LOGÍSTICA EMPRESARIAL

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2015

LOGÍSTICA EMPRESARIAL PROCESSOS DE SUPRIMENTOS QUE CONTEMPLAM A CADEIA PRODUTIVA DAS REDES DE DORMIR SÃO-BENTENSES E SUAS VARIÁVEIS LOGÍSTICAS

WALLISON RELRE ALVES COSTA


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

02

LOGISTICA EMPRESARIAL

05

A CADEIA DE SUPRIMENTOS

07

TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS

09

O TRANSPORTE LOGÍSTICO

11

OS ESTOQUES

13

ARMAZENAGEM

14

O PROCESSO LOGÍSTICO DAS REDES DE DORMIR SÃO-BENTENSES

16

CONCLUSÃO

29

REFERÊNCIAS

32


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INTRODUÇÃO

O município de São Bento, localizado no sertão paraibano a cerca de 380 km da capital João Pessoa, tem um destaque que gira em torno de seu nome. A cidade é conhecida como a “CAPITAL MUNDIAL DAS REDES DE DORMIR”. São Bento ganhou esse título devido ao espaço que conquistou no mundo inteiro com sua principal fonte de renda, que é a fabricação das redes de dormir. Os produtos surgiram a muitos anos, antes mesmo de sua emancipação política e era trabalhado de forma manual, ou seja, um processo completamente artesanal, dando charme e beleza às mercadorias que saiam da cidade e ano após ano conquistava mais e mais espaços, ultrapassando fronteiras mundo a fora. Aliás, é sobre essa saída dessas mercadorias da cidade

que

este

trabalho

aqui

apresentado

é

desenvolvido. Com base em estudos teóricos da logística, analisaremos

o

processo

de

suprimentos

que

contemplam a cadeia produtiva das redes de dormir sãobentenses, identificando as suas variáveis no processo de armazenamento e distribuição. Já dizia o autor Ballou, 2006, que:


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Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes (BALLOU, 2006, p. 27 apud CLM).

Entender as formas com que as mercadorias do município chegam aos quatro cantos do mundo, compreendendo todo o processo logístico aos quais as empresas do município adotam em seu sistema distributivo é de fundamental importância para os interesses externos de investidores que visam o comércio local, dentre outros. Ao longo do trabalho iremos entender, na teoria, como funciona o sistema logístico desde a sua origem, a questão dos transportes, distribuição, armazenagem e o auxílio

das

novas

ferramentas

tecnológicas

que

contribuem na melhoria dos resultados apresentados, planejados para o processo de logística de uma empresa. Na prática, conheceremos a forma como as mercadorias, especificamente as redes de dormir sãobentenses, escoam de sua sede até o seu destino final, que percorrem não só o mercado nacional, como também o mercado internacional. São Bento tem inúmeras empresas, dos mais variados tipos. Muitas são as chamadas “empresas


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caseiras”, “empresas familiares”, ou, “empresas fundo de quintal”. Porém a cidade conta com grandes indústrias do ramo têxtil, algumas até inovando e saindo um pouco do foco principal que dá slogan a cidade de Capital Mundial das Redes, más, prevalece ainda grandes empresas de Redes de Dormir. Como o foco do estudo é a Logística das mercadorias, estaremos vendo melhor a forma em que as mercadorias escoam do seu ponto inicial até o seu ponto final, mas,

exemplificaremos uma empresa

específica durante o trabalho, como representante das demais, que é a Redes Santa Luzia, uma grande empresa do segmento que trabalha, através de suas lojas físicas, conhecidas também como lojas da fábrica, espalhadas por várias capitais do nordeste, o mercado nacional e internacional. Contudo, estaremos destacando, de modo geral, todo o processo de distribuição das mercadorias.


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LOGÍSTICA EMPRESARIAL

O processo logístico vem de muitos anos. Seu conceito se formou a partir da década de 40, quando as forças armadas norte-americanas utilizavam métodos logísticos para o fornecimento de materiais durante a segunda guerra mundial, como afirma CHING, 2006. Ainda sobre, o autor observa que a falta de divulgação desses métodos para com as empresas fez com que as mesmas tivessem o assunto como uma questão meramente prática ou praticável. Em meio a este contexto da história, em que a logística começa a se definir em meio ao campo militar, surge a primeira definição da logística, a qual cita BALLOU, 2006:

“O ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e instalações (BALLOU, 2006, p. 27 apud WNED)”.

