Bolsonaro é o Presidente

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Sem pardal, caem acidentes de trânsito em Maceió > A-5

edição PRIMEIRA

Seca castiga 38 municípios A prolongada estiagem está provocando grandes prejuízos em diversos estados brasileiros. Em Alagoas, a seca persistente desenhou um cenário de sede, fome e sofrimento em pelo menos 38 municípios, que decretaram estado de emergência. > A-5

Ninguém acerta a Mega-Sena A Mega-Sena voltou a acumular. Neste sábado (26), ninguém acertou as dezenas sorteadas: 11, 13, 15, 17, 22 e 27. O prêmio para a 4ª feira deverá ser de R$ 5,5 milhões. Quem fez a Quina vai receber R$ 7,5 mil. A Quadra vai pagar R$ 283 a cada acertador.

Ano 13 | Edição 796 | Maceió, Alagoas, 29 de outubro a 4 de novembro, 2018 | R$2,00

BOLSONARO É O PRESIDENTE CAPITÃO DERROTA O PETISMO

Com 99,71% das urnas apuradas em todo País: Bolsonaro 55,20%, Haddad 44,82%. Mais de 10 milhões de votos de vantagem Depois de uma longa batalha – talvez a mais acirrada disputa presidencial da história republicana – Jair Messias Bolsonaro (PSL) foi eleito neste do-

mingo (28) tornando-se o 38º presidente da República Federativa do Brasil. O candidato que desafiou o sistema e se apresentou com uma proposta de fa-

zer política sem ceder a negociatas com partidos, votou no Rio de Janeiro, ao lado da mulher Michelle, e reafirmou seu compromisso de votar res-

peitando as instituições e a Constituição Federal. Com o candidato Bolsonaro confinado em sua casa no Rio, com a saúde fragilizada devido ao atentado

de 7 de outubro em Juiz de Fora, uma sucessão de denúncias contra o capitão, ecoadas na mídia e nas redes sociais, provocou oscilações negativas fotos: Divulgação

Com a mulher Michelle, Bolsonaro votou sob a expectativa da grande vitoria confirmada

No sorriso de Bolsonaro, a expressão de um triunfo retumbante que entra para a história

Haddad comandará oposição petista Derrotado neste domingo, o PT vai continuar na oposição. Mesmo com o ex-presidente Lula condenado e preso, o partido

agirá sob o comando de Fernando Haddad e fará oposição sistemática ao governo do presidente Bolsonaro, no Congresso.

sidente Michel Temer, após votar neste domingo. Ele conclamou à união dos brasileiros após o processo eleitoral encerrado. > A-5

Os governadores eleitos e reeleitos Além da disputa presidencial, o segundo turno deste domingo foi realizado para eleger governadores de 13 estados e do Distrito Federal. Veja a relação dos eleitos ou reeleitos:

Temer anuncia transição A transição do atual governo para o próximo (que se instalará em janeiro) começará já nesta segundafeira (29), anunciou o pre-

nas pesquisas, na reta final do segundo turno, criando um ambiente propício para o adversário Fernando Haddad e seus aliados entoarem um canto de ‘virada’, ainda que tímido. Mas o grosso do eleitorado bolsonarista se manteve firme e coeso, o que bastou para garantir que o presidenciável favorito desde o início da campanha chegasse ao dia da grande decisão com maioria folgada, segundo as pesquisas, visto que todas elas o apontavam com vantagem segura, bem acima de qualquer margem de erro.

Haddad votou confiante numa vitória ‘improvável’

Rosa Weber votou e exaltou a “festa da democracia”

Derrota não repõe Galo na guilhotina

Mesmo chegando em 4º, no GP do México, Lewis Hamilton sagrou-se pentacampeão da Fórmula 1, em prova disputada neste domingo 28/10

O revés sofrido diante do São Bento (1x0, sábado em Sorocaba) foi lamentado pela torcida, mas, ao fim da rodada, o Galo alagoano continuou fora da zona de rebaixamento. Já na ponta de cima, o CSA descansa e prepara-se para enfrentar o Sampaio Corrêa, em São Luís, na noite da próxima sexta-feira (2). Azulão segue firme na 3ª colocação da Série B. > ESPORTES

SÃO PAULO João Dória (PSDB) RIO DE JANEIRO Wilson Witzel (PSC) MINAS GERAIS Romeu Zoma (Novo) RIO GRANDE DO SUL Eduardo Leite (PSDB) MATO GROSSO DO SUL Reinaldo Azambuja (PSDB) SANTA CATARINA Comandante Moisés (PSL) SERGIPE Belivaldo Chagas (PSD) RIO GRANDE DO NORTE Fátima Bezerra (PT) DISTRITO FEDERAL Ibaneis Rocha (MDB) AMAZONAS Wilson Lima (PSC) PARÁ Helder Barbalho (MDB) RONDÔNIA Marcos Rocha (PSL) RORAIMA Antônio Denariun (PSL) AMAPÁ Waldez Góes (PDT)

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Primeira Edição | 29 de outubro a 4 de novembro, 2018

A2 | Política

O D N E V I A REV TALH A AB Da Editoria de Política

A batalha presidencial deste ano foi travada num cenário atípico, a partir de 7 de outubro, quando o candidato favorito nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL) sofreu um atentado a faca durante um ato público em Juiz de Fora (MG). Hospitalizado às pressas e depois transferido para São Paulo, Jair Bolsonaro, desde então, retirou-se da campanha, primeiro permanecendo internado em um hospital, correndo risco de morrer, e depois de três semanas recolhido a sua casa no Rio de Janeiro, para onde se transferiu. Mas, se por um lado, a facada aplicada por Adélio Bispo de Oliveira, gerou comoção (todos os adversários de Bolsonaro condenaram o atentado) e mobilizou a população estimulando-a a votar no concorrente vítima de uma violência inominável, por outro, acabou privando o líder das pesquisas de se movimentar, de fazer o corpo-a-corpo na campanha. E essa ausência – em contraposição à intensa movimentação do petista Fernando Haddad – foi sentida justamen-

Sozinho na campanha desde atentado, Haddad ganhou espaços para avançar Saúde frágil enclausurou Bolsonaro, enquanto candidato petista se movimentou livremente pelo País te na campanha do segundo turno, período em que o candidato do PT fez o papel de ‘lançadeira’, viajando sem parar, fazendo visitas, realizando comícios e carreatas, ganhando visibilidade nas ruas. Ou seja, enquanto Bolsonaro se recuperava do atentado que o deixou com uma incômoda bolsa de colostomia (utilizada até o intestino, um dos órgãos atingidos pela facada) voltar a funcionar normalmente, Haddad ‘deitava e rolava’, escolhendo áreas para trabalhar, subindo morros e percorrendo favelas, portanto, aproveitando a vantagem – uma vantagem imensa – de enfrentar um adversário praticamente imobilizado. Bolsonaro passou para o segundo turno com mais de 16 milhões de votos à frente de Haddad, mas essa vantagem não tinha como ser preservada ao longo de um segundo turno ‘sem candidato’, com a campanha sendo tocada apenas pelas redes sociais, pelo povo nas ruas, pela mobilização dos aliados. Além disso, Bolsonaro teve contra si a atuação orquestrada da maioria dos meios de comunicação e dos partidos políti-

fotos: Divulgação

Fernando Haddad assumiu candidatura no início de setembro e se beneficiou com ausência de Bolsonaro, após o atentado sofrido em Juiz de Fora

cos. Mas, em cima da hora, faltou a declaração explícita de apoio de Ciro Gomes, terceiro mais votado no primeiro turno. De regresso da Europa, no sábado (27) ele não só se negou a declarar voto a favor de Haddad, como ainda deixou algo grave no ar, ao dizer que só não revelava o motivo de sua posição para não prejudi-

car o candidato petista. Na campanha final, o Guia Eleitoral no rádio e na televisão começou a partir do dia 15 de outubro, com cada candidato dispondo de cinco minutos, ao contrário do horário gratuito do primeiro turno, quando, pelo critério de divisão de tempo como base na representação que os partidos tinham no

Congresso Nacional, Bolsonaro contou com apenas oito segundos. Mas o capitão reformado do Exército tinha um grande e imbatível aliado: o sentimento antipetista que tomou conta da população, o que era avivado a todo tempo com a propaganda mostrando Lula preso e os líderes nacionais do partido ou

presos ou denunciados pela operação Lava-Jato. Nesta eleição, o antipetismo envolveu todas as classes sociais, inclusive as camadas pobres beneficiárias do Bolsa Família, um programa que, criado por Fernando Henrique Cardoso, foi usado pelo PT para garantir a eleição e reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff.

> AÇÃO DA MÍDIA

Globo ficou neutra, mas Folha ‘criou fatos’ usados para retirar votos de Jair Bolsonaro A sucessão presidencial também foi marcada por uma circunstância que não poderia deixar de ser notada: Jair Bolsonaro teve contra si praticamente todos os grandes veículos de comunicação, excetuando-se apenas as televisões. Os jornais Folha de S. Paulo, Estadão e Valor Econômico, as revistas Época, Veja e Exame – para falar só nos principais – atuaram abertamente a favor de Haddad, ou com destaques positivos para o petista ou com matérias negativas em cima d candidato do PSL. A Folha foi quem assumiu uma posição radical contra Bolsonaro: ainda no primeiro turno, explorou um assunto relativo à vida pessoal do capitão reformado, ao publicar reportagem em que dizia que sua ex-mulher o acusou de ameaça de morte e até de roubar um cofre e esconder patrimônio. Ana Cristina Valle desmentiu a reportagem e abriu a boca denunciando a Folha, mas o assunto havia sido amplamente

repercutido, causando prejuízos à campanha de Bolsonaro, até porque o desmentido nunca tem a mesma força da denúncia. No segundo turno, a Folha veio com uma matéria que passou uma semana no ar repercutindo negativamente sobre Bolsonaro: empresários ‘teriam’ comprado de agências de digitação pacotes para enviar massivamente mensagens pela internet contra o PT. Para não ficarem ‘alheios’ aos ‘fatos’, os demais órgãos de comunicação passaram a explorar o assunto, que acabou não dando em nada, pois se tratava de reportagem ‘feita na redação’, sem documento, sem contrato, sem prova de nada. Ao contrário da Folha, O Estado de S. Paulo procurou manter uma postura mais equilibrada, divulgando fatos negativos, mas também destacando situações positivas para Jair Bolsonaro. O papel da Folha não campanha foi desempenhado de modo a não deixar dúvida: enquanto abria em manchetes si-

Após o atentado em Minas, Bolsonaro caiu fora da campanha; primeiro, hospitalizado e, depois, recolhido em sua casa, com a saúde fragilizada

tuações contrárias a Bolsonaro, o portal do tradicional jornal de Otávio Frias (recentemente falecido) inseria adesões a Bolsonaro, por exemplo, em espaços diminutos e em letras microscópicas. A Rede Globo, enquanto isso, manteve-se em razoável

neutralidade, dedicando igual tempo à cobertura das campanhas dos dois candidatos, o que, na avaliação de observadores políticos, foi um dos elementos decisivos no rumo da batalha. Mas a mídia, no geral, se não se colocou em posição fa-

vorável a Haddad, atuou sem sutileza contra Bolsonaro, não apenas nos espaços informativos, mas também nas colunas, blogs e nos editoriais que definiam o projeto do PSL como uma ‘ameaça’. Importante nessa campanha foi a posição assumida pe-

las igrejas evangélicas que, em peso, começando pela Universal de Edir Macedo, declararam apoio a Bolsonaro, levando milhões de fiéis (a grande maioria, claro, pessoas pobres e humildes) a deixar o PT de lado, ao contrário do que aconteceu na sucessão de 2014.

