Jornal gostodeler

Page 1

EDIÇÃO ESPECIAL FEIRA DO LIVRO DE LISBOA 2018

AUTORES QUE VENDEM

NOVO LIVRO DE JOEL DICKER :

Dia 13 de Junho, Afonso Cruz, Isabel Lucas e João Tordo estarão do lado de lá, a vender livros.

O DESAPARECIMENTO DE STEPHANIE MAILER é um thriller literário tão, ou ainda mais, viciante quanto A VERDADE SOBRE O CASO HARRY QUEBERT

ENTREVISTA JOÃO TORDO O autor responde a algumas questões sobre o seu novo romance

Saiba mais sobre o novo romance na pág. 5

ENSINA-ME A VOAR SOBRE OS TELHADOS. Pág. 3

ONDE ESTAMOS? JALAN JALAN

Leia um excerto de um livro que reúne muitos livros num só: relatos de viagens, arte, filosofia, ética e até cosmologia. Uma obra que abrange o universo particular de Afonso Cruz. Pág. 2

LIVROS NO FEMININO Descubra as vozes que estão a dar que falar sobre o que é ser mulher hoje. Pág. 12

Para encontrar os seus autores favoritos, procure-nos nos pavilhões da Penguin Random House: B29 a B37.

Registe-se no nosso site gostodeler.pt e receba um vale de 5€ para comprar livros nos pavilhões da Penguin Random House, durante a Feira do Livro*. *Válido para compras superiores a 30€, excepto em livros com data de publicação posterior a Novembro de 2016, livros do dia, livros em promoção e no período da hora H.


2 UMA HISTÓRIA DE JALAN JALAN «(...) Comuniquei, então, ao futuro noivo, que o Senhor Deus gostaria de ouvir também as suas preces, que só as orações das freiras não chegavam. — Isso não é problema nenhum. Vou muitas vezes rezar a igrejas — disse-me ele. Perguntei-lhe se não era hindu. — Sou, mas rezo em qualquer templo. Deus está em todo o lado. Às vezes vou a pagodes, às vezes a mesquitas, outras a igrejas. Fui ter com as freiras, satisfeito com a resposta. Tudo parecia resolvido, agora era só rezar e esperar a intervenção dos Céus. O jovem casal estava esperançado. — Não chega que reze — disse a mais velha das irmãs —, tem de se converter. As outras freiras, no entanto, estavam contentes com o acordo: elas rezariam por um lado, ele por outro; far-se-iam ouvir. A excitação tomou conta delas, falavam ao mesmo tempo, sobrepunham as vozes, riam e acenavam para os futuros marido e mulher. A irmã mais renitente reconsiderou a sua posição, sem deixar de insistir: — Nós vamos rezar por eles, para que se casem. Mas diga-lhe que tem de se converter. É melhor. O funcionário hindu agradeceu quando lhe dei a notícia. Os trâmites necessários para que o Eterno tomasse esse casamento em consideração haviam sido tratados. Os outros, os da alfândega, também estavam resolvidos, por isso despedimo-nos do casal de indianos. Estava toda a gente feliz, tudo cheio de sorrisos. De uma das janelas do aeroporto, vimos chegar o avião que levaria as freiras a São Paulo. A irmã mais velha reparou no nome da aeronave: Nossa Senhora Aparecida. — Eu não vos disse? A mãe de Deus está sempre a velar por nós, tem estado sempre connosco desde o início da viagem. Até nos enviou um anjo — referia-se a mim e agarrava-me pelo braço — para nos ajudar. Da mala, tirou uma medalhinha de Nossa Senhora: — Foi benzida pelo Papa — esclareceu a freira enquanto ma oferecia.»

Relatos de viagens, arte, filosofia, ética e até cosmologia são temas que podem ser lidos em JALAN JALAN

O QUE É A AMÉRICA? Uma viagem ao sonho americano, neste momento, só é possível através da literatura? O sonho é uma ideia. E, no caso, uma ideia que faz parte da fundação dos Estados Unidos da América enquanto país. Pode-se tentar entender esse sonho através da literatura ou de qualquer arte, seja a música, o cinema, a fotografia. Ou partir em viagem com toda a bagagem de referências. Vale a curiosidade, a abertura e a vontade. Nestas viagens, houve alguma descoberta literária que tenha sido uma boa surpresa? Foram muitas as descobertas. Mas houve um nome que não conhecia: Claudia Rankine, uma mulher, ne-

Paulo Alexandrino

ISABEL LUCAS RESPONDE A 4 QUESTÕES gra, que cruza muitas artes – poesia, ficção, fotografia – e ajuda a contar e a acrescentar mais qualquer coisa a essa ideia do que são os Estados Unidos e ser norte-americano. Uma pluralidade imensa de significado e de indivíduos. A literatura norte-ame-ricana, dado o tempo recente dos Estados Unidos, quando comparada com a europeia, ainda está na primária ou já se formou? A literatura norte-americana é muito recente, como a América, mas amadureceu muito depressa porque é feita de todas as literaturas do mundo e da experiência de viver num território que marca bastante. Esse ama-

durecimento também teve a ver com outro dado: a literatura ajudou a criar e a fixar uma identidade. Quais os autores que é obrigatório ler hoje para se conhecer os Estados Unidos? Não gosto de falar em obrigação e, na literatura, a obrigação pode matar a curiosidade, que é o que comanda a leitura. Há autores do cânone e autores recentes. Herman Melville, Walt Whitman, Saul Bellow, Philip Roth, Eudora Welty, Cormac MacCarthy, Don DeLillo, e os novos, que trazem a experiência de outras culturas à americana, casos de Edwigde Danticat, Teju Cole, Jhumpa Lahiri, Rachel Cusk e Ben Lerner.

Paulo Sousa Coelho

Pai-Nosso para casamento hindu


3

Gonçalo F. Santos

JOÃO TORDO ENTREVISTA SOBRE O SEU NOVO ROMANCE

A história de ENSINA-ME A VOAR SOBRE OS TELHADOS surgiu de um conto escrito para uma agência imobiliária e que é o capítulo 10. Como é que este se transformou num livro? Comecei pelo capítulo 10, de facto, um conto escrito a pedido, cujo tema é o enamoramento de uma empregada doméstica da Moldávia, chamada Ludmila, pelo embaixador do Japão em Lisboa sem nunca se encontrarem – conseguido através de pequenos gestos e ofertas, deixadas pelo embaixador, que nunca está presente –, e, mais tarde, construí o livro a partir daí. Não gosto tanto de trabalhar em "temáticas"; gosto de sentir as personagens, ir descobrindo quem são, e é a partir delas (das suas feridas, da sua escassez) que vou tecendo o resto do livro. Porquê este conto estar ligado ao Japão e não a um outro país? Sempre me intrigou o Oriente, sobretudo o Japão. Noutros romances escrevi sobre outros lugares – Londres, Montreal, Nova Iorque, Portugal, as geografias dos meus livros foram sempre variadas –, mas o Japão é especial pela sua cultura milenar, a sua estrutura social fortemente hierárquica, o tema da desonra, da submissão e da vergonha sempre presentes. A capitulação japonesa durante a II Guerra Mundial é um bom exemplo disto, a primeira vez que os japoneses ouviram a voz de Hirohito. O que fiz, no caso deste ro-

mance, foi construir a história de uma família - os Tsukuda - que também é uma história de castigos e crueldade, em que um adolescente de dezassete anos, Katsuro, é exilado pelo próprio pai para dois ilhéus (inspirados pelos ilhéus das cabras, nos Açores) para morrer de fome, de sede e de solidão, como retribuição pela desonra que fez recair sobre a família. De onde surgiu a inspiração para escrever o capítulo 6, Manual de instruções para levitar…? Foi uma tentativa de fazer uma História das levitações. A característica (ou o atavismo) dos Tsukuda, que atravessa gerações, é a capacidade de levitar, desconhecida do protagonista na parte japonesa do livro. Mas, com essa ideia, fui investigar durante muito tempo os relatos de levitações ao longo da história humana, e incluo-as nesse pequeno manual: que santos levitavam, por exemplo? Santa Teresa de Ávila, São José de Cupertino, etc. De maneira que resolvi inventar um manual de levitação, escrito no princípio do século XX, para o leitor que queira aprender essa arte. Este romance quebra com os temas da trilogia, como o luto, o sofrimento, a perda, ou há uma espécie de continuidade, sobretudo na personagem do narrador e do Henrique? Acho que continua esses temas, mas toca noutros, como a solidão humana e o que herdamos dos nossos antepassa-

