PET CARE
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ÍNDICE
Fevereiro 2019
04 08 10 12 14 17 GRANDE ENTREVISTA
Associação Animais de Rua
PET VET
PET TRAINING
PET VET
PET CARE
PET FOOD
Vet Pet Clínicas Veterinárias
Instituto do Animal
Leishmaniose: O que é? Como prevenir?
Procasa
Nature Pets
EDITORIAL Aqui está! A primeira edição do primeiro projeto editorial em Portugal dedicado exclusivamente ao universo pet! Afirmamo-nos como um projeto editorial inovador, destinado ao grande público, que tem como principal propósito informar os nossos leitores sobre os cuidados, os serviços, os produtos e as instituições que trabalham diariamente em prol do bem estar dos animais de estimação. Nesta primeira edição contamos com os artigos de opinião mais pertinentes no universo dos animais domésticos. O que é a leishmaniose, que alimentação dar ao seu
animal, qual o repelente mais adequado e a importância da ida ao médico veterinário são algumas das temáticas que poderá encontrar nas próximas páginas. A nossa primeira grande entrevista tem como interlocutora Maria Teixeira, presidente da Associação Animais de Rua, uma instituição que tem como propósito ajudar os animais de rua, procedendo à sua captura para esterilização, de modo a que não se reproduzam, tratando-os quando estão doentes e alimentando-os. Contam já mais de 26 mil animais ajudados até à data. Uma entrevista a não perder!
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GRANDE ENTREVISTA
UMA AJUDA INESTIMÁVEL
“
Assiste-se ao nascimento de movimentos civis em Portugal de proteção animal muitíssimo válidos e que obtêm cada vez mais apoio por parte da sociedade
Maria Teixeira e os seus pets
São mais de 26.000 animais
Maria Teixeira, funmal esterilizado”. Após ajudados até hoje. Muitos dadora e presidente mais o serão no futuro, graças estes procedimentos, os da associação, desde cães e gatos são devolviao trabalho inesgotável da cedo se apercebeu que dos aos seus ambientes Associação Animais de Rua, originais, onde contia adoção não solucionava o problema de a qual se dedica ao controlo nuam a ser alimentados sobrepopulação animal e monitorizados por populacional de animais em espaços públicos. O um cuidador. errantes. momento que decidiria Atualmente, o CED o seu destino foi quané, de longe, o método do passeava com amigos no Parque da Cidade mais eficaz de controlo de população canina e do Porto e se deparou com uma colónia de felina nas vias públicas. Causa redução drástimais de 30 gatos, os quais descreve em esta- cas nos números da colónia e aumenta a espedo “miserável”. Estes tipos de animais não rança média de vida dos animais, bem como a estão habituados a contacto humano, não qualidade da mesma. “Estamos a dar resposta se deixam apanhar e não se adaptariam em aos problemas dos animais, mas também às caso de adoção. populações humanas que com eles dividem o Assim, procurou lá fora a solução que não seu território, até por uma questão de saúde encontrava em Portugal: “Fiz formação nos pública”, garante Maria Teixeira, “desta forma Estados Unidos e no Reino Unido. Decidi, é perfeitamente possível cães e gatos viverem em conjunto com alguns amigos, fundar um nas ruas em segurança e em convívio pacífico projeto que utilizasse o método capturar, es- com a população. Já houve pessoas que, initerilizar, devolver (CED) e aplicá-lo a esses cialmente, requereram a retirada dos animais gatos”. É desta forma que nos explica como de espaços privados, tal como armazéns, e foi fundada a Associação Animais de Rua: mais tarde, pedem novamente a colocação de “são utilizados métodos de captura inofen- animais esterilizados no mesmo local, como sivos e depois os animais são levados a uma por exemplo, gatos para controlar os ratos”. clínica, onde são esterilizados, desparasitados e marcados com um pequeno corte na orelha Evolução na legislação esquerda, sinal internacional indicativo de ani“Sem dúvida que há maior consciencia-