> CRIME E CASTIGO

Detratores perdem na Justiça e indenizam Collor; Ciro o chamou de ‘cheirador de pó’ O senador Fernando Collor, do PTC de Alagoas, está enchendo os bolsos com dinheiro de indenizações pagas por pessoas e veículos de comunicação que o detrataram, a exemplo do presidenciável Ciro Gomes e da Editora Abril, que produz, dentre outras publicações, a revista Veja. Em abril de 2014, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça condenou a Editora Abril ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais ao senador Collor (dinheiro que, corrigido, importou mais de R$ 1 milhão). O motivo da indenização

foi um artigo contra o expresidente da República, veiculado na revista Veja. Além da editora, foram condenados Roberto Civita, presidente do conselho de administração e diretor editorial, e André Petry, autor do artigo em que o ex-presidente foi tachado de "corrupto desvairado". Esse processo transitou em julgado e a grana foi depositado na conta bancária de Collor, como determinado pelo STJ.

CIRO GOMES

Recentemente foi a vez do candidato derrotado à presidência Ciro Gomes. Em julho, o

Collor fatura com processos em que figura como vítima de difamação

Superior Tribunal de Justiça negou pedido do presidenciá-

vel pedetista para suspender o pagamento de indenização ao

senador Fernando Collor (PTC) por ofensas ditas em 1999. À época, Ciro se referiu a Collor como “playboy safado” e “cheirador de cocaína”. O pedetista foi inicialmente condenado a pagar R$ 100 mil por danos morais, mas o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) reduziu a indenização para R$ 60 mil. O expresidente pediu o depósito de R$ 301 mil ao requerer a execução provisória da condenação, contando juros moratórios. Ciro Gomes pretendia a suspensão da condenação até o julgamento de um recurso in-

terposto no STJ. “A concessão da tutela cautelar, para atribuição de efeito suspensivo a recurso inadmitido na origem, é excepcional e pressupõe a aferição da existência de decisão teratológica ou manifestamente contrária à jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça”, disse o ministro do STJ Marco Buzzi, responsável pela decisão. Em suas alegações, o exgovernador cearense afirmou que não houve dano moral porque teria atuado dentro do exercício do direito de crítica ao adversário político, algo inerente ao processo eleitoral.


Primeira Edição | 29 de outubro a 4 de novembro, 2018

Política | A3 Primeira Edição

Romero Vieira Belo

Enfoque Político Vitória da democracia Por muito pouco o País não mergulhou numa batalha campal fragmentária, com cenas de enfrentamento nas cidades onde multidões se reuniram na rua em defesa de seus candidatos. A polarização dividiu literalmente a sociedade e aprofundou, além do que se esperava, o antagonismo entre os que defendem e os que condenam o petismo – o modelo de gestão governamental que dominou o Brasil por quase 14 anos. Ainda bem, os fatos mais graves foram pontuais – do atentado ao candidato Jair Bolsonaro à desavença que culminou com a morte de um capoeirista na Bahia. A campanha transcorreu, do início ao fim, em clima de tensão permanente, de ânimos exaltados e, sobretudo, do temor quanto à real possibilidade de conflitos entre partidários dos dois principais aspirantes à Presidência. O fato, no entanto, é que não se esperava que a sucessão presidencial se traduzisse numa disputa amena, urbana e amistosa. O impeachment da então presidente Dilma e, a seguir, a prisão de seu mentor Lula concorreram para carregar a atmosfera política. No segundo caso, em especial, porque os partidários do petismo sabiam que somente o ex-presidente teria cancha para busca, com admissível sucesso, a volta do PT ao poder central. Mas petista que se preza não se dá por vencido e os seguidores de Lula, partindo de um discurso artificial de vitimização, foram à luta dispostos a tudo para a retomada do espaço de poder perdido. O PT de Lula se inspirou e fortaleceu inspirado no modelo unipartidário adotado, de forma emblemática, por Hugo Chávez na Venezuela. Portanto, a meta aqui era se perpetuar no poder indefinidamente, com revezamento (e não alternância) sempre com personagens do próprio partido. E todos, sempre, focados na preservação do lugar reservado ao seu líder maior. Ainda bem, a batalha eleitoral encerrada neste domingo, mesmo com alguns desafios ao estado de direito e eventuais afrontas às instituições, mostrou um Brasil preparado para rechaçar toda e qualquer tentativa de abalar os pilares de nossa democracia. DUPLA FUNÇÃO

NOVO SENADO

Renan Filho deverá manter Luciano Barbosa na Educação por dois motivos: para sequenciar o bom trabalho que vem realizando e para substituí-lo, quando sua ausência exigir a posse do vice.

Com a altíssima taxa de renovação no Senado (apenas 8 dos 32 senadores se reelegeram), é evidente que o comando da Casa vai precisar de alguém experiente para presidir o Congresso.

Em Alagoas, segundo turno transcorreu em clima de ordem e com pouca movimentação nas seções eletorais, já que só houve voto para presidente

> PRESIDENCIAL

Alagoas tem eleição em clima de ordem e ‘voto mais rápido’ Sem segundo turno estadual, motivação diminui e abstenção se acentua no Estado fotos: Divulgação

PRESIDENTE DO PROS SERÁ PRESO POR CORRUPÇÃO O deputado reeleição Bruno Toledo nem pôde comemorar direito sua vitória nas urnas. A água no chope foi derramada com a decretação da prisão de Eurípedes Júnior, por crime de corrupção. Para quem não sabe, Júnior é presidente nacional do Pros, partido presidido em Alagoas por Bruno Toledo. Claro que o clima de constrangimento afetou o astral do deputado alagoano. NOS EXTREMOS

SEM CONCORRÊNCIA

Orientada pelo Vaticano, a Igreja Católica continua distanciada das eleições no Brasil. Em posição antagônica, as evangélicas se envolvem com política e cada vez mais influem no Congresso.

A Universal continua crescendo em todas as direções. Depois de comprar TV e emissoras de rádio, o chefe Edir Macedo anuncia a disposição de abrir um banco. O dízimo garante os cofres.

EM CAMPO

Renan Filho honrou aliança com PT, do início ao fim, sempre com expectativa de vitória de Haddad no 2º turno

Da Editoria de Política ELEIÇÃO NA OAB E APOIO DE BRABO MAGALHÃES Grande liderança nos círculos da Ordem dos Advogados, Marcelo Brabo Magalhães está em campanha. Não como candidato, mas apoiando Fernando Falcão, que postula a presidência da OAB-AL liderando a Chapa 2. Celebrado especialista em Direito Eleitoral, Brabo Magalhães afirma que o projeto de do colega Falcão é o mais consentâneo com as aspirações dos advogados alagoanos. “Com a Chapa 2 estaremos no caminho certo”.

natural: leitores deixariam de comparecer porque não havia eleição de segundo turno no Estado. A segurança pública repetiu o mesmo aparato policial mobilizado para assegurar a ordem e a paz na votação do dia 7 de outubro, tanto em Maceió como no interior. Instituições como Tribunal Regional Eleitoral, Ministério Público, Polícia Federal e Ordem dos Advogados atuaram conjuntamente, fiscalizando o processo eleitoral e recebendo denúncias.

Com menos motivação do que se observou no 7 de outubro, o eleitorado alagoano compareceu às urnas neste domingo para decidir a disputa presidencial entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), em clima de ordem, dentro das expectativas do Tribunal Regional Eleitoral. Os votos nulos e brancos, registrados no primeiro turno, se repetiram neste domingo, indicando que muitos eleitores

se sentiram sem opção ante a polarização Bolsonaro/ Haddad. A votação foi bem mais rápida, isto porque, ao contrário do que aconteceu no primeiro turno, onde cada eleitor digitou seis números diferentes, agora o voto foi único – no presidente – em Alagoas e outros estados onde não houve nova eleição estadual. A Lei Seca foi mais uma vez decretada, proibindo a venda de bebidas alcoólicas no comércio, principalmente nos supermercados, que tiveram de

lacrar suas seções de bebidas. - Foi uma eleição muito rápida, sem grandes filas nos locais de votação – disse Maria Luzinete, moradora do Trapiche, acrescentando: “O número de eleitores foi quase o mesmo, mas como cada um só votou no candidato a presidente, a votação se deu muito rápida. Isso foi bom porque a gente se liberou logo e pôde aproveitar o domingo para descansar ou curtir algum lazer”. A previsão de uma abstenção um pouco maior foi feita com base numa circunstância

Aliado de primeira hora do PT, o governador Renan Filho (MDB) trabalhou intensamente por Fernando Haddad ao longo da campanha e chegou à reta final do processo confiante na vitória. Na sexta-feira (26) em Arapiraca, ele disse que havia uma atmosfera de mudança e um cheio de virada no ar, afirmando que, principalmente os eleitores mais jovens haviam decidido apoiar o candidato petista. Para os petistas, independentemente do desfecho da sucessão presidencial, o partido se houve bem, ao menos em Alagoas, ao garantir a manutenção do mandato federal do deputado Paulão.