O Japão é especial pela sua cultura milenar, a sua estrutura social fortemente hierárquica, o tema da desonra, da submissão e da vergonha sempre presentes dos. Na forma de uma parábola, ou uma espécie de jogo entre dois tempos: o Japão do princípio do século XX, e Portugal já neste nosso século As histórias parecem completamente diferentes, mas começam a unir-se no presente. Por um lado, o narrador, um funcionário do Liceu Camões a quem é entregue a onerosa tarefa de lidar com um grupo de professores deprimidos após o suicídio de um colega e que tem um filho surdo com o qual tenta reencontrar-se emocionalmente; por outro, uma família japonesa - os Tsukuda - em que tudo é crueldade, aniquilação. O descendente desta família acaba em Lisboa, onde vai encontrar o narrador. É uma história de compaixão e de maldade, de crença e de atrocidade. E de reconciliação. Como se salta de um tempo para outro, de um

local para outro, de uma voz na primeira pessoa para a terceira? Escreve-se de seguida ou consegue-se alternar facilmente? Fui alternando os capítulos, que foi a forma mais difícil de escrever o livro, narrativamente, mas a menos cansativa, porque ia sempre mudando de perspectiva, entre a primeira e a terceira pessoa e tempos e lugares diferentes. Após um capítulo português, sabia-me bem escrever um capítulo japonês, e vice-versa. As vozes são muito, muito distintas, e isso foi a coisa mais difícil de conseguir - manter essa consistência. A fragilidade humana está muito presente nos seus romances, sobretudo na trilogia, e neste último. É uma questão importante? Acho que essa é a única questão humana, ou não? É como no filme de Bergman de que uma personagem fala no livro, o Luz de Inverno, em que um padre perde a fé numa pequena aldeia sueca e é o seu sacristão, um homem deformado e silencioso, que lhe explica o verdadeiro sofrimento de Cristo – a sua fragilidade não é a da transcendência, é a fragilidade humana de se sentir tão só, abandonado não apenas pelo pai, mas por Pedro, por Simão, por Judas, pelos discípulos, pela Humanidade. Às vezes, sentimo-nos assim, e a literatura pode ser um enorme consolo. Para quando novos romances? Para muito breve....

EDITORIAL Clara Capitão Directora-geral A Feira do Livro de Lisboa é um ponto alto no ano de qualquer editor. Porque se vende muito? Não só mas também. Porque o lugar é bonito e faz bom tempo? Não só mas também. Porque podemos pôr em dia os mexericos? Não só mas também. Para um editor, participar na Feira do Livro é tão bom que justificar essa alegria é, inevitavelmente, fazer uma lista de clichés. De facto, vendem-se muitos livros na Feira do Livro. Embora, feitas as contas no final, o balancete entre custos e proveitos nem sempre penda para o melhor lado. De facto, o tempo, por regra, ajuda. Embora, para preencher as conversas, nos queixemos ora do calor excessivo ora do vento que enregela. De facto, o lugar é aprazível, cheira a Primavera e há lugares de sobra para satisfazer outros prazeres que não os da leitura. Embora gostemos de nos queixar que hoje em dia as pessoas vão à Feira para passear e não para ver livros. (E que mal há nisso?) Mas o que é verdadeiramente especial na Feira (preparem-se para o maior e mais belo dos clichés) é ser um ponto de encontro. De autores com leitores, de editores com editores, de editores com leitores, de leitores com leitores, de autores com editores, de autores com autores. (E de todos com as farturas e a ginja em copo de chocolate). Para um editor, a Feira do Livro é como o Natal para uma criança (mais um cliché, como não?). Passamos meses a ansiar por ela, a prepará-la. E quando, finalmente, chega já acabou. Mas antes tivemos o contentamento de ver muitos e muitos leitores deixarem-se conquistar pelos nossos livros, declararem amor eterno aos nossos autores. Num tempo em que, inevitavelmente, se brada que é difícil editar e vender livros, promover a leitura e criar leitores, a Feira do Livro de Lisboa é o momento em que, a cada ano, como editores, reaprendemos o optimismo, compreendemos o porquê e renovamos os votos de que para o ano lá estaremos. É porque existe a Feira do Livro de Lisboa que é bom ser editor? Não só mas também.


4 ALEXANDRA LUCAS COELHO A NOSSA ALEGRIA CHEGOU é o título do novo romance da escritora, o seu primeiro inédito na Companhia das Letras. Chega às livrarias em Setembro.

MEIO HOMEM METADE BALEIA

NA IMPRENSA

É este o título do primeiro romance de José Gardeazabal e que marca também a sua entrada no catálogo da Companhia das Letras. Depois dos textos de teatro e poesia, José Gardeazabal escreve uma distopia que faz todo o sentido nos dias de hoje. Sobre este livro, Miguel Real escreveu no Jornal de Letras: “Uma espécie de romance/

/ensaio no qual a vertente do ensaio é muito superior em quantidade à da ficção, ou de como o ensaio se torna ficção e a ficção ensaio, gerando um género híbrido, inclassificável à luz da teoria clássica da literatura.” No suplemento Ípsilon, do jornal Público, leu-se “(…) MEIO HOMEM METADE BALEIA trata da relação do homem com o tempo en-

quanto indaga sobre o significado de lugar, de país, de casa, de fronteira, de nacionalidade. (…) A ironia em José Gardeazabal não é subtil, antes evidente, exagerada, declarada como recurso feroz, de procura de sentidos, com vontade de baralhar e de em extremo ser capaz de alterar fronteiras entre utopia e distopia”.

NOVIDADES NA COMPANHIA DAS LETRAS 2018 É ANO DE NOVOS AUTORES NA COMPANHIA Depois da publicação do romance MEIO HOMEM METADE BALEIA, de José Gardeazabal, em Janeiro, temos o prazer de anunciar novos autores na Companhia das Letras. Miguel Araújo, músico e compositor, é um dos novos autores a juntar-se à chancela de autores portugueses da Penguin Random House,

num livro que reúne textos já publicados e alguns inéditos. A edição está prevista para o Verão. O Outono será forte em novidades. Pela primeira vez com a chancela Companhia das Letras, chegarão às livrarias obras novas de Pedro Vieira e Djaimilia Pereira de Almeida. LUANDA LISBOA PARAÍSO é o título do novo romance de Djaimilia, que se estreou na literatura com Esse cabelo. Este novo romance tem como protagonistas Cartola e Aquiles, pai e filho. Já o novo romance de Pedro Vieira apresenta um registo muito diferente do apresentado nos romances anteriores.

