Bolsonaro desmente Moro, Moro exibe gravação ao JN

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Artur Lira com apoio para suceder Maia > A-3 A barreira contra a Covid-19 No seu Enfoque Político, Romero Vieira Belo insiste em uma tecla: "Se todo mundo sair de máscara, ninguém transmite e ninguém contrai o coronavírus". Portanto, tão importante quanto o isolamento, a máscara é a grande barreira contra a Covid-19. > A-3

edição PRIMEIRA

Mega-Sena vai a R$ 42 milhões Nenhuma aposta acertou a Mega-Sena de sábado (25). Assim, o prêmio da 4ª feira (29) é estimado em R$ 42 milhões. As dezenas sorteadas: 15, 20, 39, 41, 49 e 57. Quem fez a Quina vai receber R$ 93 mil. A Quadra vai pagar R$ 1,5 mil a cada acertador.

Ano 13 | Edição 872 | Maceió, Alagoas, 27 de abril a 3 de maio, 2020 | R$2,00

BOLSONARO DESMENTE MORO, MORO EXIBE GRAVAÇÃO AO JN Aliados do presidente atacam ex-ministro fotos: Divulgação

Moro deixa governo fazendo graves acusações a Bolsonaro

Bolsonaro perde ministro ao impor troca na direção da PF

Amigo dos Bolsonaro, Alexandre Ramagem deve assumir PF

Com isolamento em queda, Covid-19 começa a se alastrar por toda Alagoas CORONAVÍRUS NO GOVERNO

Renan Filho, Santoro, Fábio e Rafael estão acometidos O governador Renan Filho está com o coronavírus. Em um segundo exame (o primeiro deu negativo) ele testou positivo e de imediato se isolou. No governo, também estão com a Covid os secretários George Santoro (Fazenda), Fábio Farias (Gabinete Civil) e Rafael Brito (Turismo). Renan Filho usou seu perfil nas redes sociais para anunciar o contágio. Ele disse que sentiu sintomas na quarta-feira. > A-2

Renan Filho anunciou contaminação e já está isolado em sua residência

A falta de prevenção e a redução do isolamento social estão levando Alagoas a enfrentar uma explosão de casos da Covid19 antes do que se esperava. Para se ter uma ideia: no dia 31 de março, o Estado tinha uma morte por coronavírus; na sextafeira, 24 de abril, eram 27 óbitos. Em Maceió, mais de 40 bairros já registram casos da Covid. > A-2

Vista como interferência descabida (sem causa), a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, evoluiu para a mais séria crise do governo de Jair Bolsonaro, com o pedido de demissão do ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública. Na manhã da sexta-feira (24), Moro fez pronunciamento acusando o presidente de tentar interferir politicamente no comando da PF. À tarde, Bolsonaro se pronunciou e desmentiu o ministro demissionário, acusando-o de ter concordado com a saída de Valeixo, em novembro, após sua nomeação para uma vaga no Supremo Tribunal. Logo após, Moro mostrou gravação de celular em que Bolsonaro cobra mudança do diretor geral da Polícia Federal. O diretor da ABIN (Agência de Inteligência) e homem de confiança do presidente, Alexandre Ramagem, deve assumir a direção da PF. As revelações de Moro reabriram o debate sobre o impeachment de Bolsonaro. Enquanto governadores lamentam o desfecho e elogiam Moro, aliados do presidente atacam o ex-ministro, criticando sua atuação no governo e reprovando suas denúncias ao deixar cargo. A pedido da PGR, o Supremo Tribunal deve autorizar abertura de inquérito para investigar a procedência das acusações do ex-ministro Sérgio Moro. > A-3, A-4, A-5 e Editorial na B-5

Até que enfim, cai o preço da gasolina Também pudera. Após cerca de 60% de redução nas refinarias, com sucessivos cortes desde janeiro, os postos de Maceió passaram a vender o litro da gasolina a R$ 3.70, com o petróleo cotado a preço de banana no exterior. Mas os motoristas sabem que os preços logo voltarão a subir. > A-5

Primeira Edição

Situação do Mercado da Produção exige intervenção imediata> A-5

Postos de Maceió baixam preço da gasolina, depois que cotação caiu cerca de 60% no âmbito das refinarias

Com calamidade, Rui renova emergência e mantém aula suspensa > A-5

Senador Renan critica Moro e cita Watergate > A-3 Fale conosco | Redação: (82) 3021.5837 | Comercial: (82) 3021.0563 | Assinante: (82) 3021.0563 | Internet: http://www.primeiraedicao.com.br | e-mail: contato@primeiraedicao.com.br


Primeira Edição | 27 de abril a 3 de maio, 2020

A2 | Política

A H L A RIA T A B SSÓ E C U S Da Redação

O jornalismo especulativo sempre existiu (fonte dos colunistas de ontem e dos blogueiros de hoje), mas tende cada vez mais a se adensar nesses tempos de Jair Bolsonaro na presidência. A mais recente especulação é: "Jair Bolsonaro aposta em Arthur Lira para suceder Rodrigo Maia" - conforme nota publicada no site O Antagonista, que detalhou: "Segundo Bela Megale (blogueira), o presidente pretende sustentar publicamente um nome ligado à ala ideológica, mas por trás vai trabalhar para viabilizar um parlamentar do Centrão que faça frente diante de quem for o preferido de Maia". O próprio O Antagonista procurou ouvir o parlamentar alagoano sobre a sucessão na Câmara Federal, e publicou:

No vale tudo especulativo, Artur Lira tem apoio de Bolsonaro contra Maia Deputado alagoano e líder do PP afirma que não é hora de falar em” nenhum tipo de eleição” "O deputado Arthur Lira (Progressistas), líder de um bloco na Câmara com nove partidos e 221 parlamentares, disse a O Antagonista que "não é hora de falar em qualquer tipo de eleição", acrescentando: "É hora de cuidar da pandemia, com a devida calma e sem ativismos de parte a parte". Segunda ainda o portal de Diogo Mainardi, Lira reforçou: "Sem sentido para este momento [discutir sucessão de Rodrigo Maia], não é hora de especulações". Em seu registro, O Antagonista detalhou: "O Globo, como registramos mais cedo, noticiou que Jair Bolsonaro "pretende sustentar publicamente um nome ligado à ala ideológica, mas por trás vai trabalhar para viabilizar um parlamentar do Centrão que faça frente diante de quem for o preferido de Maia".

fotos: Divulgação

Bolsonaro precisa do Centrão para emplacar seus projetos no Congresso

Alagoano Artur Lira teria apoio do presidente para presidir a Câmara

Câmara é quem decide abertura de impeachment contra os presidentes

Maia estaria articulando para se reeleger de novo Já o Portal O Tempo publica a seguinte matéria, indicando que o presidente Rodrigo Maia, presidente da Câmara, trabalha para mudar a regra e viabilizar sua própria reeleição: O movimento de aproximação de líderes e dirigentes partidários do chamado Centrão com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem como pano de fundo a eleição à presi-

dência da Câmara, em fevereiro de 2021. Dentro do bloco político já há uma avaliação de parte dos líderes de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), tem tensionado a relação com Bolsonaro para se fortalecer e tentar ficar no cargo, com uma manobra para alterar a regra que impede uma reeleição dentro de uma legislatura.

A leitura feita por um grupo, ainda minoritário, é que a manutenção do protagonismo de Maia pode inviabilizar qualquer movimento contrário a ele em fevereiro de 2021. Do lado do Palácio do Planalto, aliados de Bolsonaro veem nesse movimento um sinal de fragilidade de Maia e querem aproveitar para se posicionar na disputa pelo co-

mando da Câmara no ano que vem. Semana passada, Bolsonaro acusou o presidente da Câmara de conspirar para tirá-lo do posto e qualificou como péssima a atuação do deputado. "Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que esteja equivocado", disse Bolsonaro, em entrevista à CNN Brasil, ao comentar a

aprovação pela Câmara de um projeto de socorro aos Estados. Pouco depois, Maia rebateu as acusações e afirmou que Bolsonaro usou "um velho truque da política" de trocar a pauta para tentar desviar a atenção da demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. O político fluminense assumiu a cadeira pela primeira vez

em setembro de 2016, em um mandado tampão, após a cassação do mandato do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (MDB-RJ), e não largou mais. O discurso adotado por Maia é que ele não tem pretensão de ficar no cargo. Mas, internamente, não esconde que quer ter a palavra final para indicar, pelo menos, seu sucessor.