> CALENDÁRIO SISTEMA ABSURDO

BAITA PROCESSO

O voto proporcional, na eleição legislativa, continua fazendo vítimas. Exemplo: Ronaldo Lessa obteve 55.474 votos, mas não se reelegeu. Já Tereza Nelma se elegeu com apenas 44.207.

Fernando Haddad chamou o general Mourão de torturador, foi avisado que cometeu um erro, mas repetiu a acusação. Ou seja, vai responder a processo sem nenhuma chance de absolvição.

COMO CANUTO PERDEU UMA ELEIÇÃO GANHA Faltou ‘percepção’ do jogo eleitoral a Eduardo Canuto. O vereador do PSDB obteve quase 30 mil votos e perdeu a eleição para federal. Ficou a mais de 14 mil sufrágios de Tereza Nelma, a eleita. Ou seja: se tivesse saído para estadual, o mano de Márcio Canuto estaria com vaga assegurada na Assembleia Legislativa. LULA ERROU

O ‘INSTRUMENTO’

Lula orientou Haddad a se fantasiar de conciliador dócil, mas não convenceu. O chefe petista perdeu o mix. Numa sucessão como essa, enfrentando um militar linha dura, diálogo não funcionaria.

A ‘preferência nacional’ não se deu pela figura de Jair Bolsonaro. Qualquer um que liderasse a batalha contra o petismo teria tido êxito. O fato de ser capitão do Exército otimizou seu desempenho.

AS APOSTAS QUE OS PETISTAS PERDERAM Os petistas empedernidos perderam três apostas: 1 – disseram que Dilma jamais deixaria a presidência; 2 – afirmaram que Lula nunca seria visto na cadeia; 3 – e garantiram que, o voto, o PT não correria nenhum risco de perder a sucessão presidencial.

Eleitos em Alagoas vão receber diploma no dia 17 de dezembro Como não houve (ao menos até aqui) nenhum recurso impugnando qualquer dos eleitos no pleito de 7 de outubro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL) resolveu marcar para o dia 17 de dezembro a solenidade de diplomação de todos os consagrados nas urnas em Alagoas. Embora não tenha ainda sido definido, o local da cerimônia deverá ser o plenário do Tribunal de Justiça do Estado, a exemplo do que já ocorreu em eleições passadas. Segundo o presidente do TRE-AL, desembargador José Carlos Malta, como até agora não houve nenhum recurso de impugnação contra os eleitos, o calendário será cumprindo com a diplomação no dia 17 de dezembro. “Se houver, será uma questão pessoal, mas os demais eleitos receberão seus

diplomas”, disse.

OS ELEITOS

Além do governador Renan Filho (MDB), do vice-governador Luciano Barbosa (MDB) e dos senadores Rodrigo Cunha (PSDB) e Renan Calheiros (MDB), serão diplomados os seguintes eleitos: Deputados Federais: JHC (PSB), Arthur Lira (PP), Marx Beltrão (PSD), Sérgio Toledo (PR), Nivaldo Albuquerque (PTB), Isnaldo Bulhões (MDB), Severino Pessôa (PRB), Paulão (PT). Deputados Estaduais: Jó Pereira (MDB), Ricardo Nezinho (MDB), Olavo (MDB), Marcelo Victor (Solidariedade), Davi Davino Filho (PP), Antonio Albuquerque (PTB), Paulo Dantas (MDB), Cibele

TRE-AL definiu diplomação para 17 de dezembro, mesmo se houver recurso

Moura (PSDB), Fátima Canuto (PRTB), Yvan Beltrão (PSD), Jairzinho Lira (PRTB), Cabo Bebeto (PSL), Gilvan Barros Filho (PSD), Galba Novaes (MDB), Flávia Cavalcante (PRTB), Marcos Barbosa (PPS), Marcelo Beltrão (MDB), Bruno

Toledo (PROS), Inácio Loiola (PDT), Leo Loureiro (PP), Angela Garrote (PP), Breno Albuquerque (PRTB), Francisco Tenório (PMN), Tarcizo Freire (PP), Dudu Ronalsa (PSDB), Davi Maia (DEM) e Silvio Camelo (PV).


Primeira Edição | 29 de outubro a 4 de novembro, 2018

A4 | Nacional

> APÓS VOTAR Geraldo Câmara

Ouvidor Geral geraldocamara@gmail.com

ENTRE A MULTA E A CULTURA Após passar mais de vinte dias na Europa em especial em cidades alemãs volto ao Brasil, mais especialmente à nossa querida Maceió e vejo logo a notícia de que iradamente o prefeito resolve abrir mão da ação para reaver a utilização de pardais já que não conseguiu se livrar da pecha de uma licitação errada ou de uma falta de licitação. Que bom, penso eu. o prefeito naturalmente vai partir para uma ação cultural, educacional com motoristas e pedestres. Mas, nada disso. O prefeito resolveu investir pesadamente na compra de câmeras de alto nível e alcance para iniciar até final de dezembro um monitoramento em toda a cidade que até poderia servir para iniciar uma nova etapa cultural. Mas, não! O que ele e a SMTT querem é o estabelecimento custe o que custar de uma nova indústria de multas que possa ajudar a engordar os cofres da prefeitura, já que inexiste a capacidade de gerar mais impostos com o desenvolvimento comercial e de serviços. Gerar mais empregos, prefeito, buscando soluções para este caso seria uma das metas a serem alcançadas pela prefeitura. Agora, multar por multar, perseguir desesperadamente não tem nenhum mérito administrativo. A não ser, prefeito, que o resultado de multas honestas, decentes e bem julgadas fosse carreado para obras sociais de alcance incluindo a cultura a que nos referimos lá em cima. Mas não é esse o objetivo. Então, avise prefeito quando será a inauguração dessa nova indústria festiva para um lado e triste para o outro. Ah...me referi à minha viagem à Alemanha porque nunca vi nada tão organizado e tão perfeito sobretudo em termos de cidadania e de obediência sem pressões às regras e leis daquele país. Ajude, prefeito, com melhores educação, saúde e segurança. E com menos multas.

DESTACÔMETRO

Pense em um cara que sempre haverá de merecer destaque, seja nesta coluna ou em qualquer lugar. Meu amigo Canetinha, agora revelado por dentro e por fora deixou a carequinha de fora e ficou muito mais simpático e bonito. Bem vindo ao mundo.

PÍLULAS DO OUVIDOR Quando escrevo essa coluna o domingo ainda não havia chegado, as eleições ainda não haviam ocorrido e muito menos, óbvio, o resultado final para presidente. Não sei portanto de nada. Mas sei que um novo presidente precisa ser apoiado pelos brasileiros. Digo isso porque me revoltei muito com a verdadeira guerra estabelecida no país entre as duas facções políticas mostrando que o povo não está democraticamente preparado para lutar por suas ideias. E quem entrou precisa do apoio do povo. E não me venham com a velha história de que o povo não sabe votar. O que ele não soube nesta eleição foi participar com ideias para os candidatos, com projetos, com sabedoria e deixou que a manipulação e a radicalização falasse mais alto. Longe de alguém pensar que estou defendendo este ou aquele candidato e ainda nem sei quem ganhou como expliquei acima, mas detestei a polarização guerreira, desordenada e violenta que tomou conta do nosso Brasil. De ambos os lados. Como ao mesmo tempo está havendo a chegada de muitos parlamentares e governadores novos espero sinceramente que pela ação desses novos políticos o país possa começar a entrar numa nova era de entendimento sem beligerância. Gostaria muito de ainda ver uma nova geração de políticos envolvida realmente em projetos de desenvolvimento para o país e para os estados da federação sem pensar em projetos pessoais de enriquecimento ilícito e alta corrupção. E estamos vendo que a sociedade começa também a entender isto e os que não estavam muito entretidos com os atos da eleição presidencial puderam escolher melhor seus representantes no Senado e na Câmara do Deputados. Renovação! O que precisa mudar é o já conhecido "prometo isso ou prometo aquilo". É necessário que todos passem a ter a consciência de que o país muito acima de ser discutido precisa ser realizado. Um trabalho e um desafio para os novos. De minha parte assim como espero que haja um compromisso de todos os colegas e em todos os níveis estarei vigilante, acordado, atento às "mudanças fugazes" e torcendo pelas mudanças concretas. Um dos lugares mais bonitos do mundo (foto) e que recebe o apelido de "Esquina da Alemanha". Exatamente a confluência dos rios Reno e Mosel na belíssima cidade de Koblenz. Vale a pena conhecer. De preferência no navio River Voyager.

ABRAÇOS IMPRESSOS Os abraços agradecidos vão para o empresário português, Valentim Ribeiro, que, em noite luso-brasileira no Hotel Premier, outorgou-me o cobiçado Troféu Amália Rodrigues em função do apoio dado à cultura daquele país irmão.

Temer diz que transição do governo já está organizada Presidente prevê uma travessia tranquila, já a partir desta segunda ou terça-feira O presidente Michel Temer (MDB) votou neste domingo (28), às 8h07, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Ele estava acompanhado do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. "Vamos começar a transição logo, prontamente amanhã, e faremos uma transição muito tranquila, muito sossegada. Já está praticamente organizada em relação a todos os setores do governo, os tópicos da transição. De modo que a equipe do eleito, quando contatar já praticamente recebe todos os dados do atual governo, daquilo que foi feito e daquilo que ainda precisa ser feito", disse aos jornalistas após votar. "Votação tranquila hoje. Seguramente nós vamos ter, vou dizer o óbvio, mais um exercício democrático. Muitos dizem, a partir de amanhã, paz e harmonia absoluta. Eu digo, a

fotos: Divulgação

Temer votou no bairro do Pinheiros, em São Paulo, e anunciou que transição já está devidamente organizada

partir de hoje com eleições tranquilas, seja quem for o eleito. Nós temos certeza de que o

Brasil e o povo brasileiro, que é um povo muito ligado à solidariedade, à amizade, à fraterni-

dade, vai se irmanar a partir do dia de hoje e vamos em frente", afirmou Temer.