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lização do animal enquanto ser vivo”, assegura-nos Maria Teixeira. A advogada refere que as recentes alterações legislativas (desde criação do estatuto do animal no código civil, à criminalização do abandono e dos maus tratos, passando pela proibição do abate) são “evoluções fortíssimas exigidas pela sociedade, e por isso é que foram aprovadas no Parlamento, e que demonstram que hoje em dia não é preocupação de um nicho específico de pessoas chamadas animalistas”. A ativista denota que a sociedade portuguesa em geral se preocupa muito mais hoje com os animais e está muito mais sensibilizada para com o seu sofrimento, algo que “dá muito animo a quem trabalha nesta área, principalmente a quem o faz de forma profissional”. Atualmente, “assiste-se ao nascimento de movimentos civis em Portugal de proteção animal muitíssimo válidos e que obtêm cada vez mais apoio por parte da sociedade”. Todavia, ainda há muito trabalho pela frente. A proibição do abate em canis e gatis, por exemplo, é o “telhado de uma casa sem fundações”: palavras da nossa interlocutora. “Notamos que há municípios que nunca se preocuparam em criar condições para que os animais pudessem deixar de ser abatidos. Em Monchique e em Vila Nova de Gaia, para exemplificar, abandonaram a prática do abate
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ainda antes de ser lei. Mas esses são um oásis a nível nacional. Há municípios que nem canis intermunicipais têm. Ainda há um grande caminho a percorrer e há animais a sofrer nas ruas”.
“Not for the faint of heart” Os ativistas pelos direitos dos animais são frequentemente confrontados com as condições precárias em que os animais se encontram, já para não falar de maldades impingidas, como o abandono ou os maus-tratos. Questionada como lidava com estas situações, Maria Teixeira cita Tom Regan: “The animal rights movement is not for the faint of heart”, ou, numa tradução livre, “o movimento pelos direitos dos animais não é para os fracos de coração”. De facto, ter uma estrutura emocional sólida e manter o otimismo são fatores muito importantes para a obtenção de resultados. “Racionalidade é o que nos faz conseguir resultados, manter o foco nos animais a que conseguimos chegar, apesar de que sofro sempre por aqueles que não conseguimos sentir”, confessa-nos, acrescentando que, “no entanto, quando o
animalista deixa de sentir é altura de avançar para outra atividade. Essa sensibilidade é de onde tiro a força. O trabalho é duro e é importante manter o equilíbrio”.
Há sempre uma forma de ajudar A adoção pode não ser o método mais eficaz de corrigir o excesso de animais errantes nas vias públicas, todavia não deixa de ser necessária. “Há sempre uma forma de ajudar, dependendo das características e das capacidades de cada um. Fazer voluntariado numa associação, doar ração, adotar, fazer recolha de ração no supermercado, adquirir artigos solidários”, integrar projetos de defesa dos direitos dos animais já existentes, entre outras formas. O que importa é existir vontade. Maria Teixeira já o faz desde que se lembra. Deixou a sua carreira como advogada em prol da defesa dos animais e não se arrepende. Para finalizar, a ativista convida os leitores a informaram-se acerca da Quinta das Águias, um projeto criado e gerido pela sua família, em Paredes de Coura. Este é um santuário com 130 animais das mais variadas espécies, alguns dos quais salvos de situações de maus tratos.