> INFESTAÇÃO

Coronavírus já tem casos confirmados em mais de 40 bairros da capital, diz relatório Redação com Agência Alagoas

Os bairros de Jatiúca e Ponta Verde, em Maceió, concen-

tram a maioria dos casos de coronavírus na capital, como revelou esta semana uma pesquisa realizada pelo Instituto de Geografia, Desenvolvimen-

to e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Os dados se tornam ainda mais preocupantes ao cruzar essa pesquisa com os nú-

meros mais recentes do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dois bairros reúnem o maior número de idosos com mais de 60

> CORONAVÍRUS NO GOVERNO

Renan Filho e três secretários são acometidos pela Covid-19 Redação

O governador Renan Filho está com a Covid-19. Ele anunciou o resultado do exame neste sábado (25), em seu perfil nas redes sociais. Alagoas registrou até agora 501 casos confirmados e 29 óbitos por coronavírus. - Comunico que, seguindo recomendação médica, refiz o exame para Covid-19, o resultado saiu hoje e foi positivo. Estou em casa, me sentindo bem, sem sintomas graves e iniciarei hoje os 14 dias de quarentena para recuperação. Se puder, me inclua nas suas orações - informou o governador. Além de Renan Filho, estão acometidos da Covid os Renan Filho e George Santoro cumprem isolamento por causa da Covid secretários George Santoro começou a sentir sintomas da (Fazenda), Fábio Farias, pela pandemia. O primeiro exame, porém, doença na última quarta-feira (Gabinete Civil) e Rafael Brito deu negativo. Depois disso, o (22). (Turismo). "Essa doença é perigosa! Renan Filho fez o primeiro governador continuou trabalteste no dia 18 de abril, depois hando, e não havia infor- Não há verdade absoluta, de o secretário estadual da mação de que ele tinha feito estamos todos aprendendo Fazenda, George Santoro, um novo teste, até a divul- diariamente a combatê-la. anunciar que estava com gação do resultado do segun- Quem está na linha de frente: médicos, enfermeiros e outros Covid-19, doença causada do exame, nesta tarde. Conforme informações do profissionais de saúde, prepelo novo coronavírus. Dias antes, os dois estiveram laudo do Laboratório Central cisam ainda de mais cuidareunidos definindo ações de Saúde Pública de Alagoas dos. Os que estão na gestão de o governador Alagoas contra a Covid-19, para combater a crise causada (Lacen),

também", Filho.

alertou

Renan

BALANÇO DA COVID O Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde, divulgado sábado (25/04) confirma mais 88 casos de Covid-19 em Alagoas. Dessa forma, o estado tem um total de 501 casos confirmados do novo coronavírus até o momento, dos quais 336 estão em isolamento domiciliar e 49 internados em leitos públicos e privados, sendo 14 em UTI e 35 em enfermaria. Outros 87 pacientes já finalizaram o período de isolamento, não apresentam mais sintomas e, portanto, estão recuperados da doença. Há 463 casos em investigação laboratorial. Duas novas mortes foram confirmadas. As vítimas eram um homem de 87 anos e uma mulher de 60, de Maribondo e Marechal Deodoro. Com isso, o Estado tem 29 óbitos por Covid-19. O primeiro morreu na UPA de Palmeira dos Índios e tinha hipertensão sistêmica. Já a segunda morte ocorreu na Santa Casa de Misericórdia de Maceió e a vítima tinha diabetes e hipertensão arterial.

anos de idade em Maceió, e com base no boletim epidemiológico usado pela Ufal na pesquisa, cada um deles já tinha entre 12 e 18 pacientes que testaram positivo. Essa faixa da população é a mais vulnerável e suscetível a contrair o Covid-19, que já contaminou 413 pessoas em Alagoas e é extremamente volátil, de fácil circulação entre a população. Os números só não são piores no estado devido ao isolamento social em vigor. A Ponta Verde reúne 16,65% da população de terceira idade de Maceió e Jatiúca 14,07%. Com base nos dados da Ufal, os bairros da orla de Maceió concentram o maior número de novos casos de Covid-19 no Estado, principalmente por reunirem o grupo de risco numa região onde, além de residências, também é grande a concentração comercial e o fluxo de consumidores.

INFESTAÇÃO

A Sesau informa que casos do novo coronavírus já podem ser encontrados em todos os

distritos sanitários da capital, segundo o levantamento, sendo que nos oito bairros com maior incidência da doença, o número de infecções varia de cinco até mais de dez casos. A gerente médica do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) e integrante do Grupo Técnico de Apoio ao Enfrentamento da Covid-19 em Alagoas, a infectologista Luciana Pacheco, demonstra preocupação com os dados apontados no relatório, uma vez que alguns dos bairros citados trazem um número expressivo de moradores idosos, portanto, do grupo de risco. "As pessoas precisam se conscientizar que a doença existe, a doença pode ser grave nas pessoas idosas, nas pessoas com doenças crônicas e essas pessoas vão precisar do atendimento na rede de saúde. Você precisa fazer sua parte, ficar em casa e isso não significa ir para rua, ir para calçada ou ir à praça, tem de ficar isolado em casa. Se você precisa sair para trabalhar, tem que trabalhar com segurança", enfatiza Luciana Pacheco.

Médica Luciana Pacheco: “É preciso se conscientizar de que a doeçna existe”


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Política | A3

> HORIZONTE Romero Vieira Belo

Enfoque Político Jornalismo é, antes de tudo, a busca da verdade

População já tem remédio eficaz contra coronavírus Nas duas últimas semanas, no Brasil e no resto do mundo, cientistas, pesquisadores, infectologistas e autoridades da saúde convergiram para um consenso: um simples pedaço de pano é remédio eficaz para derrotar a pandemia do coronavírus. Pedaço de pano chamado de 'máscara'. Antes, era 'máscara cirúrgica', produto especial que os cirurgiões usavam para se proteger de infecções no ambiente hospitalar. Agora, no meio da pandemia, com o mesmo formato, qualquer máscara caseira serve. Diariamente, os programas de televisão com espaços reservados à pandemia entrevistam os especialistas e ouvem deles o que os dirigentes da Organização Mundial da Saúde deveriam saber antes de todo mundo: a máscara resolve. E é tão simples. Qualquer vírus gripal (e a Covid é mais um tipo de gripe) é transmitido pela boca ou nariz. Quando se diz que a pessoa pode adquirir o coronavírus pondo a mão em superfícies contaminadas, significa que alguém se contagiou ao tocar em objeto infectado - isso mesmo - pelo vírus que saiu da boca ou do nariz de alguém através da tosse, espirro e até da fala. Estranho, muito estranho, nesse cenário pandêmico, que os doutores da OMS tenham deixado de recomendar às populações de todos os países o uso sistemático de máscaras. E não vale a desculpa de que assim fizeram para evitar que o equipamento viesse a faltar nas UITs dos hospitais. Não, quando o surto começou em Wuhan, na China, na passagem de dezembro para janeiro, já se via nas imagens de TV as pessoas usando máscaras para se proteger. Em verdade, se reconheciam a importância do equipamento como barreira em defesa dos médicos nos hospitais, aí é que competia à Organização Mundial da Saúde aconselhar o uso desse simples e eficaz dispositivo. Não tem segredo: se uma pessoa usa máscara, não transmite o coronavírus. Se todos usam, todos estão protegidos. Com meros avisos diários sobre o curso da pandemia e sem meios práticos para ajudar o mundo a combatê-la, a OMS aparece com um desempenho muito sofrível nessa tragédia mundial. É FUNDAMENTAL CONTER VELOCIDADE DA COVID Renan Filho não está 'jogando' com a pandemia. Os decretos emergenciais editados até aqui são pautados em orientação de cientistas e médicos: somente contendo a velocidade do surto pode-se evitar a exaustão da estrutura hospitalar. Alagoas não vai jamais se transformar numa Guayaquil (Equador).

Crise projeta Sérgio Moro para a sucessão presidencial de 2022 Demissão do 'comandante da Lava-Jato' fecha isolamento do presidente da República fotos: Divulgação

Da Editoria de Política

Seja qual for o desdobramento da crise gerada por Jair Bolsonaro, que forçou a demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o fato que parece inquestionável, invisível, mas amplamente presente no sentimento da sociedade, é: o Brasil já tem um nome - exemplo de competência e integridade - para a próxima sucessão presidencial em 2022. Cumpre, de logo, lembrar que Jair Bolsonaro nunca foi o candidato ideal e muito menos o presidente ideal, aquele que deveria chegar à presidência por méritos e aquele que deveria governar com equilíbrio, bom senso e espírito de união. Na verdade, Bolsonaro foi o instrumento que a maioria da sociedade dispôs, na campanha sucessória de 2018, para mudar o rumo da política nacional, rompendo o regime continuísta implantado pelo Partido dos Trabalhadores, que expelia sinais de uma ditadura partidária com 'alternância' apenas entre petistas. Bolsonaro, além disso, não se viabilizou com postulante presidencial por sua biografia, pelo histórico de suas ações como militar ou político, mas, simplesmente, por sua vinculação com as Forças Armadas. Era um militar, inspirando a confiança numa mudança institucional, que não veio, porque o presidente revelou-se um 'criador de casos', um incorrigível 'gerador de crises'. A conclusão, baixada a

Ex-ministro Sérgio Moro é criticado por aliados de Bolsonaro e visto como opção para a sucessão presidencial

poeira da refrega eleitoral e mesmo antes de o presidente eleito assumir, foi de que inobstante o aparente paradoxo - a maioria dos brasileiros não votou na pessoa de Bolsonaro, mas no agente que, pela razão supra invocada, virou a promessa da mudança ansiada pela maioria da sociedade. Formado o ministério, logo ganhou destaque a figura do novo ministro da Justiça, agora na condição de ex-juiz da operação Lava-Jato, talvez o maior processo de combate à corrupção da história, superior, mesmo, à célebre operação MãosLimpas. A oposição - os petistas, sobretudo - de logo acusaram Moro de ter ido para o ministério como prêmio por ter condenado o ex-presidente Lula, fato agora desmentido pelo ato de

demissão em que em que revelou as investidas do presidente no sentido de interferir politicamente nas ações da Polícia Federal. Sérgio Moro, que já entrou para a história como um destemido combatente da corrupção e da criminalidade - na verdade, virou uma legenda internacional - deixa um governo atribulado e marcado por crises internas para ser visto, naturalmente, como opção viável à sucessão presidencial de 2022. O Brasil, e Bolsonaro, infelizmente, não entende isso não quer um governo de bravatas e crises intermináveis, mas um comando pautado pela busca da unidade nacional. É possível que, na tentativa de consertar o estrago, o presidente mude o tom, mais uma vez, agora buscando o papel de

'vítima', mas pelas reações gerais à demissão de Sérgio Moro, resta evidente que o Capitão foi longe demais. Talvez, sem retorno. DUELO EM 2022 Não poucos analistas políticos apostam num confronto entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro na sucessão de 2022, valendo lembrar que as pesquisas de intenção de voto feitas ao longo desses 16 meses de governo mostram a liderança do presidente. Alguns observadores avaliam que, numa disputa polarizada entre os dois, o fiel da balança poderá ser o eleitorado de esquerda, que teria de decidir - pela sua ótica - entre o que se colocar 'menos distante' das propostas que o segmento defende.