O fato é que a logística, de longos anos, vem se tornando um dos pilares mais importantes de uma empresa. É ela a ferramenta principal para se organizar as mercadorias/suprimentos, desde seu estocamento até a sua distribuição e entrega ao consumidor final, como vimos acima na questão dos métodos de fornecimentos de materiais durante a segunda guerra mundial.


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Como vemos, a logística está ligada diretamente as empresas, o que nos traz um novo termo conhecido por Logística Empresarial. Mas, como definir melhor este conceito? De acordo com o mesmo autor, antes citado, a definição

melhor

apresentada

para

a

logística

empresarial seria a da Concil Of Logistics Management (SLM), empresa de gestores logísticos, educadores e profissionais da área, que diz que:

“Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes (BALLOU, 2006, p. 27 apud CLM)”. A definição resume com perfeição o processo logístico que começou a ser conhecido lá na década de 40 e vem se aperfeiçoando até os dias atuais, sendo cada vez mais implantado nas empresas que buscam novas visões empresariais. Ela consegue mostrar o processo com precisão, desde a sua matéria-prima até o seu consumo final, sem falar na área de serviços, que vem em constante crescimento nos dias de hoje.


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Observa-se ai, através dessa definição, que o processo

de

logística

faz

parte

da

cadeia

de

suprimentos. Mais por que se chegou a essa definição? Segundo Ballou (2006):

o gerenciamento da cadeia de suprimentos destaca as interações logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística e produção no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente separadas no âmbito do canal de fluxo de produtos (BALLOU, 2006, p.27).

Significa que os serviços acerca da logística, nem sempre vão estar sob o comando direto de um profissional de logística, ou seja, profissionais de demais áreas administrativas também podem ser capazes de controlar o processo logístico, já que o mesmo passa por uma série de processos até o seu resultado final.

A CADEIA DE SUPRIMENTOS

Muitos pensam de forma simples a questão da logística. A maioria das pessoas tem o tema como simplesmente o controle do fluxo de mercadoria, sem ter nem ideia de seu processo, muito mais complexo que segue desde a sua matéria-prima até o seu ponto final.


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A

cadeia

de

suprimentos/logística

trata

exatamente dessa questão, quando tem em sua definição, segundo o autor antes apresentado, que:

é o conjunto de atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc.) que repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor (BALLOU, 2006, p. 29).

Ainda temos outro detalhe em que observamos, que a logística não para quando ela chega ao consumidor final. Por exemplo: se um consumidor compra um produto eletrônico, com garantia, e esse produto acaba apresentando um defeito, esse produto acaba voltando (quando de sua garantia), para a loja, a fábrica, o representante ou o agente autorizado. A mesma coisa acontece com as embalagens de produtos, que através de campanhas voltadas para o meio ambiente (campanhas essas que podem ser muito bem elaboradas pelo setor de marketing de uma empresa), acabam fazendo reciclagens das embalagens, onde nesse caso as mesmas acabam voltando as suas origens. Esse é o tipo de campanha muito comum entre empresas de bebidas, como vemos no dia-a-dia. Esse processo é conhecido como Canal Logístico Reverso, e ele deve fazer parte do planejamento logístico das empresas, já que o mesmo pode gerar alguns fatores,


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entre eles os custos, que não planejados, ou, calculados em seu inicio de processo, pode gerar algum tipo de prejuízo no final. Partindo dai é que vemos a importância da cadeia de suprimentos/logística. As gestões dos custos dentro do processo logístico são de fundamental importância, por isso o planejamento dos processos, desde seu início até o fim (respeitando todos os passos) é significativo para um resultado final positivo. Vejamos então alguns pontos importantes do processo logístico, como os equipamentos e métodos que podem auxiliar no trabalho logístico, o sistema de transportes, os estoques as armazenagens.

TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS

Como

pudemos

observar

anteriormente,

o

processo logístico pode compor vários setores, pelo menos, “navegar” por várias áreas dentro de uma empresa. Mas para um bom resultado, é preciso que usemos de ferramentas, que além de facilitar o trabalho no dia-a-dia, nos traga positividade e firmeza, ou mais, precisão no resultado final. O

primeiro

passo

é

estudar

a

rede

de

distribuição, não só a que vai partir da empresa, como


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também a da matéria prima ou mercadoria, ou até mesmo o serviço que chegará a empresa. A colhida de dados, através de formulários seria um passo muito importante para que os mesmos sejam analisados no processo posterior. Com o crescimento do mundo tecnológico, nos dias de hoje mais e mais ferramentas surgem para facilitar e nos trazer resultados precisos nos processos logísticos. Como a logística ainda é um setor que se desperta aos poucos nas empresas, nem todos os gestores estão adaptados às novas tecnologias, porém, a rapidez em que as informações, através de novos sistemas, chegam aos gestores podem trazer firmeza e positividade no resultado final, claro, se bem trabalhado, bem analisado e bem interpretado por parte dos gestores. Como diz BOWERSOX, 2006:

A vantagem do fluxo rápido de informação está diretamente ligada com o equilíbrio dos procedimentos de trabalho. Faz pouco sentido para uma empresa acumular pedidos em um escritório local de vendas durante uma semana, remetê-los pelo correio para um escritório regional, processá-los em lote, designar-lhes um armazém de distribuição e, em seguida, despachalos por via aérea para conseguir uma entrega mais rápida (BOWERSOX, 2006, p. 39).


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Trocando a afirmação para a linguagem atual, se tiver um bom sistema de informação, integrados aos demais escritórios e transportadoras terrestres, mesmo que estas sejam mais lentas, a rapidez e precisão na transmissão dos dados podem resultar em uma entrega mais rápida.

O TRANSPORTE LOGÍSTICO

Após todo o processo de informação implantado, como resumido anteriormente, parte-se para o sistema de transporte logístico. A logística dos transportes é de extrema

importância

na

logística,

pois é

ela

a

responsável pelo deslocamento da mercadoria (produto) ou até mesmo do serviço, pelas regiões geográficas. Dentro da questão dos transportes, é preciso atentar para a questão dos custos de seu deslocamento, acompanhar atentamente a mudança desses custos com os fenômenos, como por exemplo, a mudança de preços dos combustíveis, que muitas vezes variam, além da própria manutenção dos veículos, principalmente se estes transportes forem de frota exclusiva da própria empresa.

No

caso

de

empresas de

transportes

terceirizadas, a gestão de custos simplifica-se, já que todo esse processo de cálculos fica por conta da empresa detentora dos veículos, passando para a


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empresa contratante os valores já fixos. Apesar de terceirizadas essas empresas de transportes podem surgir de duas formas: uma só empresa, exclusiva nos serviços; e várias empresas terceirizadas, de acordo com a região em que o produto ou serviço será escoado, por exemplo. De acordo com BOWERSOX, 2006, a logística tem três fatores fundamentais para desempenhar o serviço

dos

transportes:

custo,

velocidade

e

consistência. Para ele:

o custo de transporte é o pagamento pela movimentação entre dois pontos geográficos e as despesas relacionadas com o gerenciamento e a manutenção de estoque em transito” [...] “a velocidade do transporte é o tempo necessário para completar uma movimentação específica” [...] “a consistência do transporte abrange as variações do tempo necessário para executar uma movimentação especifica, considerando diversos carregamentos (BOWERSOX, 2006, p.40-41).

Por tanto, a análise desses três pontos, tem um papel fundamental para que todo o processo, desde seu inicio até o fim, tenha uma importância logística precisa, sobretudo na qualidade do serviço.


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OS ESTOQUES

A questão dos estoques tem sido reavaliada pela maioria das grandes empresas nos dias de hoje. O que antes se via como interessante a quantidade de estoques armazenados nas empresas, hoje tem sido questionado por gestores modernos, que afirmam que estoques em excesso pode ser sinônimo de “dinheiro parado”. Por este motivo, algumas empresas têm trabalhado com os estoques limitados, com sua produção baseada na saída de seus produtos/serviços. Diz BOWERSOX, 2006, que:

As estratégias logísticas são projetadas para manter o mínimo possível de recursos financeiros em estoque. O objetivo básico da gerencia de estoque é obter máxima rotatividade satisfazendo, ao mesmo tempo, os compromissos com o cliente. Uma politica de estoque adequada é baseada em cinco questões relativas ao processo de alocação seletiva: segmentação de clientes, especificidade de produtos, integração do transporte, necessidades relativas a operações baseadas no tempo e desempenho competitivo (BOWERSOX, 2006, p. 41).