SESSÕES DE AUTÓGRAFOS E EVENTOS PENGUIN RANDOM HOUSE PAPINHAS DA XICA ESPAÇO SHOWCOOKING 26 DE MAIO, SÁBADO / 11H-11H50

PERFORMANCE SILÊNCIO AUDITÓRIO APEL 27 DE MAIO, DOMINGO / 19H-19H40

JOSÉ GARDEAZABAL 2 DE JUNHO, SÁBADO / 17H-18H 9 DE JUNHO, SÁBADO / 18H-19H

LANÇAMENTO COMO DESENHAR O CORPO HUMANO 10 DE JUNHO, DOMINGO / 16H-17H

ANABELA TEIXEIRA 26 DE MAIO, SÁBADO / 16H-17H

HELENA MENDES DA MAIA 27 DE MAIO, DOMINGO/ 16H-17H

DAVID MACHADO 3 DE JUNHO, DOMINGO / 16H-18H

AFONSO CRUZ 10 DE JUNHO, DOMINGO / 17H-19H

ALEXANDRA LUCAS COELHO 26 DE MAIO, SÁBADO / 17H-18H

PAULO MOURA 27 DE MAIO, DOMINGO / 16H-17H

POSSIDÓNIO CACHAPA 27 DE MAIO, DOMINGO / 17H-18H

HELENA SACADURA CABRAL 27 DE MAIO, DOMINGO/ 18H-19H30 10 DE JUNHO, DOMINGO / 16H30-18H

JOÃO TORDO 3 DE JUNHO, DOMINGO / 16H-18H 9 DE JUNHO, SÁBADO / 16H-17H

ISABEL LUCAS 9 DE JUNHO, SÁBADO / 17H-18H 10 DE JUNHO, DOMINGO / 17H-19H

AULA DE YOGA JEAN PIERRE DE OLIVEIRA 10 DE JUNHO, DOMINGO / 11H-12H

AUTORES VENDEM NA FEIRA 13 DE JUNHO, QUARTA-FEIRA / 17H


5

PALAVRA DE EDITOR Por Clara Capitão Ser editor é descobrir coisas novas todos os dias. Se a constelação de circunstâncias ajudar, ser editor é ter a possibilidade de nos apaixonarmos repetidamente, por um e outro livro. E depois, porque é essa a nossa missão, ser editor é tentar transmitir aos leitores pelo menos uma parcela da paixão que sentimos por esses livros, passar a outros uma fagu-

"Uma das minhas paixões este ano é, sem sombra de dúvida, TU NÃO ÉS COMO AS OUTRAS MÃES" lha da chama inicial que nos levou a escolher esses entre milhares de outros. Um romance que é muito mais do que ficção. Um livro de memórias que não é só o retrato de uma família mas o retrato de um país inteiro. Neste livro que é mais que um livro, Angelika Schro-

bsdorff leva-nos para a Berlim dos anos 20 para nos contar a história da mãe, uma mulher vanguardista, extravagante, apaixonada. Uma mulher que viveu a vida intensamente, amando na mesma proporção. Uma mãe que amou e protegeu os seus filhos, mas que não era mesmo nada como as outras mães. Tudo era vibração e chama, até que o pesadelo do Holocausto a forçou a procurar o exílio e a abrir um novo capítulo de vida. Convido-o a conhecer este clássico esquecido da literatura europeia, uma vida maior que a vida, um pedaço de História inesquecível. Acredite em mim, querido leitor, quando lhe digo que nunca leu nada como isto.

NAS LIVRARIAS A 3 DE JULHO

SEJA O PRIMEIRO A LER. VENHA AO NOSSO STAND E RECOLHA UM BOOKLET COM UM EXCERTO.

SOBRE O LIVRO Na noite de 30 de Julho de 1994, a pacata vila de Orphea, na costa leste dos Estados Unidos, assiste ao grande espectáculo de abertura do festival de teatro. Mas o presidente da Câmara está atrasado para a cerimónia… Ao mesmo tempo, Samuel Paladin percorre as ruas desertas da vila à procura da mulher. Só pára quando encontra o seu cadáver em frente à casa do

presidente da Câmara. Lá dentro, toda a família está morta. A investigação é entregue a Jesse Rosenberg e Derek Scott, dois jovens polícias do Estado de Nova Iorque. Ambiciosos e tenazes, conseguem cercar o assassino e são condecorados por isso. Vinte anos mais tarde, na cerimónia de despedida de Rosenberg da Polícia, a jornalista Stephanie Mailer confronta-o com o inesperado: o assassino não é quem eles pensam, e a jornalista reclama ter informações-chave para encontrar o verdadeiro culpado. Dias depois, Stephanie desaparece. Assim começa este thriller colossal, de ritmo vertiginoso, entrelaçando tramas, personagens, surpresas e volte-faces, sacudindo o leitor e empurrando-o sem travão possível até ao inesperado e inesquecível desenlace. O que aconteceu a Stephanie Mailer? E, sobretudo, o que aconteceu realmente no Verão de 1994?


6

JONATHAN SAFRAN FOER AQUI ESTOU - EXCERTO Jacob nunca sabia como responder à pergunta: «É religioso?» Nunca tinha não pertencido a uma sinagoga, nunca tinha não feito algum gesto para cumprir a kashrut, nunca tinha não partido do princípio - mesmo nos momentos de maior frustração com Israel, com o pai, com os judeus americanos, com Deus ou com a ausência de Deus - de que iria criar os filhos com algum grau de literacia e prática judaicas. Mas as duplas negativas nunca foram sustento de qualquer religião. Ou, como viria a dizer o irmão de Sam, Max, no seu discurso de bar mitzvá três anos mais tarde: «Só nos é dado guardar o que recusamos deixar.» E, por muito que Jacob desejasse a continuidade (da história, da cultura, do pensamento e dos valores), por muito que quisesse acreditar na existência de um significado mais profundo ao alcance não só de si como dos seus filhos e dos filhos deles – a luz brilhava-lhe por entre os dedos. Quando tinham começado a namorar, Jacob e Julia falavam muitas vezes de uma «religião a dois». Teria sido embaraçoso, se não tivesse sido enaltecedor. O seu sabat: todas as sextas-feiras à noite, Jacob lia uma carta que escrevera a Julia ao longo da semana, e ela recitava um poema de cor; e, à luz de velas, com o telemóvel desligado, os relógios escondidos

A intimidade extrema dos dedos no cabelo, o amor que não era secreto mas tinha de ser sussurrado

debaixo da almofada do cadeirão de veludo encarnado, comiam lentamente o jantar que tinham lentamente cozinhado juntos; e punham um banho a correr e faziam amor enquanto o nível da água subia. Passeios ao pôr-do-sol às quartas-feiras: o caminho tornara-se ritualizado, involuntariamente, percorrido uma e outra vez, semana após semana, até o passeio ter o caminho deles impresso - imperceptivelmente, mas presente. No Rosh Hashaná, em vez de irem ao serviço religioso, faziam o ritual de taschlich: atiravam migalhas de pão, simbólicas dos arrependimentos do ano que terminava, ao rio Potomac. Algumas afundavam-se, outras eram levadas pela corrente até outras margens, outras ainda eram apanhadas pelas gaivotas para alimentar as suas crias ainda cegas. Todas as manhãs, ao acordar, Jacob beijava Julia entre as pernas - não no sentido sexual (o ritual prescrevia que o beijo nunca levasse a nada), mas no sentido religioso. Em viagem, começaram a coleccionar objectos cujo interior parecia ser maior do que o exterior: o oceano contido numa concha, uma fita de máquina de escrever usada, o mundo num espelho fumado. Tudo parecia encaminhar-se para o ritual – Jacob a ir buscar Julia ao emprego às quintas-feiras, o café que bebiam juntos de manhã em silêncio, Julia a substituir os marcadores de livros de Jacob por pequenos recados – até que, como um universo que se expande até ao limite e depois se contrai até ao seu início, tudo se começou a desfazer. Algumas noites de sexta-feira eram demasiado tarde, algumas quartas-feiras de manhã eram demasiado cedo. Depois de uma conversa mais difícil, não havia beijo entre as pernas e, se não nos sentirmos generosos, quantas coisas podemos realmente considerar maiores por dentro que por fora? (O ressentimento não se pode pôr na prateleira.) Agarravam-se