Rodrigo Maia manda conta pro governo e mira sucessão presidencial

SALVADOR DA PÁTRIA DE OLHO NA SUCESSÃO Rodrigo Maia poderia ter um excelente desempenho no comando da Câmara dos Deputados. Mas pisou na bola ao ter o nome cogitado - por aliados como Ronaldo Caiado - para disputar a sucessão de Bolsonaro. A partir daí, tornou-se pródigo em aprovar gastos monumentais do governo. Tenta, assim, aparecer na foto como um novo 'salvador da pátria'... O ERRO PRIMÁRIO DO VELHO CAPITÃO A demissão do Moro era uma questão de tempo. Ainda no ano passado, em agosto, Bolsonaro já havia feito uma opção entre governar com isenção ou amparar os filhos. O presidente errou num ponto: achou que Moro se apegaria ao cargo. PERNAMBUCO, O ALERTA DE UMA TRAGÉDIA Ainda a propósito de quarentena: os que criticam o isolamento social adotado em Alagoas poderiam, ao menos, se informar sobre o que está acontecendo em Pernambuco, estado vizinho onde os hospitais, todos eles, já não conseguem atender o número crescente de infectados pelo coronavírus. HENRIQUE MEIRELLES DEFENDE EMISSÃO Ex-ministro da Fazenda e presidente do Banco Central, Henrique Meirelles defende a emissão de dinheiro novo para cobrir os gastos extras com a pandemia. Para o atual secretário da Fazenda de São Paulo, o governo federal pode recorrer a esse expediente para ajudar o país a se recuperar do baque econômico em 2020. AS TORRES DO MINISTRO PAULO GUEDES Paulo Guedes, o financista de Brasília, diz que o governo derrubou duas das três torres que travam a economia brasileira: a Previdência e os juros. Segundo o ministro, a terceira torre é o salário dos servidores públicos. Como sabe que não pode cortar a remuneração, PG propõe que o funcionalismo "dê sua contribuição" abrindo mão de reajuste nos próximos dois anos. NOTICIÁRIO DÚBIO CONFUNDE LEITOR Um leitor visitou o site Gazetaweb e se disse desorientado. - O portal explicou - defende o isolamento social quando enfoca situações envolvendo o presidente Bolsonaro; mas, quando se trata de Alagoas, repercute todo e qualquer registro crítico contra os decretos emergenciais do governo do Estado, que conferem prioridade às ações em defesa da vida dos alagoanos.

Renan Calheiros critica Moro e lembra Watergate

Collor diz que denúncias de Moro são graves

Rodrigo Cunha destaca atuação do ex-ministro

> REPERCUSSÃO

Renan vê 'fim de linha' e faz associação à queda de Nixon Da Editoria de Política

Logo após o pronunciamento de Sergio Moro anunciando seu pedido de demissão, no final da manhã de sexta-feira (24), o senador Renan Calheiros (MDB), postou o seguinte comentário nas redes sociais: - (Sérgio) Moro sai atirando no fascismo que defende e ajudou a fabricar. Os crimes de responsabilidade apontados por ele são estarrecedores e gravíssimos: controlar investigações, blindar filhos, interferir na PF (Polícia Federal) para ter acesso a relatórios sigilosos são o fim da linha. Com Nixon foi assim (referência ao ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, que teve de renunciar ao cargo no meio do escândalo de Watergate). Na mesma linha de Renan

Calheiros, o senador Fernando Collor (que foi destituído da presidência em 1992 em um processo de impeachment) considerou que Moro fez revelações graves: "Deixam o governo numa posição constrangedora e vulnerável. O quadro institucional é nebuloso". O chefe do Ministério Público de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, agradeceu ao ex-ministro Sérgio Moro pela grande parceria durante sua gestão na presidência do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas. O senador Rodrigo Cunha afirmou que "como ministro, Sérgio Moro mudou o patamar de combate à corrupção no Brasil". Na mesma linha de Renan Calheiros, o senador Fernando Collor considerou o episódio gravíssimo "que deixa o gover-

no numa posição constrangedora e vulnerável. O quadro institucional é nebuloso". Sem elogiar o ex-ministro, o presidente da OAB/Alagoas, Nivaldo Barbosa declarou: "Não é correto aparelhar a PF para atender a propósitos pessoais e políticos". Do presidente estadual do Podemos, Técio Melo: "Todo o nosso apoio ao ex-ministro Sérgio Moro, que enquanto esteve no cargo garantiu a autonomia da Polícia Rodoviária Federal, ao qual eu orgulhosamente faço parte". FHC PEDE RENÚNCIA O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso utilizou a sua conta pessoal no Twitter para pedir que o Jair Bolsonaro peça renúncia. "Que renuncie antes de ser renunciado", escreveu FHC, acrescentando que o

presidente podia "poupar" o povo brasileiro de um longo processo de impeachment. "Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego" Já a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) destacou que a "gestão responsável" de Moro à frente do Ministério da Justiça. "Sua carreira na magistratura certamente contribuiu para levar ao ministério uma visão ampla sobre o sistema de Justiça e a complexa realidade do Brasil", destaca a AMB. Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) lamentou as mudanças e avalia que Sérgio Moro cumpriu seu papel à frente da pasta "com dedicação e comprometimento, garantindo a independência da Polícia Federal".


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A4 | Nacional

> CRISE Geraldo Câmara

Ouvidor Geral geraldocamara@gmail.com

E AGORA, JOSÉ? Na realidade ninguém mais se entende desde que o Mandetta deixou o Ministério da Saúde. Acabaram praticamente as coletivas de imprensa e o novo ministro só faz dizer que está observando o andamento das coisas para ver que providências haverá de tomar. Em contrapartida, o Sr. Coron, está sabendo o que faz e cumprindo sua missão devastadora fazendo crescer em todos os cantos do Brasil a sua presença indesejável e mortal. O ministro vai em frente andando pra trás, os outros ministros ficam fazendo papéis de bonecos para uma plateia que já está sem entender nada e o diretor do espetáculo dando seus passeios e soltando suas piadas maléficas pensando que está agradando a população. O que nos parece é que, no país, com exceção dos médicos e de todos os envolvidos em saúde, a irresponsabilidade está grassando inclusive no seio da população que teima em não cumprir as metas de isolamento, decididamente a melhor forma para evitar a contaminação. E como se não bastasse ailnda existem as outras brigas palacianas com o presidente fazendo questão de afirmar e reafirmar que é o dono da caneta e do poder desafiando a tudo e a todos. Onde vamos parar, ninguém sabe. Só perguntando: E agora, José?

DESTACÔMETRO

O destaque vai para ela, Vanessa Câmara que aniversariou no último 20 e apagou velinhas em plena quarentena somente comigo e com nosso caçula, João Marcelo. Uma festa e tanto!

PÍLULAS DO OUVIDOR No momento que escrevíamos esta coluna ouvíamos o agora ex-ministro Sérgio Moro em entrevista coletiva informando do seu pedido de demissão e abrindo o verbo contando inclusive suas conversas com o presidente Bolsonaro. Acho que acabam de brincar com um cidadão sério, um ministro que deixou uma carreira de vinte e três anos na magistratura para atender a um apelo, até popular, aceitando ficar à frente do importante Ministério da Justiça. Seu pedido de demissão na última sexta-feira me pareceu absolutamente coerente com os seus princípios, os de um homem que não aceita mudança de palavra com quem quer que seja. E, por isto, detectou e não negou essa falta de palavra do presidente. O que vai acontecer agora, em plena pandemia que já é uma enorme crise. Claro que crise institucional está a caminho e a demissão de Sérgio Moro pode ser insufladora para que essa crise seja ainda maior. A denúncia pelo próprio Moro de que o presidente queria um delegado da Polícia Federal mais perto dele e a possibilidade de que ele, presidente, pudesse com tranquilidade consultar delegado e superintendentes é imoral. Vamos ver quem será e como será o novo ministro que possivelmente seja mais um militar. Não tenho nada contra, mas percebe-se que os militares estão todos no ambiente do Planalto. O que se apreende da crise que derrubou o Ministro da Justiça é que os métodos apregoados em campanha presidencial em 2018 já começam a mudar e mostrar que estar no poder muda os mesmo métodos e pessoas. Vamos ver no que vai dar! E aí, aguardei as cinco horas da tarde para ouvir o patético presidente do Brasil querendo mudar todo um processo, sair de bonzinho e acusar o probo, agora ex-ministro de desleal com ele e com o país Pelo andar da carruagem acho que vem muito mais por aí. E se eu quisesse dar uma de pitonisa diria que a crise ministerial vai chegar pertinho do Paulo Guedes que vai bater de frente com o Braga Neto e por aí vai. Esperem! Maria Helena Russo Lessa (foto), presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Uma batalhadora pelas causas sociais e por onde passou - Soprobem e Cruz Vermelha - só plantou o bem.

