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Influência Social

Luís Filipe Ribeiro Claro Professor Jacinto Neto Psicologia B

E s c o l a S e c u n d á r i a F r a n c i s c o d e H o l a n d a


Influência Social

Psicologia B

Índice

Página

Introdução....................................................................3 Influência Social..........................................................4 Normalização...............................................................6 • Estudo clássico sobre a normalização.................11 Conformismo..............................................................13 • Estudo clássico sobre o conformismo..................13 • Ceder ao conformismo.........................................18 Obediência...................................................................22 • Estudo clássico sobre a obediência......................22 Inconformismo e Inovação.........................................26 • Estudo clássico sobre as minorias........................28 Índice de imagens.......................................................32 Conclusão....................................................................33 Glossário......................................................................34 Bibliografia...................................................................35

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Introdução A Influência Social constitui-se como um dos temas com maior destaque na psicologia social, podendo considerar-se que é um dos pilares desta disciplina. Este tema está inserido no subtema “Relações Interpessoais” que por sua vez integra o tema geral, “Eu com os outros”. Este trabalho tem como principal objectivo compreender os processos fundamentais de relação com os outros, em particular, os processos de influência entre indivíduos, abordando temáticas como a Normalização, Conformismo, Obediência ... e claro, os nomes mais sonantes da Influência Social como Asch (1956), Sherif (1936), Milgram (1963) e Moscovici (1969), bem como as experiências desenvolvidas pelos mesmos.

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Influência Social Todos nós vivemos em sociedade e desta forma, pertencemos a diferentes grupos sociais como a família, a escola, o grupo de pares... grupos estes que desempenham um papel fundamental na integração de normas, valores, atitudes e comportamentos considerados desejáveis na sociedade a que pertentemos – Processo de Socialização Um dos aspectos mais estudados sobre o funcionamento dos grupos sociais refere-se á influência que os elementos que os compõem exercem uns sobre os outros. Desta forma, designamos por interacção grupal a influência mútua que os membros de um grupo exercem entre si

Dimensão da Interacção Grupal

In#lluência

Inerente à deJinição de grupal

Podemos então concluir que a influência faz parte da dimensão da Interacção Grupal, sendo inerente à própria definição de grupo na medida em que num grupo, os seus elementos influenciam-se mutuamente.

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Pode-se considerar que a Influência Social ocorre quando o comportamento de alguém é condição para o comportamento de outrem, ou seja, quando um indivíduo é influenciado por outro. Contudo, é de notar que não é necessária a presença física do “agente influenciador”, esta presença pode ser apenas imaginária, pressuposta ou antecipada.

A influência social manifesta-se em três grandes processos:

Normalização

InJluência Social

Obediência

Conformismo

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I. Normalização As normas são um factor imprescindível na nossa vida, permitindo uma certa estabilidade do meio e uma maior facilidade na aprendizagem de comportamentos. Por outro lado, sem as normas a relação interpessoal seria dificultada, ou seja, não conseguiríamos descodificar, nem prever o comportamento das pessoas com quem estabelecêssemos uma interacção. Normas

• Regras sociais que implicam o seu cumprimento; • São a expressão da influência Social • A sua interiorizaçãoo ao longo do processo de socializaçãoo torna-as naturais (não nos apercebemos como influenciam os nossos pensamentos e comportamentos); • Regulam as relações interpessoais; • Refletem o que é socialmente desejado/indesejado; • Apresentam modelos de comportamento.

Os Agentes de Socialização são responsáveis pela interiorização das normas e correspondem a todos os grupos que nos obrigam a interioriza-las.

Família

Emprego

Grupo de Pares

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Meios de comunicação

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As normas Podemos então concluir que é graças ao

conjunto de normas

Uniformizam o comportament o dos indivíduos de um grupo social

que o comportamento dos indivíduos é uniformizado, (na medida em que todos irão agir de acordo com as nomas que regem determinada sociedade) o que é uma vantagem pois permite-nos prever o comportamento das pessoas que nos rodeiam.