Weber: “Festa da democracia” A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, votou neste domingo (27), por volta das 13h, na seção 136 da 1º Zona eleitoral, localizada na Escola Parque da 313/314 Sul, em Brasília (DF). Quando a ministra chegou, não encontrou fila. Ela cumprimentou os mesários e elogiou o trabalho de todos. "Vocês viram o que é uma Justiça Eleitoral competente? Uma seção gentil". Depois de votar, ela dirigiu-se à imprensa para falar da eleição. "Dá uma sensação de alegria. Essa é mais uma festa bonita da democracia, mais um trabalho realizado", declarou. Em seguida, Rosa

Weber seguiu para a sede do TSE. No final da tarde, a presidente da Corte vai acompanhar a totalização dos votos na companhia de outros ministros do TSE e autoridades.

INCIDENTES

Em todo Brasil, 71 pessoas foram presas devido à prática de crimes eleitorais neste domingo, 28, segundo turno das Eleições 2018. Os números são do Centro Integrado de Comando e Controle (CICCN) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e são relativos ao período entre 00h01 e 14h. Já o Tribunal Superior Elei-

toral (TSE) divulgou que 3.841 urnas tiveram de ser substituídas, mas em nenhum lugar houve necessidade de votação manual. As prisões são resultado das 304 ocorrências registradas pelas policiais estaduais e as superintendências regionais da Polícia Federal. Ao todo, 265 mil agentes públicos das polícias estaduais e federal, do Corpo de Bombeiros e das guardas municipais atuam para garantir a segurança e a ordem durante o pleito.

CIRO GOMES

Depois de votar na Secretaria de Saúde do Governo do Ceará, em Fortaleza, Ciro Go-

mes disse, em entrevista, que fará oposição a qualquer candidato que vença a eleição deste domingo. "Se eu quisesse aderir a uma força ou outra teria feito antes. Esses dois projetos que se antagonizam no Brasil neste momento não respondem à necessidade de desarmar essa bomba de confrontação de ódio que vem destruindo a economia brasileira e agravando a condição social do povo brasileiro", afirmou. "Por não acreditar que o vencedor possa desarmar essa bomba, eu declaro que farei oposição a qualquer um que seja o vencedor".

Novo presidente atuará com um ‘PIB global’ em declínio O novo presidente do Brasil, eleito neste domingo, terá perdido o mais recente ciclo de expansão da economia mundial, e vai assumir as rédeas do oitavo maior PIB do planeta em meio a uma tendência de desaceleração em 2019. Indicadores reunidos por diferentes organizações ao longo dos últimos meses apontam que as tensões comerciais - em especial entre China e Estados Unidos -, o aperto das condições financeiras em mercados emergentes e os riscos políticos em todo o globo - inclusive no Brasil - devem frear a performance global. O sinal de alerta para o fim de um ciclo de alta foi soado há um mês pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 36 países - Brasil excluído. Desde então, os sinais de alerta para o começo de uma nova desaceleração se multiplicam. Se até o fim de 2017 e o início do ano, a perspectiva era de expansão generalizada do PIB, o cenário hoje apresenta disparidades nacionais importantes, o que levou a organização a revisar os prognósticos de crescimento para baixo: 3,7% em 2018 e em 2019. O porcentual pode parecer elevado, mas esconde situações

Próximo ocupante do Palácio do Planalto terá de enfrentar um cenário internacional ruim, com PIB em baixa

díspares que podem trazer instabilidade para todos. O comércio internacional vem se contraindo, o nível de investimento é inferior ao estimado há dois anos e a massa salarial registra crescimento marginal na maior parte dos países da OCDE, mesmo com o desemprego abaixo dos níveis précrise internacional. O resultado é que 10 países, mais o conjunto da zona do euro - 19 nações - tiveram uma revisão do PIB para baixo,

incluindo EUA, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Brasil e Argentina. Apenas quatro nações - Austrália, China, Japão e Rússia - ficaram estáveis. Nos últimos dias, a sondagem trimestral realizada pela agência Reuters com 500 economistas de todo o mundo indicou a expectativa de desaceleração em 41 dos 44 mercados estudados. Na Europa, por exemplo, um dos fantasmas que pairam sobre o bloco de 28

países é o Brexit, o divórcio entre União Europeia e Reino Unido. A seis meses do início da separação, os termos da ruptura ainda são desconhecidos. O resultado é que índices de bolsas de valores como o DAX, de Frankfurt, referência no continente, confirmam a chegada de uma nova fase de instabilidade também para empresas e investidores, com queda de 14% desde janeiro, segunda pior desde 2011.


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O H C FE O S E D IV T I POS O drama dos credores (milhares de trabalhadores em Alagoas) do Grupo João Lyra já tem uma data para acabar: até julho do próximo ano, os gestores da administração judicial da massa falida terão liquidado todas as pendências financeiras. O anúncio com esse calendário foi feito na quinta-feira (25), na sede do Tribunal de Justiça do Estado, onde os juízes José Eduardo Nobre, Leandro Folly, Marcella Pontes e Phillippe Alcântara assinaram o alvará de transferência de R$ 110 milhões para pagamento, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT19), de até 150 salários mínimos a credores trabalhistas da massa falida da Laginha Agroindustrial. O documento foi assinado durante reunião presidida pelo desembargador Tutmés Airan de Albuquerque e, de acordo com os magistrados, independente de haver ou não outra alienação de bens, até julho de 2019 deverão ser pagos todos os credores trabalhistas, mês em que a massa falida recebe o pagamento da última parcela da venda da Usina Triálcool. Em dezembro de 2017, a usina Vale do Paranaíba foi arrematada por R$ 206.358.000,00, enquanto a Usina Triálcool foi vendida por R$ 133.826.220,00,

Geral | A5

Drama de trabalhadores da Laginha já tem prazo para acabar: julho de 2019 Justiça paga R$ 110 milhões e anuncia liquidação de pendências a todos os credores do Grupo JL fotos: Divulgação

Tutmés Airan presidiu solenidade do anúncio da liberação dos R$ 110 mi

com o pagamento dividido uma vez e mais três parcelas semestrais. O juiz Leandro Folly detalhou as dificuldades encontradas por todos os magistrados que ficaram responsáveis pelo processo que possui mais de 80.000 laudas, mais de 18.000 credores e uma dívida que ultrapassa R$ 2 bilhões. “A principal dificuldade foi a organização [processual] e depois a parte econômica com alteração da Administração judicial e tentativa de alienação de bens. É bastante complexo,

envolve a parte processual, econômica, mas a gente conseguiu lograr a venda de usinas e está dando esse passo importante que é o pagamento de créditos trabalhistas”, explicou. Na oportunidade, o desembargador Tutmés Airan de Albuquerque, representando o presidente Otávio Praxedes, destacou o trabalho dos juízes pelos avanços alcançados na condução do processo e salientou a importância de realizar os pagamentos. Segundo o desembargador, “os efeitos que o paga-

Comissão de juízes e técnicos definiu liquidação das pendências do Grupo JL até meados do próximo ano

mento vai produzir são absolutamente extraordinários. Vai injetar dinheiro na economia, vai produzir mais pagamento de imposto , mais emprego e de alguma forma a gente ajuda a girar a roda da economia. Nesse momento, o processo de falência começa a dar o seu principal resultado que é o pagamento dos credores trabalhistas, que são os que mais precisam”. O corregedor-geral da Justiça, desembargador Paulo Lima, que idealizou a criação de uma comissão para julgar esse

processo também parabenizou os magistrados. “Deu certo com a 17ª Vara Criminal da Capital, o juízo coletivo é um sucesso, resguarda a nós magistrados e possibilita um trabalho mais efetivo, pleno e dinâmico na prestação jurisdicional”, afirmou. Ao explicar as medidas adotadas pela equipe de magistrados, com o auxílio da administradora judicial, o juiz Phillippe Alcântara agradeceu o empenho de todos e disse que a ausência dos credores na solenidade seria um bom sinal.

“As pessoas costumam procurar o Judiciário quando precisam resolver seus conflitos. Acredito que essa ausência dos credores deve ser porque eles já estão recebendo [os pagamentos] e estão confiando mais na Justiça”, ressaltou. Em abril deste ano, os juízes já tinham liberado o pagamento de até cinco salários mínimos a todos os credores trabalhistas. A medida foi uma espécie de antecipação, sendo o valor deduzido no pagamento final do crédito a quem tinha direito de receber mais.

> ESTATÍSTICA

Maceió é 22ª capital em acidentes de trânsito, conforme dados do DPVAT Maceió registrou 607 acidentes de trânsito no ano passado, ocupando o 22º lugar no país no ranking das capitais que tiveram mais ocorrências. Para se ter uma ideia, Campo Grande, capital do Mato Grosso com pouco mais de 700 mil habitantes, registrou 2.052 acidentes. Também menor do que a capital alagoana, Aracaju sofreu com 699 registros no trânsito. No Brasil, os acidentes somaram mais de 245 mil. Somente as capitais contabilizaram 43.803 ocorrências, segundo dados de acidentes ocorridos e já indenizados pelo Seguro DPVAT em todo o territó-

rio nacional em 2017. São Paulo, Fortaleza e Goiânia lideram o topo das cidades com o trânsito mais violento. O boletim especial produzido pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, também revela que, na maior parte dos casos, as vítimas ficaram com algum tipo de sequela permanente. As estatísticas apresentadas no documento ajudam a identificar as regiões com mais acidentes e o perfil dos envolvidos. De acordo com o levantamento, os paulistas foram as maiores vítimas do trânsito em 2017 com quase 6 mil ocorrências. Entre elas, estão mais de

Acidentes de trânsito registram redução em Maceió, informa o DPVAT

700 casos de morte e 3,5 mil de invalidez permanente. Logo atrás, na lista de capitais, aparecem Fortaleza (3.908), Goiânia (3.587), Rio de Janeiro (2.877), Teresina (2.493), Belo Horizonte (2.433), Manaus (2.203), Campo Grande (2.052), Recife (1.943) e Curitiba (1.817). Em todas predominam os casos de pessoas que ficaram inválidas (71%). Os acidentes fatais representaram 8%. Já entre as capitais com menos acidentes estão Vitória (335), em último lugar, seguida de Macapá (390), São Luís (448), Rio Branco (483) e Belém (600). As regiões Nordeste e Sudeste são as que registram mais

ocorrências. A faixa etária mais atingida é a economicamente ativa, de jovens entre 18 e 34 anos. A maior incidência de acidentes também é com vítimas do sexo masculino. O DPVAT é um seguro de caráter social que indeniza vítimas de acidentes de trânsito, sem apuração da culpa. Ele pode ser destinado a qualquer cidadão brasileiro, motorista, passageiro ou pedestre. O DPVAT oferece três perfis de coberturas: morte (R$ 13.500), invalidez permanente (até R$ 13.500) e reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada de saúde (até R$ 2.700).