ABRAÇOS IMPRESSOS Os abraços impressos vão para outra figura feminina de enorme destaque e grande competência por anda. Ana Dayse (foto) foi reitora da UFAL e desde o princípio da administração Rui é a Secretária de Educação de Maceió. Uma força!

Bolsonaro se defende acusando Moro e citando a vaga no STF Presidente foi acusado de interferência política no comando da Polícia Federal O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento no final da tarde da sexta-feira (24) no qual afirmou que o exministro da Justiça e Segurança Sergio Moro disse a ele que aceitaria a substituição do diretor-geral da Polícia Federal, mas somente em novembro, depois que fosse indicado para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Mais cedo, nesta sexta, Sergio Moro anunciou demissão do cargo porque, segundo o exministro, Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal ao decidir demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo. Moro não aceitou. No pronunciamento, em resposta à manifestação de Sergio Moro pela manhã, Bolsonaro afirmou que: * Sergio Moro condicionou a substituição de Mauricio Valeixo à indicação dele, Moro, para ministro do STF; após o

fotos: Divulgação

Presidente Bolsonaro respondeu a Sérgio Moro afirmando que as acusações do ex-ministro eram “infundadas”

pronunciamento do presidente, Moro contestou essa afirmação; * não tem de pedir autorização a ninguém para trocar algum ocupante de cargo no Poder Executivo;

* pedia a Moro, mas nunca obteve, um relatório diário das atividades da PF para poder tomar decisões de governo; * durante a gestão de Moro, a PF estava mais preocupada em investigar o assassinato da

vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, que o atentado sofrido por ele durante a campanha eleitoral; * se Moro queria ter independência e autoridade deveria se candidatar.

Moro exibe gravação em que o presidente pede mudança na PF O ex-ministro da Justiça Sergio Moro exibiu na sextafeira (24) à TV Globo uma troca de mensagens entre ele e o presidente Jair Bolsonaro, ocorrida nesta quinta (23), na qual Bolsonaro cobrou mudança no comando da Polícia Federal. Após o pronunciamento de Bolsonaro, a TV Globo cobrou de Moro provas de que as declarações tinham fundamento. O ex-ministro mostrou, então, a imagem de uma troca de mensagens entre ele e o presidente, ocorrida na quinta. O contato é identificado por "presidente novíssimo", indicando ser o número mais recente de Bolsonaro. A imagem mostra que o presidente enviou a Moro o link de uma reportagem do site "O Antagonista" segundo a qual a PF está "na cola" de dez a 12 deputados bolsonaristas. O presidente, então, escreveu: "Mais um motivo para a troca", se referindo à mudança na direção da Polícia Federal.

Moro exibiu gravação de conversa sobre investigação de deputados em que Bolsonaro tenta interferir na PF

Sergio Moro respondeu ao presidente explicando que a investigação não tinha sido pedida pelo então diretor da PF, Maurício Valeixo. Moro enviou a mensagem: "Esse

inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre, no STF", se referindo ao ministro Alexandre de Moraes. Moro também exibiu troca de mensagem em que a dep-

utada Carla Zambelli, aliada de Bolsonaro, pede que ele aceite a troca de Maurício Valeixo, prometendo, em troca, falar com Bolsonaro para nomeá-lo para o Supremo Tribunal.

PGR pede ao Supremo para apurar denúncias de Moro O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (24) para abrir um inquérito sobre os fatos narrados e as declarações feitas pelo então ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro. Entre as providências, o procurador-geral solicita ao Supremo a oitiva de Sergio Moro em razão da abertura do inquérito. O ministro anunciou um pedido de demissão do cargo na manhã desta sexta, após Jair Bolsonaro exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Leite Valeixo. Caberá a um ministro relator - ainda a ser definido na Corte - dar o aval e abrir a investigação. A PGR aponta, em tese, crimes de: * falsidade ideológica; * coação no curso do processo - uso de violência ou ameaça contra uma pessoa em processo judicial ou adminis-

Procurador-geral da República Augusto Aras pede para o Supremo investigar as denúncias do ex-ministro Moro

trativo, por interesse próprio; * advocacia administrativa - promoção de interesse privado na administração pública; * prevaricação - quando o agente público retarda ou não pratica ato previsto em lei para satisfazer interesse pessoal; * obstrução de justiça; * corrupção passiva privilegiada;

* denunciação caluniosa e crimes contra a honra - calúnia, injúria e difamação. "A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao Presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime

de denunciação caluniosa", aponta o procurador-geral. "Indica-se, como diligência inicial, a oitiva de Sergio Fernando Moro, a fim de que apresente manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento, com a exibição de documentação idônea que eventualmente possua acerca dos eventos em questão".


Primeira Edição | 27 de abril a 3 de maio, 2020

O C S I R IO O G T L Á A T N CO E D Por Alfredo Mergulhão, Da Revista Época

Todos os anos, os comerciantes do Mercado da Produção, em Maceió, percebem a queda de movimento em suas barracas nos dias que sucedem a semana santa, quando há grande procura por peixes e frutos do mar para o feriado. Mas em 2020, além dos corredores vazios, espalhou-se o medo entre os vendedores do centro comercial. Um açougueiro que trabalhava no local morreu por Covid-19 na quarta-feira, dia 15. Claudio Mandu da Silva, de 48 anos, trabalhou normalmente até a manhã da QuintaFeira Santa, dia 9. Nesta mesma data, centenas de pessoas se aglomeravam nos boxes e balcões instalados no Mercado da Produção. Os clientes deixaram para fazer compras de última hora e as recomendações de distanciamento social foram ignoradas. Alagoas é o Estado com menor taxa de isolamento social no Nordeste: 49,3% da população cupre quarentena adequadamente, conforme aponta levantamento divulga-

Geral | A5

Açougueiro trabalhou vários dias com coronavírus, no Mercado da Produção Com sintomas da Covid-19, Cláudio Silva parou de trabalhar na Quinta-Feira Santa, morrendo 6 dias depois do em 16 de abril. "O movimento não foi como no ano passado, devido ao coronavírus. Mas mesmo assim acho que o pessoal não estava ligando muito para isso, todos sabem como é o movimento nessa época do ano. Tinha muito pouca gente usando máscaras", afirmou o dono de uma peixaria, que preferiu não ter o nome mencionado. Maior mercado e um dos mais antigos e tradicionais de Maceió, o lugar é um dos principais centros de abastecimento da cidade. Possui 1.478 boxes que vendem carnes, mariscos, peixes, temperos, hortifrutigranjeiros, e até mesmo roupas e artigos medicinais. O Mercado da Produção segue em funcionamento por ser considerado equipamento essencial para a segurança alimentar, conforme estabelece o decreto que disciplina a atuação do comércio durante a emergência em saúde pública no Estado de Alagoas. O dono de um açougue no local disse que os comerciantes do mercado ficaram preocupados após a morte de Cláudio. "Na Quinta-Feira Santa eu não

fotos: Primeira Edição

Mercado da Produção foi desinfectado depois da morte de açougueiro

Movimento gera aglomerações e eleva riscos de contaminação no local

fui trabalhar. Preferi não abrir a banca pois eu vendo carne e ninguém compra nesse dia. Mas eu conversava com o Cláudio, ele era açougueiro como eu. Então a gente fica apreensivo, ele trabalhou doente por vários dias, não sabemos com quantas pessoas ele teve contato", disse a ÉPOCA.

abril, teve de ser encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Mulher. Morreu dois dias depois. A família dele está em quarentena. A Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes), responsável pelo mercado, lamentou a morte de Cláudio e informou em nota que ele não havia reportado qualquer problema de saúde à administração do estabelecimento. E

AUTOMEDICAÇÃO

Cláudio começou a sentir indisposição no dia 2 de abril,

de acordo com o auxiliar administrativo Marcelo Franklin, de 33 anos, parente da vítima. Indisposto e gripado, Cláudio fez automedicação com antigripais. "Com os remédios, ele resistiu uns dias e conseguiu trabalhar até a manhã da QuintaFeira Santa. Mas ele não aguentou mais e foi ao hospital", afirmou Franklin. Cláudio ficou internado no Hospital Veredas e, em 13 de

acrescentou que o box onde Cláudio trabalhava foi isolado e as autoridades sanitárias fizeram desinfecção em todo o mercado. Após a confirmação da morte, o Mercado da Produção seguiu aberto, mas com restrições. Passou a haver um controle de entrada e saída de pessoas. Com a medida, formaram-se filas de clientes do lado de fora na semana passada.

