Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina Avaliação e Propostas de Projeto
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina Avaliação e Propostas de Projeto
Colégio de Aplicação / UFSC Romeu Augusto de Albuquerque Bezerra Diretor Geral Sylvia Teresinha Martins Damiani Diretora de Ensino
Universidade Federal de Santa Catarina Lúcio Botelho Reitor Marcos Laffin Pró-reitoria de ensino de Graduação Centro Tecnológico
Aceli Catarina Simas Ulbricht Horácio Dutra Mello Fabíola Cirimbelli Búrigo Costa Comissão de Acessibilidade Espacial
Júlio Felipe Szeremeta Diretor de Centro Departamento de Arquitetura e Urbanismo Wilson Jesus da Cunha Silveira Chefe de Departamento Sonia Afonso Coordenadora do Curso Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo Vera Helena Moro Bins Ely Tutora Marta Dischinger e Vera Helena Moro Bins Ely Orientadoras Greyce Kelly Luz Milena de Mesquita Brandão Bolsistas
2007 Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo - UFSC
Sumário 1. Introdução ................................................................................. 07 1.1. Apresentação e justificativa .................................................... 09 1.2. Objeto de estudo ............................................................... 11 1.3. Objetivos .......................................................................... 19 1.4 Metodologia ........................................................................ 19
2. Conceitos ................................................................................... 23 2.1. Acessibilidade Espacial .......................................................... 25 2.2 Ter uma deficiência vesus sofrer uma restrição .............................. 26 2.3. Barreiras à acessibilidade espacial ............................................ 27
3. Estudo Piloto ............................................................................ 29 3.1. Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina ........ 31 3.2 Estudo Piloto no Colégio de Aplicação ....................................... 33 3.3. Aplicação das Planilhas Técnicas no Colégio de Aplicação .............. 34
4. Percepção do usuário ............................................................. 35 4.1. Passeio Acompanhado: aluna de 7a série do Ensino Fundamental ........ 38 4.2. Passeio Acompanhado: aluna de 1a série do Ensino Médio ................ 42 4.3. Observação das atividades de alunos de 1a série do Ensino Fundamental e entrevista informal com professores e pais .................................... 48
5. Resultados .................................................................................. 51 5.1. Laudo Técnico ....................................................................... 53 5.2 Algumas Soluções de Projeto .................................................. 127 5.3. Mesa para auxiliar na comunicação de aluno com paralisia cerebral ...... 143
6. Considerações Finais .............................................................. 155 Bibliografia ................................................................................. 159 Anexos ........................................................................................ 163
Coordenação e Textos Marta Dischinger e Vera Helena Moro Bins Ely Textos Greyce Kelly Luz Milena de Mesquita Brandão Fotos Greyce Kelly Luz Jonatan Camboim Bezerra Marcos Vinícius Dias Ramos Guerreiro Milena de Mesquita Brandão Ilustrações Jonatan Camboim Bezerra Maquete Eletrônica Marcos Vinícius Dias Ramos Guerreiro Tratamento de imagens e Arte Final Greyce Kelly Luz Milena de Mesquita Brandão Edição e diagramação Greyce Kelly Luz Milena de Mesquita Brandão Capa Greyce Kelly Luz Milena de Mesquita Brandão
Agradecimentos Ao Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo Aos funcionários, alunos e pais do Colégio de Aplicação
Capítulo 1 Introdução
1. Introdução 1.1. Apresentação e justificativa A Constituição Brasileira, de 1988, garante o direito de igualdade a todos os cidadãos sem nenhuma forma de discriminação. Para garantir a concretização destes direitos, e a efetiva acessibilidade aos espaços físicos urbanos para as pessoas com deficiência, leis e normas específicas foram criadas. Em 1989 foi criada a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) pela Lei n° 7.853 que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Somente em 20 de dezembro de 1999, dez anos após a publicação da Lei n° 7.853, surge o Decreto n° 3.298 que a regulamenta, além de consolidar os direitos garantidos às pessoas com deficiência. A fim de garantir especificamente a acessibilidade espacial a todos os cidadãos, publicou-se a Lei n° 10.098/2000. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto nº 5.296 (Fig. 1), de 02 de dezembro de 2004, o qual estipula um prazo de 30 meses, a partir de sua publicação, para que os edifícios públicos tornem-se acessíveis.
Fig. 1 - Decreto 5.296/2004. Fonte: Brasil, 2004.
“Ao publicar o Decreto n° 5.296/2004 e as Leis n° 10.048/2000, 10.098/2000, que tratam da acessibilidade e das pessoas com mobilidade reduzida esperase estar contribuindo para que, à apropriação dessas legislações resulte na eliminação das barreiras arquitetônicas e atitudinais que impedem, reduzem ou retardam a inclusão social das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, construindo sociedades adaptadas às necessidades plurais e diversas de todos cidadãos - sociedades inclusivas. Sem acessibilidade, a pessoa se torna prisioneira das barreiras impostas pelo meio social, o que é inadmissível continuar acontecendo. Estas leis foram promulgadas para serem cumpridas”. (BRASIL, 2004)
Por sua vez a Norma Brasileira NBR 9050/2004, em sua edição revisada, fornece parâmetros e critérios técnicos a serem observados durante o projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
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Para garantir o direito a educação para todos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394 torna obrigatória a inclusão de alunos com deficiência na rede de ensino regular. Mais recentemente, o Conselho Nacional de Educação instituiu diretrizes para a educação especial na educação básica, com caráter nacional, a serem implementadas a partir de 2002 (Resolução CNE/CEB nº 02/01). Temos ainda nesta área a lei estadual nº 12870/2004 – Política Estadual para Promoção e Integração Social da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais. Em uma decisão judicial emanada pelo Ministério Público Federal contra a UFSC foi determinada a destinação de 5% das vagas do Colégio de Aplicação no Ensino Fundamental e Médio para alunos com deficiência. Dessa forma, a cada ano letivo existe um acréscimo de alunos com deficiência, por conta da cota exigida pela decisão judicial. O Colégio de Aplicação, no Ensino Fundamental e Médio, tem recebido alunos com história de deficiência há alguns anos. Para melhorar as condições de participação efetiva e inclusão destes alunos no segundo semestre de 2005, firmou-se uma parceria entre o Colégio de Aplicação da UFSC e o Grupo PET/ARQ visando o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa e Extensão “Acessibilidade Espacial e Inclusão no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina: Avaliação e Propostas de Projeto”. É importante salientar que a realidade existente, não só no Colégio de Aplicação, mas na maioria das escolas, é a ausência de acessibilidade espacial, a qual torna pouco viável a integração efetiva e a inclusão no ensino. Esta situação, no entanto pode ser corrigida a partir de reformas e adaptações dos edifícios escolares atuais, adequando-os às necessidades dos alunos que
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possuem algum tipo de deficiência, seja esta físicomotora, sensorial e/ou cognitiva. Mudanças físico-espaciais são necessárias não só para garantir o acesso físico às escolas e suas instalações, mas também para garantir a participação em todas as atividades escolares para todos os alunos levando em conta suas diferentes habilidades e limitações. O caráter pontual das normas técnicas e a ausência de conhecimento específico sobre diferentes dificuldades para realização de atividades advindas de diferentes tipos de deficiências (sensoriais, cognitivas e físicomotoras) levam geralmente ao desenvolvimento de soluções parciais (tais como rampas e corrimãos) que visam apenas à eliminação de barreiras arquitetônicas para as pessoas com deficiência motora. Tais soluções não contemplam, por exemplo, uma melhoria do espaço para portadores de deficiência visual, que enfrentam problemas de outra ordem, necessitando acesso à informação espacial. Por sua vez, a especificidade do espaço escolar e suas atividades, assim como do próprio usuário criança, principalmente quando este possui deficiências múltiplas, coloca situações problema que exigem a busca de soluções inovadoras e que não estão previstas nas atuais normas técnicas. A pesquisa realizada visa então analisar e propor soluções que permitam a adequação dos espaços e sua acessibilidade espacial considerando justamente atender necessidades diversas, oriundas dos diferentes tipos de deficiências, nas mais variadas situações físicoambientais promovendo assim a inclusão de todos os alunos.
1.2. Objeto de estudo O Colégio de Aplicação (C.A.), unidade educacional pertencente ao Centro de Ciências da Educação (CED) da Universidade Federal de Santa Catarina, atende ao Ensino Fundamental e Médio. Está localizado no Campus Universitário no Município de Florianópolis, limitando com o Centro de Ciências Biológicas (CCB) e Centro de Física e Matemática (CFM). Seu acesso principal se dá por rua interna de acesso ao estacionamento que se localiza aos fundos dos Laboratórios de Anatomia e Fisiologia. Aos fundos, o colégio é margeado pela Rua Desembargador Vitor Lima. (Fig. 2, p. 12). O C.A. é um colégio experimental, onde se desenvolvem práticas e se produzem conhecimentos em função da qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Exerce também a função de campo de estágio supervisionado e de pesquisa, prioritariamente para os alunos e professores da Universidade Federal de Santa Catarina, em todos os níveis e cursos, bem como para as demais instituições públicas. É uma escola que se propõe à produção, transmissão, construção e apropriação crítica do conhecimento, bem como a sua divulgação, com a finalidade de instrumentalizar os educandos e educadores para a responsabilidade social e a afirmação histórica, contribuindo para o exercício da cidadania. Para o desenvolvimento de uma política de educação inclusiva na escola é fundamental não só capacitar o corpo docente e a equipe pedagógica para a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular como criar as condições para um espaço acessível e que não ofereça impedimentos à participação em todas as atividades escolares.
Atualmente 17 alunos com algum tipo de deficiência freqüentam o Colégio de Aplicação, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio. As deficiências apresentadas pelos alunos são as seguintes: autismo, síndrome de Down, surdez, paralisia cerebral, paralisia dos membros inferiores, paralisia dos membros superiores, e paralisia dos membros inferiores. O complexo do C.A., com seus 7200 m² de área construída, está disposto em um terreno bastante extenso, com aproximadamente 26.500 m².A estrutura física do colégio está dividida em cinco blocos com formas e tipologias distintas que abrigam diferentes funções (Fig. 3, 4 e 5, p.13 a 15). O planejamento arquitetônico do colégio não considerou as dificuldades e potencialidades de seus usuários, visto que na época de sua construção não havia uma política de inclusão no ensino regular, nem havia conhecimento técnico por parte dos planejadores para o projeto e adequação de espaços físicos com as pessoas com deficiência. Dessa forma, as instalações do Colégio de Aplicação conformam um espaço de difícil uso e apropriação para pessoas com deficiência. Para seu estudo diversos instrumentos foram utilizados para permitir a avaliação de suas condições de acessibilidade espacial e compreender sua organização, seus usos, seu público, suas carências e potencialidades não exploradas.
CAPÍTULO 1 - Introdução
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Fig. 2 - Mapa de Situação do Colégio de Aplicação no Campus Trindade da UFSC. Escala 1:10.000. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
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Fig. 3 - Implantação do Colégio de Aplicação. Escala 1:2.000. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
CAPÍTULO 1 - Introdução
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BLOCO B
BLOCO E
BLOCO C
BLOCO D
BLOCO A
Fig. 4 - Térreos de todos os blocos. Escala 1:1.000. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
1.2.1 Setores e atividades do Colégio de Aplicação A entrada principal do colégio se dá por uma escada que leva ao pátio coberto no bloco A, (com cerca de 1750 m²) sendo este bastante utilizado pelos alunos do Ensino Fundamental na hora do recreio e duran-
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te as aulas de Educação Física. Mesmo tendo apenas um pavimento, é um bloco que exige bastante atenção devido a sua diversidade de funções (Coordenadorias; Administrativo; Atendimento Paralelo Primário; Alimentação; Espaço Artístico; Saúde; Comunicação). (Fig. 6 a 8, p. 15)
BLOCO B
BLOCO C
BLOCO D BLOCO A
Fig. 5 (acima) - Perspectiva geral do Colégio de Aplicação. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro. Fig. 6 (ao lado)- Planta Baixa Bloco A. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007. Fig. 7 (abaixo, à esquerda) Foto entrada principal Bloco A. Fonte: Autoras. Fig. 8 (abaixo, à direita) Perspectiva entrada principal Bloco A. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
CAPÍTULO 1 - Introdução
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Fig. 10 - Perspectiva galpão central Bloco B. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
Fig. 9 - Planta Baixa Bloco B. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
Fig. 12 - Perspectiva Bloco C. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
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Fig. 11 - Acesso principal ao Bloco B, pelo Bloco A. Fonte: Autoras.
O bloco B é composto por dois edifícios interligados e possui cerca de 1700 m² de área. O primeiro remete a forma de um galpão, bastante utilizado pelas crianças, contornado pelas salas de aula de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, além de salas de teatro, de dança, de Oficinas de Cerâmica e Fotografia e do Grêmio Estudantil e um ático desativado. O segundo, apresenta Biblioteca, Brinquedoteca e Videoteca, e, em seu subsolo, uma cozinha, uma lanchonete e um anfiteatro. (Fig. 9 a 11)
Fig. 13 - Vista geral Bloco C Fonte: Autoras.
O bloco C caracteriza-se por sua verticalidade pois é o único que possui três pavimentos, possuindo aproximadamente 1200 m². Nos dois primeiros pavimentos, localizam-se os Laboratórios de Biologia, Ciências, Física, Química, Línguas, Antropometria, Matemática, Audiovisual e Teatro. No terceiro pavimento encontram-se salas de professores, zoneadas por disciplinas (Fig. 12 e 13, página anterior; e Fig. 14, ao lado). O bloco D possui dois pavimentos, 2300 m² e um grande pátio coberto. Em seu primeiro pavimento, localiza-se o auditório e salas de Coordenação e Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No segundo pavimento estão distribuídas as salas de aula e de Inspetoria (Fig. 15, abaixo; e Fig. 16 e 17, p.18). Por fim temos o bloco E que se encontra afastado e independente dos demais e reúne atividades relacionadas às aulas de arte incluindo atividades como pintura, bordados, marcenaria, reciclagem de papel, oficinas de cerâmica, distribuídas em cerca de 200 m². (Fig. 18 a 20, p.18)
Fig. 14 - Plantas Baixa Bloco C, de cima para baixo: térreo, primeiro e segundo pavimento. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
Fig. 15 - Plantas Baixa Bloco D, da esquerda para direita: térreo e primeiro pavimento. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
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Fig. 16 - Perspectiva Pátio do Bloco D. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro.
Fig. 18 - Perspectiva Geral Bloco E. Sem escala. Fonte: Marcos Guerreiro. Fig. 20 - Planta Baixa Bloco E. Escala 1:750. Fonte: Etusc, atualizado pelas autoras, 2007.
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Fig. 17 - Circulação em frente ao auditório do Bloco D. Fonte: Autoras.
Fig. 19 - Bloco E. Fonte: Autoras.
1.3. Objetivos
1.4. Metodologia
1.3.1 Objetivos Gerais
Com o intuito de avaliar as condições de acessibilidade espacial nas instalações do Colégio de Aplicação, foram empregados diversos procedimentos e instrumentos de estudo para que se pudesse compreender primeiramente sua organização, seus usos, seu público, suas carências e potencialidades não exploradas e a partir daí apontarmos soluções universais de projeto.
O objetivo principal deste estudo piloto consiste em avaliar as condições de acessibilidade espacial nas instalações do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, a fim de desenvolver programa de necessidades, diretrizes projetuais e propostas iniciais de soluções arquitetônicas visando à inclusão das crianças com deficiência no ensino regular. 1.3.2 Objetivos específicos - Identificar e classificar os problemas espaciais existentes considerando as necessidades especiais dos alunos com diferentes tipos de deficiência (físico-motoras, sensoriais, cognitivas, e múltiplas); - Proceder à análise e diagnóstico destes problemas; - Elaborar novo Programa de Necessidades em função dos problemas detectados; - Propor diretrizes de desenho arquitetônico que permitam a acessibilidade em função dos problemas classificados; - Promover a participação do corpo discente e docente nas atividades de avaliação e a discussão das propostas de solução técnica de acessibilidade elaboradas; - Promover ações conjuntas entre a equipe ARQ/UFSC e o CA/UFSC que possibilitem análises, diagnósticos e proposição de soluções de acessibilidade em espaços internos e externos da instituição escolar; - Gerar novos conhecimentos na área específica da inclusão X acessibilidade espacial em atividades de ensino; - Propor ações transversais de difusão do conhecimento para toda comunidade acadêmica; - Promover a divulgação do estudo teórico e prático através distintos meios de publicação.
Dentre os procedimentos metodológicos centrais para o levantamento de dados foi utilizado A APO - Avaliação pós-ocupação. De acordo com ORNSTEIN ( 1992) “Esta é, um meio, dentre outros, a partir do qual se podem conhecer aquelas variáveis prioritárias em cada estudo de caso e se definir critérios para ‘gerir’ o controle de qualidade do ambiente construído. “ Apresentamos a seguir uma breve descrição dos procedimentos metodológicos e instrumentos empregados na pesquisa de forma cronológica, sendo que sua descrição mais detalhada será apresentada nos capítulos 3 e 4. 1.4.1 Análise Documental Consiste em pesquisa bibliográfica específica na área do Desenho Universal e Acessibilidade Espacial visando organizar e sintetizar os conhecimentos necessários para a compreensão do problema e contextualizar as informações para a realidade local. Inclui: revisão bibliográfica; estudo de leis e normas sobre inclusão e acessibilidade como a NBR 9050; leitura das plantas arquitetônicas do Colégio de Aplicação; consultas a relatórios de pesquisas anteriores desenvolvidas pelo Grupo PET.
CAPÍTULO 1 - Introdução
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1.4.2 Observação Direta: Levantamento Físico-Arquitetônico e Observação dos Usos
atividades coletivas. A seguir, se apresenta a reprodução de uma parte da planilha:
As primeiras visitas ao Colégio de Aplicação possuíam caráter exploratório e a equipe foi estimulada a compreender o espaço apenas com as informações arquitetônicas e gráficas existentes. Esta primeira percepção foi complementada com o estudo detalhado das plantas arquitetônicas existentes sendo possível identificar os usos e as alterações ocorridas nos espaços estudados durante os anos.
As planilhas se organizam através de perguntas relacionadas aos artigos da NBR 9050/04, atendendo as quatro componentes de acessibilidade: orientação, deslocamento, uso e comunicação (DISCHINGER & BINS ELY, 2004), seguidas do item a ser verificado, e as respostas (“Sim”, “Não” e “NA/I” – Não se aplica, ou inexistente). As perguntas com respostas afirmativas indicam boa acessibilidade e com negativa, má acessibilidade e NA/I para as questões em que não se aplica ou é inexistente. Por fim, temos espaço para as observações que complementam a análise do problema. (Fig. 21, p. 21)
1.4.3 Entrevistas Realizaram-se entrevistas dirigidas pela escola (conversa informal com a maioria das perguntas elaboradas no decorrer do diálogo), com a coordenação e professores, com o objetivo de aprofundarmos o entendimento sobre o funcionamento e compreender os atuais usos de cada bloco, identificando os principais aspectos positivos e negativos da área em estudo. 1.4.4 Planilhas Técnicas do Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) Aplicaram-se como instrumento de levantamento espacial as Planilhas Técnicas do Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina, para verificar se os diversos ambientes atendem a norma técnica NBR 9050/2004. As planilhas consistem em perguntas elaboradas para verificar o atendimento de condições de acessibilidade de acordo com as legislações federal, estadual e municipal e contemplam locais encontrados geralmente em todos os edifícios: áreas de acesso, saguões, circulações verticais e horizontais, sanitários e locais para
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Uma das maiores preocupações na elaboração das planilhas de acessibilidade é articular as perguntas de forma a não causar dúvidas na hora de assinalar a resposta. As respostas afirmativas atendem às normas/ decretos, indicando boa acessibilidade e respostas negativas mostram a existência da irregularidade e consequentemente falta de acessibilidade espacial. Durante o processo de aplicação das planilhas são feitos registros fotográficos, medições e observações relevantes à avaliação. 1.4.5 Passeios Acompanhados Com o intuito de alcançar uma percepção do espaço mais próxima à do usuário a partir de situações reais de uso dos espaços e para poder avaliar suas condições específicas de acessibilidade espacial utilizou-se o método investigativo desenvolvido por Dischinger (2000), denominado “passeios acompanhados”. Este procedimento foi adotado, pois dificilmente poderíamos obter estas informações se apenas perguntássemos aos
EDIFÍCIO
AVALIADOR
LOCAL
DATA
PLANILHA 1
Nº
ÁREAS DE ACESSO AO EDIFÍCIO
LEGISLAÇÃO LEI
ARTIGO
C
ITENS A CONFERIR
SIM
NÃO
NA/I OBSERVAÇÕES
NA VIA PÚBLICA SEMÁFORO 1.1
-
-
1.2
9.050/04
9.9.2
1.3
9.050/04
9.9.1
1.4
9.050/04
6.10.11
Existe semáforo nos dois lados da via pública para facilitar a travessia do pedestre? Na existência de semáforo há sinalização sonora quando o mesmo estiver aberto? Existe foco de acionamento para travessia de pedestre com altura entre 80cm e 1,20m do piso? Existe guia rebaixada em ambos os lados da via quando houver faixa de travessia?
PASSEIOS 1.5
9.050/04
6.1.1
1.6
9.050/04
6.10.7 6.10.5
1.7
9.050/04
6.1.2
Os passeios têm pisos antiderrapantes e regulares em qualquer condição climática? Os passeios são livres de interferências que impeçam o deslocamento ou que constituam perigo aos pedestres (postes de sinalização, vegetação, desníveis, rebaixamentos,...)? Na existência destas interferências, há sinalização tátil de alerta nos passeios?
Fig. 21 - Parte da Planilha Técnica 1. Fonte: DISCHINGER e BINS ELY, 2007.
CAPÍTULO 1 - Introdução
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usuários sobre seus problemas, ou tentássemos nos imaginar com alguma restrição, ou ainda simulássemos prováveis situações. A aplicação dos “passeios acompanhados” inicia com a seleção de um entrevistado, e a definição de percursos de interesse do mesmo de acordo com o estudo realizado. Os percursos devem possuir um ponto de partida e objetivos a alcançar. Durante o passeio acompanhado o interlocutor deve seguir, mas não conduzir ou ajudar o entrevistado na realização das atividades. O processo é registrado pela equipe através de anotações, gravações e fotografias. As conversas gravadas são transcritas, e os assuntos são selecionados e separados por temas. Os eventos significativos do passeio são fotografados e organizados de modo a ilustrar aspectos relevantes, além de serem localizados espacialmente em mapas sintéticos dos percursos percorridos. (Fig.22, ao lado). 1.4.6 Textos Explicativos Os resultados obtidos nas etapas anteriores, principalmente durante os passeios acompanhados e observação direta, foram organizados em textos explicativos nos quais identificamos problemas e apresentamos possíveis soluções que podem também aparecer de forma representativa (croquis).
