QG Espaço de Coworking - TFG

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

QG ESPAÇO DE COWORKING O espaço de trabalho contemporâneo e a influência do conceito colaborativo

Relatório Final apresentado à disciplina Introdução ao Trabalho Final de Graduação 02 (ITFG 02), como requisito para avaliação da III unidade do semestre letivo 2014.1 Autor: Philippe de Sousa Pinheiro Orientador: Prof. Me Hélio Takashi Maciel de Farias

Natal, RN Novembro de 2014


Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Biblioteca Setorial de Arquitetura.

Pinheiro, Philippe de Sousa. QG espaço de coworking: o espaço de trabalho contemporâneo e a influência do conceito colaborativo/ Philippe de Sousa Pinheiro. – Natal, RN, 2014. 81f. : il.

Orientador: Hélio Takashi Maciel de Farias. Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura. 1. Projeto arquitetônico – Monografia. 2. Coworking – Monografia. 3. Escritório – Monografia. 4. Edifício empresarial – Natal/RN – Monografia. I. Farias, Hélio Takashi Maciel de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE15

CDU 72.012.1


RESUMO

Este trabalho consiste em um anteprojeto arquitetônico de uma edificação empresarial com ênfase no conceito de Coworking. Para tanto, discute-se sobre os modelos de trabalho contemporâneos e a influência desse conceito colaborativo no espaço edificado. O universo de estudo compreende a cidade de Natal/RN e seu comportamento diante destes novos elementos inseridos no espaço urbano, por ser uma cidade com desenvolvimento econômico com dinâmica principalmente turística. Traçamos as análises das tendências de espacialização e setorização, bem como a situação da proposta do escritório colaborativo desenvolvida neste trabalho. Por ser um conceito muito recente, ainda não há estudos suficientes em arquitetura que embasem propostas de espaços com esta intenção colaborativa, ou seja, falta compreensão de quais são suas causas e principalmente, quais são suas consequências, para a arquitetura, o mercado imobiliário e para a construção civil.

Palavras-chave: Natal/Brasil.

projeto

de

arquitetura;

coworking;

escritório;

empresarial;


ABSTRACT

This work consists of an architectural projetct of a business building with an emphasis on the concept of Coworking. To this end, we discuss about the models of contemporary work and the influence of this collaborative concept in built space. The universe of study comprises the city of Natal/RN and their behavior on these new elements within the urban space, being a city with economic development with mainly

tourist

dynamics.

Plotted

the

analysis

of

trends

and

spatial

compartmentalization, as well as the situation of the proposed collaborative office here reported. Because it is a very recent concept, there are not enough studies in architecture that could support proposals for collaborative spaces with this intention, ie, lack of understanding what are its causes and more importantly, what are its consequences for architecture, real estate and for construction.

Keywords: architecture design; coworking; office; business; Natal/Brazil.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por tudo, sem Ele eu nada seria. Agradeço a minha família, por todo o apoio, amor e dedicação em minha educação e disciplina. Ao amor da minha vida, minha noiva Claudia Rossetto, bem como seus pais Claudio e Luzia Rossetto, por todo o amor, doçura, carinho e suporte em todos esses anos de curso. À minha irmã, Thuane Pinheiro, que me apoia sempre quando mais eu preciso dela independentemente de qualquer coisa. À minha mãe, Karina Borja, com quem partilho a paixão pelas artes. E em especial o meu pai, Juarez Pinheiro, me ensinou tudo que eu sei sobre a vida, foi por causa dele que resolvi estudar arquitetura e é a ele a quem dedico este trabalho. Aos meus professores, em especial à Prof.ª Dr.ª Ângela Ferreira e ao Prof. Me. Hélio Takashi, pela competência e orientação no complicado trajeto que percorri nesses longos anos de curso. Às arquitetas Rani de Moraes e Sandra Albino pela expertise e experiência na profissão que me ajudaram a concluir esse trabalho com excelência acadêmica. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que me acolheu e me proporcionou momentos e experiências maravilhosos que levarei para minha vida pessoal e profissional.

E a todas as pessoas que ajudaram direta e indiretamente para que a realização deste trabalho se tornasse possível.


LISTA DE IMAGENS Figura 1 – Prospectiva de coworkers até 2018. Fonte: <http://www.movebla.com/3006/previsoes-coworking-1-milhao-decoworkers-ate-2018>. Figura 2 – Infográfico da diferença entre o mercado tradicional e o consumo colaborativo. Fonte: <www.collaborativeconsumption.com> Figura 3 – Esquema realizado pela Movebla. Fonte: <http://www.movebla.com/2222/pesquisa-coworking-no-brasil-dia-5-apercepcao-sobre-coworking>. Figura 4 – Relação de espaços de coworking no mapa de São Paulo. Fonte: Google Maps com alterações do autor.

13

Figura 5 – Gráfico gerado pelo site Movebla. Fonte: <http://www.movebla.com/2178/pesquisa-coworking-no-brasil-2013sobre-uso-e-acesso-aos-espacos/>. Figura 6 – Tabela de motivos do uso dos espaços de coworking. Fonte: <http://www.movebla.com/2205/pesquisa-coworking-no-brasil-parte-4-ocoworker-dentro-do-espaco>. Figura 7 – Percentual da preferência da quantidade de pessoas por espaços de coworking. Fonte: Infogr.am com modificações do autor. Figura 8 – Encarte publicitário do Mesa Anexa Coworking Space. Fonte: Bruno Oliveira.

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Figura 9 – Layout do Mesa Anexa. Fonte: Arq. Leonardo Dias.

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Figura 10 – Recepção. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 11 – Recepção e Lounge. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 12 – Lounge. Fonte: Acervo pessoal.

38

Figura 13 – Copa e Lavabo. Fonte: Acervo pessoal.

38

Figura 14 – Sala de Reunião. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 15 – Espaço de Coworking. Fonte: Acervo pessoal.

39

Figura 16 – Sala de Atendimento. Fonte: Acervo pessoal.

39

Figura 17 – Centro Empresarial Cidade Jardim. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 18 – Gráfico sobre Capim Macio. Fonte: IBGE (2007) apud SEMURB.

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Figura 19 – Mapa dos serviços em Capim Macio. Fonte: Google Maps com alterações do autor.

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Figura 20 – Encarte do Elephant Coworking. Fonte: Elephant Coworking.

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Figura 21 – Sala de Coworking. Fonte: Acervo pessoal.

44

18 23 28

30 32 35


Figura 22 – Sala de Reunião Informal. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 23 – Sala de Reunião Formal. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 24 – Recepção/Lounge. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 25 – Sala de Treinamento. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 26 – Sala Aceleradora. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 27 – Refúgio do Elefante, em Fortim/CE. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 28 – Elephant Coworking. Fonte: Google Street View.

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Figura 29 – Recepção e Sala de Treinamento (mezanino). Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 30 – Situação do Elephant no bairro da Aldeota, em Fortaleza/CE. Fonte: Google Maps.

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Figura 31 – Lista de locais próximos ao Elephant Coworking. Fonte: Elephant Coworking.

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Figura 32 – Sala, varanda e piscina integradas. Fonte: <http://freshome.com/2014/05/28/sustainable-modern-country-homecolombia-drawing-landscape/>. Figura 33 – Relações tênues entre externo e interno. Fonte: <http://freshome.com/2014/05/28/sustainable-modern-country-homecolombia-drawing-landscape/>. Figura 34 – Elementos sólidos e vazios dispostos de maneira complementar. Fonte: <http://freshome.com/2014/05/28/sustainable-modern-country-homecolombia-drawing-landscape/>. Figura 35 – Fachada frontal no fim da tarde. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/601445/tresarca-assemblagestudio

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Figura 36 – Detalhe da pele de aço perfurado. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/601445/tresarca-assemblagestudio

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Figura 37 – Corte esquemático. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/601445/tresarca-assemblagestudio

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Figura 38 – Loft residencial em São Paulo. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 39 – Cimento queimado e Estrutura em preto fosco. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 40 – Espaços integrados. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 41 – Iluminação natural e indireta. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 42 – Cozinha integrada. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 43 – Home Theatre. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 44 – Mezanino. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 45 –Banheiro sóbrio e moderno. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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49 49 50


Figura 46 – Layout dos dois pavimentos. Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/

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Figura 47 – Gráfico de Ventilação predominante sobreposto à Carta Solar para Natal/RN. Fonte: LabCon/UFRN. Figura 48 – Imagem de satélite da área de projeto, com o terreno destacado em vermelho e identificação de Hotéis e Restaurantes no entorno. Fonte: Google Maps com alterações do autor. Figura 49 – Vista aérea da área com destaque para o terreno. Fonte: Google Maps com alterações do autor.

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Figura 50 – Foto do terreno capturada pelo Google Street View. Fonte: Google Street View (setembro de 2012).

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Figura 51 – Topografia simplificada do terreno. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 52 – Terreno, Carta solar e ventos predominantes sobrepostos. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 53 – Simulação de insolação às 10 horas (esq.) e 16 horas (dir.). Fonte: produzido pelo autor no software Autodesk Vasari Beta 3.

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Figura 54 – Túnel de Vento em perspectiva. Fonte: produzido pelo autor no software Autodesk Vasari Beta 3.

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Figura 55 – Zoneamento. Fonte: Acervo pessoal.. Figura 56 – Fluxograma. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 57 – Foto ilustrativa do conceito. Fonte: http://br.blog.zyncro.com/wp-content/uploads/2011/08/trabalho-praia.png

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Figura 58 – Logotipo. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 59 – Croquis. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 60 – Volumetria no Autodesk 3DS Max. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 61 – Volumetria depois da orientação do Prof. Petrus. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 62 – Volumetria com a volta dos elementos primeira indicações de acessos. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 63 – Perspectiva externa diurna, fachada nordeste. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 64 – Perspectiva externa diurna, fachada sudoeste. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 65 – Perspectiva externa noturna, fachada nordeste. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 66 – Perspectiva externa noturna, fachada sudoeste. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 67 – Perspectiva interna, espaço de coworking. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 68 – Perspectiva interna, copa. Fonte: Acervo pessoal.

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Figura 69 – Perspectiva interna, área das mesas. Fonte: Acervo pessoal.

77

58 58

69


LISTA DE TABELAS Tabela 70 – Prescrições Urbanísticas Fonte: Plano Diretor de Natal. Tabela 71 – Pé-direito e áreas mínimas. Fonte: Código de Obras Tabela 72 – Pré-Dimensionamento. Fonte: Acervo pessoal.

60 61 68


SUMÁRIO LISTA DE IMAGENS LISTA DE QUADROS INTRODUÇÃO 1.

CONTEXTUALIZAÇÃO 1.1. 1.2. 1.3. 1.4.

2.

PROCESSO HISTÓRICO SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO CONSUMO COLABORATIVO MODELOS DE TRABALHO  ESCRITÓRIO TRADICIONAL  ESCRITÓRIO VIRTUAL  HOME OFFICE  COWORKING

14 17 18 20 20 21 21 22

CARACTERÍSTICAS DO COWORKING

25

2.1. PERFIL DO COWORKER 2.2. RELAÇÃO COM A CIDADE  COWORKING EM SÃO PAULO 2.3. ESCALA DO EDIFICIO 2.4. ESPAÇO INTERNO 2.5. ESTAÇÕES DE TRABALHO 3.

ESTUDO DE REFERÊNCIAS 3.1. DIRETO  MESA ANEXA COWORKING SPACE – NATAL/RN  ELEPHANT COWORKING – FORTALEZA/CE 3.2. INDIRETO

4.

9 13

ANTEPROJETO 4.1. CONDICIONANTES AMBIENTAIS  CIDADE  BAIRRO  TERRENO 4.2. CONDICIONANTES LEGAIS

25 26 28 31 31 34 35 35 35 43 48 55

CONCEITO NOME, CROQUI E VOLUMETRIA MEMORIAL DESCRITIVO PERSPECTIVAS CONCLUSÃO

55 55 56 57 59 59 60 62 64 65 66 67 69 69 70 70 71 73 75 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

79

  

PLANO DIRETOR CÓDIGO DE OBRAS CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 4.3. CONDICIONANTES FUNCIONAIS

    

TOPOGRAFIA MAPA DE INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ZONEAMENTO FLUXOGRAMA 4.4. PROPOSTA FINAL

   


9 INTRODUÇÃO O Coworking, como é conhecido, consiste em um conceito muito recente e traz consigo uma série de consequências para o mercado de trabalho ainda incompreendidas, tanto pelos adeptos quanto aos estudiosos da área de administração, economia e empreendedorismo, por exemplo, onde o tema é mais recorrente. Sabe-se que Natal tem espaços de trabalho colaborativo disponíveis desde o ano de 2012. Segundo José G. Quaresma e Carlos Gonçalves (2013), o Coworking é o cruzamento do Escritório Virtual e o Home Office. Ele diz que é “um grupo de pessoas que trabalham independentes umas das outras, mas que partilham formas de estar e valores e que procuram sinergias1”. Os espaços de Coworking são ambientes de trabalho livres, desfrutando de um networking2 mais facilitado. Nesses espaços, várias microempresas, Start Up3, freelancers4 coexistem naturalmente. Coworking é um escritório compartilhado por diversos profissionais de diferentes empresas e diferentes ramos empresariais. Esses profissionais dividem não apenas os custos, como água, eletricidade ou internet, mas a proposta é que compartilhem o mesmo espaço físico, conversando, trocando experiências e aumentando seu networking. É um modelo útil para grandes empresas adotarem internamente também, quando os funcionários dependem uns dos outros para oferecer um produto/serviço muito mais integrado. Os avanços tecnológicos moldam cada vez mais os modelos, as formas e os padrões de trabalho e, como consequência, influenciam os gostos, as atitudes e as decisões. Estamos a falar um conceito de negócios inovador, criador, diferenciador, como temos verificado. Os centros de negócios, como todas as franjas produtivas, alavancam-se cada vez mais apoiados nas novas ferramentas. Para que um centro de negócios evolua e os seus serviços se tornem ainda mais personalizados e eficazes é fundamental acompanhar o desenvolvimento tecnológico. A gestão vê-se confrontada com o aumento da qualidade, exigida cada vez mais pelos clientes deste tipo de serviço. (QUARESMA; GONÇALVES, 2013)

Os edifícios são projetados de forma versátil e multiuso, principalmente edifícios comerciais, empresariais e corporativos. Mas de uma forma ou de outra seccionando os espaços a fim de definir os limites de cada inquilino. Com esse novo conceito, tais paradigmas são superados e todos passam a se relacionar num mesmo ambiente. Compartilhando desde os custos até suas experiências, a proposta físico-espacial do networking. 1

Sinergia s.f. 1. MED. Associação de vários órgãos para a execução de movimento ou função orgânica. (SANTIAGO-ALMEIDA,... 2011). Segundo o site Significados.com.br sinergia significa cooperação. 2

Networking é a rede de contatos que o profissional se relaciona durante sua carreira.

3

Startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. (MOREIRA, 2010). 4

Freelancer é um termo inglês que denomina profissional autónomo, que se emprega em várias empresas ao mesmo tempo ou que gere, e realiza os seus projetos de forma individual e independente. (MARTELO, 2009).


10 De acordo com jornalista Anderson Costa, criador do site brasileiro sobre coworking Movebla, em entrevista a revista eletrônica Deskmag: Coworking (no Brasil) está em um estágio conceitual anterior, uma vez que ainda é visto mais como uma ferramenta de negócios do que uma comunidade. É um método que está sobrevivendo, embora rodeado pela cultura de trabalho tradicional. Brasil está crescendo muito rápido, mas os métodos não-tradicionais estão começando agora. Ele ainda deu pequenos passos para uma mudança tão grande, se comparado com a Europa e os EUA. Iniciativas como coworking e escritórios compartilhados estão em alta demanda aqui. (ORLANDI, 2013)

E a cidade de Natal/RN apresenta um quadro ainda incipiente no que se refere a colaboração entre pessoas e coworking, por ser uma cidade relativamente pequena, com uma área aproximada de 171 Km² e uma população de 810.780 habitantes (IBGE, 2011). Porém, como já foi verificado, existem alguns espaços de coworking recentemente criados em menos de um ano. E é essa fagulha, nesse contexto de transformação mundial, que será aproveitada para a realização deste TFG, sob o tema “Modelos contemporâneos de trabalho – Coworking”, resumido no seguinte objeto de estudo: O espaço de trabalho contemporâneo e a influência do conceito colaborativo. O universo de estudo compreende a cidade de Natal e seu comportamento diante destes novos elementos inseridos no espaço urbano. Por ser uma cidade com desenvolvimento econômico com dinâmica principalmente turística e número de adeptos do coworking menos significativo, servirá como uma tela em branco para traçarmos as análises das tendências de espacialização e setorização, bem como a situação da proposta do escritório colaborativo desenvolvida neste trabalho. Dessa forma o objetivo geral é, principalmente, o Anteprojeto Arquitetônico de uma edificação empresarial com ênfase no conceito de Coworking. E quanto aos objetivos específicos podemos pontuar: 

Compreender o funcionamento de espaços de coworking;

Zonear as áreas de interesse para essa prática em Natal/RN;

Propor um Anteprojeto Arquitetônico de um edifício seguindo essas características de intuito colaborativo;

Contribuir com estudos sobre espacialidades e formas contemporâneas de trabalho no âmbito da Arquitetura e Urbanismo.

