O Século Digital

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR Escola Superior de Gestão Mestrado Fotografia

“O SÉCULO DO DIGITAL”

Elaborado por: António Manuel Fonseca Peleja – Nº 18484

TOMAR 2013/2014


“O SÉCULO DO DIGITAL” “A AMEAÇA DA AMNÉSIA DIGITAL 1. A ERA DO ESQUECIMENTO São muitos os problemas decorrentes do avanço vertiginoso e descontrolado da tecnologia, assinalados na agenda crítica da humanidade à espera de uma solução. Dentre eles, está o risco da perda irreversível dos estoques de informações digitais, que são cada vez mais os principais registros das actividades, de toda a natureza, das sociedades modernas.”(1) Não fosse esta a era digital e eu estaria a escrever este texto numa qualquer máquina de escrever ou com recurso a lapiseira, acompanhado com o texto de suporte num livro de capa semi-rígida com o cheiro característico de todos os livros, e a história marcada de todos os manuseamentos. No entanto estou na minha secretária em frente ao portátil, com um documento PDF em janela para consulta e a poderosa enciclopédia que é a NET numa outra janela, preparada para acrescentar dados à minha pesquisa. É evidente que os riscos deste trabalho correr bem podem ser enormes, se existir uma falha de energia fico dependente da sua ligação futura para poder trabalhar, enquanto que com o processo que eu diria analógico tudo se processaria dentro da normalidade, bastando para tal a luz do dia ou uma outra fonte de luz não eléctrica, velas, candeeiro a petróleo ou outros. Também na fotografia, tanto no processo de captura como no processo de revelação, este conjunto de factores referidos anteriormente está presente, a foto analógica depende dela própria enquanto a digital depende sempre de terceiros, sendo a energia eléctrica um factor de peso em todo o processo, não obstante existirem outros. Já no campo da Conservação este assunto merece a mais profunda investigação e debate para não acontecer, a exemplo de outros factos ocorridos, a perda total de registos ficando assim um enorme vazio histórico / documental. A conservação e preservação das colecções analógicas, além de ser um processo que requer grande rigor, tinha alguns sinais de perigo espalhados pelo processo e que nos alertavam para o que devíamos fazer no passo seguinte para que o processo de deterioração não evoluísse. Nesta era digital esses sinais de perigo não existem e de um momento para o outro um ficheiro pode, única e simplesmente, deixar de ser lido, logo proporcionando a perda total de toda a sua informação. A era digital tem as suas vantagens em relação à analógica, desde logo a possibilidade de reprodução em gerações infinitas, um menor espaço de armazenamento, e outros, no entanto há que ter em atenção a sua vulnerabilidade e criar sistemas de backup eficientes que reponham e copiem mais do que uma vez os registos e os distribuam por diversos servidores de modo a poder sempre existir um local onde essa informação esteja presente. Caso dramático seria um dia não dispormos de fontes de energia que façam trabalhar esses potentes mecanismos, isso sim seria um erro irremediável para a humanidade.

(1)

Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST - M986 Conservação de Acervos /Museu de Astronomia e Ciências Afins-Organização de: Marcus Granato, Cláudia Penha dos Santos eCláudia Regina Alves da Rocha. — Rio de Janeiro : MAST, 2007. Pág. 184(MAST Colloquia; Vol. 9)


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