A orla da lagoa da conceição: desafios frente à realidade
PROJETO DE extensรฃo
Universidade Federal de Santa Catarina Alvaro Toubes Prata Reitor Centro Tecnolรณgico Prof. Edison da Rosa Diretor Departamento de Arquitetura e Urbanismo ProfA. Sonia Afonso Chefe de Departamento Prof. Lino Fernando Braganรงa Peres Coordenador do Curso Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo Profa. Arq. Dra.Vera Helena Moro Bins Ely (PET/ARQ) Tutora Isabela Gonรงalves Ornelas Bolsista PET Mariana Colin Stelzner Bolsista PET Profa. Arq. Dra. Alina Gonรงalves Santiago Orientadora Arq. MsC. Juliana Castro Souza Colaboradora
Projeto de Extensão: “Projeto Paisaísitco da Orla do Centrinho da Lagoa”
Vera Moro Bins Ely [ orientadora] Alina Gonçalves santiago [Orientadora] Juliana Souza Castro [ Colaboradora] Isabela Gonçalves Ornelas [ bolsista] Mariana Colin Stelzner [ bolsista]
Universidade Federal de Santa Catarina Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo Florianópolis, maio de 2010.
Sumário 1. Introdução
1.1 Apresentação do trabalho...................................................................9 1.2 introdução da extensão.....................................................................10 1.3 Objeitos..................................................................................................10 1.4 Métodos.....................................................................................................11 1.4.1. revisão bibliográfica.......................................................................11 1.4.2.levantamento físico do recorte................................................11 1.4.3. passeio acompanhado...................................................................11 1.44 . . entrevistas não estruturadas com moradores......................12 1.4.5. diagnóstico da área....................................................................12 1.4.6. diretrizes para o local...............................................................12
2. Contextualização
2.1. leitura Histórica da Lagoa da Conceição.......................................14 2.2 Evolução Urbana..................................................................................15 2.3 Dados da lagoa da Conceição.........................................................16 2.4 Ocupação urbana no centrinho........................................................17 2.5 descrição do centrinho....................................................................18
3. Procedimentos Utilizados
3.1 Análise do Plano Diretor...................................................................20 3.2 análise urbanística..............................................................................24 3.2.1 Categoria Sítio Físico.................................................................24 3.2.1.1 Solo....................................................................................24 3.2.1.2 Sistema hídrico................................................................25 3.2.1.3 Vegetação.......................................................................26 3.2.1.4 Clima...................................................................................36 3.3.2 Categoria Planta Baixa............................................................37 3.3.2.1 Tipo de malha.................................................................37
Sumário
3.2.2.2 Tipo de parcela...............................................................37 3.2.2.3 Cheios e vazios.............................................................38 3.2.2.4 Gabaritos.........................................................................39 3.2.2.5 Uso e ocupação do solo..............................................40
4. Atualização Planta cadastral
4.1 Levantamento de campo......................................................................42 4.1.1 marina da conceição.....................................................................43 4.1.2 Praça pio xii.....................................................................................47 4.1.3 praça jornalista bento silvério da silva................................49 4.1.4 rua henrique veras do nascimento...........................................53 4.1.5 Rua henrique veras do nascimento-Praça............................55 4.1.6 ponta do pitoco..........................................................................59
5. Passeio Acompanhado................................................................63 6. Os conflitos de hoje................................................................69 7. Diretrizes para a área..................................................................73 8. Considerações finais.....................................................................81 Revisão bibliográfica......................................................................................85 Anexos...............................................................................................................87
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Figura 1: Banco na Orla da Lagoa.Fonte: Autoras, 2009. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação do trabalho O conhecimento dos conflitos que vem ocorrendo na orla da Lagoa da Conceição é importante para compreensão do processo de deterioração da paisagem natural e construida. A Orla do Centrinho da Lagoa no centro do bairro, referência de paisagem lagunar na Ilha de Santa Catarina. Destaca-se na preservação da tradição e cultura local e reúnem atrativos e infraestrutura turística resultando em um dos locais mais visitados pelos turistas em Florianópolis. A intensa prática de esportes aquáticos e náuticos, o movimentado comércio com serviços de boa qualidade, contrasta com o descuido da paisagem do local, que vem provocando consequências desastrosas para o meio ambiente. A atualização das plantas cadastrais da área possibilitou o conhecimento e análise do local. É nesse contexto que se insere nossa preocupação na requalificação dos espaços da orla, revitalizando as áreas verdes e incentivando atividades de esporte e a contemplação da paisagem.
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1.2 INTRODUÇÃO da extensão
1.3 Objetivos O objetivo deste trabalho é compreender os conflitos atuais da área, realizado estudos das condições físicas e sociais, e elaborar diretrizes que possam contribuir para a requalificação dos espaços da orla.
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INTRODUÇÃO
A preocupação com o meio ambiente e com a requalificação dos espaços traz uma nova questão nas discussões de arquitetos e moradores de Florianópolis. O processo de produção urbana vem transformando a paisagem da Ilha de Santa Catarina sem um planejamento adequado e acaba muitas vezes degradando a beleza natural da cidade. A orla do Centrinho da Lagoa da Conceição foi escolhida como foco de estudo, pois destaca-se como um importante ponto turístico da cidade, além de ser um centro de bairro importante. O local vem sofrendo um processo de ocupação irregular, que se caracterizou como área de comércio e serviços, com edificações construídas muito próximas à orla.
1.4. MÉTODOS
INTRODUÇÃO
1.4.1. Revisão bibliográfica: A partir de referências bibliográficas sugeridas pelas orientadoras da extensão, foram feitas leituras de materiais sobre a Lagoa da Conceição para embasamento teórico e reconhecimento do local.
1.4.2. Levantamento físico do recorte: A partir de plantas cadastrais cedidas pelo IPUF, foram efetuadas várias visitas ao recorte com a intenção de medir e localizar a vegetação, as áreas construídas e mobiliário urbano do recorte escolhido. Com o levantamento efetuado foi atualizada a planta cadastral.