ao que podiam e tentavam não reconhecer quão seculares se tinham tornado. Mas, de vez em quando, normalmente num momento daquela atitude defensiva que, apesar dos apelos dos melhores anjos, simplesmente não resiste a tomar a forma de culpa, um deles afirmava: «Tenho saudades dos nossos sabats.» O nascimento de Sam pare-

de a gravidade exercer o seu efeito compressor. Atiravam resoluções para a fogueira no dia 31 de Dezembro. Levavam o Argus a passear em família todas as terças-feiras, depois de jantar, e liam os boletins da escola a caminho da Vace, para beber aranciatas e limonatas italianas, de outro modo proibidas. Os miúdos eram aconchegados

cera uma segunda oportunidade, bem como o de Max e o de Benjy. Uma religião a três, a quatro, a cinco. Marcavam ritualmente as alturas dos filhos na soleira da porta no primeiro dia de cada ano - secular e judaico - sempre no início da manhã, antes

numa determinada ordem, de acordo com certos protocolos complexos, e, quando qualquer um deles fazia anos, dormiam todos na mesma cama. Respeitavam muitas vezes o sabat – tanto como testemunho embaraçado de uma religião como a devoção religiosa

– com o challá da Whole Foods, sumo de uva Kedem e velas de cera de abelhas em vias de extinção em candelabros de prata de antepassados extintos. Depois das bênçãos, e antes de comer, Jacob e Julia iam ter com cada um dos filhos e, segurando-lhes a cabeça nos braços, sussurravam-lhes ao ouvido algo que eles tinham feito essa semana e de que os pais se orgulhavam. A intimidade extrema dos dedos no cabelo, o amor que não era secreto mas tinha de ser sussurrado, fazia estremecer os filamentos das lâmpadas de intensidade reduzida. Depois do jantar, cumpriam um ritual cuja origem nenhum deles recordava e cujo sentido não punham em questão. Fechavam os olhos e caminhavam pela casa. Podiam falar, fazer disparates ou rir-se, mas a sua cegueira acabava sempre por se tornar silenciosa. Com o passar do tempo, desenvolveram uma tolerância para com o silêncio e a escuridão, e o ritual podia durar dez minutos, depois vinte. Reencontravam-se à mesa da cozinha e abriam os olhos juntos. Cada vez que isso acontecia, era revelador. Eram duas as revelações: a estranheza de um lar em que as crianças tinham vivido toda a vida e a estranheza da visão.


7

SAGA SEBASTIAN BERGMAN

1. Como e quando surgiu a ideia desta série? Como tudo começou? Começou por ser uma série de TV. Eu e Hans escrevemos e produzimos séries de TV há muito tempo e começámos a desenvolver Sebastian Bergman como uma série de TV original. Quando a SVT (SWEDISH BROADCASTER) recusou o projecto, decidimos que gostávamos muito do personagem e decidimos transformá-lo numa série de livros. 2. Os dois vêm do mundo da televisão. Como é que isso influenciou a vossa escrita? Bastante. Trabalhámos em tramas e personagens du­ rante muito tempo antes de começarmos a escrever. Gostamos do elemento mul­ titrama e de longas linhas de personagens e tendemos a gostar de reviravoltas. 3. Quais são as vossas

principais influências literárias, e não só? Para o Hans, muitos comics e outras séries de televisão. Para o Michael, o Raymond Chandler. Ambos vemos muitos thrillers e séries policiais nas plataformas SVOD – obrigado, Netflix. 4. Como definem a vossa escrita? Revêm-se no conceito de procedimento policial? Quem é a vossa personagem favorita da série? Gostamos de todas as nossas personagens, entendemos melhor algumas do que outras, mas se temos de escolher a favorita, é o Se­bastian Bergman. Nós vemo-nos como contadores de histórias e o nosso objetivo é contar boas histórias, que sejam empolgantes e difíceis de parar de ler. Mas, para sermos honestos, não investimos demasiado tempo a pesquisar procedimentos policiais.

OFERTA DE UM SACO NA COMPRA DE DOIS LIVROS DA SUMA DE LETRAS

Planeamos escrever mais dois ou três livros e temos grandes planos para Sebastian 5. Alguns críticos atribuem o sucesso dos thrillers escandinavos a um estilo distintivo e atraente, “realista, simples e preciso... e despojado de palavras desnecessárias”. Partilham esta opinião? Aprendi a nunca discutir com um crítico, por isso é

claro que concordo, mas também gostaria de destacar a grande quantidade de heróis complexos no noir escandinavo. Acredito que as nossas personagens principais tendem a ser mais complexas e sombrias do que o clássico herói da tradição anglo-saxónica. 6. Como trabalham em equipa? Dividem as diferentes histórias e personagens? Em cada livro foi diferente. Começámos o primeiro livro a dividir capítulo por capítulo. Depois evoluímos e cada um de nós ocupava-se de diferentes personagens. Mais tarde, cada um tratava de diferentes tramas. Tentamos evoluir em todos os livros, aprender e refinar o processo. 7. Como explicam o sucesso da personagem Sebastian Bergman? Tem a ver com a sua personalidade, o seu

comportamento ou… Provavelmente, uma série de razões, mas achamos que há algo especial com uma personagem que muitos amam odiar. Ele é chato, mas faz o trabalho. 8. Quais são os planos para Sebastian Bergman? Estão a escrever um novo livro? O que podem revelar neste momento? Sim, já estamos a trabalhar no próximo livro, que sairá ainda este ano. Planeamos escrever mais dois ou três livros e temos grandes planos para Sebastian. 9. Finalmente, que conselho dariam a aspirantes a escritores de thrillers que possam estar a ler esta entrevista? Não desistam. É uma habilidade, continuem a praticar. A inspiração é óptima, mas, no final, é uma questão de muitas horas de trabalho.

Quando lemos um livro… Procuramos histórias emocionantes Lugares que não conhecemos Mundos imaginados Coisas que não sabemos Histórias para adormecer ou acordar Histórias de acção e de sonho. Encontre os seus livros em

gostodeler.pt


8 A CATEDRAL DO MAR, DE ILDEFONSO FALCONES, ESTREIA EM 2019 NA NETFLIX

ASSINALAR OS 100 ANOS DO NASCIMENTO DE NELSON MANDELA

AMANDO PABLO, ODIANDO ESCOBAR

Século XIV. A cidade de Barcelona encontra-se no auge da prosperidade; cresceu até ao humilde bairro dos pescadores, cujos habitantes decidem construir, com o dinheiro de uns e o esforço de outros, o maior templo mariano conhecido: Santa Maria do Mar. Uma construção paralela à desditosa história de Arnau, um servo da terra que foge dos abusos do seu senhor feudal e que se refugia em Barcelona. Um romance absorvente mas também uma fascinante e ambiciosa recriação das luzes e sombras do mundo feudal.