As razões que levam à necessidade de um projeto como esse são numerosas, tendo em vista que o papel do arquiteto na sociedade é conhecer o espaço, e seus agentes modificadores além de entender o seu uso, ou o que impulsiona seus usuários há fazer isso. Por consequência, as pesquisas sobre o assunto no que cerca a Arquitetura e Urbanismo, pelo menos no Brasil, ainda são inexistentes. O conhecimento dessa temática abre perspectiva para outros trabalhos finais de graduação ou pós-graduação. Na bibliografia relacionada que foi reunida para realização deste projeto de pesquisa temos: o e-book “Out of the Office” pelos autores portugueses José G. Quaresma e Carlos


11 Gonçalves, no qual o tema é especificamente espaços de coworking e escritórios virtuais. “O que é meu é seu: como o consumo colaborativo vai mudar nosso mundo” por Rachel Botsman e Roo Rogers (2010), onde é apresentado o conceito mais amplo das varias formas de consumo e sua aplicação no mundo. “Como planejar os espaços de escritórios: Guia prático para gestores e designers” por Juriaan van Meel, Yuri Martens, Hermen Jan van Ree, norteia o processo projetual dos espaços requeridos em vários tipos de escritórios, incluindo o colaborativo, dentre outros. Várias entrevistas, reportagens em vídeos com temas relacionados: como “Seis Graus de Separação” que explica a teoria de estarmos a seis contatos de qualquer pessoa no planeta, inspirado no experimento do sociólogo Stanley Milgram, em Boston, 1967. Foram levantadas leituras da bibliografia encontrada em relação ao tema e ao seu processo histórico, além da compreensão dos atores que levaram a surgir esse conceito. Foi realizado o estudo de caso no Espaço de Coworking Mesa Anexa, em Natal/RN: observando a configuração interna, estudo de uso do solo no bairro, os serviços adjacentes oferecidos, o perfil dos usuários, incluindo o próprio dono do estabelecimento através de uma entrevista. Além de um estudo de uso do solo nos limites do bairro onde o mesmo se encontra, para descobrir quais os serviços de suporte são oferecidos no entorno do empreendimento. A intenção inicial é realizar entrevistas com os empreendedores donos dos espaços e com os seus usuários, o que possibilitará um aprofundamento da percepção em primeira pessoa. Foram realizados estudos de referência direta nos outros espaços existentes em Natal, e Fortaleza como: o Mesa Anexa Espaço de Coworking, e o Elephant Coworking e indireta, através da internet, em alguns projetos espalhados pelo mundo que de uma maneira ou de outra traduzem completa ou parcialmente a linguagem arquitetônica, empírica e/ou decorativa que pretendo definir para o meu projeto. Pretende-se ir aos locais citados a fim de observar quais os ambientes e serviços disponíveis aos usuários, o que é necessário e/ou desnecessário existir num projeto dessa natureza; analisar êxitos e fracassos de projeto. Depois a pontuação no mapa de Natal e análise dos locais onde existem tais espaços, criando uma relação entre eles. Para completar as informações necessárias à pesquisa haverá contato com alguma dessas empresas. Ao sistematizar e analisar essas informações coletadas pode-se, enfim, determinar indícios de uma lógica de localização e apontamento das chamadas zonas de interesse para a implementação de um espaço com intenções colaborativas em Natal/RN. O Anteprojeto será realizado para um público-alvo de profissionais liberais de ambos os sexos com faixa etária entre 20 e 50 anos que estejam entrando no mercado de trabalho e pequenas empresas com este mesmo perfil. O local de implantação será definido durante as pesquisas que se fizerem necessário. Softwares com tecnologia BIM e 3D (Autodesk Revit, Project Vasari, 3DS Max) e de pós-produção (Adobe Photoshop, Illustrator,


12 Lightroom), auxiliarão o desenvolvimento da proposta seguindo a técnica do professor Vicente Del Rio (DEL RIO, 1998): 

Diagnóstico: Resultado da pesquisa e análise bibliográfica, além dos condicionantes ambientais, econômicos, topográficos e legais (Plano Diretor, Código de Obras, NBR 9050, Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, etc.);

Programa/Partido: Elaboração de Programa de Necessidades e Prédimensionamento, Fluxograma, Definição de conceito de projeto, Partido Arquitetônico Formal, etc.;

Desenvolvimento projetual: Compreende o Zoneamento, Definição da tipologia construtiva, Acessos, Diretrizes de conforto ambiental, Especificações diversas, Volumetria, Planta de Situação, Locação e Cobertura, Plantas Baixas, 04 Cortes (ou quanto mais se fizerem necessários), 04 Fachadas, e Maquete Eletrônica (Vistas Internas e Externas).

A estrutura do trabalho de pesquisa foi inspirada pelo filme de Charles e Ray Eames para IBM, chamado Powers Of Ten5 (1977), no qual o interlocutor explica as escalas de distância elevadas à potência de dez. E assim foi pensado o sumário: da escala humana (contextualização) ao macro (conceito geral) e de volta a escala nano (particularização).

5

Powers Of Ten O filme de 1977 explica ao espectador as noções de distancia do micro ao macro, e retornando ao micro. As imagens mostram um casal fazendo um piquenique no parque em Chicago, IL. A câmera vai se distanciando ao que seria a potência de 1.10 24 metros (100 milhões de anos luz) através do universo, e depois volta a se aproximar, volta ao casal e “penetra” na pele do homem até a marca de 10 -16 metros (0,000001 Ångströms), onde se encontram os átomos.


13 1. CONTEXTUALIZAÇÃO A GCUC 2014 (Global Coworking Unconference Conference) aconteceu na cidade do Kansas, nos EUA. Segundo os dados da Small Business Labs. Haverá um crescimento anual de 30% pelos próximos cinco anos, ou seja, serão um milhão de coworkers no mundo inteiro até 2018 e com aproximadamente 12 mil espaços em operação (fig. 1). Figura 1 - Prospectiva de coworkers até 2018.

Fonte: <http://www.movebla.com/3006/previsoes-coworking-1-milhao-de-coworkers-ate-2018>. Acessado em: 22 de maio de 2014

Determinadas empresas já usam ou usaram o conceito em seu cotidiano. Walter Isaacson (2011), no livro “Steve Jobs: A Biografia” relata uma das primeiras tentativas de prática desse conceito no meio corporativo pela empresa Sony, onde as equipes de Hardware e Software trabalhavam de forma colaborativa, a fim de criar um produto mais integrado, mas não tiveram muito sucesso. Em sua obra há uma citação de Jimmy Iovine, o chefe da Insterscope-Geffen-A&M e que ilustra esse momento: Como a Sony perdeu isso é completamente incompreensível para mim, uma cagada histórica. [...] Steve era capaz de demitir gente se as divisões não trabalhassem em conjunto, mas as divisões da Sony estavam em guerra umas com as outras. (IOVINE apud ISAACSON, 2011)

Tinha uma divisão de eletrônicos de consumo que fazia produtos elegantes e uma divisão de música com artistas adorados (entre os quais Bob Dylan). Mas cada divisão tentava proteger seus próprios interesses e a empresa como um todo nunca conseguia agir em conjunto para produzir um serviço de ponta a ponta. (ISAACSON, 2011)

Esse modelo foi utilizado também por Steve Jobs, na Apple. Durante a revolução gerada pela criação do iTunes, e posteriormente o iPod. Mas Jobs conseguia tornar tudo mais simples. A cooperação entre as equipes de Hardware e Software era, e ainda é tão


14 corporativa, que os seus produtos são perfeitamente integrados. Sob este aspecto, Isaacson comenta: Essa, é claro, era uma das belezas da estratégia de ponta a ponta de Jobs: as vendas de músicas no iTunes impulsionaram as vendas do iPod, que, por sua vez, incrementaram as vendas do Macintosh. O que tornava as coisas 6 ainda mais irritantes para Lack era que a Sony poderia ter feito o mesmo, mas nunca conseguiu que as divisões de hardware e software e de conteúdo remassem em harmonia. (ISAACSON, 2011)

Todo profissional que quer ter uma carreira autônoma, ou como freelancer, ou iniciando um pequeno negócio, se depara com inúmeros obstáculos. Os investimentos de um novo negócio tornam-se, na maioria das vezes, fadado ao fracasso antes mesmo de abrir as portas. A partir disso, percebe-se que para oferecer seus serviços, não precisavam alugar um ponto comercial. Pois toda a sua estratégia e marketing se dava via internet, criando assim o conceito de escritórios virtuais. As telecomunicações são decisivas em todo o processo organizacional. São elas que permitem optar por várias formas de trabalho, como o Escritório virtual. Todas elas se ligam e se potenciam como um todo. (QUARESMA; GONÇALVES, 2013)

O coworking faz parte de um conceito muito maior chamado de “Consumo Colaborativo”, no qual a própria população que se via refém do hiperconsumismo, fomentado desde os anos 1950, e está mudando seu estilo de vida para algo muito mais sustentável e que se prova promissor durante a década de 2000. Esse é, inevitavelmente, o nosso futuro. (BOTSMAN; ROGERS, 2010) 1.1.

PROCESSO HISTÓRICO

Num processo dialético, a tecnologia transforma o modo de viver da humanidade, facilitando a forma como o espaço ao nosso redor é utilizado, com novos conceitos e diferentes maneiras de pensar, criando espaços de tempo. As exigências do mercado de trabalho ao longo dos últimos 50 anos foram se modificando à medida que as gerações foram evoluindo. A série de cinco reportagens exibidas pelos repórteres do Jornal da Globo em dezembro de 2010 (e reapresentado em janeiro de 2011, pelo canal Globo News) mostra que o aprendizado dessas gerações serviu para repensar como seria possível trabalhar melhor, gerando diferentes formas de fazer as coisas. As gerações são os grupos de pessoas nascidas na mesma época, antes calculado que em 25 anos cada geração (mais ou menos, o tempo que se levava para a próxima geração substituíssem seus pais no mercado de trabalho). Mas nos últimos 50 anos, com os avanços da tecnologia, dos modos de produção, o ciclo cai para 10 anos, misturando as gerações que se seguiram.

6

Andrew “Andy” R. Lack, Chefe da Sony Music de 2004 à 2006. Negociou com Steve Jobs a venda das músicas da Sony pela iTunes Store


15 A sociedade japonesa, que ainda tem um regimento de hierarquia vertical SenpaiKohai7, onde os mais velhos mandam e os mais novos obedecem, vai contra o fluxo mundial onde muita empresa é comandada por pessoas com menos de 25 anos. Essas gerações tão diferentes estão atuando e se complementando no mercado de trabalho hoje. Entre eles existem as gerações BB (Baby Boomer), X, Y e Z. O “Baby Boomer” (nascidos entre 1945 e 1960) é um ótimo estrategista, desempenharia um ótimo papel no planejamento da empresa. O “X” (nascidos entre 1960 e 1980) estaria perfeitamente escalado para as tarefas de relatórios e orçamentos. Enquanto o “Y” (nascidos entre 1980 e 1990) se adequa perfeitamente na área prática, de criação, pela sua inquietude e ansiedade. Por fim, a geração “Z” (nascidos entre 1990 e 2010), são os multifuncionais, podendo estudar, acessar as redes sociais e escutar música ao mesmo tempo, sem se perder. É sabido que até a década de 1930, tinha-se um modo de trabalhar fabril e bem irregular, visava conquistas de bens materiais pela busca de notoriedade social entre os donos das empresas e sobrevivência dos operários, que moravam em ambientes insalubres e se locomovia a pé, bicicleta ou transporte público. A revolução industrial tornou possível a produção em larga escala e popularizando o uso de máquinas de escrever, telefones e a energia elétrica. Na década de 1940, os veteranos de guerra voltam para as suas casas, isso gerou uma explosão demográfica conhecida como a Geração Baby Boomer. Nesse período, o trabalhador foi ocupando os escritórios no centro da cidade, tornou-se fidelizado e duradouro, comprometido com o dever da permanência numa mesma empresa. Através do modelo Ford de produção os carros viraram um bem mais acessível, dominando a preferencia do trabalhador suburbano. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos deram asilo aos cientistas alemães, visando usufruir de sua tecnologia. Seguiu-se a Guerra Fria, uma disputa entre os governos americano e russo de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. Entre os anos de 1957 e 1975, no âmbito da tecnologia tivemos a corrida espacial, focando-se em atingir pioneirismos na exploração do espaço, vistos como necessários para a segurança nacional e símbolos da superioridade tecnológica e ideológica de cada país. A corrida espacial envolveu esforços pioneiros no vôo espacial humano sub-orbital e orbital em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua, além do lançamento de satélites artificiais, que acarretou em comunicação em tempo real em todo o planeta. Ná década de 1980, os trabalhadores tiveram o primeiro contato com os microcomputadores, uma tecnologia até então inacessível à população em geral (eram antes pouco conhecidas, máquinas grandes, estranhas, onerosas e destinadas a instituições

7

Senpai-Kohai é um termo japonês, em tradução livre: “Veterano-Novato”.


16 de tecnologia ou a grandes laboratórios como a NASA). A partir desse período a sociedade passou a valorizar o trabalho como algo ostensivo, em busca de títulos e bens pessoais, reflexo do seu esforço e dedicação ao trabalho, diversos filmes retratam bem esse pensamento, como Wall Street (1987), dirigido por Oliver Stone, que promovia a ganância e individualidade típica dos yuppies8. Enfim, nos anos 1990, ocorreu a popularização da internet, e com isso o surgimento de diversos empregos relacionados à comunicação e informação. Nesse período, uma nova geração entrou no mercado de trabalho com um pensamento completamente diferente. Trabalhar, a partir de então, se tornou sinônimo de prazer e realização pessoal, deixando os lucros como consequência e não como objetivo. Sendo assim, mudaram as relações no ambiente corporativo, a sua participação e a hierarquia dentro da empresa. Nesse contexto, as gerações que convivem entre si perceberam que tem autonomia para mudar as regras do mercado de trabalho, e dessa forma, temos diversos modelos contemporâneos de trabalho e nenhum deles é definitivo. (JORNAL DA GLOBO..., 2010) Mais uma vez, com a chegada do novo século nos anos 2000, as pessoas que atuavam no mercado evoluíram a forma de pensar. Se antes as empresas buscavam a coleta de informações como estratégia de mercado, hoje se sabe que mais importante que coletar essa informação, é a forma de utilizá-la, pois essas informações são agora compartilhadas. As gerações “Y” e “Z” estão ainda mais conscientes dos produtos e serviços com responsabilidade socioecológica criados nos anos que se seguem e nos próximos. O Consumo Colaborativo é a resposta ao estrago causado pelo hiperconsumismo no século XX. Podemos ver isso com as redes sociais, e com as chamadas empresas Startup’s como a Google, ou Yahoo. Nesse momento as empresas podem desenvolver e oferecer produtos e serviços muito mais integrados e responsivos. Nem ser chefe, nem ter uma carreira internacional. O que os jovens realmente querem para a própria trajetória é qualidade de vida. Pelo menos é o que mostra levantamento da Universum feito a pedido de EXAME.com. Dos 23 países analisados pela consultoria em 2013, os jovens de 20 deles apontaram o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional como o primeiro plano para a própria carreira. No Brasil, por exemplo, quase 60% dos entrevistados sonham com um emprego que garanta qualidade de vida. Mas não só. Eles também querem um trabalho estável e que ofereça um senso de propósito. (ABRANTES, 2014)

Ou seja, como as antigas linhas de produção criadas por Henry Ford em que cada fase do processo era completada até ser entregue um produto final, tornam-se agora uma rede de fluxos compartilhados onde todos os funcionários estão se comunicando e produzindo ao mesmo tempo. A hierarquia de conhecimento, outrora uma via de mão única, passa a ser horizontal e compartilhada. Se por um lado as cidades crescem ao longo dos anos e seus limites 8

Yuppie é uma derivação da sigla "YUP" (Young Urban Professional) geralmente usada com certa carga pejorativa estereotipada. Refere-se a jovens profissionais, geralmente de situação financeira abastada.


17 territoriais vão avançando, por outro, a sensação de distância vai se tornando menor. O desenvolvimento tecnológico fez com que 15 quilômetros de distância para alguém em 1945, não tenha a mesma conotação hoje, através do crescimento da cidade, da melhoria das estradas para asfalto e evolução automobilística. Ou seja, essas sensações de distância diminuíram com o tempo e através da internet é possível ter acesso a informações de outras pessoas de qualquer parte do planeta, tornando essa sensação ainda menor. Hoje são bilhões de informações sendo acessadas em milissegundos. 1.2.

SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO

A teoria criada no ano de 1967, pelo sóciologo Stanley Milgram, diz que cada pessoa está a seis laços de amizade de distância de qualquer outra pessoa no mundo. Milgram buscou, através do envio de cartas, identificar o número de laços de conhecimento pessoal existente entre duas pessoas quaisquer. Cada pessoa recebia uma carta identificando a pessoa alvo e deveria enviar uma nova carta para a pessoa identificada, caso a conhecesse, ou para uma pessoa qualquer de suas relações que tivesse maior chance de conhecer a pessoa alvo. A pessoa alvo, ao receber a carta, deveria enviar uma carta para os responsáveis pelo estudo. Das 160 cartas enviadas, 42 chegaram ao destinatário escolhido pelo sociólogo, mostrando que na média cada carta passou por pouco menos de seis pessoas até chegar a Boston, MA. Esta teoria foi inspiração para a peça e o filme escritos por John Guare, intitulada “Six Degrees of Separation” de 1990, e o filme lançado em 1993, de mesmo nome dirigido por Fred Schepisi. Isso pode ser explicado pelo estudo das redes complexas, chamado Teoria dos Grafos, do matemático suíço Leonhard Euler, usado em sistemas de aeroportos, computadores, redes sociais, dentre outros. Isso prova que realmente estamos a seis contatos de qualquer pessoa no mundo. Um grupo da Universidade de Milão publicou um artigo provando que esse número é ainda menor, exatamente 3,74 graus de separação (BACKSTROM, 2012) através do Facebook, a rede social mais utilizada no mundo, criada por Mark Zuckerberg. Os dados utilizados no artigo foram de 2011, quando o Facebook compelia cerca de 721 milhões de usuários ativos. Já em 2013 essa quantidade subiu para 1,23 bilhões de usuários. Isso quer dizer que estamos a menos ainda que 4 contatos de distância de qualquer outra pessoa no mundo inteiro. Isso mostra o quanto é importante manter um networking ativo e dinâmico no mundo dos negócios e como a cultura de compartilhamento e colaboração é primordial para o funcionamento do mundo contemporâneo ao longo dos próximos anos.


