Acessibilidade e Apropriação em Espaços Abertos

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2013 - Grupo PET Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Santa Catarina

Roselane Neckel Reitora Jamil Assereuy Filho Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão Sebastião Roberto Soares Diretor do Centro Tecnológico

Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina

Fernando Simon Westphal Chefe de Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Luz, Gabriela Yoshitani da; Heinisch, Larissa Miranda; Dorneles, Vanessa Goulart; Bins Ely, Vera Helena Moro. 2013.

Milton da Luz Conceição Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo

A174 Acessibilidade e apropriação em espaços abertos / Gabriela Yoshitani da Luz ... [et al.]. – 1. ed. – Florianópolis : UFSC/Reitoria, 2013. 241 p. : il., tabs., mapas, plantas

Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo Vera Helena Moro Bins Ely, Dr. Eng. Tutora

Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7426-130-0

Gabriela Yoshitani da Luz Larissa Miranda Heinisch Bolsistas

1. Arquitetura. 2. Projeto paisagístico. 3. Acessibilidade. 4. Espaços abertos. I. Luz, Gabriela Yoshitani. II. Heinisch, Larissa Miranda. III. Dorneles, Vanessa Goulart. IV. Bins Ely, Vera Helena Moro.

Vanessa Goulart Dorneles Vera Helena Moro Bins Ely Orientadoras

CDU: 711.4

Referência: DA LUZ, Gabriela Yoshitani; HEINISCH, Larissa Miranda; DORNELES, Vanessa Goulart; BINS ELY, Vera Helena Moro. Acessibilidade e Apropriação em Espaços Abertos. Florianópolis: PET/ARQ/UFSC, 2013. 241 p.


Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................... 7 1.1. Justificativa 9 1.2. Objetivos 10 1.2.1. Objetivo Geral 10 1.2.2. Objetivos Específicos 10 1.3. Metodologia 11 1.4. Estrutura 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................ 15 2.1. Espaços Abertos e Paisagismo 17 2.2. Psicologia Ambiental 21 2.2.1. Percepção 22 2.2.2. Apropriação Espacial e seus reguladores 23 2.3. Acessibilidade e Desenho Universal 28 2.3.1. Os diversos usuários 29 2.3.2. Acessibilidade 32 2.3.3. Desenho Universal (DU) 33 2.3.4. Por que DU é diferente de acessibilidade? 37 3. ESTUDO DE CASO ............................................................. 39 3.1. Praça Getúlio Vargas 42 3.2. Praça Santos Dumont 44 3.3. Praça Bento Silvério 46 4. AVALIAÇÃO DOS ESPAÇOS .............................................. 49 4.1. Avaliação de Acessibilidade 51 4.1.1. Checklist de Acessibilidade 51 4.1.2. Passeios Acompanhados 65 4.2. Avaliação de Psicologia Ambiental 86 4.2.1. Mapa Visual 86 4.2.2. Mapa Comportamental 105


5.CRUZAMENTO DOS MÉTODOS ........................................ 131 5.1. Praça Getúlio Vargas 134 5.2. Praça Santos Dumont 137 5.3. Praça Bento Silvério 140 6. CONCLUSÃO ......................................................................

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7. REFERÊNCIAS ....................................................................

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8. APÊNDICES ........................................................................

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Capítulo 1:

Introdução



Os espaços livres de uma cidade são elementos urbanos que proporcionam lazer e bem-estar para a população, propiciando várias atividades como a prática de esportes, o contato com a natureza, descanso e a socialização. Por serem de uso público, é necessário que esses espaços sejam projetados de forma a atender aos seus mais diversos usuários, independente de suas habilidades ou limitações. Devem, portanto, ter condições ambientais que tornem o lugar convidativo para a permanência e apropriação das pessoas e acredita-se que a acessibilidade espacial pode contribuir com a apropriação destes espaços. Nesta pesquisa realizou-se uma avaliação pós ocupação em três praças da cidade de Florianópolis: Praça Getúlio Vargas, Praça Santos Dumont e Praça Bento Silvério, de forma a analisar as condições de acessibilidade e apropriação em cada uma delas. A intenção desta pesquisa é conhecer que aspectos físicos podem contribuir com a apropriação dos usuários em espaços abertos, o que pode auxiliar projetistas a tornar seus projetos mais inclusivos e, consequentemente, gerar espaços de maior qualidade.

1.1. Justificativa Os espaços abertos públicos de uma cidade possuem um importante papel no contexto urbano (BARTALINI, 1986), pois além de contribuírem com a qualidade ambiental das cidades e da paisagem urbana, potencializam a socialização e a prática de atividades de lazer pelos diferentes indivíduos. O lazer é um direito de todos e, por serem os espaços abertos locais onde ocorrem esse tipo de atividade e por possuírem um caráter democrático, devem proporcionar iguais condições de acesso e uso por todas as pessoas. Por isso, é indispensável que apresentem as devidas condições de acessibilidade e apropriação para os seus mais diversos usuários. No entanto, a realidade no Brasil quanto à qualidade desses espaços é muito limitada, uma vez que há poucos espaços abertos nas

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áreas urbanas destinados ao lazer da população, e grande parte deles apresenta problemas de acessibilidade, interferindo assim no seu uso. Pode-se usar como exemplo a cidade de Florianópolis, onde foi realizada a presente pesquisa. Apesar de ser a capital do estado de Santa Catarina e de seu grande potencial turístico pela sua localização litorânea, a cidade ainda carece de um maior cuidado com seus espaços abertos. A grande Florianópolis conta com poucos parques que permitam a prática de atividades de lazer. Quando se trata das praças existentes, percebe-se que, assim como as ruas, a maioria apresenta problemas como falta de manutenção, ausência de sinalização (tátil, por placas), pouco cuidado com a vegetação e dimensionamento inadequado em relação ao fluxo de pessoas e escolha de mobiliário. Por fim, vale ressaltar que até mesmo as áreas de praias, espaços característicos da cidade e amplamente utilizados, não possuem ainda a infraestrutura adequada para todos os seus usuários.

1.2. Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Verificar se há uma relação entre acessibilidade e apropriação dos espaços abertos, considerando os diferentes contextos urbanos e configurações espaciais dos objetos de estudo. 1.2.2. Objetivos Específicos

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• Relacionar conceitos de psicologia ambiental e a acessibilidade em espaços abertos; • Levantar características projetuais que qualificam os espaços abertos; • Avaliar as condições de acessibilidade e apropriação das praças; • Estabelecer relações entre o nível de acesso e a utilização do local.


1.3. Metodologia Nessa pesquisa foi utilizada uma abordagem que pode ser subdividida em quatro etapas: embasamento teórico, aplicação de métodos, tratamento de dados e elaboração do relatório final. Na primeira etapa foram realizadas leituras de referencial teórico acerca das áreas pertinentes para o estudo como: espaços abertos, Desenho Universal, acessibilidade e Psicologia Ambiental. A síntese desse levantamento pode ser lida no capítulo 2. Nesse momento, foram estudados e escolhidos também os métodos a serem aplicados nos três casos escolhidos. O conhecimento e conceitos adquiridos nessa etapa auxiliaram o desenvolvimento do trabalho posteriormente. Na etapa seguinte, ocorreu a aplicação de métodos para avaliação pós ocupação das três praças: Mapa Visual, Mapa Comportamental, aplicação de Checklist de Acessibilidade e Passeios Acompanhados, que serão conceituados e descritos no capítulo 4. Após, houve o tratamento dos métodos com o programa do tipo SIG (Sistema de Informação Geográfica) a fim de comparar os dados coletados com as análises e cruzar informações referentes à Acessibilidade e Psicologia Ambiental. Foram realizadas também reuniões entre os integrantes da pesquisa para discussão acerca dos dados levantados. Por fim, os resultados obtidos foram registrados através de textos, fotografias, esquemas gráficos, tabelas, mapas e, por fim, organizados em um relatório final de pesquisa que consiste nesse caderno. A pesquisa originou também publicações em congressos e eventos científicos que podem ser vistos no capítulo 9.

1.4. Estrutura O caderno está estruturado em nove itens a seguir enumerados e descritos: Capítulo 1: Introdução - apresenta a pesquisa, sua justificativa, objetivos,

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metodologia utilizada e a estruturação do caderno. Capítulo 2: Referencial Teórico - traz o resultado das leituras realizadas para embasamento acerca de conhecimentos importantes para o estudo, como paisagismo, espaços abertos, apropriação, psicologia ambiental, acessibilidade e desenho universal, além de exemplos de projetos de áreas livres consideradas de qualidade. Capítulo 3: Estudo de Caso – é a caracterização das três praças analisadas: Praça Getúlio Vargas, Praça Bento Silvério e Praça Santos Dumont. Capítulo 4: Avaliação dos Espaços - explicação dos métodos utilizados para avaliar as praças e os resultados obtidos com o estudo. Capítulo 5: Cruzamento dos Métodos – apresentam-se os cruzamentos dos mapas resultantes dos métodos, feitos a partir do uso do programa de georreferenciamento (GvSIG). Capítulo 6: Conclusão – apresentam-se as considerações finais da pesquisa. Capítulo 7: Referências – consiste na listagem da bibliografia utilizada, assim como referência das imagens do caderno. Capítulo 8: Apêndices – contém publicações originadas a partir desse estudo e enviadas para o eventos como ENEPEA, ENTAC, CTHab e SIC.

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Cap铆tulo 2:

Referencial Te贸rico



2.1. Espaços Abertos e Paisagismo Ruas, jardins, praças e parques constituem o cerne do sistema dos espaços abertos de uma cidade (ALEX, 2008). Livres de edificações e podendo ser verdes ou não, eles são fundamentais para o bem-estar da população. Infelizmente, segundo BINS ELY et al (2008): “as cidades contemporâneas cada vez mais vêm perdendo o caráter público de seus espaços, principalmente daqueles de caráter livre de edificações. Muitos destes espaços têm se tornado residuais, com pouca apropriação e identificação por parte da população, devido à falta de manutenção por parte dos órgãos responsáveis, difícil acessibilidade, carência de equipamentos, aumento da violência urbana, entre outros.” No Brasil, essa é a situação de grande parte dos espaços abertos públicos. Muitas vezes, com o cuidado negligenciado, esses lugares acabam abandonados e sem uso, sendo consequentemente associados a locais perigosos. Gradualmente, tornam-se problemas no contexto urbano ao invés de solução para uma melhor qualidade de vida da população. Dentre as melhoras que esses espaços podem trazer, para efeitos de análise, podemos atribuir três valores, divididos em: ambiental, visual e recreativo (BARTALINI, 1986). A contribuição no fator ambiental vem no sentido de favorecer a salubridade e melhorar o microclima urbano (SOUZA, 2003), além de propiciar o contato com a natureza e a sua preservação. O valor visual decorre da importância desses espaços na qualificação da paisagem, tornando-se marcos urbanos - como é o caso do Central Park (ver figura 01), importante ponto de referência da cidade de Nova York.

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Figura 01: Central Park, em New York - EUA. Grande área verde em meio à densa malha urbana. Foto: Larissa Heinisch.

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Em relação ao valor recreativo, podemos destacar duas principais funções: social e lazer. É nos espaços abertos que os indivíduos podem observar e interagir com outras pessoas, incentivando assim a socialização e o contato com hábitos e costumes distintos. Indivíduos de diferentes culturas e religiões, por exemplo, podem dividir o espaço público e utilizá-lo para praticar atividades relacionadas a cada crença (meditação, práticas religiosas, festas). Em cidades cada vez mais verticalizadas e densificadas, com a rotina da população cada vez mais solitária e individualista, esse lugares influenciam ou colaboram também com as necessidades psicológicas das pessoas e são de extrema necessidade como uma área de estar fora


das habitações. Um exemplo é o Walt Whitman Park, onde elementos interativos como fontes propiciam a interação e socialização entre usuários (ver figura 02).

Figura 02: Elementos interativos, como essa fonte no Walt Whitman Park (NY – EUA), propiciam a interação e socialização entre desconhecidos. Foto: Larissa Heinisch.

Ainda em relação ao valor recreativo, o lazer é um direito de todos e o espaço aberto público é o seu cenário mais democrático. Ele está diretamente relacionado com a questão social, pois é nas áreas abertas que atividades de lazer coletivas podem ser realizadas de maneira gratuita por todos. A realização de concertos ao ar livre, apresentações culturais de dança e teatro, brincadeiras infantis e até mesmo atividades de lazer individual, como leitura e desenhar (figura 03), permitem contato e interação, nem que seja apenas visual, com os demais usuários do ambiente.

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Figura 03: Pessoas desenhando e lendo no High Line Park (NY – EUA). Foto: Larissa Heinisch.

Figura 04: Gramado no Battery Park (NY – EUA), apropriado pela população para o descanso ao sol. Foto: Larissa Heinisch.

Figura 05: Tratamento paisagístico no Memorial do 11 de setembro (NY – EUA).F oto: Larissa Heinisch.