> TRANSPORTE EM CRISE

Em estágio crítico, Veleiro tem demissões suspensas por decisão de juíza do TRT/AL Assessoria do TRT-AL A juíza da 1ª Vara do Trabalho de Maceió, Adriana Oliveira, revogou todas as demissões realizadas pela empresa Veleiro nos últimos 50 dias, que não estejam em conformidade com as Convenções Coletivas firmadas em 31 de março e 02 de abril de 2020, bem como aquelas que foram efetuadas com base na pandemia da COVID19 e no ato do poder público municipal. A empresa também foi proibida de demitir, de imediato, outros empregados com observância ao artigo 486 da CLT. A decisão liminar atendeu a pedido de ação de cumprimento proposta pelo Sindicato dos Trabalhadores em

Transporte Rodoviário no Estado de Alagoas (Sinttro-AL). De acordo com a decisão, a empresa deverá remeter, em um prazo de 72 horas, a ser contado a partir da próxima segunda-feira (27.04), a documentação necessária para que seus trabalhadores recebam as complementações financeiras previstas, especificamente daqueles que estão com seus contratos de trabalho suspensos. A Veleiro também deverá juntar ao processo, no prazo legal, a relação de todos os trabalhadores que foram demitidos nos últimos 50 dias, com base no artigo 486 da CLT. A magistrada destacou ser evidente que a empresa vem, de fato, demitindo irrestritivamente seus

Veleiro enfrenta sua pior crise, agravada pelos efeitos da pandemia

empregados, transferindo ainda, de modo inequívoco, o pagamento das rescisões ao poder público

municipal, o que, conforme já mencionado, não se justifica. Ela reconheceu que o artigo 486 da

CLT dispõe sobre a paralisação temporária ou definitiva do trabalho que impeça a continuidade da atividade e, consequentemente, do empreendimento. Contudo, segundo ela, é impossível reconhecer a sujeição fática a esse dispositivo de Lei, porque a paralisação parcial foi de apenas 30% da frota de ônibus urbano, de segunda a sábado. "A descontinuidade de 30% da atividade de transporte, por mínima, não gera nenhum colapso à reclamada", avaliou. Na decisão, a juíza Adriana Oliveira advertiu para o prejuízo causado aos trabalhadores. "Sendo assim, uma vez presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano, com a possibilidade da ocorrência de

demissões em massa, além daquelas já ocorridas, acarretando lesão de difícil reparação à classe trabalhadora, tenho por deferir a tutela de urgência nos termos do art. 300,§ 2o DO NCPC", frisou. A juíza ainda ressaltou que os sindicatos obreiro e patronal firmaram instrumentos coletivos no dias 31 de março e 02 de abril de 2020 com o objetivo de preservar os postos de trabalho e regular hipóteses como redução de jornada e salário, suspensão do contrato para qualificação, férias coletivas antecipadas etc. Nesse caso, a hipótese de demissão foi tratada apenas de forma excepcional, para os trabalhadora não incluídos nas hipóteses acima.

> COMBUSTÍVEIS

Como por 'toque de mágica', postos de Maceió baixam preço da gasolina Da Redação Os motoristas de Maceió se surpreenderam, na semana passada, com uma inesperada redução do preço da gasolina em praticamente todos os postos de abastecimento da capital. Até então, o litro do derivado do petróleo vinha sendo comercializado a R$ 4.00 (na tabela, eles colocam 'R$ 3.99,9'), valor que, desde o início de abril, havia caído para R$ 3.94,9. Na sexta-feira, 10 de abril, uma surpresa: os postos de Maceió, como que por 'toque de mágica', amanheceram exibindo tabela com preço da gasolina reduzido para R$ 3.79,9. Não foi nada ocasional, fim de estoque ou coisa do gênero: é que na noite da quinta-feira (9), o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco havia aparecido no noticiário da TV dizendo que os empresários

do setor não estavam repassando para o consumidor as reduções dos preços praticados pela estatal junto às refinarias. Como o produto estava sendo comercializado em Alagoas acima do que se pode considerar normal (em Garanhuns, por exemplo, o litro da gasosa desde março era vendido até por R$ 3.70) e como ninguém sabe o que o governo federal pode, de repente, fazer em reação aos preços abusivos, o setor alagoano simplesmente cortou 15 centavos em cada litro comercializado. Aparentemente pouco, os Preço da gasolina caiu de R$ 4.50 para R$ 3.70 após cortes nas refinarias 15 centavos se transformam em dinheiro considerável na junto às refinarias, sendo guns postos de Maceió baixaquando multiplicados por mi- que somente em março foram ram o valor do litro da gasolilhões de litros, o que significa quatro cortes: 9,5%, 12%, 15% na para R$ 3.70 (eles colocam dizer que o setor vinha engor- e 5%, totalizando 42,5%, per- R$ 3.69,9). dando o lucro com a prática de centual que nem de longe foi repassado para o consumipreço abusivo. ETANOL Vale lembrar que, desde dor. Ao todo, o corte chegou Quem costuma abastecer o janeiro, a Petrobras reduziu a 53%. tanque com etanol pode agora Neste final de semana, al- optar pelo uso da gasolina, já nove vezes o preço da gasoli-

Etanol também tem redução para não disputar cotação com a gasosa

que a diferença de preço caiu para apenas 30 centavos, o que torna o derivado do petróleo mais atrativo por proporcionar um rendimento melhor. Mas convém ir devagar, pois neste fim de semana o litro do etanol já havia caído para R$ 3.20, uma manobra usa-

da para distanciar sua cotação em relação ao valor da gasolina. Portanto muito próximo ao da gasolina (R$ 3.80), quando, normalmente, os empresários mantém uma distância de R$ 1.00 de um combustível para o outro.


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A6 | Especial

> "QUADRO GRAVE"

Ministro do STF já considera impeachment Marco Aurélio afirma que Bolsonaro pode ter cometido crime e afirma que PF é instituição do estado, e não do governo Marco Aurélio Mello afirmou, na sexta-feira (24/4), que o presidente Jair Bolsonaro pode ter cometido crime comum ao tentar acesso a relatórios de inteligência da Polícia Federal e não descartou a possibilidade de a situação levar a um processo de impeachment. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) disse, que, se for o caso, "o procurador-geral da República deve atuar em caso de crime co-

mum". Ele rechaçou qualquer tentativa de um presidente da República de interferir no trabalho desenvolvido pela PF. "A Polícia Federal não é uma polícia de governo, é uma polícia de Estado, e deve atuar com independência", defendeu. O magistrado lembrou ainda que alertou, durante as eleições, sobre os riscos de Bolsonaro chegar ao poder. "Vejo um quadro muito grave e que gera perplexidade. Vem a confirmar o que eu disse

Divulgação

em um seminário na Universidade de Coimbra, que discorri sobre a tendência de se eleger populistas de direita. Disse com todas as letras que temia pelo Brasil", disse.

IMPEACHMENT

Ministro Marco Aurélio diz que acusações de Moro devem ser apuradas

Sobre o acesso a informações sigilosas da PF, Marco Aurélio afirmou que pode gerar processo de impeachment na Câmara dos Deputados ou por crime comum. No caso de crime comum, a Constituição Federal prevê que a

denúncia deve ser enviada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo, que decide ou não se aceita. "É aguardar o que ocorrerá, em eventual possível processo de impedimento no âmbito do Legislativo, e tendo em conta também, se for o caso, de ter-se a prática de crime comum, ter em conta atividades a serem desenvolvidas pelo chefe do Ministério Público Federal, procurador Aras", completou o magistrado. (Do Correio Braziliense).


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Esportes

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Primeira Edição | 27 de abril a 3 de maio, 2020 Diário Oficial dos Municípios - Opinião - Social

> PROMETE

Alecgol ganha chance e renova com o CSA Depois de uma fratura e três gols marcados com a camisa do Azulão, artilheiro vai ficar no clube até o fim da temporada GloboEsporte.com O atacante Alecsandro, de 39 anos, conversou com a diretoria do CSA nesta semana e recebeu a garantia que vai renovar contrato quando o futebol retornar. Antes do acordo, o vínculo acabaria no dia 30 de abril. Famoso, o jogador (ex-Vasco, Palmeiras e Flamengo) chegou ao clube em 2019 para a disputa da Série A. Estava no São Bento e foi contratado no dia 4 de julho. No ano da Primeira Divisão, o atacante disputou 20 partidas com a camisa 99 do CSA. Entrou como titular em onze delas e marcou dois gols. Quando balançou a rede, três coincidências: os gols foram marcados em Maceió, abrindo o placar e de cabeça. Nesses jogos, o CSA venceu a Chapecoense por 2 a 0 e em-

patou com o Atlético-MG por 2 a 2. O primeiro gol foi no duelo com a Chape, dia 8 de setembro. Após escanteio cobrado pelo meia Jonatan Gómez, aos 40 minutos do primeiro tempo, ele escorou de cabeça. Antes, aos 22, havia o centroavante perdido um pênalti. Tiepo defendeu. O segundo gol marcado pelo atacante abriu o placar para o Azulão contra o AtléticoMG, aos 33 minutos do primeiro tempo. O jogo foi disputado em Maceió no dia 16 de outubro. A jogada foi iniciada pelo volante João Victor, que cruzou na área para Alecsandro empurrar para a rede do goleiro Cleiton. Típico de centroavante. Em novembro, Alecsandro sofreu uma fratura no tornozelo, num treino do CSA, e só

Famoso, o jogador (ex-Vasco, Palmeiras e Flamengo) chegou ao clube em 2019 para a disputa da Série A

voltou a jogar em março deste ano. Foram três meses e 20 dias de intenso trabalho de fisioterapia.