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Fig. 22 - Passeio Acompanhado. Fonte: Autoras.
CapĂtulo 2 Conceitos
2. Conceitos 2.1. Acessibilidade espacial Para a realização deste estudo, torna-se importante, em primeiro lugar, definir a abrangência do conceito de acessibilidade espacial utilizado, uma vez que tanto a avaliação em si quanto à definição dos métodos e técnicas utilizadas depende desta conceituação. A inclusão do indivíduo na sociedade se dá em diversos níveis: no nível legal, assegurado pelas leis, normas e dispositivos vigentes; no nível médico, garantido pelo atendimento qualificado ao cidadão; no nível de ensino e reabilitação, através da capacitação do indivíduo; e no nível espacial, no qual é necessário garantir o acesso pleno aos mais diversos locais e atividades, considerando suas habilidades, dificuldades e necessidades.
de fácil compreensão, que permite ao usuário ir e vir, comunicar-se, assim como fazer parte de todas as atividades que esse espaço proporcione com segurança, conforto e autonomia independentemente de suas necessidades específicas. De acordo com esta definição, Dischinger & Bins Ely (2007) estabeleceram quatro componentes básicos necessários para garantir a acessibilidade espacial – orientabilidade, deslocamento, comunicação e uso. • Orientabilidade é saber onde se está, e para onde ir, a partir das informações arquitetônicas e dos suportes informativos (placas, sinais, letreiros etc.) de forma independente e autônoma. • Comunicação é como se dão as condições de troca e intercâmbio de informações interpessoais, e entre pessoas e equipamentos de tecnologia assistiva, que permitem o ingresso e o uso da edificação, equipamentos ou espaços livres. • Deslocamento é ter condições ideais de movimento ao longo de percursos horizontais ou verticais e seus componentes (salas, escadas, corredores, rampas, elevadores). O deslocamento é garantido através da supressão de barreiras físicas.
Garantir a acessibilidade espacial significa prover condições básicas que promovem a inclusão e o exercício da cidadania para todas as pessoas sem qualquer forma de discriminação. Apesar de ser assegurada por lei, na prática a acessibilidade espacial plena é dificilmente é alcançada devido à falta de conhecimento sobre as necessidades específicas das pessoas com algum tipo de dificuldade ou de deficiência, desenvolvendo-se, muitas vezes, apenas soluções parciais.
• O uso é dado pela possibilidade de participação do indivíduo nas atividades desejadas, utilizando os ambientes e equipamentos, sem que seja necessário um conhecimento prévio.
O conceito de acessibilidade espacial é amplo. Está diretamente relacionado com o direito de todo o cidadão de ter acesso aos espaços e de poder participar efetivamente das atividades que neles ocorrem. Define-se então como espaço acessível como aquele
É importante salientar que a acessibilidade espacial depende da interação destes quatro componentes e que o não cumprimento de um deles afeta todos os demais, dificultando ou até mesmo impedindo o acesso de pessoas com deficiência aos ambientes.
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2.2. Ter uma deficiência versus sofrer uma restrição
Fig. 23 - Criança com dificuldade para alcançar o livro na estante. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC
Para que o entendimento sobre os problemas que envolvem a acessibilidade espacial seja pleno é necessário compreender os conceitos de deficiência e restrição. A deficiência é um problema de origem fisiológica do indivíduo, que pode ou não implicar na incapacidade de realizar algum tipo de tarefa. Por exemplo, uma pessoa com oito graus de miopia possui baixa visão, entretanto se utilizar lentes corretoras, pode enxergar perfeitamente. Ou então, uma pessoa com deficiência motora nos membros inferiores possui dificuldade ou incapacidade de movimento, mas pode enxergar perfeitamente, pensar e exercer qualquer atividade sentada.
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Por sua vez, a restrição está relacionada à relação de uma pessoa com o seu meio gerando limitação ou impedimento para a realização de atividades. Assim uma pessoa que pode se deslocar de forma independente numa cadeira de rodas vai sofrer restrição de movimento ao cruzar uma rua que não possua rampa. Da mesma forma uma pessoa obesa pode sofrer restrição no uso de transporte público na presença de roletas. Ou seja, as condições espaciais podem fazer com que qualquer pessoa (com deficiência ou não) sofra algum tipo de restrição, estando impossibilitada de realizar alguma tarefa ou participar de alguma atividade. Na Fig. 23, pode-se notar que a criança não possui nenhum tipo de deficiência, mas mesmo assim é incapaz de alcançar os livros, uma vez que a estante é muito alta.
2.3. Barreiras à acessibilidade espacial Infelizmente, ainda persistem muitas barreiras à acessibilidade espacial e à obtenção de condições para o exercício da cidadania. As barreiras que impedem a participação efetiva do indivíduo na sociedade, podem ser classificadas em três categorias: Barreiras atitudinais são aquelas estabelecidas na esfera social, em que as relações humanas centram-se nas dificuldades dos indivíduos e não em suas habilidades, dificultando sua participação na sociedade. Esse tipo de atitude pode, ainda, produzir barreiras de ordem física e informativa no momento em que a sociedade não considera relevante tornar os ambientes acessíveis, ou as pessoas com deficiência ou com alguma outra dificuldade sintam-se constrangidas em solicitar informações ou realizar alguma atividade. Barreiras físicas são aquelas de origem arquitetônica originárias de elementos físicos ou de desenho espacial que dificultam ou impedem a realização de atividades desejadas de forma independente, fazendo com que as pessoas sofram diversos tipos de restrições. Para a identificação das barreiras físicas, além do estudo das características arquitetônicas dos espaços construídos, é necessária a análise das necessidades específicas dos usuários em relação ao uso do espaço. Barreiras de informação são aquelas ligadas á legibilidade de um espaço. A acessibilidade espacial está diretamente ligada à capacidade de orientação espacial que depende da informação ambiental existente. O excesso de anúncios e propaganda nos espaços urbanos constitui uma barreira por causar poluição visual dificultando o acesso às informações urbanas necessárias para a orientação tais como nomes de ruas, número de prédio, etc. CAPÍTULO 2 - Conceitos
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CapĂtulo 3 Estudo Piloto
3. Estudo Piloto 3.1. Programa de Acessibilidade no Ministério Público de Santa Catarina Com a publicação do Decreto nº 5.296, em 02 de dezembro de 2004, que regulamenta a Lei Federal 10.098/2000 referente à acessibilidade espacial, vários Ministérios Públicos Estaduais iniciaram a desenvolver programas de fiscalização para a melhoria das condições de acessibilidade espacial em edifícios de uso público, uma vez que o decreto estipula um prazo de 30 meses, a partir de sua publicação, para que estes se tornem acessíveis. Os Ministérios Públicos de Minas Gerais e de Pernambuco já desenvolveram e aplicaram alguns programas deste tipo. Em outros estados os programas estão ainda em processo de elaboração ou andamento, como é o caso do Programa de Acessibilidade do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), iniciado em 2004. O Programa de Acessibilidade do MP-SC reuniu pessoas e profissionais de áreas distintas de conhecimento e atuação, uma vez que este tipo de trabalho exige conhecimento teórico, legal, técnico e prático específicos. Dentre participantes pode-se citar: associações de pessoas com diferentes deficiências; técnicos da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP) e
do Departamento de Infra-estrutura (DEINFRA); membros do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), representados pelas professoras Marta Dischinger, Vera Helena Moro Bins Ely e pela então mestranda Aíla Seguin Dias Aguiar de Oliveira; representantes do Corpo de Bombeiros, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA); e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON). Através desta multidisciplinaridade, foi possível alcançar e ampliar o conhecimento prático sobre os problemas vivenciados por pessoas com distintas dificuldades no uso de edifícios públicos, além dos conhecimentos teórico, técnicos e legal necessários para o desenvolvimento do programa. O programa de fiscalização e avaliação das condições de acessibilidade espacial dos edifícios públicos do Estado tem a coordenação da promotora de justiça Dra. Sonia Maria Demeda Groisman Piardi e das professoras do ARQ/UFSC. Esta fiscalização baseia-se na realização de levantamentos dos prédios com o apoio das Planilhas Técnicas, que têm como objetivo identificar as irregularidades referentes à aplicação da Norma Técnica NBR 9050/2004 além de outros problemas de CAPÍTULO 3 - Estudo Piloto
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acessibilidade não previstos pela norma. As planilhas abrangem ambientes normalmente encontrados em todos os edifícios: áreas de acesso, saguões, circulações verticais e horizontais, sanitários e locais para atividades coletivas. Existem edifícios de uso coletivo tais como, hotéis, escolas, hospitais, centros de saúde, etc. que necessitam de uma avaliação mais detalhada das áreas que abrigam as suas atividades essenciais. Para estes casos, planilhas específicas tais como salas de aula, consultórios, bibliotecas, etc. que não constam ainda do atual programa ainda necessitam ser desenvolvidas. Visando suprir esta lacuna durante o desenvolvimento de seus estudos de mestrado pelo Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ), a arquiteta Monna Michelle Faleiros da Cunha, elaborou Planilhas Técnicas para aplicação em escolas, aos mesmos moldes das do MP-SC que abrangem estes ambientes as quais serviram de base para o desenvolvimento da avaliação do Colégio de Aplicação. Para o desenvolvimento do programa de fiscalização do MP-SC foram selecionados 20 alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC com bolsa do MP-SC e do CREA-SC. Estes estudantes participaram de um curso, com 44 horas de duração, divididas em aulas teóricas e práticas. O curso foi realizado nos meses de junho e julho de 2005, tendo as aulas teóricas sido ministradas pelas professoras do ARQ/UFSC e pela mestranda
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Aíla do PósARQ. Nesta etapa foram introduzidos conceitos de Acessibilidade Espacial, Desenho Universal e apresentadas as principais habilidades, necessidades e dificuldades das pessoas idosas ou com algum tipo de deficiência, bem como a apresentação do método das Planilhas Técnicas. A parte prática consistiu no treinamento de uma vistoria em um edifício público estadual com base nas planilhas. Neste curso, além dos bolsistas, participaram a equipe multidisciplinar do Programa de Acessibilidade e pessoas com deficiência (José Carlos Rodrigues, pessoa com deficiência visual, e Alexandre Castro, cadeirante). Dentre os participantes no curso estavam os futuros bolsistas do PET/ARQ/UFSC Greyce Kelly Luz e Marcos Vinícius Dias Ramos Guerreiro que viriam a participar do Projeto de Pesquisa e Extensão no Colégio de Aplicação da UFSC, com início em agosto de 2005. Os fiscalizadores do MP-SC se dividiram em duplas e iniciaram suas vistorias em diferentes edifícios públicos estaduais (como creches, escolas, rodoviária, órgãos institucionais, etc.) espalhados em diferentes localidades da cidade de Florianópolis, com o auxílio das Planilhas Técnicas. Após seu preenchimento, é realizada a elaboração de um laudo técnico com utilização de um software que seleciona e sintetiza as informações das mesmas. Este laudo é o instrumento legal que possibilita não só a identificação dos problemas de acessibilidade espacial como também aponta para o encaminhamento de soluções que visam melhorar as condições de inclusão de todos os cidadãos.
3.2. Estudo Piloto no Colégio de Aplicação Entre os anos de 2003 e 2005, o Grupo PET/ARQ/UFSC, representado pelos então bolsistas Anamaria Teixeira, Cláudia Baratto Gutierrez e Daniel Medeiros Ghizi, desenvolveu o Projeto de Pesquisa “Acessibilidade e Orientabilidade no Campus da Universidade Federal de Santa Catarina”, coordenado pela Professora Vera Helena Moro Bins Ely. No entanto, este projeto não abrangeu o Colégio de Aplicação da UFSC. Desta forma, durante o desenvolvimento do Programa de Acessibilidade do MP-SC, surgiu uma solicitação ao Grupo PET/ARQ/UFSC para realização de uma avaliação no Colégio de Aplicação face à necessidade urgente de criar condições de acessibilidade espacial para efetivar a inclusão dos alunos com deficiência que já freqüentam a escola, assim como receber novos alunos, uma vez que a escola respeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394, a qual garante à criança com deficiência o direito de freqüentar o ensino regular. Foi então estabelecido um projeto de pesquisa e extensão denominado: “Acessibilidade Espacial e Inclusão no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina: Avaliação e Propostas de Projeto”. Para promover a inclusão efetiva no ensino é necessário proporcionar a todos alunos, com ou sem deficiência, uma escola aberta às diferenças, e ter como condição básica espaços arquitetônicos livres de barreiras físicas e de informação. No entanto, o que se observa na prática é a falta de acessibilidade espacial na grande maioria das escolas impedindo a plena integração das crianças com deficiência e sua inclusão no ensino.
Apesar do comprometimento de todo o corpo docente e da administração do Colégio de Aplicação em garantir a inclusão, o fato deste fazer parte da esfera federal dificulta a obtenção de recursos financeiros por parte do MEC (Ministério da Educação e Cultura) para realizar obras de reforma que melhorem as condições de acessibilidade espacial, pois este destina apenas uma pequena parcela de suas verbas para as instituições federais de Ensino Fundamental e Médio. A possibilidade então de efetuar uma avaliação utilizando procedimentos de um programa de fiscalização oficial, da esfera estadual, poderia contribuir para o encaminhamento legal das solicitações e para a obtenção desses recursos. Como o estudo piloto no colégio aconteceu paralelamente ao Programa de Acessibilidade do MP-SC, constituiu-se uma excelente oportunidade de avaliar com mais agilidade o desempenho das planilhas na situação especifica de uma escola, assim como adiantar o processo completo de ações incluídas no programa – levantamento, elaboração de laudo técnico, encaminhamento legal para ajuste de conduta, e desenvolvimento de ações concretas para solução dos problemas. Diferentemente dos fiscalizadores do MP-SC, os bolsistas do PET/ARQ/UFSC carregam a bagagem de anos de projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pelo Grupo, assim como puderam contar com o acompanhamento freqüente das professoras coordenadoras tanto deste estudo piloto quanto do Programa de Acessibilidade do MP-SC. Desta forma, o estudo piloto pôde contribuir para o aperfeiçoamento do Programa, na medida em que antecipou problemas e soluções no desenvolvimento de ações de fiscalização. CAPÍTULO 3 - Estudo Piloto
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3.3. Aplicação das Planilhas Técnicas no Colégio de Aplicação Durante os meses de setembro e outubro de 2005, os bolsistas PET Greyce Kelly Luz, Marcos Vinícius Dias Ramos Guerreiro e Milena de Mesquita Brandão, acompanhados do bolsista UFSC Jonatan Davi Camboim Bezerra realizaram a fiscalização no Colégio de Aplicação. Como o colégio possui cinco blocos com diferentes funções e tipologias, foi aplicado um conjunto de cinco planilhas para cada um dos cinco blocos. A Planilha 1 refere-se a Áreas de acesso ao edifício; a 2, Saguões, salas de recepção e espera; a 3, Circulação Horizontal; a 4, Circulação Vertical; e a 5, Sanitários para deficiente físicos. Os quatro bolsistas dividiram-se em duplas para que pudessem realizar os levantamentos. Uma pessoa da dupla fica responsável pelas planilhas, guiando-a e anotando as informações levantadas, sendo que a outra confere as medidas com trena e fotografa os locais fiscalizados. A greve de professores e servidores federais, ocorrida entre os meses de setembro e dezembro de 2005, gerou situações atípicas. Se por um lado, a ausência dos servidores do colégio dificultou os levantamentos, pois muitas das salas encontravamse fechadas, por outro, a paralisação das atividades
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acadêmicas (tanto dos bolsistas quanto dos alunos do C.A.) e conseqüente o esvaziamento da escola, permitiu que os bolsistas a fiscalizassem mais rapidamente. A maior dificuldade encontrada pelos bolsistas foi a medição das rampas, principalmente a do Bloco D que liga um pavimento ao outro. A solução encontrada para a medição foi a utilização da trena a laser, gentilmente cedida pelo Laboratório de Conforto Ambiental (LabCon), também do Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Este equipamento emite um raio laser que ao tocar uma superfície, indica sua distância. É indicada para medição de distâncias maiores que um metro. Por fim, se utilizou a Planilha 6, elaborada pela mestranda Monna Michelle Faleiros da Cunha. Esta planilha apresenta itens como playground, salas de aula, biblioteca, brinquedoteca, salas de artes, auditório, etc., locais específicos de escolas. Como no Colégio de Aplicação estas atividades estão espalhadas pelos diversos blocos, utilizou-se apenas uma planilha para todos, e conseqüentemente, esta parte da fiscalização foi realizada pelos quatro bolsistas.
Capítulo 4 Percepção do usuário
4. Percepção do usuário Fig. 24, 25 e 26 - Passeios acompanhados com estudantes de diferentes faixas etárias do Colégio de Aplicação. Fonte: Autoras.
Quando se faz uma leitura espacial de um lugar tão complexo quanto uma escola, é necessário se aproximar dos usuários que freqüentam este local. Desta forma, é possível conhecer suas reais necessidades e dificuldades em relação ao espaço em que vivem cotidianamente. Tentando abranger todas as faixas etárias (Fig. 24, 25 e 26) que estudam no Colégio de Aplicação (C.A.), realizaram-se dois Passeios Acompanhados (ver item 1.4.5) com estudantes cadeirantes (uma aluna da 7ª série do Ensino Fundamental e uma da 1ª série do
Ensino Médio). Como as crianças com deficiência de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental possuem paralisia cerebral, e não falam, optou-se por apenas observar estes alunos em suas atividades na escola e entrevistar seus pais e professores. Ressalta-se que todos os passeios, assim como seu registro através de gravações, anotações e fotografias, foram autorizados pelos responsáveis pelos alunos (todos menores de idade), conforme comprova documentos anexos.
CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
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4.1 - Passeio Acompanhado: aluna de 7ª série do Ensino Fundamental A estudante Raquel Tamires Vieira foi convidada pela Direção da escola para participar do Passeio Acompanhado, realizado no dia 16 de março de 2006, entre 10:00h e 10:40h. Raquel freqüenta a 7ª série do Ensino Fundamental. A estudante não possui ambas as pernas desenvolvidas desde o nascimento e utiliza cadeira de rodas para sua locomoção. Quando a equipe chegou para o passeio, a estudante estava no pátio coberto do Bloco A conversando com algumas amigas. Indagou-se, então, a estudante sobre seu relacionamento com as amigas de turma. “É bom. Minhas amigas sempre me ajudam.”, responde Raquel. Para decidir se o passeio começaria do Pátio Coberto do Bloco A, ou da frente da escola, perguntou-se à menina como ela normalmente vinha à escola: “Antiga-
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mente meus pais me traziam e minha mãe me levava até a sala, agora eu venho de transporte escolar, que me deixa na entrada do colégio.” (no local para parada de carros, ao lado do Pátio Coberto do Bloco A). Sendo assim, o Passeio Acompanhado começou deste ponto. Antes de iniciar o percurso, a estudante colocou que, para ela, o local onde ela encontra maior dificuldade é o bar (localizado no subsolo do Bloco B) “Mais difícil de ir é no bar, tem que fazer muito esforço.” O percurso foi escolhido pela própria Raquel, que pretendia mostrar aos pesquisadores os locais mais freqüentados por ela e suas principais dificuldades. Rumo à sua sala de aula, no segundo pavimento do Bloco D, Raquel passa por passeios irregulares e subdimensionados, além de desníveis difíceis de serem transpassados. Como a menina sempre conta com o auxílio das amigas, de professores, ou dos pais para se deslocar, a
equipe a auxiliou durante o percurso. O primeiro grande obstáculo encontrado pela menina é a rampa que liga o primeiro ao segundo pavimento do Bloco D, a qual possui inclinação fora da Norma NBR 9050/2004: “Minha aula é lá em cima, não consigo subir, tenho que pedir ajuda para os amigos.” Como a circulação do segundo pavimento possui largura e pisos adequados, a estudante se desloca sem dificuldades até sua sala de aula. As portas também apresentam largura apropriada. Entretanto, nenhuma das salas de aula possui mesa adaptada à cadeira de rodas. Por ter bastante habilidade com os braços, Raquel facilmente se desloca de sua cadeira de rodas para a cadeira escolar “Sento na cadeira e deixo a cadeira de rodas do lado”. É importante salientar que a inexistência de carteira própria para cadeirantes pode não atrapalhar Raquel, mas talvez seja uma grande barreira para um futuro aluno cadeirante.
forço”, diz a cadeirante, mostrando a manobra arriscada que faz, de maneira independente, para vencer o degrau “É complicado. Entro de costas por causa do desnível.”. Vencendo a entrada, a menina não passa por mais nenhuma restrição imposta pelo espaço: o corredor, as portas e os laboratórios possuem dimensões adequadas. Como todos alunos da escola, Raquel freqüenta a Biblioteca, localizada no Bloco B. A menina, novamente, precisa de ajuda para percorrer o caminho que liga o Bloco B ao C (passando em frente ao Bloco E). Este caminho não apresenta degraus, entretanto acompanha o terreno acidentado, o que gera inclinações difíceis de serem vencidas. Ao chegar no Bloco B, a estudante não encontra dificuldades.
Nos corredores do Bloco D, estão locados diversos armários onde os estudantes guardam seus pertences. Raquel ganhou um desses armários da namorada de seu irmão, que já havia saído do Colégio, o qual conforma outra irregularidade: o armário fica em uma altura inadequada, muito alta. Assim, a estudante precisa ficar em pé, em sua cadeira, para alcançar o armário. O mesmo ocorre com o bebedouro, que possui apenas uma altura. Quando os pesquisadores perguntam como ela toma água, a menina responde “Normal. Fico em pé do mesmo jeito.”
A entrada da Biblioteca não permite que Raquel entre com autonomia: a porta é muito pesada e um funcionário remove, prontamente, uma mesa, para que ela possa passar, uma vez que a passagem é feita a partir de uma catraca. A menina percorre com facilidade entre as estantes, e por ter habilidade de ficar em pé em sua cadeira de rodas, alcança a todas as prateleiras. Vale ressaltar, que outra criança cadeirante pode não possuir esta habilidade, sendo necessário deslocar os livros para prateleiras mais baixas. Para consultar o acervo, no computador, a garota se desloca para a cadeira existente, da mesma maneira que faz na sala de aula.
