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edição PRIMEIRA

Dilma mantém PMDB na vice Lula pensou em colocar Eduardo Campos como vice de Dilma, na eleição do próximo ano, mas desistiu. Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ironiza o PT dizendo que Lula inaugurou uma 'presidência-adjunta'. > A-8

Ninguém acerta a Mega-Sena A Mega-Sena deste sábado (23) acumulou e vai pagar um prêmio de R$ 6,5 milhões nesta quarta-feira (27). Foram sorteadas as dezenas 10, 25, 33, 36, 40 e 58. A Quina teve 92 ganhadores e cada um vai receber R$ 17.770,13.

Ano 9 | Edição 505 | Maceió, Alagoas, 25 de fevereiro a 3 de março, 2013 | R$2,00

Bloco de Téo pode disputar sucessão do próximo ano com dois candidatos O bloco palaciano poderá candidatos - o vice-governa- de Lira, do PP, ambos aliados empregada com sucesso na do as forças governistas o democrata Jéferson Modisputar a sucessão estadual dor José Thomaz Nonô, do do governador Teotonio Vi- eleição para prefeito de Ma- concorreram com o tucano rais, que nem precisaram se do próximo ano com dois DEM, e o senador Benedito lela, do PSDB. A fórmula foi ceió, no ano passado, quan- Rui Palmeira (eleito), e com unir para o 2º turno. > A-3

RENAN E TEOTONIO VISITAM CANAL DO SERTÃO

Divulgação / Secom

“Violência: problema não está na lei penal, mas na sua aplicação” As leis penais brasileiras não devem ser mais rigorosas, apenas bem aplicadas. Quem afirma é o professor de Criminologia

Raimundo Palmeira. Em entrevista, ele condena a liberação da maconha e diz que pena de morte não evita a violência. > A-6 Miguel Goes

O senador Renan Calheiros (PMDB) visitou a etapa concluída do Canal do Sertão, na 6ª feira (22), em sua primeira viagem à região da seca desde que assumiu de novo a presidência do Senado Federal. Renan Calheiros também esteve em Maravilha junto com o governador Teotonio Vilela Filho. > A-4

Raimundo Palmeira diz que o sistema prisional deve punir e ressocializar

Transporte ilegal afeta empresas de ônibus Sindicato exige fim da ilegalidade, que impede empresários de pagar salários justos aos cobradores e motoristas dos coletivos

Câmara tem LOA de volta e votação ocorrerá em março

> A-2

Pesquisa entusiasma Collor, que admite disputar presidência

> A-3

Mais do que a gratuidade desordenada, o transporte clandestino - sobretudo os táxis-lotação - afeta a receita das empresas de coletivos urbanos de Maceió, segundo denúncia do Sindicato dos Rodoviários, categoria diretamente atingida pelo problema. A SMTT admite a clandestinidade, mas diz que fiscaliza. Líder sindical reage: "Não tem que combater, tem que acabar com a ilegalidade e ponto final". > A-5

CSA derrota o CSE por 3x1 e volta ao G-4 do Alagoano Divulgação / Ailton Cruz/

ASA e Ceará empataram e vão decidir a classificação em Fortaleza

Em jogo no Rei Pelé, sábado à noite, o CSA fez seu dever de casa vencendo o CSE por 3x1 e retornando ao G-4. Com esse resultado, o Azulão se redime perante sua torcida, atinge os 18 pontos e é o 3º colocado no Alagoano. O ASA empatou com o Ceará, em Arapiraca, pela Copa do Nordeste. > ESPORTES

Miguel Goes

Maceió tem 3 mil táxis regulares e uma frota ilegal não determinada, que concorre com os coletivos urbanos

Bento vive seus últimos dias como papa; renúncia é na 5ª Com renúncia marcada para a próxima quinta-feira (28) Bento XVI vive seus últimos dias como papa. Aposentado, ele vai receber uma pensão de apenas R$ 2,500 euros. Neste domingo, ele celebrou a última bênção do Ângelus, na Praça de São Pedro, e disse que jamais abandonará a Igreja de Cristo. > B-6

Divulgação

Bento XVI rezou o Ângelus, neste domingo, e vai renunciar na 5ª feira

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Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

A2 | Política

S A Ç N IÓ A N FI CE A M DE Da Redação

Com remanejamentos pontuais, para atender prioridades do Executivo, o projeto da Lei Orçamentária do Município para 2013 será reencaminhado à Câmara Municipal até o final desta semana, para análise, discussão em audiência pública e votação. Tão logo assumiu o cargo, o prefeito Rui Palmeira pediu o projeto da LOA à Câmara e ordenou que a Secretaria de Planejamento priorizasse a dotação da Secretaria de Assistência Social, o que foi feito com cortes nas pastas da Infraestrutura, Comunicação e Limpeza Pública. Na terça-feira (19), durante a abertura dos trabalhos da Câmara, o prefeito informou que o projeto será devolvido ao Legislativo até o final de fevereiro, ou seja, até a próxima quintafeira (28). Na oportunidade, o presidente da Câmara, vereador Chi-

Câmara retoma Orçamento esta semana e vota até final de março Palmeira diz que déficit atrasa encaminhamento da LOA; prefeito vai trabalhar com R$ 1,7 bilhão este ano fotos: Luciana Martins

co Filho, anunciou que o projeto de lei orçamentária será debatido em sessões públicas, uma vez que o texto original, finalizado ainda na gestão do ex-prefeito Cícero Almeida, sofreu alterações. Em razão disso, o presidente previu que a matéria será submetida a discussão popular durante três sessões públicas, após o que será encaminhada para votação e aprovação até o final de março. Enquanto administra o Município empregando recursos com base no Orçamento de 2012, o prefeito Rui Palmeira justifica o atraso no encaminhamento da Lei Orçamentária invocando problemas herdados da gestão passada, a exemplo do alto déficit do Instituto de Previdência Municipal (Iprev): "Fizeram um Orçamento fora da realidade o que nos obriga a fazer sucessivas adequações. Todo dia aparece problema exigindo ajustes", diz Rui Palmeira.

Prefeito gastará R$ 1,7 bi

Rui promete devolver Lei do Orçamento à Câmara até o final deste mês

Sérgio Jucá ouviu assessoria técnica e distribuiu denúncia às promotorias

> ROMBO?

Denúncia de Rui abre debate sobre desordem na previdência estadual Arquivo

O prefeito Rui Palmeira vai trabalhar este ano com um Orçamento de R$ 1,7 bilhão - depois que a LOA for aprovada mas tendo pela frente uma dívida superior a R$ 300 milhões, contraída ao longo das últimas gestões com agentes financeiros. Esse montante é pelo menos R$ 100 milhões menos do que o "rombo" que o prefeito Cícero Almeida disse ter herdado de sua antecessora Kátia Born, quando assumiu a Prefeitura em janeiro de 2005. No final da gestão anterior, a então secretária de Finanças, Marcilene Costa, disse que o município tinha uma dívida ativa de R$ 516 milhões, constituída principalmente de ISS e IPTU.

Mas os aliados de Rui Palmeira lembram que dívida ativa não é dinheiro em caixa nem dinheiro fácil, pois se fosse, a gestão de Almeida teria recebido tudo e investido, e não estaria deixando mais de R$ 300 milhões para o futuro governo pagar. Vale lembrar que o endividamento público também atinge o Estado de forma crucial: quando saiu do governo em 1994, Geraldo Bulhões deixou uma dívida de R$ 1 bilhão. Atualmente após a passagem de Divaldo Suruagy, Manoel Gomes de Barros e Ronaldo Lessa - o montante saltou para R$ 7 bilhões, sem contar com cerca de R$ 1 bilhão contraído via empréstimos pelo governo Téo Vilela.

O relatório sobre a dívida do Instituto de Previdência do Município de Maceió (Iprev), entregue ao Ministério Público Estadual (MPE) pelo prefeito Rui Palmeira, também serve para abrir um debate mais amplo sobre a desordem no 'sistema' previdenciário do Estado, envolvendo praticamente todos os poderes. Após a falência do Ipaseal (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores de Alagoas), no segundo governo de Ronaldo Lessa, foi criado o Fundo Previdenciário do Estado, já na atual gestão de Teo- Mesa da Assembleia paga aos aposentados com recursos do duodécimo tonio Vilela Filho, mas os podeTrata-se de uma situação res continuam pagando aos dual, que ainda não aderiu ao seus aposentados com dinheiro Fundo Previdenciário e, por is- ilegal (já que existe lei federal so, continua pagando aos inati- obrigando os Estados a mantedo duodécimo. Essa situação é mais crítica vos com recursos oriundos do rem seus fundos previdenciários), e sem explicação uma vez na Assembleia Legislativa Esta- duodécimo.

que, segundo cálculos feitos por servidores da ALE, o valor das contribuições recolhidas dos funcionários em geral e do próprio Poder é mais do que suficiente para pagar a folha mensal dos inativos, estimada em cerca de R$ 1,4 milhão. O Primeira Edição apurou que, mesmo tendo criado o Fundo Previdenciário, cumprindo exigência legal, o próprio governo do Estado não incluiu ainda todos os seus servidores inativos no novo órgão que recebeu aporte de R$ 100 milhões como lastro inicial. Também há informações de que tanto o Tribunal de Justiça quanto o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas só teriam aderido parcialmento ao Fundo de Seguridade dos servidores estaduais.

Ministério Público apura improbidade

Chico Filho estima que o Orçamento será votado até o final de março

O procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, recebeu do prefeito Rui Palmeira um detalhado relatório contendo números que atestam um déficit de R$ 148 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores da Prefeitura e Câmara Municipal de Maceió. A esse montante, parcelado durante as gestões passadas, somam-se um novo parcela-

mento de R$ 27 milhões, aprovado pela Câmara no final da gestão de Cícero Almeida, além de R$ 8,4 milhões referentes a contribuições que teriam sido descontadas dos servidores e não repassadas ao Iprev. Após receber a denúncia apresentada por Rui Palmeira e seu vice Marcelo Palmeira, o procurador Sérgio Jucá disse: "Estudei a matéria e ouvi a as-

sessoria técnica. Também já despachei para as promotorias". A Promotoria da Fazenda vai apurar possível prática de improbidade administrativa, num trabalho que estará a cargo dos promotores Marcus Rômulo e Fernanda Moreira. O MPE ainda não designou nomes para cuidar da parte criminal. Ao assumir a Prefeitura pe-

la primeira vez, em janeiro de 2005, Cícero Almeida também denunciou um 'rombo' na previdência municipal, mas posteriormente ex-prefeita Kátia Born provou que se tratava de dívida negociada, portanto sem configurar qualquer tipo de improbidade administrativa (e mesmo assim ela ainda responde a três processos pertinentes a essa questão)


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

Política | A3

> FÓRMULA Romero Vieira Belo

Enfoque Político Duelo de gigantes em 2014 Pela relevância do cargo, a eleição do próximo governador, no ano que vem, centralizará as atenções do Estado, faz parte do jogo, da luta pelo poder, mas outro confronto promete se agigantar projetando um duelo ciclópico: a disputa pela única vaga de senador que estará em jogo nas próximas eleições (quase) gerais. O embate senatorial se prenuncia de tal forma espetacular, que já foi deflagrado, está em curso, ao passo que as peças do jogo sucessório sequer estão postas. Para governador, fala-se em nomes em tom especulativo, mas para senador já se sabe a identidade dos mais que prováveis contendores: Teotonio Vilela e Fernando Collor. Dois herdeiros políticos de nomes que entraram para a história de Alagoas e do Brasil: o primeiro, filho de Teotonio Vilela, o menestrel das Alagoas, o paladino da democracia, senador e vicegovernador; Collor, filho de Arnon de Mello, empresário de sucesso na área de comunicação, governador e senador. Impossível prever quem 'estará de pé' ao final do desafio em outubro do ano vindouro. Ambos carregam barragem política, experiência em lutas eleitorais. O governador já foi senador, do mesmo modo que o senador já foi governador. A campanha se fará com ataques e revides, ofensivas e contra-ataques. Já começou. Collor bate, Vilela responde. Ambos têm história política, feita de erros e acertos, e por isso as artilharias se cruzarão. Resta saber quem vencerá. DUODÉCIMO DA CÂMARA

O QUE DIZ A CONSTITUIÇÃO

Está aí uma discussão interminável: de quanto deve ser o duodécimo da Câmara de Maceió para 2013? No exercício passado, a Prefeitura repassou R$ 50 milhões, mas houve devolução de R$ 8 milhões.

A Constituição fixa: a Câmara tem direito a 4,5% da receita líquida do Município apurado no exercício anterior. Portanto, se a receita em 2012 superou R$ 1 bilhão, a Câmara morderá R$ 45 milhões.

CHANCE NÃO APROVEITADA NO ANO PASSADO Após analisar os números da eleição para vereador em Maceió, aliados do ex-prefeito Cícero Almeida concluíram que Francisco Araújo detinha chances reais de vitória. O ex-secretário de Assistência Social chegou a se lançar candidato, mas acabou recuando, em face de entraves partidários, sendo reconduzido à Semas onde realizou um trabalho de alto nível. VOO MAIS ALTO

PELOS APOSENTADOS

O deputado estadual Antônio Albuquerque parece disposto a disputar uma vaga na Câmara Federal no próximo ano. Seguiria o caminho de Artur Lira e Francisco Tenório.