Número solidário:
760 300 161 (€0,60 + IVA)
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PET TRAINING
VIDA DE CÃO A vida de cão já não é o que era. A
A vida dura dos expressão tão popular, que inspirou até cães vadios - em músicos e cineastas durante anos, perdeu a busca permanente conotação negativa. Hoje vemos cada vez de alimento, água e mais cães com uma boa vida. abrigo - contribuiu muito para difusão da ideia de que a vida dos cães ficamente e contempla duas dimensões – a não é boa. Mas infelizmente tam- saúde e os seus sentimentos dos animais. Penso que ninguém tem dúvidas sobre bém alguns cães “de estimação” ajudaram a reforçar a mesma como garantir a saúde física de um animal. ideia – aqueles que vemos acor- Desde saciar a fome e a sede; proporcionar as rentados, ou deixados sozinhos o condições físicas adequadas, designadamente dia inteiro no jardim ou no quin- em termos de temperatura, espaço e ruído; tal, por vezes ao frio e à chuva, ou até prevenir e tratar ferimentos e doenças… até sem água fresca. Todos estes são preocupações que encontramos vulgarcenários, repetidos em tantos lu- mente nos donos de animais de estimação. Já quanto à salvaguarda da saúde mental gares e momentos, alimentaram a percepção de que a vida de cão de um cão, naturalmente muitas interrogações podem surgir. Segundo orientações é uma vida má. Mas os tempos mudam e emanadas dos Estados Unidos da América e ainda bem que mudaram para corroboradas pela União Europeia, a saúde os cães. Não é por acaso que mental dos cães – considerada um quadrante assistimos a uma preocupação tão importante como o da saúde física – ascrescente com o bem-estar des- senta fundamentalmente na liberdade para tes animais, um pouco por todo serem e se sentirem cães verdadeiramente, e o mundo. A verdade é que eles na sua protecção face ao medo e ao stress. Então, o que podem, e devem, os donos são mesmo o melhor amigo do homem. Gregory Berns, neuro- fazer em prol do bem-estar geral dos cães? cientista americano, ao estudar o Escolher o cão certo cérebro canino para compreenMuitos dos casos problemáticos que reder como os cães gostam de nós, comprovou cientificamente que cebemos nas nossas consultas de comportacães e pessoas partilham uma amizade recíproca sem paralelo no mundo animal. É natural, portanto, que tratemos bem os cães, como tratamos bem os nossos melhores amigos humanos. Uma vez que não nos ensinam estas coisas na escola, perguntamo-nos muitas vezes o que é isso do bem-estar animal e, enquanto donos, o que podemos fazer para conferir ao nosso patudo a qualidade de vida que merece. O bem-estar animal é um conceito biológico que nos últimos anos tem norteado as políticas nacionais e internacionais de protecção animal. O conceito é passível de ser medido cienti10 | PETS em revista
Sílvia Machado mento animal têm origem naquilo que os nossos técnicos apelidam de “erro de casting”. No fundo é quando os comportamentos problemáticos do cão advêm do facto de este não ser compatível com o dono ou os donos que tem. Não só porque as personalidades do cão e das pessoas não combinam, como também o cão não se ajusta ao estilo de vida das pessoas. Portanto, se queremos ter cães equilibrados e felizes, devemos começar por escolhê-los em função do que somos, como somos e como vivemos. A raça, seja ela determinada ou indeterminada, não é indiferente, uma vez que a carga genética determina muitas características físicas do cão e também é parcialmente responsável pela formação da sua personalidade. Há raças que largam muito pêlo, outras não. Há raças com forte propensão para ladrar, outras pelo contrário. Há raças com uma energia imensa, que só o exercício físico intenso consegue saciar, outras oferecem cães pachorrentos que gostam sobretudo de colo e sofá. A idade e o sexo também são relevantes na escolha do companheiro canino ideal. Quem quiser evitar surpresas de comportamento, deve optar por um cão adulto uma vez que dificilmente os cachorros transparecem aquilo que vão ser mais tarde. Contudo, se conhecermos a mãe e o pai, ficamos com uma ideia do adulto em que o filhote se transformará. Os cachorros também devem ser evitados pelas pessoas que não têm paciência para limpar xixis e cocós em casa, os quais são inevitáveis até que aprendam a fazê-los na rua. As diferenças entre machos e fêmeas são importantes para quem não gosta de comportamentos de marcação de território (através de urina) associados aos primeiros, ou não queira correr o risco de ver o seu cão atropelado por se escapar da coleira e correr para uma cadela que se passeia dois quarteirões adiante. É certo que a este-