> SOFRIMENTO

Seca castiga Alagoas e atinge 14,8 milhões de brasileiros, sobretudo na Bahia e Ceará Do Correio Braziliense É preocupante a rapidez dos efeitos negativos da seca pelo país. Ao todo, 14,8 milhões de brasileiros estão vivendo em condições de seca severa à excepcional, segundo o mais recente relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O percentual aumentou 208% em três meses. Em julho, por exemplo, a seca atingia 4,8 milhões de pessoas. Se as previsões meteorológicas se confirmarem, a situação pode degringolar ainda mais no verão. Uma das situações que mais se agravaram foi em Alagoas. Lá, 38 municípios decretaram situação de emergência. O abastecimento por caminhão-pipa será imediato. Serão gastos R$ 8 milhões para o combate à seca. O governo federal desembolsará R$ 5 milhões e o estadual, R$ 3 mi-

lhões. Há situações ainda mais graves. Quase 40% da população baiana convive com a estiagem. Mais de 5,9 milhões de pessoas sobrevivem com dificuldade de acesso à água. A Defesa Civil da Bahia, só este ano, decretou situação de emergência em 219 dos 417 municípios do estado, por conta do longo período de estiagem. Houve uma piora no cenário do Ceará. A seca extrema no estado passou de 8,17% do território para 19,36% em dois meses. Além disso, a única região cearense que não apresentava indícios de seca no mês passado, o Litoral Norte, agora se encontra em situação de seca fraca, o que a longo prazo pode se espalhar. Em Minas Gerais, mais de 100 cidades também estão em situação de emergência. Uma das situações mais graves é a de São Geraldo do Baixio, no

ção de seca excepcional. Esses municípios estão localizados nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Bahia.

EMERGÊNCIA

Caminhão-pipa é solução emergencial contra efeitos da seca em Alagoas

oeste mineiro. Os quase quatro mil habitantes do município eram abastecidos pela água do córrego São Geraldo que secou. Poços artesianos não dão conta de suprir a necessidade da população. Há pelo menos quatro dias, o abastecimento dos moradores é feito exclusivamente por caminhões-pipa. De acordo com o boletim

divulgado pelo Cemaden, a expansão espacial das condições de seca severa à excepcional, principalmente no agreste dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Ao todo, 150 municípios estão classificados com condição de seca severa, 224 com condição de seca extrema e 40 com condi-

Dados do Sistema de Acompanhamento dos Reservatórios da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram como a situação é delicada. Dos 532 aquíferos, 260, ou seja, quase metade, estão com níveis abaixo de 30% da capacidade total. Na outra ponta, somente 23 bacias estão com índices acima de 90%. Atualmente, 11,7% dos municípios brasileiros estão em situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional em razão de seca e estiagem. Das 5.570 cidades, 655 passam pelo problema. “Somente em outubro, a Operação Carro-Pipa Federal já atendeu a mais de 2,1 milhões de brasileiros em áreas

rurais”, destaca o órgão, em nota. Um dos exemplos é a cidade Pio IX, no sul do Piauí, que deve retomar esse tipo de distribuição. Água vinda de carropipa é a principal forma de abastecimento para os 18 mil moradores do município. “Esta operação é muito importante para garantir água de qualidade às famílias afetadas pela seca e que minimiza o sofrimento do povo”, explica a prefeita Regina Coeli. O decreto oficial de emergência ou calamidade tem vigência por 180 dias. Dentre as ações de apoio imediato, estão a implantação de adutoras de engate rápido, o abastecimento por meio de caminhões-pipa nas áreas urbanas e rurais e a aquisição de forragem para alimentação animal, coordenadas pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do Ministério da Integração Nacional.


A6 | Especial

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Esportes

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Primeira Edição | 29 de outubro a 4 de novembro, 2018 Diário Oficial dos Municípios - Opinião - Social

> “MESMA HISTÓRIA”

Azulão e Galo têm obrigação de vencer CSA foi beneficiado na 33ª rodada com bons resultados, já o CRB, ao perder de 1x0, continua ameaçado de rebaixamento Márcio Ândrei

tos do Z4, além disso poderia praticamente se garantir na Série B, em caso de vitória no próximo jogo contra o lanterna da competição jogando em casa, mas agora não adiantar reclamar, será preciso vencer seu próximo compromisso, para não depender de ninguém sobre a permanência na competição. Uma nova derrota ou empate pode mandar o CRB à zona de rebaixamento, o Boa Esporte ainda tem chances matemáticas para fugir da degola, desta forma vai dificultar as ações do CRB, com isso esperase mais um jogo de muita pressão para o Galo, que precisa do apoio da torcida neste difícil objetivo, vitória é a única alternativa sobre a permanência na Série B.

Repórter

Parece matéria repetida, mas não é! Com o fechamento da 33ª rodada da Série B, Azulão e Galo continuam com a obrigação de vencer. No Ambiente azul o próximo compromisso será nesta sexta-feira (2), às 21h30 no Castelão contra o Sampaio Corrêa, por outro lado o CRB volta a jogar diante da sua torcida no sábado (3), às 16h30, frente ao Boa Esporte. A derrota de 1x0 para o São Bento no último sábado manteve o Regatas na zona de perigo do temido Z4.

AZULÃO

Em situação confortável na competição o Azulão não quer deixar para os próximos jogos o sabor da vitória, que pode e deve representar o acesso nos próximos jogos. Com 54 pontos ocupando a terceira posição, uma vitória na próxima rodada pode deixar o CSA praticamente na Série A, mas vai depender de outros resultados, justamente porque ao término da rodada vão restar apenas quatro

O Galo não teve o mesmo vigor da vitória sobre o Goiás, perdeu mais uma na competição, agora vai tentar reabilitação diante o lanterna da Série B

jogos, dos quais o CSA fará dois em casa com adversários diretos na luta por uma das vagas. Ciente da responsabilidade de mais uma vitória, os azulinos mesmo sabendo que o Sampaio Corrêa encontrase na zona de rebaixamento ocupando a penúltima posi-

Resultados / Série B 23/10 26/10 26/10 26/10 26/10 27/10 27/10 27/10 27/10 27/10

CSA-AL Londrina-PR Juventude-RS Fortaleza-CE Goiás-GO Guarani-SP São Bento-SP Figueirense-SC Boa Esporte-MG Paysandu-PA

2x0 3x2 1x0 1x1 0x3 1x1 1x0 3x2 0x2 1x1

ção, vindo de duas derrotas consecutivas, vai a campo respeitando o adversário, mas com o desejo de começar a cumprir a meta de somar ao menos quatro pontos, nos dois próximos jogos fora de casa. A próxima partida será contra o Fortaleza na terçafeira (6), às 21h30 no Caste-

lão.

GALO

A derrota para o São Bento foi mais que um balde de água fria nas pretensões do Galo, uma vitória iria deixar o time alagoana em situação bem favorável, pois iria subir à 15ª posição ficando distante três pon-

Próximos jogos / Série B Brasil-RS Vila Nova-GO Sampaio Corrêa-MA Ponte Preta-SP Avaí-SC Oeste-SP CRB-AL Criciúma-SC Atlético-GO Coritiba-PR

01/11 - 19:15 Criciúma-SC 01/11 - 21:30 Juventude-RS 02/11 - 17:00 Ponte Preta-SP 02/11 - 19:15 Vila Nova-GO 02/11 - 20:30 Oeste-SP 02/11 - 21:30 Sampaio Corrêa-MA 03/11 - 16:30 Avaí-SC 03/11 - 16:30 CRB-AL 03/11 - 17:00 Atlético-GO 03/11 - 19:30 Coritiba-PR

x x x x x x x x x x

Goiás-GO Brasil-RS São Bento-SP Paysandu-PA Figueirense-SC CSA-AL Londrina-PR Boa Esporte-MG Fortaleza-CE Guarani-SP

Classificação / Série B 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º

Fortaleza-CE Avaí-SC CSA-AL Goiás-GO Atlético-GO Vila Nova-GO Londrina-PR Ponte Preta-SP Guarani-SP Coritiba-PR Figueirense-SC São Bento-SP Oeste-SP Criciúma-SC Brasil-RS CRB-AL Juventude-RS Paysandu-PA Sampaio Corrêa-MA Boa Esporte-MG

P 61 55 54 53 51 51 50 47 46 46 44 43 43 41 37 35 35 33 32 29

J 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33

V 18 15 15 16 14 13 14 12 12 11 11 10 9 10 9 8 7 7 8 7

E 7 10 9 5 9 12 8 11 10 13 11 13 16 11 10 11 14 12 8 8

D 8 8 9 12 10 8 11 10 11 9 11 10 8 12 14 14 12 14 17 18

GP 46 46 43 48 48 34 39 36 40 36 44 32 32 34 27 24 26 31 27 25

GS 29 28 33 45 45 26 36 29 36 35 43 32 33 38 34 33 36 43 40 44

SG 17 18 10 3 3 8 3 7 4 1 1 0 -1 -4 -7 -9 -10 -12 -13 -19


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B2 | Esportes

> “MASSACRE”

Barça detona e aumenta pressão no Real Em clássico só de gols sul-americanos, uruguaio é o destaque de goleada que deixa situação de Lopetegui mais delicada Globo.com Com uma fratura no braço, Messi estava apenas na arquibancada do Camp Nou, mas o Barcelona contou com um Luis Suárez inspirado pelo companheiro de ataque para atropelar o maior rival e ampliar a pressão no Real Madrid. O uruguaio brilhou com um hattrick no domingo (27), e conduziu o Barça na vitória por 5 a 1 que recolocou os catalães na liderança do Campeonato Espanhol. Num clássico só de gols sul-americanos, Philippe Coutinho e Vidal também marcaram, enquanto Marcelo descontou.