O líder dos servidores da Assembleia Legislativa, Ernandi Malta, negocia com a Mesa o enquadramento dos aposentados no Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS).

A PRESIDENTE DILMA E O VLT DE MACEIÓ Com viagem marcada para Alagoas, no dia 11 de março, para inaugurar o Canal do Sertão, a presidente Dilma terá excelente oportunidade para reafirmar a vinda do VLT de Maceió. A obra já consta do Plano de Mobilidade Urbana do governo federal, mas tem gente que começa a pôr sua execução em dúvida. Algo parecido com o que aconteceu ao Estaleiro de Coruripe.

PROVENTO DO PAPA

ALDO EM MACEIÓ

Especular e escandalizar - é com a mídia ao tratar da renúncia de Bento XVI. Deveria trombetear, também, que após a renúncia, Bento passará a ter uma aposentadoria de R$ 2.500 euros.

O ministro Aldo Rebelo, dos Esportes, estará em Maceió na próxima sexta-feira (1º) para lançar o programa Segundo Tempo, um estímulo à prática de esportes nas escolas públicas da capital.

UM (POSSÍVEL) CAMINHO PARA O VICE JOSÉ THOMAZ NONÔ Numa eleição aberta, como a de 2014, tudo pode acontecer. Por exemplo: Thomaz Nonô pode abrir mão de ser 'candidato natural' ao governo para concorrer a uma vaga de deputado federal. Não se deve desprezar o fato de que Nonô se consagrou atuando na Câmara dos Deputados, justamente por sua clara vocação parlamentar. Por outro lado, não se saiu bem nas duas experiências em que disputou eleição majoritária: para prefeito de Maceió e para senador da República. CANAL DO SERTÃO

MAR DE PROBLEMAS

'Administrar' a água do Canal do Sertão será um desafio para o governo. Em resumo: retirada do rio São Francisco, a água não tem como refluir e, se ficar estagnada, poderá se decompor.

Rui Palmeira tinha ciência dos problemas que iria encontrar, mas não sabia que eram tantos. Mais do que uma imensa lagoa, a capital é um autêntico mar de problemas, muitos sem solução.

COLLOR APOSTA NO ELEITORADO DE ARAPIRACA Collor decidiu armar a tenda em Arapiraca sem levar em conta uma circunstância histórica: o eleitorado arapiraquense tem uma tendência inata para se dividir nos pleitos eleitorais. Por isso mesmo, de há muito os candidatos a governador deixaram de ir buscar o vice na terra de Manoel André. É um detalhe a ser avaliado.

Bloco palaciano poderá ter dois candidatos à sucessão de Vilela Benedito de Lira e José Thomaz Nonô disputariam pleito enfrentando oposição Divulgação

Da Redação

Como os estrategistas políticos do governo não descartam nenhuma fórmula para a sucessão estadual do ano que vem, começa a ganhar corpo a possibilidade de duas candidaturas representando o bloco governista palaciano, a exemplo do plano montado para a eleição municipal do ano passado em Maceió. Dentro dessa ótica, o Palácio apoiaria o vice-governador José Thomaz Nonô, do DEM, e o senador Benedito de Lira, do PP, tendo, sempre, em conta a evidente probabilidade de um segundo turno. O mais votado teria o apoio do vencido para ir ao turno final. Foi essa a estratégia montada na sucessão de 2012 na capital: o bloco governista disputou a sucessão do prefeito Cícero Almeida com o deputado federal Rui Palmeira, do PSDB, e com o deputado estadual Jéferson Morais, do DEM, com a vitória final do primeiro. Para alguns analistas políticos, o lançamento de dois candidatos ao governo, de forma consensual, parece viável também como meio de facilitar a vida do governador Teotonio Vilela Filho, que não teria de optar por um dos dois correligionários (Nonô e Biu) se eles resolvessem disputar concorrendo também entre si. Até aqui, quando se fala em sucessão, uma pergunta tem sido recorrente: quem terá o apoio de Teotonio para disputar o governo - Thomaz Nonô ou Benedito de Lira? A resposta

Senador Benedito de Lira será franco-atirador em 2014

Primeira Edição

Thomaz Nonô pode disputar como ‘candidato natural’

Os trunfos de Benedito e Nonô Tanto o vice-governador Thomaz Nonô quanto o senador Benedito de Lira têm seus trunfos para saírem candidatos à sucessão estadual do próximo ano, começando pelo fato de que ambos lideram partidos alinhados com o governador Téo Vilela. Nonô, porque assumirá o governo a partir de abril, quando Vilela terá de renunciar para, atendendo ao dispositivo da desincompatibilização, poder concorrer à eleição de senador (provavelmente tendo como adversário o petebista Fernando Collor e hipótese mais remota - a vereadora Heloísa agora pode ser encontrada no esquema viabilizado para a eleição de 2012 em Maceió: ambos seriam apoiados pelo Palácio, assim como ocorreu no ano passado com Jéferson Morais e Rui

Helena, do PSOL). Benedito, além do mandato que exerce no Congresso Nacional, tem como respaldo uma trajetória política que se consolidou nas eleições de 2010, quando foi eleito senador com a maior votação do pleito, desbancada Heloísa Helena, então a grande favorita para uma das vagas em disputa naquela eleição. Investido no cargo de governador Nonô poderá alegar sua condição de 'candidato natural', ao passo que Biu de Lira poderá alegar o excelente desempenho de seu partido nas eleições municipais do ano passado.

Palmeira. Quanto à possibilidade de segundo turno, os observadores avaliam que não dá para levar em consideração o que aconteceu na sucessão maceioense do

ano passado, tendo em vista que o principal candidato de oposição - o ex-governador Ronaldo Lessa - acabou sendo impedido de participar do pleito por decisão da Justiça.

> PRESIDENCIÁVEL

Collor pode disputar posto de Dilma 'animado com pesquisas' Divulgação

Da Redação

Vinte e dois anos depois de ser retirado do Palácio do Planalto por um processo de impeachment, o senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) ficou animado com pesquisas eleitorais que chegaram às suas mãos indicando boa aceitação de seu nome para disputar a presidência da República na sucessão do próximo ano, segundo o Portal Brasil247. De acordo com esses levantamentos, o 'piso' inicial de Collor (na corrida ao Planalto) seria 16% do eleitorado, o que representa cerca de 22 milhões de votos. Ou seja, é mais do que Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos "Se a eleição vai ser parecida com a de 1989, com tantas candidaturas, por que não eu?", teria indagado o senador alagoano a um interlocutor próximo. Após a festa de comemoração dos 10 anos de poder do PT à frente da Presidência da República, oposição e situação começam a projetar cenários na disputa pela sucessão do primeiro governo da

Color avalia cenário nacional, mas sem perder de vista sua própria reeleção

presidente petista Dilma Rousseff. Além das postulações da própria presidente, que disputará a reeleição, do senador Aécio Neves, pelo PSDB, e o projeto nacional do governador de Pernambuco, Eduar-

do Campos (PSB), mais uma candidatura começa a chamar a atenção: cassado pelo Congresso Nacional em setembro de 1992, o expresidente Fernando Collor de Mello (PTB) e atual senador de

Alagoas estaria ingressando no rol de possíveis candidatos. O Portal Brasil247 revela que o entusiasmo de Collor decorre de algumas pesquisas reservadas, feitas pelos partidos de forma "discreta". Em todas elas, seu nome é incluído e reverenciado como um possível candidato. Collor foi eleito presidente em 1989, no pleito que marcou a definitiva redemocratização do Brasil, e conquistou até espaço na esquerda, vencendo verdadeiros ícones da política nacional como Leonel de Moura Brizola, Ulysses Guimarães e Mário Covas. Naquela época, quando disputou a Presidência, inúmeros partidos lançaram candidaturas próprias: PT foi com Lula, PDT com Leonel Brizola e PSDB com Mário Covas. O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, o deputado Roberto Freire e Afif Domingos também foram candidatos. Para Collor, tal situação deverá se repetir na próximo sucessão presidencial, que já tem no ar nomes como Marina Silva, Eduardo Carmpos e Aécio Neves, além da presidente Dilma.

"Enriquecer o debate democrático" O ex-presidente Fernando Collor teria uma boa aceitação em quase todos os estados do país, segundo sondagens citadas pelo Brasil247 sem indicar os institutos. Seu melhor desempenho, segundo as pesquisas que contratou, seria nas regiões Sul, Nordeste e o estado de São Paulo. Aos amigos, ele tem dito que, mesmo sem chances de vitória, sua candidatura poderia enriquecer o debate democrático. Seu projeto também seria a oportunidade de se defender do passado, numa época que, segun-

do ele, foi injustiçado. "Será que foi justo tirar um presidente por uma Fiat Elba?", ele tem dito aos amigos. Em Pernambuco, alguns parlamentares votaram contra a cassação do expresidente. Conhecido pela transparência, o ex-deputado Gilson Machado (ex-PFL) revelou que votou contra a determinação do partido. "Ele não teve direito a defesa. Como você acusa alguém e cassa sem ter este direito básico? Por isso, votei contra". O fato é registrado no livro autobiográfico

De capeta a constituinte, lançado no ano passado em virtude dos 70 anos do político. Outro ponto que pode influenciar um bom desempenho de Fernando Collor nas urnas é sua recentemente aproximação ao PT do ex-presidente Lula. Como senador, ele foi um dos políticos mais solidários aos petistas no processo do mensalão, julgado recentemente pelo STF. No julgamento da Ação Penal 470, ele diz ter assistido uma injustiça semelhante ao do seu processo de impeachment,

num processo conduzido pela oposição, em parceria com os meios de comunicação. Collor, inclusive, chegou a pedir o impeachment do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Além da presidência, Collor ainda tem alternativas para 2014. Se não disputar novamente o comando do Palácio do Planalto, deverá entrar na disputa pela sua reeleição ao Senado, enfrentando o atual governador Teotonio Vilela e talvez a vereadora e exsenadora Heloísa Helena.


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

A4 | Cidades

A R A P A O U ÁG TANEJ SER

Renan vê de perto o Canal do Sertão; Dilma vem inaugurar dia 11 de março Junto com governador Teotonio Vilela, presidente do Senado destaca mudança socioeconômica da região Divulgação / Secom

Da Redação

Em sua primeira visita oficial a Alagoas desde que foi eleito de novo para presidir o Senado Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) fez questão de visitar a área da seca, nesta sexta-feira, 21. Renan, que chegou a Alagoas na quinta-feira à noite, convidou o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para acompanhá-lo na visita ao sertão alagoano. Os dois estiveram no município de Maravilha e em seguida foram para a região do Canal do Sertão. Considerada a obra hídrica mais importante para Alagoas, o presidente do Senado ressaltou que o canal será a redenção econômica das regiões do sertão e agreste alagoanos a partir de sua conclusão. "É uma obra prioritária para o governo federal e desde seu início tenho tido como senador uma participação importante para esse avanço. Eu e o governador Teotonio, quando era senador da República, apresentamos emenda para essa obra", disse Renan. O presidente do Senado afir-

mou que a visita oficial às obras do Canal do Sertão e à região da seca em Alagoas teve como objetivo maior, além do caráter humanitário, verificar de perto a situação em que vivem os sertanejos que enfrentam uma das piores secas dos últimos anos. Renan destacou que 'a obra foi iniciada com recursos federais por meio de emendas minhas e do atual governador e hoje faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento'. "O Canal do Sertão é, sem dúvida, a melhor alternativa para a promoção do desenvolvimento sustentável do Sertão ao Agreste de Alagoas. Para se ter uma ideia da importância do Canal, vários benefícios estão previstos para a região, como a oferta de água aos núcleos urbanos e rurais, a geração de renda e de oferta de alimentos durante todo o ano, a fim de reverter o quadro de fome e subalimentação. Será a redenção econômica de toda a região", disse.

'MAR SERTANEJO' "Por tudo isso, a minha obsessão por este investimento

Além de observar o Canal do Sertão, Renan e Teotonio visitaram áreas castigadas pela seca no município de Maravilha

estruturante que vai mudar parte do Sertão e do Agreste de Alagoas, gerando renda e emprego para muitas pessoas. É como a antiga profecia que falava do Sertão que vai virar mar. Com o Canal do Sertão, vai mesmo", completou o presidente do Senado.

Na visita, Renan e Teotonio estiveram no ponto de fornecimento de água para encher barreiras, o abastecimento de carros-pipa, e o povoado Alto dos Coelhos, no município de Água Branca, conheceram ainda o local onde foram colocadas duas cisternas que somam 32 mil li-

tros de água para abastecer a escola de educação infantil do povoado. Após as visitas, eles sobrevoaram o canal, uma obra que já atende cerca de seis mil pessoas e dois mil animais na região de Delmiro Gouveia. Para Teotonio, o canal vai devolver a

produção dos pequenos agricultores de forma natural. "É um processo que vai se estender ao longo dos anos. Cada vez mais vai aumentar a produção e melhorar a qualidade de vida dessas comunidades", frisou Teotonio. O canal que terá 250 km de extensão já tem 65 km concluídos. Durante a visita, Renan e Teotonio conversaram com os agricultores sobre a importância da água para o plantio e criação de animais, a exemplo do agricultor Manoel Bezerra, de 75 anos. Seu Manoel contou que seu gado estava reduzindo desde 1998 e gradativamente cessou a colheita de feijão, milho e palma. O agricultor mantém uma família de seis pessoas com a sua propriedade. "Hoje a água chega pelas barragens e pelas fontes de minação", comemorou. A obra hoje faz parte do PAC do governo federal e a primeira etapa já concluída será inaugurada oficialmente no próximo dia 11 de março em solenidade que terá a presença da presidente Dilma Rousseff.