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Outra importante atividade que ocorre nos espaços abertos, englobando tanto o fator social como o de lazer, são as práticas esportivas, essenciais para a saúde das pessoas, como corrida, caminhadas e jogos. Ambientes para o descanso que possibilitem pegar sol (figura 04), também proporcionam bem-estar para seus usuários. Assim, o paisagismo pode contribuir como importante agente de intervenção e estruturação desses espaços no que abrange os valores ambientais, visuais e recreativos. Essa área do conhecimento, segundo Macedo (1999) visa: “designar as diversas escalas e formas de ação e estudo sobre a paisagem, que podem variar do simples procedimento de plantio de um jardim até o processo de concepção de projetos completos de arquitetura paisagística como parques ou praças”. A importância da intervenção paisagística (figura 05) vem no sentido de ordenar, planejar e pensar devidamente os espaços abertos públicos, podendo assim qualificá-los e oferecer uma experiência de vida urbana mais enriquecedora para a população. Ao realizar um projeto de paisagismo, é importante então o conhecimento acerca dos usuários desses espaços e que condições devem ser garantidas


de modo a concebê-lo com qualidade para as pessoas que o utilizarão. Isso evidencia a relevância do conhecimento de áreas como Psicologia Ambiental, Desenho Universal e acessibilidade, que serão apresentadas a seguir.

2.2. Psicologia Ambiental A Psicologia Ambiental busca entender as relações entre o homem e seu ambiente físico, sendo elas consideradas bilaterais, ou seja, tanto o homem age diretamente no meio, como o meio influencia e afeta o homem, criando um ciclo constante de ação e reação, segundo Gifford (1987), como vemos na figura 06.

Figura 06: Psicologia como ciclo de ação e reação entre Usuário e Ambiente. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz, adaptado de Cavalcanti (2010)

Essa linha de estudos inovou ao dar ênfase ao espaço físico no campo da psicologia, mas ainda considerando fatores sociais, econômicas, e culturais em seu contexto. Segundo Márcia Corrêa (2006), o objeto de estudo na Psicologia Ambiental é sempre a inter-relação pessoa-ambiente e nunca a pessoa ou o ambiente isoladamente. Segundo Cavalcante e Elali (2011), esse campo da psicologia tem como principal objetivo compreender a construção de significados e os comportamentos relacionados aos diversos espaços de vida.

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Por isso, ao buscar entender as motivações relacionadas à adoção de um indivíduo por uma determinada conduta espacial, a Psicologia Ambiental procura compreender a dinâmica da percepção para, em um segundo momento, buscar subsídios sobre os diferentes estudos do comportamento (territorialidade, privacidade, espaço pessoal e aglomeração) (BERTOLETTI, 2011). 2.2.1. Percepção Ambiental A percepção é o processo de interpretação feito pelo usuário ao receber estímulos do espaço onde ele se encontra, e, segundo Penna (1993), a partir da associação desses dados sensoriais colhidos com experiências passadas, que lhes dá um significado e ordem, gera-se a percepção. Dessa forma, a maneira como um ambiente é percebido está singularmente relacionada às experiências culturais, sociais e psicológicas de cada usuário. Segundo Gibson (1966), existem dois modos de percepção do ambiente: o passivo e ativo. O passivo é a resposta fisiológica do individuo, como sentir a temperatura; e o ativo está relacionado à sua reação aos estímulos, como quando algum objeto ou movimento nos chama atenção, e nos voltamos para observá-lo. Segundo Bertoletti (2011), o meio ambiente oferece estímulos. No entanto, percebê-los efetivamente requer o uso de todos os sentidos através de receptores sensoriais. Somente por meio da movimentação, contato e manipulação se apreendem a realidade e a estruturação do espaço. Independentemente da cultura, o mundo é percebido pela riqueza das fragrâncias e tridimensionalidade dos objetos e espaços. Portanto, a percepção ambiental é definida como a imagem que o usuário cria do ambiente ao experimentá-lo, e como tal imagem está relacionada tanto aos fatores externos quanto à vivência de cada indivíduo, ela é pessoal e mutável.

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2.2.2. Apropriação Espacial e seus reguladores Scannell e Gifford (2009) definem a apropriação como a ligação entre um indivíduo e lugares que têm valores simbólicos e afetivos para ele, criando sentimentos de apego, identificação e pertencimento ou possessão ao local. Segundo Cavalcante e Elias (2011), o ser humano se projeta no espaço e o transforma em uma continuação da sua pessoa, criando uma individualidade com o lugar, imprimindo marcas e alterações que lhe servirão de referência para orientar-se e preservar sua identidade, ou seja, criando um espaço para chamar de seu. Para as autoras, apropriar-se também significa exercer domínio sobre um espaço ou um objeto, mesmo que o indivíduo não tenha a sua posse legal. “Na verdade, é possível dizer que toda atividade humana reflete uma apropriação. Isso se dá por meio dos diferentes modos de percepção, orientação e ação: a pessoa se projeta no espaço ao mesmo tempo que se introjeta.” (CAVALCANTE e ELIAS, 2011) O indivíduo inicia o processo de apropriação através do olhar, que seria o grau mínimo de apropriação, onde ele apenas reconhece e torna o ambiente familiar para si, não interferindo de maneira física no lugar, chegando a estágios de apropriação onde ele efetivamente altera e intervém no ambiente. A seguir quatro reguladores que influenciam na apropriação: o espaço pessoal, a territorialidade, a privacidade e a aglomeração. Espaço pessoal

O espaço pessoal é definido por Gifford (1987) como uma espécie

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de “bolha” invisível que as pessoas criam em torno de si, estabelecendo limites a outras pessoas conforme o nível de intimidade, e o seu tamanho varia com características próprias do indivíduo, como a idade, gênero, cultura e personalidade, além do tipo de relação que ele tem com a pessoa com que interage. Por exemplo, a bolha de um indivíduo quando este conversa com um estranho cria uma distância entre eles, na maioria das vezes evitando contato, enquanto quando está com um amigo, bolha é muito menor, permitindo uma maior proximidade e possibilidade de contato, como vemos na figura 07.

Figura 07: Acima, três exemplos de espaço pessoal representados por bolhas. Em vermelho, a bolha de duas pessoas se tornou uma só por que são muito íntimas. Em laranja e em amarelo, as bolhas criadas por duas pessoas que não se conhecem para estabelecer a distância entre si, cujo tamanho pode variar conforme as características de cada indivíduo. Fonte: Acervo pessoal.

Hall (apud Gifford, 1987) descreveu os graus de distância interpessoal, os distinguindo em:

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a) Distância Íntima Próxima: de 0 a 15 cm, e corresponde a sensações de consolar, proteger, amar, lutar e estão relacionadas ao contato pleno. Pode ser observado entre pais e filhos, irmãos ou um casal. b) Distância Íntima Distante: de 15 a 45 cm, normalmente correspondem a interações entre grandes amigos. c) Distância Pessoal Próxima: de 45 a 75 cm, e corresponde à zona das relações familiares e é usada para conversas entre grandes amigos ou um casal. d) Distância Pessoal Distante: de 75 a 120 cm, é usada para interações


sociais entre amigos e conhecidos. e) Distância Social Próxima: de 1,2 a 2 m, é usada para conversas entre estranhos ou negócios informais, como compras e consultas. f) Distância Social Distante: de 2 a 3,5 m, é usada em negócios mais formais. g) Distância Pública : acima de 3,5 m, é usada por um conferencista ou em relação a uma figura pública. Então, o espaço pessoal influencia diretamente em como são as interações interpessoais, pois influencia a distância entre os indivíduos, caracteriza o grau de intimidade e o tipo de relacionamento. Por isso, é muito importante que os ambientes respeitem a noção de espaço pessoal, possibilitando os diversos graus de distância a fim de evitar sua violação, e gerar conforto nos ambientes coletivos. Privacidade A privacidade é definida por GIFFORD (1987) como o controle seletivo de acesso a si mesmo ou a um grupo, a partir da regulação dos níveis de interação social e de informação oferecida aos outros. O autor também afirma que este processo “[...] é ponto primordial da vida das pessoas e é administrado com baixo nível de consciência”. Observada através do comportamento, valores e expectativas, a privacidade está diretamente relacionada aos ambientes, podendo ser facilitada ou prejudicada pelos arranjos espaciais de casas, espaços públicos e instituições, etc. Um indivíduo em uma praça pode ler, exercitarse, conversar com amigos, ou seja, pode querer estar distante de outras pessoas ou não. Por isso, é importante que existam espaços que permitam o isolamento ou o agrupamento de várias pessoas, como vemos na figura 08. Muitas vezes o fator decisivo para o individuo se sentir confortável ou não em um espaço é se o nível de privacidade desejável é o existente ali.

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Figura 08: Exemplo de mobiliário que possibilita o controle da privacidade, em Nova York, EUA. Fonte: http:// s3.amazonaws.com/europaconcorsi/project_images/3092155/P1000565_full.jpg

Aglomeração

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Comumente confundida como sinônimo de densidade (termo matemático resultante da divisão entre número de pessoas por unidade de espaço), a aglomeração pode ser definida como um comportamento ambiental ou psicológico que se refere à sensação de bloqueio, desgaste e incômodo pela presença excessiva de pessoas. Ela é fruto da densidade percebida e esta percepção está sujeita também ao estado de espírito, à personalidade e ao contexto físico (GIFFORD, 1987). Um indivíduo pode se encontrar em um espaço com alta densidade de pessoas e não ter sensação de aglomeração, como em uma boate, por exemplo. E pode se sentir desconfortável em um ambiente de trabalho onde as mesas de trabalho são próximas, causando impressão de aglomeração. Portanto, a aglomeração é uma percepção de desconforto de um indivíduo causada por um número (considerado pelo mesmo) excessivo de pessoas ao seu redor, que acabam violando seu espaço pessoal e impedindo a sua privacidade.


Territorialidade Termo ligado ao sentimento de domínio, posse ou desejo de posse de um espaço por um indivíduo ou um grupo, a territorialidade se manifesta através de comportamentos de ocupação, defesa, demarcação (ou personalização) e imposição de limites sociais (GIFFORD, 1987). Altman et al. (1980) agrupa os territórios de acordo com o grau de privacidade, apego ou acesso permitido em cada caso, resultando em três categorias: Territórios primários: pertencem a uma pessoa ou um grupo primário e são demarcados claramente, como uma residência. Territórios secundários: também são ocupados por um indivíduo ou um grupo, mas que podem ser frequentados por estranhos, como locais de trabalho e salas de aula, como mostra a figura 09.

Figura 09: Estações de trabalho são territórios secundários, onde existe o sentimento de pertencimento e o espaço é alterado e personalizado pelo usuário, mas não há o controle do acesso de outras pessoas. Fonte: http://www.camenzindevolution.com/var/ezwebin_site/storage/images/works/google/google-dublin/ project-gallery/evo_google-dublin_28/3980-1-ger-DE/Evo_Google-Dublin_28.jpg

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Territórios públicos: são espaços de livre acesso, que são utilizados provisoriamente pelas pessoas, como praças e parques (ver figura 10).

Figura 10: Gramado do Central Park (NY, EUA) com apropriação dos usuários. O território público é subdividido pelos grupos, que ocupam territórios temporários. Fonte: http://farm3.static.flickr.com/2343/2427099880_ c892e64950_b.jpg.

Então, a territorialidade é a apropriação de um espaço por seus usuários. Por permitir a construção de uma identidade, ela desperta segurança e conforto nos usuários, motivando a permanência e a apropriação destes no espaço.

2.3. Acessibilidade e Desenho Universal

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A seguir serão apresentados conceitos associados à acessibilidade espacial e ao Desenho Universal. Eles serão aqui expostos de forma a auxiliar na compreensão da diversidade humana e de maneira a ressaltar a importância de sua abordagem quando se trata de espaços públicos. Ao final serão também diferenciados esses dois conceitos e a contribuição que o conhecimento de cada um pode trazer para a formação profissional e cidadã.


2.3.1. Os diversos usuários As pessoas são diferentes. Cada indivíduo possui características distintas, sejam elas físicas, comportamentais ou sociais. Isso varia também de acordo com a idade, gênero, cultura, além do fato de cada um possuir diferentes habilidades, limitações e, em alguns casos, alguma deficiência (figura 11).

Figura 11: o espaço aberto e a sua diversa gama de usuários. Fonte: http://casaazulblog.files.wordpress. com/2011/10/acessibilidade_em-baixa.png

Portanto, por serem os espaços abertos de uso público, de forma a concebê-los de maneira igualitária e que abranja com qualidade essa totalidade de possíveis usuários, é necessário primeiramente compreender a diversidade humana e alguns conceitos a ela inerentes. Começando com a caracterização de deficiência. Essa palavra é muitas vezes dotada de um sentido negativo pela sociedade, que julga o indivíduo com limitações como sendo menos capaz do que os outros. Fávero (2004) ressalta que deficiência não é o contrário de eficiência. O

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Figura 12: Vários usuários de cadeira de rodas são excelentes atletas, tendo essa capacidade mais desenvolvida do que muitas outras pessoas que não portam alguma deficiência. Croqui: Larissa Heinisch.