MELBA ESCOBAR CRESCER NA TERRA DOS NARCOS: TORNAR-SE MULHER NA COLÔMBIA DE ESCOBAR. O meu apelido é Escobar e sou colombiana. Antes da viajem à Europa, nunca tinha pensado neste facto como algo significativo. Era simplesmente o meu apelido e a minha nacionalidade. Durante as décadas de 80 e 90, como a maioria das pessoas

que moravam na Colômbia urbana, via a guerra, todas as noites, na televisão. A guerra era transmitida nos noticiários: o nome de um novo sequestrado, um ministro ou um candidato à presidência assassinado, um grupo de pessoas em fuga, e às vezes contabilizava-se o número de mortos durante um combate. Depois de meses a saltitar entre cidades europeias, a passear por parques públicos aparentemente intermináveis, a andar em segurança sem olhar constantemente para trás, esquecendo o stress do trânsito, o stress dos transeuntes e o stress de ser assaltada, voltei para casa. Eu já tinha, na altura, 15 anos, e muitas das minhas amigas estavam a chegar a essa importante idade. Na Colômbia,

Este livro que nos conta a incrível história de amor entre o narcotraficante mais procurado do mundo e a estrela mais famosa da Colômbia passa agora para o cinema. Com estreia nos cinemas portugueses a 12 de julho, e protagonizado pelo casal Javier Bardem e Penélope Cruz, marca um regresso ao cinema mainstream do Fernando Leon de Aranoa, o premiado realizador espanhol. Não deixe de ler o livro primeiro!

Como é ser mulher num mundo de homens? Para lidar efectivamente com esta questão, precisaremos de muitos mais livros no futuro

Através dos seus livros celebramos, de alguma forma, uma forma de estar na vida. Este livro organizado pela Fundação Nelson Mandela, é o último autorizado pelo próprio. Através de uma selecção de imagens inéditas e citações relevantes, revela a vida de Madiba, sobressaindo desse retrato a humanidade, a modéstia e a determinação daquele que foi seguramente um dos homens mais inspiradores e amados da nossa era.


9 10 MOTIVOS PELOS QUAIS DEVE LER A MULHER ENTRE NÓS • Porque é que este livro tem de entrar já na sua lista de leituras? Porque vai adorar. Existe motivo mais importante para ler um livro? • Porque vai ficar a fazer parte do fenómeno internacional? A MULHER ENTRE NÓS está a fazer um enorme sucesso no mundo inteiro. Desde que foi lançado tem estado sempre na lista de mais vendidos do The New York Times. O mundo inteiro só fala neste livro. Vai querer ficar de fora? • Porque vai surpreender-se! São muitos os livros que prometem uma reviravolta inimaginável, mas, em vez disso, têm um desfecho previsível e às vezes até abaixo das expectativas. Neste caso, garantimos que vai ficar de queixo caído! • Porque vai repensar o conceito de relação saudáa tradição diz que aos 15 anos uma rapariga “torna-se mulher. Este evento de “maioridade” é uma das primeiras situações na Colômbia em que a classe social se manifesta claramente. Num modelo arcaico da cultura ocidental, as mulheres são ensinadas para que gostem delas, para serem escolhidas, protegidas e amadas. A passividade desse papel ainda me parece um exemplo claro de uma sociedade sexista. Por que não podemos ser nós a escolher, proteger, gostar ou amar? Por que devemos esperar que ascoisas nos aconteçam em vez de as fazermos acontecer? Tive um namorado durante quase um ano. Fui eu que o escolhi. Levei-o ao cinema, dei-lhe flores, beijei-o antes que ele o fizesse, visitei-o na sua casa e decidi quando era

vel. (Sem mais comentários para não sermos spoilers!) • E até onde vai, e o que é capaz de fazer, uma pessoa obsessiva? (Continuamos sem comentários...) • Vai pôr em causa as suas próprias certezas e os seus preconceitos. • E até a sua própria saúde mental. • Mas, no final, não só recuperará a sanidade mental como vai ainda sentir-se brilhante e mais esperta do que a maioria das pessoas que a rodeiam. • Porque vai poder recomendar este livro aos seus amigos/as e eles vão agradecer-lhe por isso. • E, por fim, vai ter assunto de sobra com quem já o leu! Existe alguma coisa melhor do que falarmos sobre o último livro que lemos e adorámos?

OPINIÕES DOS BLOGGERS BONECA DE TRAPOS

«BONECA DE TRAPOS é, decididamente, atravessado por alguns ecos de Seven, o filme realizado por David Fincher, tanto nas múltiplas referências à cultura pop como, também, por levantar e desafiar questões como a justiça, a moral ou a ética, plantando-se na ténue fronteira entre o certo e o errado, o bem e o mal. BONECA DE TRAPOS é um thriller intenso que tem drama para dar e vender, e que serve de bandeja – e com muita vertigem – uma moral que o cinema e a literatura policial nos andam a vender há décadas: “Não há pessoas boas”. Há só aquelas que ainda não foram suficientemente pressionadas e aquelas que foram.» Pedro Miguel Silva, DeusMeLivro «O ritmo é acelerado. A cada página que folheava, mais curiosa estava para deslindar este sórdido caso. Devo ainda destacar as várias tiradas humorísticas do autor, que aligeiram a tensão proveniente do caso policial.» Vera Brandão, A Menina dos Policiais «BONECA DE TRAPOS é uma narrativa que explora uma série de distúrbios psicológicos e vários caminhos de violência que uma pessoa é capaz de traçar só por desejo, vingança ou despeito. É perturbadora a capacidade do ser humano de infligir sofrimento a outros. A impotência de quem toma conhecimento ou assiste a esse mesmo sofrimento acaba por ser paradoxal, pois é também a força motriz que promove o combate e o fazer alguma coisa que mude esse paradigma. Com uma escrita forte, por vezes violenta e descritiva ao pormenor, Daniel Cole tem a capacidade de prender o leitor e de o colocar em velocidade de cruzeiro na leitura. Sem dúvida que o género policial/thriller chegou a Portugal para ficar e durar e BONECA DE TRAPOS encaixa-se na categoria dos que proporcionam uma boa leitura.» Sofia Teixeira, Blog Bran Morrighan

o momento certo para fazermos amor. Contos de fadas não funcionavam para mim, nem uma cultura de obediência das mulheres. Nunca pensei, nem por um minuto, que era eu o homem da nossa relação. Estava apenas a ser eu própria. Mas, depois daquele domingo à noite, quando perdi a virgindade, ele foi para a escola e disse a todos que havia cumprido o seu objectivo depois de nove meses de namoro, porque tinha feito de mim uma mulher. O meu “namorado” nunca mais falou comigo. Esse foi o fim de uma história triste, mas qual é o meu papel num país onde, a cada hora, três mulheres fazem queixa de abuso sexual? E, estima-se, representam apenas 20% das vítimas reais. Em 2017, a Colômbia contava 567 vítimas

de femicídio, ainda que existisse o acordo de paz, assinado em Junho desse ano entre o governo e as FARC. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Embora Pablo Escobar esteja morto e se tenham assinado acordos de paz, lidamos com uma história de guerra e chauvinismo que está presente no nosso dia-a-dia. A forma de encontrar um lugar para mim – e espero que para muitas outras mulheres – foi escrever a nossa versão da história. Como é ser mulher num mundo de homens? O que não foi dito do nosso lado da história? Para lidar efectivamente com esta questão, precisaremos de muitos mais livros no futuro. Por: Melba Escobar Artigo publicado no The Debrief