> SÃO FRANCISCO

"Transposição estará concluída até 2015" Divulgação

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, voltou a descartar qualquer alteração no calendário de conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco. Durante o balanço de dois anos da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), ele disse que, mesmo com as investigações sobre supostas irregularidades em cinco trechos do projeto, o empreendimento estará "100% concluído até o final de 2015". O ministério encontrou inconsistências em medições nos contratos de obras e serviços nos trechos 1, 2, 9, 10 e 11. De acordo com representantes do órgão, os processos referentes a quatro desses lotes, todos iniciados em maio de 2012, estão em fase de conclusão. Um deles já foi concluído e encaminhado para a análise do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU). Bezerra informou que as obras continuarão inclusive nos

Custo da obra quase dobra e salta para R$ 8 bilhões

Fernando Bezerra diz que transposição estará concluida até o final de 2015

trechos sob suspeita, e que as empresas envolvidas no caso já foram notificadas. "Vamos nos posicionar de forma aberta quando terminar o direito de resposta das empresas, quando apresentarão o contraditório". A expectativa é que as empresas se manifestem até abril. O ministro informou que 43% das obras de transposição já

foram executadas e que 39% estão em curso. "Estamos vivendo novo momento nessas obras e concluindo o saldo remanescente. Temos hoje 4,5 mil pessoas mobilizadas e 1,2 mil equipamentos sendo usados", disse o ministro. Segundo ele, até julho, mais 4 mil pessoas serão contratadas e 3 mil equipamentos serão integrados às obras.

O ministro Fernando Bezerra Coelho disse que as obras da transposição do Rio São Francisco não serão novamente atrasadas pelas suspeitas de inconformidade em cinco dos 14 trechos do projeto de integração da bacia. Depois de uma uma reunião de mais de uma hora com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no final da manhã, Fernando Bezerra explicou que as empresas responsáveis pelos trechos ainda têm prazo para explicar o que estava sendo feito nesses locais da obra. A transposição do Rio São Francisco é uma das prioridades do governo e deveria estar

concluída no final do ano passado. Esses atrasos no cronograma foram apontados como uma das razões para as revisões do orçamento da obra. O projeto que prevê a distribuição de água para quase 12 milhões de pessoas em 390 municípios do Nordeste do país custaria, inicialmente, quase R$ 4 bilhões. Hoje o valor estimado supera R$ 8 bilhões. Com as explicações das empresas, o governo e a Justiça vão avaliar quais punições devem ser aplicadas ou se é possível fazer ajustes para que as obras tenham continuidade, possibilidade que não foi descartada pelo ministro. Se as empresas não

concluírem o contrato, total ou parcialmente, a Lei 8.666/93 prevê penalidades como advertência, multa, suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de firmar contratos com a administração pública por até dois anos. A situação mais grave é a emissão de uma declaração que considera a empresa inidônea para participar de processos de licitação ou firmar outros contratos com o Poder Público, o que equivaleria a uma sentença de negócio não confiável que só deixaria de valer quando todos os motivos para a interrupção das obras fossem solucionados.


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

A M E SIST IENTE IC F E D

Cidades | A5

Transporte clandestino afeta receita de empresas e atinge os rodoviários Sindicato denúncia táxis-lotação e veículos particulares concorrendo ilegalmente com coletivos na capital Luciana Martins

Luciana Martins

Miguel Goes

Repórter

Além de problemas como o excesso de gratuidade, que afeta sensivelmente a receita das empresas, o sistema de transporte coletivo de Maceió vem sendo prejudicado pela concorrência ilegal praticada pelos táxis-lotação, segundo denúncia do Sindicato dos Rodoviários de Alagoas. Há duas semanas, motoristas da Veleiro cruzaram os braços por atraso no pagamento dos salários, problema que, segundo o Sindicato dos Rodoviários, tem a ver com a queda da receita agravada pela concorrência do transporte clandestino. Ouvido pelo Primeira Edição, o presidente do Sinttro (Sindicato do Transporte Rodoviário de Alagoas), Écio Ângelo, afirmou que já denunciou por diversas vezes ao poder público a concorrência desleal que as empresas sofrem com esse tipo de transporte e que a situação, para os rodoviários, está ficando insustentável. "Isso só existe em Maceió, acredito que já perdermos mais de 100 postos de trabalho na capital por conta dessa situação do transporte clandestino, enquanto no transporte intermunicipal a perda totaliza 800 postos de trabalho". Para ele, contudo, a questão vai muito além da receita. "Estamos defendendo o posto de serviço dos rodoviários e por tabela defendemos também o usuário". O transporte irregular, explicou o sindicalista, inclui o táxi-lotação e os carros particulares e ocorre que uma pessoa que tem carteira de motorista e fica desempregado, pega o carro particular e vai fazer transporte nos bairros de Maceió. "Isso está acontecendo de uma maneira preocupante e estamos vendo que os rodoviários estão sendo bastante prejudicados com o transporte irregular". O sindicalista disse que um governo que prioriza o povo tem que levar a sério o transporte de massa porque com a melhora do transporte público haverá uma mudança no comportamento social, impactando diretamente no trânsito. "Mesmo que a pessoa tenha carro, se ele acredita no transporte público de massa, ele deixa o carro em casa porque sabe que vai estar na hora em seu trabalho e com isso o trânsito vai desafogar". De acordo com Écio Ângelo, cerca de três mil táxis são legalizados, mas na hora de pico a frota aumenta para 3.400 por conta do transporte clandestino. Ele cita que no bairro da Chã da Jaqueira havia 11 ônibus fazendo a linha Chã da Jaqueira/ Centro e hoje são apenas três. "Portanto, quem está levando os passageiros são os transportes irregulares". Na opinião do sindicalista, a SMTT não tem que fazer um trabalho de combate e sim de eliminação do problema. "Vou combater uma coisa que está errada?

Écio Ângelo diz SMTT que deve é acabar com o transporte clandestino

Não, vocês vão ter que sair. Tem que ter uma decisão, tem que ser enérgico". A situação na Chã da Jaqueira, segundo ele, é um reflexo da omissão do poder público. "Se o poder público não atua, não exige um transporte de qualidade para o povo, vai abrir esse espaço para o transporte irregular".

Écio Ângelo reconheceu que a gratuidade também prejudica o transporte em Maceió, mas com o novo sistema eletrônico ela vai cair. "Agora, o novo sistema é digital, então não tem como o usuário usar a identidade de outro, tem que ser a digital dele, e com certeza a gratuidade vai cair muito com o sistema eletrô-

Os próprios taxistas (regulares) são prejudicados pelos táxis-lotação que operam na clandestinidade em Maceió

nico que as empresas estão implantando". Já no que se refere à gratuidade do policial militar, o presidente explicou que ele nunca teve o direito legal de andar gratuitamente no ônibus, é apenas uma portaria e não uma lei. "Isso é um favor, existe esse paternalismo com relação à PM,

mas eu vejo que o déficit que a empresa tem não é por conta da polícia, isso é o mínimo porque hoje a polícia tem um efetivo de sete mil homens em todo o Estado, então não afeta tanto assim". O presidente frisou ainda que o transporte irregular também prejudica os taxistas que

são legalizados junto a SMTT. "A gente sabe que o taxista que faz seu serviço certinho está sofrendo porque já ouvi muitas reclamações deles". E acrescentou: "Para mudar essa realidade do transporte irregular tem que haver uma fiscalização, tem que agir com choque, tirar de imediato".

SMTT garante que está fiscalizando Márcio Ândrei

Quantidade de passageiros nos ônibus urbanos é reduzida por causa da concorrência do transporte clandestino

Também ouvido pela reportagem, o diretor de planejamento da SMTT, Jorge Calheiros, afirmou que os taxis-lotação não trabalham livremente pelas ruas da capital porque essa categoria não está devidamente regularizada. "Até agora essa categoria não está reconhecida para fazer esse tipo de transporte, por isso, a SMTT está atuando e fazendo fiscalizando sobre todo tipo de transporte clandestino". De acordo com Jorge Calheiros, em cada apreensão de veículo é paga uma multa R$ 2.180,00, mais a estada no pátio da SMTT e ainda tem a multa de trânsito. É de responsabilidade do órgão conceder permissão para a circulação dos taxis, que hoje totalizam três mil em Maceió, todos regularizados e fiscalizados.

O diretor esclareceu que maus profissionais existem em todos os setores e acabam comprometendo até mesmo o usuário. "A partir do momento que ele é fiscalizado pela SMTT, dentro do sistema, ele tem uma série de condições que precisam ser cumpridas, como por exemplo, ter certidão negativa de todos os órgãos, o carro deve ser regularizado e passado por vistoria e outro para dar um bom serviço à população". Calheiros revelou que o usuário que se utiliza do transporte irregular não tem como recorrer ao órgão em caso de problema, diferentemente se ele estiver usado o transporte regularizado. Quanto à gratuidade no serviço de transporte de massa, Jorge admitiu que em Maceió é um dos maiores índices do Bra-

sil, sendo ruim para quem presta esse serviço à sociedade. "Você vê um ônibus cheio e quando você faz a pesquisa não dá o número de passageiros pagante. Para se ter uma ideia, na área do Tabuleiro, nos últimos 10 anos, o número de passageiros aumentou, no entanto, tem diminuído na catraca. Então é uma equação complicada". Ele reconheceu que a gratuidade e a clandestinidade são os dois principais fatores que têm afetado diretamente o transporte público de massa. Sobre o processo de licitação, o diretor informou que se encontra parado no Tribunal de Contas Estadual que pediu vistas ao processo e não há previsão para que seja finalizado o certame. "A nossa Procuradoria está buscando agilizar o mais rápido possível, que este é um

Luciana Martins

Jorge Calheiros, diretor da SMTT, garante que o órgão está fiscalizando

pedido do prefeito para deflagrar essa licitação. Mas não há uma previsão, apesar dos nossos esforços".

MAIS ÔNIBUS Para melhorar a realidade atual, a SMTT tem feito campanhas orientando o usuário para não usar o transporte irregular porque, em principio, parece prático e rápido, mas, na realidade, ele (usuário) pode acaba pagando duas vezes. "Você anda em um carro irregular, você não sabe quem é esse cidadão com quem está andando, ele não é do conhecimento do órgão, você não sabe que tipo de carro está sendo utilizado; por isso, use o transporte que é regularizado pela SMTT porque é mais seguro". Jorge Calheiros reiterou que o órgão não está com olhos fe-

chados para o problema do transporte coletivo, "ao contrário, temos atuado, mas é preciso um trabalho de parceria com as empresas que fazem o transporte de massa. A empresa também tem que fazer o papel dela porque se a oferta estiver pequena os clandestinos vão se aproveitar, tem que ser uma parceria. A SMTT não está parada, mas é preciso também uma melhor oferta para o usuário". O Primeira Edição entrou em contato com a Transpal, entidade que congrega os empresários do setor de transporte coletivo urbano, para saber qual o impacto desses problemas na receita das empresas, mas a assessoria do órgão informou que a pessoa que poderia dar informações se achava em viagem fora do Estado.

> ITINERANTE

Governo se instalará no Sertão na 5ª feira Na próxima quinta-feira (28) o Programa Governo Perto de Você vai funcionar no município de Santana do Ipanema, no Sertão, para onde a sede administrativa do Governo do Estado será transferida. A ação de cidadania atenderá moradores de Santana e municípios próximos, castigados pela seca. O programa será realizado na Escola Estadual Professora Laura Maria Chagas de Assis, localizada na Rua Gilmar Pereira de Queiroz, bairro Camoxinga. O atendimento será das 8h às 17h. A exemplo das edições anteriores, será feito um mutirão, coordenado pela Secretaria de Estado da Articulação Social (Seas), para atender a demanda da população com os mais diversos

serviços públicos. Carteiras de Identidade, 1ª e 2ª vias, do Trabalho, registro de nascimento, 1ª e 2ª vias, casamentos coletivos, atendimento ao consumidor pelo Procon, serviços da Casal, Saúde, Educação, Defensoria Pública, serão algumas das diversas ações a serem prestadas à população, principalmente a mais carente. "Por determinação do governador Teotonio Vilela a sede administrativa do Governo será levada para Santana do Ipanema durante toda a semana. Como parte importante das ações a serem realizadas em prol do sertanejo, que sofre com a seca, estaremos com o Governo Perto de Você, ação de cidadania que já atendeu a 160 mil pessoas que não tinham condições de dispor de

documentos importantes, como a Carteira de Identidade. Muitas vezes, por não poder pagar a taxa; outras vezes pela dificuldade de acesso aos órgãos públicos responsáveis pela documentação", afirmou o secretário de Articulação Social, Claudionor Araújo. Para ele, esse será "um momento muito importante, porque além de o governador está com seu secretariado ouvindo e atendendo à população local, o Governo do Estado também levará aos moradores de Santana e municípios atingidos pela seca, cidadania". A coordenadora do programa, Janaína Cavalcante, está otimista quanto aos resultados do Governo Perto de Você. "Pela distância e as

condições de vida da população da região, que muitas vezes não tem acesso às secretarias e órgãos públicos pela dificuldade de deslocamento, acreditamos que a procura será intensa durante todo o dia", afirma. Janaína diz ainda que por falta de informação, "pessoas vêm à capital em busca de documentação, mas não trazem os documentos exigidos para isso. Acabam retornando sem o documento. Com o Governo Perto de Você, além da facilidade, as pessoas vão poder tirar sua documentação gratuitamente e o melhor, próximo a suas residências e conhecer outros serviços ofertados pelo Estado". Segundo ela, 150 voluntários vão trabalhar na ação e 400 servidores do Estado.