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Figura 13: Muletante como exemplo de deficiência Físico-motora. Croqui: Larissa Heinisch.

contrário de eficiência é ineficiência. Assim, a pessoa com deficiência não é ineficiente. Isso significa que, se o ambiente apresentar as condições apropriadas, ela estará apta como qualquer outro usuário a desempenhar as atividades nesse espaço. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o que caracteriza a deficiência é uma modificação a nível fisiológico no corpo humano. Isso até pode acarretar uma limitação na realização de determinadas tarefas (OMS, 2008). Contudo, não é a regra, sendo assim incorreto estipular o individuo com alguma deficiência como tendo menos capacidade que outros. Um usuário de cadeira de rodas, por exemplo, pode ser melhor atleta nesse esporte do que uma pessoa que não possua essa deficiência (figura 12). De acordo com Dischinger, Bins Ely e Piardi (2009), as diferentes deficiências podem ser classificadas segundo as habilidades funcionais humanas em Físico-motoras, Sensoriais, Cognitivas e Múltiplas. As deficiências Físico-motoras são aquelas que acarretam dificuldades ou até mesmo impossibilitam o indivíduo de realizar movimentos com os membros superiores e/ou inferiores. Como exemplos desse tipo de deficiência, temos usuários de cadeira de rodas e muletantes, conforme a figura 13. As Sensoriais são caracterizadas por perdas significativas nas capacidades dos sistemas de percepção: sistema básico de orientação ou equilíbrio, sistema visual, paladar-olfato, háptico e sistema auditivo. São exemplos de deficiência sensorial pessoas com deficiência visual (figura 14), assim como deficientes auditivos. Deficiências Cognitivas caracterizam-se por dificuldades em compreender e tratar informações recebidas, no referente às atividades mentais. Pessoas com Síndrome de Down ou com autismo se encaixam nesse grupo. Por fim, temos as deficiências Múltiplas, que são a associação de mais de uma das deficiências já descritas. Uma pessoa usuária de cadeira de rodas e com deficiência auditiva, por exemplo. É comum também confundir o conceito de deficiência com o de


restrição. Enquanto a deficiência está ligada à saúde, a restrição é um termo usado pela arquitetura e referente à relação entre as habilidades do indivíduo e o ambiente, que pode limitar ou impedir o usuário de realizar atividades. Não apenas pessoas com deficiência podem sofrer restrições no uso de certos ambientes. Uma mãe que esteja portando um carrinho de bebê, por exemplo, pode apresentar muita dificuldade ao se deslocar em uma praça cujo pavimento seja de areia (figura 15) e que não apresente rampas nas mudanças de níveis. As restrições muitas vezes originam-se de barreiras apresentadas pelo ambiente, que dificultam a apropriação dos espaços. Essas barreiras foram classificadas por BRANDÃO et al(2005) em: atitudinais, físicas e de informação. As barreiras atitudinais são aquelas estabelecidas socialmente e referem-se às atitudes que prejudicam as pessoas como preconceito e falta de respeito. Um carro estacionado em cima da calçada, por exemplo, dificulta o deslocamento das pessoas, sendo uma atitude de desrespeito em meio social (figura 16). Barreiras físicas compreendem elementos arquitetônicos ou desenho espacial que geram dificuldades ou impedem a realização de atividades. O acesso exclusivo por meio de escadas, por exemplo, restringe ou até mesmo impede o uso por pessoas com deficiências físico-motoras (figura 17). Já as barreiras de informação dizem respeito à compreensão do espaço como um todo e se as informações oferecidas pelo ambiente interferem na capacidade dos indivíduos se deslocarem no mesmo de forma independente. A falta de sinalização, como retratada na figura 18, pode prejudicar o uso do espaço pelo usuário. Portanto, os tópicos abordados nesse item nos levam a compreender melhor a diversidade humana e os conceitos relativos à acessibilidade e ao Desenho Universal, que serão expostos a seguir.

Figura 14: Pessoa com deficiência visual. Croqui: Larissa Heinisch.

Figura 15: Mãe com carrinho de bebê sofrendo restrições ao movimento pelo ambiente em uso. Devido à pavimentação ser de areia, tem que fazer um maior esforço físico. Croqui: Larissa Heinisch.

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2.3.2. Acessibilidade

Figura 16: Carro estacionado em cima da calçada dificulta o deslocamento das pessoas. Croqui: Larissa Heinisch.

Figura 17: A escada é uma barreira muito comum quando se trata do livre deslocamento de pessoas com deficiência físico-motora. Croqui: Larissa Heinisch.

Figura 18: A ausência de placas informativas quando há duas possibilidades de caminho pode causar confusão e desorientar os usuários. Croqui: Larissa Heinisch.

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Um lugar acessível é caracterizado por Dischinger, Bins Ely e Piardi (2009) como de fácil compreensão e que possibilite o usuário ir e vir livremente, além de realizar suas atividades com segurança, conforto e autonomia, independente de suas habilidades ou limitações. Para definir as condições de acessibilidade espacial de um ambiente, as mesmas autoras utilizaram quatro componentes: orientabilidade, deslocamento, orientação e uso. Para a acessibilidade ocorrer de forma efetiva, é necessário que as pessoas sejam capazes de compreender os espaços. Com essa legibilidade espacial, a orientabilidade é garantida e os usuários desse ambiente conseguem se localizar de maneira independente nesse meio. Se o ambiente por si só não é capaz de fornecer todas as informações arquitetônicas e/ou sinalizações suficientes, as pessoas passam a fazer uso de outros recursos para se localizarem, utilizando assim a comunicação, como a verbalização com outros usuários por exemplo. Esse componente refere-se a troca de informação entre pessoas, assim como entre usuários e equipamentos de tecnologia assistiva. Após a compreensão de para onde e como se locomover, é preciso que os ambientes e também seus mobiliários sejam passíveis de uso por todos. Trata da participação do indivíduo nas atividades do espaço, podendo integrá-lo com conforto, segurança e independência. Por fim, o deslocamento pelo espaço, tanto pelas circulações horizontais quanto verticais, deve ser possível de ser realizado com segurança, conforto e independência. Esses quatro componentes, na maioria das vezes interdependentes, possibilitam um ambiente mais inclusivo e justo.


2.3.3. Desenho Universal (DU) Desenho Universal (DU) é definido por Dischinger et al (2001) como: “um modo de concepção de ambientes, espaços e produtos visando sua utilização pelo mais amplo espectro de usuários, incluindo crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiências temporárias ou permanentes”. Ronald L. Mace, criador do Centro de Desenho Universal da Carolina do Norte (EUA), foi quem primeiro usou esse termo em 1985. A filosofia do DU aplica sete princípios, estabelecidos por este Centro (CONNELL et al., 1997). Eles são a seguir conceituados e exemplificados. 1) Uso equitativo: as atividades podem ser realizadas de maneira igualitária pelos seus mais diversos usuários, impedindo assim a segregação como o exemplo da figura 19 abaixo.

Figura 19: A arquibancada no High Line Park (NY, EUA), possui também rampa entre os níveis, permitindo o acesso a todos os patamares por usuários de cadeira de rodas ou mães com carrinhos de bebê. Foto: Larissa Heinisch.

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2) Flexibilidade no uso: o design é passível de ser adaptável de acordo com as preferências e habilidades individuais de cada pessoa, possibilitando a opção de escolha, como o bebedouro da figura 20.

Figura 20: As duas alturas do bebedouro permitem aos usuários escolher a que lhe for mais confortável, de acordo com sua estatura (Colombus Park – NY, EUA). Foto: Larissa Heinisch.

3) Uso simples e intuitivo: o uso é de fácil compreensão e não depende da experiência, conhecimento, habilidades de linguagem ou nível de concentração dos usuários, como na figura 21.

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Figura 21: O uso da vegetação para direcionar de forma natural o usuário ao caminho a ser seguido (Jardim Botânico - RJ). Foto: Larissa Heinisch.


4) Informação perceptível: o desenho transmite a informação necessária e de forma eficiente, independente das condições do ambiente e características do usuário.

Figura 22: Tanto os escritos no chão como a iluminação auxiliam aos usuários na melhor orientação, evitando possíveis acidentes. Foto: Vanessa Dorneles.

5) Tolerância ao erro: projeta-se de forma a minimizar riscos e acidentes oriundos de ações acidentais ou não intencionais, como na figura 23.

Figura 23: Sinalizações através de placas informativas direcionam o usuário em caso de confusão ou dúvida quanto a que caminho tomar (Jardim Botânico - RJ). Foto: Larissa Heinisch.

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6) Baixo esforço físico: é o uso considerando todas as habilidades dos usuários, de forma a ser eficiente e confortável, ocasionando mínimo de fadiga, como na figura 24.

Figura 24: A rampa com baixa inclinação e a escada com patamares maiores auxilia a reduzir o esforço físico por parte do usuário. Fonte: Vanessa Dorneles.

7) Dimensão e espaço para aproximação e uso: dimensionamento apropriado para a adequada aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do usuário, como na figura 25.

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Figura 25: Playground do Kindergarten em Oslo. Foto: Vanessa Dorneles.


2.3.4. Por que DU é diferente de acessibilidade? Após a apresentação dos conceitos de Desenho Universal e acessibilidade, vale ressaltar a diferenciação entre os dois. O DU é um modo de projetar, de forma a conceber não somente espaços, mas também objetos que possam ser igualmente usado por todos. Já a acessibilidade é uma condição a ser garantida de maneira a qualificar um espaço considerando seus diversos usuários. Portanto, a utilização dos princípios e conceitos inerentes ao Desenho Universal na hora de projetar direciona a concepção para um resultado final mais acessível. Num projeto de uma praça, por exemplo, se o projetista ao desenhar um passeio optou por dimensioná-lo e escolheu os materiais visando o conforto de todos, inclusive de um usuário com cadeira de rodas ou uma mãe com carrinho de bebê, pode-se afirmar que sua concepção foi baseada nos princípios do DU e consequentemente foram tomadas decisões projetuais buscando proporcionar a acessibilidade espacial.

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CapĂ­tulo 3:

Estudo de Caso



Para esse estudo, foram feitas as avaliações pós ocupação de três praças da cidade de Florianópolis: Praça Getúlio Vargas, Praça Santos Dumont e Praça Bento Silvério. O critério para essa escolha foi a localização de cada uma delas em contextos urbanos diferentes, por estarem respectivamente nos bairros: Centro, Trindade e Lagoa da Conceição, e por possuírem traçados distintos. As praças analisadas são a seguir caracterizadas.

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3.1. Praça Getúlio Vargas (Praça dos Bombeiros)

Figura 26: Vista geral da Praça Getúlio Vargas. Foto: Larissa Heinisch.

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A Praça Getúlio Vargas está localizada na porção central da cidade de Florianópolis, numa área onde predominam os edifícios residenciais e pequenos comércios. Muito arborizada, a praça possui um grande parquinho infantil (B), lanchonete (A), uma fonte central (C), piso predominantemente de pedriscos e apresenta poucos desníveis. É popularmente conhecida como “Praça dos Bombeiros” devido ao Corpo de Bombeiros (F) que se encontra em seu entorno. Ao seu redor, também estão o Colégio Bom Jesus(G) e a sede do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (H) , conforme destacados na figura 30.


Figura 27: Parquinho infantil da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Larissa Heinisch

Figura 31: Lanchonete da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Larissa Heinisch

Figura 28: Fonte Central da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Larissa Heinisch

Figura 29: Piso de pedriscos e áreas Figura 30: Foto satélite da Praça Getúlio Vargas e seu Figura 32: Estátua de Getúlio sombreadas pela vegetação abundante. entorno. Fonte: Google Earth. Vargas, presidente que dá nome à Fonte: Larissa Heinisch praça. Fonte: Larissa Heinisch

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3.2. Praça Santos Dumont (Praça do Pida)

Figura 33: Vista geral da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

A praça Santos Dumont se encontra muito próxima à principal entrada do campus universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, no bairro da Trindade. Com grandes desníveis, a praça tem muitos patamares, que setorizam suas áreas de estar, parquinho (B), área de ginástica para idosos (C) e um bar (A), hoje desativado, e que nomeia popularmente o local de Praça do Pida. É também muito arborizada, embora seja a mais degradada e com grandes problemas de manutenção. Além dessa proximidade com a universidade (H), em seu entorno estão os principais centros comerciais do bairro, Shopping Trindade (E) e Max Flora (D), onde se concentram escritórios e lojas, um supermercado (F) e uma igreja (G), conforme figura 27.

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Figura 38: Supermercado Comper. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz Figura 34: Parquinho infantil da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 39: Centros Comerciais Max Flora e Shopping Trindade. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 35: Estação de alongamento para idosos da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 36: Edifícios da Universidade próximos à praça. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 37: Foto satélite da Praça Getúlio Vargas e seu entorno. Fonte: Google Earth.