UM ROMANCE COMOVENTE SOBRE O PODER IMPERECÍVEL DO PRIMEIRO AMOR, COM UM FINAL INESQUECÍVEL. «Uma história irresistível de amor e segundas oportunidades.» People Magazine

DIA 5 DE JUNHO NAS LIVRARIAS


10 PAPINHA DE COELHO E BERINGELA

– Papinhas da Xica Espaço showcooking 26 de Maio, Sábado, 11h

PAULO MOURA ENTREVISTA Este livro foi escrito em Mossul. O que o fez ir viver para essa cidade? No Verão do ano passado, Mossul ainda era a capital do Estado Islâmico. Decorriam os combates entre as forças iraquianas e as do Daesh. Os últimos combates, que eram na realidade massacres. O meu objectivo era aproximar-me o mais possível do Estado Islâmico. Tentar compreender quem e como eram os seus líderes, como se vivia sob o seu domínio. Lê-se no livro que o Estado Islâmico é uma das realidades do século XXI mais difíceis de compreender e “que quando se lhe toca desvanece-se”. Em que sentido faz estas afirmações? A teoria e a prática do Estado Islâmico são tão bárbaras, que se colocam num lugar

distante da nossa capacidade de compreender. Para um ocidental, alguém formado nos nossos valores, trata-se de algo medieval, inaceitável. Mesmo que possamos ver com os nossos olhos, ou falar com alguém que nos explique a lógica daquelas acções e ideias, elas continuarão de certa forma a ser invisíveis para nós, porque totalmente absurdas. Só se tornam compreensíveis para quem se torna um deles. Um jornalista só consegue aproximar-se do Estado Islâmico quando ele já foi derrotado ou fugiu de um determinado local, ou então quando o próprio jornalista se converteu e se tornou um deles. E nesse caso o jornalista já não tem capacidade de nos explicar o que viu. “As pessoas sentem-se apavoradas e inseguras. E esfomeadas, doentes, revoltadas. A minha presença é para elas, de algum alucinado modo, uma esperança.” Que esperança é esta, o que é que essas pessoas espe-

A beringela tem um sabor relativamente neutro, o que a torna muito versátil, sendo usada com frequência para equilibrar sabores e conferir textura a algumas receitas. Combina bem com o sabor característico da carne de coelho. Conserve no frigorífico até 2 dias ou congele até 1 mês. 4 porções, 30 minutos. INGREDIENTES • 100 g de perna de coelho • 100 g de beringela • 50 g de batata ou batata-doce • 50 g de cenoura • 30 g de cebola • 1 dente de alho • 1 colher de sopa de azeite e 1 pé de salsa. PREPARAÇÃO Coza o coelho aromatizado

O Estado Islâmico está praticamente derrotado enquanto entidade política territorial, mas não enquanto ideia e movimento ram de um jornalista estrangeiro como o Paulo? As pessoas tinham esperança de que um jornalista pudesse levar ao mundo as suas histórias e fazer com que a ajuda chegasse. Havia uma necessidade premente de água, comida, medicamentos, dinheiro, casas. E ninguém no exterior parecia preocupar-se. As pessoas sentiam-se completamente abandonadas O que é que este livro nos traz de novo, que não possamos ler nas páginas de jornal, sobre o Estado Islâmico? Este livro é um relato pessoal, um testemunho de quem esteve muito próximo, numa cidade destruída, ainda em guerra, e que vivera sob o domínio do Estado Islâmico até semanas atrás. É também uma reflexão sobre aquela realidade. Não apenas do Estado Islâmico mas também das condições e da mentalidade das pessoas e das suas histórias. A situação das mu-

com alho e pé de salsa. Retire-o da cozedura, coe o caldo e reserve-o. Numa caçarola, coloque o azeite e a cebola picada e leve a lume brando até dourar. Adicione a beringela, a batata e a cenoura, descascadas e cortadas em rodelas

finas. Deixe estufar durante cerca de 10 minutos. Junte o coelho cozido, limpo de peles e ossos, e adicione um pouco do caldo da cozedura. Deixe cozer durante 15 minutos e reduza a puré. Está pronto a servir.

lheres, a vida das crianças, o quotidiano de violência, a sede de vingança. O subtítulo deste livro “Os últimos dias do Estado Islâmico” é a formulação de um desejo ou acredita que aquele está perto da extinção? O Estado Islâmico está praticamente derrotado enquanto entidade política territorial, mas não enquanto ideia e movimento. Está a implantar-se noutras regiões, como as Filipinas ou a Indonésia, e continuará a lançar ataques terroristas tanto na Europa como nos países muçulmanos. “Na cidade da morte a vida não pára” remete-nos para uma espécie de coexistência de duas cidades. A cidade que mantém as rotinas diárias e os seu ritmos, e outra em que a morte está sempre à espreita? Como é possível viver assim? As pessoas habituam-se à guerra. Em todas as zonas de conflito, a vida continua, os seres humanos não deixam de fazer as suas vidas, tratar das suas famílias, dedicar-se aos seus passatempos, às coisas banais e insignificantes, mas também as que consideram importantes, e de que não abdicam só porque o país está em guerra. Assisti uma vez a um casamento cujos festejos começaram antes da conquista da cidade, continuaram durante os combates e só terminaram quando um novo exército ja tinha conquistado a cidade. Há quem continue as suas vidas fingindo que a guerra não existe e quem faça da guerra a sua vida, criando

negócios e profissões que só a guerra permite. Esses farão o que puderem para que as hostilidades não cessem. O que é que 25 anos como repórter de guerra lhe ensinaram sobre esta “Guerra das Civilizações”? E qual o próximo destino? A “guerra de civilizações” é uma ficção. Mas serve para atear os conflitos e para os perpetuar. Não há, na realidade, linhas de fractura entre civilizações. Antes continuidades e complementaridades. A fractura cultural é, cada vez mais, entre forças conservadoras e forças progressistas. Entre os que continuam a lutar pela justiça, pela liberdade individual, pela maior igualdade, pelos direitos das mulheres, pelo reconhecimento dos homossexuais e outras minorias e aqueles que pretendem voltar ao autoritarismo e obscurantismo medievais. Estes são, no mundo, cada vez mais numerosos e mais poderosos.


11 UM ROTEIRO POR LISBOA, SEGUINDO OS PASSOS DE ROSA CULLEL E JAVIER MARTÍN DEL BARRIO

Dois espanhóis, radicados e apaixonados por Lisboa, de estilos e gostos diferentes, criaram o seu próprio guia sobre a cidade. ROTEIRO DE JAVIER: Fábrica de Braço de Prata A antiga fábrica de armas é hoje um refúgio de paz e cultura para as gerações mais ousadas. Muito animado nas tardes de fim-de-semana. Rua Capitão Leitão Com as suas galerias e a sua fábrica de cerveja, num local que não leva a lado nenhum e que à tarde tem o seu encanto.

Fábrica de Braço de Prata

Praça David Leandro da Silva No centro do bairro, mantém ainda aquele encanto que tinha um local comum da zona para reuniões, tertúlias, ouvir as notícias dos vizinhos e beber um vinho ao ar livre. A Casa do Bacalhau Instalada nas antigas cavalariças do palácio dos Duques de Lafões – que acabam por cobrar na ementa –, apresenta 30 maneiras de cozinhar bacalhau, e bem. Um local bonito, ao lado do Convento do Beato (século XVII), infelizmente, só aberto para eventos. Underdogs Galeria do artista urbano Alexandre Farto, Vhils, especializada em oferecer espaço de exposição a criadores de arte urbana, de qualquer parte do mundo. ROTEIRO DE ROSA: Fundação Calouste Gulbenkian Vale a pena ver a colecção do criador da Fundação, o arménio Gulbenkian. Tem sempre uma excelente temporada musical no auditório e um jardim onde comer e passear com tranquilidade.