Raquel participa das aulas nos Laboratórios de Ciências e de Matemática, que ocorrem no térreo do Bloco C, bem ao lado do Bloco D. Com auxílio dos pesquisadores, a menina desce a grande rampa do Bloco D. A porta de entrada do Bloco C possui uma rampa com inclinação inadequada que termina em um degrau: “Essa é mais complicada, tenho que fazer um pouco de es-
O maior pesar de Raquel é não poder chegar ao bar sem ajuda. Este se localiza no subsolo do Bloco B, sendo necessário dar uma enorme volta e passar por uma rampa de inclinação acentuada para ali chegar. O Passeio Acompanhado terminou no Pátio Coberto do Bloco A, e o percurso para chegar até lá também foi bastante difícil pela irregularidade dos pisos. CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
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Biblioteca Bloco B
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Fig. 27 - Percurso e situações encontradas no passeio acompanhado com aluna do Ensino Fundamental (de 5a a 8a série). Fonte: Autoras.
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4.2 – Passeio Acompanhado: aluna de 1ª série do Ensino Médio A estudante Mariana Peter possui 17 anos e freqüenta a 1ª série do Ensino Médio, tendo sido indicada pela própria direção da escola para participar deste Passeio Acompanhado. Possui deficiência motora desde os 10 meses de idade e se locomove com uma cadeira de rodas motorizada, a qual utiliza há cerca de dois anos. Esta cadeira deu muita autonomia à adolescente, que vai à escola sozinha, desde sua casa, localizada próxima ao Hospital Universitário (HU).
descoberto não é utilizado pela estudante: “{...} também dá pra ir por lá, mas [...] ele é muito estreitinho neh, eu não gosto muito.”.
Como a menina vem sozinha, optou-se por iniciar o Passeio Acompanhado na frente da escola. A estudante consegue vencer o terreno acidentado de maneira autônoma pela entrada de carros por possuir cadeira motorizada. Entretanto, o trilho do portão é um de seus primeiros empecilhos: “É, tem que empurrar um pouquinho [...] ou então abrir mais o portão.” E muitas vezes a menina se encontra em situações de risco:“e aqui às vezes tranca.”.
A rampa que liga o primeiro ao segundo pavimento do Bloco D, na qual se configurava para os pesquisadores um elemento que era o obstáculo mais significativo, para a menina, é vencido sem maiores problemas: “No início eu tinha medo de subir, porque não tava acostumada, mas agora é tranqüilo.” Vale salientar, no entanto, que a facilidade de vencer essa barreira se dá pela utilização da cadeira motorizada. Conta a estudante que com a cadeira não-motorizada o mesmo não era possível: “ [...]eu tinha uma menina que acompanhava eu na escola.”, ressalta a cadeirante da necessidade de ajuda que sentia há dois anos atrás.
Na chegada ao Bloco A, a menina optou pela rota que seria realizada e, portanto, seguiu em direção à sala de aula, no segundo pavimento do Bloco D. Para esse percurso, Mariana optou por seguir o caminho coberto que segue para este bloco. Verificou-se que o passeio
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A aluna participa das aulas nos laboratórios, no térreo do Bloco C, no entanto a situação é precária: “não tem rampa, não tem nada”, diz a cadeirante, que se lamenta do desnível existente na porta de acesso a esse bloco.
Mariana se desloca sem dificuldades até sua sala de aula. A porta possui dimensões adequadas e a estudan-
te adentra sem nenhum problema. Durante as aulas, o auxílio da professora é imprescindível para a menina, já que é necessário deslocar a cadeira para o lado, sendo que dessa forma, Mariana pode se acomodar na carteira e apoiar seu material na cadeira que fica ao lado: “pego a cadeira para apoiar a minha mochila.” A estudante afirma que as cadeiras do fundo da sala de aula não são possíveis de serem utilizadas, uma vez que não existem carteiras escolares e espaço entre elas acessível. Algumas questões ergonômicas foram questionadas pelos pesquisadores, tais como altura, comprimento, largura e acomodação dos instrumentos de trabalho. Se por um lado a altura da carteira não era problema: “Não faz diferença não, só tem que ser larga pra cabe a cadeira.”, a largura e a presença de um local apropriado para acomodação de instrumentos é um fator relevante. “Não, eu não gosto, porque escorrega o lápis, escorrega borracha”, refere-se à mesa de estudos a adolescente (ver imagens no mapa a seguir). Mariana confessa que ao deixar a sala para o intervalo, a situação é mais complicada, pois precisa da ajuda de colegas de turma para retirar a cadeira que fica ao lado da sua, apoiando seu material. Afirma também que nessa circunstância, devido à falta de espaço, acaba esbarrando em muitos colegas: “Eu vivo batendo nos outros com isso, ai meu Deus!”, situação que nem sempre é bem vista por eles:“Às vezes, eles dizem: opa meu pé tá aqui atrás.”. Os colegas sentem-se incomodados. Mariana utiliza com freqüência o banheiro do mesmo bloco e, segundo ela, a porta possui dimensões adequadas. No entanto, para utilizar o espaço e os equipamentos a menina passa por muitos constrangimen-
tos. Verificou-se que um armário localizado próxima à entrada prejudica seu deslocamento pelo espaço: “É, às vezes é ruim porque bate.”. Quanto à utilização da pia, a menina não se queixou, já que há vão adequado para acomodação da cadeira de roda. O papel higiênico fica fora da área dos boxes de sanitários e precisa ser pego antes, encontrando-se em uma altura acima dos valores prescritos pela NBR 9050/2004: “eu não alcanço direito.” Para utilizar o sanitário adaptado, a estudante precisa realizar algumas manobras: empurrar a porta de correr, que na visão da menina ainda possui um vão estreito: “Podia ser um pouquinho mais largo. Podia ser uma outra porta.”, ao mesmo tempo que ressalta a força que necessita fazer para abri-la. A cadeirante conta aos pesquisadores como se transfere até o sanitário: “Ai eu pego tiro o pézinho né (referindo-se a retirada do pé da cadeira), levanto, sento [..]”. Afirma que não consegue colocar a cadeira do lado do vaso sanitário, pois sempre há uma cadeira de plástico que fica dentro desse sanitário: “Ai a porta tem que ser aberta infelizmente [...],, porque daí pra eu consegui empurrar a cadeira pra traz e trazer ela aqui ó, aí não dá.”, explica a estudante. “Pois é, eu não gosto muito de ir no banheiro aqui no colégio porque complica tudo [...] quando eu tô muito apurada eu saio no meio de uma aula, porque o banheiro fica vazio.”, relata a garota em relação ao constrangimento de deixar a porta aberta. E completa: “E quando o banheiro tá entupido é um trabalho. Lá embaixo, não tem nenhum banheiro pra deficiente, só banheiro normal desses aqui.”. Em conversa com a direção, os pesquisadores obtiveram a informação que este sanitário realmente é um caso precário, uma vez que os funcionários do colégio costumam utilizá-lo como depósito de material de limpeza.
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O bebedouro, em apenas uma altura, não é utilizado pela estudante: “Eu não tomo água, porque não dá...”, afirma a menina que já traz a água em uma garrafinha de casa, pela impossibilidade de alcançar o bebedouro: “Quando acaba a garrafinha eu só tomo água em casa”. Em direção ao Bloco C, a menina desce pela rampa do Bloco D e não encontra problemas maiores, uma vez que, possui certo domínio de sua cadeira de rodas. A porta de entrada do Bloco C possui um desnível significativo que faz com que a estudante precise entrar de costas: “É bem complicado.”, afirma Mariana. No Bloco C, a estudante utiliza os laboratórios de matemática e de física e não encontra dificuldades para utilização dos equipamentos. Já quanto ao laboratório de biologia, a aluna confessa: “Eu tive uma aula, de biologia no laboratório, [...], quando eu entrei aqui, eles usavam, só que depois que eu entrei eles começaram a dá muita pouca aula.”. No caminho para o Bloco B, pelo passeio aos fundos do colégio, os pisos apresentam-se irregulares e desgastados: “Quando eu tô com pressa também, subo aqui sem querer, daí a roda fura.”. A estudante conta alguns constrangimentos que passa até chegar ao Bloco B, no pátio central coberto, também chamado de galpão: “é meio complicado subir. Tem que pedir ajuda, ou então me tira da cadeira”. E ainda completa: “tem um degrau gigante”. Ao se deslocar para a biblioteca, a menina relata do desconforto que sente por esta possuir uma catraca bem na entrada. Relata que sempre que a utiliza existe a necessidade do bibliotecário de afastar a mesa para o lado para que Mariana possa entrar e se deslocar com segurança, sem que nada a impeça.
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A estudante volta pelo mesmo caminho se deslocando para o Bloco A: “Eu dou essa volta gigante pra chegar lá na frente. Porque eu não gosto desse caminho. A roda fica emperrada ali”, referindo-se ao caminho mais curto que passa pela lanchonete e ao caminho que contorna pela frente o Bloco A. Ressalta que as dimensões do passeio não são adequadas, muitas vezes a cadeira de rodas está no limite desse espaço e que ainda possui grandes dificuldades de se deslocar quando ocorre a mudança de piso. Relata também que não encontra problemas para utilizar o Bloco A. A rampa da entrada para a direção, apesar de estar com uma inclinação elevada, não possui dificuldade. Segundo Mariana, algumas adaptações foram realizadas ao longo do colégio por sua necessidade. Uma delas é a rampa da porta secundária do Bloco A que dá acesso ao pátio coberto, no entanto, nessa a estudante enfrenta problemas mais significativos, uma vez que a inclinação é mais elevada e em dias de chuva fica escorregadia. Mariana conta que freqüenta a Educação Física e sempre que possível participa das aulas de handebol. Em relação a essas aulas, o colégio tem políticas de inclusão, o que permite sua participação em todas as atividades como qualquer outra criança. Durante conversas informais, a estudante relatou outras dificuldades causadas por barreiras atitudinais e físicas. Mariana tem uma irmã gêmea que não tem nenhuma deficiência. A menina estuda no Colégio Catarinense, uma construção com mais de cem anos, onde os desníveis do terreno e as inúmeras escadarias impossibilitam Mariana de estudar com a irmã. Outro fator que a separa da irmã é o fato de que existem pouquíssimos ônibus adaptados, e seus pais não podem
as levar a escola diariamente. Um outro fato que marcou a vida da estudante foi a discriminação que sofreu quando estudou em um colégio militar. Mariana foi reprovada na disciplina de Educação Física, pois não participava dessas aulas, uma vez que os professores não permitiam sua participação por ser cadeirante. Esta situação fez com que a menina quase não se formasse com sua turma. A ausência de uma política de inclusão na escola humilhou a menina mais uma vez, no dia de sua formatura, onde não pôde entrar com seus colegas, e sim com os professores: “porque iria atrasar o batalhão”. No Colégio de Aplicação alguns preconceitos continuam não mais da parte dos professores e da direção, mas dos colegas de turma. Durante a pesquisa na escola, verificou-se que as turmas de Ensino Fundamental aceitam as crianças com deficiência e fazem com que estas tenham uma importância redobrada. As crianças estão livres dos preconceitos estabelecidos pela sociedade. Já nas turmas de Ensino Médio, os adolescentes vêem as pessoas com deficiências como pessoas diferentes e que não deveriam estar na mesma turma. Tanto ocorreu que Mariana precisou trocar de turma por “brincadeiras” de mau gosto dos colegas de turma, tanto em sala de aula, quanto pela internet, em sites de relacionamento. É fundamental quebrar esses preconceitos sócio-culturais, que se acontecem em uma escola preocupara com a inclusão, como o Colégio de Aplicação, podem acontecer em outras escolas que não tenham esta consciência. É de suma importância disseminar políticas de inclusão. Crianças pequenas lidam com as diferenças com naturalidade. Espera-se que a nova geração, que convive com alunos com deficiência desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, mude este quadro. CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
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4.3 – Observação de atividades de alunos de 1ª série do Ensino Fundamental e entrevistas informais com professores e pais A fim de conhecer melhor as dificuldades enfrentadas pelas crianças com deficiência das primeiras séries do Ensino Fundamental os bolsistas marcaram, por intermédio da Diretoria, um Passeio Acompanhado com Gabriel, aluno da 1ª série com paralisia cerebral. Inicialmente, a própria equipe conduziu o menino, que não se desloca de forma autônoma. Posteriormente, foi possível acompanhar as dificuldades que encontra no acesso da escola, com a presença de sua mãe, Paula.
que ambos os meninos tivessem papéis importantes na encenação do boi-de-mamão, incentivando assim sua inclusão. Crianças entre 6 e 7 anos de idade não mostram qualquer tipo de preconceito em relação aos alunos com deficiência, pelo contrário, os meninos são adorados, são o centro das atenções. Os estudantes disputam para empurrar a cadeira deles, para lhes dar demonstrações de carinho e afeto. O ensaio estava sendo realizado no galpão do Bloco B.
Como as crianças são menores, e menos o espaço da escola, este relato diz mais a respeito do acesso principal da escola e da integração entre as crianças em sala de aula e em atividades de recreação.
Ao término do ensaio, a professora decidiu levar a turma ao Pátio Coberto do Bloco D, onde aconteceria a apresentação no dia seguinte. Para sentir as dificuldades encontradas por quem quer que acompanhe o Gabriel, uma das pesquisadoras o conduziu até o pátio, pelos caminhos que circundam o Bloco C.
No dia 14 de julho de 2006, a equipe acompanhou uma tarde de Gabriel na escola. Neste dia, sua turma, na qual está presente também outro menino com paralisia cerebral (César), estava ensaiando uma apresentação para a Festa Julina. A professora fez questão
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Os empecilhos foram inúmeros: os caminhos são estreitos, tortuosos e com diferentes inclinações ao longo do percurso. Requer muito cuidado e habilidade conduzir
uma criança em sua cadeira de rodas. Por muitos instantes, a cadeira quase tombou, devido às irregularidades do piso.
vezes de ter que deixar o carro bem longe e ter que vim buscar o Gabriel a pé, porque tem uma criatura estacionada bem aqui.”.
O palco montado para a Festa Julina foi motivo de reclamação por parte da professora: sua estrutura não é estável, e o desnível entre ele e o piso é vencido por uma rampa inadequada. Nestas apresentações a professora sempre fica temerosa pela segurança dos alunos.
Quando o menino vai a escola com transporte escolar, as dificuldades enfrentadas, agora pela estagiária que o acompanha, são maiores. Isso ocorre porque o ônibus não entra na escola, e a inclinação a ser vencida é muito íngreme, e o piso bastante irregular: “Esse piso realmente é complicado. Esse piso é ruim. [...]Então nessa chegada dele, é mais complicado, pois a kombi não sobe aqui, daí ela tem que ir até lá em baixo. Então esse tipo de piso pra mim não é problema, mas para ela é mais complicado . É tanto ruim por ser subida como é ruim o paralelepípedo.”
Para chegar ao Bloco A, onde ficam as salas de aula do Ensino Fundamental, foi um pouco mais fácil por ser mais plano. Mas pequenos desníveis, como degraus, são vencidos, também, por rampas íngremes e mal acabadas. Na sala, as crianças permaneceram até seus pais chegarem. A mãe de Gabriel, Paula, quem geralmente o busca, conduziu as pesquisadoras até a entrada e relatou algumas de suas maiores dificuldades causadas pela ausência de acessibilidade espacial na escola: “Normalmente eu entro com o carro e estaciono aqui, os guardas já sabem, às vezes quando estão por aqui já abrem pra mim o portão, aqui não vejo tanto problema. O problema que enfrento aqui vou te dizer o que é o acesso, ninguém respeita essa entrada aqui. Então, todo o dia é uma briga!”, referindo-se ao portão de carros da escola. E completa: “Porque acho que aqui tinha que ter uma marcação de preferencial, né? Sabe? Eu acho que isso era muito importante: sinalização e fiscalização também. Dos guardas, né?! Porque as pessoas simplesmente param aqui, e muitas vezes tem gente parada, mas dentro do carro, daí eu vou, peço ah, posso entrar e não sei o que, mas muitas vezes eles estacionam carro , largam o carro e vão. O que acontece? Geralmente ta cheio, no horário de sair, eu não tenho como entrar. Daí já me aconteceu várias
A falta de acessibilidade espacial na escola faz com que outras mães, como é o caso da mãe do César (o outro menino cadeirante do Ensino Fundamental), carreguem seus filhos no colo. Já Paula, está impossibilitada de fazê-lo, o que a faz sofrer mais ainda com as condições da escola: “É, eu uso a cadeira, porque eu já estou com desvio de coluna,então eu preciso realmente me cuidar, me tratar, andar com a cadeira o máximo possível.”. O que acaba facilitando o deslocamento de Gabriel é o tamanho de sua cadeira: como ele possui boa sustentação, “É, o Gabi ele sustenta legal, pra ele essa cadeira é boa., diz Paula, não precisa de uma cadeira com muitos apoios, com muito suporte, pode utilizar uma cadeira simples e pequena. “A cadeirinha dele é bem legal, bem leve né...eu tenho uma daquelas maiores também, foi uma das primeiras que comprei, mas essa fica em casa, mas depois que descobrir essa, essa pra escola é perfeita.”.
CAPÍTULO 4 - Percepção do Usuário
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto Fig. 29 - Percurso e situações encontradas no passeio acompanhado com aluno do Ensino Fundamental (1a a 4a série). Fonte: Autoras.
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50
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04
05
CapĂtulo 5 Resultados
5. Resultados
5.1. Laudos Técnicos A fim de desenvolver a avaliação das condições de acessibilidade espacial no Colégio de Aplicação da UFSC e testar a metodologia que estava sendo desenvolvida e aplicada no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), o Grupo PET/ARQ/UFSC aplicou as Planilhas Técnicas do Programa de Acessibilidade. Foram elaboradas seis planilhas técnicas, as quais foram dividas pelo espaço do edifício ao qual se referem, facilitando assim os levantamentos: Planilha 1 – Áreas de acesso; Planilha 2 – Saguões, salas de recepção e espera; Planilha 3 – Circulação Horizontal; Planilha 4 – Circulação Vertical; Planilha 5 – Sanitários para deficiente; Planilha 6 – Locais para atividades coletivas. Como a escola apresenta cinco blocos com usos, formas e tipologias diferenciadas, tendo sido assim, necessária a aplicação de um conjunto com as cinco primeiras planilhas para cada um destes blocos. No entanto, foi utilizada apenas uma versão da Plani-
lha 6, uma vez que ela contempla playground, salas de aula, biblioteca, auditório, laboratórios, etc.; e estas atividades estão espalhadas pelos cinco blocos, na escola. Os dados obtidos nos levantados realizados com base nas Planilhas Técnicas foram sistematizados de forma a gerar um laudo técnico sobre condições de acessibilidade espacial da escola. Inicialmente, apresenta-se um zoneamento de cada bloco, indicando a localização das informações a serem apresentadas, e, se utilizando a nomenclaturas presentes nas próprias Planilhas Técnicas. Por exemplo, no Bloco A, existem duas Circulações Internas. Durante a aplicação das Planilhas, fez-se uma fotocópia da seqüência de perguntas referentes a esse espaço, denominou-se Circulação Interna 1, o corredor das salas de aula do Ensino Fundamental e 2, a circulação do setor administrativo. Indicaramse todas estas informações, além de se apresentar as funções de cada espaço e seus acessos. Dessa forma,
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
facilmente se identifica o espaço, e suas irregularidades. Criou-se uma tabela, semelhante às planilhas, onde se apresenta o item da norma, para facilitar a consulta na mesma. Na seqüência, as componentes de acessibilidade espacial, na forma de pictogramas. A avaliação geral reúne diversas respostas da Planilha referentes a um mesmo espaço (como escada externa, rampa externa, circulação interna, áreas de acesso, etc.), apresentando de forma descritiva tanto as regularidades, quanto às irregularidades referentes à NBR 9050 (e entre colchetes indica-se o sub-item da norma a que refere tal afirmação), além de observações que não constam na norma. Apresenta-se, em seguida, uma avaliação daquele espaço através de ícones positivos ou negativos. A existência dos pictogramas das componentes da acessibilidade espacial e de avaliação permite que o leitor das tabelas, rapidamente, veja se o Colégio de Aplicação, como um todo, apresenta mais regularidades, ou irregularidades, e, a quais componentes da acessibilidade estas se referem. Por fim, apresenta-se uma foto, facilitando tanto sua localização quanto a identificação das irregularidades. Já numa linguagem mais técnica, elaborou-se uma lista de prioridades, que é definida pelo MP de Ajuste de Conduta. Este documento possui uma estrutura também semelhante às planilhas e já indica as melhorias a serem realizadas. Como na altura do levantamento realizado no Colégio de Aplicação, o software do MP-SC para elaboração do laudo ainda estava em desenvolvimento, este não
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foi utilizado, tendo sido elaborado o laudo descrito a cima. Este laudo constituiu-se em um Estudo Piloto do Programa de Acessibilidade do MP-SC. E serviu para a definição final do software, assim como para a definição dos componentes a incluir no laudo técnico do programa oficial, como os mapas temáticos e as fotos, elementos fundamentais para a localização rápida das irregularidades.
Identificação da parte do edifício vistoriado (Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO A A entrada principal do colégio se dá pelo pátio coberto, bastante utilizado pelos alunos do Ensino Fundamental na hora do recreio e durante as aulas de Educação Física, localizado no Bloco A. Mesmo tendo apenas um pavimento, é um bloco que exige bastante atenção devido sua diversidade de funções: • Atendimento Paralelo Primário; • Administração Primário (Coordenadoria, Inspetoria, Atendimento aos Pais e Orientação Educacional); • Alimentação (Cozinha e Despensa); • Espaço Artístico (Circulação e Depósito de Artes); • Saúde (Consultórios Médico e Odontológico); • Comunicação (Recepção e Secretária); • Outras Atividades (Projeto, APP e Jornal);Coordenadorias; • Administrativo (Recepção, Salas de reuniões, Vice-Diretoria, Diretoria e Sistematização).
Fig. 30 - Zoneamento das atividades do Bloco A. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
CAPÍTULO 5 - Resultados
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
Lei / Artigo
9050/04
A1
A2
6.1 6.10
9050/04 6.2
A3
56
9050/04 9.10
C
Avaliação PASSEIO NA VIA PÚBLICA Os passeios que dão acesso ao Bloco A possuem largura adequada [6.10.4], porém são bastante irregulares [6.1.4]. Não existem interferências como poste de sinalização ou vegetação [6.10.5 / 6.10 .7]. Observa-se a ausência de pisos táteis [ 6.1.3]. A placa do Colégio Aplicação possui tamanho e contraste de cor adequado, todavia está em mau estado de conservação.