Em 2020, ele entrou em campo apenas uma vez, na goleada por 4 a 0 sobre o Freipaulistano, pela Copa do Nor-

deste. Dia 15 de março, Alecsandro marcou, de carrinho, o quarto gol azulino após cobrança de falta do lateral-di-

reito Diego Renan. Jogou 18 minutos. Antes dessa partida, o atacante disse que teve poucas lesões na carreira. - Eu digo que na minha carreira eu não tive lesão muscular, foram poucas, mas as fraturas me deixaram longe do campo por muito tempo. Eu tive três fraturas muito sérias, uma foi a do quinto metatarso no começo da minha carreira, depois tive a fratura de crânio no Flamengo, que deixou meu retorno no futebol até complicado, né? E agora, por último, essa fratura no final do ano passado que me tirou da reta final do Brasileiro, que foi a fratura no tornozelo, na tíbia,. Essa é uma fratura muito difícil, mas graças a Deus me recuperei bem - lembrou Alecsandro que promete disputas posição com Michel Douglas e Diego Maurício.

> MEMÓRIA VIVA

O C do Coronavírus e da Corrupção Alcides Muniz Falcão (*) A letra C está com a bola toda. Por um lado, o Coronavírus submete o Brasil (e o mundo) a uma tragédia de que só se tem notícia um século atrás, quando a humanidade enfrentou a terrível gripe espanhola, com um número de mortes até hoje impreciso - entre 33 milhões, 50 milhões e até 100 milhões de óbitos. A doença tem outro nome - Covid, acrescentado de 19, que é uma referência ao ano (2019), mesmo assim, como se vê, Covid começa com o danado do C. O Coronavírus, aliás, é um mal que vai vitimar ou já está vitimando principalmente os mais pobres, os mais carentes (e aqui abro parêntesis para lembrar a difícil situação dos moradores do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, que perderam suas casas devido à instabilidade do solo e aguardam suas devidas indenizações). Como faço parte de um grupo de ris-

Ex-senador Alcides Muniz Falcão

co (já passei dos 60) me esforço para ficar em quarentena e aconselho meus companheiros de faixa etária a fazer o mesmo:

fique em casa. Sair, somente protegido com máscara, e em que de extrema necessidade. A vida está difícil - em verdade, nunca foi fácil - mas vale a pena ser vivida e com intensidade. Vamos nos cuidar, que o Coronavírus é um C muito insidioso. Quanto ao C de Corrupção, está todo mundo lamentando a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, até porque Moro foi o grande comandante da Lava-Jato, como juiz federal, como grande condutor da maior operação de combate à corrupção e à criminalidade na história do Brasil e do mundo. Os traquinos têm agora forte motivo para comemorar, vendo Moro fora da Lava-Jato e fora do Ministério da Justiça. (*) Depoimento do ex-senador Alcides Muniz Falcão


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Esportes |B3

> “DEPENDEMOS DO JORGE”

Braz teme subida do euro para renovação Vice de futebol fala que aguarda posicionamento das autoridades competentes para que elenco volte a trabalhar no Ninho Globoesporte.com Mais do que nunca: gelo no sangue. O momento é de indefinição, os rumos do futebol e do mundo indicam para um gigantesco ponto de interrogação. E o Flamengo não rema contra essa tendência. Ciente da realidade, Marcos Braz evitar fazer projeções e vê a paciência e a serenidade como características fundamentais para fugir da tormenta chamada coronavírus. O mesmo vale para renovação com Jorge Jesus. "Todos os esforços serão feitos de novo. O presidente Landim autorizou, estamos conversando com calma, mas aconteceu essa situação do mundo. O Euro vai para mais de R$ 6. Isso é um fator ruim. Estamos analisando várias situações. Vamos fazer a nossa

parte, mas não depende só do Flamengo. Dependemos também do Jorge entender o momento" O vice-presidente de futebol do Flamengo foi o convidado da FlaTV para entrevista ao vivo neste sábado e demonstrou cautela ao avaliar o futuro breve do futebol do clube. Os próximos passos não dependem exclusivamente de decisões do Rubro-Negro e o dirigente se colocou no lugar de observação: "Não é o Flamengo que precisa voltar. Todos os clubes precisam voltar. Os jogadores estão de férias até o dia 30 e estamos prontos, preparados. Mas não depende do Flamengo" - Depende dos órgãos governamentais. Temos que ver a flexibilidade do governo, da prefeitura. Estamos prontos e

fotos: Divulgação

mia. Desde então, o elenco está de férias e tem volta prevista para o dia 1º de maio. Tudo, no entanto, depende da orientação das autoridades.

VOLTA DE JESUS

- Mesmo que volte, o Flamengo dificilmente vai treinar no dia 1º de maio. O Jorge vai chegar no dia 1 à noite. Vamos conversar com ele, ver a programação de treinos, e dois dias depois começaremos se tivermos a liberação das autoridades.

RENOVAÇÃO

Jorge Jesus desembarcando em Portugal. Treinador volta ao Brasil dia 1º de maio, a renovação preocupa o Fla

querendo, mas seguiremos todas as ordens governamentais e protocolos de seguranças.

Não depende só do Flamengo. A última partida do Flamengo aconteceu no dia 14 de

março, contra a Portuguesa, no Maracanã, já com os portões fechados por conta da pande-

- Até você? Vamos voltar um ano atrás, quando contratamos a comissão técnica, fizemos um esforço enorme. Tínhamos muita segurança nele, mas tínhamos que analisar a parte financeira. O presidente foi fundamental.

> “MUITO IMPORTANTE”

Cruzeiro espera receber os R$ 20 milhões de seguro GloboEsporte.com O Cruzeiro vive uma delicada situação financeira, mas pode ter um alívio nos caixas. E um alívio significativo, no valor de R$ 20 milhões, que viriam de um seguro que cobre "gestões temerárias" de dirigentes. No caso, a gestão de Wagner Pires de Sá, ex-presidente. Quem revelou a expectativa pelos R$ 20 milhões foi Saulo Fróes, presidente do conselho gestor do Cruzeiro, em entrevista à Rádio Itatiaia. - Existe um seguro no valor

de R$ 20 milhões que cobre gestão temerária por parte dos diretores. Com base nesta documentação, nós também tentaremos receber, diante das provas, esses R$ 20 milhões. Caso a gente consiga, será muito importante para o fluxo de caixa para este ano diante da situação que enfrentamos. Para que o clube tenha direito à indenização, é necessário provar os atos temerários de Wagner Pires na gestão do Cruzeiro. Para isso, o clube conta com a Kroll, consultoria especializada em investigações

Seguro cobre "gestões temerárias" de dirigentes. No caso, Wagner Pires

corporativas contratada pelo clube. O relatório da Kroll será usado como base para o Cruzeiro solicitar os R$ 20 milhões da seguradora. Além disso, será entregue pelo clube às autoridades que investigam a última diretoria celeste. - Esse levantamento que a Kroll está fazendo, quanto à documentação em provas, será de suma importância não só para apresentar no processo que corre junto ao Ministério Público, mas também para que a gente possa solicitar o simples ressarcimento. Porque po-

de não ser considerado crime, mas existe a responsabilidade civil por gestão temerária disse Saulo Fróes. Se tudo der certo, a expectativa do conselho gestor do Cruzeiro é que os R$ 20 milhões entrem na conta já no próximo mês. "Estamos muito esperançosos que em maio a gente traga essa boa notícia para a torcida do Cruzeiro e que possa ajudar nesta fase de recuperação" Saulo Fróes, muito otimista para que tudo ocorra dentro do previsto.


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B4 | Diário Oficial dos Municípios

PREFEITURA MUNICIPAL DE PIAÇABUÇU EXTRATO DE ATA DE REGISTRO DE PREÇOS DO PREGÃO PRESENCIAL Nº 009/2020. ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 016/2020 FORNECEDORA REGISTRADA: ISRAEL DA SILVA SANTOS (MEI), CNPJ: 23.819.047/0001-87 – Objeto: SRP PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO DE

MÓVEIS. Perfazendo o valor total da ata de registro de preços na ordem de R$ 724.800,00 (setecentos e vinte e quatro mil e oitocentos reais), referente aos itens 01 ao 29. Piaçabuçu/AL, 23 de abril de 2020. Djalma Guttemberg Siqueira Breda Prefeito ---------------- --------------PREFEITURA MUNICIPAL DE PIAÇABUÇU HOMOLOGAÇÃO

O PREFEITO MUNICIPAL DE PIAÇABUÇU/AL, no uso de suas atribuições legais, e em cumprimento ao Art. 43, inciso VI da Lei Federal nº 8.666/93 e com a previsão do inciso XXII da Lei Federal nº 10.520/02, resolve HOMOLOGAR o itens do Certame Licitatório na modalidade Pregão Presencial sob o nº 009/2020, que tem por objeto para Prestação de Serviços de Recuperação de Móveis, em favor

da Empresa ISRAEL DA SILVA SANTOS (MEI), CNPJ sob nº 23.819.047/0001-87, perfazendo a ordem de R$:724.800,00 (setecentos e vinte e quatro mil e oitocentos reais), referente aos itens 01 ao 29, considerando com base nas informações contidas nos autos, sua plena regularidade. Piaçabuçu/AL, 23 de Abril de 2020. Djalma Guttemberg Siqueira Breda Prefeita