1.4.3. Passeio acompanhado: Foram realizados passeios acompanhados com um deficiente visual e um deficiente físico a fim de apontar os principais problemas relacionados à acessibilidade do local e buscar sugestões de melhorias no local para o projeto que será feito.
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1.44 . . Entrevistas não estruturadas com moradores:
1.4.5. Diagnóstico da área: Partindo do levantamento feito com as plantas cadastrais, de visitas ao local e das conversas com moradores foi feito o diagnóstico da área, destacando seus pontos críticos, potenciais e áreas passíveis de intervenção.
1.4.6. DIRETRIZES PARA O LOCAL: A partir do diagnóstico realizado do local, foram elaboradas diretrizes de projeto que melhorariam a infraestrutura urbana do local, requalificando os espaços livres da orla.
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INTRODUÇÃO
Ao longo do levantamento, algumas pessoas mostraram interesse na atividade que estava sendo realizada, perguntando o porquê desta, o que seria feito, dando sugestões e até advertências. A iniciativa das conversas partiu dos próprios moradores, que vinham até as bolsistas que estavam fazendo o levantamento para questionar e expor os problemas do local.
CAPÍTULO 2
Contextualização
Figura 2: Imagem Orla Lagoa. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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2.1 Leitura Histórica da Lagoa DA Conceição
Figura 3: Paisagem da Lagoa no período de colonização. A igreja localizava-se na encosta do Morro da Freguesia. Fonte: CORREA, 2004, pag.206)
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A Lagoa
A ocupação da área se desenvolveu principalmente na base do Morro da Lagoa, que possui 492 metros de altura, e no entorno da Igreja Nossa Senhora da Conceição. O desenvolvimento da antiga Freguesia da Lagoa da Conceição ocorreu baseado na agricultura, iniciando com o plantio de roças variadas, que garantiam a subsistência do local e das demais regiões do Desterro. Em seguida, os engenhos de açúcar e farinha de mandioca dominaram as atividades da população. “Só a Lagoa, no século XVIII, possuía 101 engenhos e uma população de 1916 habitantes, o que nos dá uma média de mais de 1 engenho para 3 habitantes. A Lagoa sempre foi muito piscosa, destacando-se a anchova, a tainha, o cação e a corvina, ali consumidos e também comercializados com as freguesias do interior. Ainda hoje podese encontrar engenhos, sobrados e casas térreas típicas da história da ocupação da Lagoa.” (INFOARQ, 2009) A cultura açoriana, presente em toda a ilha de Santa Catarina, tem na Lagoa uma forte influência devido às manifestações como renda de bilro, o boi-de-mamão, a cantoria do Divino Espírito Santo, os ternos (de Reis, Natal, Ano Bom e São Sebastião), a gastronomia (de peixes, frutos do mar, mandioca, milho) e os engenhos de farinha. Histórias de bruxas, lobisomem e boitatá também fazem parte da tradição dos que moram na Lagoa.
2.2 Evolução Urbana
A Lagoa
As imagens abaixo mostram um intenso adensamento de edificações no bairro e próximas a orla, substituindo a vegetação nativa e diminuindo as áreas verdes, antes presentes no local (figura 6).
Figura 4: Lagoa da Conceição 1940. Fonte: Fotografia 1940: Foto B Studio. Figura 5: Lagoa da Conceição 2005. Fonte: Fotografia 2005: Marcelo Cabral, 2005 A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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2.3 Dados da Lagoa da Conceição
Figura 6: Imagem Florianópolis. Fonte: Autoras, 2009.
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Figura 7: Foto aérea da Lagoa da Conceição. Fonte: www.nupffale.ufsc. br, 2009.
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A Lagoa
O Distrito da Lagoa da Conceição, localizado na parte central da cidade de Florianópolis – SC, tem ceca 93,3 km² e fazem parte dele Barra da Lagoa, Campeche, Costa da Lagoa, Praia da Galheta, Praia da Joaquina, Lagoa da Conceição, Canto da Lagoa, Retiro da Lagoa, Praia Mole e Rio Tavares. O bairro e balneário possui um corpo d’água com cerca de 17,6 km² - extensão norte-sul de 15 km e largura entre 0,7 e 2,5 km - que define o desenho da paisagem e caracteriza o bairro e suas atividades. A lagoa é dividida em duas partes: a Lagoa de fora de a Lagoa de dentro, separadas por um estreito em que se localiza a ponte que liga as partes leste e oeste. A orla do Centrinho localiza-se na lagoa de dentro.
Orla do centrinho
2.4 Ocupação Urbana no centrinho
1938
2000
2007
Figuras 8, 9 e 10: Ocupação urbana do centrinho da lagoa. Fonte: Geoprocessamento do IPUF, 2009. Figuras 11, 12 e 13: Ocupação urbana do centrinho da lagoa. Fonte: Geoprocessamento do IPUF modificadas pelas autoras, 2010.
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2.5 Descrição do centrinho
Esta diversidade, aliada ao contato com a natureza e proximidade ao centro urbano de Florianópolis proporcionam uma qualidade de vida aos moradores e usuários do bairro, motivo da grande procura pelo local.
Figura 14: Marina da Conceição Fonte: Autoras, 2009.
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Figura 15: Rua Henrique Veras do Nascimento Fonte: Autoras, 2009.
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Orla do centrinho
A Lagoa da Conceição se caracteriza como uma estrutura independente que adquiriu grande importância na escala da cidade de Florianópolis/SC, devido ao seu desenvolvimento interno, tornando-se uma alternativa ao centro da cidade.O bairro tem um caráter predominantemente residencial, mas que possui seu próprio comércio, instituições públicas e privadas, e áreas de lazer. Dentre as instituições disponíveis no bairro, estão escolas, associações de moradores, secretarias e serviços hospitalares. É reconhecida pela gastronomia típica da cidade, pela pesca, renda artesanal, por sua lagoa e dunas, como também pelo conjunto histórico e cultural.