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO Os passeios que dão acesso ao Bloco A, são inacessíveis [6.2.1]. Uma das entradas possui uma escada e outra se dá por um passeio com inclinação fora da norma. O piso é bastante irregular [6.1.1].
VEGETAÇÃO A vegetação encontra-se fora da faixa de livre circulação, não possui espinhos e não desprende folhas ou frutos [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A4
A5
Lei / Artigo
9050/04 6.1
9050/04 5.13 5.14 6.6 6.7 4909/94 219 227
A6
9050/04 6.5
C
Avaliação
Foto
ÁREAS EXTERNAS / PÁTIO COBERTO O pátio coberto é bastante utilizado durante o recreio, da merenda e das aulas de educação física. Existem bancos ao redor do pátio e os pisos encontram-se regulares e firmes [6.1.1]. Todavia, não há piso tátil de alerta no pátio sinalizando situações que envolvam algum tipo de risco; nem piso guia, já que o espaço é bastante amplo e não existem outros referenciais [6.1.2]. ESCADA EXTERNA A escada externa possui largura adequada (2,75m) [6.6.4.3], o piso é cimento bruto assim antiderrapante [219], degraus paralelos e espelhos fechados [6.6.1]. Entretanto, a profundidade e espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela NBR 9050/04, variando, respectivamente, de 29 a 33 cm e de 13 a 14 cm [6.6.3]. Os corrimãos laterais estão instalados em apenas uma altura (98 cm), dificultando o acesso das crianças [6.7.1 / 6.7.1.6]. Os afastamentos entre os balaústres estão adequados (9 cm) [227]. Não há sinalização tátil e visual, que alerte os desníveis [5.13 / 5.14.1.2c]. RAMPAS EXTERNAS A rampa de acesso à entrada do Bloco A encontra-se fora da norma, com 25,7 % de inclinação [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. A largura desta também inferior da que a norma preconiza [6.5.1.6].
CAPÍTULO 5 - Resultados
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A7
Lei / Artigo
9050/04 6.5 6.9
9050/04
A8
9.5 9.6
9050/04
A9
58
8.2 9.4
C
Avaliação PORTAS – ENTRADA A porta de duas folhas possui espaço livre de passagem pela abertura quando abertas, no entanto essa sempre se encontra com uma folha fechada, impossibilitando o uso [6.9.2.1]. A entrada por essa porta se dá por uma rampa externa também inadequada, conforme já citado a cima [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. A maçaneta encontra-se de acordo com a norma (1,10m de altura em relação ao piso e do tipo alavanca) [6.9.2.3]. RECEPÇÃO O balcão da recepção mesmo atendendo a norma de 1,05 de altura a partir do piso [9.5.5.1] não permite a aproximação de uma cadeira de roda [9.6.2.1]. Inexistência total de placa de informação que identifique a recepção, de suporte informativo visual e tátil, que possibilite ao usuário localizar-se e identificar o local das diferentes atividades [Art. 6 e 26], como também de equipamentos de tecnologia assistiva que permita a comunicação para surdos e/ou mudo com os funcionários MOBILIÁRIO PARA ESPERA O mobiliário está localizado fora da faixa livre de circulação, entretanto não há espaço reservado aos cadeirantes junto ao mobiliário de espera [8.2.1.3.1 / 9.4], como também um assento destinado a pessoas com mobilidade reduzida (presença de braço removível) [8.2.1.3.2].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A10
A11
Lei / Artigo 9050/04 5.2 5.15 6.1 6.7 6.9 6.10
9050/04 5.2 5.15 6.1 6.7 6.9 6.10
C
Avaliação
Foto
PORTAS INTERNAS A porta que dá acesso ao setor administrativo é de duas folhas e encontra-se nas mesmas condições de uso que a da entrada: sempre com uma folha fechada impossibilitando a passagem (70cm) [6.9.2.1]. As maçanetas estão a 0,9 m do chão e são do tipo alavanca (conforme a norma) [6.9.2.3]. CIRCULAÇÃO INTERNA 1 O corredor tem largura e extensão adequadas [6.9.1.1]. Os extintores de incêndio encontram-se em uma faixa livre de obstáculo, contudo as bancadas rentes à parede poderá ser uma barreira em certos casos específicos [6.10.5]. Os pisos são firmes e regulares, no entanto, são constituídos de material escorregadio [6.1.1]. O que prejudica esse bloco é o fato que não há nenhum tipo de sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) [5.2.3], como também não há indicação sonora e visual em saídas de emergências [5.15.1.3].
CAPÍTULO 5 - Resultados
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A12
A13
60
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.15 6.1 6.7 6.9 6.10
9050/04 9.1 9.2
C
Avaliação
Foto
CIRCULAÇÃO INTERNA 2 O corredor tem largura e extensão adequadas, respectivamente, de 2,25m e de 10,8m [6.9.1.1]. Os extintores de incêndio encontram-se em uma faixa livre de obstáculo [6.10.5]. Os pisos são revestidos com material antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. O que prejudica esse bloco é o fato que não há nenhum tipo de sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) [5.2.3], como também não há indicação sonora e visual em saídas de emergências [5.15.1.3]. Vale citar e verificar junto à foto que a comunicação visual dessa circulação é extremamente ruim, prejudicando a informação. TELEFONE PÚBLICO E BEBEDOUROS Encontram-se na área externa do bloco. O telefone não é acessível à cadeirantes, por estar a uma altura de 1,25m [9.2.1.2 / 9.2.5.1 / 9.2.5.2] e não existe telefone TDD (Telefone que Transmita mensagem de Texto)[9.2.3]. O bebedouro está acessível para as crianças [9.1.2.1], entretanto é desconfortável para as outras faixas etárias, uma vez que a cantina da escola encontra-se nesse bloco e todos usufruem desse equipamento.
--
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
Lei / Artigo
9050/04
A14
5.4 6.1 6.9 7.2 7.3
C
Avaliação
Foto
SANITÁRIOS PARA DEFICIENTES FÍSICOS Dentro de toda preocupação que o colégio teve em adaptar um banheiro aos deficientes físicos, esse se encontra inacessível já na porta de entrada. Essa possui um vão livre de 77 cm, impossibilitando a entrada de uma cadeira de rodas [6.9.2.1]. A porta do sanitário para deficiente físico é de correr, contudo, extremamente pesada para o uso das crianças com certas restrições [7.3.3.4]. Não há bacia sanitária infantil instalada no banheiro [7.2.2]. A maioria dos acessórios do sanitário está localizada dentro da faixa de alcance confortável, com exceção da saboneteira a 1,27m [7.3.8]. As barras de apoio possuem comprimento de acordo com a norma (80 cm), no entanto não estão a uma altura adequada (87cm) [7.3.1.2]. Há uma área de livre de aproximação com dimensões acessíveis dentro do box do sanitário [7.3.1.3] e em frente ao lavatório [7.3.6.1], esse está fixado a uma altura de 70 cm em relação ao piso (abaixo do recomendado pela norma) [7.3.6.2], no entanto devemos levar em consideração o uso deste equipamento, que se dá pelas crianças da educação infantil. Os pisos do banheiro são antiderrapantes, regulares e estáveis [6.1.1].Verificase um problema no lavatório: as torneiras são manuais dificultando o uso universal (necessidade de ser do tipo alavanca ou por sensores) [7.3.6.3]. Não há contraste de cor entre os equipamentos e a parede. Não existe sinalização identificando a localização dos sanitários no edifício, nem símbolo internacional de sanitários identificando o tipo de sanitário (masculino, feminino) [5.4.4.1].
CAPÍTULO 5 - Resultados
61
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A15
A16
62
Lei / Artigo
C
Avaliação
9050/04 5.2 8.2 8.6
SALA DE AULA Não há nenhum suporte informativo visual e tátil (nome, função) no corredor que permita sua identificação [5.2.2]. Está localizada em uma rota acessível, possibilitando o acesso às demais áreas internas e externas do edifício [8.6.2]. O mobiliário escolar é direcionado a faixa etária das crianças, as mesas são mais baixas que as tradicionais e as cadeiras são largas, tornando confortável para todos os tipos de crianças, inclusive nos casos de obesidade [8.2.1.3.3]. Existe um corredor acessível e uma aproximação lateral do cadeirante até a lousa, no entanto, não há nenhuma mesa adaptada para cadeirantes [8.6.8].
9050/04 5.2 6.1 6.10 7.4
PARQUE INFANTIL Localiza-se na parte frontal da edificação. Não se observa nenhum suporte informativo visual ou tátil que o identifique [5.2.2].O passeio até o parque é repleto de interferências que vão desde a superfície do piso que é de areia e grama [6.10.5 / 6.10.7] até grandes desníveis [6.1.4]. Os bancos para descanso encontram-se apenas no pátio coberto ao lado do parque, distante do local [7.4.1]. Em suma, esse parque e todos seus equipamentos são totalmente inacessíveis pessoas com deficiência motora.
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A17
A18
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.3 5.12 8.2 8.6
9050/04 5.2 8.6
C
Avaliação
Foto
SALA DE PROFESSORES Está localizada em uma rota acessível, possibilitando o acesso às demais áreas internas e externas do edifício [8.6.2].O mobiliário possui dimensões que permitem seu uso com conforto de acordo com o tipo de usuário [8.2.1.3.3], ausência de uma mesa para cadeirante [8.6.7]. Não há nenhum suporte informativo visual e tátil (nome, função) no corredor que permita sua identificação [5.2.2 / 5.3 / 5.12].
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA Há identificação do laboratório em cima da porta, local não muito apropriado, pois essa informação é de difícil visualização [5.2.2]. Está localizado em rota acessível, possibilitando o acesso às demais áreas internas e externas do edifício [8.6.2]. As mesas são vazadas, possibilitando o acesso aos cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida [8.6.7]. Não há computador com programa específico de interação para as pessoas com restrição visual
CAPÍTULO 5 - Resultados
63
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco A N°
A19
A20
64
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.3 5.12 8.7
9050/04 5.2 5.3 5.12 8.4 8.7
C
Avaliação COZINHA PARA MERENDA (REFEITÓRIO) O colégio é carente de um refeitorio. Uma cozinha, aberta para o pátio coberto, distribui pela janela os lanches, que são efetuadas ao longo do pátio coberto, sem qualquer aparato, como mesas, cadeiras ou bancadas [8.7.2]. Totalmente insuficiente de suporte informativo visual e tátil no corredor que permita a identificação da cantina [5.2.2 / 5.3 / 5.12].
CONSULTÓRIO MÉDICO E ODONTOLÒGICO São identificados por uma placa em cima da porta. Mas, essa informação é de dificil visualização. Não há nenhum suporte informativo tátil (nome, função) no corredor que permita a identificação desses ambientes [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. Não há mesas adaptadas a cadeirantes [8.7.2]. O acesso em ambos é efetuado por rota acessível [8.4.2]. Há escada de acesso a maca. E os armários têm altura que promove segurança quanto ao acesso da criança. Verificou alguns problemas no consultório odontológico: não havia cadeado nos armários para acesso restrito e contraste de cor entre piso, parede e móveis.
Foto
Laudo Técnico Bloco A Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
PASSEIO NA Planilha 1 VIA PÚBLICA 1.5 a 1.17
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO Planilha 1 À ENTRADA 1.18 a 1.22 DO EDIFÍCIO ÁREAS EXTERNAS / PÁTIO COBERTO
Planilha 1 1.25 a 1.28
[6.2.1]
Criar ao menos uma rota livre de obstáculos que permita a entrada ao colégio.
[6.1.1]
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes.
[6.1.2]
Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre às principais funções próximas ao pátio coberto (xerox, janela da merenda, direção, salas de aula). E, piso tátil alerta que sinalize os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis. Deve-se construir uma rampa entre o pátio coberto e a entrada de veículos.
[6.5.1]
[5.14] Planilha 1 1.30 a 1.54
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco A: tabela 9050/2004 item: [6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%. A1 [6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do edifício. E, piso tátil alerta que identifique a presença de obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
[5.13]
ESCADA EXTERNA
Alterações
[6.6.3] [6.7.1.1] [6.7.1.6]
Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada. Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm. Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
A2
A4
A5
A5
CAPÍTULO 5 - Resultados
65
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco A Identificação do problema avaliado Onde?
RAMPAS EXTERNAS
RECEPÇÃO
N° e item da planilha Planilha 1 1.55 a 1.73
Item da NBR 9050/2004 [6.5.1.2] [6.5.1.6]
Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. A rampa deve ter largura mínima de 120 cm.
A6
O espaço para pessoas cadeirantes deve possuir as dimensões mínimas de 80 cm por 120 cm, acrescido de faixa de no mínimo 30 cm de largura, localizada na frente, atrás ou em ambas posições. Os assentos para pessoas com mobilidade reduzida devem possuir um espaço livre frontal de no mínimo 60 cm. Ao lado do assento fixo (banco) deve ser garantido um espaço (dimensões de 120 cm x 80 cm) para acomodação de uma pessoa com cadeira de rodas sem interferir com a faixa livre de circulação
[6.9.2.1]
[6.1.1]
66
Vide tabela item:
[9.4.1]
[6.10.5]
CIRCULAÇÃO Planilha 2 INTERNA 2.37 a 2.50
A alterar no Bloco A:
O balcão de recepção deve possuir abertura livre inferior de no mínimo 50 cm.
Planilha 2 2.5 a 2.29
Planilha 2 2.30 a 2.36
obrigatórias de acordo com a norma
[9.6.2.2]
[9.4.2]
PORTAS INTERNAS
Alterações
[5.15]
Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de abertura de 80 cm. As bancadas rentes à parede do corredor das salas de aula devem ser retiradas, para que as paredes fiquem desobstruídas e isentas de interferências e obstáculos. Trocar os pisos do corredor das salas de aula por um em material antiderrapante. Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso). Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos tátil direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual)
A8 A9
A10
A11 A12
Laudo Técnico Bloco A Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
TELEFONE PÚBLICO
Planilha 2 2.51 a 2.54
BEBEDOUROS
SANITÁRIOS
Planilha 2 2.55 a 2.57
Planilha 5 5.1 a 5.40
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco A: tabela 9050/2004 item: [9.2.1.2] Deve ser instalado um telefone público acessível. A parte superior operacional do telefone deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. Deve estar instalado suspenso com A13 uma altura livre inferior a 73 cm. Dentro de todas as outras dimensões mencionadas na norma. [9.1.1]
Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis.
[9.1.2]
A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio copo.
[9.1.3]
O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
[6.9.2.1]
Ampliar o vão livre da porta de entrada ao banheiro (mínimo 80 cm). As portas dos sanitários para pessoas com deficiência devem ser trocadas por outra de fácil mobilidade (pode ser do tipo sanfona) Instalar bacia sanitária infantil. As barras de apoio da bacia devem estar a uma altura de 75 cm. Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores. Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino). Instalar fraldário infantil no banheiro (mesa para troca de fraldas com dimensões mínimas de 80 x 180 cm a 46 cm de altura em relação ao piso, provida de barras de apoio.
[7.2.2] [7.3.1.2] [7.3.6.3] [5.4.4.1]
[7.2.3]
A14
CAPÍTULO 5 - Resultados
67
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco A Identificação do problema avaliado Onde?
SALAS DE AULA
PARQUE INFANTIL
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco A: tabela 9050/2004 item: [Art. 6 e Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, 26] [5.2.2] letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala de aula. Planilha 6 [8.6.8] As lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma altura A15 6.14 a 6.21 inferior máxima de 90 cm do piso. Deve ser garantida a área de aproximação lateral e manobra da cadeira de rodas. [Art. 6 e Colocar suporte informativo visual ou tátil (placas, 26] [5.2.2] mapas, letreiros com nome e função) que identifique esse ambiente. Planilha 6 [6.10.5] Colocar uma pavimentação no parque que o torne acessível A16 s/n a todas as crianças. [6.1.4] Corrigir as áreas com desníveis, incluindo execução de rampa.
N° e item da planilha
SALA DOS PROFESSORES
Planilha 6 s/n
COZINHA PARA MERENDA
Planilha 6 s/n
68
Alterações
[Art. 6 e 26] [5.2.2] [8.7.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala dos professores. Criar um refeitório que atenda todos os estudantes e que tenha todo um aparato acessível (mesa, cadeira, bancada).
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da cantina.
A17
A19
Laudo Técnico Bloco A Identificação do problema avaliado Onde?
CONSULTÓRIO MÉDICO E ONDOTOLÓGICO
N° e item da planilha
Planilha 6 s/n
Item da NBR 9050/2004 [Art. 6 e 26] [5.2.2] [9.3.1] [9.3.2] [9.3.3]
[9.3.4] [9.2.3] TDD
-
[5.4.4.4]
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
A alterar no Bloco A:
Vide tabela item:
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação do consultório. Pelo menos 5% das mesas, ou no mínimo uma, devem ser acessíveis, recomenda-se que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis. As mesas devem estar localizadas junto às rotas acessíveis. As mesas devem possuir altura inferior mínima de 73 cm do piso acabado. Deve ser garantido um espaço para aproximação frontal de 50 cm. Ao redor da mesa, deve haver uma faixa de livre circulação de, no mínimo, 90 cm. Deve estar entre 75 e 85 cm do piso acabado.
A20
Deve ser instalado pelo menos um telefone que transmita mensagens de texto (TDD). Deve ser utilizada sinalização conforme item da norma.
-
CAPÍTULO 5 - Resultados
69
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco A Identificação do problema avaliado Onde?
RECEPÇÃO
CIRCULAÇÕES E BANHEIROS
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
70
Alterações
recomendadas
N° e item da planilha
A alterar no Bloco A:
Planilha 2 2.5 a 2.29
Instalar equipamentos de tecnologia assistiva (Telefone de textos, programas computacionais), que permita a comunicação para surdos e/ou mudo com os funcionários.
Melhorar a comunicação visual do colégio em geral, principalmente nas Planilha 2 circulações. 2.37 a 2.50 Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. Planilha 5 5.1 a 5.40 Planilha 6 s/n
Colocar sistema computacional com tecnologia assistiva que permita a utilização por estudantes com algum tipo de deficiência cognitiva.
Vide tabela item: A8
A11 A12 A14
A18
Identificação da parte do edifício vistoriado (Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO B O bloco B é composto por dois edifícios interligados. O primeiro remete a forma de um galpão, bastante utilizado pelas crianças, contornado pelas salas de aula de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental. O bloco possui um ático desativado; uma cozinha, uma lanchonete e um anfiteatro compõe o subsolo. Além das salas, no pavimento principal, localizam-se Salas de Dança, Teatro, Cerâmica e Fotografia, Biblioteca, Grêmio Estudantil, Brinquedoteca e Videoteca.
Fig. 31 - Zoneamento de atividades Bloco B. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
CAPÍTULO 5 - Resultados
71
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
Lei / Artigo
9050/04
B1
6.1 6.6 6.10 4.909 / 94 209
72
C
Avaliação PASSEIO DO BLOCO A AO B / ESCADA EXTERNA / ACESSO PRINCIPAL DO EDIFÍCIO Os passeios vindos do bloco A são o principal acesso para o bloco B. Possuem largura inadequada (entre 90 e 120 cm) [6.10.4], e são bastante irregulares [6.1.1], possuindo desníveis de até 18 cm [6.1.4]. Uma escada de 22 degraus marca a entrada do edifício [226], tornando-o inacessível. Existem dois patamares para descanso com formatos poligonais e irregulares [6.6.5.2]. Sua largura é adequada (190 cm), porém a profundidade e o espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela norma, respectivamente, 36 cm e de 12 cm [6.6.4.3 / 6.6.1 /6.6.3]. Não existem corrimãos [6.7.1]. Um muro (com altura variando de 80 a 215 cm) e a parede do próprio bloco configuram os guarda-corpos [6.7.2]. Janelas maxi-ar distanciadas 1,20 m do piso são um perigo aéreo para os usuários. Não há bancos para descanso ou estar, porém o percurso não é muito longo. Observa-se a ausência de pisos táteis [6.1.2]. Não existe nenhuma sinalização que indique o bloco e suas funções. O acesso ao edifício é aberto. Não possui porta.
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
B2
B3
Lei / Artigo
9050/04 6.1 6.10
9050/04 5.14 6.5 6.6 6.7 9077/01 4.6
B4
9050/04 9.10
C
Avaliação
Foto
PASSEIO DO BLOCO E AO B Os passeios vindos do Bloco E ligam o Bloco B aos “fundos” da escola e são principalmente utilizados pelos alunos que vão às salas de artes e pelos alunos que vêm à biblioteca. Não são nivelados, possuem certa irregularidade e largura inadequada (entre 100 e 120 cm) [6.1.1/ 6.10.4]. Seriam necessários bancos de descanso, pois o percurso é bastante longo (chega ao Bloco D). Não há pisos táteis ou qualquer tipo de sinalização que indique o bloco e suas funções [6.1.2]. ACESSO SECUNDÁRIO DO EDIFÍCIO / RAMPAS EXTERNAS Não há porta de entrada. O acesso é aberto. A rampa que vence o pequeno desnível da entrada secundária do Bloco E possui largura adequada (192 cm) [6.5.1.6], porém sua inclinação está fora da norma (20,8%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. São desnecessários corrimãos e guarda-corpos [4.6.27/ 6.7.2]. Entretanto a ausência de sinalização tátil e piso impróprio atrapalha o desempenho da rampa [5.14.1.2c]
VEGETAÇÃO Em ambos os acessos, os elementos da vegetação não atrapalham a livre circulação [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3]. Pelo contrário, qualificam o espaço, melhorando o microclima.