> “ILHA DA LUTA”

Dana White garante octógono na “praia” Dirigente conta com novo local para levar lutadores que estão fora dos EUA e diz que não tem pressa para voltar à ativa fotos: Divulgação

Dana White afirmou que a “ilha da luta” deve começar a funcionar em junho, mas não tem pressa para retorno

Combate.com Dana White anunciou no último final de semana a retomada dos eventos do UFC a partir do dia 9 de maio, quando irá realizar três edições do show em uma semana, todas elas na Flórida. Mas o dirigente disse ainda, em entrevista à “ESPN”, que os planos de realizar eventos em uma ilha privada estão de pé. Apesar de não revelar o local, ele garantiu que a “ilha da luta” está sendo construída e deverá receber o Ultimate a partir de junho. - A “ilha da luta” deve começar a funcionar em junho. Então, eu deveria começar a fazer eventos internacionais em junho. De 9 a 23 de maio, nós vamos fazer quatro shows. E a partir de junho nós podemos começar nossas lutas internacionais na ilha. - Nós realmente vamos colocar um octógono na praia. Lá vai ter instalações de treinamentos para as pessoas. Há hotéis. E toda a ilha será construída, toda a infraestrutura

será construída para o UFC fazer as lutas lá. Segundo Dana, a importância deste local é para que os lutadores do UFC que não podem viajar para os EUA, por conta da pandemia do novo coronavírus, tenham a possibilidade de lutar pela organização. Embora tenha se apressado a voltar a produzir eventos, todos eles de portões fechadas, o dirigente garante que levar o público às arenas não é sua prioridade no momento. - Não estou com pressa em ter os fãs de volta nas arenas. Eu sei que nós podemos fazer este negócio com segurança sem os fãs. Na entrevista, Dana White falou ainda que enviou um documento de 30 páginas ao governador do Estado de Nevada vislumbrando um retorno do evento à Las Vegas, e garante que todos estarão seguros no show.

UFC 249

A programação do UFC 249 é praticamente a mesma

que aconteceria no último dia 18 de abril e foi cancelada com pouco mais de uma semana de antecedência. A luta principal é a mesma: a disputa do cinturão interino dos pesos-leves, entre Tony Ferguson e Justin Gaethje.

CARD PRINCIPAL

Peso-leve: Tony Ferguson x Justin Gaethje Peso-galo: Henry Cejudo x Dominick Cruz Peso-pesado: Francis Ngannou x Jairzinho Rozenstruik Peso-pena: Jeremy Stephens x Calvin Kattar Peso-pesado: Greg Hardy x Yorgan De Castro CARD PRELIMINAR Peso-leve: Donald Cerrone x Anthony Pettis Peso-pesado: Alexey Oleynik x Fabricio Werdum Peso-palha: Carla Esparza x Michelle Waterson Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Uriah Hall Peso-meio-médio: Vicente Luque x Niko Price O evento promete.

> CONFORMADO

Daniel Cormier valoriza chance de se aposentar Combate.com Uma luta de despedida no UFC é a chance de o atleta sentir o carinho dos fãs pela a última vez. Ao que tudo indica, porém, isso não acontecerá com Daniel Cormier. O excampeão do peso-pesado - que deve se aposentar em seu próximo combate, contra o atual dono do título, Stipe Miocic -, deverá fazer um duelo sem público devido à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista concedida para a "ESPN" americana, o lutador da American Kickboxing Academy (AKA) se mostrou resignado com o fato de "pendurar as luvas" em um embate sem torcida. - Vai acabar assim. (...) Vou lutar com esse cara em uma arena vazia. Eu quero enfrentálo. Sim, você pode terminar assim ou terminar como Vince Carter, que realmente teve sorte de terminar o jogo. Todos meio que se afastaram, e ele arremessou para três pontos. Você nem pode ter a chance de se aposentar, então, pelo menos eu a tenho - declarou, citando o astro do basquete americano, que estava em temporada de despedida das quadras, porém, a NBA está suspensa

Daniel Cormier quer se aposentar como campeão do UFC na trilogia

devido ao Covid-19 e sua última aparição pode ter sido em um jogo "normal" do Atlanta Hawks. Embora esteja conformado, Daniel Cormier faz questão de ter seus familiares na arena, quando a luta contra Miocic acontecer - provavelmente nos próximos meses, no verão americano. Contudo, não se mostra tão confiante em função do número reduzido de pessoas que estarão envolvidas nos eventos do Ultimate. - Não sei como funcionaria com a minha família. Gostaria que minha esposa e meus filhos vivenciassem essa despedida, mas não sei se será possí-

vel. Não sei quando no verão acontecerá essa luta, mas sinto que será maior do que seria, com mais lutas boas, mais pessoas assistindo. Será a maneira perfeita de se aposentar: no topo. No primeiro confronto entre Daniel Cormier e Stipe Miocic, realizado em julho de 2018, ‘DC’ levou a melhor, ao nocautear o, até então campeão, e adicionar o cinturão peso-pesado à cinta dos meiopesados, esta renunciada pelo próprio alguns meses depois. Já em agosto do ano passado, na revanche, Stipe conseguiu recuperar seu título com uma vitória por nocaute.


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Opinião |B5

A foto do fato

Editorial

Uma aposta no caos Agora, sim, Jair Bolsonaro foi longe demais. A exoneração de Luiz Henrique Mandetta - já em si gravíssima por ocorrer em meio a uma pandemia terrível - tinha algo de justificável: uma crise persistente, resultado de visões díspares sobre o cenário da saúde pública nacional, reclamava um ponto final, mesmo sabendo-se que o então ministro da Saúde vinha realizando um trabalho operante e, o mais relevante, digno de confiança. Mas o novo clímax, a nova crise aberta pelo próprio presidente da República e, dessa vez, atingindo pessoalmente o ministro que lhe dava sustentação moral, violou o limite do bom senso. Primeiro, porque trocar ou não o diretor da Polícia Federal era assunto secundário ante a dimensão da tragédia nacional refletida na mortandade causada pelo coronavírus. Segundo, porque, nesse momento, o que mais importa ao País, à sociedade brasileira, é a luta para conter a escalada de contágios e de mortes na pandemia. Bolsonaro já havia forçado a saída do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, em agosto do ano passado, mas acabou recuando ante a resistência do então ministro Sérgio Moro. Ou seja, não foi agora, de repente, que o presidente - sem apresentar razões plausíveis - teve a iniciativa de se livrar do principal assessor de Sérgio Moro. Com esse episódio lamentável, Bolsonaro se isola ainda mais, pois tem assumido posição crítica em relação ao Poder Judiciário e ao Congresso Nacional, e engrossa o coro dos que, não de agora, vinham afirmando que o governo Bolsonaro havia chegado ao fim. No pronunciamento em que anunciou sua saída do cargo de Ministro da Justiça, Moro disse algumas verdades que repercutiram como 'bombas' de alto teor político, interpretadas como 'crime de falsidade ideológica' (publicar ato com assinatura do ministro sem autorização do mesmo) e interferir politicamente no trabalho interno da Polícia Federal. Por conta disso, engrossa o movimentam pró impeachment de Jair Bolsonaro. Isso, num momento delicado, de crise pessoal e política entre o presidente da República e o presidente da Câmara Federal, a quem compete aceitar ou não o pedido de impedimento do chefe do governo. O Capitão apostou no caos...

O divórcio foi traumático. O que começou como sólida amizade e espírito de cooperação, acabou com um rompimento ruidoso: Jair Bolsonaro descumpre 'carta branca' dada a Moro, e o ministro da Justiça deixe o cargo fazendo gravíssimas acusações ao presidente.