Capítulo 3
Procedimentos utilizados
Figura 16: Recorte Estudado. Fonte: Autoras, 2009. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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3.1 ANÁLISE DO Plano Diretor O plano diretor de balneários de Florianópolis define sobre o uso e a ocupação do solo, especificamente nas áreas próximas aos balneários da Ilha de Santa Catarina. Este classifica as diversas áreas e limita a ocupação de áreas adjacentes, os acessos e as construções a serem implantadas, gabaritos, apartamentos, densidade, etc.
Figura 17: Plano diretor de balneários. Fonte: IPUF, 2009.
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A Lagoa
ARE – 5 – Área Residencial Exclusiva 5 ARP – 3 – Área Residencial Predominante 3 AMS – Área Mista de Serviço ATR – 3 – Área Turística Residencial 3 ARP – 3 – Área Residencial Predominante 3 ATE – 1 – Área Turística Exclusiva 1 AVL – Área Verde de Lazer ARE – 4 – Área Residencial Exclusiva 4 APP – Dunas da Lagoa da Conceição
A Lagoa
3.1 ANÁLISE DO Plano Diretor
Figura 18: Plano diretor no recorte estudado. Fonte: Mapa cadastral do IPUF edititado pelas autoras, 2009.
No caso da Lagoa da Conceição, em 2002 foi definido que as edificações do bairro não poderiam ultrapassar dois pavimentos, não considerando os áticos e pilotis, e sua área de aproveitamento caiu para 70% do terreno, impedindo o escoamento da água da chuva para a lagoa. Atualmente tem-se uma intesa discussão sobre o novo plano diretor para Florianópolis quanto que pode ser contruído ou não, e onde. . A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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ÁREAS VERDES (AV) Art. 69. A definição de áreas verdes de lazer obedece a critérios de localização como a existência de cobertura vegetal, o uso público consagrado ou a proximidade dos equipamentos comunitários e dos elementos hídricos. Art. 70. As Áreas Verdes de Lazer (AVL) destinadas ao domínio público municipal, nos projetos de parcelamento do solo, deverão ter superfície contínua de, no mínimo, 2.000m2 (dois mil metros quadrados). Art. 71. As Áreas Verdes de Lazer (AVL) deverão ser arborizadas à razão de, ao menos, uma árvore de grande porte para cada 100m2 (cem metros quadrado) de terreno. Art. 72. Em Áreas Verdes de Lazer (AVL) e Áreas Verdes de Uso Privado (AVP) será permitida apenas a construção de equipamentos de lazer ao ar livre, bem como a edificação de sanitários, vestiários, quiosques e das dependências necessárias aos serviços de conservação. Parágrafo Único - As edificações a que se refere o “caput” deste artigo não poderá ultrapassar a taxa de ocupação de 5% (cinco por cento). Assim, pode-se notar que na prática isto não ocorre. A orla do centrinho é toda edificada, não há preocupação com afastamentos relativos ao corpo d´água e muitas vezes as edificações são muito altas, impedindo a visão da lagoa.
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Figura 19: Orla da Lagoa vista da Ponta do Pitoco. Fonte: Autoras, 2010.
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3.2 ANÁLISE URBANÍSTICA LEVANTAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL
3.2.1. Categoria Sítio Físico A partir da análise do sítio físico da Lagoa da Conceição podem-se analisar a ocupação do local, além da definição dos usos dos terrenos e edificações. O solo do recorte caracteriza-se como uma área plana, que beira do corpo d’água da Lagoa da Conceição e na Rua Henrique Veras do Nascimento. O local abriga edificações de pequeno porte na orla e uma via de tráfego de mão-dupla de automóveis. 3.2.1.1 Essa impermeabilização do solo pode causar problemas nos dias de chuva, em que Solo não há o escoamento necessário das águas, provocando pequenos alagamentos nas vias e praças. Figura 20: Vista da Parte de trás do supermercado CHICO. Fonte: Autoras,2010.
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Análise Urbanística
A partir de visitas feitas ao local de estudo e de levantamento fotográfico, pode-se fazer uma análise da área a ser estudada para uma futura intervenção. Deste estudo, geraram-se mapas de zoneamento, usos e ocupação do solo, que servirão para base de projeto.
Análise Urbanística
No recorte estudado não há presença de rios, porém a Lagoa da Conceição delimita fortemente a formação da malha urbana do bairro. Apesar de grande parte do centrinho se voltar para a lagoa, não há o aproveitamento da vista do local, impedida pela grande quantidade de construções da orla. Além da contemplação, a lagoa permite a prática de esportes aquáticos e terrestres no passeio público da Avenida das Rendeiras.
3.2.1.2 Sistema Hídrico
Figura 21: Lagoa da Conceição. Fonte: Autoras,2010.
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Figura 22: Ponta do Pitoco. Fonte: Autoras,2010.
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Análise Urbanística
3.2.1.3 Vegetação
A vegetação nativa de toda a orla do recorte é escassa, porém há grande presença de árvores frutíferas e arbustos plantados pelos próprios moradores da região. Essa vegetação encontra-se presente principalmente na beira da lagoa em frente à Av. Henrique Veras do Nascimento e na Ponta do Pitoco, onde há uma grande área verde preservada pelos moradores. A presença de vegetação na orla, aliada a um projeto paisagístico tornaria o local muito mais convidativo e agradável ao passeio público. Há o espaço para locar tais espécies, porém não há iniciativa.
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grande influência dos ventos (notados inclusive no passeio acompanhado com deficiente visual), porém o clima na lagoa é relativamente agradável, pois as edificações vizinhas não são muito altas e o contato com a vegetação nativa ainda é muito grande em todo o bairro. As sombras na orla são causadas pelas edificações situadas principalmente na beira da lagoa. As edificações construídas desta área também formam uma pequena barreira contra o vento sul que provem da lagoa.