CAPÍTULO 5 - Resultados
73
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
B5
B6
74
Lei / Artigo
9050/04 9.5 9.6
9050/04 6.1 6.9
C
Avaliação SAGUÃO: GALPÃO CENTRAL O galpão central possui dimensões generosas 33mx10m e faixa livre de obstáculos [6.9.1.1]. O piso de granito é antiderrapante e encontra-se desgastado e escorregadio [6.1.1]. O galpão está todo em um mesmo nível [6.1.4]. A sinalização visual é bastante precária, e se encontra apenas nas portas. Não são padronizadas, não estão na forma de pictogramas e têm péssimo contraste figura e fundo [5.5.2]. Não há sinalização de rotas acessíveis [6.2.6]. Observase a ausência de pisos táteis [6.1.3]. Sem piso-guia, extintores fixados na parede (a uma altura de 1,17 m do piso) tornam-se obstáculos aéreos para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho descrito pela norma [6.10.5]. Não existem alarmes de incêndio e indicação sonora e visual nas saídas de emergência [5.2.3]. PORTAS INTERNAS / RAMPA DE ACESSO AOS SANITÁRIOS As portas internas possuem vãos livres adequados (mínimo 80 cm) [6.9.2.1]. As maçanetas estão a 1,00 m do chão e são do tipo alavanca (conforme a norma) [6.9.2.3]. Entretanto, os desníveis entre a circulação do saguão e as salas aulas variam de 11 a 18 cm, formando degrau na porta das salas de aulas (barreira intransponível) [6.1.4]. Há rampas presentes apenas nas portas dos banheiros, essas rampas apresentam inclinação mais elevada do que a norma preconiza (28,8%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
Lei / Artigo
B7
9050/04 5.2 5.4 5.5 5.15 6.1 6.2 6.7 6.10
B8
9050/04 5.14 6.1 6.5 6.6 6.7 9077/01 4.6
C
Avaliação
Foto
CIRCULAÇÃO INTERNA O corredor possui dimensões adequadas (7,93m x 50,45m), respeitando a norma, e faixa livre de obstáculos [6.9.1.1]. O piso é nivelado, porém não é revestido de material antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. Não há sinalização de rotas acessíveis. Observa-se a ausência de pisos táteis [6.1.3]. Não há alarmes de incêndio e indicação sonora e visual nas saídas de emergência [5.15.1.3].
RAMPA INTERNA Essa, além de apresentar uma elevada inclinação (37,5%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3], não possui corrimão em suas laterais [4.6.27]. Não há também, na rampa, pisos guia, além do mais, o próprio piso - apesar de ser antiderrapante - encontra-se bem desgastado [5.14.1.2c / 6.1.1].
CAPÍTULO 5 - Resultados
75
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
B9
Lei / Artigo
9050/04 5.13 5.14 6.6 6.7 4.909/94 209 219 226 227
9050/04 5.4 B10 9.1 9.2
76
C
Avaliação ESCADA INTERNA A escada interna liga o pavimento principal a um subsolo, onde se localizam uma cozinha, uma lanchonete (a única de toda a escola) e um anfiteatro. O acesso a esse pavimento pode ser dar também pela quadra de esportes. A escada possui 16 degraus [226], pisos de material incombustível – piso de granito- e antiderrapante [219], espelhos fechados e degraus paralelos entre si [6.6.1]. Sua largura é adequada 1,20 m [6.6.4.3], porém o piso e o espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela norma (0,28m ≤ p ≥ 0,32; 0,16 ≤ e ≥ 0,18) [6.6.3]. Não existem corrimãos [6.7.1 / 6.7.1.6]. Os guarda-corpos são configurados pelas paredes da edificação de um lado e por uma mureta de outro com altura de 0,75m [227]. Em determinado ponto da escada, a laje dificulta a passagem de pessoas mais altas, pois a altura é de 1,69 m. Não há sinalização tátil ou diferenciação por contraste que indique os desníveis da escada [5.13 / 5.14.1.2c].
TELEFONE PÚBLICO E BEBEDOUROS Não há telefone público em altura adequada para cadeirante e crianças [9.2.1.2 / 9.2.5.1 / 9.2.5.2]. Não existem telefones com amplificador de sinal ou que transmita mensagem de texto (TDD) [9.2.2.1]. Observa-se a ausência de bebedouros [9.1.2.1].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
B11
Lei / Artigo
9050/04 5.1 5.2 5.4 5.5 6.1 6.9 7.2 7.3 Dec.5296/04 Art.22
C
Avaliação
Foto
SANITÁRIO PARA DEFICIENTES FÍSICOS Os sanitários para deficientes físicos localizam-se no galpão central, juntamente com os sanitários femininos e masculinos, em uma rota acessível (há rampa na entrada). Dentro do Box da bacia, a área de manobra respeita a norma (1,50 x 1,85 m) [7.3.1.1 / 7.3.3.1] e 0,80 m para circulação [6.9.2.1]. Entretanto, a bacia sanitária está 4 cm mais alta do que o indicado pela norma [7.3.1.3]. As barras de apoio laterais estão 18 cm acima da altura descrita na norma. Porém, o comprimento das barras respeita a NBR 9050 [7.3.1.2]. A porta do Box do vaso sanitário é de correr, entretanto é bastante pesada e seu puxador não é horizontal (respeitando apenas a altura adequada, 1,10 m e vão de 0.80m) [6.9.2.4 / 6.9.2.1]. Em frente ao lavatório, a área livre de aproximação está adequada (1,15 x 6,35 m). Os lavatórios são suspensos, e as alturas respeitam a norma (78 cm, do lavatório e 72 cm, livre) [7.3.6.2]. Todavia, as torneiras não são do tipo alavanca e sim de girar [7.3.6.3]. Os acessórios estão a uma altura que dificultam o uso (a 1,65 m do piso) [7.3.8]. Não existe bacia infantil [7.2.2]. As válvulas de descarga estão em posição adequada, mas se faz necessária a mudança de seu modelo para alavanca ou algum tipo de mecanismo automático [7.3.6.3]. Não há qualquer tipo de sinalização que indique sua existência e sua localização [5.4.4.1]. Não existe sinalização de emergência ao lado da bacia para acionamento em caso de queda.
CAPÍTULO 5 - Resultados
77
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
Lei / Artigo
9050/04 5.1 5.2 B12 5.3 8.6
9050/04 5.2 8.2 B13 8.5 9.4
78
C
Avaliação SALA DE AULA Essas salas são referentes às salas de recuperação de estudo. A identificação da mesma está presente apenas nas respectivas portas [5.2.2]. Há um desnível significativo na entrada de 18 cm. [6.1.4]. Não se encontrou mobiliário pensado para cadeirantes ou pessoas obesas [8.6.7]. As lousas não estão situadas de acordo com a norma (1,00m em relação ao piso) [8.6.8]. QUADRA DE ESPORTES O Colégio de Aplicação não possui ginásio, apenas uma quadra de esportes aberta, com acesso precário. Não há suportes informativos, de nenhuma natureza, indicando o caminho, além de ser um laborioso percurso [5.2.2]. Observa-se a ausência de espaço reservado para cadeirante [9.4 / 8.2.1.3.1]. Não há arquibancada ou qualquer outro espaço para observação. Não há contraste nas cores da pintura do piso da quadra, traves, redes e cestas, tampouco guarda-corpo que protejam a quadra. Existem sanitários próximos a quadra, estes já foram descritos a pouco (bloco B) [8.5.1.5]. O trajeto não é longo, porém há necessidade de ser adaptado.
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
Lei / Artigo
9050/04 5.3 5.2 B14 5.4 5.12 8.7
C
Avaliação
Foto
BIBLIOTECA Não existe qualquer tipo de informação que identifique a biblioteca [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. Logo na porta de entrada, há um degrau dificultando a passagem de cadeirantes a altura do degrau é de 3 cm . Mais adiante, existe uma catraca que impede a passagem de cadeirantes e obesos, no entanto se deslocasse a mesa que se encontra ao lado da catraca esse poderia ser um acesso alternativo. No local, existem 7 mesas que podem ser usadas por cadeirantes, com dimensões que respeitam a norma [8.7.2]. As estantes estão distanciadas de forma adequada com distancia de 0,9m entre elas. [8.7.3]. A altura das estantes chega a 2,1m. Existe nos corredores espaço para rotação de 180º da cadeira de rodas 7,8m por 1,66m. Existe um terminal de computador acessível a cadeirantes [8.7.6]. Observa-se a ausência de terminal de consulta por meio de computadores com programa específico de interação para pessoas com restrição visual.
CAPÍTULO 5 - Resultados
79
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco B N°
B15
80
Lei / Artigo
9050/04 8.6 9.3
C
Avaliação
BRINQUEDOTECA A brinquedoteca do colégio está sofrendo ampliações. A aplicação das planilhas foi feita na parte antiga. Uma pequena folha sem contraste fundo figura e com reflexo é a única identificação do local. O mobiliário foi planejado para as crianças e há uma mesa coletiva com espaço para cadeirante e outra com altura adequada para crianças [8.6.6 / 9.3.4]. O local tem espaço adequado 2,00m x 1,80m para que possa ser realizadas manobras com cadeira de roda. As estantes e prateleiras possuem altura de 1,40 m, sendo acessíveis para todos [8.6.6]. A sala localiza-se ao lado da biblioteca, em uma rota acessível. Entretanto, não há piso que absorva impacto de eventuais quedas. O espaço foi pensado como um para ser lúdico e permite a socialização de crianças com diferentes habilidades. Existe contraste entre piso, parede e móveis: o espaço é bem colorido.
Foto
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde?
ESCADA EXTERNA (Acesso do Bloco A ao B)
PASSEIO DO BLOCO E AO B
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco B: tabela 9050/2004 item: [5.13] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. [5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada. [6.6.3] Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm. Planilha 1 B1 [6.6.5.2] Entre os lances de escada devem ser previstos patamares 1.30 a 1.54 com dimensão longitudinal mínima de 120 cm. Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura da escada. [6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso. [Art. 6 e Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, 26] [5.2.2] letreiros com nome e função) que permita a identificação do bloco no interior do colégio. [6.1.1] Repor os pisos do passeio que se encontram desgastados para obter superfície uniforme e lisa [6.1.3] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do bloco. E, piso tátil alerta que alerte obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis. Planilha 1 B2 [6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com 1.5 a 1.17 alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%. [6.10.4] Os passeios devem incorporar faixa livre com largura mínima de 120 cm.Trocar as janelas maxi-ar do bloco que são abertas para o passeio (altura livre mínima de 210 cm).
N° e item da planilha
CAPÍTULO 5 - Resultados
81
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde? RAMPAS EXTERNAS
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco B: tabela 9050/2004 item: [6.5.1.2] As rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem Planilhas 1 possuir inclinação de no máximo 8,33%. B3 1.55 a 1.73 [6.5.1.6] A rampa deve ter largura mínima de 120 cm.
N° e item da planilha
[6.1.1]
Repor os pisos do passeio que se encontram desgastados para obter superfície uniforme e lisa
[Art. 6 e Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, 26] [5.2.2] letreiros com nome e função) que permita a identificação das atividades em cada sala. SAGUÃO (GALPÃO CENTRAL)
PORTAS INTERNAS
82
Planilha 2 2.5 a 2.29
[6.1.3]
[5.2.3]
Planilha 2 2.30 a 2.36
Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre do saguão até a entrada de cada sala. E, piso tátil alerta que alerte obstáculos e desníveis. Remover os extintores de incêndio ou criar nichos nas paredes para que não sejam obstáculos aéreos.
[5.15.1.3]
Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) e indicar a saída de emergência do colégio (através de alarme sonoro e visual).
[6.1.4]
Os desníveis presentes nas portas possuem alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%.
B5
B6
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
CIRCULAÇÃO INTERNA
Planilha 2 2.37 a 2.50
ESCADA INTERNA
Planilha 4 4.75 a 4.94
Planilha 4 4.48 a 4.74
obrigatórias de acordo com a norma
Item da NBR A alterar no Bloco B: 9050/2004 [6.1.1] Trocar os pisos do corredor por um material antiderrapante. Os pisos que estiverem desgastados devem ser removidos. [6.1.3]
[6.5.1.2] [6.7.1.1] RAMPA INTERNA
Alterações
[6.7.1.6] [6.1.1]
Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre do saguão até a entrada de cada sala. E, piso tátil alerta que alerte os obstáculos e desníveis. As rampas devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da rampa. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso Trocar os pisos do corredor por um material antiderrapante. Os pisos que estiverem desgastados devem ser removidos.
[6.6.3]
Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
[6.7.1.1]
Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada.
[6.7.1.6]
Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
[5.13]
[5.14]
Vide tabela item:
B7
B8
B9
Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.
CAPÍTULO 5 - Resultados
83
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde?
BEBEDOUROS
84
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco B: tabela 9050/2004 item: [9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis. [9.1.2] A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio Planilha 2 -copo. 2.55 a 2.57 [9.1.3] O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
N° e item da planilha
[9.2.1.2] TELEFONE PÚBLICO
Alterações
Planilha 2 2.51 a 2.54
Deve ser instalado um telefone público acessível. A parte superior operacional do telefone deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. Deve estar instalado suspenso com uma altura livre inferior a 73 cm. Dentro de todas as outras dimensões mencionadas na norma.
B10
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde?
SANITÁRIOS
SALA DE AULA
N° e item da planilha
Item da NBR 9050/2004
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Vide tabela item:
A alterar no Bloco B:
As portas dos sanitários para pessoas com deficiência devem ser trocadas por outra de fácil mobilidade (do tipo sanfonada, por exemplo). [7.2.2] Instalar bacia sanitária infantil. [7.3.1.3] As bacias sanitárias devem ser posicionadas de modo que fiquei com uma altura entre 43 a 45 cm em relação ao piso. [7.3.1.2] As barras de apoio devem ser posicionadas de acordo com as dimensões do equipamento. Planilha 5 [7.3.6.3] Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores. 5.1 a 5.40 Assim como, trocar as válvulas de descarga por modelo de alavanca ou mecanismo automático. [7.3.8] Todos os acessórios (porta-objetos, cabide, saboneteira, toalheiro, devem estar localizados numa faixa entre 80 e 120 cm do piso acabado. [5.4.4.1] Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino). [Art. 6 e Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, 26] [5.2.1] letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala de aula na parede do corredor. [8.6.8] As lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma altura inferior máxima de 90 cm do piso. Planilha 6 [8.6.8] Deve ser garantida a área de aproximação lateral e 6.14 a 6.21 manobra da cadeira de rodas. [6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, com inclinação máxima de 8,33%.
B11
B12
CAPÍTULO 5 - Resultados
85
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
QUADRAS DE ESPORTE
Planilha 6 s/n
BIBLIOTECA
Planilha 6 6.8 a 6.13
BRINQUEDOTECA
Planilha 6 s/n
86
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco B: tabela 9050/2004 item: [5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação das quadras de esporte. B13 [9.4] Permitir o acesso e reservar assento/local com dimensões adequadas. [5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da biblioteca. [6.1.4] Os desníveis presentes na entrada apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, sendo necessário executar rampas, B14 com inclinação máxima de 8,33%. [8.7.3] O espaçamento entre as estantes deve ter no mínimo 150 cm para que possam passar entre elas uma pessoa e um cadeirante. [5.2.2] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação B15 da brinquedoteca.
Laudo Técnico Bloco B Identificação do problema avaliado Onde?
BIBLIOTECA
CIRCULAÇÕES BANHEIROS
N° e item da planilha
Planilha 6 6.8 a 6.13
Alterações
recomendadas Vide tabela item:
A alterar no Bloco B: Instalar equipamentos de tecnologia assistiva (programas computacionais), que permita a comunicação para surdos e/ou mudo com os funcionários e o uso dos estudantes com algum tipo de deficiência cognitiva às informações.
B14
Melhorar a comunicação visual deste bloco, principalmente nas Planilha 2 circulações. 2.37 a 2.50 Planilha 5 5.1 a 5.40
B7
Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. B11
CAPÍTULO 5 - Resultados
87
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Identificação da parte do edifício vistoriado (Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO C O bloco C caracteriza-se por sua verticalidade - é o único que possui três pavimentos. A circulação vertical – escadas – é externa ao edifício, e no pavimento térreo permanece trancada por questões de segurança. O acesso ao segundo pavimento se dá pelo bloco D por uma passarela de ligação entre os dois blocos. E ao terceiro ocorre pela escada. Nos dois primeiros pavimentos, localizam-se Laboratórios de Biologia, Ciências, Física, Química, Línguas, Antropometria, Matemática, Audiovisual e Teatro. No terceiro, encontram-se salas de professores, dividas por sua disciplina.
Fig. 32 - Zoneamento de atividades do Bloco C. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
88
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
C1
C2
Lei / Artigo
C
Avaliação
9050/04 6.1 6.10
ÁREAS EXTERNAS DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO Os passeios que dão acesso ao Bloco C são de cimento alisado e encontram-se irregulares [6.1.1]. Várias são as interferências que impedem o deslocamento ao longo do percurso [6.10.7/ 6.10.5]: há a presença de uma escada com degraus irregulares, rampas inadequadas em péssimo estado, poste de sinalização e desníveis superiores a 15 mm [6.1.4]. Nessas interferências verifica-se a ausência de sinalização tátil de alerta nos passeios [6.1.2]. O sistema informacional do colégio é insatisfatório, uma vez que é impossível se orientar e identificar cada bloco. Não existem bancos na área externa ao bloco. Ausência total de piso tátil de alerta sinalizando os diversos desníveis [6.1.2/ 6.1.3].
9050/04 6.2 6.10 9.10
CIRCULAÇÃO DO BLOCO A PARA O C A faixa livre de circulação para pedestres está irregular, com uma largura, inadequada, de 1,02m [6.10.4]. Um desnível de 5 cm impede a entrada ao bloco [6.2.1]. Se o deslocamento até esse bloco se dá pelos fundos, os desníveis chegam a medir 10 cm. (Vale lembrar que a norma apenas permite desníveis de no máximo 15mm). Não existem interferências como poste de sinalização ou vegetação [9.10.1/9.10.2/9.10.3].
Foto
CAPÍTULO 5 - Resultados
89
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
C3
Lei / Artigo 9050/04 6.2 6.5 6.6 6.10 9.10 9077/01 4.6
9050/04 5.13 5.14 6.6 C4
0060/00 134 4909/94 219 227 397
90
C
Avaliação CIRCULAÇÃO ENTRE OS BLOCOS C E D E RAMPA EXTERNA Essa circulação se dá por uma rampa externa que une os dois blocos. Essa rampa possui largura de 3,63m [6.5.1.6] e uma inclinação de 9,71 % [6.5.1.2/6.5. 1.3/6.5.1.9], desrespeitando os 8,33% que a norma preconiza. O piso da rampa (cimento bruto) encontrase em mau estado de conservação [6.1.6]. Não há sinalização tátil que indique os desníveis [5.14.1.2c], corrimãos [4.6.27/6.7.1.2/6.7.1.2/6.7.1.5/6.7.1.6] e guarda-corpos [6.7.2/4.6.27].
ESCADA EXTERNA A escada externa possui largura inadequada (1,00m) [6.6.4.3], pisos antiderrapantes (cimento bruto) [219], porém irregulares. Os pisos dos degraus variam de 32 a 36 cm [6.6.3], e seus espelhos possuem, em média, 20 cm [6.6.3]. Não se verifica a presença de corrimão [6.7.1/6.7.1.2/6.7.1.4/6.7.1.5/6.7.1.6], nem de guarda corpo [6.7.2/227]. Não há sinalização tátil e visual, que alerte os desníveis [5.13/5.14.1.2c] ou sistema de sinalização para o abandono do local [397].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
Lei / Artigo
9050/04 C5
6.1 6.9
9050/04 C6
6.1 6.9
C
Avaliação
Foto
PORTAS – ENTRADA A porta de entrada ao térreo deste bloco possui de duas folhas, no entanto nunca se encontra ambas abertas, ou seja, quando apenas uma folha está aberta, essa entrada torna-se inacessível, já que mede apenas 78 cm [6.9.2.1]. A maçaneta do tipo alavanca encontra-se favorável a norma (h=1,05m em relação ao piso) [6.9.2.3]. Observa-se um degrau na soleira da porta [6.1.4]. Presencia-se um capacho na porta, que poderá ocasionar acidentes, por não estar firmemente fixado [6.1.7.2].
PORTAS INTERNAS Todas as portas internas desse bloco são acessíveis, possuindo vão livre de 80 cm [6.9.2.1]. As maçanetas da porta se encontram a altura de 1,10 m em relação ao piso [6.9.2.3], conforme à norma, todavia existem poucas maçanetas que não são do tipo alavanca [6.9.2.3]. Não há desníveis entre a circulação e o acesso às salas [6.1.4].
CAPÍTULO 5 - Resultados
91
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
C7
92
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.4 5.5 5.15 6.1 6.2 6.7 6.10
C
Avaliação CIRCULAÇÃO INTERNA Os corredores possuem largura e extensão adequada [6.9.1.1]. Há uma faixa livre que permite a circulação. Os pisos são antiderrapantes, no entanto não são firmes e regulares [6.1.1] e verifica-se a ausência de linha-guia e de uma faixa de piso em cor e textura diferenciadas guiando os usuários com restrição visual [6.1.3]. Nesse bloco, verificou-se a ausência de sistema de alarme de incêndio (tanto sonoro quanto luminoso) [5.2.3]. Também não apresenta indicação sonora e visual de saída de emergência, além do mais, essa embora haja, apresenta-se obstruída [5.15.1.3]. O que auxilia no deslocamento e na orientação nesse bloco é o contraste existente entre porta/ parede, porta/ piso; todavia, o contraste entre a parede e o piso ainda é insuficiente. Pictogramas são encontrados apenas nas portas dos banheiros indicando o sexo [5.4]. Quanto a qualquer outra informação o colégio encontra-se precário, há poucas sinalizações, sendo que essas se apresentam em mau estado de conservação.
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
C8
Lei / Artigo 9050/04 5.1 5.2 5.4 5.5 6.1 6.9 7.2 7.3 Dec.5296/04 Art.22
C9
9050/04 6.5 6.6 9077/01 4.6
C
Avaliação
Foto
SANITÁRIOS PARA DEFICIENTES FÍSICOS Os banheiros deste bloco são destinados apenas para uso exclusivo dos professores, contudo não justifica o fato de não haver sanitários adaptados, uma vez que, rejeita a possibilidade de existirem professores com restrições. Lembramos que, as necessidades dos alunos são atendidas pelo banheiro do bloco ao lado (bloco D).
ACESSO AO 2ª PAVIMENTO: RAMPAS DO BLOCO D Somente é possível chegar ao 2° pavimento pela rampa do bloco D (estas estão citadas no laudo do bloco D), em seguida passando por um corredor aberto. Convém lembrarmos que há nesse corredor um degrau de 22 cm dificultando a passagem de cadeirantes.
CAPÍTULO 5 - Resultados
93
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
C10
Lei / Artigo
9050/04 9.1 9.2
9050/04 6.6
C11
94
0060/00 134 4909/94 209 219 235 397
C
Avaliação BEBEDOUROS O bebedouro existente no bloco C encontra-se no segundo pavimento, cujo acesso é dado apenas pelas rampas do bloco D ao lado - uma vez que, a escada do bloco C se encontra desativada entre o primeiro e segundo pavimentos. Verifica-se nesse bebedouro que a bica está acima do valor permitido pela norma, encontrando-se a altura de 1,2m, sendo desconfortável e muitas vezes impossível a uma criança beber água [9.2.1.2/9.2.5.1/9.2.5.2]. Deste modo, convém ressaltarmos que é contundente a necessidade de um bebedouro no pavimento térreo deste bloco.