Permitem prever os comportame ntos dos outros

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As normas

Traduzem valores dominantes

As normas traduzem os valores dominantes de uma sociedade contribuindo para a coesão grupal dado que todos os elementos de um grupo vão interiorizar as mesmas normas e vão agir, à partida, de acordo com elas

Coesão Social

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As normas

Facilitam o processo de adaptação ao meio social

A partir do momento que um individuo se quer pertencer a determinada sociedade/grupo, tem de interiorizar as normas que regulam essa mesma sociedade/grupo, daí que as normas funcionam como um “veículo adaptativo” na medida em que a sua interiorização facilita o processo de adaptação ao meio social. Por outro lado, as normas que os indivíduos têm de interiorizar para pertencer a certo grupo, asseguram identidade ao próprio grupo, distinguindo-o de todos os outros.

Asseguram identidade ao Grupo

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Numa situação de anomia (ausência de normas explicitas) os indivíduos que constituem o grupo tentam elaborá-las, influenciando-se uns aos outros. A este processo dá-se o nome de normalização – processo de influência recíproca quando nenhuma das partes da interacção dispõe de um juízo ou norma prévia

Conclui-se que:

Sem normas, a vida em sociedade seria Impossível

As normas reduzem a ambiguidade, restabelecendo sentimentos de segurança ao definirem o que é desejável num determinado grupo social. Desta forma, são as normas que asseguram a estabilidade do nosso viver social.

São as normas que asseguram a estabilidade do nosso viver social Escola Secundária Francisco de Holanda

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Muzafer Sherif (1935, 1936)

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Metodologia: • Sherif pediu aos sujeitos para calcularem a distância percorrida pelo ponto luminosos em vários ensaios: as suas estimativas convergiram num valor idiossincrático (típico de cada sujeito);

• Sherif pediu então aos sujeitos para estimarem o movimento da luz em grupos de 2 ou 3: as suas estimativas convergiram num valor normativo (típico do grupo). quando os sujeitos eram testados de novo sozinhos as suas estimativas continuam a ser consistentes com a norma grupal.

Resultados:

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Mecanismos de base: • A situação era ambígua e incerta; • Definição de um quadro de referência que é adoptado pelo sujeito; • Busca de consenso para evitar conflitos através do compromisso; • Necessidade de certeza e confiança na correcção das suas acções; • Uma vez desenvolvida, a norma persiste para além da situação imediata.

Conclusões: • Colocados numa situação ambígua e não dispondo de aprendizagem anterior relevante, os sujeitos desenvolvem quadros de referência idiossincráticos, estáveis e padronizados; • Numa situação de grupo os sujeitos utilizaram o comportamento dos outros para a construção dos seus quadros de referência individuais.

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II. Conformismo Todos nós já experimentamos situações em que reconhecemos que não emitimos a nossa opinião pessoal sobre um determinado assunto. (por exemplo, quando vemos um filme que não nos agradou particularmente e o grupo mostrou-se entusiasmado com o mesmo, sentimo-nos pressionados a concordar com a opinião do grupo ou ficamos em silêncio mantendo privada a nossa opinião). Dizemos então que nos

conformamos.

Conformismo: Forma de influência social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou as suas atitudes por efeito da pressão de um grupo. Estudo clássico sobre o Conformismo:

Solomon Asch (1955, 1956) Estudos sobre o conformismo

Objecto: • Estudo das reacções individuais face à influência de um grupo; • A influência opõe-se à evidência.

Metodologia: • Os individuos são solicitados a realizar numa “simples tarefa de percepção”. • São mostrados slides com várias linha verticais, e eles têm que dizer qual das 3 linhas de comparação (A, B, ou C) é similar a uma outra (a linha padrão X). • A tarefa é realizada num grupo que (sem o conhecimento do individuo) é constituído por comparsas do experimentador. A maior parte dos comparsas respondem antes do individuo.

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Depois da experiência, Asch quis compreender os processos subjacentes ao comportamento conformista

Factores que influenciam o Conformismo:

Natureza da Resposta

Ambiguidad e da Situação

Unanimida de do grupo

Factores

Auto-­‐ estima

Importância do Grupo

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Unanimidade do grupo • O Conformismo é maior nos grupos em que há unanimidade. Basta haver no grupo um aliado que partilhe uma opinião diferente para os efeitos do conformismo serem menores.