rilização minimiza estas desvantagens. Em dias chuvosos as cadelas oferecem outra vantagem nos passeios higiénicos – urinam e defecam num acto único. Já os machos tendem a precisar de mais caminhada e mais tempo para ficarem totalmente satisfeitos. Educação canina Os donos são socialmente responsáveis pelo bom comportamento dos seus cães. E como a expressão “de pequenino se torce o pepino” também se aplica aos cães, o ensino de boas maneiras começa no primeiro dia em que estes chegam a casa. No Instituto do Animal aconselhamos os clientes a irem buscar o patudo no início das férias. Deste modo terão disponibilidade total para supervisionar o novo elemento da família e incutir-lhe desde logo as regras essenciais para uma vida social ajustada, em casa e no exterior. Os primeiros quatro a cinco meses de vida num cachorro são determinantes para o cão adulto que se há de tornar. Este é o período crítico de aprendizagem e socialização, pelo que deve ser aproveitado para proporcionar ao animal todas as experiências de vida que possam contribuir para o seu crescimento equilibrado e saudável em termos emocionais. Nesta fase, os cachorros devem ser expostos a inúmeros estímulos com vista a criar associações positivas que ajudam a prevenir medos e fobias. Para garantir que tais experiências não geram efeitos perversos, os donos devem procurar a ajuda de técnicos convenientemente qualificados em comportamento canino. Designadamente, devem recorrer a aulas de obediência e socialização de cachorros conduzidas em segurança por escolas reconhecidas. Durante o primeiro mês em casa, o cachorro deve conhecer o maior número de pessoas e muito diferentes – homens, mulheres, crianças e idosos, de diferentes raças e níveis de energia e com indumentárias de vários géneros – de capa, capote, chapéu, capacete, … enfim, de todos os jeitos e feitios. Isto evitará que o cão receie interagir com pessoas estranhas no futuro. Dado que a agressividade canina é muitas vezes alavancada por medos e fobias, estes têm de ser prevenidos desde tenra idade. Também logo que possível, deve ser proporcionado o convívio cauteloso e muito positivo com outros animais, da mesma espécie e de outras. Devem desde cedo habituar-se a viajar de automóvel, comboio ou outros meios que se preveja virem a fazer parte da vida familiar futura. Como as pessoas, os cães aprendem ao longo de toda a vida. O treino de obediência, frequentemente exercitado pelos seus donos, reforça o vínculo emocional entre estes e o animal. Por outro lado, o treino potencia o autocontrolo – factor extraordinariamente importante para ajudar o cão a gerir equilibradamente os seus impulsos, o que se traduzirá em bons comportamentos, mesmo nas situações mais desafiantes. Nos últimos anos as sociedades têm evoluído no sentido de criar serviços e produtos que ajudam os donos a cuidar bem dos seus animais de companhia. Portanto, vai deixando de ser aceitável vermos cães cuja sanidade física e mental não seja devidamente acautelada pelos seus responsáveis. Assim teremos cada vez mais cães com uma vida boa. E num futuro próximo, “vida de cão” significará vida de lorde. Sílvia Machado, fundadora do Instituto do Animal e professora universitária. A autora não segue o Acordo Ortográfico. PETS em revista | 11
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LEISHMANIOSE: O QUE É? COMO PREVENIR? Texto por Isabel Pereira da Fonseca, Médica Veterinária, Profª Associada Agregada, do Departamento de Sanidade Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa
A Leishmaniose canina é uma doença parasitária causada pelo protozoário Leishmania infantum e distribuída por mais de 70 países em quatro continentes. O cão é o principal hospedeiro reservatório e, em Portugal, que é um país endémico, estima-se que 110 mil cães estejam infetados embora muitos não manifestem a doença. Os humanos, os gatos, as raposas, os lobos, os chacais, os roedores, entre outros, podem, igualmente, ser afetados por Leishmania. A transmissão do parasita que se localiza principalmente na medula óssea, gânglios linfáticos, baço, fígado e pele, é feita, sobretudo, por pequenos insetos fêmeas do género Phlebotomus que inoculam o parasita na pele do cão quando se alimentam. Estes insetos de cor amarelo-clara vivem nos abrigos de animais, habitações, caixotes de lixo, jardins, matas, etc. e alimentam-se, preferencialmente, ao final do dia. A principal via de transmissão é através do inseto, embora a transfusão sanguínea, o contacto direto, a transmissão venérea e a transmissão mãe-filho também possam ocorrer. Os cães que vivam no exterior, que passem muito tempo fora de casa, de raças exóticas, de pelo curto e com idade igual ou superior a 2 anos correm maior risco de infeção. O período de incubação da leishmaniose varia de 1 mês a 2 ou mais anos e os sinais clínicos mais comuns são: aumento dos gânglios linfáticos, crescimento exagerado das unhas, perda de pelo, úlceras e descamação da pele, emagrecimento, atrofia muscular, sangramento nasal, anemia, alterações dos rins, fígado e articulações, entre outros. O diagnóstico é essencialmente clínico e confirmado por análises laboratoriais para detetar o parasita e avaliar o estado geral do animal. Se o seu cão for positivo nas análises, mas não tiver sinais clínicos pode significar, apenas, um contacto anterior com o parasita, e o animal pode nunca vir a manifestar a doença. No entanto, o cão é portador e se o parasita se encontrar na pele, poderá ser transmitido ao inseto. Uma vez mais deverá prevenir a picada do flebótomo, utilizando inseticidas com efeito repelente, e fazer controlo laboratorial regular para monitorizar a evolução.
Aspeto do crescimento exagerado das unhas (onicogrifose) em cão com leishmaniose.
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Isabel Pereira da Fonseca Se o seu cão tiver leishmaniose deve cumprir rigorosamente o tratamento recomendado pelo Médico Veterinário, melhorar a qualidade da alimentação (existem rações específicas para casos de leishmaniose) e continuar sempre a prevenir a picada do flebótomo utilizando inseticidas com efeito repelente. A leishmaniose canina é uma doença de carácter crónico e o tratamento nem sempre é eficaz, havendo necessidade de controlos regulares. A eutanásia dos cães doentes que não possam ser tratados deverá ser equacionada. Os humanos podem contrair leishmaniose por contactar com o cão doente? O parasita é fundamentalmente transmitido pela picada do inseto flebótomo e o risco de contrair leishmaniose é pequeno em humanos saudáveis. A leishmaniose humana ocorre, principalmente, nas populações mais carenciadas em áreas rurais e suburbanas ou em indivíduos imunodeprimidos (infetados com VIH/SIDA, transplantados, crianças com menos de 5 anos, etc.). No Homem, quando o tratamento é feito corretamente, a percentagem de cura é acima dos 95%. Para prevenir a infeção por Leishmania e/ou a leishmaniose deve: aplicar, regularmente, no seu cão, inseticidas com efeito repelente para impedir a ação do flebótomo; aconselhar-se com o Médico Veterinário sobre a vacinação e medicação preventiva; manter um bom estado de saúde do animal; não utilizar como reprodutores animais que já tiveram a doença; fazer análises, anualmente, para deteção precoce do parasita sobretudo se o seu cão viver numa área endémica; eliminar locais de criação dos insetos (zonas com lixo acumulado, vasos com água) e usar eletrocutores e redes, preferencialmente impregnadas com inseticidas, nos canis; ponderar a plantação de buganvílias, rícino e outras plantas com propriedades repelentes e inseticidas naturais para afastar os flebótomos. A prevenção é a melhor arma contra esta doença zoonótica.