ACESSO AO 3ª PAVIMENTO: ESCADA INTERNA Somente é possível chegar ao 3°pavimento pela escada interna. Esta se encontra de acordo com a norma em alguns aspectos: a dimensões dos pisos [6.6.4.3], espelhos [6.6.3], patamares [6.6.5.1/6.6.5.2/209], contudo é relevante o fato da escada não possuir corrimão [6.7.1/6.7.1.2/6.7.1.6]. Além do mais, não há diferenciação de contraste na borda dos pisos, nem sinalização indicando o número do pavimento [219], como também nenhum sistema de iluminação de emergência instalado no local [235/397].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco C N°
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.3 C12 5.4 5.12 8.6
9050/04 5.2 5.3 C13 5.4 5.12 8.6
C
Avaliação
Foto
SALA DE PROFESSORES A salas dos professores se encotram no terceiro pavimento, o fato é que acesso é dado somente por escadas, impedindo a ida de cadeirantes [8.6.2]. Além do mais, o mobiliario não possui dimensões que permita o uso confortável de pessoas obesas ou cadeirantes [8.6.7], e há estantes em altura inacessiveis a pessoas com baixa estatura [8.6.6]. Não há suporte informativo visual ou tátil [5.2/5.3/5.12].
LABORATÓRIO DE QUÍMICA Não há informativo visual e tátil (nome e função) no corredor que permita a identificação do laboratório [5.2.2/5.3/5.12]. Há mesa adaptada para cadeirantes e o mobiliário (mesa e cadeiras) possui dimensões que permitem seu uso com conforto [8.6.7]. As estantes e prateleiras estão a uma altura acessível aos cadeirantes e a pessoas com baixa estatura [8.6.6]. Os produtos químicos possuem sinalização visual, indicando nome e composição, no entanto, não há nenhuma sinalização tátil nesses produtos.
CAPÍTULO 5 - Resultados
95
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco C Identificação do problema avaliado Onde?
ÁREAS EXTERNAS / DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco C: tabela 9050/2004 item: [6.2.1] Criar ao menos uma rota livre de obstáculos que permita a entrada ao bloco. [6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. [6.10.5] Desobstruir completamente a faixa de livre circulação e a isentar de interferências, tais como vegetação, equipamentos e mobiliário. Eventuais obstáculos aéreos Planilha 1 devem se localizar a uma altura superior a 210 cm. C1 1.25 a 1.29 [6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, incluindo execução de rampa, com inclinação máxima de 8,33%. [6.1.2] Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do edifício. E, piso tátil alerta que sinalize os obstáculos e desníveis.
N° e item da planilha
[6.1.1] [6.1.4] [6.2.1] CIRCULAÇÃO DO Planilha 1 BLOCO A PARA 1.18 a 1.22 OC
96
Alterações
[6.10.4]
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Os desníveis presentes no passeio e na entrada principal do bloco C apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser tratados como degrau, incluindo execução de rampa, com inclinação máxima de 8,33%. Aumentar a largura do passeio para no mínimo 150 cm, sendo recomendável 180 cm e altura livre mínima de 210 cm.
C2
Laudo Técnico Bloco C Identificação do problema avaliado
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide N° e item Onde? da NBR A alterar no Bloco C: tabela da planilha 9050/2004 item: [6.5.1] Corrigir a inclinação da rampa. O máximo permitido é 8,33%. [6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, Planilha 1 estáveis, e antiderrapantes. CIRCULAÇÃO 1.18 a 1.22 [5.14] Colocar piso tátil alerta que indique a presença de ENTRE OS Planilha 1 C3 rampa. BLOCOS C E D E 1.55 a 1.73 [6.7] Instalar corrimão e guarda corpo, conforme item da RAMPA EXTERNA norma. [6.7.1.6] Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso [6.6.3]
[6.7] ESCADA EXTERNA
Planilha 1 1.30 a 1.54
[6.7.1.6] [5.13] [5.14]
Deve-se regularizar a escada: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm ; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm. Instalar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada e guarda corpo. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.
C4
CAPÍTULO 5 - Resultados
97
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco C Identificação do problema avaliado Onde?
PORTAS DE ENTRADA
PORTAS INTERNAS
Planilha 2 2.30 a 2.36
[6.9.2.3]
Planilha 2 2.37 a 2.50
[5.2.3] [5.15]
98
norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco C: tabela 9050/2004 item: [6.9.2.1] Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de abertura de 80 cm. Planilha 1 [6.1.4] Executar uma rampa com inclinação máxima de 8,33% C5 1.89 a 1.95 para vencer o desnível da soleira da porta. [6.1.7.2] O capacho deve ter as bordas firmemente fixadas ao piso de maneira a evitar o enrugamento da superfície ou então em área rebaixada para ficar no mesmo nível.
[5.4.4.1]
SANITÁRIOS
obrigatórias de acordo com a
N° e item da planilha
[6.1.1]
CIRCULAÇÃO INTERNA
Alterações
Planilha 5 5.1 a 5.40
[7.3]
Todas as maçanetas devem ser do tipo alavanca.
C6
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino). Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso). Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos tátil direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual) Instalar, no pavimento térreo, um sanitário para pessoas com deficiência físico-motora, conforme item 7.3 da norma.
C7
C8
Laudo Técnico Bloco C Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
ACESSO AO SEGUNDO PAVIMENTO
Planilha 1 1.5 a 1.17
BEBEDOUROS
Planilha 2 2.55 a 2.57
Item da NBR 9050/2004 -
SALA DE PROFESSORES
Planilha 4 4.48 a 4.74
Planilha 6 s/n
obrigatórias de acordo com a norma
Vide tabela item:
A alterar no Bloco C: O acesso para o segundo pavimento se dá pelo bloco D. Vide laudo do Bloco D e verificar restrições desse acesso.
C9
[9.2.1.2]
Instalar bebedouros em diferentes alturas que permita o uso coletivo, no pavimento térreo.
C10
[6.7.1.1]
C11
[5.14]
Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada. Os corrimãos devem ser instalados a 92 e 79 cm de altura em relação ao piso. Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. Colocar piso tátil alerta no início e no fim da escada.
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala dos professores.
C12
[6.7.1.6] ESCADA INTERNA
Alterações
[5.13]
Art. 6 e 26] Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, [5.2.2] letreiros com nome e função) que permita a identificação do laboratório. LABORATÓRIO DE QUÍMICA
Planilha 6 s/n
[8.6.6]
Todos os elementos do mobiliário interno devem ser acessíveis, garantindo-se as áreas de aproximação e manobra e as faixas de alcance manual, visual e auditivo. Quando tiver balcões/bancadas de trabalho deve-se ter em duas alturas e a parte inferior vazada para permitir acesso aos cadeirantes.
C13
CAPÍTULO 5 - Resultados
99
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco C Identificação do problema avaliado Onde? CIRCULAÇÃO INTERNA BEBEDOUROS
N° e item da planilha
Alterações
recomendadas
A alterar no Bloco C:
Aumentar o contraste entre o piso e a parede sem perder o bom Planilha 2 contraste entre a parede e as portas. 2.37 a 2.50 Instalar bebedouro em duas alturas no pavimento térreo, uma vez que Planilha 2 o segundo pavimento só pode ser acessado por escada ou pela rampa de 2.55 a 2.57 inclinação inadequada do Bloco D.
Melhorar a comunicação visual do colégio em geral, principalmente nas Planilha 2 circulações. CIRCULAÇÕES E 2.37 a 2.50 Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. SANITÁRIOS Planilha 5 5.1 a 5.40
100
Vide tabela item: C7
C10
C7 C8
Identificação da parte do edifício vistoriado (Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO D O bloco D possui dois pavimentos e um grande pátio coberto. Em seu primeiro pavimento, localiza-se o auditório e salas de Coordenação e Orientação Educacional de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No segundo pavimento estão distribuídas as salas de aula e de Inspetoria.
Fig. 33 - Zoneamento de atividades do Bloco D. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
CAPÍTULO 5 - Resultados
101
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D1
D2
D3
102
Lei / Artigo
9050/04 6.1 6.10
C
Avaliação PASSEIO DO BLOCO A AO D / ENTORNO PRÓXIMO O bloco D liga-se ao bloco A por passeios de cimento alisado em péssimo estado de conservação, com largura fora da norma (1,00 m) [6.10.4], bastante irregulares e desnivelados [6.1.1]. Porém, o caminho está livre de obstáculos verticais, como postes de sinalização [6.10.5 / 6.10.7]. Não há bancos para descanso ou estar durante o percurso. Observa-se a ausência de pisos táteis [6.1.3]. Não existe nenhuma sinalização que indique o bloco e suas funções.
9.077/01 4.6.2
RAMPA EXTERNA (AO FIM DO PASSEIO) Possui piso bastante irregular de cimento alisado em péssimo estado de conservação [6.1.1], com desníveis significativos. Sua inclinação também está fora da norma: 11,1% [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. Verifica-se a presença de um obstáculo vertical (poste de sinalização), impossibilitando a passagem [6.10.5 / 6.10.7].
9050/04 6.1 6.5 6.6 6.7 9.077/01 4.6.2
RAMPA EXTERNA (LIGA BLOCO D AO C) Um caminho inclinado, configurando uma rampa, faz a ligação entre os blocos D e C. Possui largura adequada (3,63m) [6.5.1.6], entretanto a inclinação não se encontra de acordo com a norma (9,71 %) [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. Não existe sinalização tátil que alerte o desnível [5.14.1.2c].
9050/04 6.1 6.5 6.6 6.7
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D4
D5
D6
Lei / Artigo
C
Avaliação
9050/04 9.10
VEGETAÇÃO Os elementos da vegetação não atrapalham a livre circulação [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3]. Pelo contrário, qualificam o espaço, melhorando o microclima
9050/04 6.1 6.9
PORTA EXTERNA (DE FRENTE PARA O BLOCO C) A porta possui duas folhas com vão de 0,7 m [6.9.2.1]. A maçaneta é do tipo alavanca e sua altura respeita a norma (1,00 m) [6.9.2.3]. Não há capachos que atrapalhem a circulação [6.1.7.1]. Um desnível de 15 cm entre o espaço interior e exterior atrapalham a entrada [6.1.4].
9050/04 9.5 9.6 Dec.5296/04 Art. 6 e 26
Foto
PÁTIO COBERTO O pátio coberto é o principal local de estar dos estudantes mais velhos. É um grande espaço nivelado e com pisos antiderrapantes [6.1.1]. Possui bancos nas extremidades, em mau estado de conservação, sem espaço destinado para cadeirantes. Não há qualquer sinalização visual ou tátil [6.1.3].
CAPÍTULO 5 - Resultados
103
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D7
D8
104
Lei / Artigo
C
Avaliação
9050/04 8.2 9.4
MOBILIÁRIO PARA ESPERA Um banco de madeira é o mobiliário de espera do saguão do bloco D. Não há espaço destinado a cadeirantes [8.2.1.3.1/9.4] ou para pessoas obesas [8.2.1.3.3]. Como não há piso-guia, o banco configura um obstáculo para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho descrito pela norma [9.4].
9050/04 6.1 6.9
PORTAS INTERNAS As portas internas possuem vãos livres adequados (a maioria possui 90 cm) [6.9.2.1]. As maçanetas estão a 1,00 m do chão e são do tipo alavanca (apenas duas salas do segundo pavimento desrespeitam a norma, e possuem maçaneta diferente) [6.9.2.3]. Não há desnível entre o espaço da circulação e o interno [6.1.4]
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D9
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.4 5.5 5.15 6.1 6.2 6.7 6.10
C
Avaliação
Foto
CIRCULAÇÃO INTERNA DO PRIMEIRO PAVIMENTO O corredor possui dimensões adequadas (7,35 m de comprimento x 2,15 m de largura total), respeitando a norma [6.9.1.1], e faixa livre de obstáculos de 1,95 m. O piso é nivelado e revestido piso cerâmico antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. As placas que indicam a função de cada sala não são padronizadas, não apresentam pictogramas e tem péssimo contraste fundo figura, além de não existir qualquer tipo de sinalização tátil. Não há sinalização de rotas acessíveis [6.2.6]. Observase a ausência de pisos táteis. Sem piso-guia, extintores fixados na parede (a uma altura de 1,17 m do piso) [6.10.5] tornam-se obstáculos aéreos para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho descrito pela norma. Não há alarmes de incêndio [5.2.3] e indicação sonora e visual nas saídas de emergência [5.15.1.3].
CAPÍTULO 5 - Resultados
105
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D10
106
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.4 5.5 5.15 6.1 6.2 6.7 6.10
C
Avaliação CIRCULAÇÃO INTERNA DO SEGUNDO PAVIMENTO O corredor é bastante amplo (3,40 m de largura total x 14 m de comprimento), respeitando a norma [6.9.1.1], e a faixa livre de obstáculos é de 2,55 m. O piso é nivelado e revestido piso cerâmico antiderrapante, firme, regular e estável [6.1.1]. Janelas nas extremidades do corredor trazem a luz natural e têm vista para os belos jardins arborizados da escola. As placas que indicam a função de cada sala não são padronizadas, não apresentam pictogramas e tem péssimo contraste fundo figura, além de não existir qualquer tipo de sinalização tátil. Sem piso-guia, extintores de incêndio fixados na parede (a uma altura de 1,25 m do piso) e os armários tornam-se obstáculos aéreos para deficientes visuais, ainda que a faixa de livre circulação esteja dentro do tamanho descrito pela norma [6.10.5]. Assim como no primeiro pavimento, não há sinalização de rotas acessíveis [6.2.6], nem pisos táteis [6.1.3]. Observa-se a ausência de alarmes de incêndio [5.2.3] e indicação sonora e visual nas saídas de emergência [5.15.1.3].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
Lei / Artigo
9050/04 5.14 6.1 6.5 6.6 D11 6.7 6.9 9077/01 4.6.2
9050/04 5.14 6.1 6.5 D12 6.6 6.7 9077/01 4.6.2
D13
9050/04 5.4 9.1 9.2
C
Avaliação
Foto
ACESSO PARA O PÁTIO COBERTO / RAMPA EXTERNA O acesso para o saguão do bloco D a partir de seu pátio coberto se dá um uma rampa fechada por uma grade, que se mantém aberta, com 3,20 m de largura [6.5.1.6]. A rampa possui piso emborrachado (material combustível), um pouco gasto (não se apresenta mais como antiderrapante), mas certa regularidade [6.1.1]. A largura está conforme a norma (3,28m) [6.5.1.6]. A inclinação desrespeita a norma (20,3%) [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. A parede do edifício configura o guarda- corpo [6.7.1]. Não existem corrimãos [6.7.2]. Não foram colocados pisos táteis [6.1.3]. CIRCULAÇÃO VERTICAL - RAMPA INTERNA ( LIGA OS DOIS PAVIMENTOS) A rampa, único ligação entre os pavimentos, possui largura adequada (3,30m) [6.5.1.6] e piso emborrachado (material combustível), um pouco gasto (não se apresenta mais como antiderrapante), mas certa regularidade [6.1.1]. Na mudança de direção, existe um patamar bastante generoso (6,93m x 3,40m) [4.6.2.5]. Observa-se a ausência de corrimão [6.7.2]. Os guarda-corpos são de alvenaria e possuem 1,00 m de altura [6.7.1]. Não há sinalização tátil. [6.1.3]. TELEFONE PÚBLICO E BEBEDOUROS Não há telefone público em altura adequada para cadeirante e crianças (encontra-se a 1,45 m do piso). Não existem telefones com amplificador de sinal ou que transmita mensagem de texto (TDD) [9.2.1.2 / 9.2.3 / 9.2.5.1 / 9.2.5.2]. No primeiro pavimento, há um bebedouro no pátio coberto e no segundo, na passarela entre os blocos C e D. Ambos possuem bica a 1,00 m, altura acima da prescrita pela norma [9.1.2.1]. CAPÍTULO 5 - Resultados
107
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D14
Lei / Artigo
9050/04 5.1 5.2 5.4 5.5 6.1 6.9 7.2 7.3 Dec.5296/04 Art.22
108
C
Avaliação SANITÁRIO PARA DEFICIENTES FÍSICOS Os sanitários para deficientes físicos localizam-se em ambos pavimentos, entretanto, apenas os do segundo estão ativados. Encontram-se juntamente com os outros sanitários femininos e masculinos, em uma rota acessível [7.2.1]. Dentro do Box da bacia, a área de manobra respeita a norma (1,50 x 1,85 m) e 0,80 m para circulação [6.9.2.1]. Entretanto, a bacia sanitária está 4 cm mais alta do que o indicado pela norma [7.3.1.3]. As barras de apoio laterais estão 18 cm acima da altura descrita na norma. Porém, o comprimento das barras respeita a NBR 9050 [7.3.1.2]. A porta do Box do vaso sanitário é de correr, entretanto é bastante pesada e seu puxador não é horizontal (respeitando apenas a altura adequada, 1,10 m) [7.3.3.4]. Em frente ao lavatório, a área livre de aproximação está adequada (1,15 x 6,35 m) [7.3.6.1]. Os lavatórios são suspensos, e a altura respeita a norma (78 cm em relação ao piso) [7.3.6.2]. Todavia, as torneiras não são do tipo alavanca e sim de girar [7.3.6.3]. Os acessórios estão muito altos (a 1,65 m do piso) [7.3.8]. Não existe bacia infantil, mas como o bloco só atende alunos a partir da 5ª série, acredita-se que não há necessidade [7.2.2]. As válvulas de descarga estão em posição, mas se faz necessária a mudança de seu modelo para alavanca ou algum tipo de mecanismo automático [7.3.1.5]. Não há qualquer tipo de sinalização que indique sua existência e sua localização [5.4.4.1]. Não existe sinalização de emergência ao lado da bacia para acionamento em caso de queda.
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco D N°
D15
D16
Lei / Artigo
9050/04 5.1 5.2 5.3 8.6
9050/04 5.2 5.3 5.12 8.2 9.4
C
Avaliação
Foto
SALA DE AULA A identificação das salas de aula está presente apenas nas respectivas portas [5.2.2]. As salas estão todas no segundo pavimento e não há qualquer desnível entre espaço interior e exterior [8.6.2]. Não se encontrou mobiliário pensado para cadeirantes ou pessoas obesas [8.6.7]. Já que existem alunos cadeirantes, será verificado, durante um passeio acompanhado, o uso e o funcionamento da sala para eles. As lousas estão corretamente situadas a 90 cm do piso [8.6.8]. O cadeirante tem acesso a lousa por todas direções. Não existem fichários, estantes ou prateleiras [8.6.6]. AUDITÓRIO Não existe qualquer tipo sinalização que identifique o auditório [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. Não há lugar destinado para cadeirante [8.2.1.3.1 / 9.4], porém existem duas cadeiras não fixas que podem ser retiradas. Não há assento destinado para pessoas obesas ou para pessoas com mobilidade reduzida [8.2.1.3.3]. Existe um desnível de 0,9 m entre o palco e a platéia e o único meio para vencer este desnível é através de duas escadas laterais, sendo uma móvel [8.2.1.4.1]. Não existe local para intérprete de libras no palco [8.2.1.4.4]. Os camarins não são acessíveis e não há dispositivos de tecnologia assistiva para atender deficientes visuais e auditivos [8.2.1.5].
CAPÍTULO 5 - Resultados
109
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
PASSEIO DO BLOCO A AO D / ENTORNO PRÓXIMO
Planilha 1 1.5 a 1.17
[6.1.1] [6.5.1.2] [6.10.5]
[6.7] [6.7.1.6]
110
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco D: tabela 9050/2004 item: [6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. [6.1.2] Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. [6.1.4] Os desníveis presentes no passeio apresentam-se com alturas superiores a 1,5 cm, desta forma, devem ser D1 tratados como degrau, incluindo execução de rampa, com inclinação máxima de 8,33%. [6.2.1] Criar ao menos uma rota livre de obstáculos que permita a entrada ao colégio. [6.10.4] Aumentar a largura do passeio para no mínimo 150 cm, sendo recomendável 180 cm e altura livre mínima de 210 cm. [5.14]
RAMPA EXTERNA Planilhas 1 (AO FIM DO 1.55 a 1.73 PASSEIO)
Alterações
Colocar piso tátil alerta que sinalize a existência da rampa. Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. Desobstruir completamente a faixa de livre circulação e a isentar de interferências, tais como vegetação, equipamentos e mobiliário. Eventuais obstáculos aéreos devem se localizar a uma altura superior a 210 cm. Instalar corrimão e guarda corpo, conforme item da norma. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
D2
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
[5.14] [6.7] [6.7.1.6] [6.9.2.1]
PORTA DE ENTRADA (DE FRENTE AO BLOCO C)
Planilha 1 1.89 a 1.95
[6.1.4] [6.1.2]
PÁTIO COBERTO
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco D: tabela 9050/2004 item: [6.5.1.2] Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. [6.1.1]
RAMPA EXTERNA Planilhas 1 (ENTRE OS 1.55 a 1.73 BLOCOS D E C)
Alterações
[9.4]
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Colocar piso tátil alerta para alertar a existência da rampa. Instalar corrimão e guarda corpo, conforme item da norma. Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste bloco deve possuir também dimensão mínima de abertura de 80 cm. Executar uma rampa com inclinação máxima de 8,33% para vencer o desnível da soleira da porta. Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre aos principais acessos e funções próximas ao pátio coberto. E, piso tátil alerta que sinalize os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis. Ao lado de assentos fixos deve ser garantido um espaço para cadeirante, conforme item da norma.
D3
D5
D6
CAPÍTULO 5 - Resultados
111
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
MOBILIÁRIO PARA ESPERA
PORTAS INTERNAS
Planilha 2 2.30 a 2.36
[6.9.2.3]
Planilha 2 2.37 a 2.50
[5.2.3] [5.15]
112
norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco D: tabela 9050/2004 item: [9.4] O espaço para cadeira de rodas deve possuir dimensões mínimas de 80 cm por 120 cm, acrescido de no mínimo 30 cm de largura, localizada na frente, atrás ou em ambas Planilha 2 D7 posições. Esses espaços devem ser deslocados 30 cm em 2.16 a 2.29 relação à cadeira ao lado, para que a pessoa cadeirante fique na mesma direção de seu acompanhante.
[5.4.4.1]
BEBEDOUROS
obrigatórias de acordo com a
N° e item da planilha
[6.1.1]
CIRCULAÇÃO INTERNA
Alterações
Planilha 2 2.55 a 2.57
[9.2.1.2]
Todas as maçanetas devem ser do tipo alavanca.