Figura 23: Hipsometria. Fonte: Geoprocessamento urbano IPUF,2010.
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Análise Urbanística
3.2.1.4 Clima
Com a escassa vegetação e a proximidade com a lagoa, a orla sofre
Análise Urbanística
3.2.2 Categoria planta baixa
3.2.2.1 Tipo de malha A composição da malha da orla do centrinho da Lagoa da Conceição caracteriza-se como uma malha ortogonal, porém com ângulos nem sempre retos, claramente adaptada à beira da lagoa. Esta conclusão pode ser feita através da análise dos ângulos formados entre as vias e os lotes do centrinho da lagoa, que surgem através da Av. Henrique Veras do Nascimento e das transversais que vão em direção ao morro.
3.2.2.2 Tipos de parcelas Macroparcelas As quadras são grandes e compridas, com formatos irregulares, que foram surgindo conforme a ocupação da área. Não há um planejamento da malha e percebe-se a grande maioria das ruas transversais à Rua Henrique Veras do Nascimento sem saída e muito estreitas, o que não comporta mais o fluxo de veículos atualmente. Os polígonos formados entre as malhas não seguem uma regularidade e não há uma repetição nos elementos.
Microparcelas Os lotes seguem os mesmo formatos das quadras, são estreitos em largura e grandes em profundidade.
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3.2.2.3 cheios e vazios
Percebem-se dois grandes vazios, são áreas em que se localizam as praças do centrinho. O primeiro, em frente à lagoa, em meio a duas partes bastante edificadas da orla. O segundo, correspondente à Praça Bento Silvério da Silva, local muito freqüentado pelos moradores da cidade. Figura 24: Cheios e vazios. Fonte: Autoras,2009.
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Análise Urbanística
As vias de trânsito são marcadas pelas linhas vazias que aparecem em frente às edificações. O mapa segue uma regularidade de cheios, sem mudanças bruscas ou grandes áreas de vazios. Com a grande ocupação da orla da Lagoa da Conceição, percebe-se uma concentração muito grande de edificações e poucas áreas vazias, que corresponderiam às áreas verdes de lazer.
Análise Urbanística
3.2.2.4 Gabaritos
As partes construídas próximas à orla da Lagoa têm características semelhantes: são baixas, a grande maioria de apenas um pavimento, podendo hoje chegar até dois. Nos prédios que se localizam nas quadras atrás da Rua Henrique Veras do Nascimento, o gabarito pode chegar a três pavimentos, porém também não há presença de prédios muito altos. A área é composta quase exclusivamente de residências, caracterizando esta parte da cidade como área de poucos pavimentos.
Figura 25: Gabaritos. Fonte: Autoras, 2009.
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3.2.2.5 Uso e ocupação do solo
Figura 26: Usos e ocupação do solo. Fonte: Autoras,2009.
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Análise Urbanística
O recorte é caracterizado basicamente por uma área comercial e de prestação de serviços. Porém, o bairro da Lagoa da Conceição é, em sua maioria, residencial. São residências unifamiliares, de pequeno e médio porte. Já a parte comercial tem o intuito de atender aos moradores e freqüentadores do bairro, garantindo uma circulação de pedestres e veículos durante todo o dia na Rua Henrique Veras do Nascimento. Os estabelecimentos de serviços e apoio ao comércio são os bancos, restaurantes, salões de beleza, barbearias, etc.
Capítulo 4
Atualização da planta cadastral
Figura 27: Planta cadastral cedida pelo IPUF e atualizada pelas autoras. Fonte: Autoras, 2009. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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4.1. Levantamento de campo
Figura 28: Orla da Lagoa com divisão por áreas de estudo. Fonte: Google Earth editado pelas autoras, 2009.
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Levantamento
O levantamento de campo constatou que muitas das edificações construídas próximas a orla da lagoa são irregulares de acordo com o Plano Diretor de Balneários, por não respeitarem os afastamentos obrigatórios e o zoneamento em que estão inseridas. Com os dados coletados, elaborou-se uma nova planta, com as atualizações que se destacam em preto – edificações, mobilários, calçadas e ruas - e a identificação da vegetação em verde (planta).
Figura 29: Vista da Marina da Conceição. Fonte: Autoras, 2010.
Levantamento
4.1.1 MARINA DA CONCEIÇÃO
Localizada na Rua Henrique Veras do Nascimento, próximo a ponte da Avenida das Rendeiras, a marina é utilizada para armazenar e atracar embarcações. Junto a ela, existe um deck de madeira para contemplação e estar, além de trapiches que possibilitam embarque e desembarque dos barcos, e um ponto de transporte hidroviário, que dá acesso à Costa da Lagoa. No seu entorno, há comércio, serviços e restaurantes. O mobiliário urbano é constituído de bancos, lixeiras, postes, telefones públicos dispostos ao longo do deck e da calçada, que apresenta piso tátil. Há falta de estacionamentos para veículos, e os que existem estão mal localizados, dificultando a mobilidade. A área não apresenta vegetação nativa, apenas plantas em vaso (Areca bambu – Dypsis lutescens) e palmeiras (Syagrus romansoffiano Jerivá).
Figuras 30: Marina da Conceição. Fonte: Autoras
Figuras 31: Marina da Conceição. Fonte: Autoras
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Mobiliário Urbano
Vegetação
Figura 36 à 38:Vegetação da Marina. Fonte: Autoras
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Levantamento
Figura 32 à 35: Mobiliário urbano da Marina. Fonte: Autoras, 2009.
Transporte Náutico x Transporte Rodoviário Municipal Atualmente existem duas alternativas de transporte náutico disponíveis para locomoção dentro da lagoa, a COOPERBARCO e a COOPERCOSTA. Esssas duas cooperativas de barqueiros realizam o serviço em barcos de capacidade entre 20 e 60 passageiros, os quais variam entre moradores, turistas e frequentadores dos restaurantes da Costa da Lagoa. Há dois pontos principais de embarque/desembarque, um no centrinho da Lagoa e outro no Rio Vermelho. Não há integração da maioria dos horários entre o tranporte náutico em questão e o rodoviário, projudicando os usuários quanto a tempo e dinheiro.