18 1.3.

HIPER CONSUMISMO E CONSUMO COLABORATIVO

O modelo é também um conceito flexível e aplicável de diversas formas no comércio. Não apenas como modelo de trabalho, o conceito se evolui como modelo de consumo. O Consumo Colaborativo é um modelo no qual o usuário de produtos e serviços não é obrigado comprá-los, o que antes seria uma ação natural: comprar e guardar ou consumir e descartar. Mas o Consumo Colaborativo se mostra eficiente no ato de consumir sem possuir (fig. 2). Figura 2 - Infográfico da diferença entre o mercado tradicional e o consumo colaborativo.

Fonte: <www.collaborativeconsumption.com>. Acessado em: 21 de maio de 2014

Rachel Botsman e Roo Rogers (2010) comentam em seu livro que o consumo voraz iniciado nos anos 1920 e estourou nos anos 1950, que com o fim da 2ª Guerra Mundial a abundância de produtos no mercado levou as empresas à incentivar o consumo excessivo. O “hiperconsumismo”, como é conhecido, é estimulado até hoje através de quatro grandes forças de manipulação das massas: o poder de persuasão pela propaganda; a cultura do cartão de crédito (comprar agora e pagar depois); a lei da obsolescência programada9; e o fator “apenas mais um” (é a suposição criada de que poderíamos suprir as nossas necessidades sociais mais básicas por meio de compras e do acúmulo de cada vez mais coisas). O hiperconsumismo culminou em uma grande mancha de lixo no Oceano Pacífico, um pouco a leste do Japão e oeste do Havaí: Estima-se que este turbilhão de lixo tenha aproximadamente o dobro do tamanho do Texas e, em algumas partes, chegue a mais de 30 metros de profundidade, se não mais. Trata-se de uma confusão flutuante de 3,5 milhões de toneladas de lixo, sendo que 90% são compostos de plástico, de tampas de garrafas e brinquedos a sapatos, isqueiros, escovas de dente, redes, chupetas, invólucros, embalagens para viagens e sacolas de compras de todos os cantos do mundo. (BOTSMAN; ROGERS, 2010. P. 3)

Porém, essa mentalidade está sendo substituída pela consciência da colaboração. Já existem diversos serviços no mundo todo que fazem esse conceito funcionar como o site

9

Obsolescência Programada é relacionado ao ciclo de vida dos produtos. Um produto é projetado para ter a durabilidade limitada equivalendo ao lançamento de um novo produto, como por exemplo, smartphones sendo lançados a cada ano para substituir sua versão atual lançada no ano anterior.


19 Airbnb10 (aluguel de espaços vagos a preço baixo, ideal para quem quer evitar os onerosos hotéis), ou Zipcar11 (que atende o uso transporte particular compartilhado). Botsman e Rogers comentam mais a esse respeito: ‘Colaboração’ tornou-se a palavra de ordem de economistas, filósofos, analista de negócios, identificadores de tendências, comerciantes e empresários – e com razão. [...] Quanto mais examinamos estas tendências, mais convencidos ficamos de que todos esses comportamentos, estas histórias pessoais, teorias sociais e exemplos de negócio apontam para uma onda socioeconômica emergente, os velhos C’s estigmatizados associados ao ato de juntar e ‘compartilhar’ – cooperativas, bens coletivos, comunas – estão sendo renovados e transformados em formas atraentes e valiosas de colaboração e comunidade. Chamamos esta onda de consumo colaborativo. A colaboração no cerne do consumo colaborativo pode ser local e pessoal, ou usar a Internet para conectar, combinar, formar grupos e encontrar algo ou alguém a fim de criar interações entre pares do tipo ‘muitos para muitos’. De maneira simples, as pessoas estão compartilhando novamente com sua comunidade – seja ela um escritório, um bairro, um edifício de apartamentos, uma escola ou uma rede no Facebook. Mas o compartilhamento e a colaboração estão acontecendo de maneiras, e em uma escala, que nunca tinha sido possível anteriormente, criando uma cultura e economia em que o que é meu é seu. (BOTSMAN; ROGERS, 2011 p. xiii)

Outros serviços online também estão disponíveis e já fazem parte do cotidiano das pessoas. Na França existe um meio de locomoção alternativo baseado em caronas, conhecido também nos Estados Unidos como carpooling. O site Covoiturage12 permite juntar pessoas que querem viajar de uma cidade a outra, mas não tem carro e outras que vão fazer aquele mesmo percurso (ou parte dele) e precisa de uma companhia ou que ajude a custear a viagem. Quem vai pegar a carona paga ao site o valor estipulado por que vai dar a carona e esses marcam entre si o encontro. Ao final do percurso, quem pegou a carona fornece um código dado pelo site para que o pagamento seja liberado. No Brasil, existe um serviço semelhante, o Zaznu13. Porém, porque ainda está começando e por desconfiança dos brasileiros, ainda não há motoristas cadastrados suficientemente. Outro serviço é o Bliive14, uma rede social onde os usuários disponibilizam suas habilidades e vendem esses favores uns aos outros no sistema de banco de horas15. Outra

aplicação

do

trabalho

colaborativo

é

o

Dropbox,

um

espaço

de

armazenamento virtual disponível na internet, onde o usuário faz upload de arquivos, sincroniza com dispositivos como tablet’s, e smartphones e compartilha com outros usuários, entre outras ferramentas semelhantes. Além desses, com Google Docs é possível editar um mesmo documento por várias pessoas ao mesmo tempo, isso evita versões 10

Airbnb https://www.airbnb.com.br/ Zipcar http://www.zipcar.com/ 12 Covoiturage http://mobile.covoiturage.fr/ 13 Zaznu http://www.zaznu.co/ 14 Bliive http://bliive.com/ 11

15

No Consumo Colaborativo, não é obrigatório o uso de dinheiro propriamente dito. O banco de horas serve como uma troca de favores entre mais de duas pessoas (eu te ajudo e outra pessoa me ajudará). Por exemplo: usuário A dá aulas de guitarra ao usuário B, que paga 2 horas (ou time-money, T.Money, etc.) no qual o usuário A poderá usar para pagar ao usuário C por um serviço mecânico.


20 desatualizadas ocupando espaço e confundindo os profissionais. O Google está desenvolvendo um sistema operacional baseado no conceito da nuvem, onde todas as tarefas executadas estarão salvos na internet. Com isso, não será mais necessário possuir um computador, pois seus arquivos, programas e configurações vão ser acessados de qualquer computador. É uma prévia de como será a próxima geração de sistemas operacionais, onde tudo é baseado em conexão. No âmbito da arquitetura, temos a plataforma BIM, onde é possível que arquitetos e engenheiros tenham acesso ao mesmo projeto e possam modifica-lo ao mesmo tempo, evitando problemas com versões desatualizadas do arquivo. Rui Brás Fernandes, responsável pela Boardless Networks da Cisco Portugal comenta no livro Out Of The Office (2013): Estes novos modelos de trabalho assentes na mobilidade baseiam-se em alguns pilares tecnológicos como o Cloud, o aparecimento dos novos dispositivos (smartphones e tablet's), a segurança e, claro as novas aplicações colaborativas. [...] Hoje é possível usar um tablet a partir do escritório de um parceiro ou cliente, aceder através de um túnel seguro à rede empresarial, fazer uma telepresença com um colega de escritório e partilhar o estado do projeto na rede de colaboração interna. (BRÁS apud QUARESMA; GONÇALVES, 2013)

O espaço virtual é onde se desenrola toda a economia de hoje, o dinheiro, a comunicação e o mercado de trabalho. Transações, bolsa de valores, redes sociais, fóruns de discussões é tudo virtual. Com a internet, geração millennials percebeu que é possível trabalhar de qualquer lugar para qualquer lugar e com novos paradigmas, surgem novos conceitos. A partir deste momento, com a mobilidade adquirida pelas facilidades do mundo contemporâneo, os negócios se tornam livres dos limites físicos de uma cidade. Dessa maneira, os termos “vizinho” e “comunidade” estão tomando conotações mais amplas à medida que a “geração eu” está se tornando a “geração nós”. 1.4. 

MODELOS DE TRABALHO Modelo tradicional

No artigo de Cañellas, Forcelini e Odebrecht (2010), sobre a evolução dos postos de trabalho, o escritório tradicional é resultado da evolução tecnológica a partir do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial. A produção em série de máquinas de escrever, telefones e a popularização da energia elétrica, mudou a organização dos espaços. Segundo as autoras, os funcionários eram dispostos em longos corredores, divididos por salas. Prédios de escritórios com essa tipologia foram construídos em larga escala até a década de 1930, quando houve a crise financeira entre-guerras. Na época a criação da lâmpada fluorescente, mudou a disposição dos escritórios, quase excluindo a dependência da luz natural. Entre 1945 e 1950, quando os edifícios voltaram a ser construídos, os arquitetos começaram a repensar as relações humanas no ambiente de trabalho:


21 Essa mudança evoluiu para inserção de áreas de descanso, de reuniões e até bar ou cozinha no ambiente de trabalho o que contribuiu com o aumento da satisfação dos empregados. Por outro lado, trabalhadores que necessitavam de concentração para cumprir suas tarefas saíam prejudicados, uma vez que não podiam controlar a quantidade de ruídos em um ambiente onde todos falam e telefones tocam ao seu redor. Da mesma forma, a falta de privacidade se tornou um problema. Nos Estados Unidos, onde o foco ainda era a produtividade, foi criado um sistema de distribuição de postos de trabalho separados um do outro por painéis que bloqueavam o som e davam privacidade. (CAÑELLAS; FORCELINI; ODEBRECHT, 2010)

Os espaços que as autoras descrevem se tornou rapidamente um elemento hierárquico, pois enquanto os funcionários ocupavam os chamados cubículos, seus chefes tinham escritórios individuais e espaçosos, representando seu poder na empresa. Através dos anos o modelo tradicional de trabalho se prova ineficiente na maioria dos casos. Com a evolução da tecnologia, as ferramentas de trabalho se tornam menores e mais leves, transformando o trabalho em algo leve, portátil e sem restrições físico-espaciais. 

Escritórios virtuais Os escritórios virtuais nasceram nos Estados Unidos, na intenção de dar

apoio aos profissionais liberais. Quando se trabalha sozinho, é a mesma pessoa para todas as funções, como relata o advogado lusitano Paulo Maria aos autores José Quaresma e Carlos Gonçalves, no livro Out Of The Office (2013): “Era eu que tinha de fazer tudo, despachar correspondência, atender telefones, atender os clientes, a única coisa que não era feita por mim era a limpeza do chão – diz a rir”. O escritório virtual é um serviço de suporte, gerenciando ligações, correspondências, alugando salas de reunião por horas utilizadas, para várias empresas de porte diversificado e profissionais ao mesmo tempo. Com um script detalhado, essas empresas de escritório virtual sabem o que deve ser informado, de que maneira conduzir a ligação e satisfazer os clientes dos seus clientes. O profissional recebe notificações em tempo real por e-mail ou mensagem de qualquer encomenda, correspondência ou ligação gerida pela empresa de escritório virtual. Esse modelo permite ao profissional economia de tempo que pode ser focado no próprio trabalho, e traz uma maior credibilidade a empresa, seja em Home Office ou até empresas internacionais. Isso tornou possível que a Google entrasse no Brasil de forma rápida e eficiente. (QUARESMA; GONÇALVES,... 2013) 

Home office

O Home Office (ou Teletrabalho, em Portugal), é uma forma de trabalho que consiste em trabalhar em casa com o advento das facilidades que a internet proporciona. Isso mudou completamente a percepção do espaço para o comércio. Pois os Home-Officers economizavam um alto investimento em encargos, gastos com combustível e tempo de locomoção. Quem trabalha dessa maneira usufrui do conforto de estar ao mesmo tempo em casa e gerenciando sua vida profissional.


22 Com o teletrabalho acabaram as fronteiras, trata-se de trabalho global e sem preconceitos, pois não existe idade, sexo, cultura, deficiência física, distâncias ou qualquer outro tipo de barreiras, encontradas no modelo de trabalho convencional. [...] A não deslocação para o “escritório” consiste numa poupança de milhões de litros em combustível e milhões de toneladas de gases emitidos para a atmosfera. Se todos os profissionais com trabalhos compatíveis como teletrabalho desenvolvessem a sua atividade a partir de casa, a emissão de gases poluentes seria reduzida em cerca de cinquenta toneladas por ano, o equivalente a retirar toda a força de trabalho de Nova Iorque e os seus veículos das estradas, apenas para se ter uma ideia da dimensão. (QUARESMA; GONÇALVES, 2013)

Porém, essa prática tem seus problemas. O curto alcance do trabalho em casa faz com que não se desligue completamente. Apesar do conforto e das facilidades, as tarefas domésticas e outras distrações tiram o foco dos negócios. Enfim, o modelo Home Office exige do profissional uma organização e concentração imensa, senão muitas vezes enfrentam jornadas de 15 horas por dia, e quando não está trabalhando é quase impossível se desligar dos deveres. Além disso, gera complicações para a cidade. São milhões que não conseguem trabalhar em casa, simplesmente, porque não conseguem criar uma barreira e separar a vida pessoal da vida profissional. A disciplina dificilmente será imposta, as rotinas são difíceis de contornar, a concentração dispersa-se, as pessoas sentem-se isoladas, sentem necessidade de sair, de ver, de contactar no fundo, de socializar, de mudar, de quebrar rotinas. (QUARESMA; GONÇALVES, 2013)

Visto que com o Home Office, compras pela internet e os serviços de delivery tão populares na vida urbana, a cidade se esvazia. Se as pessoas deixam de usar a cidade, pode gerar consequências grave. Segundo Jane Jacobs (2000), a segurança da rua é feita pelos próprios moradores. Uma rua movimentada é mais segura que quando deserta: Se as ruas da cidade estão livres da violência e do medo, a cidade está, portanto, razoavelmente livre da violência e do medo. Quando as pessoas dizem que uma cidade, ou parte dela, é perigosa ou selvagem, o que querem dizer basicamente é que não se sentem seguras nas calçadas. [...] Não é preciso haver muitos casos de violência numa rua ou num distrito para que as pessoas temam as ruas. E, quando temem as ruas, as pessoas as usam menos, o que torna as ruas ainda mais inseguras. [...] É uma coisa que todos já sabem, uma rua movimentada consegue garantir a segurança; uma rua deserta não. [...] devem existir olhos voltados para as ruas, os olhos daqueles que podemos chamar de proprietários naturais da rua. (JACOBS, 2000)

Coworking

O Coworking foi criado em 2005 por Brad Neuberg, um programador de software e freelancer de San Franscico, CA. Depois de sair de uma empresa de tecnologia, passou a trabalhar em um Coffe Shop, mas sentiu falta das interações sociais de um escritório, além do Coffe Shop ser muito barulhento. A partir disso, Neuberg começou a pensar como poderia ter a infraestrutura básica de um escritório tradicional, mas com a essência de liberdade, comunidade e criatividade de um freelancer. Figura 3 - Esquema realizado pela Movebla.


23

Fonte: <http://www.movebla.com/2222/pesquisa-coworking-no-brasil-dia-5-a-percepcao-sobrecoworking>. Acessado em: 21 de maio de 2014.

Em seguida, alugou um espaço por dois dias por semana juntamente com três colegas que sofriam dos mesmos problemas, instalaram algumas mesas dobráveis, internet sem fio e uma impressora. “Neuberg não fazia ideia de que ele estava começando o que se tornaria um movimento global que ele chamou de ‘coworking’” (BOTSMAN; ROGERS, 2010. p. 139). Alexandre Teixeira (2012) comenta rapidamente sobre a primeira aparição desse conceito: Como conceito, o coworking surgiu no fim dos anos 90 em meio ao primeiro 16 boom da internet. Na esteira do estouro da bolha , a ideia quase se perdeu. A partir de 2005, com a tecnologia de novo em alta, os escritórios compartilhados se disseminaram de vez. (TEIXEIRA, 2012)

As pessoas supostamente voltam a utilizar o espaço urbano com o coworking, pois é a solução mais divertida e sincera para o maior problema do Home Office: o isolamento. Fernanda Trugilho (2011), fundadora do espaço de Coworking Pto de Contato em São Paulo, numa entrevista ao Canal do Youtube: Man In The Arena em 2011, disse que as pessoas costumam aderir esse modelo de trabalho também pelas excessivas viagens que sua profissão exige e nunca passar mais que alguns dias na mesma cidade, tornando o investimento num escritório particular tradicional algo inconveniente. Ou simplesmente porque no Coffee Shop não tem outros profissionais trabalhando e dispostos às trocas de experiências ou os funcionários do local se incomodam por eles estarem ocupando uma mesa sem consumir o suficiente. 16

O autor se refere ao estouro da bolha imobiliária americana, em julho de 2007.