Natureza da Resposta • O Conformismo aumenta quando a resposta é dada publicamente. Esta é uma das razões do recurso ao voto secreto como forma de assegurar o máximo de liberdade e indepêndencia na manifestação da escolha.

Ambiguidade da Situação • O Conformismo é maior quando quando as tarefas ou as questões são ambíguas. Nestes casos, e quando estamos num contexto que não dominamos ou não compreendemos, gera-se a dúvida e a insegurança, o que facilita o comportamento conformista.

Importância do Grupo • Quanto mais atractivo for o grupo para a pessoa, maior é a probabilidade de ela se conformar. A necessidade de pertença ao grupo implica, por parte do indivíduo, aadopção de comportamentos, normas e valores do grupo.

Auto-estima • As pessoas com um nivel mais elevado de auto-estima são mais independentes do que as que têm auto-estima mais baixa;

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Conformismo

Inerente ao funcionamento do grupo

Desta forma, podemos dizer que o conformismo é uma forma de interacção que está inerente ao funcionamento dos grupos porque, para se manterem, estes têm de se reger por normas que devem ser aceites pelos seus membros. A Coesão do grupo depende dessa aceitação, sendo por isso exercidas pressões e influências nesse sentido.

Tem de ser regido por normas que devem ser aceites pelos seus membros Escola Secundária Francisco de Holanda

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Ceder ao conformismo

Pressões grupais e necessidade de ser aceite

As razões que levam uma pessoa a conformar-se são as mesmas que a levam a fazer parte de grupos: A NECESSIDADE DE INTERAGIR. Desta forma, as pessões exercidas pelos grupos e a necessidade de ser aceite pode resultar na toma de decisões erradas por parte de um indivíduo ou de um grupo

DECISÕES ERRADAS

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Pensamento grupal Ocorre quando a motivação de um grupo para chegar ao consenso é tão forte que os elementos que o constituem perdem a capacidade crítica

Exemplo: Na véspera do lançamento da nave espacial Challenger, os engenheiros da NASA detectaram um problema nas juntas de borracha do reactor e reportaram-no aos responsáveis pelo lançamento. Estes ignoraram as recomendações dos engenheiros, resultando assim na explosão da Challenger e na morte dos seus tripulanes.

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Situações que favorecem o pensamento grupal: Ilusão de Vulnerabilidade • Optimismo excessivo que leva à assunção de riscos elevados;

Crença numa moralidade implícita • Os membros acreditam na justiça da sua causa e por isso ignoram as consequências éticas e morais da mesma;

Pressão nos desertores • Os membros são pressionados para não expressarm ideias contrárias à perspectiva do grupo.

Auto-cenura • Os membros do grupo não expressam dúvidas e opiniões diferentes do consenso do grupo

Ilusão de unanimidade • A perspectiva e as avaliações da maioria são vistas como unânimes.

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Formas de evitar o pensamento grupal • O líder deve motivar os membros para serem avaliadores críticos; • O líder deve evitar afirmar as suas expectativas e preferências demasiado cedo • Cada membro do grupo deve discutir as decisões do grupo com membros da sua própria rede informal e reportar a opinião destes ao grupo • Ter vários peritos a participar nas reuniões do grupo.

Conclui-se que:

EXPLICAÇÃO COGNITIVA

influência informativa respondendo ao desejo de uma percepção exacta da realidade.

EXPLICAÇÃO MOTIVACIONAL

influência normativa ligada à necessidade de se conformar com as expectativas do grupo.

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III. Obediência No início da década de 70, Stanley Milgram interrogava-se sobre o processo que teria levado os militares alemães a extreminarem milhões de judeus. De facto podemos pensar, com boas razões, que Hitles era um psicopata mas será que podemos dizer o mesmo das pessoas que o obedeceram?