PRIMEIRO TEMPO

O primeiro tempo foi todo do Barcelona, que abriu o pla-

tão de Vinicius Junior. Segundo o jornal "El País", a diretoria merengue não ficou nada satisfeita com o fato de o treinador ter relacionado o brasileiro e depois deixá-lo fora do banco, sobretudo depois de recorrer da suspensão pelo vermelho recebido em jogo do Castilla no fim de semana passado.

car logo aos 10 minutos. Foram 30 passes até que Coutinho recebesse de Alba na área para mandar para o fundo das redes (foto), um recorde num jogo de clássico desde a temporada 2005/06 (quando começou esse tipo de contagem). Aos 28, Varane derrubou Suárez na área, e o VAR entrou em ação para que o juiz marcasse o pênalti. O próprio Suárez cobrou e converteu.

DOIS OPOSTOS NA TABELA

SEGUNDO TEMPO

Na volta do intervalo, Lopetegui tirou Varane para a entrada de Vázquez e recolocou o Real no jogo. Aos quatro, Marcelo recebeu de Isco, tirou de Piqué e mandou para o fundo das redes (foto). A pressão em busca do empate só aumentou com o passar do tempo, mas foi

Luis Suárez estava mais que inspirado na goleada histórica do Barça sobre o Real em um clássico de seis gols

o Barça quem chegou ao gol. Suárez, de cabeça, fez o terceiro aos 29 e, de cavadinha, marcou o quarto aos 37. Por fim, Vidal fechou o caixão aos 41 após finalizar pelo alto cruzamento

de Dembélé.

QUE FASE, PROFESSOR

É a primeira vez que o Real Madrid perde três partidas se-

guidas no Campeonato Espanhol desde 2009. A pressão sobre Lopetegui é grande e existe a possibilidade de demissão nas próximas horas. Além dos fracassos em campo, há a ques-

Com a goleada, o Barcelona recupera a liderança do Campeonato Espanhol, com 21 pontos - dois à frente do vice Atlético de Madrid. Já o Real, que vem de um empate e quatro derrotas nas últimas cinco rodadas, cai para a oitava colocação, com 14. A situação de Lopetegui fica ainda mais complicada.

> COM GOLAÇO

Cristiano Ronaldo faz dois e garante vitória de virada da Juventus Globo.com

turalidade. Aos 8, o craque converteu a cobrança do pênalti sofrido por Dybala e, 16 minutos depois, acertou um lindo chute.

A Juventus teve no sábado (27), uma boa prova do quão decisivo pode ser seu novo astro. Afinal, Cristiano Ronaldo foi o nome da virada sobre o Empoli ao marcar os dois gols do triunfo por 2 a 1 fora de casa. Após Caputo deixar os anfitriões em vantagem, o português converteu um pênalti e, em seguida, acertou o ângulo de Provedel. Um show que o coloca na vice-artilharia do Campeonato Italiano.

OS 90 MINUTOS

O primeiro tempo foi sonolento, e o gol de Caputo aos 27, se não foi examente justo,

MELHOR INÍCIO

Vice-artilheiro do Campeonato Italiano, craque português detona no jogo

acabou como um castigo merecido para o que a Juve apresentou até o intervalo. Na

volta do vestiário, porém, a postura dos visitantes mudou, e a virada veio com na-

A Juventus soma nove vitórias e um empate na liderança folgada do Campeonato Italiano (são 29 pontos contra 21 do vice Napoli, que ainda recebe a Roma no domingo). Esse aproveitamento iguala a vitoriosa campanha de 2012/13 como melhor largada da história nas 10 primeiras rodadas. Já o Empoli não consegue deixar a zona de rebaixamento, na 18ª posição, com seis pontos.

> MEMÓRIA VIVA

Reeleição - um instituto falido Alcides Muniz Falcão (*) A gente ouve de pessoas esclarecidas opiniões corretas com relação a fatos prejudiciais que acontecem em nosso País, provocados por políticos que não querem e não aceitar, nem em nome da democracia, se afastar dos poder. Muitos homens públicos causaram vexames ao Brasil com a implantação da reeleição para presidente, governador e prefeito, embora se reconheça, claro, que alguns chefes de Executivo fizeram regulares administrações em suas gestões. Para tirar dúvidas da insatisfação da maioria dos brasileiros seria melhor a realização de pesquisas sérias para saber o grau de aprovação popular ao sistema vigene. O instituto da reeleição tem sido válido, produtivo para o País? A verdade é que o Brasil sofre com a reeleição de maus gestores, fala-se até na ‘maldição do segundo mandato’. Lem-

Ex-Senador Alcides Muniz Falcão

brando que a reeleição foi instituída pelo Congresso Nacional, a pedido de Fernando Henrique Cardoso que, por sinal, não fez um bom segundo mandato. Não estamos na hora de mudar?

HISTORINHA Joca era o apelido de uma figura conhecida da velha política. Vivia grudado no pessoal que exercia mandato eletivo, em busca de favores, a maioria das vezes pedindo dinheiro. Um dia, o bom Joca abordou um parlamentar, com problema na vista, no momento em que colocava colírio nos olhos avermelhados. Com insistência, Joca tenta arrancar algum: - Paça uma grana pra cá, amigão. - Joca, estou sem dinheiro aqui – disse o político. - Então doutor – disse o insistente pedinte, derrame duas gotinhas de colírio nos meus olhos. - Derramo não, pois não consigo te enxergar – livrou-se o deputado. (*) Depoimento do ex-Senador Alcides Muniz Falcão


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Esportes |B3

> 1X1

Palmeiras mantém vantagem para o Mengo Em jogo eletrizante no 2º tempo, Fla contou herói improvável para evitar derrota, mas não diminui diferença para o líder Globo.com No duelo de líderes do Brasileirão, melhor para o Palmeiras, graças ao gol de Dudu. Na noite do sábado (27), no Maracanã, o Flamengo saiu atrás, buscou o resultado com Marlos Moreno, mas passou de um empate em 1 a 1 e perdeu a chance de diminuir a vantagem para o adversário na briga pelo título, que segue em quatro pontos.

PRIMEIRO TEMPO

Com direito à queda de parte da iluminação do Maracanã, o primeiro tempo teve 34 dos 54 minutos de bola parada. A estatística explica o jogo truncado, praticamente sem chances para Flamengo e Palmeiras. Dono da posse de bola (73%), o time da casa apostou nas jogadas pela esquerda, com Vitinho nas costas do improvi-

Divulgação

sado Luan, mas só assustou em um cruzamento, que não encontrou Uribe. Os visitantes, postados no campo de defesa, não foram eficientes nos contra-ataques. Na principal chegada, o árbitro Rafael Traci, de maneira equivocada, marcou impedimento de Guerra após passe de Dudu.

SEGUNDO TEMPO

O Palmeiras precisou de quatro minutos para fazer o que não conseguiu no 1º tempo. Antônio Carlos, de muito longe, descolou lançamento para Dudu na esquerda, que contou com a indecisão de Pará, dominou e achou o canto de César: 1 a 0. Com Diego na vaga de Arão, Dorival buscou a pressão, mas o time abusou dos erros de passe. Porém, após Paquetá parar em Weverton, o empate veio do lugar menos esperado: aos 35, Mar-

O gol de Dudu deu ao Palmeiras a tranquilidade na ponta do campeonato

los Moreno, que entrou no lugar de um exausto Vitinho, recebeu na esquerda, invadiu a área, tirou a marcação e acertou o cantinho para dar fim a um jejum de 77 jogos sem gols. E por muito pouco o colombiano não sei com mais moral: na

jogada seguinte, Marlos encontrou Paquetá absolutamente livre na área, mas o meia mandou para o alto a chance da virada.

ENFIM, O GOL!

Marlos Moreno deixou o

> QUE JOGO FOI ESSE?

Sport vence o Grêmio em duelo de sete gols e respira contra a degola Globo.com O Grêmio mandou a campo seus reservas no sábado (27), na Arena, para encarar um Sport na obrigação de vencer para escapar do Z-4. Prevaleceu o "instinto de sobrevivência" do Leão, que venceu o Tricolor por 4 a 3 em um duelo repleto de reviravoltas.

PRIMEIRO TEMPO

Contra um Grêmio totalmente desfigurado e com improvisações, o Sport iniciou a partida em alta voltagem, até pela situação delicada que vive no Brasileirão. O Leão aproveitou duas falhas da defesa rival para abrir 2 a 0. Aos 6, Jair subiu livre de cabeça e comple-

tou de cabeça, após falta cobrada por Michel Bastos. Depois, aos 29, Hernane ganhou de Bressan na parede e acionou Mateus Gonçalves. O atacante driblou Kannemann e chutou na saída de Paulo Victor. Sem entrosamento, o Tricolor insistiu em bolas em pronfundidade às costas dos laterais rivais, mas encontrou difi-

culdades para criar chances de perigo. Prova disso é que a equipe só conseguiu dsecontar na base do abafa. Aos 37, Matheus Henrique aproveitou sobra na entrada da área e marcou após jogada individual. Com uma ressalva: o volante furou em bola no início do lance e usou a mão no domínio.

SEGUNDO TEMPO

Se a formação reserva demonstra certo desinteresse, os primeiros 18 minutos da segunda etapa foram um prato cheio de emoções aos torcedores na Arena. Foi difícil até de respirar, com quatro gols anotados em 12 minutos. Logo aos 5, Madson sofreu pênalti, convertido por Juninho Capixaba no minuto seguinte. Cerca de 50 segundos mais tarde, Gabriel aproveitou falha de Marcelo Oliveira e apareceu livre de cabeça para marcar e recolocar o Sport em vantagem. Aos 13, Thonny Anderson completou para as redes depois de uma bela construção coletiva do Grêmio, com assistência de Madson dentro da área. Coube a Jair, aos 18, marcar o gol da vitória do Sport, após falta cobrada por Michel Bastos para a área – o volante estava impedido. Não perca a conta: o placar fechou em 4 a 3 para o Sport. Mas o Tricolor ainda levou perigo, em duas finalizações de Pepê.

banco de reservas para dar ao torcedor do Flamengo ainda alguma esperança no Brasileirão. Após entrar na vaga de Vitinho, o colombiano marcou o primeiro gol com a camisa rubro-negra. E o tabu vai muito além: Marlos não marcava há mais de 2 anos! O último gol foi pela seleção colombiana, 77 jogos atrás, no dia 11 de junho de 2016.

tempo, parte dos refletores do Maracanã pararam de funcionar. O árbitro Rafael Traci interrompeu a partida por sete minutos até considerar que o estádio voltou a ter condição de jogo. O intervalo de tempo foi o bastante para um show luminoso da torcida do Flamengo.

QUE FASE, FELIPÃO!