A importância do uso das estratégicas logísticas, sobretudo no setor de estoques, podem evitar problemas futuros. Empresas podem chegar ao fim de suas atividades ao longo do tempo, ou até mesmo em seu


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inicio de atividades, quando não planejado de maneira correta a questão dos estoques. É preciso que se analise bem quem são os clientes, o volume de vendas, a distancia na entrega dos produtos, os prazos necessários, enfim, todo o controle logístico para que resultados negativos não assolem a empresa.

ARMAZENAGEM

A questão da armazenagem é outro ponto bastante abordado no processo logístico de uma empresa, sobretudo no que diz respeito à segurança de produtos de uma empresa. Quando citamos a questão da segurança, entendemos, por exemplo, o ambiente em que a mercadoria será armazenada, se ela está segura no que diz respeito a incêndios, pragas, roubos, etc. A maioria das empresas mantém seus produtos em

depósitos

próprios,

porém,

algumas

grandes

empresas já trabalham a ideia de contratação de empresas terceirizadas responsáveis pela armazenagem dos produtos, sejam eles armazenados em seus próprios depósitos, ou aos cuidados das terceirizadas, em depósitos externos. É o que acontece com algumas grandes empresas de vendas online, conhecidas como empresas


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de e-comerce, que trabalham com produtos variados. Devido ao seu mix de produtos e o sistema chegar a casa de qualquer cidadão, independente de sua localização geográfica, através da rede mundial de computadores, elas acabam contratando empresas terceirizadas para cuidar de toda essa parte de armazenagem dos produtos, em pontos estratégicos, externos da sede da empresa, visando uma maior rapidez na entrega do produto. Outra questão importante nesse sistema é o controle da própria mercadoria, uma vez que, as mercadorias sofreriam menos avarias, já que as empresas especializadas para este serviço terceirizado são treinadas para trabalhar a armazenagem das mercadorias de maneira separadas, de acordo com suas acategorias. É como lembra BOWERSOX, 2006, quando diz que:

Quando executado de maneira insatisfatória, o manuseio de materiais pode resultar em substanciais avarias de produtos. Naturalmente, quanto menos produtos é manipulado, menor é a possibilidade de avaria e maior é a eficiência geral do depósito (BOWERSOX, 2006, p.43).

Como podemos observar, se os produtos são armazenados de maneira correta, cada um em sua


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categoria, evita-se o manuseio de produtos que não fazem parte de uma determinada lista de pedidos, impedindo assim que os mesmos chequem a sofrer extravios durante seu manuseio desnecessário.

O PROCESSO LOGÍSTICO DAS REDES DE DORMIR SÃO-BENTENSES

As redes de dormir são-bentenses surgiram há muitos anos.

Segundo contam

os mais antigos,

residentes na cidade, mesmo antes da emancipação política do município, ocorrida de 29 de abril de 1959, moradores do que a época era apenas um povoado, um distrito pertencente ao município de Brejo do Cruz, já se haviam a fabricação das redes de dormir. Desde então fábricas nas próprias residências, empresas não formais, foram surgindo. A cada ano passado, novos produtos, novas pessoas, começavam a entrar no processo de fabricação das redes. Com o aumento da produção, que se fosse aos dias atuais talvez fosse pouco, mas para a época era uma grande produção, começou a surgir à necessidade de se ampliar o processo de comercialização. Foi então que surgiu outro fator que se destaca em meio a produção das redes, que é a terceirização, principalmente da parte artesanal que ainda permanece