Figura 39: COOPERBARCO. Fonte: Autoras, 2009. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Figura 40: Praça Pio XII. Fonte: Autoras, 2009.
4.1.2 PRAÇA PIO XII
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Localizada próxima à ponte da Avenida das Rendeiras, na Rua Henrique Veras do Nascimento, a Praça não apresenta desenho formal, sendo constituída por árvores e canteiros e mobiliários mal distribuídos, estrangulada entre a lagoa e a via. Sua vegetação é composta por árvores de médio e alto porte (amendoeira – Terminalia catappa, palmeira jerivá – Syagrus romansoffiano Jerivá, e arenca bambu – Dypsis lutescens).
Figura 42. Composição da Praça Pio XII. Fonte: Autoras,2010.
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Figura 43: Vegetação Praça Pio XII. Fonte: Autoras, 2010.
Levantamento
Figura 41: Vegetação Praça Pio XII. Fonte: Autoras, 2010.
4.1.3 Praça Jornalista Bento Silvério da Silva
Figura 44: Praça Bento Silvério da Silva. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Os passeios não possuem um estudo de fluxos, não sendo definidos adequadamente. As calçadas estão mal conservadas, dificultando a acessibilidade, e os brinquedos do parque estão deteriorados por não haver manutenção desses equipamentos. O mobiliário urbano está disperso em pequena quantidade, colocado de forma aleatória, assim como a vegetação.
Figura 45. Parque infantil da praça Jornalista Bento Silvério da Silva. Fonte: Autoras,2010.
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Levantamento
A praça localiza-se na esquina da Rua Henrique Veras do Nascimento com a Rua Rita Lourenço da Silveira, e é o maior ponto de encontro do centrinho da Lagoa da Conceição. Concentra atividades de lazer, cultura, comércio e recreação - parque infantil, mesas de xadrez e atividades lúdicas como aulas de circo e teatro. Os usuários utilizam seu espaço de forma diversificada, há crianças, adultos e idosos que participam de diversas atividades. Destacam-se o aspecto cultural e institucional na Casa de Memória, as feiras de artesanato e alimentos orgânicos que ocorrem semanalmente.
Levantamento
Figura 7: Equipamento parque daficado. Fonte: Autoras, 2010.
Figura 46: Equipamento parque daficado. Fonte: Autoras, 2010.
Figura 48: Festa Junina na Praça Bento Silvério da Silva. Fonte: Autoras, 2010.
Figura 49: Poças de água .Fonte: Autoras, 2010.
Figura 50:Parquinho da Praça Bento Silvério da Silva. Fonte: Autoras, 2010.
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Levantamento
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Levantamento
4.1.4 RUA HENRIQUE VERAS DO NASCIMENTO Essa parte da orla é constituída de edificações destinadas exclusivamente ao comércio e serviços, sendo algumas destas irregulares, de acordo com a legislação. As calçadas variam quanto ao material, apresentando pisos táteis em alguns locais, e possuem em média a mesma medida, 1,90m. O mobiliário urbano existente é caracterizado por postes de iluminação e de transmissão de energia elétrica, lixeiras, placas de sinalização, telefones públicos e pontos de ônibus. A rua possui mão dupla, com grande fluxo de veículos, pois liga a Avenida das Rendeiras à Avenida Afonso Delambert Neto, ou seja, ligação entre as praias do leste e o centro de Florianópolis.
Figura 51. Rua Henrique Veras do Nascimento. Fonte: Autoras,2009.
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Figura 54: Edificações irregulares e estacionamento invadindo o espaço do pedestre. Fonte: Autoras, 2010.
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Figura 53: Ponto de ônibus da Rua Henrique Veras do Nascimento. Fonte: Autoras, 2010.
Figura 55: Mobiliário danificado. Fonte: Autoras, 2010.
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Levantamento
Figura 52: Sociedade Amigos da Lagoa localizado na Rua Henrique Veras do Nascimento. Fonte: Autoras, 2010.
4.1.5 RUA HENRIQUE VERAS DO NASCIMENTO praça
Figura 56: Espaço verde em meio as edificações. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Figura 58. Ranchos de pescadores abandonados pela prefeitura e construídos em local inapropriado. Fonte: Autoras, 2009.
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Levantamento
Figura 57. Praça mal conservada. Fonte: Autoras, 2010.
Levantamento
Em meio às edificações da Rua Henrique Veras do Nascimento, vislumbra-se uma parte da lagoa na pequena faixa de vegetação existente na orla, onde ocorre uma zona de contemplação. Este trecho possui um mobiliário urbano localizado na grama, fora da calçada, o que diminui sua utilização, pois é uma área de constantes alagamentos. Há presença de algumas árvores no local (palmeira, pândanus, aroeira mansa, eritrina, fícus, goiabeira) e vegetação que invade a calçada, danificando-a. Nota-se a presença de usuários que praticam exercícios e caminhadas, assim como grande circulação de pedestres.
Figura 59. Vista panorâmica da praça. Fonte: Autoras,2010.
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4.1.6 Ponta do pitoco
Figuras 60: Vegetação da ponta do pitoco. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Figuras 62: Esgoto doméstico lançado diretamente na lagoa. Fonte: Autoras, 2010.
Figura 63: Vista panorâmica da Ponta do Pitoco. Fonte: Autoras, 2010.
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Levantamento
Figuras 61: Vegetação da ponta do pitoco. Fonte: Autoras, 2010.
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Levantamento
Este trecho do bairro da Lagoa é predominantemente residencial, com atividades de lazer nas áreas verdes próximas à orla. Nota-se que a variedade de espécies vegetais, sendo a maior parte das árvores espécies frutíferas plantadas de forma aleatória por alguns moradores. A população se apropria desse espaço, utilizando os gramados para descanso, e passeios com animais domésticos. Observa-se assim a falta de acessibilidade, inexistência de calçadas em certos trechos, além de o mobiliário ser escasso e inadequado.