Figura 40: Igreja da Santíssima Trindade. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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3.2. Praça Bento Silvério (Praça da Lagoa)

Figura 41: Vista geral da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Localizada no bairro Lagoa da Conceição, a Praça Bento Silvério é conhecida pela feira de artesanato que ali ocorre todos os domingos. O bairro, por ser mais distante do centro de Florianópolis, tem um centro próprio, onde concentra serviços e comércio, e é ali que se encontra a terceira praça estudada. A praça, pouco arborizada e de traçado não muito legível, possui parquinho infantil (A), e poucas áreas de estar. Vale ressaltar também que o mobiliário da praça, assim como ocorre no restante do bairro, possui um tratamento artístico composto por mosaicos (B). No seu entorno há edificações como a dos Correios (C), a Casa das Máquinas (D), a Casa das Rendeiras (E) e lanchonetes (F), que acabam delimitando o próprio espaço da praça.


Figura 42: Parquinho Infantil da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 43: Mobiliário com mosaicos, característico da praça. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Figura 46: Casa das Máquinas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 47: Casa das Rendeiras. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

44: Lanchonetes. Fonte: Figura 45: Foto satélite da Praça Getúlio Vargas e seu Figura 48: Sede dos Correios. Gabriela Yoshitani da Luz entorno. Fonte: Google Earth. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Capítulo 4:

Avaliação dos Espaçps



Nessa pesquisa foi realizada uma avaliação pós-ocupação que considera aspectos de acessibilidade e psicologia ambiental. Para isso, foi utilizada uma abordagem multi-métodos, utilizando checklist de acessibilidade, mapa visual, mapa comportamental e passeios acompanhados. Os métodos aplicados podem ser divididos quanto às suas contribuições: para os estudos de acessibilidade, o checklist e os passeios acompanhados, e o mapa visual e o comportamental para as avaliações de psicologia ambiental. A seguir a explicação da metodologia utilizada, a forma como foi aplicada e o resultado em cada praça, apresentado em forma de mapas gerados a partir do GVSIG (software livre de Sistemas de Informação Geográfica), uma ferramenta utilizada para geoprocessamento que permite a realização de análises complexas, integrando dados e possibilitando o cruzamento de tais informações de maneira cartográfica.

4.1. Avaliação de Acessibilidade 4.1.1. Checklist de Acessibilidade O checklist de acessibilidade consiste na planilha desenvolvida por Dischinger et al (2009)para avaliação de edifícios públicos no Estado de Santa Catarina, adaptada nessa pesquisa para a avaliação de praças. Os critérios de avaliação são baseados nas legislações e normas técnicas que regulamentam as condições de acessibilidade em âmbito nacional, estadual e municipal (no caso, o município de Florianópolis). Isso auxilia na análise mais eficiente do espaço, pois as informações necessárias encontram-se esquematizadas e direcionadas para a verificação, não sendo necessário recorrer às leis e normas ao longo do processo, em geral de conteúdo bem denso e confuso, que dificilmente seguem uma lógica apropriada de consulta.

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Figura 49: Formato do Checklist de Acessibilidade. Fonte: DISCHINGER, M.; BINS ELY, V. H. M.; PIARDI, S. M. D. G. Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: programa de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas edificações de uso público. Florianópolis: [s.n.], 2009.


A aplicação do checklist nas praças foi realizada por um dos membros da equipe na etapa inicial da pesquisa, gerando, portanto, três planilhas, uma para cada praça. Os resultados obtidos com esse método serão expostos a seguir em forma de tabelas, apresentando as seguintes colunas: número do item avaliado, lei ou artigo que o contempla, avaliação do item, se o item está adequado ou não, e fotos ilustrativas. 4.1.1.1. Checklist Praça Getúlio Vargas

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Tabela 01: Checklist de Acessibilidade da Praça Getúlio Vargas

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Em relação à orientabilidade, o traçado da praça não é confuso. Porém, por ela ser extensa, principalmente no sentido longitudinal, alguns lugares como, por exemplo, o bar, não são facilmente encontrados, pois não existem placas informativas. Não há também pisos táteis e sinalização em elementos de risco, como desníveis potencialmente inseguros. A disposição e a escolha da vegetação também não contribuem para esse componente. Quanto à comunicação, não há telefones com amplificador de sinal nem com transmissão de mensagem de texto, o que é uma dificuldade para usuários mudos ou com deficiência auditiva. O deslocamento nem sempre é livre de obstáculos. Apesar de não possuir grandes desníveis, as rampas que existem não estão na inclinação estabelecida pela NBR9050/2004 e, em alguns trechos do passeio, há raízes das árvores. O material que o constitui (areia) não é confortável para percorrerem nem para um usuário de cadeira de rodas ou para uma mãe com carrinho de bebê. Contudo, o mobiliário não está no caminho de passagem, que é sempre amplo para o deslocamento confortável de mais de uma pessoa. Por fim, o uso foi facilitado com a existência de vaga de estacionamento destinada para usuários com cadeira de rodas e com a disposição de bancos próximos às entradas do parque. Porém, faltam corrimãos nas escadas, o que dificulta a sua utilização por idosos ou por alguma pessoa com dificuldade motora, e alguns itens de mobiliário, como os telefones públicos, não estão adaptados para o uso de todos os usuários, como, por exemplo, uma pessoa de baixa estatura ou que utilize cadeira de rodas.


4.1.1.2. Checklist Praรงa Santos Dumont

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Tabela 02: Checklist de Acessibilidade da Praça Santos Dumont

A praça em questão foi a que teve o checklist com maior número de itens com resposta negativa, com quase metade dos critérios não estando adequados. Sua inadequação mais gritante é em relação ao deslocamento, devido à inexistência de uma rota livre de obstáculo que permita o acesso de pessoas com deficiência física. A praça é dividida em diferentes patamares, onde o acesso se faz somente por meio de escadas. Um usuário de cadeira de rodas fica impossibilitado de ter acesso a qualquer atividade dentro da praça, apesar de haver a disponibilidade de vaga destinada a pessoas com deficiência (mesmo que inadequada). O piso (pedriscos) é muito irregular, e raízes de árvores estão expostas em alguns locais da circulação, trazendo riscos tanto a pessoas com deficiência física quanto para pessoas com deficiência visual, que podem tropeçar em tais obstáculos por não estarem destacados. O traçado um tanto confuso, aliado à vegetação sem manutenção, que muitas vezes obstrui a visão, tornam a praça ilegível e dificultam a orientabilidade dos usuários, contribuindo também para a sensação de insegurança na praça. A falta de sinalização e a inexistência de telefones públicos comprometem a comunicação. Em relação ao uso, o mobiliário em geral carece de manutenção, havendo muitos bancos quebrados ou sem encosto. Apenas dois setores estão em melhor conservação: o parquinho infantil e os aparelhos de ginástica para idosos.

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4.1.1.3. Checklist Praça Bento Silvério

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Tabela 03: Checklist de Acessibilidade da Praça Bento Silvério.

Com o checklist, foi levantado que a praça em questão, apesar de apresentar uma rota livre de obstáculos para acesso e estar livre de grandes desníveis, é a única das três que não possui vaga destinada a pessoas com deficiência. Outro ponto que prejudica o acesso é o piso da área do parquinho infantil, que é de pedriscos, dificultando o deslocamento de usuários de cadeira de rodas, ou de uma mãe com carrinho de bebê nessa área. Quanto à comunicação, não apresenta telefones com amplificador de sinal nem com transmissão de mensagem de texto. O uso também está comprometido porque existem mobiliários na faixa de circulação e não há bebedouros ou telefones públicos acessíveis a usuários de cadeiras de rodas. Em relação à orientabilidade, a praça, por não ser muito extensa, pode ser facilmente legível, porém não apresenta sinalização tátil.

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4.1.1.4. Resultados do Checklist O checklist serviu principalmente para uma primeira aproximação e avaliação técnica de acessibilidade das praças analisadas, sendo aplicado logo no começo do estudo. Com isso, foi possível realizar uma análise direcionada e eficiente. De fácil aplicação, o checklist mostrou-se uma ferramenta importante para melhor organizar e compreender as diversas normas técnicas referentes às condições de acessibilidade, sendo possível de ser difundido para interessados em realizar análises similares. Das três praças analisadas, a Praça Getúlio Vargas, apesar de possuir falhas em todos os quatro componentes de acessibilidade, se comparada com as demais praças, possui uma boa situação geral. A Praça Santos Dumont foi a que obteve o maior número de itens negativos, tendo quase metade dos seus critérios inadequados, sendo o componente Deslocamento extremamente prejudicado. Já a Praça Bento Silvério apresentou bom deslocamento, apesar de falhar em alguns itens, como a falta de vaga de estacionamento para a pessoa com deficiência. As principais falhas que tiveram em comum foram a ausência de elementos que facilitassem a orientação, como placas, totens ou pisos táteis, a falta de sinalização para desníveis e outros obstáculos, além da falta de manutenção, que compromete a qualidade do mobiliário e do piso, dificultando o uso e o deslocamento nos espaços. A situação precária de todas as praças foi muito evidenciada através da aplicação do checklist, não havendo nenhuma praça totalmente acessível.

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4.1.2. Passeios Acompanhados Método desenvolvido por Dischinger (2000) que consiste em acompanhar uma pessoa com características relevantes ao estudo por um percurso com atividades definidas, sem conduzir apenas seguindo-a. Durante o procedimento, registram-se as reações, dificuldades ou facilidades apresentadas. As situações relevantes são fotografadas e, nessa pesquisa, utilizou-se também o recurso da gravação em vídeo em alguns dos passeios realizados. A importância desse método está no fato de ser uma avaliação pelo próprio usuário do espaço, atentando assim para certos aspectos ambientais que muitas vezes passam despercebidos pelo avaliador. Nesse estudo, devido às limitações físicas e/ou sensoriais relevantes à análise, optou-se por realizar passeios acompanhados com três tipos de usuários: pessoa cega, pessoa com cadeira de rodas e idosos com dificuldades motoras. Portanto, foram feitos passeios acompanhados com cada uma dessas pessoas em todos os três espaços em avaliação durante o dia, totalizando nove passeios. O passeio constituiu em primeiramente explicar para o usuário o método, através de uma breve conversa em que também se investigou a familiaridade da pessoa com a praça e seu costume em frequentar espaços abertos. Após, estabeleciam-se etapas/objetivos (em geral dois ou três) para o percurso do usuário, como por exemplo, encontrar onde se localizava o parquinho infantil ou escolher uma área de estar que lhe agradasse. Ao longo do passeio evitou-se induzir o usuário quanto à opção de que caminho seguir. Porém, quando se notava alguma indefinição ou mudança de comportamento questionava-se o porquê, procurando sempre evitar alguma situação de risco. Para o relato e registro dos passeios acompanhados foram realizados mapas sínteses que serão apresentados a seguir de acordo com cada usuário na respectiva praça em análise. Nesse mapa foram registrados o percurso realizado e as etapas estabelecidas para o passeio . Os aspectos mais relevantes constatados são numerados e comentados.

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Síntese dos resultados obtidos com os Passeios Acompanhados Devido ao fato de que houve semelhanças e repetições nos dados encontrados, para síntese dos resultados obtidos com o total de nove passeios acompanhados foram feitas três tabelas (tabela 04, tabela 05 e tabela 06) relacionando as deficiências ou limitações dos usuários com os aspectos relevantes identificados e as diretrizes sugeridas para csua correção. Os aspectos identificados referem-se a problemas e, em alguns casos, algumas potencialidades que certos pontos do ambiente apresentam. As diretrizes estão relacionadas a essas questões levantadas, podendo assim servir de base e guia para futuros projetos de forma a torná-los mais inclusivos.

Tabela 04: aspectos identificados e diretrizes sugeridas para pessoa com deficiência visual

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Tabela 05: aspectos identificados e diretrizes sugeridas para pessoa em caderia de rodas

Tabela 06: aspectos identificados e diretrizes sugeridas para idoso

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4.2. Avaliação de Psicologia Ambiental 4.2.1. Mapa Visual

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O Mapeamento Visual é um método de observação dos espaços para Avaliações Pós Ocupação. Reinghantz et al (2008) afirma que os principais objetivos da aplicação desse método são: verificação dos aspectos ligados à territorialidade e apropriação, avaliação da adequação do espaço e de seus equipamentos, além de encontrar aspectos negativos e positivos, podendo realizar seus registros através de plantas e esquemas gráficos. Para realizar a avaliaçã, foram confeccionadas tabelas de registro da percepção do pesquisador, conforme ilustrado na figura 53. Para cada praça foram feitas 3 tabelas, uma para cada categoria (física, sensorial e social). Para indicação das notas para cada critério, inicialmente pensou-se em utilizar a escala de Likert, entretanto o uso desta escala condicionava a definição de notas positivas. Assim optou-se por uma escala gráfica, como sugerida por Ribeiro (2000), onde a nota para cada critério é pintado em um espaço linear determinado, onde o lado esquerdo representa o aspecto ruim e o lado direito o bom. Os pesquisadores devem registrar sua percepção pintando o espaço reservado durante sua avaliação em loco e, após, para tratamento dos dados essa anotação é conferida com uma régua e sua medida registrada em uma escala de 0 a 10. Quando a medida possuía frações de milímetros era considerado como nota o valor posterior. Essa avaliação está relacionada à sensação de bemestar e conforto do usuário, sendo classificado como ruim um espaço que tenha características que causem desconforto ou incomodem o usuário-avaliador. A seguir são explicadas as categorias e critérios utilizados e pontos avaliados na observação. Para facilitar a avaliação, a praça é setorizada conforme critérios do observador e cada setor é avaliado individualmente. Assim, ao final do mapeamento podem ser identificados setores que se destacam positiva ou negativamente do todo. Foram gerados 27 mapas visuais, um para cada item em análise, totalizando 9 mapas por praça. Os mapas, assim como a síntese das constatações, podem ser vistos a seguir, de acordo com o espaço verificado.