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nos produtos, que são os acabamentos. Centenas de milhares de pessoas do município, sobretudo as mulheres, trabalham no serviço que chamamos de terceirização na parte de acabamento das mercadorias. O serviço funciona da seguinte forma: os “panos de redes” de rede, hoje tecidos industrialmente, saem das fábricas com destino as residências das pessoas que fazem o serviço terceirizado. Cada família trabalha em uma parte específica. Algumas fazem a varanda, outras a mamucaba, e assim vai se formando o produto final. As pessoas não tem vínculo empregatício com as empresas, fazendo o seu próprio horário de trabalho, de forma autônoma, muitas vezes trabalhando para mais de uma marca ao mesmo tempo, e recebem os valores por peça produzida. Outra forma considerada terceirização é na fabricação do próprio “pano de rede” onde os pequenos fabricantes pegam a matéria prima nos depósitos (fios de algodão), transforma em produto, e parte deste produto (chegado ao valor devido pelo fabricante da matéria-prima adquirida anteriormente) volta para o depósito como forma de pagamento, e os próprios depósitos se encarregam da negociação dos produtos. Alguns empresários donos de depósitos já têm até lojas próprias, ficando assim as mercadorias já para seu próprio negócio, como é o caso do empresário


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Ademar Pereira Diniz, que tem lojas de redes de dormir na capital do Amazonas, Manaus. Como vimos anteriormente na descrição do processo de surgimento das redes, já podemos observar o início do processo logístico empresarial dos produtos. Quando apresentamos as formas de fabricação do produto, a sua terceirização para a geração do resultado final, já temos uma ideia de como funciona a logística dessas mercadorias. Mas esse processo logístico não começou de agora. Desde cedo, quando do seu surgimento, ainda lá nas pequenas fábricas, já foram surgindo, com o aumento

da

produção,

a

necessidade

da

comercialização desses produtos, para escoamento das mercadorias. Na própria cidade,

alguns fabricantes,

ou

próprios comerciantes, que compravam os produtos diretos das fábricas para revender, começaram a levalos para a feira livre. Surgiu daí então a famosa “Feira da Pedra”. A “Feira da Pedra” é hoje a mais famosa feira livre de produtos têxteis da região. Hoje, a feira, além de apresentar seu principal produto têxtil, a rede de dormir, traz um mix dos mais variados produtos do seguimento como: panos de prato, toalhas de banho, toalhas de mesa, panos de chão, conjuntos de cozinha, kits para banheiros, artesanato, enfim, um leque de opções.


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A feira hoje reúne, não só os fabricantes e comerciantes de São Bento, como também da região que trabalham no mesmo seguimento, como é o caso de Brejo do Cruz-PB e Jardim de Piranhas-RN. Toda a região se reúne no município. A feira acontece semanalmente nas segundas-feiras e ocupa as principais avenidas do centro da cidade, em uma média de cinco quarteirões e seus arredores. Mas voltando para a questão logística da rede de dormir, a feira da pedra foi o pontapé inicial para escoamento das mercadorias. Partindo de lá, diversos clientes começaram a levar os produtos para revenda nas cidades vizinhas. Começa ai então o processo de expansão dos produtos. Até então a logística era feita de forma simples, sem utilização de métodos. Era das fábricas para as terceirizações, nesse caso um pouco diferente do processo de terceirização anterior (neste considera-se

como

terceirizados

os

serviços

de

acabamentos, onde a fábrica apronta o tecido e leva para populares da cidade que ganham a vida fazendo um trabalho de acabamento das redes artesanalmente), das terceirizações pra os depósitos, dos depósitos pras feiras, das feiras para os clientes, como podemos observar no gráfico a seguir:


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Gráfico 1: Ciclo Logístico dos Produtos FÁBRICA DO PANO DE REDE

TERCEIRIZAÇÃO DO ACABAMENTO

FEIRA-LIVRE

CLIENTE

DEPÓSITO DE REDES

Fonte: Pesquisa de Campo

Apesar desse ciclo ter sido o primeiro ciclo logístico para escoamento dos produtos do município, o mesmo ainda é usado até os dias atuais. Centenas de visitantes, clientes, de todas as partes do nordeste visitam a “Feira da Pedra” de São Bento todas as segundas-feiras (dia oficial da feira livre), para realizar compras, ou para consumo próprio, ou para revenda que, aliás, é outro detalhe importante que devemos frisar com relação ao ciclo ora apresentado, que o cliente apresentado ao final do ciclo, nem sempre é o consumidor final, ou seja, no caso da feira, como apresentado acima, o cliente ai tanto pode ser o do consumo próprio, como o comerciante, que levará os produtos para a revenda em outras cidades. Ao longo dos anos, as necessidades de escoamento produção,

da mercadoria, foram

começaram a surgir.