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Capítulo 5
Passeio acompanhado
Figura 64: imagem deficiênte visual editado pelas autoras. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Figura 65: Deficiente demostrando falta de segurança no deck da Marina da Conceição. Fonte: Autoras, 2009.
Figura 66: Degrau no deck de madeira. Fonte: Autoras, 2009.
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passeio acompanhado
Com a finalidade de observar melhor os problemas de acessibilidade da Lagoa da Conceição, foi feito um passeio acompanhado com um deficiente visual - José Carlos Rodrigues. Durante o percurso observou-se: 5.1 Falta de guarda-corpo ao longo do deck da Marina para proteção contra a água. 5.2 A madeira do deck no sentindo trasversal, não é aconselhada, pois prende a bengala – guia do deficiente visual - entre as tábuas. 5.3 Há buracos no deck e irregularidades nas calçadas formando “armadilhas”.
passeio acompanhado
5.4 Em lugares abertos, é difícil parceber com clareza os sons de carros, atividades e pessoas, que ajudam o deficiente visual a se localizar, devido aos ventos fortes presente na orla. 5.5 Falta de sinalização, mapa tátil, ou algo que indique, de alguma forma, a entrada e saída dos lugares como: da praça, da Casa de Memória, do parquinho, e da rua.
Figura 68: Passeio da praça Jornalista Bento Silvério da Silva. Fonte: Autoras, 2009.
Figura 67. Deficiente visual atravessando a rua sem nenhuma sinalização. Fonte: Autoras, 2009. Figura 69. Passeio da praça Jornalista Bento Silvério da Silva. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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5.6 O parquinho das crianças não possui nenhum tipo de piso, o que gera o acúmulo
Figura 70: Parque infantil da Praça Jornalista Bento Silvério da Silva mal cuidado. Fonte: Autoras, 2010.
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passeio acompanhado
de água em pontos indesejáveis. Essas possas d’água também podem apresentar riscos ao transeunte. 5.7 Mobiliário urbano desprotegido, mal localizado e sem indicação, não se sabe quando há ou não a presença destes elementos. 5.8 A vegetação mal cuidada pode oferecer perigo ao deficiênte visual, visto que galhos e raízes podem causar danos e acidentes ao pedestre, de um modo geral.
passeio acompanhado
5.9 Calçadas irregulares com alternância de pisos, trechos com piso guia, e outros não, além de mudança de textura nos pisos guia. Há também alguns trechos sem calçadas, o que obriga o pedestre a andar pela rua se expondo ao perigo dos veículos em trânsito, ou pela grama, o que não é confortável para os deficientes físicos. 5.10 Seguindo o passeio da rua, há presença de placas de sinalização em que suas projeções são as mais adequadas aos deficientes visuais. Nestas, o deficiente consegue perceber com a bengala o obstáculo sem que este apareça e machuque a pessoa antes de parar.
Figuras 71: Deficiente visual demonstrando dificuldade de orientação e locomoção. Fonte: Autoras, 2009. Figuras 72: Deficiente visual demonstrando dificuldade de orientação e locomoção. Fonte: Autoras, 2009.
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Capítulo 6
OS CONFLITOS DE HOJE
Figuras 73: Orla do centrinho da lagoa. Fonte: Autoras, 2009.
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Devido a este desenvolvimento interno, o bairro apresenta uma grande importância na escala da cidade de Florianópolis/SC, tornando-se uma alternativa ao centro da cidade, bastante frequentado durante a semana, nos horários comerciais e, sobretudo nos finais de semana, período em que o centro da cidade permanece fechado. Durante o período noturno, existem restaurantes, casas noturnas e cafés que movimentam o bairro e atraem pessoas de toda a cidade e turistas. A Avenida das Rendeiras, importante ligação do bairro às praias do leste (Joaquina, Mole e Barra da Lagoa), torna-se bastante movimentada com congestionamentos frequentes e, principalmente, no verão.
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Conflitos de hoje
Atualmente, o bairro da Lagoa da Conceição caracteriza-se por uma estrutura independente, predominantemente residencial, com comércio próprio, instituições públicas e privadas, e áreas de lazer. Dentre as instituições disponíveis no bairro, estão escolas, associações de moradores, secretarias e serviços hospitalares. Essa estrutura aliada ao contato com a natureza e proximidade ao centro urbano de Florianópolis proporcionam uma boa qualidade de vida aos moradores do bairro, motivo da grande procura pelo local.
Conflitos de hoje
O bairro demonstra fluxo intenso de pedestres e veículos durante todo o dia, porém falta mobilidade, transporte público e infraestrutura que comporte tal movimento. As calçadas, em sua maioria, não possuem piso tátil, rampas e apresentam deformações como: buracos, invasões de raízes de árvores, invasões de edificações e mobiliários mal localizados que dificultam o caminhar do pedestre. Há muitos locais inadequados para passeio, prática de esportes e caminhada, inexistência de ciclovias, odores pela poluição das
Figura 74. Panorâmica da orla da Lagoa. Fonte: Autoras, 2010.
águas, dificuldade de contemplação do espelho d’água da lagoa e da bela moldura de morros que a envolvem. Para os veículos a situação de desconforto se repete com a existência de um unica via de acesso principal asfaltada e mal cuidada, seguida de servidões estreitas. A ocupação da orla do centrinho desrespeita a legislação de proteção de bordas pela presença de inúmeras edificações irregulares, obstruindo a paisagem. Além da deterioração da paisagem, a crescente urbanização traz consigo conflitos diversos como a deficiencia de estacionamentos, trapiches para os barcos públicos, revitalização dos abrigos de barcos de pesca e o próprio lazer na beira da Lagoa em meio ao esgoto mal tratado.