A tensão no duelo entre Flamengo e Palmeiras começou antes mesmo da bola rolar. Torcedores do clube paulista entraram em confronto com a Polícia Militar nos arredores do Maracanã. O efetivo acabou usando gás de pimenta, a correria tomou conta das ruas próximas ao estádio, e um torcedor chegou a ser removido de ambulância.

TUMULTO DO LADO DE FORA

O Palmeiras, ainda soberano na liderança, deixou o gramado comemorando o empate. E os números de Felipão na competição são impressionantes: 16 jogos de invencibilidade, com 12 vitórias e quatro empates.

"APAGÃO" E SHOW DE LUZES

Aos 34 minutos do 1º

Resultados / Série A 26/10 Vitória-BA 26/10 Vasco da Gama-RJ 27/10 Santos-SP 27/10 Grêmio-RS 27/10 Chapecoense-SC 27/10 Flamengo-RJ 27/10 Corinthians-SP 27/10 Cruzeiro-MG 27/10 Atlético-PR 29/10 - 20:00 Ceará-CE

0x1 1x1 3x0 3x4 1x0 1x1 2x1 3x1 2x1 x

São Paulo-SP Internacional-RS Fluminense-RJ Sport-PE América-MG Palmeiras-SP Bahia-BA Paraná-PR Botafogo-RJ Atlético-MG

Próximos jogos / Série A 03/11 - 17:00 03/11 - 19:00 03/11 - 21:00 04/11 - 17:00 04/11 - 17:00 04/11 - 17:00 04/11 - 19:00 04/11 - 19:00 04/11 - 19:00 05/11 - 20:00

São Paulo-SP Fluminense-RJ Atlético-MG Paraná-PR América-MG Botafogo-RJ Bahia-BA Palmeiras-SP Internacional-RS Sport-PE

x x x x x x x x x x

Flamengo-RJ Vasco da Gama-RJ Grêmio-RS Vitória-BA Cruzeiro-MG Corinthians-SP Chapecoense-SC Santos-SP Atlético-PR Ceará-CE

Classificação / Série A 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º

Palmeiras-SP Flamengo-RJ Internacional-RS São Paulo-SP Grêmio-RS Atlético-MG Santos-SP Atlético-PR Cruzeiro-MG Fluminense-RJ Corinthians-SP Bahia-BA Vasco da Gama-RJ Botafogo-RJ Ceará-CE América-MG Chapecoense-SC Sport-PE Vitória-BA Paraná-PR

P 63 59 58 56 52 46 46 43 43 40 39 37 35 35 34 34 34 33 33 17

J 31 31 31 31 31 30 31 31 31 31 31 31 31 31 30 31 31 31 31 31

V 18 17 16 15 14 13 12 12 11 11 10 9 8 8 8 8 8 9 9 3

E 9 8 10 11 10 7 10 7 10 7 9 10 11 11 10 10 10 6 6 8

D 4 6 5 5 7 10 9 12 10 13 12 12 12 12 12 13 13 16 16 20

GP 48 49 42 41 41 47 38 43 28 31 32 32 36 30 25 26 30 31 30 13

GS 20 23 23 27 23 35 28 30 28 38 30 36 43 42 31 36 45 53 52 50

SG 28 26 19 14 18 12 10 13 0 -7 2 -4 -7 -12 -6 -10 -15 -22 -22 -37


Primeira Edição | 29 de outubro a 4 de novembro, 2018

B4 | Diário Oficial dos Municípios

ada a Praça São Francisco Borja, s/n, Centro, Piaçabuçu/AL, dia 14 de novembro de 2018, às 8:00h. Informações: O edital se enconAVISO DE LICITAÇÃO tra a disposição dos interessaPREGÃO PRESENCIAL 036/2018 – Local/Data: Sala de Reuniões dos das 08:00h às 12:00h, na Administrativa da REGISTRO DE PREÇOS, OBJETO: da Comissão de Licitação, situ- sede ESTADO DE ALAGOAS PREFEITURA MUNICIPAL DE PIAÇABUÇU

Prestação de Serviços de instalação e manutenção preventiva de Ar condicionado com e sem fornecimento de peças – com exclusividade para MPE’s.

Comissão de licitação do Município de Piaçabuçu. Piaçabuçu, 24 de Outubro de 2018. Bruno Alexsandro André do Nascimento Pregoeiro

> BRASILEIRÃO

Nova geração de técnicos perde espaço Dos clubes que começaram o campeonato deste ano com um técnico jovem, o Internacional é o único que mantém a aposta As comissões técnicas dos clubes da Série A passaram por um processo de envelhecimento ao longo desta edição do Campeonato Brasileiro. Na contramão do discurso por renovação, a jovem guarda deu lugar à velha guarda nesta reta final da competição. O Correio comparou a média de idade dos donos da prancheta na primeira e na 31ª rodada, com início hoje, e comprova a demanda por profissionais experientes no ápice da competição. O Brasileirão deste ano começou com os bancos de reservas renovados. Na primeira rodada, quatro nomes estrearam na competição como técnicos efetivos: Alberto Valentim (Botafogo), 43 anos; Odair Hellmann (Internacional), 41; Marcelo Chamusca (Ceará), 52; e Fernando Diniz (Atlético-PR), 44. Além dos interinos Thiago Larghi (Atlético-MG), 38, e Maurício Barbieri (Flamengo), 37. Com a onda de demissões, as diretorias substituíram o estoque com “dinossauros”. A média de idade saltou de 48,9 anos, em abril, para 51,6 nesta 31ª rodada. A troca de Roger Machado,

43, por Luiz Felipe Scolari, 69, surtiu efeito no Palmeiras. Em agosto, o veterano assumiu o Alviverde na sexta posição. Pouco mais de dois meses depois, o time é o líder do campeonato com quatro pontos à frente do segundo colocado. A recuperação de atletas questionados, como o centroavante Deyverson, chama atenção. Com Felipão, o Palmeiras está invicto no Brasileirão — 14 jogos, 11 vitórias e 3 empates. Além disso, quebrou tabu: classificou o clube para uma semifinal de Libertadores depois de 17 anos. O Flamengo trocou Maurício Barbieri, 37, por Dorival Júnior, 56. A mudança mostra evolução. Com o novo técnico, o time rubro-negro soma três vitórias e um empate. Pulou da quarta colocação para a vice-liderança. Dorival melhorou o rendimento do Vitinho e encerrou o revezamento de centroavantes, escolhendo Uribe como titular. O colombiano soma três gols. Além dele, Henrique Dourado, artilheiro do Brasileirão do ano passado, acabou com a seca de 11 rodadas sem mar-

Divulgação

Com uma diferença de 28 anos de idade, Felipão e Odair chegam à reta final no topo do Brasileirão Série A

car. Nesse período, entrou em campo quatro vezes. O Santos começou a competição apostando na juventude de Jair Ventura, 39. Ele havia feito um bom trabalho no Botafogo. A eliminação nas semifinais do Campeonato Paulista pelo Palmeiras, e o baixo rendimento no Brasileirão, levaram o clube trocá-lo por Cuca, 55. Uma das princi-

pais mudanças no Peixe é a melhora do atacante Gabriel Barbosa, artilheiro isolado do campeonato. Com o veterano, o Peixe saiu da 15ª posição para a sétima, e almeja uma vaga na Libertadores.

CONFIANÇA

Odair Hellmann, treinador do Internacional, assumiu o time colorado como interino

nas últimas três rodadas da Série B do ano passado, após a demissão de Guto Ferreira, de quem era auxiliar-técnico. Terminou a segunda divisão na vice-liderança, invicto e apenas dois pontos atrás do campeão América-MG. Foram dois empates e uma vitória. Com o fim da competição, o clube efetivou o técnico para a temporada atual.

Com 41 anos, o comandante do Inter é o quarto mais jovem da Série A e ostenta a melhor campanha do clube na era dos pontos corridos. Nos 30 jogos do Brasileirão, são 16 vitórias, nove empates e cinco derrotas. Aproveitamento de 63,3%. Hoje, o Colorado ocupa a terceira posição do campeonato com 57 pontos, atrás do Flamengo (58) e do líder isolado Palmeiras (62). Lanterna, o Paraná acaba de contratar Dado Cavalcanti. Aos 37 anos, ele é o mais jovem entre os 20 treinadores dos clubes da Série A. Ele estreou na última rodada contra o Flamengo, na derrota por 4 x 0. Apesar da goleada, os planos do clube com o novo treinador estão voltados para a próxima temporada. Segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o tricolor paranaense está com 99,98% de chance de ser rebaixado. É o último colocado, somando apenas 17 pontos e com aproveitamento de apenas 18,8% em 30 rodadas. São três vitórias, oito empates e 19 derrotas.


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Opinião |B5

A foto do fato

Editorial

Sem efeito prático Um órgão fiscalizador, mesmo se tratando de uma autarquia, deveria ter como precípua atribuição, justamente, o ato simples e objetivo de fiscalizar. E é precisamente isto que a população – e, principalmente, os condutores de automóveis – espera da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito. A fiscalização eletrônica, anote-se, funciona e pode, sim, exercer papel relevante no controle do trânsito, mas seu efeito prático, está comprovado, está aquém do que se pode imaginar. Durante o período em que os pardais estiveram ativados, o número de infrações no trânsito – altíssimo, mesmo depois de divulgado – mostrou que, sem a presença de agentes nas ruas, as violações às regras não são contidas, apesar das sanções pecuniárias. Infelizmente, a SMTT não age levando essa realidade em consideração, tanto que, não podendo mais acionar os pardais, parte agora para a instalação de câmeras de monitoramento em cruzamentos de grande movimento de veículos. Ora, se a preocupação maior do órgão – como costuma dizer seus dirigentes – é reduzir a ocorrência de acidentes – o que não deixa de ser uma ótica positiva, claro – por que a Superintendência não disponibiliza mais agentes nas ruas e não começa a fiscalizar, com rigor e efetividade, a circulação de motocicletas? Pois os números de estatísticas oficiais revelam que cerca de 70% dos pacientes originários de acidentes no trânsito são vítimas de ocorrências envolvendo motocicletas. Enquanto não atacar esse que é um dos mais graves problemas do nosso trânsito, autuando e punindo motoqueiros imprudentes e violadores das normas legais, a SMTT reforçará a impressão de que sua política se volta, prioritariamente, para ações que resultem, cada vez mais, em faturamento com multas. Bom para os cofres da autarquia, mas sem efeito prático para a melhoria da segurança em nosso já caótico trânsito automobilístico.