24 Em cidades maiores como São Paulo, onde a dinâmica da economia é mais desenvolvida e a infraestrutura urbana não funciona adequadamente, esse modelo de trabalho já ganhou uma gama de adeptos dentre empresas e freelancers aos quais se identificaram com a alta flexibilidade de espaço e tempo oferecido pelo modo de trabalho. Como disse Fernanda Trugilho (CANAL..., 2011), esses ambientes são muito recentes e não tem uma fórmula definida. Existem casos de sucesso e de fracasso para espaços como estes. Os empreendedores deste nicho estão aprendendo com experiências compartilhadas entre eles mesmos. Em outras palavras, pode-se dizer que é um empreendimento consciente e autodidata.


25 2. CARACTERÍSTICAS ESPACIAIS DO COWORKING 

Perfil do coworker A mistura de gerações no mesmo espaço resultou num meio-ambiente muito mais

dinâmico e diversificado, elementos essenciais para o funcionamento do coworking. O número de coworkers em todo o mundo aumentou drasticamente nos últimos anos, chegando a quase o dobro (350 para mais de 650 em um ano). Tanto em Quaresma e Gonçalves (2013), quanto na obra de Teixeira (2012), é possível encontrar dados da pesquisa realizada pela Deskmag, no qual envolveu 661 participantes de 24 países. Com ela será possível traçar o perfil médio dos coworkers: A Segunda Pesquisa Global sobre Coworking perguntou a usuários de espaços compartilhados onde eles costumavam trabalhar antes de descobrir essa alternativa. Só 58% disseram que trabalhavam em casa. Outros 22% trabalhavam em escritórios, e 4% em cafés. Sessenta por cento de todos os entrevistados disseram usar os espaços que alugam em escritórios compartilhados ao menos três ou quatro vezes por semana. Um terço trabalha neles todo dia. A maioria (47%) tem acesso 24 horas a suas mesas, enquanto pouco mais de um terço utiliza o horário comercial normal. Apenas um de cada dez membros de um espaço de coworking paga pelo dia ou pela semana. A maioria assina planos mensais. (TEIXEIRA, 2012)

No estudo de 2012, mais de 2000 intervenientes participaram no inquérito e os seus resultados foram apresentados pelo fundador da Deskmag, Carsten Foertsch, na Conferência Europeia de Coworking, em Paris. [...] Assim, em todo o mundo, foram identificados mais de dois mil espaços de coworking (2072), o que indica um crescimento em relação ao ano anterior de 245%. [...] A América Latina teve um crescimento no número dos espaços de coworking de 501%. (QUARESMA; GONÇALVES, 2013)

A maioria dos adeptos está entre 21 e 39 anos, com uma idade média de 34. Dois terços são homens, um terço são mulheres e 54% de todos os coworkers são freelancers. Quase 20% são empresários que empregam outras pessoas. Da mesma forma, um em cada cinco empresas com empregados permanentes, a maioria delas em pequenas empresas com menos de cinco trabalhadores. A esmagadora maioria dos usuários trabalha na área das indústrias criativas e novas mídias. A maioria deles são web designer, designer gráfico ou programadores. Assim como muitos estão ativos como consultores focando as indústrias criativas. A quarta maior indústria é relações públicas e marketing, além de jornalistas, escritores, arquitetos e artistas também estão presentes em espaços de coworking. Dentro dos últimos dois meses, 43% dos entrevistados relataram conhecer de um a três contatos que foram úteis no seu próprio trabalho, enquanto outros 43% encontraram quatro ou mais dessas conexões. A maioria usa o seu espaço de trabalho para realizar projetos de curto prazo. 25% dos projetos não precisam mais que uma semana para ser realizado. Quase dois terços de todos os projetos costuma demorar mais de um mês.


26 Três quartos dos coworkers trabalham perto de suas casas. Cinquenta por cento vivem em um raio de quase 5 km, e 25% mora há uma distância de até 10 km. Metade de todos os coworkers vive em cidades com mais de um milhão de habitantes. Outro

terço

vive

em

cidades

de

entre

100

mil

e

1

milhão

de

habitantes. Inesperadamente, existe uma grande disseminação de espaços de coworking em áreas mais rurais. A pesquisa ainda aponta que pelo menos um em cada três pessoas viajam com freqüência para outras cidades, e quase a metade deles visitam três ou quatro cidades por ano. Há fidelização de menos de 60% ao seu espaço de coworking atual. 20% das pessoas trabalharam pelo menos uma vez em outro coworking, e 25% já trabalharam em três ou mais ao mesmo tempo. A maioria dos coworkers brasileiros frequentou um espaço por cerca de um ano ou dois, e já 25% começou em 2013. 46% dizem que eles usam seu espaço de trabalho diário, 22% vão lá algumas vezes por semana, e um surpreendente 18% declararam que use apenas a sua área de trabalho em torno de uma vez por mês. 25% das pessoas entrevistadas no mundo indicaram que ganhou mais do que a renda média nacional. Cinquenta e cinco por cento consideram-se na faixa de renda média. Menos de um em cada cinco vivem com renda abaixo da média. Os profissionais mais bem pagos entre os coworkers são os programadores web e especialistas de TI, bem como aqueles envolvidos em atividades de consultoria. No meio são designers gráficos, assessores de imprensa, arquitetos, jornalistas e aqueles em atividade não comercial. Como previsto, os artistas ganham os piores salários de todos. Sem surpresa, a renda parece aumentar com a idade; os entrevistados mais jovens geralmente

ganham

o

mínimo. Situação

ocupacional

tem

influência

sobre

a

renda; empresários que empregam trabalhadores ganham mais, enquanto que os trabalhadores das pequenas empresas são as menos remuneradas. A revista Deskmag inspirou o jornalista Anderson Costa, criador do site Movebla, a realizar a primeira pesquisa de coworking no Brasil, em 2013. Segundo essa pesquisa, o perfil do coworker brasileiro tem de 26 a 35 anos (47,19%), com uma graduação (32,19%) ou pós-graduação (34,38%). Em sua maioria trabalhavam em casa (58,06%) ou num escritório tradicional (46,24%). São empreendedores (54,69%), moram e trabalham na mesma cidade (80,31%), e usam um espaço de coworking diariamente ou várias vezes na semana (67,75%). 

Relações com a cidade Como foi dito anteriormente, o primeiro espaço de coworking, a Spiral Muse, surgiu

em 2005 na cidade de San Francisco, como uma empresa de quatro profissionais que abriam suas portas para freelancers sem um lugar para trabalhar. As questões de espaços


27 corporativos no meio urbano estão diretamente ligadas à economia e ao setor imobiliário. Em New York, essas questões foram discutidas recentemente. Rory Stott, em 30 de agosto de 2013, publicou um artigo no site ArchDaily, a respeito de um estudo realizado pela REBNY – Real Estate Board New York – no qual a preservação de 27,7% dos edifícios de Manhattan, impediria o desenvolvimento econômico da cidade. REBNY vem desafiando a Comissão de Preservação de Monumentos, argumentando que isso tem muito poder quando se trata de decisões de planejamento, que ao tornar os negócios tão difíceis para os investidores, sufoca o crescimento da cidade. [...] O arquiteto historiador Francis Morrone fornece uma visão mais equilibrada, dizendo que o crescimento que foi incentivado por políticas do prefeito Bloomberg é parte de uma tentativa para equilibrar o ritmo com outras cidades mundiais. Mas ele acredita que esta tentativa tem uma falha grave: no lugar de melhorar a cidade, este investimento está empurrando para cima os preços e forçando todos, com exceção dos cidadãos mais ricos, a deixar Nova York por completo: ‘A cidade irá sobreviver. A cidade irá prosperar’, porém adverte, que ‘nem todas as pessoas da cidade irão prosperar, ou poderão continuar a viver aqui’. Esta abordagem levanta a questão ‘para que serve uma cidade?’ [...] O livro Triumph of the City (Triunfo da Cidade), de Edward Glaeser coloca as pessoas no centro do propósito de uma cidade. Cidades proporcionam oportunidades e prosperidade para as pessoas que as habitam, e isso não está disponível em áreas rurais. Glaeser acredita que, reunindo pessoas de diversas origens, com diferentes ideias e colocando-as próximas das condições de vida adensadas, as cidades proporcionam encontros casuais e a disseminação de novas ideias, criando, portanto, a inovação que impulsiona a prosperidade econômica. (STOTT, 2013)

Seguindo a lógica da REBNY, podemos concluir que a cidade enquanto habitação, vivência e história seriam menos importantes que o desenvolvimento econômico? E quem colocaria esse “desenvolvimento econômico” em funcionamento, senão os próprios habitantes? E, por fim, para quem a cidade estaria se “desenvolvendo”? Mariana Fix (2007), em sua obra “São Paulo Cidade Global” levanta a realidade dessas questões na maior metrópole da América Latina: São edifícios corporativos, que se projetam como a imagem de uma cidade de uma cidade ‘globalizada’, uma ‘nova cidade’, ‘nova face’ ou uma ‘global city’ na mídia ou nos anúncios publicitários. Faz em parte da skyline do novo eixo de negócios, em formação nos arredores da marginal do rio Pinheiros, desde a Chácara Julieta até a Vila Leopoldina. [...] Diferentemente das torres das décadas anteriores, que fizeram da Avenida Paulista a sede do capital financeiro e corporativo da cidade, esses edifícios são em grande parte construídos como um investimento, para ser alugados. A ideia de ‘sede própria perde importância em relação a busca das empresas por maior liquidez e, consequentemente, por menor imobilização do seu patrimônio. (FIX, 2007)

Os interesses dos agentes imobiliários, ou City Builders, como define Fix (2007), influem direta e indiretamente sobre os investimentos públicos e privados. Resultando em sítios econômicos ditos pela autora, “a paisagem do poder e do dinheiro em São Paulo”: a marginal do rio Pinheiros, onde “as novas torres se originaram no fim dos anos 1970 e se multiplicaram intensamente na década de 1990”.


28 

Coworking em são paulo Foi escolhida a cidade de São Paulo para tratar sobre Coworking, pois foi a primeira

cidade a ter um espaço disponivel no Brasil. Em cinco anos surgiram diversos espaços, mas o mais curioso é que todos estão localizados no mesmo sitio. Então era intencional que fosse possível ilustrar com uma cidade maior e mais experiente neste ramo, para que sejam observados esses padrões, num local menor e menos explorado como Natal. Com o auxilio do Google Maps, foi possível listar cerca de 40 espaços de intuito colaborativo em São Paulo, 30 apenas no centro da cidade, cinco em no bairro Pinheiros (o bairro está respresentado na imagem pela linha tracejada) e 25 nos bairros ao redor. Figura 4 - Relação de espaços de coworking no mapa de São Paulo.

Fonte: Google Maps com alterações do autor.

Segundo a pesquisa realizada pela Movebla (2013), 57,65% dos coworkers usam carros para se transportar (fig. 5), talvez pela praticidade durante as visitas aos cliente ou fornecedores, mas que isso gera um pouco de independência na escolha do local de implantação do espaço de coworking, como é visto no mapa (fig. 4).


29 Figura 5 - Gráfico gerado pelo site Movebla.

Fonte: <http://www.movebla.com/2178/pesquisa-coworking-no-brasil-2013-sobre-uso-e-acesso-aos-espacos/>. Acessado em 22 de maio de 2014.

A média de estações de trabalho por espaço de coworking é de 35 pessoas, contudo menos de 16 pessoas estão lá trabalhando ao mesmo tempo. Quanto ao uso desse espaço, os entrevistados responderam que levam em torno de 27 minutos de casa para o coworking e geralmente usam carro (57,65%) ou transporte público (36,47%) seguido pelos que vão a pé (12,94%) ou de bicicleta (8,24%). Os entrevistados optaram por acesso 24 horas (59,02%) ou horário comercial (36,07%). O motivo pelo qual usam o espaço de coworking (fig. 6) são variados mas os mais selecionados foram por boa infraestrutura de escritório (75,6%), pela atmosfera agradável (68,6%), pela boa interação com os outros coworkers (59,3%) e pelo custo valer o investimento (46,5%). Apenas 23,3% se preocupou com as boas opções de acesso por transporte público e 20,9% por acesso via ruas ou estradas. É interessante notar que por mais que se trate de um espaço para se trabalhar a distância, quase todos estejam concentrados nesse sítio de Pinheiros e Jardins. Dentre esses espaços, foi feito contato via e-mail com um resumo da pesquisa e os formulários de entrevista tanto para os Coworkers quanto para o empreendedor, com a equipe do Pto de Contato Jardins, no qual a publicitária e fundadora do espaço Fernanda Nudelman forneceu algumas informações importantes. Há cinco anos existe a Pto de Contato, que já foi localizada no bairro de Pinheiros, mas hoje está no Jardins, em São Paulo. É interessante falar sobre a Pto de Contato, pois é o primeiro espaço de Coworking de São Paulo. Existem 120 Coworkers fixos e durante a semana, e a segunda-feira é a preferida para se trabalhar. Dentre os serviços, podemos destacar a disponibilização de um aplicativo para smartphones, para controle dos pacotes e fácil acesso aos contatos dos outros Coworkers, etc. Além de que no website está explicitado que o local foi escolhido também pelos serviços existentes no entorno e a facilidade de acesso por vários meios de transporte, preocupação na produção de eventos e cursos internos para o aprendizado dos adeptos.


30 Figura 6 - Tabela de motivos do uso dos espaços de coworking.

Fonte: <http://www.movebla.com/2205/pesquisa-coworking-no-brasil-parte-4-o-coworker-dentro-do-espaco>. Acessado em: 21 de maio de 2014

Os escritórios colaborados oferecem diversos serviços e tem a preocupação de situar o espaço com serviços alheios ao seu redor. Por ter a sala de reunião paga por tempo de uso, algumas vezes, para diminuição de gastos, pressupõe-se que os coworkers preferirão ir ao encontro do cliente e isso também incentiva o uso da cidade. Apesar dos conceitos de trabalho a distância e, “trabalhar de qualquer lugar para qualquer lugar”, ainda assim tem suas necessidades e condições ideais para surgir numa cidade exercendo o papel de uma incubadora urbana. Ainda que não precise de escritório físico próprio para trabalhar, na verdade os Coworkers parecem precisar estar perto do principal sítio financeiro da cidade. Por um lado estão soltos das amarras entre cidades ou até mesmo entre países, por outro continuam presos aos escritórios alheios emergidos no pólo empresarial que lhe dão suporte locacional na cidade em que se encontram. Porém, possibilita que os home-officers voltem a utilizar o entorno urbano. A partir da primeira pesquisa Global Coworkers Survey, realizada pela revista online Deskmag foi possível extrair resultados interessantes para o desenvolvimento deste trabalho. 58% dos entrevistados preferiram o coworking ao invés do home office, dos quais 81% permanem no escritório onde eles começaram. Assim, a maioria deles só trabalhou em um único espaço, mas também há um número considerável de pessoas que usaram dois ou três.


31 Infelizmente, ofertas como um Coworking Visa, onde o usuário pode intercambiar dentre vários espaços diferentes e outros benefícios de mobilidade foi surpreendentemente baixa. Isto mostra que existe uma interação limitada entre os espaços de coworking e mobilidade do indivíduo. À medida que a distância média de viagem para um espaço de trabalho foi relatado para ser cerca de 26 minutos, parece que coworking é também uma solução para muitos a evitar o estresse da mudança dentro de uma grande metrópole. No entanto, apesar dos esforços de alguns espaços que usam o transporte público como um incentivo, descobriu-se que 57% dos colegas de trabalho usam seu próprio carro e só 36% usam transporte público. Este é provavelmente devido a uma necessidade de flexibilidade no que diz respeito a reuniões de negócios e interagir com os clientes. 

Escala do edificio Após buscar diversos espaços e visitar outros, é possível notar um padrão na

tipologia edilícia mais interessante para implementação do coworking. Os menores ocupam cerca 100 m² com estações para até 20 pessoas, enquanto que os maiores e mais raros chegam a quase 800 m² e comportam mais de 90 pessoas. Espaços de Coworking de pequeno e médio porte normalmente se instalam em edifícios comerciais, shoppings e galerias comerciais, principalmente por dar uma sensação de segurança maior. É comum também que os de médio porte estejam em pontos comerciais térreos de até dois pavimentos (pavimento térreo e superior), ou até único pavimento com pé direito duplo mais o mezanino. Alguns deles seguem a tipologia de galpão, tradicionalmente usada nos Estados Unidos, os chamados loft. Considerando os escritórios da Google, temos um caso à parte, pois sua sede em Palo Alto, CA é imensa. Com mais 85 mil metros quadrados, é uma verdadeira cidade a parte, com quadras de futebol, basquete, tênis, cursos, mega auditórios, salas de soneca, spa, games, esportes, restaurantes, cafeterias, transporte interno, etc. 

Espaço interno Os espaços internos são preferencialmente abertos sem muitas divisórias e paredes.

A lógica da disposição dos móveis está sempre voltada uns para os outros com a pretensão de promover interação quase o tempo todo, evitando mesas e cadeiras viradas para paredes e divisórias. Quanto menos espaços isolados melhor. Escritórios tradicionais tendem a separar seus empregados em salas e cubículos, gerando o maior número de barreiras físicas e visuais possíveis e até as conversas são mal vistas.