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Capítulo 7
DIRETRIZES PARA A ÁREA
Figura 75: esquema para as diretrizes. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Considerando os estudos realizados, foram estabelecidas diretrizes para a área visando a melhoria da orla do centrinho da Lagoa da Conceição:
(2) a valorização e unificação da via gastronômica existente no centrinho; (3) a locação de pontos de informação turística e de segurança municipal; (4) revitalização das atividades que preservam o folclore e a cultura local, proporcionando destaque aos espaços que as realizam - Casarão ou Casa da Memória, Barca dos Livros, Sociedade dos Amigos da Lagoa, Sol da Terra – e a criação de outros, que possibilitem mais atrativos; (5) ampliação do sistema de transporte hidroviário existente na Costa da Lagoa, com inclusão de piers ao longo de outros pontos da Lagoa da Conceição – Canto da Lagoa e Centrinho – de forma a interligar a Lagoa, proporcionando uma opção de transporte e solução ao intenso fluxo de veículos; (6) reforma dos abrigos de barcos dos pescadores locais.
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Diretrizes
(1) espaço propício a circulação de pedestres e ciclistas, com uma ciclovia e passeios acessíveis a todos os usuários, livres dos atuais obstáculos que dificultam a orientação e deslocamento destes, tais como: mobiliários mal localizados, estacionamentos e edificações irregulares;
Diretrizes
Centro de Informações Turísticas Devido ao grande valor da Lagoa da Conceição para o turísmo de Florianópolis, e sua localização em meio a algumas das praias mais movimentadas da Ilha, há a ausência de um terminal central de informações turísticas (3), que ajude os visitantes a se localizarem.
Figura 76: Centrinho Lagoa da Conceição. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Abrigo de barcos de pesca Os abrigos de barcos de pesca situados próximos Praça Pio XII, nos fundos das edificações da Orla, representam atividades importantes para a cultura local. Os ranchos abrigam os barcos dos pescadores moradores da Lagoa e encontramse totalmente deteriorados e desvalorizados, poluindo o visual da orla. Sugerese vitalização das embarcações com vistas a valorização da tradição pesqueira.
Diretrizes
Figura 77: abrigos de pesca na orla. Fonte: Autoras, 2010.
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Diretrizes
Valorização do Casarão (Casa da Memória) Sociedade dos Amigos da Lagoa, Sol da Terra e Barca dos Livros
O Casarão, a Sociedade dos Amigos da Lagoa, escola de música Sol da Terra abrigam atividades de grande relevância cultural, para a comunidade da Lagoa, portanto deve-se ter maior visibilidade e legibilidade a partir de um caminho pela orla valorizada.
Figura 78. Sociedade amigos da Lagoa. Fonte: http://www.dauroveras.com.br/tag/ cultura, 2010.
Figura 79: Casarão da Memória. Fonte:http://www.lagoavirtual.com/ casarao/index.htm, 2010.
Figura 80: Sociedade amigos da Lagoa. Fonte: Autoras,2010.
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Figura 81: Orla Costa da Lagoa. Fonte: Autoras, 2009.
Diretrizes
Pontos de transporte hidroviário Um dos transportes vigentes e muito utilizado no decorrer da Orla da Lagoa é o transporte hidroviário, que possui uma estrutura de trapiches ao longo da Costa da Lagoa, com ponto de embarque na Marina da Conceição. Sugere-se ampliar o número de trapiches na orla do Centrinho, facilitando o transporte náutico a outras localidades como o Canto da Lagoa, Rendeiras, Barra, Costa da Lagoa.
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Diretrizes
Valorização e unificação da via gastronômica existente no centrinho
Figura 82: Rua centrinho da Lagoa. Fonte: Autoras, 2009. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Acessibilidade e mobilidade Espaço propício a circulação de pedestres e ciclistas, com uma ciclovia e passeios acessíveis a todos os usuários, livres dos atuais obstáculos que dificultam a orientação e deslocamento destes, tais como: mobiliários mal localizados, estacionamentos e edificações irregulares.
Diretrizes
Figura 83: Rua centrinho da Lagoa. Fonte: Autoras, 2010.
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Figura 84: Imagem Lagoa. Fonte: Autoras, 2010.
Capítulo 8
Cosiderações finais
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Considerações finais
A partir das diretrizes propostas neste estudo, percebe-se a necessidade de uma intervenção com o objetivo de qualificar e valorizar os espaços livres públicos da orla, através da readequação das praças, das ruas, dos passeios. Devem-se incentivar as atividades de esporte e lazer, possibilitar a contemplação da paisagem, atendendo assim as demandas dos usuários do local. É preciso uma mudança de postura política, urbanística, paisagística, social e ambiental. Urge a compreensão dos problemas e a visualização de possíveis soluções para uma ocupação adequada, que respeite os limites ambientais.
Figura 85: Lagoa da Lagoa da Conceição. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Revisão bibliográfica
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Centro de Estudos Cultura e Cidadania. Uma cidade numa Ilha: relatórios sobre os problemas sócio-ambientais da Ilha de Santa Catarina. Florianópolis: Insular; CECCA, 1997. INFOARQ – Laboratório de informática na Arquitetura/UFSC (Arquivos diversos) IPUF - Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis. KOHLSDORF, Maria Elaine. Desempenho topoceptivo na representação geométrica secundária. In: ______. A apreensão da forma da cidade. Brasília: Universidade Brasília, 1996. p. 134-200. KUHNEN, Ariane. Lagoa da Conceição: meio ambiente e modos de vida e transformação. Florianópolis, 2002. LYNCH, Kevin. A imagem do meio ambiente. In: A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1980. p. 11-23. SANTIAGO, Alina G., Caderno da Oficina Temática: Valorização da Orla da Avenida das Rendeiras; ENEPEA 1998. SOUZA, Juliana Castro. Análise da paisagem: instrumento de intervenção nos espaço livres da Lagoa da Conceição. Dissertação de mestrado. Florianópolis, 2003.