Figura 53: Exemplo de tabela auxiliar ao mapeamento visual, categoria visual-físico. Fonte: Acervo pessoal.

4.2.1.1. Mapas Visuais Praça Getúlio Vargas

A praça em questão foi subdividida em 18 setores (nomeados alfabeticamente de A a R). Essa setorização foi feita pelos pesquisadores de acordo com o traçado do espaço, nas áreas pisoteáveis, primeiramente utilizando os limites dos canteiros e em seguida subdividindo-se os passeios (ver Figura 54). As áreas em verde não foram avaliadas por não serem pisoteáveis.

Figura 54: Setorização da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Acervo pessoal.

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Aspectos Físicos A iluminação de todos os setores recebeu nota superior à média, já que a praça é muito iluminada, e também possui postes para iluminação noturna (ver figura 55). O mobiliário (bancos, lixeiras, postes, brinquedos), apesar de existente e bem distribuído em vários pontos da praça, muitas vezes está degradado, conforme a figura 56. A área do parquinho, (ver a figura 61) recebeu nota superior a 7,6. Quanto à pavimentação, por ser de areia em praticamente sua totalidade, as notas foram bastante baixas, pois esse tipo de material

Iluminação

Mobiliário

Figura 55: Sombreamento e iluminação artificial da Praça Getúlio Vargas. Foto: Larissa Heinisch

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Figura 56: : Mobiliário degradado na Praça Getúlio Vargas. Foto: Larissa Heinisch

Figura 57: Mapeamento visual - aspecto Físico/Iluminação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 58: Mapeamento visual - aspecto Físico/Mobiliário. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


dificulta o deslocamento, principalmente para usuários com alguma limitação motora, por exemplo, que utilizem cadeira de rodas ou mãe com carrinho de bebê, conforme apresenta a figura 62. A vegetação, como já citado anteriormente, é abundante em toda a praça, predominantemente na forma de árvores. Porém existem setores que foram avaliados com nota inferior a 5,0 pois, apesar de apresentar vegetação, ela está descuidada e não configura ambientes para apropriação de seus usuários.

Pavimentação

Vegetação

Figura 61: Mobiliário do parquinho da Praça Getúlio Vargas. Foto: Larissa Heinisch

Figura 59: Mapeamento visual - aspecto Físico/Pavimentação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 60: Mapeamento visual - aspecto Físico/Vegetação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 62: Piso de areia e desníveis na Praça Getúlio Vargas. Foto: Larissa Heinisch

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Aspectos Sensoriais Na maioria dos setores, o odor foi avaliado com notas acima da média, apresentando ainda setores com nota máxima. A exceção foi para o setor onde se encontra o chafariz (ver figura 63), que recebeu nota muito baixa devido ao mau cheiro da água parada e suja. Em relação ao som, a maioria das áreas próximas das ruas receberam notas baixas devido ao ruído proveniente do trânsito. Destaque para o setor central, um dos melhores classificados, pois a presença da vegetação diminuiu o barulho dos carros. O aspecto visual dos setores teve, em sua maioria, notas medianas e mais uniformes. A vegetação abundante contribuiu para melhorar o aspecto visual na maior parte dos setores mas, em alguns casos, a falta de poda e manutenção das mesmas causou, em algumas áreas, a falta de controle visual, o que prejudica bastante esse aspecto.

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Figura 63: Setor onde se encontra o chafariz, que recebeu nota inferior a 2,5 em relação ao odor. Fonte: Larissa Miranda Heinisch

Figura 64: Mapeamento visual - Figura 65: Mapeamento visual - Figura 66: Mapeamento visual aspecto Sensorial/Odor. Fonte: aspecto Sensorial/Som. Fonte: aspecto Sensorial/Visual. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz Gabriela Yoshitani da Luz Gabriela Yoshitani da Luz


Aspectos Sociais As áreas avaliadas como de maior segurança, muitas vezes estavam relacionadas com aquelas de maior presença de pessoas, como é o caso dos setores onde se localizam o bar, parquinho e áreas de grande fluxo de passagem. Também foram avaliados como mais seguros os setores próximos ao corpo de bombeiros e polícia presentes no entorno.

Figura 67: Mapeamento visual - aspecto Social/ Figura 68: Mapeamento visual - aspecto Social/ Presença de pessoas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz Segurança. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Síntese dos Aspectos A média dos aspectos levantados no mapeamento visual apresentou, na maioria dos setores, notas abaixo da média. Os aspectos físicos foram o de pior desempenho, sendo que nenhum setor apresentou média superior a 5,0. Quanto aos aspectos sensoriais, o setor onde se encontra o parquinho destacou-se positivamente, sendo o único setor com média acima da média. A nota média dos setores quanto aos aspectos sociais foi bastante alta, sendo que a maioria recebeu nota superior a 7,6.

Figura 69: Mapeamento visual - Média de todos os Aspectos. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Figura 70: Mapeamento visual - Figura 71: Mapeamento visual - Figura 72: Mapeamento visual Média dos Aspectos Físicos. Fonte: Média dos Aspectos Sensoriais. Média dos Aspectos Sociais. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz Gabriela Yoshitani da Luz


4.2.1.2. Mapas Visuais Praça Santos Dumont

A praça foi subdividida em 14 setores (nomeados alfabeticamente de A a N). Essa setorização foi feita pelos pesquisadores de acordo com o traçado do espaço, primeiramente utilizando os limites dos canteiros e em seguida subdividindo-se os passeios (ver Figura 73). As áreas não pisoteáveis estão marcadas em verde e não foram avaliadas. A seguir, a avaliação dessa praça de acordo com os aspectos: Físicos, Sensorial e Social.

Figura 73: Setor onde se encontra o chafariz, que recebeu nota inferior a 2,5 em relação ao odor. Fonte: Larissa Miranda Heinisch

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Aspectos Físicos

Figura 74: Mobiliário degradado na Praça Santos Dumont. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

O mobiliário (bancos, lixeiras, postes, brinquedos), apesar de existente e bem distribuído em vários pontos da praça, muitas vezes está degradado, conforme a figura 74. Apenas o setor com a estação de alongamento para idosos recebeu nota máxima (ver figura 75). A vegetação é farta, criando vários espaços sombreados e auxiliando o conforto térmico. Apesar disso, a maioria dos setores recebeu nota abaixo de 5, pois a vegetação carece de manutenção, apresentando galhos e raízes obstruindo espaços e comprometendo o deslocamento e a apropriação na maioria dos setores, conforme mostra a figura 76. A estação de alongamento destaca-se negativamente, pois não tem sombreamento algum.

Figura 75: Estação de alongamento, com mobiliários em boas condições na Praça Santos Dumont. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

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Figura 76: Vegetação em más condições na Praça Santos Dumont. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

Figura 77: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Iluminação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 78: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Mobiliário. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Quanto à pavimentação, apesar de ser de concreto, a maior parte da praça recebeu nota inferior a 5, pois a falta de manutenção provocou a irregularidade e existência de muitos desníveis (ver figura 81). O único setor que recebeu nota máxima foi a estação de alongamento para idosos, cujo piso é de concreto e livre de irregularidades. Em relação à iluminação, todos os setores do interior da praça recebem notas inferiores a 2,5, com exceção da estação de alongamento. Esses setores possuem pouca ou nenhuma iluminação artificial à noite (ver figura 82).

Figura 81: Piso em más condições na Praça Santos Dumont. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

Figura 79: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Pavimentação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 80: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Vegetação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 82: Iluminação artificial precária na Praça Santos Dumont. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

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Aspectos Sensoriais

Figura 83: Trânsito ao redor da praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Figura 84: Mapeamento visual - aspecto Sensorial/Odor. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Em relação ao odor, os setores que receberam nota abaixo de 2,6 foram aqueles onde havia forte odor de urina e bebida. Por a vegetação estar sem poda e precisando de cuidados, comprometendo a visualização dos espaços e seu entorno na maioria dos setores, conforme vemos na figura A, as notas em relação ao aspecto visual foram bastante baixas. Quanto aos sons, todos os setores receberam nota abaixo de 2,6 devido ao excesso de ruídos do trânsito no entorno, mostrado na foto 83.

Figura 85: Mapeamento visual - aspecto Sensorial/Som. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 86: Mapeamento visual - aspecto Sensorial/Visual. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Aspectos Sociais Os setores avaliados como de maior segurança não estavam muito relacionados com aqueles de maior presença de pessoas. Isso ocorreu porque a configuração da praça, dividida em patamares de diferentes níveis, não possibilita ao usuário a total visualização da praça na maioria dos pontos. A sensação de que a praça está vazia é constante, pois muitas vezes não é possível ver as outras pessoas, e isso traz a sensação de insegurança, de não saber o que está atrás de uma vegetação ou desnível.

Figura 87: Mapeamento visual - aspecto Social/Presença de pessoas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 88: Mapeamento visual - aspecto Social/Segurança. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Síntese dos Aspectos Analisando todos os aspectos, é possível perceber que apenas três setores da Praça Santos Dumont obtiveram nota acima da média. Um desses setores que mais se destaca é o da estação de alongamento para idosos, que teve as médias dos aspectos físicos e sensoriais maiores que os demais setores.

Figura 90: Mapeamento visual Média dos Aspectos Físicos. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 91: Mapeamento visual Média dos Aspectos Sensoriais. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Figura 89: Mapeamento visual - Média de todos os Aspectos. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 92: Mapeamento visual Média dos Aspectos Sociais. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


4.2.1.2. Mapa Visual Praça Bento Silvério

A praça foi subdividida em 11 setores (nomeados alfabeticamente de A a K). Essa setorização foi feita pelos pesquisadores de acordo com o traçado do espaço, primeiramente utilizando os limites dos canteiros e em seguida subdividindo-se os passeios (ver Figura 93). As áreas não pisoteáveis estão marcadas em verde e não foram avaliadas. A seguir, a avaliação dessa praça de acordo com os aspectos: Físicos, Sensorial e Social.

Figura 93: Setor onde se encontra o chafariz, que recebeu nota inferior a 2,5 em relação ao odor. Fonte: Larissa Miranda Heinisch

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Aspectos Físicos Quanto à categoria iluminação, a maior parte dos setores apresenta postes para iluminação noturna e, portanto, recebeu nota acima da média. O estacionamento, mostrado na figura 94, recebeu nota inferior a 2,5 por não haver iluminação artificial. Em relação à pavimentação, a maior parte da praça possui piso regular e livre de desníveis, que receberam nota acima da média. A área do estacionamento e do parque infantil (ver figura 95), que tem o piso de pedriscos, inapropriado para usuários com limitação motora, receberam nota inferior a 5,0. Há uma grande carência de mobiliário (bancos, lixeiras, postes, brinquedos), não havendo muitas áreas de estar, e o mobiliário

Figura 94: Estacionamento junto à Praça Bento Silvério. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

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Figura 95: Parquinho infantil da Praça Bento Silvério. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

Figura 96: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Iluminação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 97: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Mobiliário. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


existente encontra-se com falta de manutenção, por isso, a maioria das notas foi abaixo da média. Quanto à vegetação, apenas dois setores receberam nota superior a 5,0. Isso se deve ao fato que a praça carece de vegetação para sombreamento das áreas de estar (ver figura 100), assim como da manutenção da vegetação existente.

Figura 98: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Pavimentação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 99: Mapeamento visual - aspecto Físico/ Vegetação. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 100: Falta de sombreamento na área de estar. Foto: Gabriela Yoshitani da Luz.

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Aspectos Sensoriais Quanto ao visual, os setores foram avaliados com notas inferiores a 7,5. Isso ocorreu porque a praça carece de vegetação e manutenção, criando um aspecto desagradável de abandono. Em relação ao odor, todos os setores também receberam notas inferiores a 7,5, com destaque para os setores D e E, que receberam nota inferior a 2,5 porque há um mau cheiro devido a um foco de esgoto a céu aberto. O som recebeu nota inferior à media em todos os setores devido ao barulho intenso do tráfego de veículos no seu entorno.

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Figura 101: Mapeamento visual - aspecto Sensorial/Odor. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 102: Mapeamento visual - aspecto Sensorial/Som. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 103: Mapeamento visual - aspecto Sensorial/Visual. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Aspectos Sociais As รกreas avaliadas como de maior seguranรงa coincidiram com aquelas de maior presenรงa de pessoas, sendo o acesso pelo setor D e o estacionamento os menos frequentados.