32 Hoje um espaço de coworking apresenta os seguintes ambientes internos:

Recepção (geralmente com serviços de Escritório Virtual), Salão de coworking com as estações de trabalho, Copa, Sala de reuniões, Sala de atendimento, Armários individuais ou lockers, Banheiro ou lavabo Sala de descanço ou jogos. Os de médio porte têm todos os ambientes citados acima e mais:

Sala de brainstorm, Auditório para mínimo 50 pessoas Biblioteca Cafeteria exclusiva. As de grande porte não fogem muito do programa de necessidades utilizada pelas de médio porte, com a diferença dos ambientes mais espaçosos, ou com maior número de salas. Com a pesquisa realizada pela Deskmag (FOERTSCH, 2011), podemos extrair informações muito importantes para o entendimento do espaço interno e futuramente, na definição do Programa de Necessidades. Segundo a Deskmag os adeptos prezam por um espaço de trabalho pequeno e interativo, flexível ao horário de funcionamento e perto de restaurantes. A maioria trabalha diariamente e preferem acesso 24 horas. Um Coworking Visa com acesso a espaços no mundo todo é interessante e, ao contrário do que se imaginava até então, a maioria não se importa muito com as atividades recreativas. A pesquisa mostra (fig. 7) que a maioria dos coworkers (54%) prefere compartilhar um espaço de trabalho com menos de vinte pessoas, enquanto 21% dizem que eles funcionam bem em um espaço com até 50 colegas de trabalho. Maior que isso apenas 4% tiveram algum êxito. Os 21% restantes disseram tamanho não era importante. Figura 7 – Percentual da preferência da quantidade de pessoas por espaços de coworking.

Fonte: Deskmag. Imagem gerada pelo o autor.


33 Os entrevistados também foram questionados sobre a sua concepção escritório preferido: para a maioria, um espaço de coworking ideal seria ter uma mistura de áreas abertas de trabalho compartilhado, bem como salas fechadas menores para conversas privadas. Na verdade, o layout do local de trabalho e o projeto foram classificados como o fator mais importante. O conceito de usar uma mesa flexível compartilhada não agrada a todos. Pouco menos da metade (43%) de todos alugam uma mesa exclusiva. Os 57% restantes são felizes com ou não se importam com uma mesa flexível que pode ser compartilhada com outros colegas de trabalho. Quanto aos detalhes, 99% dizem que o acesso à Internet é o serviço mais importante que eles exigem. Não menos importantes são as impressoras e copiadoras (80%) e pelo menos uma sala de reuniões (76%). Muitas vezes, os adeptos gostariam de um café (61%) e uma cozinha (50%). Muitas vezes, espaços de coworking são retratados como descontraídas, com salas de lazer, equipada com mesas de pingue-pongue e jogos. Mas a pesquisa mostra que esta imagem não corresponde com os desejos dos colegas de trabalho. Apenas um quarto dos entrevistados dizem que as atividades de lazer são importantes, metade considerá-los neutro, e outro quarto acho que eles não importam. Quando questionado sobre como muitas vezes eles usam os equipamentos de recreação, as mesmas respostas aparecem - apenas um quarto dos colegas de trabalho usá-los regularmente, metade diz raramente, e um quarto nunca usa. Outras instalações consideradas menos importantes são as bibliotecas (usado por 26%) e estacionamento (usado por 29%). O que quer dizer que esses espaços adjacentes, deverão ser repensados, contanto que possam existir, mas sem dedicar metro quadrado exclusivo. No entanto, sobre o tema de estacionamento, as opiniões são significativamente diferentes entre a América do Norte e Austrália, por um lado, classificam estacionamento como um requisito muito importante e enquanto que por outro lado, a Europa, América do Sul e Ásia, o oposto é verdadeiro. Então, o que atrai as pessoas para coworking ao invés de ficar em casa, ou no trabalho em um escritório tradicional é porque querem flexibilidade e interação além de questões como preço (72% dizem que o baixo custo de coworking é importante). Quando se trata de escolher um espaço de coworking, consideram a vizinhança. E para a maioria (81%), tendo opções de alimentos como lanchonetes ou restaurantes das proximidades é muito importante. Quase dois terços também querem um supermercado nas proximidades. 34% buscam serviços de escritório nas proximidades, mas apenas 8% necessitam creches no bairro. Quarenta por cento dos colaboradores trabalham diariamente, 19% de trabalho de três a quatro vezes por semana, 16% vêm em uma ou duas vezes por semana, e a queda


34 restante em algumas vezes por mês. Pouco mais da metade de todos os usuários (54%) têm acesso 24 horas (para a cidade de Natal, esse serviço se torna inviável tendo em vista que ainda não é um modelo de trabalho tão popular e nem há demanda para tal), 31% de trabalho durante o horário de expediente tradicional, e o restante trabalharem um número limitado de dias por mês. O levantamento mostra que opções como a de meio-dia ou à noite uso são impopulares, com menos de 1% dos entrevistados que utilizam tais acordos. Bem como horários de trabalho flexíveis, os entrevistados gostam de ter espaços de trabalho flexíveis - aqueles que oferecem o Coworking Visa, que permite que os usuários a visitar outros escritórios de coworking. Quase metade (43%) disse que estariam interessados em ter uma associação que lhes permite o acesso a muitos espaços de coworking em todo o mundo. No entanto, apenas 7% disseram que gostariam essa opção em uma base em toda a cidade, e 15% em uma base de todo o país, mostrando que o conceito de coworking tem visto principalmente apelo internacional. Quando perguntado o que mais gostam sobre seu espaço de coworking, uma quase unanime opnião disse que era a atmosfera amigável e outros colegas de trabalho que tornou agradável. 

Estações de trabalho Segundo a revista Deskmag, a maior parte dos espaços de coworking tem mais

membros do que mesas, mas o uso efetivo de suas mesas de trabalho é pouco menos de 50% ocupadas uma vez que nem todos os usuários trabalham ao mesmo tempo. Foram registradas quedas esporádicas de ocupação para até 30% das mesas de trabalho. Quanto menor o espaço de coworking, maior o fator de utilização da mesa – ou seja, número muito restrito de mesas é compensado pela rotatividade e portanto é interessante projetar um escritório sem superdimensionamentos. Quando o tamanho do espaço é maior torna-se mais provável que as decisões importantes sejam feitas entre funcionários e gerentes juntos. Isso é afetado pela organização dos espaços de trabalho. Espaços menores também têm um número maior de usuários alugando mesas permanentes, e que vêm a trabalhar regularmente. A maioria dos espaços de trabalho, portanto, parecem ter espaço para mais novos membros. O número máximo de estações de trabalho disponíveis em espaços de coworking brasileiros é uma média de 35, enquanto que o número médio de utilizadores presentes ao mesmo tempo foi de 16 pessoas.

3.

ESTUDO DE REFERÊNCIAS


35 O estudo consiste em observar este espaço desde o público-alvo que estão atingindo, até o bairro onde está inserido. Fazendo uma análise do micro ao macro, assim como foi explicado anteriormente. 3.1. 

ESTUDOS DE REFERÊNCIA DIRETA

MESA ANEXA COWORKING SPACE Mesa Anexa Coworking Space é o primeiro espaço natalense. Localizado na Rua

Leôncio Etelvino de Medeiros, 1926, no bairro de Capim Macio no município de Natal, Rio Grande do Norte. Além deste existem mais duas empresas como foco em Escritórios Virtuais, são elas a Tirol Office, Centro Empresarial Inovae, que também contém espaço destinado ao Coworking. Figura 8 - Encarte publicitário do Mesa Anexa Coworking Space.

Fonte: Bruno Oliveira.

O encarte acima (fig. 8) demonstra o interesse do proprietário Bruno Oliveira de divulgar o conceito, ainda pouco conhecido em Natal. Mostra também o funcionamento do espaço. Como a maior parte dos espaços no mundo, é pelo sistema de planos mensais que tudo funciona. Os pacotes de horas variam de acordo com o seu tempo de dedicação a profissão, os mais assíduos compram mais horas. O mesmo sistema de compra de horas funciona para a Sala de Reunião e os eventos, que acontecem quando a sala de Coworking está fechada. Em entrevistas com Bruno Oliveira, fundador do Mesa Anexa, gravadas durante as visitas realizadas nos dias 11 de outubro de 2013 e 06 de junho de 2014, onde ele conta


36 que em apenas dois meses de funcionamento, o espaço tem quatro Coworkers dentre os quais do ramo de tecnologia e fotografia, por exemplo, além de pessoas que vão experimentar uma vez para conhecer. Ao contrário do que muita gente pensa, o modelo de coworking é adaptável para quase todas as profissões. Salvo profissões da área da saúde ou que exijam um espaço mais característico. O público-alvo do Mesa Anexa são os recémformados, que querem começar seu negócio sem ter que investir muito nos primeiros anos. Os profissionais recém-formados, quando saem das universidades, muitas vezes não tem um rumo. “Não sabem qual o próximo passo que querem seguir, acabam se convencionando de que o único meio é ser empregado em alguma empresa já existente ou prestar concurso público, e acabam por colocar seus sonhos de abrir o próprio negócio de lado”, disse Bruno Oliveira do Mesa Anexa em entrevista. Porém, depois que o escritório começou a funcionar, houve uma surpresa de que há uma demanda maior da locação do espaço para eventos e minicursos. Talvez pela flexibilidade que a sala oferece, ou pela localização. Depois de quase um ano de funcionamento, despertou também o interesse da população pela Sala de Reunião. Durante a entrevista realizada em 06 de junho de 2014, Bruno relatou que os coworkers ainda usam Home Office na maior parte do tempo de produção e criação, mas é na hora de receber o cliente que a necessidade do coworking é criada. Bem como as empresas Startup’s compostas por mais de uma pessoa. 

Configuração interna O espaço de Coworking ocupa três salas (115 m²) do edifício Centro Empresarial

Cidade Jardim, no Conjunto Mirassol.

A recepção tem acesso direto para um lounge com

lockers disponíveis para locação, a copa e o lavabo. Ao lado há a sala de reuniões para 5 pessoas, e o espaço de trabalho com cinco mesas com quatro pessoas em cada, totalizando 20 Coworkers, mais uma sala para atendimento de clientes. Nas imagens abaixo há o layout do loca (fig. 9)l e fotografias (fig. 10 a 16):


37 Figura 9 - Layout do Mesa Anexa.

Fonte: Arquiteto Leonardo Dias. Figura 10 - Recepção.

Fonte: Acervo pessoal.


38 Figura 11 – Recepção e Lounge.

Fonte: Acervo pessoal. Figura 12 – Lounge.

Fonte: Acervo Pessoal. Figura 13 - Copa e Lavabo.

Fonte: Acervo Pessoal.


39 Figura 14 - Sala de Reuniรฃo.

Fonte: Acervo Pessoal. Figura 15 - Espaรงo de Coworking.

Fonte: Acervo Pessoal. Figura 16 - Sala de Atendimento.

Fonte: Acervo Pessoal.


40 

O edifício

O Espaço de Coworking Mesa Anexa está instalado no Centro Empresarial Cidade Jardim (fig. 17). É um prédio novo, que ainda não foi inaugurado, mas que já funciona normalmente. Tem 24 vagas de estacionamento, segurança 24h, lojas no piso térreo e escritórios no primeiro piso. A graduanda em Arquitetura e Urbanismo da UFRN, Jéssica Araújo, em seu Relatório Parcial, “Quanto vale morar perto de tudo? Estudo sobre a valorização imobiliária do Conjunto Residencial Mirassol” (2013), considera o Centro Empresarial Cidade Jardim como de médio porte, e com alcance municipal, pois os escritórios instalados no edifício podem atrair pessoas de toda a cidade). Figura 17 - Centro Empresarial Cidade Jardim.

Fonte: Acervo pessoal.

No início, o proprietário pensava em empreender num prédio próprio como um galpão seguindo o estilo despojado dos loft’s americanos, aberto para a rua localizado na Ribeira, pelos aspectos históricos do bairro, ou então Tirol ou Lagoa Nova, pois lá é o centro financeiro de Natal, mas por falta de segurança, preferiu um edifício de vários escritórios. 

Estudo de uso do solo Como podemos notar anteriormente, os espaços de Coworking do país estão nos

centros das cidades. E existem alguns critérios a serem adotados para a criação de um espaço de Coworking: ser próximo a serviços como bancos, shoppings, ponto de ônibus. O bairro de Capim Macio, onde está implantado o Centro Empresarial Cidade Jardim, sede do Mesa Anexa, foi criado em consequência da ocupação do Conjunto Mirassol, empreendimento do Instituto de Orientação às Cooperativas – INOCOOP, em 1973. Está localizado na Região Administrativa Sul, entre os bairros de Lagoa Nova e Ponta Negra no eixo Norte-Sul, o Parque das Dunas, e os bairros de Candelária e Neópolis no eixo LesteOeste, totalizando uma área de 438,13 hectares.


41 O bairro apresenta uma densidade demográfica de 50,53 hab/HA17, no qual 22,84% dos moradores tem entre 20 e 29 anos, e 13,55% tem entre 30 e 39 anos. Ou seja, trata-se de uma população jovem, concordando com público-alvo da empresa (Fig. 18). Figura 18 - Gráfico sobre Estrutura Etária da População de Capim Macio.

Fonte: IBGE (2007) apud SEMURB.

O bairro também conta com infraestrutura básica como: 97,95% tem abastecimento de água pela rede geral. 99,90% tem seu lixo coletado, mas apenas 2,28% tem esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou pluvial, enquanto que 91,38% é fossa séptica. A rua onde foi construído o prédio é categorizada como via coletora, onde a velocidade tende a ser um pouco mais baixa e facilita o acesso. Analisando o bairro de Capim Macio, foi feito mapeamento para descobrir se o que existe no entorno, realmente complementa as necessidades do Coworker (Fig. 19). Figura 19 - Mapa dos serviços em Capim Macio.

Fonte: Google Maps.

17

Dados mais atualizados possíveis encontrados. Dados referentes ao ano de 2007. Elaborado pela SEMURB – Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – com base nos dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


42 Ao redor do edifício podemos encontrar diversos serviços como quatro shoppings; três supermercados; sete academias de ginástica; uma academia de dança; três escolas de artes maciais; dois cartórios, mais de dez restaurantes, bares e lojas, proximidade com o DETRAN Via Direta, pontos de ônibus e de taxi, Hospital, Praça, Escolas Municipais e Estaduais, campos e quadras de esportes, e de uma grande área residencial de Capim Macio e Mirassol. Em Araújo (2013), tem dados mais aprofundados sobre o Conjunto Mirassol: É perceptível que não apenas as categorias de serviços existentes dentro de Mirassol, mas inclusive as do entorno, apresentam um maior número de estabelecimentos destinados a atividades educativas – 30%. Percebe-se ainda uma presença considerável de escritórios (centros empresariais) e salões de beleza (20% do total cada). Os 30% restantes estão divididos entre clínicas, gráficas e locais com serviços múltiplos, como é o caso do Shopping Via Direta. [...] Estes números despertam a atenção para as tendências de expansão deste tipo de terciário nesta área da Cidade. No caso de Mirassol especificamente, os serviços tendem a crescer na área educacional, da saúde, da estética, além de se notar um aumento de escritórios se instalando no Conjunto, tomando proveito da acessibilidade privilegiada que a região apresenta. (ARAÚJO, 2013)

Em discussões posteriores, a graduanda Jéssica Araújo comentou que “tem se verificado um crescente aparecimento de restaurantes e bares, principalmente na Av. Passeio das Rosas, pelo fato de estar numa localização estratégica, podendo atender um público não apenas local, mas inclusive municipal. [...] A presença de equipamentos como estes, fazem com que a região seja considerada como um subcentro da Cidade, isto é, uma área bem abastecida de equipamentos e atividade, e o surgimento deles foram estimulados pela presença de equipamentos de grande porte já consolidados na área (os shoppings e o Carrefour)”. Outras características observadas, e posteriormente confirmadas pelo proprietário do espaço, é que sua localização favorece a quem está à caminho das praias; Fica na entrada da cidade, tanto para quem vem de carro da Paraíba quanto do Ceará e ainda, de quem chega pelo Aeroporto Internacional Augusto Severo. E além disso tem o metro quadrado mais barato que outras regiões da cidade, como o bairro de Petrópolis, Tirol e Lagoa Nova. No entanto as vias expressas Avenida Eng. Roberto Freire e BR-101, assim como o Viaduto Quarto Centenário, podem ser um problema, pois se tornam barreiras para utilização dos serviços na outra margem, separando Capim Macio do Bairro Latino, Ponta Negra e Nova Parnamirim.


43 

ELEPHANT COWORKING O Elephant Coworking é um espaço situado Rua Barbosa de Freitas, 1241, no bairro

da Aldeota no município de Fortaleza, Ceará. Além deste, há mais seis espaços na cidade18. Foi projetado em 2010 pelo dono do lugar, o Arquiteto Igor Juaçaba, da Orquestra Arquitetura. Inicialmente a ideia era cria um polo de construção civil, agrupando diversas empresas como escritórios de arquitetura, design, engenharia civil, construtoras, etc. Porém, no meio do processo Igor descobriu o conceito de coworking e mudou a proposta do espaço. Figura 20 - Encarte do Elephant Coworking.

Fonte: Elephant Coworking.

Durante a visita, foi possível notar que desde o encarte (fig. 20) – que inclusive divulga o conceito do coworking assim como o Mesa Anexa em Natal – até o mobiliário e os materiais utilizados na arquitetura há a preocupação com as questões ecológicas. 

Configuração interna O espaço tem 340m² distribuídos entre: Sala de Treinamento para cursos (fig. 25);

Sala de Aceleradora para StartUp’s (fig. 26); Sete salas Ecoffice’s para as empresas que precisam de mais espaço e desejam trabalhar isoladas; Sala de Reunião formal com mesa para 10 pessoas e projetor (fig. 23); Sala de Reunião informal com pufes, sofá e motivos lúdicos (fig. 22); Sala de Coworking para 20 Pessoas com estações fixas e móveis (fig. 21); Copa; Banheiros (masculino/feminino e vestiário); Lockers; Almoxarifado; Recepção/Lounge para apresentações e vernissages (fig. 24); A entrada tem uma gaiola corrediça que transforma o espaço externo para realização de eventos; E um teto-jardim.