5 DICAS PARA ESTE VERÃO 1 – Nunca lavar a carne Quando lavamos o frango, estamos a espalhar as bactérias por todo o lado: bancada, roupa e vegetais que possam estar nas redondezas do lava-louça. Algumas bactérias são perigosas para todos nós, e em especial para os grupos de risco como é o caso das crianças, doentes, grávidas e dos nossos avós. A única forma de conseguir matar as bactérias presentes no frango é cozinhando-o devidamente, ou seja, quando, depois de cozinhado, conseguimos ver vapor muito quente a sair do interior da peça de carne e verificamos a ausência de carne cor-de-rosa (mal cozinhada) junto aos ossos. 2 – Saber separar na cozinha Esta é a palavra de ordem. Devemos trazer a embalagem do frango dentro de um saco à parte e nunca junto a todas as outras compras. Só o

facto de a embalagem de carne crua ou peixe fresco entrar em contacto com uma alface, dentro do saco das compras, é o suficiente para que ocorra a contaminação cruzada. Mesmo quando não existem líquidos do peixe ou da carne derramados. Chegados a casa, é importante manter os alimentos longe da possibilidade de contaminação cruzada. E arrumar cada alimento nas suas respectivas prateleiras, fisicamente separados. 3 – Supermercado: A arte de saber comprar congelados Os produtos ultracongelados deverão ser mantidos a temperaturas iguais ou inferiores a 18 °C (negativos). Ou seja, os congelados devem estar duros como pedra e sem sinais de descongelamento. É muito fácil perceber se houve interrupção da cadeia de frio, que tenha permitido ao alimento iniciar o seu processo de descongelação. Os alimentos congelados não devem ser comprados ou consumidos se apresentarem cristais de gelo visíveis no interior da embalagem. E também não se recomenda

a compra de alimentos refrigerados ou congelados que foram deixados expostos à temperatura ambiente. Se colocar a embalagem na sua mão e sentir que além das ervilhas, por exemplo, existem pequenas pedras de gelo, não compre.

Quando lavamos o frango, estamos a espalhar as bacté­rias por todo o lado 4 – Festas e arraiais: Como escolher a melhor tasquinha O Verão é sempre sinal de santos populares, festivais de música, tasquinhas e arraiais. Normalmente, este tipo de eventos é sempre muito rico na sua oferta de alimentos e bebidas. Como no Verão está mais calor e é mais desafiante manter o frigorífico à temperatura certa, entre 1 °C e 5 °C, a multiplicação microbiana fica mais facili-

Fundação Calouste Gulbenkian Museu Colecção Berardo no Centro Cultural de Belém (CCB) A colecção Berardo é uma enciclopédia da arte do século XX. Ao lado, o Jardim da Água: esculturas de Henry Moore e lagos cristalinos, um lugar calmo para descansar ou fugir aos Jerónimos. Museu Bordalo Pinheiro Pequeno e indefinível museu de autor que reúne a obra deste ilustrador, caricaturista, ceramista, escritor e desenhador. Um homem único, muito relevante para entender o século XIX português. Casa Fernando Pessoa A casa em que o escritor viveu os seus últimos 15 anos de vida (1920–1935), em Campo de Ourique. Nesta

casa-biblioteca – onde está pendurado o famoso retrato de Fernando Pessoa, pintado por Almada Negreiros –, pode visitar-se o quarto do enigmático autor.

tada e nós mais doentes. As dicas para escolher a melhor tasquinha do arraial são relativamente simples, mas muito eficazes. É importante verificar se tem as bancadas de trabalho arrumadas e limpas. Se as bancadas que estão acessíveis ao cliente estão sujas e desarrumadas, fuja. Tente também perceber se os colaboradores das tasquinhas lavam as mãos. Verifique ainda se o lavatório está a funcionar, se tem sabonete líquido e papel absorvente. 5 – Férias de Verão: Como fugir das diarreias do viajante É a doença mais comum relacionada com viagens, afecta ambos os sexos e pode acontecer em qualquer parte do mundo, mas os destinos de maior risco são a Ásia (excepto o Japão), Médio Oriente, África, México, América Central e América do Sul. Os agentes causadores são, na sua grande maioria, vírus, bactérias e parasitas, que contaminam os alimentos devido às más práticas de manipulação e preparação. Para reduzir substancialmente as possibilidades de se adoecer, basta cumprirmos

algumas regras básicas. Seja exigente com a higiene pessoal, e lave sempre as mãos antes de comer. Evite colocar as mãos perto da boca. Seja inflexível naquilo que come ou bebe. Antes da ingestão de líquidos lave muito bem as mãos. Se não houver água e sabão, poderá utilizar uma toalhita húmida e depois um desinfectante de mãos com o mínimo de 60% de teor de álcool. Beba apenas água engarrafada, fervida ou tratada com desinfectantes ou purificadores. O mesmo tipo de cuidados deve ser aplicado à lavagem dos dentes. Como a água engarrafada toma uma importância ainda maior nos países em desenvolvimento, é crucial verificar o selo de garantia.


12

LIVROS NO FEMININO “Feminismo” foi considerada a palavra do ano de 2017 pelo dicionário norte-americano Merriam-Webster. E, de facto, os livros escritos por mulheres conquistam cada vez mais espaço no mercado editorial. A experiência pessoal das autoras, o mundo visto sob um prisma habitualmente menos exposto e a sensibilidade feminina, ou a ausência dela, e até as personagens masculinas na perspectiva de uma mulher, são algumas das matérias-primas que compõem os livros que sugerimos descobrir na edição deste ano da Feira do Livro de Lisboa.

A PURGA Sofi Oksanen Preço da Feira 15,92€

NO JARDIM DO OGRE Leïla Slimani Preço da Feira 13,20€

IRMÃO DE GELO Alicia Kopf Preço da Feira 14,00€

TU NÃO ÉS COMO AS OUTRAS MÃES Angelika Schrobsdorff Preço da Feira 19,60€

E A NOITE RODA Alexandra Lucas Coelho Preço da Feira 11,92€

NORMA Sofi Oksanen Preço da Feira 14,80€

CANÇÃO DOCE Leïla Slimani Preço da Feira 13,52€

TUDO É POSSÍVEL Elizabeth Strout Preço da Feira 13,52€

O MEU NOME ERA EILEEN Ottessa Moshfegh Preço da Feira 15,12€

A GLÓRIA E SEU CORTEJO DE HORRORES Fernanda Torres Preço da Feira 12,79€

QUANDO AS POMBAS DESAPARECEM Sofi Oksanen Preço da Feira 15,92€

MANUAL PARA MULHERES DE LIMPEZA Lucia Berlin Livro do Dia: 31 de Maio e 13 de Junho Preço do Dia 11,94€

O MEU NOME É LUCY BARTON Elizabeth Strout Livro do Dia: 27 e 31 de Maio Preço do Dia 9,30€