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

A6 | Cidades

> ENTREVISTA/ RAIMUNDO PALMEIRA Geraldo Câmara

Ouvidor Geral geraldocamara@gmail.com

Agricultura familiar faz o celeiro alagoano Não é de hoje que se pensa e se age com respeito à necessidade de implementar a agricultura familiar no estado de Alagoas, usando das melhores armas, tais quais as do cooperativismo. E, quando falamos em agricultura estamos agregando também a pecuária de grande e pequeno portes. Mapear o estado, buscar integração com as técnicas mais modernas, estimular o associativismo de maneira correta é buscar o que ser quer populacionando com o trabalho todo o território interiorano do estado. A água, sem dúvida de grande importância, vai sendo colocada à disposição dos sítios à medida em que programas estruturantes vão aparecendo, principalmente agora em função do Canal do Sertão que já começou a funcionar. A tecnologia do campo está sendo implementada e o será mais ainda com a volta da famosa EMATER que, sem dúvida é básica para o que se pretende. E o fato é que, com todos os programas e projetos que saiam da iniciativa privada ou do governo, Alagoas tem tudo para ser celeiro, para abdicar de importações de determinados gêneros alimentícios e buscar a melhor produtividade para suas terras, quer naturalmente, quer com os milagres da irrigação em suas várias maneiras como o gotejamento, aspersão e gravidade. Alagoas tem dois polos de fantástico crescimento: o turismo e a agricultura/pecuária. Se acrescentarmos o enorme desenvolvimento do polo tecnológico "estamos com tudo e ainda não estamos prosas".

DESTACÔMETRO O destaque da semana vai para o grande técnico agrícola, Hibernon Cavalcante que, levantou a bandeira e trabalha há anos com a retirada de Alagoas da área de risco. Eliminação aftosa e abertura das divisas.

PÍLULAS DO OUVIDOR O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios a nível estadual será realizado no dia 1 de março, no Hotel Radisson, a partir das 10h. No total, são 17 finalistas nas três categorias, e serão premiadas as três primeiras colocadas de cada uma delas. Uma das candidatas ao Prêmio Sebrae Mulher é a conhecida empresária da gastronomia, Isabel Pinheiro, sem dúvida uma das fortes candidatas, não só pelo sucesso de seus negócios mas, por uma história de vida fantástica. O Senai está disponibilizando 25 vagas para o curso gratuito de Aprendizagem Industrial de Auxiliar Administrativo para pessoas com deficiência. O curso tem carga horária de 1.884 horas. O senador Fernando Collor apoia a criação de uma cooperativa de crédito no agreste e o faz muito bem, já que a grande estrada para a economia nordestina é o cooperativismo. Com mapa vocacional do estado e crédito a coisa vai longe. Essa história da saúde de Hugo Chavez, o eterno presidente da Venezuela já está cheirando mal, na acepção da palavra. A impressão que dá é o que dito cujo já abotoou o paletó e estão preparando a grande "mis-en-scéne". A descrença de novos alunos da UFAL com a instituição se deve ao fato de que os professores - alguns, claro! - não dão a menor bola para o alunato e para o ensino usando e abusando do direito de faltar e outras coisas mais. A TV a cabo está inundada, no bom sentido, de programas de gastronomia, nacionais e estrangeiros. Muito interessantes e repletos de idéias novas, acabam por provocar os telespectadores para melhores degustações. A grande "LEI SECA" da qual este país está precisando é a das drogas. Um plano visando diminuir o consumo de drogas já deveria estar em andamento e em plena execução. Não sei por que ladrões de caixas eletrônicos continuam a estourá-las com bombas. Quando isto acontece uma tinta vermelha inunda todo o dinheiro e o elimina automaticamente do mercado. Estão roubando o que? No "Almoçando com a Notícia", leia-se TV Mar, 25 da NET, conversamos com Domingos Portilho, o homem que está comandando a missão de cooperação técnica com o Canadá visando aperfeiçoamento da bacia leiteira de Alagoas.

ABRAÇOS IMPRESSOS Os abraços impressos da semana vão para o empresário João Kepler que é um dos "anjos" estimuladores de inovações. Ele faz parte dos que acreditaram no "hand talk", recentemente premiado em Abu Dhabi.

"Leis brasileiras são boas, mas não são aplicadas como devem" Criminologista condena liberação de drogas e diz que pena de morte não evita violência O Brasil tem um Código Penal devidamente capaz de responder às demandas da sociedade contra a criminalidade. O que falta? A devida aplicação das leis existentes. Quem afirma é o criminalista Raimundo Palmeira, professor e pesquisador de Criminologia, a propósito de possíveis mudanças (em estudo no Congresso Nacional) no Código Penal. Em entrevista à repórter Luciana Martins, do Primeira Edição, Palmeira critica a proposta de

legalização do consumo de drogas como a maconha, apontando uma incoerência: "Fumar, pode, mas não pode vender? Então, o viciado vai consomir um produto proibido?". O especialista afirma que o sistema prisional deve ter natureza mista - punitiva e ressocializadora - mas ele condena com veemência a adoção de pena de morte: "Se a pena capital resolvesse, nos estados americanos onde ele é aplicada não haveria crime". Miguel Goes

lhar na pena ressocializadora, só ressocializadora. Eu trabalho com a hipótese de que ela não pode ser só ressocializadora porque, assim, não haveria presídios e sim hospitais, colégios. O que acontece é que a pena tem duas funções: uma preventiva geral e uma especial. Nessa prevenção especial direta é que ela é ressocializadora, mas a geral é a intimidação que ela exerce para o resto da sociedade e essa intimidação só seexerce se ela for punitiva, então ela tem que ter um aspecto punitivo claro, e o princípio ressocializador que não existirá sem o respeito à dignidade ao preso e à família do preso.

As penas previstas no Código Penal Brasileiro respondem à necessidade de combate à criminalidade no País? Penso que o problema no Brasil não é de leis, é de má aplicação de leis. Acredito que se essas penas fossem efetivamente aplicadas dentro dos princípios da proporcionalidade, da equidade, elas responderiam, sim. Acontece que temos a memória recente, histórica, traumática da ditadura, e temos penas virtuais, então elas não são efetivamente aplicadas. A gente não pode fugir do regime de progressão, mas não pode, por exemplo, trabalhar com penas que jamais são aplicadas. Por exemplo, quando você fala em dois anos pro réu primário, você fala virtualmente, porque ela é substituída por pena alternativa. Era preferível que já previsse pena alternativa e na reincidência a pena fosse efetivamente cumprida. O sistema é confuso? A gente começa a trabalhar com um sistema que não se torna muito claro para o cidadão, o jurisdicionado, e aí fica aquela impressão de que sempre se pode contornar uma situação de aplicação das penas. Mas, nossas penas são severas? As penas são até rígidas, 20 anos de cárcere, 30 anos, que é a pena máxima no Brasil, é o fim da vida de uma pessoa porque o cárcere é o depósito mais aviltante de seres humanos. As penas são ideais. Gostaria de repetir o que dizia Rui Barbosa: "As leis e as constituições brasileiras são boas, elas não são bem aplicadas, e se elas fossem bem aplicadas no Brasil, para resolver o nosso problema, a Constituição só precisava de um artigo, que obrigasse todos a terem vergonha". Esse Código (Penal) mesmo como está, se fosse aplicado observando os critérios da necessidade da pena, os critérios de defesa ampla, de contraditório, mas também os critérios de necessidade social, ele atenderia sim à demanda até porque as pessoas confundem o direito penal com o direito salvador de todas as situações e não é assim. Em outras palavras, as penas vigentes não seriam brandas demais, considerando o grau de violência que atinge o Brasil? Pelo contrário, porque se essas penas fossem efetivamente cumpridas elas não seriam tão brandas. Vou dar o exemplo: três anos de cárcere, se fosse feito um trabalho efetivo, de tentativa de intervenção na personalidade criminosa, preparação criminológica do pessoal de presídio que lida com preso, funcionaria. Na Espanha até o cozinheiro do presídio precisa ser formado numa faculdade de criminologia, que é um misto de psicologia e direito. Até o cara que está na cozinha, que não tem o contato direto, para entrar no sistema prisional para lidar com o preso precisa ter essa formação. Eu costumo dizer que o direito penal deveria ser a coacla da sociedade, todos aqueles dejetos que não pudessem resolver é que viriam para o direito penal e aí sim a gente iria intervir com pulso forte. Hoje, até para um copo de cerveja no volante se chama o direito penal, quando se sabe que um copo de cerveja ao volante, por exemplo, não torna o indivíduo embriagado. O cidadão tem ficado num estado policialesco, cada vez mais policiado e comparado ao bandido, e isso é perigoso. É possível desestimular o recurso à violência mantendo-se privilégios legais como sursis, primariedade, prisão especial, bons antecedentes, indultos e progressão? Sim, eles seriam essenciais desde que aplicados a partir de uma observação criminológica. Hoje, na maioria das vezes esses benefícios são feitos a partir de cálculos matemáticos. O que acontece é que não há um trabalho paralelo de readap-

Raimundo Palmeira defende sistema que seja punitivo e ressocializador

tação da personalidade ao convívio social. Se você está no sursis, você vai se apresentar e ser policiado por uma tornozeleira, mas não tem frequência de curso. Por isso que eu digo, segurança pública é mais do que polícia, é mais do que justiça, é mais do que lei penal. Segurança pública é, antes de qualquer coisa, educação, saúde, acesso ao trabalho. Onde reside nosso problema: na qualidade do Código Penal ou na má aplicação das penalidades nele previstas? Claro que na má aplicação das penalidades nele previstas. A gente mexe no Código Penal e não dá condições de aplicar. Quer coisa mais bonita que o ECA? (Estatuto da Criança e do Adolescente), mas é um sistema desestruturado. Os locais de reintegração, de reeducação do menor e adolescente infrator são verdadeiros centros de concentração, campos de concentração.

Claro, passa-se, também, depois, pela falta de policiamento. Com um Código Penal numa sociedade desse nível, onde a pena seja cumprida, mesmo com a progressão, mas que seja efetivamente cumprida, você não precisaria mexer no Código Penal porque viria muito pouca coisa para ele resolver. A impunidade, que tanto estimula a prática de crimes, decorre mais da condescendência das leis ou da leniência do Judiciário? Antes de se chegar ao judiciário e a questão das leis, é preciso ver que a banalização da prisão tem feito com que haja um fenômeno na sociedade, que poderia ser chamado de 'cumplicidade coletiva'. Por exemplo, os psicopatas da política que recebem a verdadeira aclamação pública. Ora, as pessoas sabem o que estão fazendo, mas têm certa cumplicidade na hora que elegem aquele administrador público acu-

“Os que matam por prazer nunca vão matar tantas pessoas quanto esses políticos que denomino de políticopatas” Em síntese, o que deve mudar no Código Penal? Para resolver o problema da violência eu parto do princípio de que não é o Código Penal que vai conseguir. A gente pode mexer no que quiser no Código Penal. Já temos uma legislação boa, até exagerada, como por exemplo: um copo de cerveja pode dar prisão e jogar o individuo, por tomar um copo de cerveja e dirigir dentro das normas, na vala comum de criminosos dentro de uma cela e aí quebrar aquele medo tradicional, aquela intimidação da pena já que ele já foi tratado como criminoso. Nos países avançados é o perigo concreto que se observa. Eu não sei o que ficou por trás da Lei Seca, mas com certeza não é a redução da violência no trânsito porque ela continua com os mesmos índices. O psicopata que pega seu veículo para dirigir em alta velocidade, faz isso bêbado ou sóbrio. Então acho que o nosso problema não está na lei penal, mas na aplicação da lei penal. Está antes na falta de uma estrutura antecriminógena na sociedade, está na falta de saúde, de educação, de valores morais a serem transmitidos já na base da população, no acesso ao emprego digno.

sado de desvio de verbas, e isso dificulta a ação do judiciário. Ora, a gente afastou o administrador público porque se apropriou ilicitamente de milhões e quantos homicídios ele cometeu, quando deixou crianças morrerem por falta de atendimento médico? Os que matam por prazer nunca vão conseguir matar tantas pessoas quantos esses políticos que eu denomino políticopatas (mistura de psicopatas com políticos). Então, diria que nem é pela condescendência das leis, nem pela leniência do judiciário e sim pela ausência natural de neutralidade absoluta de qualquer ser humano e da cumplicidade da própria sociedade porque hoje você só fala em impunidade quando você fala de criminalidade política. A seu ver, a prisão deve servir para punir, ou seja, castigar o criminoso, ou apenas para reabilitá-lo? Como pesquisador de Criminologia, entendo que a pena tem uma função mista. A gente passou pela fase da pena retributiva, da escola clássica, aperfeiçoada com a escola positiva e depois a gente veio para uma fase mista e atualmente é moda, é comum, é bonito se traba-