18

Segundo registrado pelo site do Google.


44 Figura 21 - Sala de Coworking.

Fonte: Acervo pessoal. Figura 22 - Sala de Reuni達o Informal.

Fonte: Acervo pessoal. Figura 23 - Sala de Reuni達o Formal.

Fonte: Acervo pessoal.


45 Figura 24 - Recepção/Lounge.

Fonte: Acervo pessoal. Figura 25 - Sala de Treinamento.

Fonte: Acervo pessoal. Figura 26 - Sala Aceleradora.

Fonte: Acervo pessoal.

A administradora do espaço, Fernanda Catunda, explicou que além daquele espaço propriamente dito, eles oferecem um local de refúgio em Fortim/CE (120 km de Fortaleza), a beira do rio Jaguaribe, 20 minutos da praia de Canoa Quebrada e 10 min do aeroporto de


46 Aracati. O local funciona como uma pousada, ideal para workshops imersivos ou descanso dos coworkers (fig. 27). Figura 27 - Refúgio do Elefante, em Fortim/CE.

Fonte: http://elephantcoworking.com.br/ Acessado em: 30 de julho de 2014

O Refúgio do Elefante tem: 

3 quartos sendo 2 suítes para 10 pessoas;

Sala para uso em reunião e vivências;

Spa com hidromassagem;

Área verde.

Além disso, irá funcionar futuramente um espaço de apoio, próximo ao Coworking, em Aldeota. No Complexo Elephant, haverá gráfica rápida, academia, dormitórios, sala de treinamento, salas de reunião e núcleos jurídico e contábil. É notável a necessidade de salas de reunião e assessoria contábil e jurídica no Coworking. Visto que é o básico para uma empresa funcionar, será levado em consideração neste presente trabalho. 

O edifício

Segundo o próprio site, o Elephant Coworking considera-se um edifício híbrido. Tem pé direito duplo, com utilização de mezanino para alguns ambientes. Ainda segundo o site, o prédio está em processo de certificação pelo selo internacional de sustentabilidade (GBC). Sua tipologia de galpão e utilização de materiais reciclados para vedação e ambientação, torna o espaço sóbrio e descontraído com detalhes que condizem com a política ecologicamente correta da empresa (fig. 28). Iluminação natural zenital, através de telhas translúcidas, divisórias de OSB, acrílico reaproveitado, peças de mobiliário recondicionados, livros doados, uso de bicicleta comunitária propõe aos usuários um cotidiano despojado e descontraído.


47 Figura 28 - Elephant Coworking.

Fonte: Google Street View.

Figura 29 - Recepção e Sala de Treinamento (mezanino).

Fonte: Acervo pessoal.

Estudo de uso do solo O Elephant Coworking está localizada à 1,80 km da Praia de Meireles, na Regional

II. A Secretaria Executiva Regional (SER) II é formada por 20 bairros, onde moram 325.058 pessoas. A Regional II abrange os bairros: Aldeota, Cais do Porto, Cidade 2000, Cocó, De Lourdes, Dionísio Torres, Engenheiro Luciano Calvalcante, Guararapes, Joaquim Távora, Manuel Dias Branco, Meireles, Mucuripe, Papicu, Praia de Iracema, Praia do Futuro I e II, Salinas, São João do Tatuapé, Varjota, Vicente Pinzon. Figura 30 - Situação do Elephant no bairro da Aldeota, em Fortaleza/CE.

Fonte: Google Maps.


48 O bairro da Aldeota, com grande adensamento comercial e de serviços, consiste em 3,88 km² de área e uma população de 42361 habitantes (IDH: 0,866). O Bairro tem diversos equipamentos públicos no âmbito da educação, como: EMEIF José Carvalho; Paróquia Da Paz; Renato Braga; Instituto Cearense De Educação De Surdos; Padre Mariano Rocha Matos (COMUNITÁRIA São Vicente De Paulo); CEI Sonho Feliz; Creche Trilha Do Senhor; E quanto a saúde há o UBASF Miriam Porto Mota (PREFEITURA DE FORTALEZA, 2014). Além disso, o Elephant têm à sua volta diversos serviços como bancos, parques, livrarias e shoppings como é relacionado na contracapa do encarte (detalhe na fig. 31). Figura 31 - Lista de locais próximos ao Elephant Coworking.

Fonte: Elephant Coworking.

3.2. 

ESTUDOS DE REFERÊNCIA INDIRETA Casa 7A

Esse projeto residencial de 550m², idealizado por Estúdio Arquitetura e Natalia Heredia, se trata de uma casa de campo (fig. 32) situada nas proximidades do Villeta, Colômbia. Com um clima quente e seco na maior parte do ano, próximo ao rio El Cojo. O projeto começou a ser concebido em 2012 e terminou de ser executado em janeiro de 2014. Tudo sob um determinante essencial em que se pretende usar neste presente trabalho: a casa é altamente permeável e capaz de fechar-se totalmente quando não utilizada. El lugar define en gran parte la concepción de este proyecto. Se parte de dos elementos básicos de la arquitectura: a cubierta, que nos protege del ambiente hostil pero que a su vez nos permite relacionarnos directamente con el entorno. a cubierta, horizontal y diáfana, enmarca el paisaje y nos protege del sol y la lluvia, a la vez que diluye el límite entre el adentro y el afuera, entre lo natural y lo artificial. El patio, que es el espacio que nos permite traer la naturaleza dentro de la arquitectura, nos lleva a apropiarnos y controlar los elementos naturales que de otra forma serían ajenos. El patio genera una escala íntima con relaciones y sensaciones cercanas en contraste con las visuales lejanas que las monta as proveen. (ARQUITECTURA EN ESTUDIO, 2014)


49 A casa foi concebida de modo que as divisões espaciais sejam fluidas e as barreiras físicas e visuais fossem quase inexistentes (fig. 33). Ainda assim o projeto proporciona toda a privacidade necessária e percepção do meio externo com a vista ininterrupta para a montanha. O projeto visa a utilização de materiais nobres, que expressam a seu processo de construção e composição natural (fig. 34). Painéis de revestimento de madeira, concreto pré-moldado. Figura 32 - Sala, varanda e piscina integradas.

Fonte: <http://freshome.com/2014/05/28/sustainable-modern-country-home-colombia-drawing-landscape/>. Acessado em: 21 de junho de 2014

Figura 33 - Relações tênues entre externo e interno.

Fonte: <http://freshome.com/2014/05/28/sustainable-modern-country-home-colombia-drawing-landscape/>. Acessado em: 21 de junho de 2014

Figura 34 - Elementos sólidos e vazios dispostos de maneira complementar.

Fonte: <http://freshome.com/2014/05/28/sustainable-modern-country-home-colombia-drawing-landscape/>. Acessado em: 21 de junho de 2014


50 

Tresarca

O projeto da Casa Tresarca, construído no ano de 2011 em Las Vegas, NV, pelo escritório assemblageSTUDIO (fig. 35). A casa se destaca pelo jogo de volumes e, principalmente, pelo revestimento externo do pavimento mais alto. Este será o mesmo tipo de revestimento a ser usado no nosso projeto. Figura 35 - Fachada frontal no fim da tarde.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/601445/tresarca-assemblagestudio Acessado em: 20 de junho de 2014.

Trata-se de uma pele de aço vasada, cortada em triângulos irregulares que se encaixam uns nos outros, seguros por montantes e engastados na estrutura metálica (fig. 36).

A terceira pele, feita de aço e completamente perfurado, confere privacidade ao

ambiente interno e ainda permite a visão do exterior, controlando a iluminação natural e o aquecimento. Figura 36 - Detalhe da pele de aço perfurado.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/601445/tresarca-assemblagestudio Acessado em: 20 de junho de 2014.


51 Figura 37 - Corte esquemático.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/601445/tresarca-assemblagestudio Acessado em: 20 de junho de 2014.

Loft Industrial

O projeto de Diego Revollo, executado em São Paulo/SP, apesar de se tratar de um Loft residencial traduz perfeitamente os aspectos do estilo industrial desejados para este projeto, como espaços integrados, a estrutura e as instalações aparentes (fig. 38). O resultado é moderno e sóbrio. As paredes de tijolos aparentes receberam acabamento de cimento queimado, e as estruturas metálicas pintadas de preto (fig. 39 a 42). Por cima do cimento queimado os tijolos receberam uma resina especial impermeável para proteção e durabilidade. A enorme esquadria da fachada permite uma boa entrada de luz nos dois pavimentos. A cozinha (fig. 42) recebeu vários armários, que também escondem a área de serviço, e uma ilha central que divide os espaços. A enorme mesa de madeira abraça a ilha e permite receber os amigos com conforto. O home (fig. 43) foi todo instalado em um painel de laca preta extra-brilho. O painel emoldura a TV e diminui a sensação da altura. O mezanino abriga quarto, closet e um banheiro integrado (fig. 44). Teto e piso receberam acabamento de cimento queimado, o mesmo usado nos tijolos. O banheiro (fig. 45) foi dividido do quarto por uma bancada. A área total é de 100m².


52 Figura 38 - Loft residencial em São Paulo

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013

Figura 39 – Cimento queimado e Estrutura em preto fosco

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013

Figura 40 - Espaços integrados.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013


53 Figura 41 - Iluminação natural e indireta.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013

Figura 42 - Cozinha integrada.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013

Figura 43 - Home Theatre.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013


54 Figura 44 - Mezanino.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013

Figura 45 - Banheiro s贸brio e moderno.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013

Figura 46 - Layout dos dois pavimentos.

Fonte: http://assimeugosto.com/2012/12/05/loft-em-sao-paulo/ Acessado em: 26 de agosto de 2013


55 4. ANTEPROJETO De acordo com nossa avaliação, possíveis zonas de interesse para o Coworking presentes em Natal são Petrópolis, Capim Macio, Ponta Negra Lagoa Nova e Tirol. Estes bairros compõem o novo sítio financeiro da cidade e reúnem os aspectos mais interessantes para o surgimento dos espaços colaborativos, porém o Coeficiente de Aproveitamento torna o investimento incoerente em alguns desses bairros. Acreditamos que futuramente bairros primordialmente residenciais como conjunto Mirassol, Bairro Latino e o bairro de Lagoa Seca serão aos poucos tomados pelos edifícios corporativos, assim como ocorreu com os bairros de Pinheiros e Jardins, em São Paulo. 4.1.

CONDICIONANTES AMBIENTAIS 

A cidade

A cidade de Natal, situada no nordeste brasileiro, com uma área aproximada de 171 Km² e uma população de 810.780 habitantes (IBGE 2011), insere-se na Zona Bioclimática 8, de acordo com a NBR 15220 Parte 3, apresentando clima quente e úmido, com precipitação média entre 50 e 200mm, com índices maiores nos meses de março e julho. Suas temperaturas variam entre 19ºC e 32ºC, com alta incidência de radiação solar, umidade relativa acima dos 60%, e ventilação intensa e predominantemente na direção sudeste. Portanto, algumas estratégias projetuais podem ser utilizadas, como: utilização de vedações de materiais leves e refletivos; aberturas grandes, sombreadas e orientadas de forma que possibilitem uma ventilação cruzada. O clima da região do Natal é classificado, segundo Vianello e Alves (1991), como tropical chuvoso quente com verão seco, o que contribui para ocorrências de temperaturas elevadas o ano todo. A proximidade da região do município com a Linha do Equador é um fator que justifica os altos índices de irradiação solar, que garantem cerca de 300 dias de sol por ano. Sendo assim, não há muitas variações térmicas no município do Natal, ocorrendo médias máximas e mínimas de 29,7ºC e 23,5ºC, respectivamente; bem como, também, as variações anuais de evaporação, que giram em torno de apenas 5,8mm/dia e a umidade relativa do ar em torno de 80,0%. O período denominado de chuvoso acontece entre os meses de março e agosto, período em que ocorrem os maiores índices pluviométricos. Já os períodos de maiores estiagens são os dos meses de outubro a dezembro. (NATAL, 2013)

Além disso, com base na carta solar e rosa dos ventos para Natal/RN, de Latitude e Longitude de 05° 47' 42''S e 35° 12' 34''W, foi determinada a posição solar relativa ao local e assim os protetores mais adequados para efetiva proteção das aberturas, bem como a direção dos ventos para correta localização das mesmas para que o máximo potencial seja aproveitado.


56 Figura 47 – Gráfico de Ventilação predominante sobreposto à Carta Solar para Natal/RN.

Fonte: LabCon/UFRN.

O bairro

Ponta Negra é um bairro nobre localizado na Zona Sul da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, sendo a segunda maior concentração de emigrantes internacionais da cidade (NATAL, 2013). Atualmente o bairro continua atraindo as classes mais elitizadas, com um dinâmico processo de renovação do estoque habitacional e, consequentemente, do padrão do ambiente construído. Segundo o material disponibilizado pela SEMURB, intitulado “Natal: Meu Bairro, Minha Cidade” (2009): 19

O bairro de Ponta Negra se insere na Zona de Adensamento Básico , estabelecida no macrozoneamento da Lei Complementar nº. 082 de 21 de junho de 2007, em seu capítulo I. Esta Lei dispõe sobre o Novo Plano Diretor de Natal (PDN/2007). Segundo ainda o PDN, o referido bairro corresponde uma área sujeita a Operação Urbana. Ainda incide sobre este bairro a Lei nº 3.607/87, que dispõe sobre uso e 20 prescrições urbanísticas da Zona Especial Turística I (ZET-I), além de existirem duas áreas consideradas frágeis do ponto de vista ambiental, denominadas ZPA-5 (regulamentada pela Lei nº 5.565/2004) e ZPA -6, ainda não regulamentada. A ZPA-5 refere-se à área de associação de dunas e lagoas e a ZPA-6 refere-se ao Morro do Careca e Dunas Associadas. Existem também no bairro mais duas áreas que prescrevem algumas limitações urbanísticas e ambientais. A primeira é uma Área Especial de Interesse Social, chamada AEIS – Vila de Ponta Negra. Já a segunda é uma pequena faixa do bairro denominada de Área Non Edificanti, esta tendo como

19

Zona de Adensamento Básico São áreas onde se aplica, estritamente, o coeficiente de aproveitamento básico. O coeficiente de aproveitamento básico para todos os usos nos terrenos contidos na zona urbana é de 1,2. (NATAL, 2013) 20

Zona Especial de Interesse Turístico – ZET Áreas em que o uso do solo e prescrições urbanísticas são definidos por lei específica. São elas: ZET-1 (Lei Nº 3.607/87); ZET-2 (Lei Nº 4.547/94); ZET-3 (Lei Nº 3.639/87) e ZET-4 (Redinha). (NATAL, 2013)


57 objetivo a preservação cênica-paisagística da praia de Ponta Negra. (Natal, 2009)

Assim, eles apresentam um dos mais altos preços imobiliários, tendo em vista os seus atributos, tais como: elementos paisagísticos de grande valor, boas condições relativas ao provimento de infraestrutura e serviços públicos, localização privilegiada e acesso fácil a cidade; além do status especial e da qualidade de vida de quem mora no bairro. 

O terreno

O terreno escolhido localiza-se na esquina da Avenida Engenheiro Roberto Freire com a Rua Miguel Godeiro Primo, no bairro de Ponta Negra (fig. 48), em Natal/RN (5°52'36.7"S 35°10'39.0"W). Possui uma área de aproximadamente 1.708 m². O local do terreno escolhido apresenta bons condicionantes legais, com um Coeficiente de Aproveitamento de 1,2 que justifica um edifício de até dois pavimentos. Além disso, o local tem infraestrutura básica necessária para receber um empreendimento desta tipologia. Enquanto que o terreno tem aproximadamente 1.937m², uma dimensão considerável para o projeto (fig. 49). Apenas para fins acadêmicos, estamos usando um terreno que já funcionaram dois restaurantes (Restaurante Veleiros até abril de 2011, e Restaurante Ancoradouro até fevereiro de 2014). O local é próximo a renomados restaurantes (fig. 50), seguindo a pesquisa de preferência do mercado de coworking citado anteriormente. Além de ser próximo a diversos empreendimentos da rede hoteleira (um bom foco de clientes em potencial). Tanto pelo mapa com as curvas de nível, disponibilizado pela SEMURB, quanto pela análise do terreno in loco, o mesmo já foi alterado devido aos empreendimentos passados, necessitando talvez de uma modificação parcial de terraplenagem. Norteando o terreno, podemos afirmar que é possível projetar seguindo as condicionantes de projeto, protegendo as fachadas ensolaradas e priorizando a área interna dos pavimentos com ventilação adequada.


58 Figura 48 – Imagem de satélite da área de projeto, com o terreno destacado em vermelho e identificação de Hotéis e Restaurantes no entorno.

Fonte: Google Maps com alterações do autor.

Figura 49 - Vista aérea da área com destaque para o terreno.

Fonte: Google Maps com alterações do autor.

Figura 50 – Foto do terreno capturada pelo Google Street View.

Fonte: Google Street View (setembro de 2012).


59 4.2.

CONDICIONANTES LEGAIS Os condicionantes legais são determinados pelo Plano Diretor de Natal (2007), o

Código de Obras (2004), o Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande do Norte e a NBR9050 de Acessibilidade, pela ABNT. 