Estudo clássico sobre a Obediência

Santley Milgram (1963, 1974): obediência à autoridade Objecto: • Estudo das reacções individuais face a indicações concretas de outros; • A obediência é medida através acções manifestas;

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Metodologia • Os indivíduos são encarregues do papel de “professor” numa experiência sobre “aprendizagem”; • O experimentador instrui os indivíduos para aplicarem punições na forma de choques eléctricos a um “aprendiz” (comparsa do experimentador) que está numa sala adjacente; • A intensidade dos choques aumentava 15 volts por cada erro cometido, desde 15 (marcado na máquina como “choque ligeiro”) até 450 volts (marcado na máquina como “perigo: choque severo”); • À medida que os choques aumentam o aprendiz protesta cada vez mais, e depois recusa-se a responder; • O experimentador ordena ao indivíduo para continuar a administrar choques.”Não tem alternativa, tem que continuar”;

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Obediência acontece quando as pessoas são influenciadas a comportarem-se de determinado modo através da aceitação de ordens que sentem obrigação de cumprir em que uma pessoa passa a ver-se como o instrumento para executar os desejos de outra pessoa e, portanto, não se considera responsável pelas suas acções.

Essas ordens são dadas pelas figuras de autoridade:

Pais

Chefe

Agente

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Professor

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• Factores que influenciam a obediência: A legitimidade da Jigura de autoridade

A proximidade da vítima

A proximidade com uma Jigura de autoridade

A pressão do grupo Obediência

A proximidade com a figura de autoridade • Quanto mais próxima estiver a figura de autoridade, maior é a obediência, as pessoas sentem-se mais intimidadas e obedecem mais.

A legitimidade da figura de autoridade • Quanto mais reconhecida for a autoridade, maior é a obediência. Se o estatuto de quem dá as ordens for reconhecidamente mais elevado, mais elevado é o nivel de obediência.

A proximidade da vítima • Quanto mais próxima estiver a vítima, menor é a obediência;

A pressão do grupo • A obediência varia consoante a pressão do grupo.

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IV. Inconformismo e Inovação A história da humanidade testemunha que a mudança a todos os niveis foi desencadeada por concepções, atitudes e comportamentos que não respeitaram o que socialmente estava estabelecido como correcto e desejável.

Designa-se Inconformismo como a adopção de concepções, atitudes e comportamentos que não respondem às expectativas do grupo.

Atitudes inconformistas

São objecto de crítica Social

O desvio à norma é encarado como um acto desagregador da ordem social e são tão mais criticados e reprimidos quando mais importante for a norma não respeitada. Essa crítica pode ir desde o sarcasmo, até à própria marginalização.

• Sarcasmo • Sanção • Marginalização

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O efeito das minorias:

Conflitos dentro de um grupo

Minorias

Comportamentos inconformistas

Dentro de um grupo, podem existir conflitos entre os membros que constituem esse mesmo grupo. Esses conflitos podem ser causados pela manifestação de opiniões e crenças que não estão de acordo com a norma grupal. Desta forma podem emergir Minorias que irão adoptar comportamentos inconformistas ao defenderem essas crenças e valores que não respeitam o que está estabelecido como correcto pelo grupo. Essa minoria pode influenciar a minoria. MAS COMO?

Pode influenciar a maioria!

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Estudo clássico sobre o Inconformismo:

Serge Moscovici (1969) Estudos sobre a influência minoritária (inovação) • Durante muito tempo, influência social equivalia a conformismo • Moscovici criticou este “viés conformista” – os indivíduos são seres activos que podem influenciar os outros à sua volta – razão da mudança social; • Moscovici virou as experiências de Asch (1955) sobre o conformismo ao contrário - eram de facto estudos sobre a influência minoritária mais do que sobre a influência maioritária – a resposta correcta era a resposta maioritária, os comparsas eram a minoria que discordava;

Objecto: • Estudo das reacções maioritárias face à influência de grupos minoritários; • A posição da minoria vai contra a evidência perceptiva;

Metodologia • Estudo baseado no paradigma de Asch; • Os indivíduos eram confrontados com um slide azul (variando de intensidade) sendo perguntado o nome da cor; • 6 indivíduos ingénuos • Minoria inconsistente (respondia “verde” 2/3 das vezes + “azul” 1/3 das vezes) • Minoria consistente (responde sempre “verde”)

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Conclusões: !"#$%& • Uma '()*+,+-)"./+*)",.0 minoria pode ter um impacto moderado nas respostas públicas e privadas de uma maioria; • o impacto de uma minoria é determinado conjuntamente pela consistência percebida do seu comportamento e autoconfiança percebida nas suas respostas; • a Influência maioritária induz maior aceitação pública enquanto que a influência minoritária induz maior aceitação privada; • A influência minoritária pode ser reduzida pela aliança com outros indivíduos sujeitos a essa influência numa situação de apoio social.