D9
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino). Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso). Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos tátil direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual)
D10
Instalar bebedouros em diferentes alturas que permita o uso coletivo, no pavimento térreo.
D13
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide N° e item Onde? da NBR A alterar no Bloco D: tabela da planilha 9050/2004 item: [6.5.1] Corrigir a inclinação da rampa. O máximo permitido é 8,33%. Ou colocar um elevador hidráulico, uma vez que o bloco D abriga a maioria das salas de aula da escola e esta rampa é o único acesso ao segundo pavimento do bloco C. Planilha 4 4.75 a 4.94 RAMPA INTERNA [6.7.1.1] Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da D12 rampa. [6.7.1.6] Os corrimãos devem ser instalados a 92 e 79 cn de altura em relação ao piso. [5.14] Colocar piso tátil alerta no início e no fim da rampa. [6.1.1] ENTRADA PARA O BLOCO D PELO PÁTIO COBERTO (RAMPA EXTENA)
[6.1.3] Planilhas 1 1.55 a 1.73
[6.5.1.2] [6.7.2] [9.2.1.2]
TELEFONES PÚBLICOS
Planilha 2 2.51 a 2.54
[9.2.5]
Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre à entrada do edifício. E, piso tátil alerta que alerte os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis. Rampas externas (acesso à entrada do bloco) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%. Deve haver guarda-corpo associado a corrimão.
D11
Deve ser instalado um telefone público acessível. A parte superior operacional do telefone deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. Deve estar instalado suspenso com uma altura livre inferior a 73 cm. Dentro de todas as outras dimensões mencionadas na norma A parte operacional superior do telefone acessível para pessoa cadeirante deve estar a uma altura de no máximo 120 cm. O telefone deve ser instalado suspenso, com altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado.
D13
CAPÍTULO 5 - Resultados
113
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
BEBEDOUROS
SANITÁRIOS PARA PESSOAS COM DEFICIENCIA
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco D: tabela 9050/2004 item: [9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis. [9.1.2] A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, Planilha 2 possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio 2.55 a 2.57 D13 copo.
N° e item da planilha
[9.1.3]
O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira.
[5.4.4.1]
Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
[7.2.1]
Devem estar localizados em rotas acessíveis, próximas à circulação principal ou integrados às demais instalações sanitárias e ser devidamente sinalizados, conforme item 5.4.4.2. Em sanitários isolados devem ser colocados dispositivos de sinalização de emergência ao lado da bacia a uma altura de 40 cm do piso acabado.
Planilha 5 5.1 a 5.40
[7.3.1.2]
114
Alterações
As barras de apoio da bacia devem estar a uma altura de 75 cm.
D14
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
SANITÁRIOS PARA PESSOAS COM DEFICIENCIA
N° e item da planilha
Planilha 5 5.1 a 5.40
Planilha 6 SALAS DE AULA 6.14 a 6.21
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco D: tabela 9050/2004 item: [7.3.1.3] As bacias sanitárias devem ser posicionadas de modo que fiquei com uma altura entre 43 a 45 cm em relação ao piso. [7.3.1.5]
O acionamento da descarga deve estar a uma altura de 100 cm, do eixo ao piso acabado e ser do tipo alavanca ou com mecanismos automáticos.
[7.3.3.4]
As portas dos sanitários para pessoas com deficiência devem ser trocadas por outra de fácil mobilidade (do tipo sanfonada, por exemplo)
[7.3.6.3]
Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores.
[7.3.8]
Deve-se regularizar a altura dos acessórios (saboneteira, toalheiro, papeleiras...) de tal modo que este se encontre dentro da faixa de alcance confortável (h: 1,20m em relação ao piso).
[5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação das salas na parede do corredor.
[8.6.7]
No mínimo 1% das mesas devem ser acessíveis para pessoas cadeirantes.
D14
D15
CAPÍTULO 5 - Resultados
115
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
AUDITÓRIO
N° e item da planilha
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco D: tabela 9050/2004 item: [5.2.2] É recomendável que os corrimãos de escadas e rampas [5.3] sejam sinalizados através de: anel de textura contrastante [5.12] com a superfície do corrimão, instalado 100 cm antes das extremidades. Colocar indicação do pavimento em braile também é indicado.
[8.2.1.3.1] O espaço para cadeirantes deve possuir dimensões mínimas de 80 por 120 cm, acrescido de no mínimo 30 cm em relação à cadeira ao lado para que a pessoa cadeirante e seus acompanhantes fiquem na mesma direção. [8.2.1.3.3] Os assentos para pessoas obesas devem ter largura equivalente à de dois assentos adotados no local e possuir espaço livre frontal de no mínimo 60 cm. Os assentos Planilha 6 devem suportar no mínimo 250 kg. 6.22 a 6.44 [8.2.1.4.1] Deve haver uma rota acessível que interligue os espaços destinados para pessoas cadeirantes ao palco e aos bastidores. [5.8] Deve haver local destinado para intérprete de libras [8.2.1.4.4] no palco. Este local deve ser identificado com símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva. Deve ser garantido um foco de luz posicionado de forma a iluminar o intérprete de sinais desde a cabeça até os joelhos. Este foco não deve projetar sombra no plano atrás do interprete. [8.2.1.5]
116
Pelo menos um camarim para cada sexo deve ser acessível.
D16
Laudo Técnico Bloco D Identificação do problema avaliado Onde?
CIRCULAÇÃO INTERNA
BEBEDOUROS
N° e item da planilha
Alterações
recomendadas Vide tabela item:
A alterar no Bloco D:
Aumentar o contraste entre o piso e a parede sem perder o bom contraste entre a parede e as portas. Melhorar a comunicação visual do Planilha 2 colégio em geral, principalmente nas circulações. 2.37 a 2.50 Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. Instalar bebedouro em duas alturas no pavimento térreo, uma vez que Planilha 2 o segundo pavimento só pode ser acessado por escada ou pela rampa de 2.55 a 2.57 inclinação inadequada do Bloco D.
D9
--
CAPÍTULO 5 - Resultados
117
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Identificação da parte do edifício vistoriado (Planta baixa e zoneamento funcional) - BLOCO E O bloco E encontra-se afastado e independente dos demais e reúne atividades relacionadas a trabalhos manuais, como bordados, marcenaria, reciclagem de papel, oficinas de cerâmica.
Fig. 34 - Zoneamento de atividades do Bloco E. Fonte: Grupo PET/ARQ/UFSC modificado pelas autoras.
118
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E N°
Lei / Artigo
9050/04 E1
E2
E3
6.2 6.10 9.10
9050/04 9.10
9050/04 6.1
C
Avaliação
Foto
CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO Os passeios que dão acesso ao bloco E, são provenientes da ligação que este faz com o bloco C e com o bloco B. Existe uma faixa livre de obstáculos que permite o acesso até esse bloco [6.2.1]. Contudo, o piso deste passeio é de cimento alisado e encontra-se em péssimo estado de conservação [6.1.1], verificando desníveis de até 22 cm [6.1.4]. VEGETAÇÃO A vegetação existente ao redor deste bloco representa conforto e segurança aos usuários e não atrapalha a livre circulação [9.10.1 / 9.10.2 / 9.10.3]. Além de qualificar mais o ambiente, contribui para o microclima. ÁREAS EXTERNAS DO PASSEIO À ENTRADA DO EDIFÍCIO A área externa que circunda o bloco é rica e diversificada de elementos externos (vegetação, mesas, bancos, lixeiras), no entanto o potencial desse espaço poderia ser mais explorado. Verificase apenas a ausência de piso tátil nos passeios que condicionem a entrada ao bloco [6.1.2].
CAPÍTULO 5 - Resultados
119
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E N°
E4
Lei / Artigo 9050/04 5.13 5.14 6.6 6.7 4909/94 219 227
E5
9050/04 6.5
9050/04 E6
120
6.1 6.9
C
Avaliação ESCADA EXTERNA A escada externa possui largura adequada (2,00m) [6.6.4.3], o piso é cimento bruto assim antiderrapante [219], degraus paralelos e espelhos fechados [6.6.1]. Entretanto, a profundidade e espelho dos degraus são irregulares e fora do tamanho descrito pela NBR 9050/04, variando, respectivamente, de 37 e de 14 a 15 cm [6.6.3]. Não há corrimãos laterais instalados [6.7.1 / 6.7.1.6]. O guarda-corpo apresenta-se configurado por um muro. [6.7.2]. Não há sinalização tátil e visual, que alerte os desníveis [5.13 / 5.14.1.2c]. RAMPA EXTERNA Verifica-se a presença de uma rampa de acesso ao bloco com largura adequada (1,55 m) [6.5.1.6], e material antiderrapante, firme e regular [6.1.6]. Entretanto, a inclinação está fora dos padrões de acessibilidade, com 18,3 % [6.5.1.2 / 6.5.1.3]. PORTAS – ENTRADA A porta da entrada possui espaço livre de passagem pela abertura de 75 cm [6.9.2.1]. No entanto, o problema facilmente é resolvido. Esta, por ser de duas folhas, basta apenas utiliza-las ambas abertas, assim a passagem se torna acessível. A maçaneta encontra-se de acordo com a norma (1,10m de altura em relação ao piso e do tipo alavanca) [6.9.2.3].
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E N°
Lei / Artigo
C
Avaliação
E7
9050/04 6.1 6.9
PORTAS INTERNAS As portas internas possuem espaço livre de passagem que variam de 76 a 78 cm, desrespeitando a norma (80cm) [6.9.2.1] As maçanetas encontram-se de acordo com a norma (1,10m de altura em relação ao piso e do tipo alavanca) [6.9.2.3]. Dentre todas as portas desse bloco, uma o acesso se dá por uma escada e outras duas o acesso se dá por rampas fora da norma [6.1.4].
E8
9050/04 5.2 5.4 5.5 5.15 6.1 6.2 6.7 6.10
CIRCULAÇÃO INTERNA O corredor tem largura e extensão adequadas [6.9.1.1]. Os pisos são firmes e estáveis, no entanto, não são regulares e antiderrapantes [6.1.1]. As janelas maxi-ar das salas de artes abrem para o corredor e encontram-se sobre a faixa de circulação, dificultando a passagem, pois se encontram a uma altura de 1,70 em relação ao piso [6.10.5]. Não há nenhum tipo de sistema de alarme de incêndio (sonoro e luminoso) [5.2.3], como também não há indicação sonora e visual em saídas de emergências [5.15.1.3].
E9
9050/04 6.5 6.6 9077/01 4.6
Foto
RAMPA INTERNA Encontra-se duas rampas internas na circulação deste bloco, sendo utilizadas de acesso às salas de artes. Ambas, estão fora do valor estabelecido pela norma (8,33 %), apresentam-se com 31,4 % e 35,7 % [6.5.1.2 / 6.5.1.3].
CAPÍTULO 5 - Resultados
121
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E N°
Lei / Artigo
E10
9050/04 5.4 9.1 9.2
BEBEDOUROS Há um bebedouro no interior deste bloco. A bica do bebedouro (1,10 m) encontra-se acima do valor permitido pela norma (0,90 m) [9.1.2.1 / 9.1.3.1].
9050/04 5.1 5.2 5.4 5.5 6.1 6.9 7.2 7.3
SANITÁRIOS PARA DEFICIENTES FÍSICOS A porta de entrada dos sanitários possui vão livre de 55 cm, impossibilitando a entrada de uma cadeira de rodas [6.9.2.1]. Nesse bloco verifica-se a ausência de um sanitário para deficiente físico [7.2.2].
E11
Dec.5296/04 Art.22
122
C
Avaliação
Foto
Tabela síntese de avaliação segundo a NBR 9050/2004 - Bloco E N°
Lei / Artigo
9050/04 5.2 5.3 5.4 5.12 E12 7.3 8.6 8.7 9.3
C
Avaliação
Foto
SALA DE ARTES Não há nenhum suporte informativo visual ou tátil (nome, função) que permita a identificação da sala de artes [5.2.2 / 5.3 / 5.12]. As dimensões do mobiliário são desconfortáveis para crianças pequenas e pessoas obesas [8.6.6 / 9.3.4] As estantes são acessíveis aos cadeirantes e as pessoas de baixa estatura [8.6.6]. As pias são suspensas (sem coluna) e possibilitam a utilização por um cadeirante, já que existe uma área livre de aproximação frontal adequada [7.3.6.2]. As torneiras da pia são manuais e dificultam o uso [7.3.6.3]. Devido a grande quantidade de trabalhos, a sala sempre parece desorganizada e o que desqualifica o trabalho dos alunos.
CAPÍTULO 5 - Resultados
123
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco E Identificação do problema avaliado Onde? CIRCULAÇÃO DO PASSEIO À ENTRADA DO BLOCO E
norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco E: tabela 9050/2004 item: [6.1.1] Todos os pisos devem ter superfícies regulares, firmes, estáveis, e antiderrapantes. Planilha 1 E1 [6.1.4] Corrigir as áreas com desníveis, incluindo execução de 1.18 a 1.22 rampa.
Planilha 1 1.30 a 1.54
[6.1.2]
Deve-se colocar piso tátil direcional, que conduza o pedestre ao bloco E. E, piso tátil alerta que alerte os obstáculos (postes vegetação, etc.) e desníveis.
[6.6.3]
Deve-se regularizar a escada na entrada do edifício: espelhos devem possuir entre 16 cm e 18 cm; os pisos devem possuir entre 28 cm e 32 cm.
[6.7.1.1]
Colocar corrimãos, em duas alturas nos dois lados da escada.
[6.7.1.6]
Os corrimãos devem estar instalados a 92 e 70 cm de altura em relação ao piso
[5.13]
[5.14]
124
obrigatórias de acordo com a
N° e item da planilha
ÁREAS Planilha 1 EXTERNAS / 1.25 a 1.29 PÁTIO COBERTO
ESCADA EXTERNA
Alterações
Deve-se acrescentar uma faixa de material antiderrapante e com contraste (de 2 cm a 3 cm de largura) na borda do piso que alerte o desnível. Colocar piso tátil alerta na escada, em seu início e seu fim.
E3
E4
Laudo Técnico Bloco E Identificação do problema avaliado Onde? RAMPAS EXTERNAS PORTAS
CIRCULAÇÃO INTERNA
Alterações
obrigatórias de acordo com a norma
Item Vide da NBR A alterar no Bloco E: tabela 9050/2004 item: [6.5.1.2] Rampas externas (rampas dos passeios) devem possuir Planilhas 1 E5 inclinação de no máximo 8,33%. 1.55 a 1.73 [6.9.2.1] Todas as portas devem ter vão livre de 80 cm e altura E6 Planilha 1 mínima de 210 cm. A porta de duas folhas na entrada deste E7 1.89 a 1.95 bloco deve possuir também dimensão mínima de 80 cm. [6.10.5] Desobstruir completamente a faixa de livre circulação e a isentar de interferências, tais como vegetação, equipamentos e mobiliário. Eventuais obstáculos aéreos devem se localizar a uma altura superior a 210 cm. [6.1.1] Trocar os pisos do corredor das salas de aula por um em Planilha 2 material antiderrapante. E8 2.37 a 2.50 [5.2.3] Colocar sistema de alarme de incêndio (sonoro e
N° e item da planilha
luminoso).
Planilha 4 RAMPA INTERNA 4.75 a 4.94
[5.15]
Indicar as rotas de fuga, através de sinalização visual e pisos táteis direcional, além de indicar as saídas de emergências do colégio (através de alarme sonoro e visual).
[6.5.1.2]
As rampas (acesso às salas de arte) devem possuir inclinação de no máximo 8,33%.
E9
CAPÍTULO 5 - Resultados
125
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Laudo Técnico Bloco E Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
Planilha 2 2.55 a 2.57
[9.1.2]
[9.1.3]
[6.9.2.1]
SANITÁRIOS
SALA DE ARTES
Planilha 5 5.1 a 5.40
Planilha 6 s/n
[7.2]
norma
A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura de 90 cm e permitir a utilização por meio copo. O bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 73 cm do piso acabado e um espaço de do mínimo 50 cm para aproximação da cadeira. Ampliar o vão livre da porta de entrada ao banheiro (mínimo 80 cm).
[5.4.4.1]
Execução de um banheiro acessível nesse bloco, que acordo com os parâmetros da norma. Identificar a localização dos sanitários no colégio, com símbolo internacional de sanitários identificando o tipo (masculino, feminino).
[Art. 6 e 26] [5.2.2]
Colocar suporte informativo visual e tátil (placas, mapas, letreiros com nome e função) que permita a identificação da sala.
[9.3.4]
Trocar as mesas da sala de artes por outras que atenda as medidas adequadas (entre 75 e 85 cm), para maior conforto das crianças e um uso coletivo.
[7.3.6.3]
126
obrigatórias de acordo com a
Item Vide da NBR A alterar no Bloco E: tabela 9050/2004 item: [9.1.1] Pelo menos 50% dos bebedouros de cada pavimento devem ser acessíveis e estar localizados em rotas acessíveis.
BEBEDOUROS Planilha 5 5.1 a 5.40
Alterações
Trocar as torneiras por do tipo alavanca ou sensores.
E10
E11
E12
Laudo Técnico Bloco E Identificação do problema avaliado Onde?
N° e item da planilha
Alterações
recomendadas
A alterar no Bloco E:
Melhorar a comunicação visual deste bloco, principalmente nas Planilha 2 circulações. CIRCULAÇÕES E 2.37 a 2.50 Dar contraste entre os equipamentos e a parede, nos banheiros. BANHEIROS Planilha 5 5.1 a 5.40
Vide tabela item: E1 E11
5.2. Algumas soluções de projeto A seguir, serão apresentadas algumas sugestões, em forma de croquis, para futuros projetos de intervenção no Colégio de Aplicação. Vale ressaltar que a implementação destas idéias requer um projeto arquitetônico detalhado. CAPÍTULO 5 - Resultados
127
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
O primeiro e o último degrau de um lance da escada devem distar no mín.0,30 m da circ. Lance máximo da escada de 19 degraus Rampa com inclinação máxima de 8,33% e largura mínima de 1,20 m
240* 120
A proximidade entre rampa e escada e os patamares comuns de ambas permitem uma maior integração entre estudantes com e sem deficiência Piso alerta indica início e fim das escadas e rampas
120 120 240*
*dimensões mínimas, em cm
PLANTA BAIXA
Desenho da Entrada do Colégio Escada e rampa
À esquerda, encontro dos estudantes nos patamares; à direita vista da entrada do colégio; e acima planta baixa
128
VISTA FRONTAL
Rampa inclinação máx. de 8,33% Travessia elevada Placa de identificação Piso alerta indica o desnível Piso guia conduz à escada Piso alerta indica travessia
Destinar vagas, próximas a rotas acessíveis, para pessoas com deficiência A proximidade entre rampa e escada permite maior integração entre estudantes com e sem deficiência
Perspectiva Entrada do Edifício CAPÍTULO 5 - Resultados
129
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Os corrimãos devem ter largura entre 3,0 e 4,5 cm e devem se prolongar pelo menos 30 cm antes do início e após o fim da escada Os corrimãos devem ser instalados em duas alturas (70 e 92 cm) e em ambos lados da escada A largura da escada deve ter no mínimo 1,20 m, mas recomenda-se 1,50 m As dimensões do piso (entre 28 e 32 cm) e do espelho (entre 16 e 18 cm) dos degraus devem ser constantes em toda a escada Deve haver patamares a cada 3,20 m de desnível, com dimensões iguais às da largura da escada Faixa em cor contrastante, na borda do degrau de 2 a 3 cm
Desenho Escada 130
x cm
x cm
90 cm
73 cm
PLANTA BAIXA
VISTA FRONTAL
Além do espaço para aproximação, deve haver uma faixa de livre circulação de no mínimo 1,20 m Bebedouro em duas alturas distintas: 73 e 90 cm
Desenho do Bebedouro CAPÍTULO 5 - Resultados
131
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Profundidade livre inferior entre 30 e 50 cm permite o alcance do cadeirante ao balcão
Desenho do Balcão de Fotocópia 132
73 cm
Balcão em duas alturas permite o uso por adultos, crianças e cadeirantes (98 e 75 cm)
n. mí m c 30
A altura livre inferior deve ser de 73 cm Além do espaço para uso do orelhão, deve haver uma faixa de livre circulação de no mínimo 1,20 m
73 cm
120 cm
A parte superior do aparelho de telefone rebaixado deve estar, aproximadamente, a 1,20 m do piso, para um cadeirante ou uma criança
Instalar um TDD (telefone que transmite mensagens de texto)
mín
imo
1,20
m
Piso alerta indica obstáculo áereo (orelhão)
Desenho do Orelhão
PLANTA BAIXA CAPÍTULO 5 - Resultados
133
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Deve ser instalado fraldário para bebês junto aos sanitários com altura de 0,95 m em relação ao piso
1,80 m
O comando da torneira deve estar no máximo a 0,50 m da face externa do lavatório e estas devem ser do tipo alavanca ou acionadas por sensores eletrônicos
0,73 m entre 0,78 e 0,80 m
0,90 m
m 0,5 áx. 0m
0,2 ent 5 e re 0,5 0m
A bancada do lavatório deve ser vazada, permitindo uma aproximação frontal inferior entre 0,25 e 0,50 m
Os acessórios, como saboneteira, toalheiro e porta-objetos, devem estar em uma faixa de alcance confortável. A altura desta faixa, em relação ao piso, deve ser entre 0,70 e 1,20 m Os lavatórios devem ter altura, em relacão ao piso, entre 0,78 e 0,80 m; sendo que a altura livre deve ser de 0,73 m.