A legalização do comércio e consumo de drogas, que muitos defendem, seria o remédio ideal para permitir que a sociedade pudesse conviver com esse mal secularizado? O sistema que se propõe no Código Penal Brasileiro é uma grande incoerência porque se estabelece a possibilidade de aquisição, inclusive com limites, que já é uma questão relativa uma vez que de usuário para usuário há uma variação no que diz respeito a sua necessidade, mas se estabelece arbitrariamente uma quantidade que o individuo possa ter e isso é uma forma de fechar os olhos e perder uma guerra contra o tráfico pelo Estado. Você tem a legalização para adquirir, mas não vai adquirir numa farmácia, e o tráfico continua sendo crime e aí vem à incoerência: o traficante vai ser preso porque está vendendo uma droga lícita. Ele vai ser preso por quê? Por vender uma coisa lícita? E o usuário vai adquirir onde? Acho que essa não é a solução. Sou contra punir o usuário, mas sou contra legalizar o uso porque a droga lícita ou ilícita - é uma substância catalizadora, sem falar que o Estado não pode fechar os olhos para o fato de que a maconha é a porta de entrada para outras drogas maiores. Deve continuar sendo proibido, sim, e o tráfico deve ser punido, reprimido de uma forma forte, agora o tratamento do usuário deve ser compulsório. Leis como Maria da Penha, Lei Seca, Código de Trânsito não funcionam como deveriam, isto é, não produzem os resultados que a sociedade espera. Por quê? Porque o Código Penal não vai ser o elemento salvador, nunca, jamais. A gente pode mexer no Código, aumentar as penas, estabelecer prisão perpétua, pena de morte... Se o direito penal fosse a solução do problema por si, somente, nos Estados americanos onde é adotada a pena de morte não haveria mais crime. O problema não é aumentar a lei e sim dar uma estrutura de base à sociedade para que o individuo tenha condições de receber uma educação, uma formação humana e profissional diferente da que ele recebe hoje, principalmente pros ciclos econômicos mais fracos onde não se tem acesso à educação, saúde e trabalho. Matou, cadeia; roubou, cadeia. Não deveria ser assim? Seria extremamente incoerente: matou, cadeia - e quem matou para não morrer? Roubou, cadeia - e quem roubou para se alimentar? Às vezes um mesmo resultado tem toda uma fatoração criminógena diversa. É preciso que nós observemos o criminoso patológico, o que mata, o que rouba, o que estupra, e que a prisão vai piorá-lo porque ele precisava de um tratamento psicológico. Convém observar o sistema criminológico como a teoria da subcultura delinquente, a criança que cresce num bolsão de miséria que aprende que matar é a forma de lavar a honra. É preciso que sejam dadas as punições ideais ao Judiciário no sentido de que por um lado não haja impunidade e, por outro, não haja punição para atender à histeria coletiva.


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

A Ç N A A D MU NCIAD ANU

Cidades | A7

Estratégia de Renan esvazia protesto e projeta ‘cara nova’ do Senado Federal Medidas anunciadas pelo presidente deverão promover uma economia superior a R$ 260 milhões anuais

O que poderia ter sido uma mega manifestação, com total ocupação da Praça dos Três Poderes, contra a presença do alagoano Renan Calheiros na presidência do Congresso Nacional, terminou em um retumbante fracasso. O ato realizado no gramado em frente ao edifí-

cio do Congresso, na manhã de quarta-feira, reuniu menos de 30 pessoas. Ou seja, ninguém levou a sério o protesto liderado pela Avaas, um site que, por definição própria, é "uma comunidade de mobilização online que leva a voz da sociedade civil para a política global".

Fracasso total, não só pela indiferença popular ante à mobilização, mas também porque na terçafeira, véspera do protesto, o senador Renan Calheiros anunciou um amplo e detalhado plano de austeridade a ser implementado no Senado Federal. Ele próprio, falando da tribuna do Senado,

descreveu item por item as medidas de contenção que deverão imprimir nova cara ao Senado, num gesto que obteve ampla cobertura e repercussão na mídia nacional, ainda que aqui e ali se mesclando as informações com detalhes sobre as denúncias feitas contra o senador.

Plano de austeridade marca nova gestão na Casa fotos: Divulgação

A seguir, veja o resumo das principais mudanças anunciadas pelo presidente do Senado: Uma grande jornada começa com o primeiro passo e este primeiro passo está sendo dado agora. Com o apoio de todos, senadores, servidores e sociedade vamos, cada vez mais, diminuir o gigantismo do Senado Federal. O que aprovamos hoje é um conjunto de medidas visando a racionalização administrativa, a eficiência, austeridade e o fim de redundâncias e desperdícios. Farei um relato sucinto sobre as decisões inadiáveis, aprovadas agora a tarde pela Mesa Diretora: O Senado está extinguindo mais de 500 funções de chefia e assessoramento em todas as suas unidades. Isso representa 25% do total e implicará em economia de 26 milhões de reais; Na mão de obra terceirizada não serão renovados vários contratos que vencem no meio do ano e outros serão reduzidos drasticamente a fim de atingirmos uma economia de 66 milhões de reais. Entre eles, os contratos de apoio administrativo envolvendo 512 pessoas e mais de 61 no arquivo. Não haverá prejuízo da prestação do serviço, uma vez que serão feitos ajustes no horário de

trabalho dos servidores do Senado Federal. Os contratos com vigilância serão otimizados e haverá redução de 20%. Também estamos extinguindo o atendimento ambulatorial gratuito para servidores do Senado no Serviço Médico. Ou seja, estamos eliminando um serviço indefensável e gratuito. A economia será de 6 milhões de reais. O Senado oferece a seus servidores um plano de saúde compatível com o mercado privado de assistência médica. No entanto, ao mesmo tempo proporcionava uma estrutura integralmente custeada pelos cofres públicos. Isso acabou. O que se faz a partir de agora é limitar esse atendimento gratuito exclusivamente às emergências, além das funções institucionais de perícia médica e medicina do trabalho. Três grandes institutos com competências afins estão sendo fundidos em uma estrutura mais racional: O ILB, o Interlegis e o Unilegis. Na mesma linha, outras secretarias e serviços estão sendo extintos e incorporados por outras unidades de serviço do Senado Federal. Os processos administrativos de Prodasen e Gráfica serão unificados e as funções comis-

Medidas de austeridade anunciadas por Renan minimizam protestos e tendem a melhorar imagem do Senado

sionadas ficarão vagas. Neste item, envolvendo as fusões e incorporações, serão economizados outros 3 milhões de reais. A jornada de trabalho, na modalidade corrida, é ampliada para sete horas. Isso representa 14 horas de funcionamento ininterrupto e um aumento de 50 mil horas úteis de trabalho por mês. As limitações existentes para a realização de serviços extraordiná-

rios estão mantidas. A economia anual evitando-se nomeações e contratações é de cerca de R$ 160 milhões. Apenas nestes primeiros itens - extinção de funções de chefia e assessoramento, economia em contratos de mão de obra, ampliação da jornada de trabalho, eliminação do atendimento ambulatorial e fusões estaremos economizando 262 milhões de reais. Uma racionalização muito expressiva e, reitero, inadiável. Outra mudança relevante faculta que a chefia de gabinete dos senadores seja exercida por cargo comissionado, ressalte-se, já existentes, uma vez que não criaremos cargos. Pelo contrário, estamos eliminando desperdí-

cios. Também estão vedadas as nomeações para as carreiras de polícia legislativa - 117 cargos vagos - e de saúde e assistência social - 42 cargos vagos, sendo 28 de analista e 14 de técnico de saúde e assistência social. Também é instituído, sem custo algum, apenas com remanejamentos internos, o Conselho de Transparência e Controle Social, diretamente vinculado à Presidência do Senado. Integram o Conselho como membros natos: o Diretor da Secretaria de Transparência, que o presidirá; o Diretor da Secretaria de Informação e Documentação; o Diretor da Subsecretaria de Pesquisa e Opinião, o Diretor da Secretaria de Comunicação,

além de outros membros, inclusive da sociedade. Este Conselho, ressalte-se, contará com cidadãos de fora do Legislativo, da sociedade civil, e terá por obrigação fiscalizar o atendimento das demandas por acesso à informação e orientar o funcionamento dos órgãos vinculados a essa tarefa. Nenhum Poder é mais transparente que o Legislativo. Ainda na linha da busca da excelência em transparência, estamos determinando a publicação no Portal de Transparência dos dados referentes a proventos e pensões de ex-parlamentares, servidores inativos e pensionistas. Outras importantes iniciativas limitam a 55 o fracionamento dos onze cargos em comissão e estamos ainda determinando uma revisão de todo o plano de acessibilidade do Senado Federal. Igualmente sem custos, é instituída a Procuradoria da Mulher, mediante transformação de cargo existente na Procuradoria Parlamentar. A procuradoria é inspirada em Projeto de Resolução de autoria da senadora Vanessa Grazziotin A Procuradoria zelará pelas políticas de gênero em discussão no Legislativo, bem como internamente, no que concerne à gestão da Casa. O prazo de permanência no cargo do diretor de Compras e Contratações e do diretor do Controle Interno, será de 2 anos. O rodízio nessas duas funções estratégicas, que cuidam da contratação e de sua fiscalização, é recomendável.

> POLÊMICA

STF decide sobre vetos em sessão nesta 4ª feira O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, marcou para esta quarta-feira (27) a análise da ação que questiona a votação em ordem cronológica dos mais de 3 mil vetos presidenciais pendentes e pede definição sobre se a não votação dos vetos tranca a pauta do Congresso Nacional. O processo foi liberado pelo relator, ministro Luiz Fux, para o debate no plenário na noite de quinta (21). A pauta de julgamentos do plenário do Supremo da semana que vem, de responsabilidade do presidente da corte, foi divulgada na manhã desta sexta (22). Se a corte decidir que os vetos trancam a pauta, a votação do Orçamento 2013 pode ser considerada inconstitucional. Por isso, o Congresso suspendeu a votação do projeto de lei orçamentária até que o Supremo decida sobre o tema. Além disso, o governo está preocupado com a decisão liminar (provisória) de Fux dentro do processo, de dezembro, estabelecendo que a votação deve ser em ordem cronológica. Segundo o governo, uma eventual derrubada de vetos pendentes poderia causar um prejuízo de R$ 471,35 bilhões à União. O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, entende que os vetos já vencidos poderiam continuar parados e a definição sobre ordem cronológica passaria

Joaquim Barbosa preside sessão que vai analisar prazos para votação de vetos

a valer apenas para os novos vetos. Fux tomou a decisão de liberar o processo para o plenário dois dias depois de se reunir com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Integrantes do governo e do Congresso também pediram a Joaquim Barbosa sensibilidade e celeridade na discussão do tema.

IMPASSE Na última segunda (18), Renan e Henrique anunciaram que o Congresso iria aguardar uma decisão da Suprema Corte sobre o impasse em torno da análise dos 3 mil vetos presidenciais que estão na pauta do parlamento. O

receio de que possam surgir questionamentos judiciais levou o Palácio do Planalto a pedir o adiamento da votação do Orçamento da União para 2013. Em dezembro, Fux havia determinado que o veto presidencial ao projeto de distribuição dos royalties do petróleo só poderia ser analisado pelos parlamentares depois que o Congresso votasse os demais vetos pendentes na pauta da Casa. Mesmo depois de Fux ressaltar que a decisão valia somente para os vetos e não afetava a votação do Orçamento, o governo decidiu adiar a votação do projeto de lei orçamentária para esperar uma decisão do plenário do tribunal.


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

A8 | Nacional

> ACOMODAÇÃO

Dilma manterá vice do PMDB, informa Alves após ouvir Lula Ex-presidente pretendia oferecer cargo a Eduardo Campos, governador de PE fotos: Divulgação

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse na sexta-feira (22) que o ex-presidente Lula negou a intenção de substituir o PMDB como parceiro de chapa de Dilma Rousseff em uma eventual campanha à reeleição. Ele se reuniu com o petista por quase duas horas, na sede do Instituto Lula, na zona sul de São Paulo. Nas últimas semanas, Lula vinha discutindo com aliados a possibilidade de o PT oferecer a vice ao governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, presidente. Aliado do governo federal, Campos ameaça sair candidato ao Planalto em 2014. Em troca, os petistas deixariam de lançar candidato em São Paulo para apoiar o vice-presidente da República, Michel Temer, ou o deputado Gabriel Chalita, ambos do PMDB-SP, ao governo estadual. "Ele [Lula] foi muito afirmativo de que essa aliança, pelo seu êxito, deve continuar", disse Alves ao sair do encontro com Lula. "A relação Dilma-Michel é, ao meu ver, uma coisa consolidada, resolvida. Senti claramente isso hoje nas palavras do pre-

Dilma já faz campanha para a eleição presidencial do próximo ano e vai manter Michel Temer (PMDB) como vice

sidente Lula e [em outras manifestações] da presidente Dilma". Segundo o presidente da Câmara, Lula disse que pretende marcar um encontro com Temer "nos próximos dias". Alves afirmou que a chapa com Dilma e Temer estaria con-

firmada para 2014, mas ressaltou que ainda faltam dois anos para a eleição. "Não é hora ainda [de lançar candidatura]." O encontro de Alves com Lula ocorre três dias depois de o PMDB de São Paulo ter divulgado uma nota reagindo ao noti-

ciário de que o partido poderia perder a Vice-Presidência. No texto, a legenda afirmou que sua prioridade é a manutenção da aliança com Dilma e que o Temer "já descartou qualquer possibilidade de disputar o governo do Estado".