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Minoria

Consistente e Coerente

Normas alternativas

INOVAÇÃO

Para que uma minoria seja actuante, o seu comportamento tem de ser consistente e coerente, criando normas alternativas àquelas que regem o grupo dominante. Desta forma, os grupos minoritários podem conduzir à Inovação e por sua vez à MUDANÇA SOCIAL

Inovação acontece quando o processo de influência social é promovido por uma minoria que visa as mudanças das normas e regras sociais de um dado grupo.

Mudança Social Escola Secundária Francisco de Holanda

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MAS Nem sempre as minorias conduzem à INOVAÇÃO Pois uma minoria só poderá actuar socialmente de modo a conduzir à inovação se os seus valores e a suas causas forem aceitáveis de um ponto de vista ético e moral. Exemplo: Skinheads são uma minoria racista cuja sua acção não resultará numa mudança social favorável ao bem estar da sociedade. Exemplos de minorias:

Imagem 4

Imagem 5

Imagem 6

Imagem 7 Imagem 8 Escola Secundária Francisco de Holanda

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Índice de Imagens

• Imagem 1- Cartões usados na experiência de Asch sobre a normalização; • Imagem 2- Explosão da nave espacial Challenger; • Imagem 3- Experiência de Milgram sobre a obediência; • Imagem 4- Logótipo da organização Quercus; • Imagem 5- Figura alusiva a uma minoria, os Skinheads; • Imagem 6- Logótipo da organização Amnistia Internacional; • Imagem 7- Logótipo da organização Green Peace; • Imagem 8- figura alusiva a uma minoria, os homossexuais.

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Conclusão A Influência Social actua constantemente na vida de cada um de nós, seja consciente ou inconscientemente. Todo e qualquer ser humano já foi ou será futuramente influenciado pela sociedade que o rodeia, e deste modo poderá ser influenciado por uma maioria vigente, ou então por alguma minoria que defende a originalidade dos seus valores e normas. Deste modo, conclui-se que existem vários processos de influência entre indivíduos, processos esses que foram abordados quer na apresentação oral do trabalho, quer neste documento que tinha como propósito o de “dar a conhecer”, abordando todas as temáticas de uma forma objectiva, clara e concisa.

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Glossário

Influência social- Designa o processo pelo qual as pessoas modificam, afectam os pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos de outras pessoas Interacção grupal- Consiste na influência que os membros de um grupo exercem entre si. A influência é, portanto, mútua. Normas- Regras sociais básicas que estabelecem o que as pessoas podem ou não podem fazer em determinadas situações que implicam o seu comprimento. As normas são uma expressão da influência social Normalização- Processo de elaboração de normas por parte dos elementos de um grupo quando elas não existem de forma explícita. Conformismo- É uma forma de influência social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou atitudes por efeito da pressão do grupo. Interacção grupal- Consiste na influência que os membros de um grupo exercem entre si. A influência é, portanto, mútua. Pensamento grupal- Refere-se a um fenómeno que pode ocorrer quando a motivação de um grupo para chegar ao consenso é tão forte que os elementos que o constituem perdem a capacidade crítica. Obediência- É uma manifestação da influência grupal que ocorre quando as pessoas não se sentem responsáveis pelas acções que cometem sob ordens de uma figura de autoridade. Inconformismo- Designa a adopção de concepções, atitudes e comportamentos que não respondem às expectativas do grupo.

Inovação- Acontece quando o processo de influência social é promovido por uma minoria que visa as mudanças das normas e regras sociais de um dado grupo.

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Bibliografia Sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Influência_social http://www.slideshare.net/jbarbo00/psicologia-interaco-e-influnciasocial-presentation http://www.icb.ufmg.br/lpf/revista/revista2/sobrevoo/cap2_4.htm http://w3.ualg.pt/~jfarinha/activ_docente/psi_social/projec/PS2_5_i nfluencia_1_0506.pdf http://www.ebah.com.br/influencia-social-pdf-pdf-a868.html

Livros:

Monteiro, Manuela; Ferreira, Pedro, Ser Humano 1ª parte, Porto Editora, Porto,

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