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DESPARASITAR COM PRODUTOS DE ORIGEM NATURAL A nossa representada AB7 de Toulouse-França,
Nos testes realizados em desde há alguns anos, tem procurado através do seu mercado Nacional, em meados França, pelas autoridades comdepartamento de veterinária, apostar na pesquisa de 2015, a linha de produtos para animais domésticos (cães petentes, foi conclusivo sobre o de matérias-primas de origem natural. A linha de e gatos) PILOU REPUL7 que facto de que as crianças, após produtos PILOU REPUL7 actualmente à venda representa o princípio de introacariciarem os cães, apresentaem Portugal, através da nossa Empresa, é apenas dução no mercado de produtos vam, nas mãos e ao redor da repelentes de origem natural boca, resíduos de insecticidas o início de uma série de desenvolvimentos no químicos com máximos muito sentido de encontrar substâncias naturais que, por produzidos a partir de óleos essenciais biológicos, que sejam superiores aos limites estabelecienquanto, externamente possam desparasitar os seguros para as pessoas, princidos como toleráveis, razão pela qual muitos insecticidas foram animais domésticos que nos servem de companhia. palmente para as crianças, para Tanto os nossos parceiros como nós estamos os animais e para o nosso meioconsiderados perigosos, como por exemplo o Diazinon e o convencidos que esta linha de conduta levará a que, -ambiente. Aliás na mesma linha de Dimpylate, e banidos em muino futuro, todos os produtos desparasitantes, e não parceria que temos com a AB7, tos países para uso doméstico. só, sejam fabricados assim. desde há quatro anos, que lanTambém o departamento çámos em Portugal a pulseira dos USA de HOUSING & URBAN DEVELOPMENT em conjunto com a Agência de Pro- anti mosquitos com a nossa marca EZALO, igualmente à base de tecção Ambiental, conduziu uma pesquisa aleatória em residências substâncias naturais, que permite aos seres humanos uma defesa privadas dos USA e chegaram às seguintes conclusões: “Grande eficaz contra melgas e mosquitos mesmo para aqueles mosquitos parte dos pavimentos das residências tinha comensuráveis níveis de portadores do vírus que provoca o DENGUE e o ZIKA. Esta insecticidas que poderiam afectar os habitantes desses lares, sendo pulseira continua a ser a única licenciada pela DGS e detém testes os mais comumente detectados: permethrin (89%), chlorpyrifos de eficácia reconhecidos em vários países Europeus. Certamente que a esta classe de produtos irão aderir, no início, os (78%), chlordane (64%), piperonyl butoxide (52%), cypermethrin cidadãos mais conscientes com a defesa ambiental, os profissionais (46%), e fipronil (40%)”. Como o nosso comporta- de veterinária e os donos dos animais, mas estamos convencidos que, em geral, chegarão mento para com os animais progressivamente, todos os cidadãos, utilização de prodomésticos mudou e é, cres- à conclusão dos efeitos benéficos da origem natural. centemente, mais baseado no dutos baseados em substâncias de contacto físico com os nossos amigos de quatro patas (muitos deles dormem com as nossas crianças) esse prolongado contacto faz com que tenhamos de ter mais atenção aos riscos inerentes que provêm dos pesticidas químicos com que temos, até à data, protegido os nossos animais contra os parasitas que os infestam. Daí que a nossa Empresa, PROCASA, que representa a AB7 em Portugal desde o início deste século, resolveu aderir à aposta da sua representada e lançámos no
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DAR CUIDADOS É SABER AMAR No cuidado dos nossos animais de estimação ainda há muito que podemos fazer para o melhorar. A Nature Pets dá mais um passo nesse sentido. Alimentação natural biologicamente adequada, consultas de Etologia Clínica e terapia Reiki são as formas de proporcionar uma vida mais saudável, equilibrada e feliz ao seu membro da família de quatro patas, a todos os níveis.
Fundada com o objetivo de proporcionar uma vida melhor aos cães e gatos de estimação, a Nature Pets distingue-se pela criação e comercialização da alimentação natural BARF (Biologically Adequate Raw Food), ou seja, Alimentação Adaptada à Biologia do Animal. É uma dieta crua adequada a cães e gatos, composta por carne fresca, ossos carnudos triturados, vísceras e uma pequena percentagem de legumes (15 por cento para os cães, cinco por cento para os gatos) e que pretende aproximar os animais das suas origens. Sílvia Santos, fundadora deste empreendimento, esclarece-nos que a ração seca não é a mais adequada e “os nossos animais comem-na porque não podem dizer não”. Cada embalagem de BARF corresponde à dose diária individual que deverá ser ingerida pelo seu animal. O produto chega até si congelado (por uma questão de segurança e higiene alimentar) e o conteúdo assemelha-se a carne picada. As vantagens desta alimentação são imensas, a começar, desde logo, por também serem de uso prático: “basta descongelar no dia anterior e servir”. Os resultados são “estrondosos, imediatos” e são sentidos a nível do pelo, da pele, do peso, do comportamento e até da atividade do animal. As doses são personalizadas às necessidades de cada animal, de acordo com a sua idade, peso e raça.