FHC: 'Lula criou 'presidência-adjunta' RIO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou sexta-feira (22) que Lula estreou "uma espécie de Presidência adjunta" durante os dias em que, segundo ele, o PT usa o governo para promover campanha antecipada de reeleição de 2014. FHC esteve ao lado do exministro da Fazenda Pedro Malan num ciclo de palestras, no Rio. "Para o bem do Brasil, é preciso que as pessoas respeitem as regras e entendam que não devem tratar o adversário como inimigo. Infelizmente, a tática de toda a vida do PT tem sido o oposto a isso", afirmou Fernando Henrique a jornalistas após discursar no encerramento de um dia de seminários, no Rio. O primeiro a criticar o que chamou de visão maniqueísta na comparação entre os governos

Fernando Henrique diz que Lula criou a figura da ‘presidência-adjunta’

do PT e do PSDB foi Malan, em discurso de agradecimento pela homenagem, prestada pelo Instituto de Estudos de Política Econômica Casa das Garças. Ele citou como exemplo contrário a

transição política de 2002 e início de 2003. Fernando Henrique, por sua vez, disse que Lula "está inaugurando uma espécie de Presidência adjunta". E rechaçou preocu-

pações com as comparações feitas pelo PT entre os dois governos, classificando a postura do PT como "questão de psicanálise". "A relação do PT comigo é de psicanálise. Tem que tirar o pai da frente! Eles sabem que quem fez a estabilização fomos nós. Não sou psicanalista. Não opino, mas não caio na conversa", afirmou FH. O evento em homenagem a Malan reuniu a nata do pensamento econômico liberal e muitos ex-colaboradores do governo do PSDB, como Edmar Bacha, Pérsio Arida e Gustavo Franco. Economistas famosos internacionalmente, como o ex-secretário do Tesouro dos EUA Larry Summers e o presidente do Banco Central de Israel, Stanley Fischer, também participaram do seminário.

Campos 'incomoda' projeto petista Diante das movimentações do governador Eduardo Campos (PSB) para se consolidar como presidenciável em 2014, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta manter o PSB na aliança da candidatura à reeleição de Dilma Rousseff. O líder petista insiste em ter uma conversa com o socialista para tentar convencê-lo a abandonar o plano de disputar a Presidência da República. Já Eduardo, parece estar evitando a todo custo esse tête-à-tête. Nesta semana, Lula enviou recados por pessoas próximas ao governador que deseja encontrálo. O ex-presidente já havia pedido, no fim do ano passado, uma conversa para depois do carnaval. O candidato virtual do PSB estrategicamente não compareceu ao ato político do PT, em São Paulo, na última quarta-feira, no qual Dilma foi lançada à reeleição. Enviou o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, ao evento. Aliados de Eduardo afirmam que, diferentemente das reuniões que ele já teve com Dilma, a conversa com Lula seria mais objetiva, indo direto ao assunto. E como o governador é bem mais próximo de Lula do que de Dilma, a conversa teria

Governador de Pernambuco, o socialista Eduardo Campos ensaia disputar a presidência, o que preocupa os petistas

que ser franca. "Uma conversa com Lula não vai ter Transnordestina, não vai ter PAC, vai ser uma conversa direta. Ele (Lula) é um ser partidário, é o presidente do PT de fato", disse um socialista próximo a Campos. No momento, a pré-candidatura de Eduardo preocupa mais Lula e o governo do que a do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Petistas próximos de Lula e Dilma também têm

cobrado uma posição mais clara e transparente do presidente do PSB. Por exemplo, ao comentar as declarações do governador de Pernambuco, que pediu o fim das " velhas rinhas" entre PT e PSDB, o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), disse que os pronunciamentos de lideranças dos dois partidos são sinceras, dando uma estocada no aliado. "Com relação à uma preten-

sa "rinha", pelo menos um elogio meu amigo e companheiro Eduardo Campos deve aos últimos pronunciamentos das lideranças do PT e do PSDB: elas estão sendo explícitas e sinceras em suas pretensões. Independente das divergências de mérito, não estão se valendo de subterfúgios para debater seus projetos e pretensões políticas com a sociedade brasileira", provocou Déda.


Esportes

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Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013 Opinião - Diário Oficial dos Municípios - Social

> ÚLTIMAS RODADAS

Primeiro Turno do Alagoano na reta final Os quatro melhores times que passarão para o Hexagonal serão conhecidos esta semana e as quatro últimas equipes também Marcelo Alves Repórter

O Primeiro Turno do Campeonato Alagoano chega esta semana em sua reta final. Os quatro melhores times que vão garantir vagas para o Hexagonal ou o Segundo Turno do Estadual serão conhecidos nos próximos dias. Estas quatro equipes que obtiverem melhor índice técnico se juntarão ao ASA e ao CRB, que só entrarão nesta parte da competição porque estavam disputando a Copa do Nordeste, como ficou combinado em arbitral do Estadual promovido pela Federação Alagoana de Futebol (FAF) em consonância com os todos os clubes da competição.

Jessica Pacheco/Colaboração

Na quarta (27) e quinta-feira (28) serão disputados os jogos da 13ª rodada, a penúltima do turno, e no sábado (03), acontecerão as partidas da 14ª e última rodada da fase inicial. Já as quatro equipes que obtiverem o menor índice técnico do Primeiro Turno (do 5º ao 8º lugar) terão que disputar um quadrangular, intitulado de "Torneio da Morte", para ser definindo quais as duas equipes que vão ser rebaixadas para a Segunda Divisão do Estadual em 2014. De acordo com o regulamento da competição, ao término do "Torneio da Morte" a equipe de pior índice técnico já está automaticamente rebaixada. Já o segundo time que obtiver o se-

Azulão depende de si para retomar liderança do Alagoano em jogo contra o União na noite desta segunda-feira

CSA pode retomar liderança derrotando o lanterna, União Jessica Pacheco/Colaboração

O CSA só depende de si para retomar à liderança do Campeonato Alagoano. Isto porque, o Azulão disputará uma partida de uma rodada adiada, a 9ª da competição, contra o lanterna do Estadual, o União. Além de encarar o último colocado da competição, o time azulino enfrentará o União na noite desta segunda-feira (25), em casa, no estádio Rei Pelé, diante de seu torcedor, às 20h30. A equipe do Mutange está ocupando a terceira colocação na tabela de classificação com 18 pontos, enquanto que o time palmerino tem onze pontos, em onze Beto Almeida descarta exisitir “corpo mole” entre jogadores do Azulão partidas disputadas. O técnico Beto Almeida CSA saiu em defesa dos atletas CLAUDINHO conquistou no último sábado azulinos e desmentiu qualquer O meia Claudinho que está (23) sua primeira vitória no suspeita de que há um grupo atuando improvisado na laterEstadual por 3 a 1 sobre o CSE, de jogadores fazendo corpo al-esquerda será poupado pelo desde que chegou ao CSA no mole. E para mostrar que os técnico Beto Almeida. Seinício de março, assumindo a jogadores estão unidos, ou gundo o treinador, essa medivaga de Lorival Santos. Em como se diz na gíria do futebol, da já foi combinada na partida forma de parábola, o treinador que o grupo está fechado, Beto contra o CSE. "Claudinho fica azulino disse que a vitória foi Almeida combinou com seus fora pelo tempo que ficou paconquista após ter feito uma comandados para que, inde- rado [recuperando-se de cirurchave que fechou as portas do pendente, do resultado contra gia] e pelos 180 minutos que vestiário, impedindo a pressão o CSE, todos saíram unidos do atuou [no jogos contra o Code corneteiros. campo. rinthians-AL e CSE]", comen"Mandei fazer a chave da "Ao término do jogo ficou tou. porta do vestiário. E essa chave combinado que todos os jogaCom a ausência de Claudifecha janela e todas as fechadu- dores juntos porque o vestiário nho, Beto Almeida terá que ras, para evitar que todo esse é forte não existe corpo mole, continuar improvisando um processo [pressão] que existe não existe jogador que recebeu jogador de outra posição na fora do clube não venha atingir convite e não quer jogar. Claro lateral-esquerda, porque o tituo vestiário", disse Beto Almei- que jogador quando recebe lar e único atleta que joga na da. convite, muda, mas não perde posição é Fabiano, que se recuAlém disso, o treinador do a garra de jogar", disse. pera de lesão.

gundo pior índice técnico só será rebaixado automaticamente, caso ASA ou CRB não terminem na sexta colocação ou última colocação do Hexagonal. Se isso ocorrer, haverá a realização de duas partidas extras com o segundo pior colocado do "Torneio da Morte" contra ASA ou CRB, no caso de um dos dois terminar na 6ª colocação. Até a última rodada, a 12ª do Estadual, as quatro melhores equipes que ocupavam o G4 (grupo que garante vaga para o Hexagonal) eram as seguintes na ordem de classificação: Murici, Corinthians-AL, CSA e CEO. Já os quatro piores times da tabela, em ordem de classificação, eram o Sport Atalaia, Comercial, CSE e União.

Murici quer continuar no topo visando vaga na Copa do Brasil Invicto a sete jogos e ocupando a liderança do Campeonato Alagoano a duas rodadas, o Murici pretende defender o primeiro lugar para terminar o Turno Inicial no topo da tabela de classificação. O objetivo do Alviverde, segundo o presidente de honra, Remi Calheiros, é terminar líder para conquistar uma vaga na Copa do Brasil e entrar no Hexagonal ou Segundo Turno, como favorito e tentar levantar a taça do Estadual. O confiança surgiu após a vitória de virada sobre o Sport por 4 a 3, no último sábado (23). Além de fazer projeção positiva para o Murici, Remi Calheiros aproveitou para tecer críticas contra a Federação Alagoana de Futebol (FAF) quanto à tabela da competição. Para se ter uma ideia, o Alviverde e outras equipes que disputam o Alagoano tiveram que enfrentar uma maratona de jogos, disputando quatro partidas em oito dias. "Gustavo Feijó [presidente da FAF] disse que o motivo da maratona de jogos foi motivado pelo efetivo da Polícia Militar", disse. Comungando da mesma reclamação de Remi Calheiros, o técnico Bilu classificou a maratona de jogos de inadmissível. "O que fizeram com os jogadores do Murici nessa semana foi inadmissível. Colocaram os jogadores para jogar quatro jogos em oito dias. Jogador é ser

humano. Quando eu jogava, não conseguia me recuperar nesse pequeno intervalo de tempo. Sofremos em Viçosa e aqui em Murici sofremos no primeiro tempo. Mas a equipe está no caminho certo. Conseguimos o resultado positivo [contra o Sport]. Não podíamos

tropeçar, porque almejamos a fase", disse. Já visando à seqüência da competição, o presidente de honra do Murici, Remi Calheiros, anunciou que deverá contratar mais três reforços, sendo um lateral, um volante e um zagueiro.

Resultados 12ª Rodada / Alagoano 23/02 23/02 23/02 24/02

Murici União CSA CEO

4x3 2x2 3x1 1x1

Sport Atalaia Comercial CSE Corinthians

Jogos 13ª Rodada / Alagoano 27/02 - 15h15 27/02 - 20h30 27/02 - 20h30 28/02 - 15h15

Corinthians CSA CSE CEO

x x x x

Murici Comercial Sport Atalaia União

Jogos 14ª Rodada / Alagoano 2/03 - 15h00 2/03 - 15h00 2/03 - 15h00 2/03 - 15h00

Comercial Sport Atalaia União Murici

x x x x

Corinthians CEO CSE CSA

Classificação 1º 2º 3º 4º 5° 6º 7º 8º

Murici Corinthians CSA CEO Sport Atalaia CSE Comercial União

P 21 18 18 18 16 14 14 11

J 12 12 11 12 12 12 12 11

V 6 5 5 5 5 4 3 3

E 3 3 3 3 1 2 5 2

D 3 4 3 4 6 6 4 6

GP 22 22 18 15 17 14 13 9

GS 13 15 13 12 24 20 12 21

SG 9 7 5 3 -7 -6 1 -12


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B2 | Esportes

> COPA DO NORDESTE

ASA precisa de vitória simples contra Ceará Após empate por 3 a 3 com o Vozão no domingo (24), em Arapiraca, o Alvinegro passa à final vencendo pelo placar de 1 a 0 Marcelo Alves Repórter

O ASA precisa vencer por um placar simples o Ceará neste domingo (03/03), às 18h30, no Castelão, para se classificar para a final da Copa do Nordeste, enquanto que o Vozão precisa apenas de um empate sem gols para ir à decisão do torneio. Isto porque o Alvinegro empatou com o time cearense por 3 a 3, em jogo disputado no domingo (24), no estádio Coaracy da Mata Fonseca. Os gols do Alvinegro foram marcados por Léo Gamalho, Pedro Silva e Thiago Garça. Ricardinho, Pingo e Lulinha empataram para o time cearense. No primeiro tempo, o ASA

fotos: Divulgação

saiu na frente do placar aos 22 minutos, marcado pelo atacante Léo Gamalho. O jogador dominou a bola, esperou a saída do goleiro Fernando Henrique, do Ceará, e mandou a bola para o fundo do gol. Quatro minutos depois, aos 26, o Vozão empatou a partida com Ricardinho que contou com a falha do goleiro Gilson, do ASA. Ricardinho cobrou falta. A bola passou pela barreira, quicou antes da chega do goleiro Gilson e engana o arqueiro alvinegro. Mas o time arapiraquense queria valer o mando de campo, e voltou a ficar na frente do placar. Aos 31 minutos, Pedro silva soltou uma bomba, indefensável para o goleiro Fernando Henri-

Alvinegro vai decidir a sorte para continuar na Copa do Nordeste no domingo (03//03) contra o Ceará, no Castelão

que que nada pode fazer. No segundo tempo, o Ceará voltou a empatar a partida e mostrou que não iria vender de graça a derrota. Aos sete minutos, Pingo aproveitou rebote do goleiro Gilson após chute de Ricardinho e mandou a bola para o gol do ASA. E aos 35 minutos, o Ceará surpreendeu o ASA e ficou na frente do placar. Lulinha colocou o Vozão na frente ao desviar falta cobrada por Ricardinho.O gol parecia ter sido um balde de água fria e mostraria que o placar já estaria feito. Mas o ASA mostrou que ainda estava vivo na partida e chegou ao empate aos 42 minutos. O zagueiro Thiago Garça soltou uma bomba indefensável para Fernando Henrique.