Plano Diretor de Natal A Lei Complementar nº 081 de 21 de junho de 2007, que dispõe sobre o Plano

Diretor de Natal (2007), caracteriza o bairro de Ponta Negra, quanto ao uso e ocupação do solo, dentro do macrozoneamento como Zona de Adensamento Básico - onde as condições do meio físico, a disponibilidade de infraestrutura e a necessidade de diversificação de uso, possibilitem um adensamento mínimo correspondente aos parâmetros básicos de coeficiente de aproveitamento. Partindo dessa caracterização o projeto do edifício comercial vertical considera-se as seguintes prescrições urbanísticas do Plano Diretor (2007), Título II, Capítulo I e II (pág. 410 a 415): 

Art. 8º – O Macrozoneamento, constante no Mapa 1 do Anexo II, divide a totalidade do território do Município em três zonas: I – Zona de Adensamento Básico; II – Zona Adensável; III – Zona de Proteção Ambiental. Art. 9º – Zona de Adensamento Básico é aquela onde se aplica, estritamente, o coeficiente de aproveitamento básico.

Art. 10º – O Coeficiente de Aproveitamento básico para todos os usos nos terrenos contidos na Zona Urbana é de 1,2 (um vírgula dois).

Art. 29 - § 2º – O gabarito máximo permitido para toda a cidade será de 65m (sessenta e cinco metros) exceto para zonas adensáveis onde poderá ser permitido até 90m (noventa metros).

Art. 30 – A taxa de ocupação máxima permitida para todos os terrenos do Município, ressalvadas as regulamentações especiais são: I – Subsolo, térreo e 2º pavimento – 80% (oitenta por cento).

Art. 31 – A taxa de impermeabilização máxima permitida no Município será de 80% (oitenta por cento) do lote e seu descumprimento constituirá em infração ambiental de natureza grave, sujeitando o infrator à penalidade de multa e à demolição da obra, além de determinação para reversão à situação anterior; sendo atendidas as normas processuais administrativas estabelecidas na legislação.


60 

Art. 32 - § 1º – Nos recuos frontais serão admitidos: I – Qualquer tipo de construção em subsolo nos termos estabelecidos no § 1º e § 2º do art. 30 desta Lei, desde que seja atendido o recuo mínimo de 3,00m (três metros); § 2º – Sobre os recuos laterais e de fundos serão admitidas saliências de 1,35m

(um

vígula

trinta

e

cinco

metros)

desde

que

sejam

destinadas,

exclusivamente, à circulação vertical e sua distância em relação às divisas do lote não seja inferior a 1,50m (um vírgula cinquenta metros). PRESCRIÇÕES URBANISTICAS Área do Terreno

1.708 m²

Coeficiente de Aproveitamento

1,2

Gabarito

65m

Taxa de Ocupação

80%

Taxa de Permeabilidade

20%

Código de obras O Código de obras de Natal, instituído pela lei complementar nº 055, de 27 de janeiro

de 2004, determina as condições mínimas construtivas de uma edificação, para o projeto de um edifício comercial vertical considera-se as seguintes prescrições urbanísticas, do Título III – NORMAS ESPECÍFICAS DAS EDIFICAÇÕES, Capitulo II (pág. 289 a 295): A Rua Miguel Godeiro Primo (via de acesso ao empreendimento) é considerada como uma via local pelo Código de obras. O empreendimento está previsto, pela Lei Complementar nº 055/00 – Anexo III – Relação das edificações que geram tráfego, como categoria 6 – Edifício para prestação de serviço geral – e para vias locais, requer uma vaga a cada 45m² (1 vaga/ 45m²), além de um depósito para o lixo. Art. 110 – § 6º – A edificação, com área de estacionamento a que se refere o caput deste artigo deve prever, pelo menos, local para embarque e desembarque. Art. 110 – § 7º – Podem ser admitidas dimensões mínimas com dois metros e quarenta centímetros (2,40m) de largura e quatro metros e cinquenta centímetros (4,50m) de comprimento para a vaga de estacionamento, mediante projeto específico avaliado e aprovado pelo órgão municipal gestor de transportes e trânsito urbanos. Art. 112 – As áreas livres, resultantes de recuo frontal, podem ser consideradas para efeito de cálculo de área de estacionamento ou guarda de veículos, desde que esse recuo seja igual ou superior a cinco metros (5,00m), respeitados os espaços de passeio e as regras de acesso ao lote.


61 Art. 125 – Nos locais públicos ou privados de uso coletivo deve ser reservado o número de vagas às pessoas portadoras de deficiência física, conforme estabelecido na NBR específica e demais normas da legislação em vigor, com a sinalização, rebaixamento de guias e localização adequada. Art. 126 – Toda calçada deve possuir faixa de, no mínimo, um metro e vinte centímetros (1,20m) de largura, para a circulação dos pedestres – passeio – com piso contínuo sem ressaltes ou depressões, antiderrapante, tátil, indicando limites e barreiras físicas. § 1º – Qualquer que seja o elemento pertencente ao imóvel somente pode projetarse sobre a área da calçada, se edificando a uma altura superior a dois metros e vinte centímetros (2,20m) e balanço máximo de oitenta centímetros (0,80m). § 3º – Quando de tratar de marquises, a altura mínima admitida é de dois metros e cinquenta centímetros (2,50m), e o balanço máximo de 2/3 da largura da calçada. Art. 144 – Conforme o uso a que se destina, todo compartimento da edificação, deve ter dimensões, pés direitos e áreas mínimas estabelecidas de acordo com o quadro abaixo: Compartimento Cozinha Banheiro de serviço Lavabo Área de Serviço Locais de Estudo e trabalho Loja Mezanino

4,00 2,40 1,60 10,00

Dimensão mínima (m) 1,80 1,00 1,00 1,00 2,60

Pé direito mínimo (m) 2,50 2,40 2,40 2,40 2,50

12,00 -

2,80 -

2,70 2,40

Área mínima (m²)

Art. 150 – A superfície de abertura voltada para o exterior, destinada à insolação, iluminação e ventilação, não pode ser inferior a um sexto (1/6) da área do compartimento, quando se tratar de ambientes de uso prolongado. Parágrafo único – A área definida no caput é de um oitavo (1/8), quando se tratar de ambientes de uso transitório. Art. 151 – São dispensados de iluminação e ventilação direta e natural os ambientes que se destinam à: I – Corredores e halls de área inferior a cinco metros quadrados (5,00m²); III – Depósitos de utensílios e despensa. Art. 160 – Nos espaços e edifícios públicos ou privados deve ser observado o acesso através de rampas quando houver desnível maior que um centímetro e cinco


62 milímetros (1,50cm), observando a exigência da NBR específica e demais normas da legislação em vigor. Art. 165 – Os edifícios públicos ou os edifícios privados de uso público devem dispor de banheiros masculino e feminino, nos quais são instaladas peças sanitárias, equipamentos e acessórios adequados as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, conforme estabelecido na NBR específica e em norma técnica administrativa complementar. § 1º – Em obras de reforma ou em construções novas de pequeno porte, não sendo possível ou não se fazendo necessária a implantação de banheiros masculina e feminina, e admitida à instalação de um único banheiro para atender ambos os sexos, desde que atenda os critérios de acessibilidade. § 2º – Em qualquer caso, havendo banheiro em ambientes de uso não restrito, este deve atender a norma técnica da ABNT, que dispõe sobre a acessibilidade. § 3º – Em edifícios públicos ou privados de uso público, quando no pavimento não houver banheiros acessíveis de utilização coletiva, as instalam sanitários individuais devem ser adaptadas para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. § 4º – Em caso de bateria de banheiros, deve ser adaptada à quantidade estabelecida em norma técnica administrativa complementar. 

Código de segurança e prevenção contra incêndio e pânico O Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio

Grande do Norte (Lei nº 4436 de 09 de dezembro de 1974) prevê as seguintes exigências para edificações comerciais: Art. 8º – As edificações classificadas de acordo com o Art. 6º, incisos II, III e IV destas especificações, (ocupações, respectivamente, COMERCIAL, MISTA e PÚBLICA), devem atender as exigências de dispositivos de proteção contra incêndio de acordo com a área construída e altura da edificação: IV - edificações com altura entre seis e quinze metros, com área construída superior a 750m²: a) prevenção fixa (hidrantes); b) prevenção móvel (extintores de incêndio); c) chuveiros automáticos (sprinkler) nas circulações e área comuns e nas dependências de risco “C”; d) iluminação de emergência; e) sinalização;


63 f) escada convencional; g) instalação de hidrante público; Art. 14 – Para fins de dimensionamento dos meios de combate a incêndios, os riscos serão classificados por ocupações de acordo com a “Tarifa Seguro Incêndio do Brasil” do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); Art. 15 – A classe de ocupação será estabelecida de acordo com a “lista de ocupações”, da Tarifa Seguro Incêndio, variando de 01 a 13, conforme se segue: I) Risco de classe “A” - Classe de ocupação variando de 01 a 02; Art. 16 – Para cálculo da área construída da edificação serão feitas as seguintes considerações: I - nas edificações com mais de um pavimento, a área construída total será o somatório das áreas dos pavimentos, não sendo computados as sobrelojas e mezaninos com área inferior a trinta metros quadrados (30m²); II - para o cálculo da área construída será considerada a área de projeção de marquises e beirais para o pavimento térreo, desde que ultrapassem um metro (1m) de projeção, para os demais pavimentos o cálculo será pela projeção da área externa da alvenaria; III - jardins, pergolados, espelhos d’água, tanques, piscinas e outras instalações similares, não serão computados como área construída; Art. 17 – Para cálculo da altura da edificação serão feitas as seguintes considerações: I - a altura da edificação será compreendida pela diferença de cota entre o nível do solo no acesso à edificação e a laje do piso do último pavimento, diferenciando-se para a questão de edificação predominantemente térrea; II - para edificações com mais de um acesso ou saída, será considerado o acesso que incida em cálculo da maior altura da edificação; IV - não será computado na altura da edificação as partes sobrelevadas, quando destinadas exclusivamente a casa de máquinas, barriletes, caixas d’água e outras construções sem aproveitamento para quaisquer atividades ou permanência humana; Art. 21 - I) a escada CONVENCIONAL deverá atender às seguintes exigências: a) as portas quando abrirem para a circulação, não diminuirão, durante a abertura, a largura mínima exigida; b) os lances serão retilíneos não se permitindo degraus em leque; c) os pisos dos degraus ou patamares serão revestidos com materiais antiderrapantes;


64 d) a dimensão dos degraus deverá obedecer a regra seguinte: a soma de duas alturas (espelhos) e uma largura (piso) dos degraus deve estar entre sessenta e três e sessenta e quatro centímetros (63 a 64 cm), sendo que a altura máxima será de dezessete centímetros (17 cm), e o piso com largura mínima de vinte e oito centímetros (28 cm); e) a altura máxima entre patamares consecutivos será de dois metros e setenta centímetros (2,70 m); f) a largura mínima da escada deverá ser de um metro e vinte centímetros (1,20m), compreendendo o espaço necessário para duas unidades de passagem e instalação de corrimãos; g) corrimãos em ambos os lados com altura entre setenta e cinco e oitenta e cinco centímetros (75 a 85 cm) do piso, fixados na face interior, largura máxima de seis centímetros (6,0 cm) com afastamento de quatro centímetros (4 cm) da face das paredes; h) a distância máxima a ser percorrida para atingir a escada deverá ser menor ou igual a vinte e cinco metros (25 m) em edifício residencial ou quinze metros (15 m) nos edifícios comerciais; i) deverá existir em todos os pavimentos acesso livre, através de área de uso comum, entre o hall de serviço e o hall social, exceto nas edificações que possuam elevador de segurança. Art. 23 – Os EXTINTORES de incêndio são dispositivos portáteis, destinados a combater princípios de incêndios; § 1º – Para efeito de padronização das técnicas de combate ao fogo, classificam-se os incêndios em quatro classes: I - incêndio de classe “A”: combustão de materiais sólidos (papel, madeira, tecido, couro, etc.), que tenham como características formação de brasas e grande quantidade de resíduos, sendo utilizado o resfriamento como técnica de extinção; III - incêndio de classe “C”: combustão em equipamentos elétricos energizados, que tenham como característica o risco de descarga elétrica, sendo utilizadas substâncias não condutoras de eletricidade para sua extinção; § 2º - Os extintores são distribuídos de acordo com a classe específica de incêndio à qual se destinam: I - água pressurizada (AP) - incêndio de classe “A”; II- pó químico (PQ) - incêndio de classe “B” e “C”; § 3º - Na distribuição dos extintores de incêndio deverão ser considerados os riscos a proteger, devendo cada unidade extintora instalada garantir a extinção das possíveis classes de incêndio existentes na sua área de proteção; § 4º - A densidade de extintores de incêndio por área construída será proporcional ao risco da edificação, classificada de acordo com o art. 15º destas especificações:


65 I - risco “A” - para cada 250m² ou pavimento, um jogo de extintores para classes A, B e/ou C, colocados preferencialmente juntos, devendo-se ser observada a distância máxima a ser percorrida pelo operador, que é de 20m; Art. 24 - Os HIDRANTES são pontos de suprimento d’água de uma rede fixa de proteção contra incêndio das edificações, dotados de reservatório, bomba, válvulas, tubulações, registros, mangueiras e esguichos, capazes de proporcionar a extinção de incêndios; § 1º - Os projetos de sistema de prevenção contra incêndio por hidrantes, deverão ser executados obedecendo-se às seguintes especificações: I - o abastecimento da rede de hidrantes será feito por reservatório elevado, preferencialmente, ou por reservatório subterrâneo; 4.3.

CONDICIONANTES FUNCIONAIS 

Topografia

A topografia do terreno mostra uma diferenciação de seis metros entre a testada voltada para Avenida Engenheiro Roberto Freire e a testada oposta voltada para a Rua Projetada. Além disso, nota-se que o limite inicial do terreno se encontra a 32 metros acima do nível do mar. Tanto a curva de nível de número 32 quanto a de numero 38, podem ser desconsideradas (fig. 51), pois não há influência no uso do terreno e são facilmente modificáveis. Figura 51 - Topografia simplificada do terreno.

Fonte: Acervo pessoal

Foram necessárias algumas modificações no terreno pela necessidade de um subsolo, para comportar as 34 vagas exigidas pelo Código de Obras vigente para o uso deste edifício, além do uso de um talude e muros de arrimo na fachada nordeste para conter a implantação do pavimento de estacionamento subterrâneo.


66 

Mapa de insolação e ventilação

Sobrepondo o terreno com a Carta Solar e o diagrama de ventos predominantes de Natal/RN (fig. 52), podemos ver que o terreno é atingido pela insolação do sol nascente na testada da Avenida Engenheiro Roberto Freire, e durante a tarde os edifícios Paradise Flat, Porto Ponta Negra Residence, Porto Imperial Residence, Porto Viejo Residence, e Curva do Vento Residence, na Avenida Praia de Ponta Negra, protegem o terreno do sol poente, ou seja, o projeto estará sombreado durante toda a tarde. Além disso, o terreno é abastecido pelos ventos a Sudeste, além da brisa marítima. Figura 52 - Terreno, Carta solar e ventos predominantes sobrepostos.

Fonte: Acervo pessoal

No software Autodesk Vasari Beta 3, foram inseridos dados de geolocalização (fig. 53), datas e horas como exemplo, além da volumetria desejada para o projeto e a volumetria dos edifícios no entorno para a simulação de insolação e ventilação e como o entorno poderia interferir no processo de projeto. Podemos notar com essa simulação, que o sombreamento provocado pelos edifícios acima citados, causa uma barreira sombreada depois das 13 horas. No mesmo software, foi utilizada a função “Túnel de Vento” (fig. 54), no qual a geolocalização fornece uma simulação em tempo real do comportamento do vento no local e a interferências e possíveis esteiras de vento que os edifícios ao redor pudessem causar. Com esta simulação, podemos averiguar que não haverá problemas quanto ao fornecimento de ventilação natural no edifício.


67 Figura 53 - Simulação de insolação às 10 horas (esq.) e 16 horas (dir.).

Fonte: produzido pelo autor no software Autodesk Vasari Beta 3. Figura 54 - Túnel de Vento em perspectiva.

Fonte: produzido pelo autor no software Autodesk Vasari Beta 3 .

Programa de necessidades e Pré-dimensionamento

O programa de necessidades e o pré-dimensionamento são fruto dos estudos de referência diretos e da consulta a outros Trabalhos Finais de Graduação, pesquisados previamente na Biblioteca Setorial do Laboratório de Arquitetura e Urbanismo. Foram eles: “Edifício Trianon: Anteprojeto de um Centro de Negócios”, por Aline Caetano Zumba (2010); “Centro Empresarial Câmara Cascudo”, por Vincente Correia

ima Neto (2002); “Edifício

Ken Yeang: Anteprojeto de centro empresarial e comercial”, por Ana Carlota de Britto Costa (2006); e “ATRIUM – Centro Empresarial e de Serviços”, por Jacqueline Thé Bonifácio Freire (2009). O pré-dimensionamento foi pensado para 50 coworkers simultâneos, o que categoriza o edifício para um espaço de coworking de porte médio. Espaços adjacentes (como Lockers, Salas de Reunião, de Atendimento, de Brainstorm e o Auditório) serão utilizados por demanda mediante agendamento e locação e será aberto para o uso de terceiros. Os coworkers terão preferência no uso, mas não terão exclusividade. Durante as visitas de Estudo de Referências Diretas, foi percebido que não há salas destinadas ao Setor Administrativo, pois isso seria contraditório ao que o coworking representa enquanto comunidade. Para o caso de um espaço de coworking, o administrador trabalha na sala de coworking junto com os outros. E se por ventura necessite de um ambiente privado para uma eventual entrevista de candidatos. Por exemplo, usam a sala de


68 reuniões como todos os outros. Por esse motivo, não haverá salas específicas para esse setor, o mesmo esta integrado ao Setor de Produção. Quanto as Salas de Reuniões, bem como a Sala de Atendimento, foi utilizada uma proporção de uma sala para dez pessoas (1/10), como foi notado durante as visitas aos espaços de coworking em Natal/RN e Fortaleza/CE. Para uma proporção maior, possivelmente haveria uma subutilização dos espaços disponíveis e perda de investimento. A Sala de Brainstorm, é um espaço para os momentos que necessitam ser criativos e imersivos. Com equipamentos lúdicos que possam ajudar no processo como jogos, videogame, papel vegetal, tela de pintura e quadros brancos. O termo Brainstorm vem do processo de alta imersão focando em aproveitar qualquer ideia a partir de uma enxurrada de palavras, imagens, sons ou cheiros que vier a mente naquele momento. Entende-se

o ambiente

“Chill

Out”

como um

espaço

para descanso

e

desprendimento do cotidiano e da rotina para o uso dos coworkers. Chill out é um termo da língua inglesa que significa "relaxar totalmente" ou "não deixar que as coisas te incomodem". É um termo mais utilizado para definir um estilo musical eletrônico e relaxante. O Lounge é uma área tranquila de espera no saguão principal e servirá também como antessala para o auditório quando estiver em uso. Reunindo todas as informações necessárias, resultou na seguinte tabela: Ambiente

Observação

Unid.