Figura 104: Mapeamento visual - aspecto Social/Presenรงa de pessoas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 105: Mapeamento visual - aspecto Social/Seguranรงa. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Síntese dos Aspectos

É possível perceber que todos os setores da Praça Bento Silvério apresentaram uma nota média dos aspectos bastante baixa. O setor onde se encontra o estacionamento se destacou negativamente, apresentando as notas mais baixas na maioria dos aspectos.

Figura 106: Mapeamento visual - Média de todos os Aspectos. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Figura 107: Mapeamento visual Média dos Aspectos Físicos. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 108: Mapeamento visual - Média dos Aspectos Sensoriais. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 109: Mapeamento visual Média dos Aspectos Sociais. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


4.2.2 Mapa Comportamental Método de observação que visa avaliar a apropriação e a territorialidade dos usuários no ambiente (MOORE; COSCO, 2010). Buscou-se observar se há mudanças de comportamento conforme o dia e horário, além de procurar-se identificar padrões quanto aos usuários e suas atividades. Para isso, foram feitos pelos pesquisadores mapeamentos em dias úteis e finais de semana no meses de março e abril de 2012, tanto no turno matutino quanto vespertino, em três horários diferentes para cada período. Registrou-se cada usuário em uma das categorias: criança, homem, mulher, idoso ou idosa, anotando-se também que atividade a pessoa realizava. Foram então analisados e comparados os mapas dos diferentes dias e horários. A síntese desse método para cada praça pode ser visto abaixo.

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Mapa Comportamental por atividade

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Figura 110: Mapeamento Comportamental por atividade em turnos da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Getúlio Vargas

Através dos mapeamentos, constatou-se que durante a semana há um predomínio do uso da praça como rota de passagem. Há poucos usuários em atividade de permanência, sendo que se concentram no fim do período da tarde. Já durante os finais de semana, a rota de passagem torna-se imperceptível, sendo que as atividades de maior permanência são predominantes. Por isso, o parquinho torna-se a área mais utilizada, com grande número de crianças, e há uma aglomeração na área das mesas, com usuários jogando dominó.

Figura 111: Mapeamento Comportamental Geral por atividade da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental por gênero

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Figura 112: Mapeamento Comportamental por gênero em turnos da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Getúlio Vargas

Durante os dias de semana, percebese que a presença de usuários do sexo masculino e feminino são equivalentes, não havendo uma maioria visível. Porém, o que se percebe é que a maior parte das atividades de permanência são exercidas por usuários do sexo masculino. Nos fins de semana, constatouse que a presença feminina diminui significativamente em relação à masculina, tornando-se minoria. A presença massiva de usuários do sexo masculino mostra certas concentrações em grupo, principalmente próximo ao bar, onde a presença de mulheres inexiste.

Figura 113: Mapeamento Comportamental Geral por gênero da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental por idade

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Figura 114: Mapeamento Comportamental por idade em turnos da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Getúlio Vargas

Durante a semana, é possível perceber que a presença de usuários adultos é drasticamente superior às demais faixas etárias. A presença de crianças e idosos é pontual e não apresenta nenhum padrão ou aglomeração, com exceção do período da tarde, quando se pode notar uma concentração de idosos na área próxima ao bar. Nos finais de semana pela manhã, percebe-se que a relação entre as faixas etárias torna-se mais equilibrada. Há um grande aumento no número de crianças, concentradas no parquinho, e a presença de idosos também aumenta, embora ainda seja minoria. Porém no período da tarde, a presença de adulto volta a ter maioria facilmente visível, sendo que a presença de crianças se mantém em relação ao turno da manhã. A presença dos idosos voltar a diminuir drasticamente, sendo quase imperceptível em meio à massa.

Figura 115: Mapeamento Comportamental Geral por idade da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental

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Deslocamento

Permanência

Figura 116: Mapeamento do número de usuários em atividade de deslocamento por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 117: Mapeamento do número de usuários em atividade de permanência por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Getúlio Vargas

Número de usuários por setor

Figura 118: Mapeamento do número de usuários por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Analisando-se o mapa de usuários em atividades de permanência, é possível perceber que os setores onde há o parquinho e as mesas da lanchonete são os mais apropriados, havendo também um destaque para o setor central, onde existem algumas áreas de estar. Já no mapa de usuários em deslocamento, destacam-se setores mais centrais, que funcionam como uma rota de atalho.

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Mapa Comportamental por atividade

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Figura 119: Mapeamento Comportamental por atividade em turnos da Praรงa Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Santos Dumont

Figura 120: Mapeamento Comportamental Geral por atividade da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Em dias de semana é possível perceber o intenso uso da praça para atividades de permanência, descanso e socialização, como sentar, conversar e fazer refeições, assim como o significativo uso da praça como rota de passagem durante todo o dia. Sendo que a prática de atividades físicas se concentra pelas manhãs, enquanto o uso do parquinho pelas crianças ocorre no período da tarde. Ao contrário do que geralmente se supõe, o número de usuários na praça cai drasticamente no fim de semana. Isso evidencia que o seu uso durante a semana é feito por pessoas que trabalham em locais próximos à praça, que procuram o espaço em seus intervalos para relaxar, comer e socializar. A presença de usuários bebendo ou dormindo na área noroeste, o que indica o uso desse espaço como moradia, foi constante em todos os horários, sendo também a área menos apropriada da praça.

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Mapa Comportamental por Gênero

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Figura 121: Mapeamento Comportamental por gênero em turnos da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Santos Dumont

Durante os dias de semana, a relação da presença e distribuição entre usuários do sexo masculino e feminino é visivelmente equilibrada, exceto na área noroeste, onde a presença masculina é massivamente maior. Nos finais de semana, é possível perceber que a presença feminina diminui bastante em relação à masculina, e a área noroeste mantém-se com a presença de somente usuários do sexo masculino.

Figura 122: Mapeamento Comportamental Geral por gênero da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental por Idade

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Figura 123: Mapeamento Comportamental por idade em turnos da Praรงa Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Santos Dumont

Durante a semana, percebe-se que os usuários adultos são a visível maioria, sendo que a presença de crianças ocorre apenas no período tarde, e os usuários idosos têm presença pontual ao longo do dia. Enquanto a presença dos usuários de faixa etária infantil se concentra na área de parquinho, os usuários idosos não apresentam nenhuma concentração ou padrão visível. Nos fins de semana, a presença de idosos e crianças continua a ser minoria, e ocorre quase exclusivamente no período da manhã, sendo que se destaca uma concentração da faixa etária idosa na estação de alongamento.

Figura 124: Mapeamento Comportamental Geral por idade da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental

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Deslocamento

Permanência

Figura 125: Mapeamento do número de usuários em atividade de deslocamento por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 126: Mapeamento do número de usuários em atividade de permanência por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Santos Dumont Comparando-se o mapa de usuários em atividades de permanência com o de usuários em deslocamento, é possível perceber que, enquanto usuários que utilizam a praça como rota de atalho se concentram nos setores mais centrais e de menor desnível, os demais se distribuem por vários patamares diferentes, além de estarem em maior número.

Número de usuários por setor

Figura 127: Mapeamento do número de usuários por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental por Atividade

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Figura 128: Mapeamento Comportamental por atividade em turnos da Praça Bento SilvÊrio. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Bento Silvério

Figura 129: Mapeamento Comportamental Geral por atividade da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Durante os dias de semana, constatou-se que a maioria dos usuários utiliza a praça como passagem, seja a pé ou de bicicleta. É destaque também o número de usuários brincando, tanto na área do parquinho quanto no estacionamento, e a maior parte das atividades de permanência se concentra na área da mesa de dominó, em função do jogo, seja efetivamente jogando ou apenas assistindo. Nos finais de semana, há um grande aumento no número de usuários. O uso da praça como passagem se mantém dominante, e a área em volta da mesa de dominó se destaca como a área mais apropriada. Também surgem usos ligados à feira de artesanato, que ocorre apenas nos fins de semana, como montagem de barracas, e atividades de compra e venda de produtos. Constatou-se que a área da mesa de dominó não é apropriada durante o funcionamento da feira. Em todos os períodos, destacouse a área a sudoeste, localizada entre dois edifícios, utilizada por alguns usuários como dormitório e raramente apropriada por outros usuários.

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Mapa Comportamental por Gênero

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Figura 130: Mapeamento Comportamental por gênero em turnos da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Bento Silvério

Durante os dias da semana é possível notar a predominância de usuários do sexo masculino na área da mesa de dominó. Percebe-se então, uma maior permanência dos homens em relação às mulheres, que usam a praça quase somente como rota de passagem. Durante os fins de semana, ainda há um predomínio de usuários do sexo masculino no período da manhã, com destaque para a concentração próxima à mesa de dominó. As usuárias do sexo feminino encontram-se dispersas, em sua maioria, ao longo das áreas calçadas. Com o decorrer do dia, nota-se um equilíbrio entre homens e mulheres, que se concentram na área ocupada pela feira.

Figura 131: Mapeamento Comportamental Geral por gênero da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapa Comportamental por Idade

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Figura 132: Mapeamento Comportamental por idade em turnos da Praça Bento SilvÊrio. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Bento Silvério

Figura 133: Mapeamento Comportamental Geral por idade da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Durante a semana, constatou-se que pela manhã há um equilíbrio entre o número de usuários das três faixas etárias, onde percebemos um elevado número de crianças agrupadas, destacando-se que a maioria desses grupos se encontra aparentemente desacompanhado de adultos. Os idosos são a faixa etária que se encontra em menor número e apresentam uma aglomeração na área da mesa de dominó. No decorrer do dia, a faixa etária adulta se torna maioria visível, sendo que as demais faixas etárias se tornam pontuais. Nos finais de semana, a presença de usuários adultos é massivamente majoritária, sendo que no período da manhã são observados apenas pontualmente usuários idosos e crianças. Já no período da tarde, há uma maior presença de crianças, porém a presença de idosos continua sendo pontual, enquanto a faixa etária adulta mantém-se sendo maioria.

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Mapa Comportamental

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Deslocamento

Permanência

Figura 134: Mapeamento do número de usuários em atividade de deslocamento por setor da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 135: Mapeamento do número de usuários em atividade de permanência por setor da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Praça Bento Silvério Comparando-se o mapa de usuários em atividades de permanência com o de usuários em deslocamento, é possível perceber que a praça é mais utilizada como rota de passagem. Analisando-se o mapa de usuários em atividades de permanência, destacam-se os setores onde se há o parquinho e a mesa de dominó.

Número de usuários por setor

Figura 136: Mapeamento do número de usuários por setor da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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CapĂ­tulo 5:

Cruzamento dos MĂŠtodos



Neste capítulo serão apresentadas as relações estabelecidas entre diferentes métodos com o uso do sistema de informação geográfica gvSIG. Para realizar esse cruzamento foi utilizada a mesma setorização adotada no mapeamento visual (conforme exposto no item 4.2.1) e os setores foram então comparados. Os três tipos de cruzamentos realizados estão explicados abaixo: • Mapeamento visual x Checklist: em um primeiro mapa, atribuiu-se a média das notas levantadas com o método de Mapa Visual para cada setor da praça em questão. Em um segundo mapeamento, as barreiras identificadas com Checklist de Acessibilidade foram registradas através de pontos, e depois quantificadas em cada setor. As informações dos setores desses dois mapas foram então cruzadas e obteve-se assim uma relação entre uma avaliação de apropriação e uma de acessibilidade, que permitiu verificar de que forma os números de barreiras influíam nos setores melhor ou pior avaliados. • Mapeamento Comportamental x Checklist: nesse cruzamento foram primeiramente registrados os números de usuários por setor (com exceção das calçadas, que não foram incluídas na aplicação do mapa comportamental). Esse mapeamento foi cruzado com o mapa dotado do número de barreiras identificadas pelo checklist, o que permitiu uma segunda relação entre apropriação e acessibilidade. • Mapeamento visual x Mapeamento Comportamental: foram relacionados a média das notas levantadas com o método de Mapa Visual com o número de usuários em cada setor, permitindo verificar a relação entre quantidade de pessoas e a boa/má avaliação do respectivo setor. A seguir serão apresentados os resultados dos três cruzamentos realizados em cada praça.

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5.1. Praça Getúlio Vargas Checklist x Mapeamento visual Comparando-se a nota média do mapeamento visual dos setores com o número de barreiras mapeadas pelo checklist de acessibilidade na praça Getúlio Vargas, o que se percebe é que todos os setores, com exceção da calçada externa leste, que apresentaram nota superior a 7,6 também apresentaram de 0 a 4 barreiras. Os setores com maior número de barreiras receberam notas de 5,1 a 7,5.

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Figura 137: Número de barreiras por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 138: Média dos aspectos do Mapeamento Visual da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Checklist x Mapeamento Comportamental Comparando-se o número de usuários por setor (com exceção das calcadas, que não foram incluídas na aplicação do mapa comportamental), conclui-se que não há relação entre o número de barreiras e o número de usuários. As áreas mais ocupadas foram as centrais, cujo setor ao redor da fonte apresenta o maior número de barreiras.