Todos estes benefícios traduzem-se em aumento de qualidade de vida do animal e até do dono, que usufruirá da convivência com um animal de estimação mais feliz e mais saudável. A longo prazo, é dinheiro que se poupa em idas ao veterinário. Consultas de Etologia Clínica e Terapia Comportamental Dentro e fora de casa, é esperado que um animal de estimação se saiba comportar. Há, todavia, diversos comportamentos considerados prejudiciais que o seu cão poderá apresentar: desobediência na rua, vocalização excessiva, comportamento destrutivo, fobias, ansiedade de separação, comportamentos agressivos, inadequados e/ou compulsivos, entre outros. “Nós estamos aqui para isso”, afirma a nossa interlocutora. “Deslocamo-nos até ao lar, fazemos a avaliação, apresentamos um relatório clínico com o diagnóstico e auferimos a terapia comportamental adequada, bem como a nossa previsão da duração do tratamento”. Depois, cabe aos donos participarem no processo e darem continuidade ao tratamento. Terapia de Reiki para animal O Reiki é considerado um tratamento holístico completo e de eficácia cada vez mais
comprovada pela ciência. É uma técnica de canalização energética que vai alinhar os meridianos energéticos do corpo, através da imposição das mãos no animal. Esta terapia tem impacto a nível físico, mas também mental e emocional. Os animais “são muito recetivos” a esta técnica. O Reiki é indicado particularmente nos seguintes casos: em situações cirúrgicas; para tratar problemas comportamentais; na cura de problemas no sistema digestivo, circulatório, nervoso e reprodutivo; no tratamento de traumas profundos; no auxílio do trabalho de parto das fêmeas; auxilia no alívio das dores. Como terapia complementar, o Reiki pode e deve ser usado como complemento aos tratamentos médico-veterinários. Nature Pets A Nature Pets é um empreendimento recente, tendo surgido no último trimestre de 2018. Sílvia Santos acredita que cada vez mais há uma maior consciencialização do animal enquanto ser vivo, mas ainda há muito caminho a percorrer. A alimentação BARF, a terapia comportamental e a prática de Reiki, em conjunto, proporcionam uma qualidade de vida excecional para o seu animal de estimação, que é, afinal, um membro da família. De que está à espera para os contactar?
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CONTACTOS ÚTEIS • Proteção Animal Animais de Rua -Número solidário: 760 300 161 (€0,60 + IVA)
• Comportamento Animal Instituto do Animal: 218 680 421
• Funerais para Animais PerPETuate - Serviço fúnebre ecológico: 910 951 180
• Registo de Animais (Microchip) SICAFE - Sistema de Identificação de Canídeos e Felídeos: 213 239 736
• Adoção de Animais Animalife: 707 309 233
• Banhos e Tosquias 101 Serviços - Banhos e Tosquias ao Domicílio (Grande Lisboa e Margem Sul): 916 630 892
• Hotéis para Cães e Gatos Pet Hotel Gaia: 227 840 230 Monte dos Vendavais (Lisboa): 913 795 080 Hotel do Cão (Algarve): 963 876 246 Hotel do Gato (Algarve): 963 876 246
• Autoridades GNR (Serviço de Proteção à Natureza) 213 217 000 | 808 200 520 PSP (Defesa Animal e Brigada de Proteção Ambiental) 217 654 242
• Serviços Veterinários Centro Hospitalar Veterinário (Porto): 226 155 158 Hospital Veterinário de Lisboa: 217 168 548 Hospital Veterinário de Coimbra: 239 099 777 Hospital Veterinário de Braga: 253 693 121 Hospital Veterinário Trás-os-Montes: 259 328 918 Hospital Veterinário de Aveiro: 234 386 427 Hospital Veterinário de Leiria: 244 833 073 Hospital Veterinário do Algarve: 289 806 057