A arte de encontrar o consenso a partir do dissenso Norman de Paula Arruda Filho (*) Há alguns dias, presenciei emergir em sala de aula mais uma daquelas discussões saudáveis sobre o que são verdadeiras atitudes sustentáveis. A habilidade de se expressar, a pluralidade dos pontos de vista e a capacidade de avaliar de forma crítica com base em argumentos sólidos são características que aprecio muito e que, portanto, procuro incentivar em minhas aulas. Assim, enquanto vejo os alunos engajados e instigados a opinar, questionar e criticar, sorrateiramente deixo as vozes correrem soltas e apenas observo. Mal sabem eles que, para mim, esse é um momento de grande aprendizado e satisfação. Na vanguarda pela educação para a sustentabilidade já participei de muitas dessas discussões. Ainda em 2004, estive com o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, em um importante evento da iniciativa Pacto Global que busca inspirar empresas a adotarem princípios mais responsáveis; em 2006, reuni-me com outros reitores de universidades do mundo todo para traçar os Princípios da Educação Executiva Responsável (PRME); conheci Ban Ki Moon, também ex-secretário-geral da ONU em 2015, no lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável; e no ano passado, estive com outros diretores de escolas em um evento comemorativo dos dez anos do PRME, onde pensamos os novos passos da iniciativa rumo ao horizonte 2030. Portanto, para mim, ver os alunos discutindo sustentabilidade é um retrato de como toda essa concepção está sendo entendida pela sociedade. Ao escutá-los avaliarem as iniciativas das empresas, questionando o que é de fato legítimo ou não; vê-los defenderem mudanças estruturais nos modelos de gestão seja na esfera pública ou corporativa; e principalmente, presenciar discussões sobre os modelos de ensino e a importância da disseminação da educação e da cultura para a sustentabilidade representa uma conquista. Mostra o quanto evoluímos das resoluções do Relatório de Brundtland para um mundo em que o pensamento sustentável e, consequentemente, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável fazem parte não somente da agenda dos Governos, das empresas, das escolas e da sociedade civil, mas principalmente, são parte do cotidiano das pessoas. A grande questão é que o termo sustentabilidade começou sua trajetória cercado por enigmas que somente grupos específicos sabiam lidar. Atrelado ao cunho prioritariamente ambiental foi por vezes mal interpretado, mal compreendido e até mesmo maquiado (o famoso greenwashing). O desenho do tripé que atribuiu o mesmo peso aos eixos social, econômico e ambiental veio facilitar

o entendimento comum da abrangência da sustentabilidade e a importância desse equilíbrio. Porém, essa ainda é uma visão limitada. Principalmente se considerarmos as colocações de ecossocioeconomista, Ignacy Sachs, que de forma extraordinária, nos mostrou que há muitas outras dimensões a considerar. Para Sachs, há ainda questões culturais, ecológicas, territoriais, políticas e planetárias que representam implicações nesse caminho para o equilíbrio. Por isso, mesmo já ultrapassado 30 anos do que ficou conhecida como a primeira definição do conceito de desenvolvimento sustentável, isso está longe de ser unanimidade. O que particularmente, acho ótimo! Tanto o conceito quando o que representam as práticas do ideal sustentável ainda precisam ser construídos. Assim como observado pelo pesquisador Steven Johnson, as boas ideias surgem da colisão entre palpites que se unem para formar algo maior, porém precisam de tempo para amadurecer (vídeo “Como surgem as boas ideias”). Por isso, acredito na riqueza dessas discussões sejam elas nas salas de aula, nos corredores das empresas ou nas mesas de café. O importante é a combinação das ideias em uma construção contínua e coletiva, pois é no dissenso que encontraremos o consenso para um mundo mais justo e responsável. Um dos meus exercícios favoritos nas aulas de mestrado é convidar os alunos a reconstruírem o conceito de desenvolvimento sustentável. Há sete anos levamos mais de duas horas para chegar a um consenso. Na última turma de 2017, em trinta minutos tínhamos uma resposta. E quer saber qual a palavra mais recorrente em todas as novas definições encontradas? Transformação. Afinal, o que é encontrar o consenso a partir do dissenso senão experienciar um processo de transformação. É exatamente isso que encontro ao observar as calorosas discussões em sala de aula: alunos que evoluem da posição de observadores para – empoderados de conhecimento – se transformarem em protagonistas desse desenvolvimento sustentável.

“O importante é a combinação das ideias em ums estruturação continua e também coletiva”

(*) Presidente do ISAE – Escola de Negócios, conveniado à Fundação Getulio Vargas, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE/FGV, e Coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP)

O domingo encerrou o processo eleitoral, o país tem novo presidente, novos governadores, novos congressistas e legisladores estaduais. A nação espera que os eleitos cumpram seus compromissos e atendam aos anseios populares. Pois é em função do povo que a democracia deve existir.

Constituição e harmonia Michel Temer (*)

Os eleitos de hoje (deste domingo) são autoridades constituídas, e não titulares do poder. Daí a temporariedade dos mandatos. Todo processo eleitoral tem dois momentos: o político-eleitoral e o político-administrativo. Hoje se encerra o primeiro destes ciclos, quando se saberá quem é o escolhido pela vontade popular. E nele são naturais a controvérsia, o debate, os programas e os projetos governamentais. Não é incomum que os ânimos fiquem exaltados. E exageros podem ser cometidos. Depois, passam. Não se pode, depois da eleição popular, continuar com divisões incabíveis. A partir de amanhã, se iniciam os trabalhos da transição. Em 1.º de janeiro, ocorrerá o segundo momento, o político-administrativo. Neste, mais do que nunca, tudo deve pautar-se por atuação voltada ao bem comum. As divergências durante as eleições não podem ser o norte para este momento governativo. Situação e oposição devem trabalhar pelo País. A primeira, aplicando programa ao qual tenha se comprometido. Afinal, não se pode enganar o eleitor. A segunda deve fiscalizar os atos de governo, criticando-os quando deles divergir. Muitas vezes, a crítica serve para ajustamentos do próprio ato de governo. A oposição não deve discordar de absolutamente tudo porque muitas vezes os atos não são de governo, mas de Estado. Ou seja: têm razões

superiores ao momento do governo e destinam-se ao futuro, quando outra tese partidária poderá estar exercendo o governo. Esse é, a meu ver, o conceito jurídico de situação e oposição. É o que decorre da leitura atenta da Constituição Federal, que manda a maioria governar respeitando direitos da minoria. Não é isso que tem ocorrido no nosso país. O conceito que se utiliza é político, ou seja, se alguém perdeu a eleição, o seu objetivo é contestar todos os atos praticados pelos vencedores, ainda que sejam úteis para a população.

“Não é comum que os ânimos fiquem exaltados, e exageros podem ser cometidos. Mas depois, tudo isso vai passar” Vivi, ao longo de muitos anos de vida pública, os dois lados. E sempre constatei que as teses da situação contestadas pela oposição são as mesmas quando os papéis se invertem. Este conceito político de situação e oposição deve ser modificado. Ademais disso, impõe-se pacificar o País. Somos todos de um mesmo time chamado Brasil. O “nós” contra “eles” instalou-se de uma forma irracional no País. Ódios se acenderam, notícias

falsas foram divulgadas. Perderam-se a cerimônia e a liturgia institucionais. E quase os poderes se desarmonizam entre si, o que é expressamente vedado pelo artigo 2.º da Constituição Federal. Corporações se movimentam em busca de concentração de poder e benefícios exclusivos. Tudo negando o artigo 1.º da Constituição Federal que criou o Estado Democrático de Direito. Uma trivialidade: democracia é o governo do povo. Portanto, é o povo quem governa mediante procuração, por meio da qual, constitui autoridades. Os eleitos de hoje são autoridades constituídas, e não titulares do poder. Daí a temporariedade dos mandatos. Sendo assim, o cumprimento das normas constitucionais e das infraconstitucionais com elas compatíveis há de ser rigorosamente obedecido. E estas determinam a paz e a harmonia entre todos os brasileiros. Aliás, o Direito existe para regulamentar as relações sociais dentro do Estado. E para harmonizá-las, nunca desarmonizá-las. Tenho absoluta convicção de que o eleito hoje seguirá essa metodologia democrática. Evitará conflagrações e utilizará o diálogo como instrumento mais forte para o convencimento de suas teses. (*) Presidente da república

Você encara o não como sentença ou desafio? Mário Rodrigues (*)

Quando nos deparamos com a palavra não em nosso caminho, seja na vida pessoal ou profissional, temos duas opções: encarar a situação como uma sentença ou como um desafio a ser conquistado. Particularmente, sempre encaro como um desafio. Um dos melhores exemplos que posso passar é como algumas crianças lidam com a questão. Diante de uma negativa, algumas choram, ficam tristes e se dão por vencidas, mas outras usam o não como uma alavanca para a busca do sim. Ficam mais determinadas, partem para outros artifícios e chegam a mudar completamente a abordagem para a conquista do tão esperado sim. Quando trazemos essa realidade para a área profissional, temos que lidar com o não como um estimulante para alcançar nossos objetivos nas negociações. Para o vendedor, por exemplo, é uma excelente oportuni-

dade de desenvolver técnicas para conquistar um cliente, já que ele é um dos profissionais que mais escuta a palavra não ao longo de toda a carreira.

“Quando trazemos essa realidade para a área profissional, temos que lidar com o não estimulante para alcançar objetivos” O não nos possibilita avaliar a situação de uma forma mais ampla, especuladora e nos força a encontrar um caminho diferenciado para que possamos chegar ao sim do triunfo. É preciso ter em mente que o diferencial entre uma vitória e uma derrota é

como vamos lidar com os “nãos” que recebemos, para tentar encontrar uma saída cada vez mais assertiva no mundo dos negócios. Todas as vezes que encontramos um desafio é fundamental lembrar que o não é um convite, é a premissa da busca pelo sim. O sim pelo sim de forma gratuita, não precisa de você, ele é autossuficiente. Por isso, a determinação, a inconformidade com o não é fundamental para nos manter vivos. O não pode ser encarado como uma sentença ou como um desafio. Encare como um desafio! * Diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas) www.ibvendas.com.br

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