Figura 139: Número de barreiras por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 140: Número de usuários por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapeamento visual x Mapeamento Comportamental Comparando-se as médias dos setores feita pelo mapeamento visual com o número de usuários levantado com o mapa comportamental, não é possível descrever um padrão resultante. Dos setores melhores avaliados pelo mapa visual, apenas um teve mais de 31 usuarios. Os outros setores mais apropriados receberam notas de 5,1 a 7,5.

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Figura 141: Média dos aspectos do Mapeamento Visual da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 142: Número de usuários por setor da Praça Getúlio Vargas. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


5.2. Praça Santos Dumont Checklist x Mapeamento visual

Na praça Santos dumont, os dois setores que apresentaram mais de 8 barreiras não foram os de menor nota, sendo avaliados com notas entre 2,5 e 7,5. Apesar de a média das notas do mapeamento ser bastante baixa na praça em geral, os setores que apresentaram maiores problemas de acessibilidade pelo checklist não foram considerados os menos agradáveis pelo mapeamento visual.

Figura 143: Número de barreiras por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 144: Média dos aspectos do Mapeamento Visual da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Checklist x Mapeamento Comportamental

Na praça Santos Dumont, as áreas com maior número de usuários foram as centrais, sendo também os setores com o maior número de barreiras. Assim, pode-se afirmar que a acessibilidade não influenciou o uso da praça.

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Figura 145: Número de barreiras por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 146: Número de usuários por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Mapeamento visual x Mapeamento Comportamental

No caso da praça Santos Dumont, as áreas que receberam pior avaliação pelo mapeamento visual foram as menos apropriadas, sendo que os setores com mais de 31 usuarios receberam notas entre 2,6 e 7,5.

Figura 147: Média dos aspectos do Mapeamento Visual da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 148: Número de usuários por setor da Praça Santos Dumont. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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5.3. Praça Bento Silvério Checklist x Mapeamento visual

Em relação à praça bento Silvério, apenas um setor apresentou mais de 8 barreiras, segundo a aplicação do checklist de acessibilidade. Este setor recebeu, juntamente com mais um setor, a menor nota pelo mapeamento visual. Portanto, a área avaliada como menos acessível também foi avaliada como ruim pelo mapeamento visual.

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Figura 149: Número de barreiras por setor da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 150: Média dos aspectos do Mapeamento Visual da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


Checklist x Mapeamento Comportamental

Na praça Bento Silvério, o setor com menor número de usuários foi o com maior número de barreiras. As áreas centrais foram as mais ocupadas.

Figura 151: Número de barreiras por setor da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 152: Número de usuários por setor da Praça Bento Silvério.Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

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Mapeamento visual x Mapeamento Comportamental

Na praça Bento Silvério, o setor com menor número de usuários foi o com maior número de barreiras. As áreas centrais foram as mais ocupadas.

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Figura 153: Média dos aspectos do Mapeamento Visual da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz

Figura 154: Número de usuários por setor da Praça Bento Silvério. Fonte: Gabriela Yoshitani da Luz


O SIG permitiu que três dos quatro métodos fossem mapeados, com exceção apenas do Passeio Acompanhado. A dificuldade em registrar em um mapa os dados desse método deve-se ao fato de tratar de diferentes usuários com distintas percepções do espaço. Não se conseguiu, por exemplo, registrar-se graficamente a dificuldade em relação ao componente orientabilidade, visto que o mesmo varia de acordo com o tipo de deficiência ou limitação, bem como da sua localização no espaço em análise. No geral, o que se pode perceber a partir dos cruzamentos é que não foi possível identificar um padrão de influência entre acessibilidade e apropriação. Isso se deveu principalmente ao fato de que não foram registrados nenhum usuário com deficiência durante a aplicação do mapeamento comportamental. O primeiro cruzamento realizado, Mapeamento visual x Checklist, não demonstrou um padrão nos resultados obtidos. Os setores considerados mais agradáveis não necessariamente eram aqueles com menor número de barreiras identificadas. Na praça Santos Dumont, por exemplo, os dois setores que apresentaram maior número de barreiras não foram os de menor nota no mapeamento visual. A respeito do cruzamento Checklist x Mapeamento Comportamental, apenas na Praça Bento Silvério o setor com maior número de barreiras não tinha o maior número de usuários. Nas demais praças, Getúlio Vargas e Santos Dumont, os setores centrais eram aqueles com maior número de barreiras, sendo também os com mais usuários. Em relação aos resultados do cruzamento Mapeamento visual x Mapeamento Comportamental, pode-se afirmar que em todas as praças pelo menos um dos setores com as melhores avaliações possuía também a maior quantidade de usuários. Por fim, vale ressaltar que, para futuras pesquisas, é recomendável que se faça também a avaliação das calçadas ao redor da praça, para que se compare o uso dentro e fora da mesma.

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Capítulo 6:

Conclusão



A partir dos dados levantados com os métodos de avaliação de acessibilidade, foi possível perceber que todas as praças estudadas apresentaram problemas, sendo espaços não inclusivos, o que contraria o caráter igualitário que os espaços públicos deveriam ter para serem democráticos. A avaliação referente a apropriação mostrou que o uso desses espaços é grande em número. No entanto, a faixa da população que efetivamente os utiliza é quase exclusivamente composta por adultos, com poucos usuários de outras faixas etárias e nenhum usuário com alguma deficiência. Isso se deve, provavelmente, à falta de espaços adequados a todos os usuários. Outro resultado marcante foi que poucos usuários registrados estavam realizando alguma atividade, neste caso de permanência. As evidências empíricas comprovaram que as praças são utilizadas fundamentalmente para atalhos de deslocamento o que enfatiza seu caráter permeável de passagem, fazendo a ligação entre as áreas urbanas adjacentes. O que se conclui com essa pesquisa é que a falta de acessibilidade espacial não influi diretamente no número de usuários das praças, porém influencia na natureza da atividade que eles exercem ali, sendo na maioria atividades de deslocamento. A acessibilidade espacial, além de proporcionar um espaço democrático e inclusivo, também contribuiria para que as praças tivessem mais usuários em atividade de permanência, melhorando a qualidade e a sensação de bem-estar dos espaços e, assim, a qualidade da sua apropriação.

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Capítulo 7:

Referências



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Capítulo 8:

Apêndices


Artigo publicado no 11ยบ ENEPEA - Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil


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Banner apresentado no 11ยบ ENEPEA - Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil


ANÁLISE DE PRAÇAS SOB O PONTO DE VISTA DA PSICOLOGIA AMBIENTAL E DA ACESSIBILIDADE ESPACIAL: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL HEINISCH, Larissa/UFSC (1); DA LUZ, Gabriela/UFSC (2); DORNELES,Vanessa/UFSC (3); BINS ELY, Vera Helena/UFSC (4) (1) lariheinisch@hotmail.com; (2) gyoshitani@gmail.com.br; (3) arq.vanessadorneles@gmail.com; (4) vera.binsely@gmail.com RESUMO Este artigo apresenta uma avaliação de três praças na cidade de Florianópolis que considera duas abordagens principais: a psicologia ambiental e a acessibilidade espacial. A combinação destas duas abordagens contribui para a formação de profissionais, pois permite uma melhor compreensão das necessidades dos usuários e da diversidade humana. Além disso, a pesquisa permite relacionar como as condições de acessibilidade podem influenciar a apropriação de espaços abertos. ABSTRACT This paper presents an evaluation of three squares in Florianópolis city, which considers two main approaches: the spatial accessibility and environmental psychology. The combination of these approaches contributes to training professionals, it allows a better understanding of users' needs and human diversity. Moreover, the research allows relating how the accessibility conditions can influence the appropriation of open space. PALAVRAS-CHAVE Espaços Abertos; Psicologia Ambiental; Acessibilidade; Formação Profissional.

1. INTRODUÇÃO Este artigo provém de uma pesquisa realizada por estudantes de graduação, sob a orientação de duas professoras do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O estudo buscou estabelecer relações entre as condições de acessibilidade e o nível de apropriação de praças, ao verificar de que forma uma influencia a outra e se os locais com maior uso são aqueles mais acessíveis. Para isso, foram feitas avaliações pós-ocupação de três praças da cidade de Florianópolis, Santa Catarina (SC), Brasil: Praça Getúlio Vargas, Praça Santos Dumont e Praça Bento Silvério.

PRAÇA GETÚLIO VARGAS

MAPA COMPORTAMENTAL

MAPA VISUAL

MOBILIÁRIO

Popularmente conhecida como “praça dos bombeiros”, está localizada na área central de Florianópolis, numa parte muito residencial, tendo em seu entorno a predominância de edifícios residenciais e pequenos comércios, o edifício do corpo de bombeiros que lhe dá o nome e uma lanchonete existente na própria praça. Dentre as três analisadas, é a de maior extensão e muito arborizada. Possui u m g ra n d e p a rq u i n h o i nfa nt i l , u m a fo nte c e nt ra l , p i s o predominantemente de pedriscos e poucos desníveis.

PRAÇA SANTOS DUMONT

PASSEIOS ACOMPANHADOS

PESSOA COM CADEIRA DE RODAS

PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

MAPA COMPORTAMENTAL

IDOSO

MAPA VISUAL

2. METODOLOGIA Utilizou-se uma abordagem multimétodos, com métodos tanto quantitativos, quanto qualitativos. O método quantitativo aplicado foi: Checklist de Acessibilidade. Os métodos qualitativos utilizados foram: mapa visual, mapa comportamental e passeios acompanhados. 2.1. CHECKLIST DE ACESSIBILIDADE Esse checklist consiste em uma planilha desenvolvida por Dischinger et al (2009)¹ para avaliação baseada nas legislações e normas técnicas que regulamentam as condições de acessibilidade em âmbito nacional, estadual e municipal (no caso, o município de Florianópolis). 2.2. MAPA VISUAL O Mapeamento Visual é um método de observação dos espaços para Avaliações Pós Ocupação. Segundo Reinghantz et al (2008)², os principais objetivos da aplicação desse método são: verificação dos aspectos ligados à territorialidade e apropriação, avaliação da adequação do espaço e de seus equipamentos, além de encontrar pontos negativos e positivos, podendo realizar seus registros através de plantas e esquemas gráficos.

VISUAL

Essa praça encontra-se muito próxima à principal entrada do campus universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Possui grandes desníveis e muitos patamares que setorizam suas áreas de estar, parquinho, área de ginástica para idosos e um bar atualmente desativado. Além da proximidade com a universidade, em seu entorno se encontram os principais centros comerciais do bairro, onde de concentram escritórios e lojas. É também muito arborizada, embora seja a mais degradada, apresentando grandes problemas de manutenção.

PASSEIOS ACOMPANHADOS

PESSOA COM CADEIRA DE RODAS

PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

IDOSO

25,889 cm 18,458 cm

PRAÇA BENTO SILVÉRIO

MAPA COMPORTAMENTAL

MAPA VISUAL

2.3. MAPA COMPORTAMENTAL Esse é um método de observação que visa avaliar a apropriação e a territorialidade dos usuários no ambiente (MOORE; COSCO, 2010)³. Buscou-se observar se há mudanças de comportamento conforme o dia e horário. 2.4. PASSEIOS ACOMPANHADOS 4 Método desenvolvido por Dischinger (2000) que consiste em acompanhar uma pessoa por um percurso sem a conduzir, apenas seguindo-a. Registram-se as reações, dificuldades ou facilidades apresentadas, e situações relevantes são fotografadas.

3.CONCLUSÃO Com esta análise foi possível identificar as necessidades espaciais de diferentes usuários em praças e levantar algumas características projetuais que qualificam os espaços abertos. Isso contribuiu não somente para resultados para a pesquisa em questão, mas principalmente para a formação das estudantes envolvidas no estudo que, a partir dos conhecimentos adquiridos ao longo do processo, passaram a aplicá-los em disciplinas do quadro curricular, especialmente naquelas de caráter projetual. O processo também auxiliou o desenvolvimento de ensino para as docentes, de forma a orientar seus alunos acerca da importância de conceber espaços abertos públicos acessíveis e de grande apropriação.

SEGURANÇA

PASSEIOS ACOMPANHADOS A praça Bento Silvério está localizada no bairro Lagoa da Conceição e é conhecida pela feira de artesanato que ali ocorre durante os finais de semana. O bairro onde se encontra é mais distante do centro de Florianópolis e por isso tem um centro próprio. Neste local estão concentrados diversos serviços e comércios da região. A praça é pouco arborizada e de traçado não muito legível. Possui parquinho infantil, lanchonetes e áreas de estar.