aumentando

com e

o

aumento da

novos

métodos


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O que seguia simplesmente o ciclo apresentado acima começa a se ampliar e os fabricantes, depósitos e comerciantes, começaram a utilizar novos métodos de distribuição dos produtos. Surge ai os que hoje são conhecidos no município como Redeiros/Corretores de Redes. Estes são, na verdade, vendedores ambulantes, que atuam no mesmo estilo dos vendedores da já citada feira da pedra, porém com alguns pontos: viajam para fora da cidade levando as mercadorias para outros centros, onde vendem no ombro, percorrendo ruas e avenidas nos mais variados cantos. As regiões mais trabalhadas pelos corretores são as regiões centro-oeste, sudeste e sul, sendo que muitos deles ultrapassam fronteiras para as primeiras cidades de alguns países vizinhos como: Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Os transportes dessas mercadorias são feitos através de caminhões de pequeno, médio e grande porte, onde viajam mercadorias e redeiros juntos, geralmente na mesma carga. Mesmo contra lei, pois não é permitido pela legislação de trânsito, proprietários de caminhões dão dribles e conseguem, na grande maioria das vezes, chegar ao seu destino final com as mercadorias, de onde são distribuídos os “trabalhadores” com as mesmas.


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Os trabalhadores passam o dia “carregando” suas mercadorias rua acima, rua a baixo e ao final do dia retornam ao caminhão onde montam com uma das peças de suas próprias mercadorias o seu cantinho de descanso, dentro do próprio caminhão, que geralmente tem carroceria do tipo Furgão, conhecido no meio também como Baú. Figura 1: Caminhão Baú onde os redeiros dormem

Fonte: Imagem reproduzida de reportagem do Portal G1 .

Esses redeiros geralmente trabalham para um “empresário”, o que eles chamam de patrão. Eles são responsáveis pela aquisição da mercadoria, logística do deslocamento e entrega da mesma aos ambulantes, que ao final do dia faz conta de quantas peças vendeu. A


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mercadoria é repassada a um preço “X”, porém os “corretores” tem livre arbítrio pra vendê-la do preço que ele quiser. Vale aí a arte da negociação. Alguns deles (corretores), depois de anos trabalhando, adquirem o espírito de empreendedorismo, mesmo sem a teoria, mas com a prática do dia-a-dia, e acabam começando a viajar de forma independente. Estes compram as próprias mercadorias, envia-as para o destino desejado através de transportes locais, viaja e vendem por conta própria. Os mesmos alugam casas ou quitinetes, em parceria com demais colegas que também trabalham de forma independente, e fazem deste uma espécie de depósito de mercadorias, tudo de forma organizada, cada espaço de seu dono. Uma outra região onde se escoam as redes de dormir são-bentenses é a região norte, sendo esta talvez a que mais vende peças de rede. Isso se dá devido a quantidade de indígenas na região, que veem na mercadoria a facilidade no descanso, já que boa parte ainda moram nas aldeias, e quando não, costumam preservar as práticas tradicionais. Além disto, a região tem como transporte principal os barcos, através de vias aquáticas, e por ser um transporte com deslocamento mais lento, acabam utilizando das redes de dormir como forma de descanso durante os percursos feitos entre um ponto de partida e seu destino final.


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Imagem 2: Redes de dormir em barcos na região norte.

Fonte: Imagem de Robson Dombrosky reproduzida do site Vijenaimagem

Diferente das outras regiões, ao invés de corretores, a maioria das redes que chegam à região norte são armazenadas em depósitos ou lojas físicas, onde são vendidas direto ao consumidor. Existem redeiros em algumas regiões sim, mas na grande maioria,

as mercadorias são

comercializadas em

grandes depósitos ou lojas. Voltando ao ponto de partida das mercadorias, para entendermos melhor a sua logística atual, o processo que antes funcionava conforme o Grafico 1 apresentado lá acima, hoje funciona da seguinte forma: as mercadorias seguem das fábricas para os depósitos e dos depósitos para as prensagens de redes, ou