Nome do medicamento veterinário Seresto coleira 1,25 g + 0,56 g para gatos e cães ≤ 8 kg. Número de autorização: 365/03/11DFVPT. Data da autorização: 8 de Agosto de 2011. Espécies alvo Felinos (gatos), caninos (cães ≤ 8 kg). Indicações terapêuticas Gatos: Tratamento e prevenção de infestações por pulgas (Ctenocephalides felis) durante 7 a 8 meses. Protege o ambiente envolvente do animal contra o desenvolvimento das larvas de pulga durante 10 semanas. O medicamento veterinário pode ser utilizado como parte de uma estratégia de tratamento para o controlo da Dermatite Alérgica a Picada de Pulga (DAPP). O medicamento veterinário tem uma eficácia acaricida (mata) (Ixodes ricinus, Rhipicephalus turanicus) e repelente (impede a alimentação) persistente contra infestações por carraças (Ixodes ricinus) durante 8 meses. É eficaz contra larvas, ninfas e carraças adultas. As carraças já presentes no gato antes do tratamento podem não morrer nas 48 horas após a colocação da coleira, podendo permanecer fixadas e visíveis. Assim, é recomendada a remoção das carraças presentes no gato no momento da colocação. A prevenção de novas infestações por carraças inicia-se nos dois dias após a colocação da coleira. Cães: Tratamento e prevenção de infestações por pulgas (Ctenocephalides felis, C. canis) durante 7 a 8 meses. Protege o ambiente envolvente do animal contra o desenvolvimento das larvas de pulga durante 8 meses. O medicamento veterinário pode ser utilizado como parte de uma estratégia de tratamento para o controlo da Dermatite Alérgica a Picada de Pulga (DAPP). O medicamento veterinário tem uma eficácia acaricida (mata) contra infestações por carraças (Ixodes ricinus, Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor reticulatus) e uma eficácia repelente (impede a alimentação) persistente contra infestações por carraças (Ixodes ricinus, Rhipicephalus sanguineus) durante 8 meses. É eficaz contra larvas, ninfas e carraças adultas. As carraças já presentes no cão antes do tratamento podem não morrer nas 48 horas após a colocação da coleira, podendo permanecer fixadas e visíveis. Assim, é recomendada a remoção das carraças presentes no cão no momento da colocação. A prevenção de novas infestações por carraças inicia-se nos dois dias após a colocação da coleira. O medicamento veterinário oferece proteção indireta contra a transmissão dos agentes patogénicos Babesia canis vogeli e Ehrlichia canis pela carraça vetor Rhipicephalus sanguineus, reduzindo assim o risco de babesiose canina e erliquiose canina durante 7 meses. Redução do risco de infeção com Leishmania infantum transmitida por flebótomos por um período de até 8 meses. Tratamento de infestação por piolhos mastigadores (Trichodectes canis). Precauções especiais para utilização em animais Não aplicável. Precauções especiais a adoptar pela pessoa que administra o medicamento aos animais Manter o saco com a coleira dentro da embalagem exterior até à utilização. Como para qualquer medicamento veterinário, não deixar as crianças pequenas brincar com a coleira ou colocá-la na boca. Os animais que usam a coleira não devem dormir na cama com os seus donos, especialmente as crianças. As pessoas com hipersensibilidade conhecida aos componentes do medicamento veterinário devem evitar o contacto com o mesmo. Deitar fora imediatamente quaisquer restos ou pedaços cortados da coleira. Lavar as mãos com água fria após a colocação da coleira. Medicamento veterinário não sujeito a receita médico-veterinária. Leia cuidadosamente as informações constantes do acondicionamento secundário e do folheto informativo e, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consulte o médico veterinário. 18 | PETS em revista
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