> CARIOCA

Bota empata com Boa e pega Fla na semi Globoesporte.com Bastava uma vitória simples sobre o Boavista para o Botafogo terminar como líder do Grupo A e ir com vantagem para as semifinais. Mas não aconteceu. O Alvinegro jogou mal neste domingo, no Engenhão, empatou por 2 a 2 e acabou perdendo o primeiro lugar da chave para o Vasco, que bateu o Duque de Caxias. Com isso, pega no domingo o Flamengo nas semifinais da Taça Guanabara, o primeiro turno do Estadual. Os rubronegros têm a vantagem do empate para avançar à decisão. Com o resultado, o Alvinegro fechou sua participação no Grupo A com 15 pontos, um atrás do Vasco. O Botafogo demorou para perceber que estava disputando um jogo de futebol. Com a zaga perdida e o setor de criação en-

Lodeiro comemora segundo gol do Botafogo no empate contra o Boavista

golido pela marcação adversária, o time alvinegro, num piscar de olhos, se viu perdendo por 2 a 0 no Engenhão. Enquanto a equipe de Oswaldo de Oliveira tentava se encontrar, o Boavista foi lá e, com 13 minutos, abriu placar gordo. E graças a Gilci-

mar. O centroavante fez os dois gols: no primeiro, subiu mais do que Fellype Gabriel e concluiu de cabeça; no segundo, entrou feito um raio na área para aproveitar cruzamento da direita e vencer a marcação de Lucas. E foi com Lucas pela direi-

tquem arquitetou a busca do empate. Fez o primeiro gol, em pancada impressionante de fora da área - golaço. E participou da trama do segundo. Andrezinho deu belo passe para Rafael Marques, que acionou o lateraldireito. O cruzamento encontrou Lodeiro, e o uruguaio venceu a disputa com a zaga para empatar a partida. O Botafogo voltou mal no segundo tempo. Oswaldo tentou mexer no time. Colocou Bruno Mendes no lugar de Rafael Marques. Em vão. O Botafogo passou sufoco. Viu o Boavista perder três chances de fazer o terceiro - resultado que eliminaria o Fluminense. A bola, incrível, cruzou a área em todas elas. E nada de entrar. No último lance, Seedorf deixou Bruno Mendes na cara do gol, mas o goleiro Vinicius salvou.

Vasco vence o Duque e pega o Flu nas semifinais Não foi bonito, mas o domingo acabou da melhor maneira possível para o Vasco. O torcedor cruz-maltino que assistiu ao primeiro tempo do jogo contra o Duque de Caxias, neste domingo, no Moacyrzão, em Macaé, encontrou motivos para ficar assustado com a atuação. Porém, contagiado pela disposição de Bernardo, o time virou no segundo tempo, derrotou a equipe da Baixada Fluminense por 2 a 1 e garantiu o primeiro lugar do Grupo A da Taça Guanabara - beneficiado pelo empate entre

Botafogo e Boavista por 2 a 2, no Engenhão. Nas semifinais, no próximo sábado, às 18h30m, no Engenhão, o Vasco terá a vantagem do empate contra o Fluminense, segundo colocado no Grupo B. O Vasco sofreu durante boa parte do jogo e terminou a primeira etapa em desvantagem diante do Duque de Caxias, lanterna do Grupo B, que estreava o técnico interino Mário Júnior ele substituiu Junior Lopes, que pedira demissão na sexta-feira. A partir da entrada de Dakson,

aos 14 minutos do segundo tempo, os vascaínos subiram de produção e conseguiram a virada com gols de Bernardo. Na primeira oportunidade, Charles Chad recebeu lançamento de Antônio Carlos e avançou sozinho da intermediária até a entrada da área. No entanto, o atacante chutou fraco, e Alessandro defendeu. O gol da equipe da Baixada Fluminense saiu aos 17 minutos, quando Leandro Cruz cruzou da esquerda, Charles Chad se antecipou a Renato Silva e tocou por

cima de Alessandro. O Vasco assumiu a iniciativa do jogo no segundo tempo, mas continuou com problemas para chegar ao gol defendido por Fernando. O empate saiu aos 28 minutos. Carlos Alberto driblou dois zagueiros e chutou para Fernando espalmar. No rebote, a defesa afastou mal, Dakson chutou forte e Bernardo desviou de cabeça. Aos 33 minutos, Bernardo lançou Eder Luis, que cruzou para Carlos Alberto cabecear no travessão. Bernardo pegou o rebote e marcou.

> PAULISTÃO

Palmeiras vence o União Barbarense por 1 a 0 Uma estreia que ficará guardada com carinho na memória. Foram apenas 21 minutos em campo, mas suficientes para se apresentar e ser ovacionado pela torcida do Palmeiras. Incluído na negociação que levou Barcos para o Grêmio, Leandro entrou aos 24 do segundo tempo na vaga de Márcio Araújo. E, aos 37, marcou o gol que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o União Barbarense, em partida realizada no domingo, no estádio do Pacaembu. O Verdão foi amplamente superior ao rival. Jogou bem em grande parte do jogo, criou inúmeras chances, mas falhou demais nas finalizações. Quando não parou no

goleiro Walter, que teve grande atuação, acertou a trave. O sufoco só acabou no fim do segundo tempo, quando o alviverde jogava com dez jogadores, já que Marcelo Oliveira havia sido expulso. Com o triunfo, o quarto no Campeonato Paulista, a equipe comandada por Gilson Kleina foi aos 14 pontos e, sem contar os jogos que terão início às 18h30, subiu para a quarta colocação na tabela, com três pontos a menos que o líder São Paulo. Já o Barbarense segue em situação difícil na tabela. Integrante da zona de rebaixamento, com apenas cinco pontos, o time terá de lutar muito para não retornar à Série A-2 do Paulista.

Leandro comemora gol do Palmeiras sobre o União Barbarense


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Esportes |B3

> PUNIÇÃO

Corinthians admite abandonar Libertadores Clube aguarda resultado do recurso, mas não descarta deixar a competição continental, se Conmebol mantiver veto à torcida fotos: Divulgação

A decisão da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) de impedir a presença de torcedores do Corinthians nos jogos da Taça Libertadores da América devido à morte do garoto Kevin Douglas Beltrán Espada no jogo contra o San José, em Oruro, irritou a diretoria do clube. Os dirigentes alvinegros, que entraram com recurso para reverter a decisão da entidade, esperam receber uma resposta até esta segunda-feira à noite. Caso o pedido do Timão seja negado, até mesmo a possibilidade de o clube deixar a competição continental não está descartada. O diretor jurídico do clube, Luiz Alberto Bussab, já havia classificado a decisão da Conmebol como "indevida, abusiva e intempestiva". A ideia do representante corintiano é ponderar todos os interesses do clube e definir o que é mais atrativo para o Timão neste momento, independentemente do fato de a equipe ser a atual campeã da Libertadores e de possíveis punições posteriores. Na visão de Bussab, o Tribunal de Disci-

plina deveria ser mais comedido e apurar melhor o acontecimento de Oruro. - Todas as possibilidades serão analisadas, sem exceção. Com a decisão da Conmebol, vamos nos reunir e observar o melhor para o Corinthians. Esperamos receber o parecer deles até segunda-feira à noite e, no mesmo dia, fazermos nossa escolha decisiva - afirmou o diretor, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM. A principal reivindicação do Corinthians é de direito à defesa e investigação dos envolvidos na morte de Kevin. A maneira com que a Conmebol tratou o caso incomodou a diretoria, que não aceita se curvar à punição sem provar que o clube não tem qualquer parcela de culpa no disparo do sinalizador marítimo que vitimou o jovem, ainda que este tenha partido do setor da arquibancada destinado aos alvinegros no estádio Jesús Bermúdez. Aproximadamente 85 mil ingressos já haviam sido vendidos de forma antecipada através do sistema Fiel Torcedor para os

Jogadores fazem um minuto de silêncio em homenagem ao torcedor boliviano Kevin Espada morto quarta passada

jogos contra Millonarios (da Colômbia), Tijuana (do México) e San José, cerca de 30 mil deles para a primeira partida do Corinthians no estádio do Pacaembu na Libertadores 2013. No ano passado, somente na fase de grupos, o clube arrecadou R$ 5,3 milhões em bilheteria. O clube tem plena confiança na reversão da decisão. Tanto é

que o departamento jurídico sequer estudou uma possível logística para devolver o dinheiro pago pelos torcedores. Caso a Fiel seja impedida de comparecer aos jogos no Pacaembu, a diretoria já tranquilizou os alvinegros: todos os sócios serão ressarcidos. A partida contra o Bragantino, neste domingo, pelo Cam-

peonato Paulista, foi assunto praticamente deixado de lado no CT Joaquim Grava. As bandeiras a meio-mastro no local mostravam o clima de luto, assim como a postura séria do presidente Mário Gobbi, do gerente de futebol Edu Gaspar e dos diretores Roberto Andrade e Duílio Monteiro Alves, que compareceram ao treino

deste sábado. Convicto de que, independentemente das punições impostas pela Conmebol, o maior prejudicado será o Corinthians enquanto instituição, Luiz Alberto Bussab promete agilidade e bom senso na decisão da diretoria. - É um caso muito delicado para fazermos decisões imediatas e ausentes de razão. É preciso rever tudo o que aconteceu. O Corinthians não pode sair prejudicado desta maneira. Com o posicionamento da Conmebol, vamos nos reunir sob o comando do nosso presidente e anunciar o que acontecerá na sequência - completou. Cientes de que podem ficar sem acompanhar o Timão de perto na primeira fase da Libertadores, torcedores já organizam, por meio de redes sociais, maneiras de apoiar a equipe mesmo do lado de fora do estádio. Campanhas pedindo telões na Praça Charles Muller, em frente ao Pacaembu, e invasão da torcida nos arredores do local da partida são veiculadas desde a decisão da Conmebol.

Advogado da Gaviões diz ter prova contra menor de idade O advogado da Gaviões da Fiel, Ricardo Cabral, que vai acompanhar o menor H. A. M., de 17 anos, em sua apresentação à Vara da Infância e da Juventude, em Guarulhos, afirmou ao GLOBOESPORTE.COM que tem como provar ter sido o adolescente o responsável por disparar o sinalizador que atingiu e matou o jovem boliviano Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, na última quarta-feira, durante o empate entre Corinthians e San José, em Oruro. De acordo com Cabral, ao comparar uma foto da ficha cadastral de associado do menor com a ampliação da imagem de um vídeo divulgado por uma emissora de televisão boliviana, em que o suposto rapaz que manuseia o artefato é mostrado, ficará provado que trata-se da mesma pessoa. - A partir do momento em que enviarmos a identidade e a

ficha cadastral com foto colorida, não restará nenhuma dúvida. Eu já fiz essa comparação, e não há dúvida - disse Cabral. Sobre o sinalizador naval que matou Kevin, o advogado disse que ele pode ser facilmente comprado em lojas de embarcações, sem proibições, e citou a região da Rua 25 de Março, principal foco do comércio popular da cidade de São Paulo. Cabral disse que o garoto afirmou ter comprado o objeto de um camelô, o que leva até à possibilidade dele estar com o prazo de validade vencido. Cabral afirmou que nenhum dos sinalizadores pertence a Cleuter Barreto Barros ou Leandro Silva de Oliveira. Eles fazem parte do grupo de 12 torcedores que estão presos na Bolícia, e foram indiciados como autores do crime. Os outros dez são acusados como cúmplices. - O artefato pertencia ao

Corintianos lembraram acidente que matou torcedor boliviano Kevin Espada, atingido na cabeça durante Libertadores

menor, foi encontrado em uma sacola na arquibancada. Os rapazes que estão lá foram prestar esclarecimento, mas nenhum deles tem nada a ver com isso. O

menor disse ter comprado isso de um camelô, por um preço abaixo do valor de mercado. Isso custa entre 120 e 150 reais, mas quando perde validade, chega às

mãos dos ambulantes por quinze, vinte reais - afirmou. O advogado afirmou que não conhecia o adolescente, e não sabe se ele já havia feito al-

guma viagem internacional com a torcida organizada, mas que H. A. M. frequenta com assiduidade os jogos do Corinthians. Segundo ele, a mãe do garoto só permitiu sua viagem porque se trata de um filho exemplar, que trabalha, estuda, e não tem nenhuma passagem pela polícia. Cabral foi informado do problema na manhã de quinta-feira, mas não acredita que o fato de a torcida saber da responsabilidade do menor enquanto ele ainda estava na Bolívia, e ter retornado com ele ao Brasil, possa incluir a instituição na acusação, como cúmplice. - Ele queria se entregar lá, mas nos sentimos responsáveis diretamente pela guarda dele, tememos por sua integridade física. Acho que se nós permitíssemos que ele se entregasse lá, pelo fato de estar com a torcida, isso poderia implicar em alguma sanção.