Sala de Coworking

50 pessoas

1

240

240 m²

Sala de Reunião

10 pessoas

5

32

160 m²

Sala de Atendimento

03 pessoas

5

12

60 m²

Sala de Brainstorm

10 pessoas

2

40

80 m²

Núcleo Jurídico

03 pessoas

1

12

12 m²

Núcleo Contábil

03 pessoas

1

12

12 m²

Lounge/Espera

20 pessoas

1

160

160 m²

Auditório

100 pessoas

1

240

240 m²

Chill Out/Solário

50 pessoas

1

160

160 m²

Copa

05 pessoas

1

30

30 m²

Lockers

100 pessoas

1

36

36 m²

Vestiário

05 pessoas

2

20

40 m²

Lavabo

01 pessoa

2

3

6 m²

Almoxarifado

-

1

6

6 m²

Área de Serviço

-

1

6

6 m²

Elevador/acessibilidade

-

1

3

3 m²

DML

-

1

6

6 m²

Depósito

-

1

6

6 m²

Lixo

-

1

3

3 m²

Total

1266 m²

11,52

650 m²

Setor

Produção

Público

Social

Serviço

Estacionamento

34 vagas

34

Área

Subtotal


69 

Zoneamento

Depois de relacionados os ambientes previstos para o projeto, e dividi-los em quatro setores (Produção, Público, Social e Serviços), zoneados no terreno como está demonstrado abaixo (fig. 56). Figura 55 - Zoneamento.

Fonte: Acervo pessoal.

Fluxograma

O Fluxograma foi pensado de tal maneira a produzir barreiras de fluxo de forma natural e fluida, pois há apenas alguns ambientes em que é desejável que os clientes dos coworkers transitem. Não que seja proibido o acesso deles, mas que funciona para uma circulação mais lógica. As linhas verdes são a circulação do coworkers, as linhas vermelhas são a circulação dos clientes e as linhas amarelas são a circulação de serviço. Figura 56 - Fluxograma.

Fonte: Acervo pessoal


70 4.4.

PROPOSTA FINAL 

Conceito Figura 57 – Foto ilustrativa do conceito.

Fonte: http://br.blog.zyncro.com/wp-content/uploads/2011/08/trabalho-praia.png Acessado em: 17 de agosto de 2014.

Foram listadas cinco ideias que melhor representem o projeto, isso nos levará ao conceito a ser adotado. Em primeiro lugar, é certo que há o desejo de ser um projeto icônico pela sua volumetria, de causar incômodo e estranheza com pavimentos em balanço e falta de simetria, mas que ainda assim, em segundo lugar, seja atraente e convidativo. Em terceiro, é de interesse do autor que o projeto traga um caráter despojado, de modo que profissionais formais e informais coexistam, por exemplo, um advogado e um artista plástico possam utilizar e se apropriarem do mesmo espaço. Em quarto, que o espaço seja adequado ao método colaborativo de trabalho, ou seja, que os ambientes favoreçam o compartilhamento de ideias e projetos em conjunto, além de promover serviços de consumo colaborativo. E por fim, que o projeto leve em consideração o seu entorno, nesse caso, o litoral. Em outras palavras, que os usuários deste edifício possam admirar o espetáculo de paisagem que vos apresenta deste ponto de vista da cidade para o Morro do Careca. Com isso, o conceito que resume as cinco ideias foi termo “Escritório na Praia” (ilustrado pela fig. 57), no sentido de que será um ambiente empresarial, mas sem as formalidades de uma empresa padrão. O fato de o terreno escolhido estar próximo ao litoral, aos hotéis, bares e boates contribui para o caráter mais informal adotado para o projeto.


71 

Nome, croqui e volumetria

O QG Espaço de Coworking tem esse nome pois foi criado a partir da observação de que muitas pessoas se referem aos seus escritórios como “QG” ou “Quartel General”, remetendo-se à terminologia militar, associando à ideia da ação de “ir trabalhar” à ação de “ir à guerra”. Figura 58 - Logotipo

Fonte: Acervo pessoal

Depois da confirmação da escolha do terreno, por todos os motivos já descritos anteriormente, fiz alguns croquis (fig. 59), mas todos contendo os mesmos elementos mantidos até o final da concepção: volumes retangulares e aparentemente desconexos, o painel de aço corten perfurado, um mirante rotacionado e desalinhado com o resto do empreendimento. Figura 59 - Croquis.

Fonte: Acervo pessoal.

No software Autodesk 3DS Max, criei cubos com dimensões correspondentes as áreas do pré-dimensionamento, fui juntando os cubos de acordo com o fluxograma e o croqui. Ao final da etapa adicionei material de concreto e o painel de aço corten perfurado e o limite do terreno com as curvas de nível (fig. 60).


72 Figura 60 - Volumetria no Autodesk 3DS Max.

Fonte: Acervo pessoal.

Continuando o estudo da volumetria, conversei com o Prof. Petrus Nóbrega, do Departamento de Arquitetura, sobre os aspectos estruturais para execução do edifício, sobre a estrutura, e como poderia ser executado o edifício, que me orientou a pensar nesse edifício com aspectos de edifício vertical, apesar da volumetria, no sentido de que era necessário alinhar o posicionamento de vigas, pilares e circulação vertical, pensar de racionalidade de execução e com isso obtive uma nova volumetria (fig. 61). Figura 61 - Volumetria depois da orientação do Prof. Petrus.

Fonte: Acervo pessoal.

Porém, com as alterações feitas, muito do que era atrativo na concepção original foi perdido, como os balanços e o mirante desalinhado. Então decidimos voltar com os balanços através de quatro vigas trapezoidais de aço com perfil “H”, e oculta pela vedação externa o mirante e mantemos a circulação e o alinhamento dos volumes (fig. 62). A concepção final está no tópico “PERSPECTIVAS” (pág. 76). Figura 62 - Volumetria com a volta dos elementos primeira indicações de acessos.

Fonte: Acervo pessoal.


73 

Memorial descritivo

O Terreno tem 1.708 m² e apenas duas testadas alinhadas e regulares. Devido à quantidade de pavimentos utilizada, o Plano Diretor exige que o cálculo dos recuos seja de três metros mais 10% da altura total do edifício (R= 3 + h/10), desconsiderando o subsolo temos recuos de 3,80m a serem vencidos na fachada nordeste, sudoeste e Noroeste, enquanto na fachada sudeste temos um recuo de 2,30m, pois se trata de um recuo lateral sem acesso (fundo de lote). O acesso é dado pela rua projetada, na fachada sudoeste, tanto aos pedestres quanto de cadeirantes. Código de Obras exige pela metragem quadrada computável que o edifício disponha de 34 vagas ao total, Há três vagas rotativas próximas ao acesso de pedestres. No pavimento subsolo, encontram-se as outras 31 vagas de estacionamento, incluindo uma vaga para cadeirantes e duas para idosos, além de depósito e DML. No pavimento térreo há o lounge, com piso de porcelanato esmaltado imitando madeira (Portobello CEDRO 14x87 NAT RET) dispostos com diferença de 7 cm entre um e o próximo logo abaixo (como tijolos), e paredes em concreto aparente escurecido por aditivos, duas TV’s

G U TRA HDTV 65” (65LA9700), sofás modulados da Orange Box

Perimeter diversas cores e texturas, com lugar para duas recepcionistas mesa de madeira de demolição com detalhes em lacca fosca cor amarela. O lounge é um ambiente para recepção e aguardo dos clientes e dos espectadores do auditório para 195 pessoas (mais cadeirantes), no qual pode ser subdividido em dois auditórios menores com divisórias móveis. Banheiros são acessíveis e próximos à circulação vertical (escadas e elevadores), copa de apoio para vernissages e área de serviço, além do pátio externo para os fumantes ou eventos externos. O forro a ser instalado em todos os ambientes do projeto, Knauf Cleaneo Acústico com lã de vidro. A circulação vertical é composto pela escada e corrimão de ferro pintado na cor preto fosco, degraus isolados em madeira, e o elevador Atlas Schindler (5500 MRL - sem casa de máquinas - Contrapeso lateral). No pavimento superior há o espaço de coworking para 86 pessoas simultaneamente e 96 lockers em mdf lacca fosca na cor roxo berinjela. Na área de coworking o sistema elétrico e cabos de rede estão no piso e sua utilização e manutenção serão feitas através das grades metálicas na cor preta fosca embaixo das mesas em lacca fosca branca e cadeiras Movequip Newnet cor preta. A iluminação pendente instalado no pé direito duplo é discreto e distinto, discreto e não atrapalha a visão de quem está no mezanino (Vibia Halo Lineal 2340). Divido por uma parede de vidro temperado transparente e cortinas, há duas salas de brainstorm com video games, painéis, quadro branco, estante de livros, sofás modulados Orange Box Cwtch na cor cinza com almofadas amarela e azul acinzentado e prussiano, pufes e mesa para até dez pessoas de madeira em lacca fosca preta e a parede que divide


74 os dois espaços com paredes em tijolo maciço aparente pintado em pátina na cor branco neve. O almoxarifado, onde ficam os suprimentos de escritório, duas salas de atendimento exclusivo para o núcleo contábil e jurídico, para dar suporte aos coworkers. Além de vestiários com paredes em tijolo maciço aparente pintado em pátina na cor branco neve, dentro há suporte para pendurar roupas, banco, chuveiros (DECA Clean - 1970.C.CT) com temporizador (DECA 2670.C), sanitários (DECA Carrara P.606 – Branco), mictório com sifão integrado (DECA M.711 - Branco) e cubas de semi-encaixe (DECA L.83C - Branco). Todo o pavimento revestido com piso de porcelanato esmaltado imitando madeira (Portobello CEDRO 14x87 NAT RET). Seguindo para o pavimento de mezanino, temos o mesmo revestimento de piso (Portobello CEDRO 14x87 NAT RET), paredes em concreto aparente envernizado, há um espaço de reuniões informais com sofás modulares de respaldo alto para até quatro pessoas cada, da OrangeBox Cwtch nas cores azul marinho e burgundy acoplados a monitores MY TV G 27” (LG M2752D). À direita há quatro salas de reunião para até dez pessoas com TV’s LG LED (42LB5500), fechamento em vidro e cortinas e paredes em concreto aparente. A esquerda existe uma copa que atende a todo o prédio. Uma bancada em silestone preto, com cuba embutida (Tramontina Perfecta - Retangular Plus 2C 34-28 BS), e torneira (DECA Duna Clássica - 1167.C64) armários em MDF lacca fosco preto, duas geladeiras Brastemp Retrô Frost Free amarela (BRT38AY). A ilha de concreto aparente com furos na lateral direita para vinhos, tampo de silestone roxo com fogão cooktop por indução (Brastemp Vitrocerâmico – 4 Bocas - BDJ60AE) e armários e gavetas em lacca fosco na cor preta, e na lateral esquerda uma mesa de apoio com cinco cadeiras Panton brancas. Mesas de madeira de demolição, cadeiras Série 7 de Arne Jacobsen na cor branca. Poltronas tipo dinner pretas (Martin Battrud - La Purissima) e luminárias pendentes sobre as mesas (Bertolucci Fernando Piva 5008). Ainda temos a despensa, de apoio para a copa, cinco salas de atendimento, e mais uma sala de reunião. No terraço há um sala de jogos com sinuca, o Chill Out com espaço livre para prática de Tai Chi Xuan, Yoga, e outras atividades relaxantes como um happy hour no fim do expediente, arrodeado por bancos para contemplação da vista panorâmica para a praia de Ponta Negra , no lado direito há um mirante emoldurado por um container pintado na cor amarela, e com fechamento em vidro duplo temperado transparente em direção ao morro do careca. A fachada nordeste está posicionada para a Avenida Eng. Roberto Freire, há um talude escondendo todo o subsolo, seguro pelo muro de arrimo, causa estranheza, pois não há entrada nem de pedestres nem de carros, como se o edifício fosse impenetrável. O


75 volume do auditório avança em balanço pelo talude e com iluminação de faixa de ED’s embutida na parte de baixo, demonstrando a leveza do edifício. O pavimento superior juntamente com o mezanino e o terraço formam um volume horizontal sobreposta em relação ao auditório, na lateral esquerda um balanço de sete metros e vinte, sustentado por pilares e vigas metálicas, escondidas pelo forro. O caixote de proporções horizontais bastante anamóficas inspiradas pela tela cinemascope de 2,35:1. É vedado pela pele de vidro seguido por uma segunda pele de aço corten perfurado, por privacidade e proteção do sol nas horas da manhã. Na fachada sudoeste, onde fica a o acesso de pedestres e cadeirantes, a marquise de concreto aparente emoldura o revestimento de porcelanato esmaltado imitando madeira (Portobello CEDRO 14x87 NAT RET), a pele de vidro protegida por brise-soleil e o montante revestido pelo parque horizontal, uma paginação de vegetação real recobrindo parte da fachada. 

Perspectivas

As perspectivas foram feitas no software Autodesk 3DS Max, a partir do modelo exportado do Autodesk Revit, renderizados com Chaos V-Ray e pós produzidos com o auxílio do Adobe Lightroom e Adobe Photoshop. Figura 63 - Perspectiva externa diurna, fachada nordeste.

Fonte: Acervo pessoal.


76 Figura 64 - Perspectiva externa diurna, fachada sudoeste.

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 65 - Perspectiva externa noturna, fachada nordeste.

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 66 - Perspectiva externa noturna, fachada sudoeste.

Fonte: Acervo pessoal.


77 Figura 67 - Perspectiva interna, espaรงo de coworking.

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 68 - Perspectiva interna, copa.

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 69 - Perspectiva interna, รกrea das mesas.

Fonte: Acervo pessoal.


78 CONCLUSÃO O Trabalho Final de Graduação tem por objetivo avaliar os conhecimentos obtidos pelo aluno durante o curso e aprofundar a exploração de temas específicos. Foi escolhido o projeto arquitetônico enquanto realização do último trabalho, requerido aos estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É inegável a importância deste presente trabalho na vida profissional, desafiando a disciplina de produção diária além da organização das ideias e de ser possível traduzir isso em um modelo edificado, assim como um projeto de arquitetura representa para execução de uma obra de construção civil. Durante a realização do trabalho, foram constatadas todas as dificuldades do ato de projetar e suas responsabilidades incubidas ao então arquiteto e/ou projetista, como de que não houve tempo hábil para analisar todas as referências diretas, propostas inicialmente, com o nível de aprofundamento de que se esperava pelo autor, sendo assim cortado da estrutura final do discurso. Desde o semestre 2013.2, na disciplina de Projeto e Planejamento Urbano e Regional, ministrado pela Prof.ª Dr.ª Ângela Ferreira, pude trabalhar com o tema Coworking e sua relação com a Arquitetura e Urbanismo e imergir por mais tempo trazendo a complexidade de questionamentos desejada pelo autor. Outra dificuldade encontrada foi limitada bibliografia mais específica, por tratar-se de um assunto muito novo, principalmente no universo arquitetonico. Além disso, o uso de softwares como Revit e o Vasari foi desafiador, pois estes exigem conhecimento em construção civil, responsabilidade de perceber o projeto de qualquer ângulo necessário, ao mesmo tempo permitindo mudanças importantes com menos esforço de desenho. Por outro lado, há certos erros no software, principalmente de representação gráfica que exigiram mais tempo para finalizar as para finalizar as pranchas, dificuldades agravadas pela pouca experiência pessoal com as ferramentas até então. Consideramos o tempo para execução do trabalho exíguo, principalmente depois da 15ª semana (pré-banca), até a 18ª (entrega final), porém suficiente, quando bem disciplinado durante a produção. Como resultado final do trabalho, pude projetar o edificio efetivando as características principais surgidas nas primeiras ideias de concepção, como pode ser observado, com riqueza de detalhes antes impossível de se chegar durante a graduação, organizado no cronograma máximo de 18 semanas. Conclui-se que, enfim, que o projeto de arquitetura de um espaço empresarial com ênfase no conceito de Coworking, para região metropolitana de Natal, tenha sido capaz de atender às condições funcionais, de conforto ambiental e exequibilidade necessária. Esperase que este trabalho possibilite o surgimento de outras abordagens e pontos de vista diferentes sobre o mesmo tema, servindo como referência para trabalhos seguintes, para além da avaliação e obtenção pelo autor do título de Arquiteto e Urbanista.


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