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simplesmente, dos fabricantes direto para as prensagens de redes, partindo de lá para os mais variados destinos. As prensagens de redes são depósitos chamados de “PRENSA” que existem no município. Esses depósitos recebem mercadorias de diversos fabricantes ou lojistas, onde as mesmas são levadas a uma máquina de prensagem para que o volume da mercadoria seja diminuído, facilitando assim seu armazenamento e carregamento nos caminhões. Esses caminhões, geralmente são dos próprios empresários que tem lojas nos mais variados locais de regiões do Brasil, ou, redeiros que trabalham com serviços ambulantes espalhados pelo País. Alguns caminhões são terceirizados, muitas vezes pertencem a particulares, caminhoneiros, motoristas que conseguem financiar o veículo e segue a vida trabalhando por conta própria. Esse sistema, muito comum na cidade, pode gerar alguns transtornos a quem envia as mercadorias. Por não serem formalmente empresa de transportes (Transportadoras), muitas vezes, em casos de avarias das

mercadorias,

roubos,

incêndios

ou

outros

imprevistos, quase nunca, pelo menos não se tem registro oficial, o dono da mercadoria tem segurança no ressarcimento dos produtos transportados. O controle desse processo logístico, pelo que se tem observado nas visitas de campo a algumas “PRENSAS”

ainda

deixa

a

desejar

no

aspecto


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tecnologia. O trabalho da maioria se dá a base da confiança, algumas em simples cadernos, outras um pouco mais organizadas com blocos de nota (talões feitos em gráficas), e algumas poucas com planilhas digitais (feitas através de

softwares padrões

de

computador como Microsoft Word e Excel). Em nenhuma das visitas foi constatado o uso de sistemas específicos para controle logístico, deixando assim, insegurança no processo de escoamento da mercadoria. Algumas empresas do município seguem um outro padrão, mais controlado, mais seguro, mais organizado. É o caso da marca REDES SANTA LUZIA. A REDES SANTA LUZIA é uma das empresas com maior destaque em São Bento-PB no seguimento de redes de dormir. A organização teve suas atividades iniciadas em pouco mais de meados dos anos 80, lá por volta de 1987, tendo o seu principal produto como foco as Redes de Dormir. À época, as mercadorias derivavam de um processo artesanal, onde cerca de 90% eram feitas a mão, o que até hoje ainda se destaca na parte de acabamento de alguns produtos. Segundo explica Patrícia1, o armazenamento e distribuição das redes de dormir da fábrica Santa Luzia é feita através de um depósito, ou, centro de distribuição, 1

Patrícia Monteiro, Bacharel em Administração pela Faculdade Católica Santa Teresinha – FCST – Gerente de vendas da Redes Santa Luzia.


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com total padrão de controle de onde partem, em caminhões da própria empresa, para as seis Lojas da Fábrica instaladas em algumas capitais nordestinas, tais quais, Natal-RN (2 lojas), João Pessoa-PB (2 lojas), Fortaleza-CE (1 loja), além da loja sede, localizada na cidade de São Bento-PB. Por ser uma empresa genuinamente nordestina, as Redes Santa Luzia escoa parte de sua produção no próprio nordeste, principalmente entre os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, já que, no Ceará, apesar de ter uma das lojas da fábrica instalada em Fortaleza, o estado conta com uma marca que é considerada a principal concorrente, que são as Redes Jaguaruana. Porém, a marca foi muito mais além e conseguiu conquistar outros espaços nacionais e até internacionais, ultrapassando barreiras e levando a sua produção de Redes de Dormir para vários países, fazendo a empresa se destacar das demais, que tem como foco apenas o comércio nacional. No comércio exterior, a marca começou a exportar algumas peças de sua produção para o Peru, Finlândia e França, mas posteriormente teve como principal mercado internacional os países da Europa – Alemanha,

Espanha,

Finlândia,

França,

Holanda,

Portugal, Suécia e Suíça – África – a África do Sul – e Américas – Canadá, Estados Unidos e Chile, além da Austrália e Portugal, chegando a ser reconhecida


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internacionalmente através da conquista do prêmio Internacional Quality, um selo internacional de aval mercadológico. “o mercado internacional tem um grande diferencial do nosso. Os clientes do exterior gostam de produtos artesanais, com peças mais rústicas, tem que ser uma rede bonita e barata, mas, principalmente artesanal” afirma em depoimento Armando Adonias2. A logística dos produtos exportados é feito através de caminhões próprios até os aeroportos internacionais de Natal-RN, e ou, Recife-PE, de onde seguem em transportes aéreos de cargas até o País de destino.