VIAGEM AO SONHO AMERICANO Isabel Lucas Preço da Feira 15,44€

FIM Fernanda Torres Livro do Dia: 28 de Maio Preço do Dia 9,18€


13 HISTÓRIAS DE MULHERES COM GARRA Além destas heroínas, cada um dos volumes de HISTÓRIAS DE ADORMECER PARA RAPARIGAS REBELDES apresenta 100 mulheres que ousaram ser elas próprias e que, de alguma forma, romperam barreiras, foram inovadoras e foram ou são casos de sucesso nas suas áreas. Se, no primeiro volume, a escolha foi feita pelas autoras do projecto, as italianas Francesca Cavallo e Elena Favilli, o segundo volume resultou da escolha das leitoras e conhecedoras do projecto. Eis são algumas das “raparigas rebeldes” que mudaram o mundo à sua volta: Amelia Earhart • Aviadora Cleóptara • Faraó Coco Chanel • Estilista Eleanor Roosevelt • Política Gloria Steinem • Ativista Grace O’Maley • Pirata Helen Keler • Ativista Isabel Allende • Escritora Isadora Duncan • Bailarina J. K. Rowling • Escritora Madonna • Cantora, compositora e empresária Maria Callas • Cantora lírica Mata Hari • Espia Maya Angelou • Escritora Nina Simone • Cantora Rosa Parks • Ativista Virgina Wolf • Escritora Zaha Hadid • Arquiteta

Esta fotografia de Elena e Francesca foi tirada no final de 2011, quando se preparavam para sair de Milão e começar uma nova etapa na Califórnia. Depois de terem desenvolvido vários projectos de design, incluindo revistas e livros, perceberam a importância de se crescer com modelos femininos inspiradores, uma vez que a maior parte dos livros e séries de televisão era dominada pelo universo masculino. Para contrariar esta tendência, as autoras lançaram um desafio: recorrer ao crowdfunding para fazer um livro sobre mulheres cujas vidas fizeram a diferença. Assim surgiu HISTÓRIAS DE ADORMECER PARA RAPARIGAS REBELDES e, mais tarde, o segundo volume, que reúne mais 100 mulheres escolhidas por quem acompanhou o projecto Rebel Girls.


14

MONSTRUOSIDADES O MONSTRO DAS CORES, HÁ UM MONSTRO NO TEU LIVRO e MONSTRUÁRIO são três livros que têm como protagonistas uns pequenos monstros muito atrevidos e brincalhões! Se querem saber mais sobre estas personagens inesquecíveis, é ir até ao nosso pavilhão supercolorido B29 e B31! Ali, podem colorir as vossas personagens preferidas, tirar fotos com cara de Patrulha Pata e descobrir as nossas novidades infantis e juvenis! Para saberem quais os nossos livros do dia, é só seguir até à página 15.

VAMOS COLORIR! VAMOS COLORIR A

VA

M

O

VAMOS COLORIR A SHIMMER & SHINE

VAMOS COLORIR A PATRULHA PATA

S

C

O OL

R

ELMER O IR


15

LIVROS DO DIA - INFANTIS

PAVILHÕES - B29 e B31

25 DE MAIO

26 DE MAIO

27 DE MAIO

28 DE MAIO

29 DE MAIO

30 DE MAIO

31 DE MAIO

01 DE JUNHO

02 DE JUNHO

03 DE JUNHO

04 DE JUNHO

05 DE JUNHO

06 DE JUNHO

07 DE JUNHO

08 DE JUNHO

09 DE JUNHO

10 DE JUNHO

11 DE JUNHO

12 DE JUNHO

13 DE JUNHO


16

LIVROS DO DIA 25 DE MAIO

PAVILHÕES - B33, B35 e B37

26 DE MAIO

27 DE MAIO

28 DE MAIO

AMORES SECRETOS Kate Morton Suma de Letras 10,74€

LEITE DERRAMADO Chico Buarque Companhia das Letras 8,64€

EU SOU A ÁRVORE Possidónio Cachapa Companhia das Letras 9,54€

O NADADOR Joakim Zander Suma de Letras 10,62€

CONTOS DE APRENDIZ Carlos Drummond de Andrade Companhia das Letras 9,54€

A DENÚNCIA Bandi Alfaguara 8,94€

O MEU NOME É LUCY BARTON Elizabeth Strout Alfaguara 9,30€

A IRMÃ DE FREUD Goce Smilevski Alfaguara 9,60€

29 DE MAIO

30 DE MAIO

31 DE MAIO

01 DE JUNHO

DOCE TORTURA Rebecca James Suma de Letras 10,02€

A LIVRARIA DOS FINAIS FELIZES Katarina Bivaldi Suma de Letras 11,82€

SETE BREVES LIÇÕES DE FÍSICA Carlo Rovelli Objectiva 8,10€

TÓQUIO VIVE LONGE DA TERRA Ricardo Adolfo Companhia das Letras 9,54€

O MEU NOME É LUCY BARTON Elizabeth Strout Alfaguara 9,30€

ANTOLOGIA POÉTICA Vinicius de Moraes Companhia das Letras 10,14€

02 DE JUNHO

03 DE JUNHO

04 DE JUNHO

PESSOAS INTELIGENTES NÃO FAZEM DIETA Charlotte Markey Objectiva 9,18€

FLORES Afonso Cruz Companhia das Letras 10,50€

05 DE JUNHO

O DISCÍPULO Hjorth & Rosenfeldt Suma de Letras 13,14€

WOODY ALLEN - O ÚLTIMO GÉNIO Natalio Grueso Objectiva 10,62€

AMOR NATURAL Carlos Drummond de Andrade Companhia das Letras 9,30€

NEM TODAS AS BALEIAS VOAM Afonso Cruz Companhia das Letras 10,14€

A VERDADE SOBRE O CASO HARRY QUEBERT Joël Dicker Alfaguara 13,20€

BIOGRAFIA INVOLUNTÁRIA DOS AMANTES João Tordo Alfaguara 9,90€

OS ÚLTIMOS DIAS DOS NOSSOS PAIS Joël Dicker Alfaguara 11,34€

O JANTAR Herman Koch Alfaguara 10,14€

06 DE JUNHO

07 DE JUNHO HOTELLE - QUARTO 1 Emma Mars Suma de Letras 11,10€

VEJO-TE Irene Cao Suma de Letras 9,30€

O PARAÍSO SEGUNDO LARS D. João Tordo Companhia das Letras 9,54€

10 DE JUNHO

08 DE JUNHO

A FACTURA Jonas Karlsson Alfaguara 8,94€

11 DE JUNHO

09 DE JUNHO DELICIOSA CRISTINA Cristina Ferreira Objectiva 9,90€

NA PELE DE UMA JIHADISTA Anna Erelle Objectiva 9,30€

ASSIM COMEÇA O MAL Javier Marías Alfaguara 13,14€

PARA ONDE VÃO OS GUARDA-CHUVAS Afonso Cruz Companhia das Letras 11,70€

12 DE JUNHO

13 DE JUNHO

GOSTO DE GOSTAR Helena Sacadura Cabral Alfaguara 9,54€

A PERFUMISTA Cristina Caboni Suma de Letras 10,14€

A GRANDE MAGIA Elizabeth Gilbert Objectiva 9,90€

ENCICLOPÉDIA DA ESTÓRIA UNIVERSAL - MAR Afonso Cruz Alfaguara 9,30€

CONTOS DE APRENDIZ Carlos Drummond de Andrade Companhia das Letras 9,54€

O CAPITÃO SAIU PARA ALMOÇAR E OS MARINHEIROS TOMARAM O NAVIO Charles Bukowski Alfaguara 9,00€

PORQUE ESCOLHI VIVER Yeonmi Park Objectiva 11,94€

MANUAL PARA MULHERES DE LIMPEZA Lucia Berlin Alfaguara 11,94€


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.