempre mastigando bem os alimentos. Durante o almoço e jantar, os alimentos devem ser variados, havendo sempre a necessidade da utilização de verduras e legumes. Não utilize açúcar na dieta, substituindo-o por adoçantes artificiais. Dê preferência aos refrigerantes diet, light e os denominados “zero”, ao invés dos refrigerantes comuns. Leia os rótulos de todos os alimentos industrializados. Exclua os alimentos que contenham sacarose, glicose ou glucose, açúcar invertido ou dextrose. Não utilize doces, balas, chocolates e sorvetes. O uso destes alimentos na linha dietética deve ser orientado por um nutricionista ou médico. Consuma frutas e sucos naturais de frutas com moderação, lembrando que estes alimentos já são doces, por conter quantidades suficientes de açúcar natural. Aumente o consumo de alimentos ricos em fibras na maioria das refeições, como verduras, frutas e legumes, pois estes auxiliam na manutenção de uma glicemia mais baixa. Procure usar os alimentos sem bater ou triturar, para conservar uma maior quantidade de fibras. Não utilize mais de um tipo de alimento rico em amido, na mesma refeição (Ex.: arroz com macarrão, batata com arroz etc.). 11
Orientações gerais para pacientes diabéticos • Mantenha uma dieta balanceada e um peso satisfatório. Faça caminhada em terreno plano, com orientação médica, por cerca de 45 minutos diariamente. • Cuide de seus pés: use sapatos adequados ao seu número e confortáveis. Não ande descalço. Procure tratamento médico sempre que tiver frieiras entre os dedos ou micoses nas unhas. Sempre verifique as solas dos pés, mesmo que não esteja sentindo nada. Não utilize pedicures. Consulte mensalmente um podólogo. Este é um profissional especialista em pés, que cuidará de maneira correta de calos, unhas encravadas, cutículas etc. Peça ao seu médico uma indicação. • Evite cigarros e bebidas alcoólicas. • Controle a pressão arterial e o nível do colesterol. • Tenha um acompanhamento médico pelo menos a cada 4 meses. • Aprenda a aplicar corretamente a sua insulina, sempre realizando o rodízio dos locais de aplicação. • Durante o dia aplique a insulina na barriga e, durante a noite, aplique nas pernas ou braços. Lembre-se:
Você pode ter uma vida normal e saudável, evitando as complicações crônicas, mesmo estando com diabetes. Basta seguir as orientações e manter um tratamento regular, assim como o controle glicêmico.
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Como aplicar insulina com segurança e conforto? O rodízio entre os locais é indispensável para o conforto e segurança de quem faz aplicações de insulina. Com ele você irá prevenir o aparecimento de alterações ou deformidades que ocorrem no tecido subcutâneo, as chamadas lipodistrofias, que além de antiestéticas, são responsáveis por alterações dos níveis de glicemia. Locais de aplicação de insulina
Braços: Região lateral e posterior (na parte de trás do braço, na altura da axila).
Abdômen: Regiões laterais direita e esquerda, distantes três dedos do umbigo.
Coxa: Região anterior (na parte da frente e no meio da coxa, aproximadamente 5 dedos acima do joelho) e região lateral da coxa.
Nádegas: Na região superior. Obs.: Não esfregar ou massagear o local da injeção. Isto fará com que a medicação sofra uma absorção mais rápida do que o necessário. 13
Técnicas de injeção Materiais necessários: insulina, seringa, álcool e algodão. Lembre-se: lave cuidadosamente as mãos.
Verifique se a seringa é a correta.
Se usar insulina intermediária de aspecto leitoso, agite suavemente o frasco até que o líquido torne-se homogêneo. Desinfete a tampa de borracha do frasco com álcool. Introduza uma quantidade de ar na seringa, que corresponda à dose de insulina receitada pelo seu médico. Injete lentamente o ar dentro do frasco, mantendo-o verticalmente em frente aos olhos. Vire o frasco, tire um pouco mais de insulina do que o necessário. Bata a seringa suavemente com os dedos, para retirar as bolhas de ar. Injete o excesso de insulina no frasco e retire a agulha. Faça uma prega na pele na região da injeção e introduza a agulha em ângulo de 90 graus, no tecido subcutâneo. Injete a insulina lentamente. Depois pressione com o dedo no lugar da injeção e retire a agulha.
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