PESSOA COM CADEIRA DE RODAS

PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

IDOSO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ¹ DISCHINGER, Marta; BINS ELY, Vera Helena Moro; PIARDI, Sonia Maria Demeda Groisman. Promovendo a acessibilidade nos edifícios públicos: Programa de Acessibilidade às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público. Florianópolis: Ministério Público de Santa Catarina, 2009. ² REINGHANTZ, Paulo Afonso; BRASILEIRO, Alice ; ALCANTARA, Denise de ; AZEVEDO, Giselle Arteiro ; QUEIROZ, Mônica. Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2008. ³ MOORE, Robin C. ; COSCO, Nilda G. . Using behaviour mapping to investigate healthy outdoor environments for children and families: conceptual framework, procedures and applications. In: Catharine Ward Thompson, Peter Aspinall, et al (Ed.). Innovative 4 DISCHINGER, Marta. Designing for all senses: accessible spaces for visually impaired citizens. Göteborg, Suécia: Department of Space and Process, School of Architecture, Chalmers

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Resumo publicado no 22º SIC - Seminário de Iniciação Científica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)


04/01/13

SIC 2011/2012

PROPESQ

Pibic

SIC

Voluntário

Número do Painel

444

Autor

Larissa Miranda Heinisch

Instituição

UFSC

Tipo de Bolsa

Bolsa do PET

Certificado

Orientador

VANESSA GOULART DORNELES

Depto

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Centro

CENTRO TECNOLÓGICO

Laboratório

PET Arquitetura e Urbanismo

Interno

Área do Conhecimento

Arquitetura e Urbanismo

Titulo

Análise de acessibilidade e da apropriação em espaços abertos

Resumo

Os espaços abertos de uma cidade são elementos urbanos, que compreendem desde as ruas e jardins até as praças e grandes parques, e proporcionam lazer e bem-estar para a população, possibilitando a prática de esportes, contato com a natureza, descanso e socialização. Por serem de uso público e possuírem um caráter democrático, é necessário que sejam projetados considerando as necessidades espaciais dos mais diversos usuários, e possuam condições ambientais que permitam a permanência e apropriação das pessoas. Atualmente, os espaços abertos no Brasil possuem muitos problemas de acessibilidade e apropriação, devido a fatores como falta de manutenção e vandalismo. Assim, realizou-se uma pesquisa para comparar as condições dos espaços abertos com a finalidade de auxiliar o desenvolvimento de projetos inclusivos no futuro e, consequentemente, gerar ambientes de maior qualidade. Nesta pesquisa foi realizada uma avaliação pós ocupação em três praças da cidade de Florianópolis: Praça Getúlio Vargas, Praça Santos Dumont e Praça Bento Silvério, a partir de uma abordagem multi métodos, considerando aspectos de acessibilidade e psicologia ambiental. Os métodos utilizados para avaliar a acessibilidade foram: checklist de acessibilidade e passeios acompanhados; e para avaliação de psicologia ambiental: mapa visual e mapa comportamental. Os resultados finais destes diferentes métodos foram tratados em forma de mapas temáticos a partir de um programa de georreferenciamento (GvSIG). A partir desta avaliação, puderam-se levantar aspectos de qualificação dos espaços que considerem os seus diversos usuários. Além disso, verificou-se que as condições de acessibilidade influenciam a apropriação das praças, principalmente onde há barreiras físicas. Isso limita e pode até impedir o uso pelas pessoas. Porém, ainda há interesse por parte da população em realizar atividades de lazer em espaços abertos e desejo de que a situação ruim em que se encontram grande parte deles seja alterada.

Palavras-chave

Espaços Livres, Acessibilidade, Apropriação

Colaboradores

Gabriela Yoshitani da Luz Vera Helena Moro Bins Ely Enviado dia 26/07/2012 às 18:54:08

Pró-Reitoria de Pesquisa(PROPESQ) | C entral Telefônica - (48) 37219332 | Email - pibic@contato.ufsc.br

formulario.pibic.ufsc.br/pub/verResumo/186028

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Banner apresentado no 22º SIC - Seminário de Iniciação Científica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)


Análise de acessibilidade e da apropriação em espaços abertos Palavras-chave

Espaços Livres, Acessibilidade, Apropriação

PRAÇA GETÚLIO VARGAS

Introdução Os espaços abertos de uma cidade são elementos urbanos, que compreendem desde as ruas e jardins até as praças e grandes parques, e proporcionam lazer e bem-estar para a população, possibilitando a prática de esportes, contato com a natureza, descanso e socialização. Por serem de uso público e possuírem um caráter democrático, é necessário que sejam projetados considerando as necessidades espaciais dos mais diversos usuários, e possuam condições ambientais que permitam a permanência e apropriação das pessoas. Atualmente, os espaços abertos no Brasil possuem muitos problemas de acessibilidade e apropriação, devido a fatores como falta de manutenção e vandalismo. Assim, realizou-se uma pesquisa para comparar as condições dos espaços abertos com a finalidade de auxiliar o desenvolvimento de projetos inclusivos no futuro e, consequentemente, gerar ambientes de maior qualidade.

Metodologia

Nesta pesquisa foi realizada uma avaliação pós ocupação em três praças da cidade de Florianópolis: Praça Getúlio Vargas, Praça Santos Dumont e Praça Bento Silvério, a partir de uma abordagem multi métodos, considerando aspectos de acessibilidade e psicologia ambiental. Os métodos utilizados para avaliar a acessibilidade foram: checklist de acessibilidade e passeios acompanhados; e para avaliação de psicologia ambiental: mapa visual e mapa comportamental. Os resultados finais destes diferentes métodos foram tratados em forma de mapas temáticos a partir de um programa de georreferenciamento (GvSIG).

MAPA COMPORTAMENTAL

MAPA VISUAL

MOBILIÁRIO

Popularmente conhecida como “praça dos bombeiros”, está PASSEIOS ACOMPANHADOS localizada na área central de Florianópolis, numa parte muito residencial, tendo em seu entorno a predominância de edifícios residenciais e pequenos comércios, o edifício do corpo de bombeiros que lhe dá o nome e uma lanchonete existente na própria praça. Dentre as três analisadas, é a de maior extensão e muito arborizada. Possui um grande parquinho infantil, uma fonte central, piso predominantemente de pedriscos e poucos desníveis. PESSOA COM CADEIRA DE RODAS PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

IDOSO

PRAÇA SANTOS DUMONT MAPA COMPORTAMENTAL

MAPA VISUAL

Checklist de acessibilidade

Esse checklist consiste em uma planilha desenvolvida por Dischinger et al (2009)¹ para avaliação baseada nas legislações e normas técnicas que regulamentam as condições de acessibilidade em âmbito nacional, estadual e municipal (no caso, o município de Florianópolis).

Passeios Acompanhados

Método desenvolvido por Dischinger (2000)² que consiste em acompanhar uma pessoa por um percurso sem a conduzir, apenas seguindo-a. Registram-se as reações, dificuldades ou facilidades apresentadas, e situações relevantes são fotografadas.

Mapa visual

O Mapeamento Visual é um método de observação dos espaços para Avaliações Pós Ocupação. Segundo Reinghantz et al (2008)³, os principais objetivos da aplicação desse método são: verificação dos aspectos ligados à territorialidade e apropriação, avaliação da adequação do espaço e de seus equipamentos, além de encontrar pontos negativos e positivos, podendo realizar seus registros através de plantas e esquemas gráficos.

Essa praça encontra-se muito próxima à principal entrada do campus PASSEIOS ACOMPANHADOS universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Possui grandes desníveis e muitos patamares que setorizam suas áreas de estar, parquinho, área de ginástica para idosos e um bar atualmente desativado. Além da proximidade com a universidade, em seu entorno se encontram os principais centros comerciais do bairro, onde de concentram escritórios e lojas. É também muito arborizada, embora seja a mais degradada, apresentando grandes problemas de PESSOA COM CADEIRA DE RODAS PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL manutenção.

IDOSO

Mapa Comportamental

Esse é um método de observação que visa avaliar a apropriação e a territorialidade dos usuários no ambiente 4 (MOORE; COSCO, 2010) . Buscou-se observar se há mudanças de comportamento conforme o dia e horário.

PRAÇA BENTO SILVÉRIO 25,889 cm 18,458 cm

MAPA COMPORTAMENTAL

Conclusão

MAPA VISUAL

A partir desta avaliação, puderam-se levantar aspectos de qualificação dos espaços que considerem os seus diversos usuários. Além disso, verificou-se que as condições de acessibilidade influenciam a apropriação das praças, principalmente onde há barreiras físicas. Isso limita e pode até impedir o uso pelas pessoas. Porém, ainda há interesse por parte da população em realizar atividades de lazer em espaços abertos e desejo de que a situação ruim em que se encontram grande parte deles seja alterada.

SEGURANÇA

Referências ¹ DISCHINGER, Marta; BINS ELY, Vera Helena Moro; PIARDI, Sonia Maria Demeda Groisman. Promovendo a acessibilidade nos edifícios públicos: Programa de Acessibilidade às Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público. Florianópolis: Ministério Público de Santa Catarina, 2009. ² DISCHINGER, Marta. Designing for all senses: accessible spaces for visually impaired citizens. Göteborg, Suécia: Department of Space and Process, School of Architecture, Chalmers, 2000. ³ REINGHANTZ, Paulo Afonso; BRASILEIRO, Alice ; ALCANTARA, Denise de ; AZEVEDO, Giselle Arteiro ; QUEIROZ, Mônica. Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2008. 4 MOORE, Robin C. ; COSCO, Nilda G. . Using behaviour mapping to investigate healthy outdoor environments for children and families: conceptual framework, procedures and applications. In: Catharine Ward Thompson, Peter Aspinall, et al (Ed.). Innovative

A praça Bento Silvério está localizada no bairro Lagoa da Conceição e é conhecida pela feira de artesanato que ali ocorre durante os finais de semana. O bairro onde se encontra é mais distante do centro de Florianópolis e por isso tem um centro próprio. Neste local estão concentrados diversos serviços e comércios da região. A praça é pouco arborizada e de traçado não muito legível. Possui parquinho infantil, lanchonetes e áreas de estar.

PASSEIOS ACOMPANHADOS

PESSOA COM CADEIRA DE RODAS PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Universidade Federal de Santa Catarina - Grupo PET Arquitetura Autoras: Larissa Miranda Heinisch Gabriela Yoshitani da Luz Vanessa Goulart Dorneles Vera Helena Moro Bins Ely

IDOSO

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Resumo enviado ao Include 2013


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Artigo publicado no XIV ENTAC - Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente ConstruĂ­do


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Artigo publicado no IV ENEAC - Encontro Nacional de Ergonomia do Ambiente ConstruĂ­do


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Resumo aceito no IAPS International Symposium 2013


Study of the appropriation of squares in Florianópolis, Brazil This research intended to analyze the appropriation of three squares in the city of Florianópolis (Santa Catarina - Brazil): Praça Getúlio Vargas, Praça Santos Dumont and Praça Bento Silverio. Therefore, Post Occupancy Evaluations (POE) were conducted in these three areas, that were chosen because they are located in different urban contexts and have different spatial configurations. The importance of this study is justified by the fact of the squares being important urban elements that constitute, together with parks, gardens and streets, open spaces of a city. These places provide leisure and welfare to the population, allowing for the practice of sports, contact with nature, resting and socializing. Since they are spaces for public use and provide the various activities mentioned, thereby bringing benefits for people and their life quality, they must be projected taking into account the environmental conditions that allow the effective permanence and appropriation of the inidividuals. Currently, open spaces in Brazil have many problems due to factors such as lack of maintenance and vandalism. Given these and other issues, these places end up having low use or completely abandoned by the population, becoming residual spaces, generating insecurity and devaluation. Thus, this research was conducted to analyze and compare the conditions of these open spaces in relation to their appropriation and thereby aimed to assess the factors to their greater or lesser use and, therefore, support the development of more qualified projects. Thereby, the methods that were applied, Visual Mapping and Behavioral Mapping, are both used for observation in Post Occupancy Evaluations (POE). The visual mapping, according Reinghantz et al (2008), proposes: checking aspects of territoriality and appropriation, assessment of the adequacy of the space and its equipment, plus find negatives and positives points, all that records accomplished through plants and graphic schemes. For the evaluation, it was elaborated a table mapping to the auxiliary with preestablished criteria by the researchers and separated in the categories: Physical, Sensorial and Social. The physical characteristics are linked to the suitability of equipmentby assessing lighting, flooring, furniture and vegetation. The sensory assess odors, sounds and visual aspects that influence the wellbeing of the user. The social category is linked to the sense of security at the site and the presence of people. A graphic score was assigned to each item with scale of 0 to 10. The second method, the behavioral mapping, aims to assess the appropriation and territoriality of the users in the environment (Moore, COSCO, 2010). To observe whether there are changes in appropriation according to schedule, maps were made on weekdays and weekends, at mornings and afternoons shifts, and at three different times for each period. Each user was registered by gender, age and activity. The final results of each method were registered as georeferenced thematic maps, using the program gvSIG. This program allows crossing the information of the two methods for pre-defined areas of the three squares.

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Resumo enviado ao III SBQP - Simp贸sio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Constru铆do


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Artigo aceito no Include 2013


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Artigo aceito no III SBQP - Simp贸sio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Constru铆do


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Resumo aceito no Congresso Internacional de Psicologia Ambiental 2013


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