Pandemia x meio ambiente x miséria

Crise e intervenção estatal

de Veneza estão cristaliNo dia 26 de fevereiro de 2020 nas. Não se um homem de 61 anos de idade refere ao cusresidente em São Paulo, após to de quantas retornar de uma viagem à Itália vidas humatestou positivo para a Covid-19. nas. Em São A partir daí iniciou-se o contágio Paulo um do coronavírus no Brasil. pesquisador De acordo com o Ministério da afirmou (...) Saúde, até ontem, são 40.581 ca- que o coronavírus se alastrou sos confirmados, com 2.575 pelo mundo graças à ação desmortes. Aqui em Pernambuco trutiva e invasora do ser humano são 2.690 casos confirmados e contra a natureza (...), sem ofe234 mortes. Os governos esta- recer qualquer comprovação duais decretaram o isolamento científica. (...) ocorre que a gente social, como forma de conter o tem o desmatamento e invasão avanço da epidemia, com objeti- de territórios antes preservados vo de ganhar tempo para fortale- (...) a gente acaba soltando no cer o sistema de saúde, ainda meio ambiente, doenças que sem condições logísticas de aten- estavam contidas nas cavernas. der uma demanda excessiva. O Tudo sugere que a origem da esforço das autoridades sanitá- Covid-19 vem de morcegos que rias e das ONGs tem sido funda- estavam nas cavernas. Arremata mental para conter o avanço do com um vaticínio escatológico: coronavírus. caso não desacelerarmos o ritmo Aqui em Pernambuco não tem si- do consumo (...) acaba não sudo diferente. Rendo minhas ho- prindo na velocidade que precimenagens às ONGs que estão no samos de insumos, alimentos e sacrifício. Grande número delas moradias. Esse discurso faz-me está atuando em comunidades pensar na colonização de Marte carentes, às vea curto prazo. zes passando Pois é. Ao que sérias dificuldatudo indica os “Contudo, algo de ambientalistas des no atendimento direto à estão encantaestranho me população que dos com o cenáchama a atenção, rio paradisíaco vive na miséria; moradores de surgiu no no cenário caótico que rua, deficientes planeta em apee na perspectiva nas três meses físicos, mendigos, etc... São de avanço do cosombria” 13,537 milhões ronavírus. Os bede seres humanefícios ambiennos que vegetais obtidos às tam a céu aberto, numa expressi- custas de milhares de vidas e milva materialização da barbárie hões de seres humanos que contemporânea. tornar-se-ão pobres ou miseráContudo algo de estranho me veis da noite para o dia tiveram o chama a atenção, no cenário condão de levá-los ao delírio, ao caótico e na perspectiva sombria frenesi, à fantasia, após vislumda ação da Covid-19 no Brasil. A brarem o planeta sem a presença absurda reação de alguns am- de nós os humanos, esses, predabientalistas, aos devastadores dores deletérios que se multipliefeitos colaterais da pandemia, cam aos bilhões e insistem em senão vejamos; Em 24/3/2020, destruir o planeta. Seu desprezo um ambientalista escreveu: ruas pelos que não comungam dos vazias e freio na poluição. Meio seus sentimentos ecológicos é ambiente se beneficia com a ex- assombroso. Salvo prova em pansão do coronavírus. Pros- contrário, não tive notícia de segue descrevendo um cenário registro no Brasil de qualquer paradisíaco resultante do fecha- ação efetiva de ambientalistas no mento de fábricas, lojas e meios enfrentamento direto à Covidde transportes. 19. Devem estar radiantes. AfiNa China, a paralisação de uma nal, o planeta muito está pareciparte de sua indústria, fez, se- do com o que eles desejam argundo a Nasa, desaparecer o dió- dentemente que fosse. xido de carbono, gás poluente. (...). Na Itália, uma das mais atin(*) Advogado gidas pela pandemia, as águas

A crise que estamos vivendo - sanitária e econômica - recoloca um debate recorrente ao longo da história do capitalismo: o papel do Estado na economia e na sociedade. Qual seria o nível ideal de intervenção estatal para assegurar os objetivos nem sempre convergentes de crescimento econômico, estabilidade interna e externa, desenvolvimento social e fortalecimento da democracia? Nas eleições presidenciais de 2018 houve uma escolha que anunciava um programa ultraliberal, na medida em que o presidente eleito deu carta branca a seu ministro da economia, Paulo Guedes, materializada na figura do "posto Ipiranga". A partir do diagnóstico da crise herdada dos governos do PT, previam-se reformas estruturais, amplo programa de privatizações, enxugamento da máquina estatal, austeridade fiscal, abertura externa e a liberalização radical da economia de mercado. Paulo Guedes, um economista com sólida formação teórica e experiência empresarial no mercado financeiro, se coloca alinhado com a tradição de economistas liberais como Eugênio Gudin, Otávio Bulhões e Roberto Campos, que nunca tiveram muito sucesso político na implantação de suas ideias no Brasil. Com grande protagonismo e cooperação do Congresso Nacional, avanços importantíssimos foram feitos desde 2017. A agenda de reformas foi abruptamente interrompida pela pandemia do coronavírus.

Moacir Veloso (*)

Marcus Pestana (*)

Cabe registrar que o agigantamento do Estado brasileiro não é obra de governos socialdemocratas e de esquerda. A construção do intervencionismo estatal pós-1930 passou por Vargas, JK, mas teve momentos expressivos nos governos militares, sobretudo no 2o. PND de Geisel, e, posteriormente, nos governos do PT. Muito ao contrário, os governos socialdemocratas de Itamar Franco e FHC privatizaram a Embraer, as telecomunicações e a Vale do Rio Doce e esta-

“A partir do diagnóstico da crise herdada do PT, previam-se reformas estrruturais, amplo programa de privatizações” bilizaram a economia com o Plano Real e a introdução da responsabilidade fiscal, do câmbio flutuante e da autonomia da política monetária. Com a recessão projetada pela paralisia econômica necessária para responder à pandemia, o destino nos pregou uma peça, colocando na liderança de um programa tipicamente keynesiano de sustentação do emprego e da renda, um fiel seguidor do pensamento liberal de Hayek, Von Mises e Milton Friedman.

Como gostava de citar Ulysses Guimarães o pensador espanhol: "Eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela, não me salvo a mim". Não havia escolha. Mas não deve ser fácil agir contra as próprias convicções. Alguém que veio para dar um necessário choque liberal na economia brasileira ampliar o déficit, aumentar o endividamento público, introduzir subsídios, injetar renda via incremento da despesa pública. Mas um consenso necessário desde já é que a atual e inevitável política é circunscrita ao enfrentamento da crise derivada da pandemia. Depois da tempestade, teremos que retomar a trajetória das reformas e do reequilíbrio fiscal. Em boa hora, o Congresso Nacional sugeriu a criação de um "Orçamento de Guerra" paralelo, focado na superação da grave recessão que se avizinha, sem que isso se confunda com a defesa de um Estado interventor onipresente e um elogio conceitual à irresponsabilidade fiscal. Na próxima semana, pretendo mergulhar um pouco na polêmica histórica e teórica sobre o papel do Estado, para que não tiremos conclusões erradas deste momento emergencial. (*) Ex-deputado federal e presidente do PSDB de Minas

Caipirinha - um medicamento Alberto Rostand Lanverly (*)

Outro dia, rebuscando arquivos integrantes da hemeroteca do IHGAL, lí edições do "Jornal de Alagoas" datadas do período compreendido entre 1918 e 1920, e inteirei-me do grande acontecimento de então, a Gripe Espanhola. Espantei-me com o fato... Rapidamente, a pandemia conseguiu deixar um rastro de 35 mil mortes no Brasil. Caixões eram empilhados nos cemitérios, por falta de coveiros. Escolas sem aulas, comércio fechado e ruas vazias, muito embora os espaços públicos não hajam sido desocupados, obedecendo orientação das autoridades. A Academia Alagoana de Letras, inaugurada em novembro de 1919, teve seus Estatutos amplamente discutidos, nas dependências do Bar Colombo, localizado no centro de Maceió e ponto de encontro dos intelectuais da terra. A infecção foi generalizada, tendo até o Governador de Alagoas de então, Fernandes Lima, sido contaminado. Cem anos se passaram, e agora estamos vivendo situação similar. O Covid19 é considerado o "Jason", aquele personagem do filme "Sexta Feira", inimigo praticando um jogo sem regras, fazendo com que a normalidade esteja longe de tornar à normalidade. Ainda pensando nas páginas dos jornais históricos, não esqueci, suas principais manchetes, enfatizarem serem os alagoanos capazes de saírem fortalecidos do evento crítico, por exercerem a em-

patia e a solidariedade, respeitando o próximo, a si mesmo, mas acima de tudo, mudando seu comportamento pessoal em virtude das agruras vivenciadas. Realmente, lições daquela época se tornaram inesquecíveis, principalmente no campo da medicina, porém dois legados se tornaram icônicos. O primeiro é a existência ainda hoje, do Cemitério São José inicialmente chamado Caju, construído no Trapiche da Barra, área então remota da cidade, objetivando

“Rapidamente, a pandemia conseguiu deixar um rastro de 35 mil mortes no Brasil. Caixões eram empilhados”... enterrar em covas rasas, centenas de maceioenses falecidos vítimas da infecção fatídica, sendo o segundo, uma bebida bem popular, que surgida da ganância dos nossos patrícios, desde então buscando lucros demasiados, inflacionando o preço dos remédios existentes, fazendo fossem valorizados alguns nunca vistos, mas que ganharam atribuições curativas, tais como Água

Purgativa Queiroz, Pílulas Sudoríficas de Luiz Carlos, Balas Peitorais e até Sumo de Limão consumido em mistura com porções de álcool. Os três primeiros caíram em desuso pela comprovada ineficiência, enquanto o último, foi aperfeiçoado no Carnaval de 1921, recebendo o incremento de açúcar ou mel, dali surgindo a gostosíssima caipirinha. No mais, nada prevaleceu. Os cidadãos continuaram egoístas, sempre legislando em causa própria, e até a milenar medicina sofreu tentativas de mácula, quando buscaram politizá-la pelo uso de medicamentos, apesar de os cientistas, queimarem pestanas na busca do antídoto para o Covid19. Daqui a cem anos, em 2120, quando uma nova pandemia, que poderá ser chamada de Galacticavírus119, por exemplo, for anunciada, os homens serão mais amáveis e sinceros, tendo a seu dispor, quem sabe, um novo drink, conhecido por "Interesseirinha", mistura de cloroquina, suco de tamarindo e etanol, com adoçante e gelo a gosto. Sem falar nas musiquinhas cantaroladas no período momesco do ano seguinte. (*) Presidente da Academia Alagoana de Letras

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Primeira Edição | 27 de abril a 3 de maio, 2020


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