2

Armando Adonias Dantas Filho, empresário da Santa Luzia Import’s, Diretor Presidente da Redes Santa Luzia.


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CONCLUSÃO O que pode ser observado no estudo com relação ao processo logístico das redes de dormir sãobentenses foi que, apesar do avanço da tecnologia através da globalização, o sistema de escoamento das mercadorias em quase nada mudou. Os produtos continuam indo, em sua maior parte, para a feira da pedra onde de lá partem para os mais

variados

destinos,

sejam

eles

para

os

consumidores finais ou para pequenos comerciantes que vem de várias regiões e adquirem os produtos para revenda em suas localidades. Nesse

processo

não

existe

sistemas

de

informações ou controles através de qualquer meio, seja de uma simples planilha ou de sistemas informatizados. Tudo é guardado “na mente” ou em simples cadernos e folhas de anotações. As vendas são feitas ao ar livre e os próprios compradores se encarregam de levar a mercadoria. É o famoso “pagou-levou”. Quanto as mercadorias que tem como destino as regiões mais longas, levadas pelos famosos Redeiros ou corretores de redes, como assim são conhecidos, as mesmas seguem basicamente o mesmo sistema de antigamente. As mercadorias são transportadas em caminhões de pequeno, médio e grande porte para as regiões mais afastadas como sul, sudeste e norte do


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país, e até mesmo países vizinhos, como Paraguai, Bolívia, Uruguai, Chile, dentre outro. A única coisa que em pouco mudou, foram os sistemas de carregamentos, que antes eram feitos de forma direta, nas fábricas, e hoje são feitas através das famosas “Prensas de Redes”, que como visto durante o estudo, são depósitos que recebem as mercadorias dos fabricantes, coloca-as em uma máquina de prensagem e diminuem o volume das mercadorias, ganhando com isso mais espaço no carregamento. Apesar de algumas delas controlarem as mercadorias dos fabricantes em planilhas eletrônicas, a maioria usa de simples cadernos ou blocos de notas para o controle. Outra coisa que se observou é que muitos clientes ou fabricantes que tem lojas nessas regiões mais distantes a que as mercadorias são escoadas, quando não tem caminhões próprios terceirizam o serviço. São caminhões de fretes, como se fossem transportadoras, porém sem garantia de que sua mercadoria chega inteira ou não ao seu destino final, ou seja, qualquer fato que aconteça, como por exemplo, o caminhão ser assaltado, ter a carga roubada, o caminhoneiro, ou dono (se for o caso do mesmo não ser o motorista), em nada se responsabiliza pela mercadoria levada. Na grande maioria, são motoristas, que com um

pouco

mais

de

controle

financeiro

pessoal,


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conseguem dar entrada no financiamento de caminhões e vão ganhar a vida nas estradas sem depender de patrões, sendo eles mesmos os próprios patrões. Nesse caso, analisando que o motorista já paga parcela de um veículo, impossível seriam as condições dele para arcar com a despesa de uma carga milionária a qual é transportada. Outra coisa. As mercadorias, boa parte, viajam com dribles na justiça como suas notas. Caso haja, por exemplo, um acidente como o transporte do tipo incêndio, e o veículo seja assegurado, o seguro não terá como arcar com o valor total da carga, já que precisam ser comprovadas através de notas fiscais. Com

exceção

de

algumas

poucas

empresas, como o caso da Redes Santa Luzia, concluise então que o processo logístico de escoamento das redes de dormir são-bentenses, é um processo antigo, e falho, do ponto de vista de controle e segurança no transporte.


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REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BOWERSOX, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. CHING, Homg Yuh. Gestão de estoque na cadeia de logística integrada: Suply Chain. 3.ed. São Paulo: Atlas 2006. Imagem 1: Reproduzida de reportagem do site G1 Bauru e Marília. Foto Divulgação da PRF. Disponível em <http://g1.globo.com/sp/baurumarilia/noticia/2015/02/trabalhadores-sao-transportadosem-redes-no-bau-de-caminhao.html> Acessado em 28/08/2015. Imagem 2: Reproduzida de reportagem do site Viaje na Imagem. Foto 117. Disponível em <http://www.viajenaimagem.com/2013/11/viagem-debarco-rio-amazonas.html> Acessado em 28/08/2015.


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