> PAULISTÃO

Timão empata com Braga no último minuto O atual campeão mundial penou para conseguir um ponto em Bragança Paulista. No seu primeiro jogo após a tragédia de Oruro, que resultou na morte do garoto boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, atingido no olho direito por um sinalizador marítimo, o Corinthians teve uma atuação irregular, mas, ao menos, não perdeu. Com um gol de pênalti no último minuto, marcado por Guerrero, o Timão arrancou um empate em 2 a 2 com o Bragantino. Com o resultado, o

time de Tite se mantém no G-8, mas no último posto - em oitavo, com 14 pontos, um a mais que a equipe de Bragança. Após um primeiro tempo sem gols, mas com chances quase que exclusivamente corintianas, o Massa Bruta reagiu. Com um esquema tático que dificultou as coisas para o Timão, a equipe do interior abriu o placar com menos de um minuto na etapa complementar, sofreu o empate-relâmpago, mas não se abalou e fez o segundo. A vitória

parecia garantida, até que, no último lance, o zagueiro Raphael Andrade meteu a mão na bola na área, cometendo pênalti. Guerrero, que entrou no segundo tempo, bateu com precisão, decretando o 2 a 2 num jogo que teve como grande destaque a atuação de Alexandre Pato. O ex-jogador do Milan se movimentou bastante, fez um gol, teve chance para fazer muitos outros e reclamou de um pênalti não marcado no segundo tempo. Pato, aos poucos, deixa claro que

tem lugar no time titular do Timão, que jogou desfalcado de Emerson, Alessandro, Danilo e Jorge Henrique em Bragança. O próximo jogo do Corinthians será pela Libertadores, quarta-feira, às 22h, contra o Millonários, da Colômbia, no Pacaembu - ainda sem saber se com ou sem a presença da torcida, em função da punição da Conmebol. Pelo Paulistão, o Timão encara o Santos, domingo, no Morumbi. Já o Bragantino recebe o Atlético Sorocaba, sábado, em Bragnça Paulista. Na primeira partida após a tragédia que matou o torcedor boliviano Kevin Espada, de apenas 14 anos, na estreia corintiana na Taça Libertadores da América, o clima da equipe ainda era de luto. Antes do apito inicial, um minuto de silêncio foi respeitado por jogadores e torcedores presentes no estádio Nabi Abi Chedid. No braço esquerdo de cada um dos atletas do Timão, uma tarja negra em homenagem ao garoto. Entre titulares e reservas, o Corinthians contava com três exjogadores do Bragantino: Felipe, Paulinho e Romarinho. Aplaudidos, eles foram presenteados pelo presidente Marco Chedid por conta do título mundial, conquistado em dezembro. Mas, como diz o ditado, "amigos, amigos - negócios à parte". Pelo lado

Atacante Alexandre Pato teve boa atuação diante do Braga no domingo

esquerdo do gramado, Romarinho infernizava a vida dos zagueiros adversários, que paravam suas rápidas arrancadas com faltas a todo instante. Se de um lado o Timão aproveitava o estilo corredor de sua dupla de ataque, do outro o Bragantino esbarrava em aspectos técnicos. Errando muitos passes, os donos da casa permitiram que Alexandre Pato chegasse duas vezes com perigo à área. Primeiro, chute cruzado, pelo lado direito, que parou nas mãos de Defendi, em bela defesa. Depois, finalização à queimaroupa, que por muito pouco não sobrou para Paulinho empurrar para a rede no rebote. O truncado sistema defensi-

vo do Braga, com três zagueiros e postura claramente cautelosa, não era problema para o Timão. O entrave de verdade eram as finalizações - falha apontada diversas vezes pelo técnico Tite. Dentro da pequena área, Romarinho perdeu mais uma boa oportunidade de abrir o placar, chutando na trave. Douglas e Fábio Santos também não acertaram a mira quando testados. O goleiro Cássio teve de trabalhar em apenas um lance da etapa inicial: em lançamento longo para Malaquias, a zaga corintiana foi pega de surpresa, Edenílson também não alcançou o atacante adversário, e o camisa 12 saiu do gol para fazer boa intervenção.


Primeira Edição | 25 de fevereiro a 3 de março, 2013

B4 | Especial

> ESPECIAL

Marketing de rede vira “febre” em Maceió Multinível é considerado legal, mas especialistas chamam a atenção para falta de sustentabilidade com andamento do negócio Marcelo Alves Repórter

Obter uma renda extra que pode atingir altas cifras, ser premiado com viagens para o exterior e até mesmo com carro e tornarse patrão num curto espaço de tempo, através de cadastro e gerenciamento de

pessoas para trabalhar vendendo produtos do tipo cosméticos e alimentos naturais e nutricionais. Tudo isso pode ser conquistado com pouco investimento e, até mesmo, em alguns casos, sem nenhum capital. Estas promessas são feitas por algumas empresas que integram o chamado marke-

ting de rede, que está se tornando uma febre em cada esquina, ambiente de trabalho, escola, faculdade, vizinhança e até mesmo no seio familiar há alguém envolvido no negócio e que lhe propõe incorporálo na empreitada. Diante desta tendência do marketing de rede, o portal Primeira

Edição entrevistou pessoas que trabalham para estas empresas, os chamados distribuidores independentes, bem como conversou com estudiosos da área de marketing para averiguar se a empreitada é legal e se há alguma "casca de banana" por trás de toda promessa.

Distribuidor conta que além da renda extra, ganhou dólares e viagem aos EUA Miguel Goes

Convencido, por uma amiga, a comprar um suco à base da babosa, para se curar de uma tendinite no ombro direito, quando ainda morava em Natal (RN), em 2005, o oficial aposentado da Força Aérea Brasileira Aguinaldo Soares adquiriu o produto, tomou e melhorou do problema. Satisfeito, Aguinaldo Soares continuou usando o produto. Mas essa sua amiga lhe fez outra proposta e o convenceu a entrar na empresa para ganhar uma renda extra e obter premiações. Outra vez convencido, entrou no negócio. Mas antes, pesquisou sobre a história da empresa. Após o estudo, ele se encantou com as informações obtidas e comprou uma quantidade maior do suco, entrando na empresa como consumidor, obtendo sua renda.

A partir daí, o oficial aposentado passou a oferecer o suco a seus familiares e amigos, cadastrando-os e costurando sua rede, deixando, assim, de ser apenas consumidor para se tornar um distribuidor independente. De cadastro em cadastro e de venda em venda, o dinheiro extra caia na conta bancária de Aguinaldo Soares. Para sua surpresa, uma pessoa que ele cadastrou em Recife (PE) quando esteve a passeio na cidade em 2006, já o havia superado nas vendas e na renda. "Minha amiga, que me cadastrou em Natal (RN), chamoume a atenção sobre o desempenho desse rapaz". Após puxão de orelha, Aguinaldo Soares ampliou ainda mais sua rede, deixando de ser distribuidor, passando a subir de níveis na empresa, isto é, de

Aguinaldo Soares ao lado de sua esposa Vera Maria lembram das premiações que ganhou com marketing de rede

cargo, chegando à gerência (três níveis abaixo do maior cargo que chega a ganhar milhões de reais) e como conseqüência teve um aumento na renda extra. Segundo o distribuidor independente, para subir de nível e gozar de mais benefícios e receber um maior percentual em cima de sua rede, foi preciso bater metas de vendas cada vez maiores. Durante oito anos na empresa, ele contou que foi premiado com uma viagem para os EUA junto com sua esposa, a empresária Vera Maria Couto, 70, que também é distribuidora independente. "Fomos ao EUA e conhecemos a empresa que atuamos como distribuidor independente. Tudo pago pela empresa. Ao chegar ao hotel, havia na cama produtos da empresa e também dólares".

"Não investi nada e ganhei uma “renda’", diz funcionário público Jessica Pacheco/Colaboradora

Enquanto há marketing de rede que para ingressar e usufruir benefícios é necessário investimento como a que atua Aguinaldo Soares, existem outras como a que integra o funcionário público e mestre em agronomia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Thiago Jorge que nem é preciso ter capital para entrar no negócio. "Eu mesmo estranhei quando fui convidado a me cadastrar nesta empresa de cosméticos, porque

para se investir em um carrinho de caldo de cana é necessário ter no mínimo mil reais", relembrou. Após alguns dias com o pé atrás para entrar na empreitada, ele fez como Aguinaldo Soares e também foi investigar a empresa. Encantado com as informações que leu, Thiago Jorge foi à procura de seu amigo, cadastrou-se e, em seguida, começou a formar sua rede. Com três meses como distribuidor independen-

te, ele possui mais de cem pessoas cadastradas e já está ganhando um acréscimo de 20% de sua renda que recebe como funcionário público. Ele conta que esse percentual é resultado de seu empenho nas vendas e também no desempenho das pessoas de sua rede, uma vez que tem direito a percentuais na venda das pessoas que cadastrou. Apesar de ter direito a um valor das vendas de seus cadas-

trados, José Jorge não se vê como patrão. "Não sou patrão. Eu só cadastro e oriento as pessoas durante palestras sobre como negociar. Até porque não há vínculo empregatício. Sou o elo da empresa com o consumidor. Pode-se dizer que sou o garoto propaganda da empresa". Thiago Jorge faz questão de ressaltar que o produto que vende é bom e também tentou persuadir a equipe de reportagem do Primeira Edição para se cadastrar na empresa. Ele disse ainda que além de obter uma renda extra, seu objetivo na empresa é ampliar sua rede de relacionamento. "Na minha rede há pessoas sem nenhuma escolaridade, bem como professores e universitários". Questionado sobre a facilidade do negócio, Thiago Jorge orienta que quem quiser entrar

Thiago Jorge adverte: “Para ganhar um extra é preciso esforço e dedicação”

na empreitada tem que "tirar o cavalinho da chuva" e se empe-

nhar em vender os produtos. "Dinheiro não cai do céu".

Especialistas garantem legalidade, mas criticam facilidade prometida Doutora em Administração pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luciana Peixoto Santa Rita, garante a legalidade do marketing de rede, apesar da ausência de pagamento de impostos. "O marketing de rede é um sistema de distribuição que movimenta bens e serviços legítimos com valor comercial. Ou seja, eles movimentam do fabricante diretamente para o consumidor, por meio de uma rede de distribuidores independentes", explicou. Luciana Santa Rita avisa que para quem entra para o marketing de rede, é necessário empenho porque há possibilidade de fracasso. "Se o distribuidor independente não se empenhar e também sua rede não vender, pode, sim, haver uma possibilidade de fracasso". Já o especialista em marketing digital, Gustavo Ferreira Accioly, mostra-se preocupado a exploração do marketing de rede e a sua falta de sustentabilidade. Gustavo Accioly alerta

para as chamadas pirâmides que podem ser construídas, utilizando-se da mesma estratégia do marketing de rede que é a de cadastrar pessoas para obter uma renda extra. "Eu não acredito que este modelo de negócio, o do uso de pirâmides, seja sustentável, característica que julgo fundamental para efetuar o cadastro em qualquer empresa de multinível. Além do mais, ela sofre de vícios sérios de constituição, que é um outro fator que a deixa em um estado de incerteza. Acredito que se ela não fizer modificações estruturais em breve poderá chegar a estágios críticos em suas finanças, causando frustração em muitos divulgadores, ou chamados distribuidores", afirmou. Ele ressaltou ainda que somente poucas pessoas conseguem obter lucros e uma quantidade ainda menor chega ao topo, ou atinge o cargo máximo prometido pela empresa. Gustavo Accioly revela que toda semana é promovida uma reunião

destas empresas para recrutar mais pessoas para a rede. A coordenadora do curso de Marketing de uma Faculdade de Tecnologia de Alagoas (FAT), Ana Caroline Beltrão, que também é graduada em Administração pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), chama atenção para o fato de que ninguém ganha dinheiro de forma legal sem esforço. "É preciso que se entenda um princípio básico: "Não existe ganho de dinheiro de forma lícita, sem trabalho duro e dedicação. Por menor que seja o "risco da proposta feita", será preciso gastar tempo, investir em comunicação, networking e em sola de sapato também", disse. Ela acrescenta que qualquer pessoa pode cair nesta rede, independente da classe social e do nível escolar. "O discurso de ganhar dinheiro, representando produtos de segmentos variados seduz pessoas de todas as classes sociais e vários segmentos de profissões".


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