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anexos
Figura 86: Imagem na Lagoa. Fonte: Autoras, 2010. A orla da Lagoa: desafios frente à ocupação. Grupo PET/ARQ 2010
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Projeto Paisagístico Orla da Lagoa da Conceição Diagnóstico da Área Justificativa A ocupação urbana desordenada aliada à falta de fiscalização na construção de edificações na orla da lagoa, transformam a paisagem do Bairro da Lagoa da Conceição. A beleza exuberante deste local, razão de sua importância turística, definida pela presença de elementos naturais - relevo, vegetação, lagoa e dunas - está sendo ameaçada. É urgente estabelecer critérios para a
requalificação da orla
tornem irreversíveis.
Métodos
Objetivos Elaborar um projeto paisagístico para os espaços livres públicos da orla do centrinho da Lagoa, visando sua qualificação, garantindo um melhor uso e apropriação para moradores e turistas. Para tanto foi necessário elaborar um
diagnóstico da área, apontando os principais pontos de conflito, as deficiencias, carências e potencialidades, de forma a antes que essas mudanças se embasar o projeto.
A lagoa - ontem e hoje
Localizada na cidade de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, a área se desenvolveu principalmente na base do Morro da Conceição, baseada na agricultura e em seguida nos engenhos de açúcar e farinha de mandioca, além da pesca que esteve sempre presente.
Bairro de estrutura independente, residencial, que possui seu próprio comércio, instituições públicas e privadas, e áreas de lazer. Dentre as instituições disponíveis no bairro, estão escolas, associações de moradores, secretarias e serviços hospitalares.
Levantamento
Para elaborar o diagnóstico foram utilizados os seguintes métodos: Levantamento físico do recorte: a partir de plantas cadastrais cedidas pelo IPUF e por meio de visitas e medições no local resultando na atualização dessas plantas com as edifiações existentes (uso e gabaritos), a vegetação, o mobiliário urbano, e definição do perfil dos usuários para cada setor. Entrevistas não estruturadas com os moradores possibilitaram conhecer sua opinião sobre os problemas existentes que afetam a apropriação dos lugares. Passeio acompanhado Foram efetuados passeios acompanhados com um deficiente visual a fim de apontar as principais barreiras de acessibilidade espacial que dificultam ou impendem a realização de atividades na orla.
PRAÇA BENTO SILVÉRIO DA SILVA É o maior ponto de encontro do centrinho da Lagoa da Conceição;
Concentra atividades de lazer, cultura e comércio a Casa de Memória próxima, feiras de artesanato e alimentos.
Os mobiliários urbanos estão dispersos, em pequena quantidade e colocados de forma aleatória sem
um projeto. Não há presença de piso guia em nenhuma parte da praça e nenhum referencial arquitetônico que facilite a orientação e o deslocamento.
PRAÇA PIO XII É composta por árvores de médio e alto porte que impedem a visão periférica e concedem um aspecto sombrio devido ao excesso de sombra das árvores. Local pouco utilizado pelos transeuntes no período do inverno, devido à sua falta de iluminação natural. Já no verão torna-se muito utilizada pelos moradores e turistas, que aproveitam a sombra nos dias quentes e utilizam o mobiliário para o lazer. O mobiliário urbano é insuficiente e mal distribuído. Há bancos
e mesas de xadrez que são pouco utilizados pelos moradores.
MARINA DA CONCEIÇÃO
RUA HENRIQUE VERAS DO NASCIMENTO É a via principal do Bairro, liga as Avenidas das Rendeiras e Afonso Delambert. As calçadas apresentam pisos táteis em alguns locais, e possuem em média a mesma medida, 1,90m. Rua de mão dupla, constituída de edificações destinadas exclusivamente ao comércio, sendo algumas destas irregulares, de acordo com o Plano Diretor. A paisagem natural não é explorada, as construções PONTA DO PITOCO impedem a visualização da lagoa. Em meio às edificações da Rua Henrique veras do Nascimento, há É uma área exclusivamente residencial. Oferece um uma quebra da paisagem com uma exuberante visual e sombra para os usuários que faixa de vegetação existente na orla. costumam descansar, passear com seus animais Porém o mobiliário urbano é domésticos, caminhar e contemplar a lagoa. deteriorado e mal localizado, Alguns moradores introduziram espécies frutíferas em locais impedindo as pessoas de impróprios para o cultivo, e de forma incorreta.Possui uma grande freqüentarem o local. área verde bem próxima à orla da lagoa. Observa-se a falta de iluminação em toda a área. Há também falta de estruturas e mobiliários urbanos apropriados para as atividades realizadas no local. Não há nenhum tipo de acessibilidade, nem ao menos calçadas em certos trechos.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO PET - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
Utilizada como estaleiro, para armazenar as embarcações, é nela que estão localizados os barcos que dão acesso à Costa da Lagoa. Há também comércio e restaurantes próximos. Há um deck de madeira utilizado para
encontro, passeio e apoio às embarcações. Através de considerações dos freqüentadores, pode-se perceber a falta de iluminação voltada para o deck, tornando a área desprotegida no período da noite. Não há estacionamentos suficientes para veículos e os existentes são mal localizados.
Conclusão O resultado final do levantamento originou uma planta atualizada com vegetação, mobiliário urbano e edificaçõesda orla do centrinho, bem como um diagnóstico preciso da área.
ORIENTADORAS: ALINA GONÇALVES SANTIAGO JULIANA CASTRO SOUZA - Jardins e Afins COLABORADOR: VERA HELENA MORO BINS ELY BOLSISTAS PET/ARQ: ISABELA GONÇALVES ORNELAS MARIANA COLIN STELZNER
Referências: InfoARQ - Grupo de Pesquisada informática na Arquitetura IPUF - Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis VAZ, Marcelo Cabral. Lagoa da Conceição: A metamorfose de uma Cidade. Dissertação mestrado, UFSC, 2008.
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