Desenho do Sanitário 134
A recepção deve ser identificada com suporte informativo visual e tátil É recomendável que a recepcionista seja intérprete da linguagem brasileira de sinais (LIBRAS) Balcão em duas alturas permite aproximação de pessoas em pé e cadeirantes A porta deve ter vão mínimo de 0,80 m. Caso tenha duas folhas, e elas tiverem dimensão menor que esta, ambas devem permanecer sempre abertas Deve ser instalado alarme visual e sonoro de incêndio e as saídas de emergência devem ser identificadas
mínimo 0,80 m
Desenho da Recepção CAPÍTULO 5 - Resultados
135
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Para permitir a aproximação de pessoas em pé, o balcão deve ter 0,90 m de altura
0,73 m
Deve-se prever um espaço para acomodação dos pés, com profundidade mínima de 0,30 m
0,78 m
Para permitir a aproximação frontal um cadeirante, a altura livre do balcão deve ser de 0,73 m
0,90 m
Para permitir a aproximação de cadeirantes e crianças, o balcão deve ter 0,78 m de altura
mín. 0,30 m
de 0,30 m a 0,50 m
VISTA LATERAL
Detalhe do balcão da recepção 136
Em uma circulação como esta, extintores e lixeiras podem ser obstáculos aéreos para pessoas com deficiência visual, que durante seu deslocamento, se guiam pelas paredes. Sugerem-se nichos que abriguem estes equipamentos A porta deve ter vão mínimo de 0,80 m. Caso tenha duas folhas, e elas tiverem dimensão menor que esta, ambas devem permanecer sempre abertas
As portas devem ser pintadas em uma cor que contraste com a das parede A faixa em cor contrastante, na parte inferior da parede permite delimitar os diferentes planos (piso e paredes) e melhorar a orientação de pessoas com baixa visão
o im ín 0 m m 8 0,
Desenho Circulação Interna CAPÍTULO 5 - Resultados
137
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Painéis em gesso, com inclinação de 45o em relação à parede
PAREDE
Informação escrita e cores correspondentes identificam o extintor e a lixeira
PLANTA BAIXA
138
VISTA LATERAL
VISTA FRONTAL
Detalhe dos nichos
Informação escrita e pictográfica identifica a biblioteca
Informação tátil em braille também identifica a biblioteca
mín
A faixa em cor contrastante, na parte inferior da parede permite delimitar os diferentes planos (piso e paredes) e melhora a orientação de pessoas com baixa visão
imo
80 c
m
A porta deve ter vão mínimo de 0,80 m. Caso tenha duas folhas, e elas tiverem dimensão menor que esta, ambas devem permanecer sempre abertas
Desenho da Entrada da Biblioteca CAPÍTULO 5 - Resultados
139
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
máximo 0,55 m
máximo 1,20 m
Para que crianças e cadeirantes possam alcançar todas as prateleiras, a estante deve ter no máximo 1,20 m de altura A distância entre as prateleiras deve ter no máximo 0,55 m
A distância entre as estantes devem ter de no mínimo 0,90 m
Desenho das Estantes da Biblioteca 140
entre 0,78 e 0,80 m
0,73 m
mínimo 0,50 m
A altura da mesa em relação ao piso deve ter entre 0,78 e 0,80 m Para garantir a aproximação frontal deve existir uma profundidade mínima de 0,50 m
Exemplo de mesa
A altura livre, em relação ao piso, deve ser de 0,73 m CAPÍTULO 5 - Resultados
141
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Como não há espaço para a colocação de uma rampa no palco, sugere-se a instalação de um elevador hidráulico, ao lado da escada, para vencer o desnível
Fora dos corredores, junto às cadeiras, devese prever ao menos um espaço de 0,80 x 1,20 m, que deve estar a uma distância de 0,30 m da cadeira da frente, em uma rota acessível
Desenho do Palco do Auditório 142
5.3. Mesa para auxiliar na comunicação de aluno com paralisia cerebral
culdade ou ao descontrole de músculos e de certos movimentos do corpo. As crianças com PC têm pouco controle de suas posturas e movimentação corporal. Segundo Heidrich et al, a paralisia cerebral não é uma doença, mas “uma condição médica especial”.
Paralelamente à avaliação de acessibilidade espacial, houve uma solicitação por parte do colégio para a elaboração de uma mesa de computador para um aluno da primeira série do Ensino Fundamental. A escola já havia conseguido a doação tanto do material e da mão de obra, quanto do computador e dos softwares utilizados para comunicação, sendo ainda necessário o design da mesa.
De acordo com a Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (ABPC), esta lesão não pode ser considerada uma deficiência mental, pois, em 90% dos casos, não há danos na inteligência do indivíduo. Por ser uma lesão, a paralisia cerebral não é contagiosa, nem genética, sendo que não será transmitida aos filhos das pessoas afetadas por esta. Não existem medicamentos nem operações que possam curar a paralisia cerebral, mas existem possibilidades de minimizar e melhorar as condições de quem vive com ela.
Relata-se, a seguir, a experiência de elaborar o design da mesa e de sua execução, durante este projeto de extensão, levando sempre em consideração as necessidades específicas do aluno. Entretanto, mesmo considerando todas as suas peculiaridades, aplicaram-se os conceitos universais em seu desenho, ou seja, procurou-se adequar o design a outros usuários, a partir da flexibilidade do mobiliário. 5.3.1 O usuário O termo paralisia cerebral (PC), segundo a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, define qualquer desordem caracterizada por uma lesão não progressiva do cérebro humano em processo de desenvolvimento, ou seja, durante a gestação, parto, ou após o nascimento, ainda no amadurecimento do cérebro da criança. Cada parte do cérebro é responsável por determinada função do corpo, sendo que as dificuldades decorrentes da PC estão relacionadas com as partes do cérebro que foram afetadas e com a extensão da lesão. Este dano cerebral pode levar à inabilidade, à difi-
No caso do aluno do Colégio Aplicação, foi possível perceber que a paralisia cerebral afetou diferentes partes de seu corpo: alterou seu tônus muscular, a postura e provocou dificuldades funcionais nos movimentos, sendo necessário a utilização de uma cadeira de rodas para o deslocamento. A paralisia gera neste aluno movimentos involuntários, principalmente dos membros superiores, machucando-os constantemente. Verificou-se, também, a alteração no equilíbrio, fazendo com que o aluno jogue seu corpo para frente, ficando seguro por uma alça instalada em sua cadeira de rodas. Além disso, o menino apresenta dificuldades de se comunicar através da fala e de se concentrar. 5.3.2 Problemas referentes à acessibilidade espacial A criança enfrenta sérios problemas de acessibilidade espacial no colégio, os quais foram levantados com o auxílio de Planilhas Técnicas desenvolvidas no Programa de Acessibilidade Espacial do Ministério Público de
CAPÍTULO 5 - Resultados
143
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Santa Catarina (ver capítulo 3 e item 5.1). Como estes já foram apresentados, será ressaltado neste item apenas um problema referente a cada uma das quatro componentes de Acessibilidade Espacial para fins ilustrativos. Como já foi colocado, o aluno não se locomove de forma autônoma e utiliza cadeira de rodas. Seus pais, professores e a estagiária que o acompanha enfrentam muitas dificuldades durante seu deslocamento no colégio. Segundo sua mãe, o percurso realizado diariamente, entre o carro (que fica estacionado em vaga especial, já dentro do pátio da escola) e a sala de aula, é inacessível, pois apresenta pisos irregulares e desníveis relevantes que impossibilitam o deslocamento com cadeira de rodas, sendo necessário carregar o aluno no colo. Verificou-se também que algumas rampas na área externa encontram-se com inclinação acima dos previstos pela NBR 9050/2004. Os pisos da circulação são firmes, no entanto apresentam-se em materiais escorregadios. Quanto ao uso, o aluno encara situações delicadas, estuda em uma sala onde o mobiliário não é adequado para sua deficiência e para o tipo de cadeira de rodas que ele utiliza. Para a realização de todas as atividades, o aluno necessita da ajuda de um acompanhante. Tanto sua percepção do espaço é fundamental para sua orientabilidade quanto sua capacidade de comunicar-se através da fala. Ambas, devido a sua paralisia, foram comprometidas. O menino, muitas vezes, presta atenção nas situações circundantes, ri mostrando compreender parte do que é falado. Sabe-se que sua visão é perfeita, mas sua audição pode ter sido afetada pela deficiência. É necessária uma avaliação mais aprofundada dos danos causados no menino por sua lesão. O Hospital Sarah de Reabilitação, em Brasília, é referência no país neste tipo de avaliação. E somente após um ano da realização do desenho e execução desta mesa, o menino conseguiu consultar, por telefone,
144
os médicos deste hospital. As dificuldades encontradas por este aluno na comunicação dificultam a participação deste nas diversas atividades desenvolvidas em sala de aula e no contato direto com o professor e os colegas de sala. Neste caso específico é possível perceber como a acessibilidade em termos espaciais ou arquitetônicos não resolve todo o problema. É necessário criar um equipamento ou mobiliário – a mesa - que dê suporte à questão pedagógica, tornando possível a participação e inclusão em sala de aula. Acredita-se que contribuindo para a melhoria de uma das componentes da acessibilidade – o uso -, conseqüentemente, facilita-se o desenvolvimento das outras, diminuindo os problemas enfrentados. 5.3.3 Projeto da mesa Atualmente, já é crescente o número de escolas que buscam mobiliários adequados para equacionar a falta de equipamentos acessíveis aos estudantes com deficiência, porém casos específicos exigem projetos exclusivos, que considerem as restrições sofridas por usuários específicos devido à falta de acessibilidade espacial. De acordo com Araújo apud Werner, (2002): “Ajudas técnicas apropriadas podem fazer uma grande diferença em termos de determinação pessoal, integração social e sobrevivência. Porém para criar equipamentos apropriados, precisamos trabalhar junto com a pessoa com deficiência. Devemos considerar a combinação única desta pessoa no que diz respeito às suas experiências, os seus desejos, oportunidades, renda e motivações, assim como às possibilidades pessoais e do meio. O design deve ser diferente de acordo com os recursos locais, custo, acessibilidade, meio de
transporte para a escola ou trabalho, e os sistemas de suporte, além da família e comunidade”.
O projeto dessa mesa acessível vem para auxiliar na realização de atividades da vida diária escolar, contribuindo no desempenho funcional e proporcionando uma comunicação neste ambiente de trabalho (sala de aula), sendo apoio para o desenvolvimento das habilidades do aluno (BINS ELY, 2003). Atualmente, vem-se desenvolvendo diversos tipos de tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) que visam trazer progresso na comunicação das crianças com paralisia cerebral. Novos tipos de softwares, hardwares, como mouses e teclados especiais, amoldamse às necessidades dos PC’s. A mesa, portanto, serviria para não só acomodar o computador, mas também para apoiar seu material, possibilitando redigir, ler, etc. Desta maneira, no processo de desenho da mesa, levaram-se em consideração as necessidades especificas do aluno e as condicionantes (cadeira existente + computador). As entrevistas informais com a direção e com a acompanhante, estudante de psicologia, serviram para levantar as necessidades a serem supridas pela mesa. Foram tiradas as medidas do menino e de sua cadeira, a qual se mostrava mais alta que as comumente encontradas. O mobiliário a ser desenvolvido e a cadeira de rodas do estudante compunham o posto de trabalho, desta maneira, o estudo da ergonomia se fez presente para possibilitar que o aluno pudesse realizar suas atividades com total conforto e segurança. Com os dados levantados, o passo seguinte foi adequar as condicionantes às necessidades do usuário advindas de sua paralisia cerebral. Vale ressaltar que, mesmo sendo um projeto pensado para as necessidades deste menino com PC, o desenho considerou questões que
Fig. 35 - Aluno com paralisia cerebral. Fonte: Autores.
pudessem ser aplicadas a várias outras crianças, tornando assim o projeto mais universal. Partiu-se, portanto, para o projeto da mesa, o primeiro passo foi desenhar alguns croquis e ao mesmo tempo realizou-se a construção de uma maquete na escala 1: 10. A partir da maquete, foram elaborados os desenhos técnicos, para serem encaminhados para o marceneiro. A mesa, em madeira laminada, possui suporte para o encaixe do monitor do computador, com inclinação adequada, permitindo assim uma boa visibilidade ao estudante. O formato amebóide (curvas) surgiu da preocupação de abolir as quinas, para a segurança não só do aluno, mas também das outras crianças da turma. CAPÍTULO 5 - Resultados
145
Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig.36 - Alguns dados antropométricos. Fonte: Autores.
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Fig.37 - Vista superior da mesa. Escala 1:10. Fonte: Autores.
CAPĂ?TULO 5 - Resultados
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 38 - Vista superior da mesa: curvatura. Escala 1:10. Fonte: Autores.
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O aluno possui uma cadeira de rodas mais alta e mais estreita do que as convencionais, quanto à largura não houve problema, deixou-se espaço adequado para qualquer tipo de cadeira, já a questão da altura foi pouco mais complicado, pois a altura da mesa é fundamental para o conforto de quem a utiliza. Pensou-se, portanto, na colocação de pés reguláveis metálicos, permitindo uma variação de até 10 centímetros na sua altura. Em conversa com o marceneiro uma solução diferente foi encontrada: criou-se um pé, também de madeira laminada, cujo formato faz alusão ao tampo, com três furos, permitindo ajuste da altura. Desta
maneira, se considera não só a possibilidade de uso por outros cadeirantes, mas também a acomodação do próprio estudante durante seu crescimento, o que se traduz em novas dimensões antropométricas e em novas cadeiras de rodas. Além disso, pensou-se em um espaço para manobra, à direita da mesa, para que a pessoa que conduz o menino possa girar a cadeira para colocá-lo e retira-lo dali. Este local para manobra, à direita da mesa, também acomoda perfeitamente uma cadeira, para que um acompanhante.
Fig. 39 - Vista 1 da mesa. Escala 1:10. Fonte: Autores.
CAPÍTULO 5 - Resultados
149
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Devido à sua paralisia cerebral, o garoto sofre de contrações musculares involuntárias. Foi bastante importante, portanto, pensar em travas para a bandeja do teclado e para o próprio teclado. Dessa forma, além de travar a bandeja com uma simples peça de madeira, fez-se um negativo na madeira do exato tamanho do teclado, para que este pudesse ficar perfeitamente acoplado à bandeja. O negativo feito na madeira foi pensado para quem utiliza o mouse na mão esquerda, ou seja, para canhotos. Caso, futuramente, alguém destro utilize a mesa, a bandeja deve ser substituída.
Fig. 40 - Vista 2 da mesa. Escala 1:10. Fonte: Autores.
150
Na lateral esquerda, localiza-se a estrutura que apóia a CPU. Para dar mais leveza ao projeto, esta fica em balanço, possuindo diversas aberturas, que, ao mesmo tempo permitem a ventilação e a segurança do gabinete. Isso ocorre porque as aberturas possuem dimensões bem inferiores às do gabinete, e a porta da estrutura fica chaveada. Dessa forma, impede-se um possível roubo ou extravio do computador, mesmo com a sala de aula aberta. Estas questões de segurança foram pensadas uma vez que o projeto não foi elaborado para que pudesse ser facilmente deslocado pela escola. É uma estrutura grande, e não é desmontável, sendo importante permanecer em um mesmo lugar.
Quando se considerou a possibilidade de uso da mesa por cadeiras de rodas com diferentes larguras e alturas, aplicaram-se os princípios do Desenho Universal. Desta forma, a mesa torna-se flexível, uma vez que permite uma gama de possibilidades, buscando atingir outros usuários com as mesmas dificuldades.
Fig. 41 - Vista 3 da mesa. Escala 1:10. Fonte: Autores.
Após sua confecção, a mesa foi encaminhada para o colégio, meses depois, foi verificado que se encontra em desuso. Logo após a entrega da mesa, entrou na turma outro menino com a mesma lesão, sendo necessária a existência de duas mesas, para atender ambos os meninos. Em conversa com a coordenação, a escola apresentou novas práticas pedagógicas, sem a utilização de softwares de computadores para melhorar as formas de comunicação das crianças com paralisia cerebral, buscando assim, uma maior inclusão no ensino.
Fig. 42 - Vista 4 da mesa. Escala 1:10. Fonte: Autores.
CAPÍTULO 5 - Resultados
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Acessibilidade Espacial e Inclusão nas Instalações do Colégio de Aplicação da UFSC: Avaliação e Propostas de Projeto
Fig. 43 (ao lado) e 44 (acima)- Vista frontal e superior da mesa. Fonte: Autores.
Essa política de inclusão já se mostra eficiente, uma vez que o aluno apresenta melhores condições de comunicação. A escola afirma que a mesa será muito útil para a utilização dos softwares com os alunos, passada essa fase de alfabetização. Dessa forma, a mesa não pode ser testada, não sendo possível fazer uma avaliação de seu uso. Acredita-se, entretanto, que adaptações serão necessárias, como a colocação de estofados na mesa, para evitar machucar o menino durante suas contrações involuntárias. Ressalta-se que a mesa não poderia ter um tamanho menor, sendo bem maior que as demais da sala de aula, o que, somado ao seu formato, acaba chamando bastante atenção dos colegas de turma. Sugeri-se, portanto, que novos projetos de mesas escolares levem em consideração tais fatos, para que se possa ter uma integração maior ao contexto da sala de aula. Apesar dos problemas ainda existentes, o projeto deste mobiliário escolar é fruto de uma pesquisa mais ampla, e visa unicamente o bem estar do usuário e não tem como objetivo a divulgação do equipamento.
152
Mostrou-se, portanto, esta experiência, a fim de contribuir para futuros projetos semelhantes. Ressalta-se que iniciativas como essas devam ser exemplos a outras instituições, uma vez que o colégio se dispôs a obter os recursos necessários para execução do projeto. Uma escola inclusiva é aquela que prepara o espaço escolar, inclusive o mobiliário, de forma que atenda todos os alunos, independente de suas habilidades ou restrições, oferecendo condições propícias para o aprendizado, para troca e interação entre as diferentes pessoas no ambiente escolar. Consciente de suas funções, uma escola preocupada com a inclusão, adapta e amolda o ensino ao uso dos alunos. No entanto, vemos que nem sempre essa afirmativa se faz presente. Observa-se a necessidade de aplicar os conceitos de Acessibilidade Espacial e do Desenho Universal, de tal modo que a multidisciplinaridade obtida pela arquitetura, ergonomia e o design possa subsidiar e estabelecer critérios para o desenvolvimento de ambientes, produtos, sistemas e processos adequados às necessidades das pessoas com deficiência, a fim de
Fig.45 - Negativo na bandeja trava o teclado. Fonte: Autores.
Fig. 46 - Estrutura para apoiar o CPU. Fonte: Autores.
Fig. 47 - Encaixe monitor. Fonte: Autores.
Fig.48 - Detalhe pés reguláveis em madeira. Fonte: Autores.
CAPÍTULO 5 - Resultados
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Capítulo 6 Considerações Finais
6. Considerações Finais
Por estar acontecendo paralelamente ao Programa de Acessibilidade do MP-SC, o Projeto de Pesquisa e Extensão no Colégio de Aplicação acabou se tornando um estudo piloto do programa oficial, uma vez que foi possível testar o método das Planilhas Técnicas e propor algumas soluções quanto a seu formato e organização. A inclusão de plantas baixas, fotos e descrição dos problemas no laudo do Colégio de Aplicação assim como a síntese de problemas realizado (agrupando itens e selecionando apenas as situações irregulares), criados pelo Grupo PET, foi primordial para auxiliar na definição da estrutura do laudo técnico do MP-SC e para o aperfeiçoamento do software necessário para a elaboração dos laudos. Isto porque no software inicial havia apenas a reprodução de todos os itens da planilha em forma de pergunta e não havia a inclusão das observações realizadas pelos fiscalizadores. Com a revisão do software foi possível selecionar apenas os itens irregulares e acrescentar as observações digitalizadas pelos fiscalizadores. Isto porque o objetivo central do laudo não se restringe a identificar as irregularidades, mas principalmente encaminhar a solução das mesmas. Além disso, na estrutura do laudo técnico final foi incluído um bloco para desenhos e esquemas dos edifí-
cios vistoriados localizando a aplicação das planilhas e auxiliando na localização dos problemas. Por outro lado, a elaboração de um laudo de avaliação das condições de acessibilidade do Colégio de Aplicação e seu futuro encaminhamento para o Ministério Público Federal (MPF) é de suma importância para a escola poder obter recursos para os projetos de reforma necessários uma vez que a acessibilidade dos alunos com deficiência é garantida por lei. Este encaminhamento só será possível a partir do contato com o Ministério Público Estadual, uma vez que dessa maneira podemse conhecer os moldes pelo qual este tipo de laudo é feito e encaminha-los para o Procurador Federal. É também importante mencionar que as planilhas utilizadas são bastante eficazes e práticas para o desenvolvimento de ações de fiscalização quanto ao cumprimento das normas técnicas. No entanto, para o desenvolvimento de soluções de projeto de acessibilidade é fundamental aprofundar o conhecimento sobre as dificuldades cotidianas enfrentadas pelos usuários com deficiência no uso dos espaços.
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Salientamos então a importância da utilização do método dos “passeios acompanhados” utilizado durante a avaliação e que permitiu uma maior compreensão das necessidades reais dos usuários com deficiência e conscientização dos pesquisadores sobre a importância da acessibilidade espacial e da quebra de preconceitos nas escolas de ensino regular. Esta visão só pode ser obtida plenamente através da observação da vivência destes espaços por pessoas com diferentes dificuldades e habilidades, escolhidas a partir de sua faixa etária. A avaliação inicial das condições de acessibilidade no colégio deixou evidente a falta de coerência entre a legislação e o que realmente acontece na prática. Ao mesmo tempo em que a escola tem o dever de possuir espaços acessíveis, ela não tem o direito que receber verbas para sua adequação, uma vez que estas só estão sendo fornecidas para escolas municipais e estaduais. O espaço físico do Colégio de Aplicação da UFSC não está adequado para receber alunos com diferentes deficiências. A falta de acessibilidade de seus espaços e o modo como estes estão concebidos faz com que os alunos com deficiências se tornem dependentes da ajuda alheia, quando têm o direito à autonomia, conforto e segurança. Sabe-se ainda que persistam muitas barreiras além das espaciais para se atingir a inclusão no ensino sendo necessário romper com preconceitos sócio-culturais, assim como desenvolver políticas de ação que apóiem concretamente uma mudança nos modos de ensinar. Pedagogos e professores devem estar preparados para lidar com as diferenças em sala de aula. Além disso, profissionais de Arquitetura, Engenharia e Design devem conceber, desde o principio, espaços universais, considerando diferentes habilidades e necessidades dos usuários. Por outro lado, garantir condições de acesso espacial e uso dos espaços é condição básica e
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inicial para atingir o objetivo maior da inclusão. Até a publicação deste caderno, esta pesquisa obteve aprovação em três congressos para apresentação oral de artigos. Entre os dias 23 e 25 de agosto de 2006, na cidade de Florianópolis, a equipe apresentou o seu trabalho no XI Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC). Já no início outubro do mesmo ano, a pesquisa obteve aprovação no VI Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios (NUTAU) Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Por fim, o projeto foi apresentado no III Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre os dias 23 e 25 de outubro de 2006. Finalmente devemos dizer que acreditamos ser o desejo de todos envolvidos nesta avaliação – professores, alunos e funcionários do Colégio de Aplicação, alunos do grupo PET/ARQ e seus orientadores – que este trabalho de pesquisa possa realmente contribuir no processo de inclusão de alunos com deficiência no ensino através da melhoria concreta das condições de acessibilidade espacial.
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