Construções sustentáveis

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15º CONCURSO FALCÃO BAUER CATEGORIA: SUSTENTABILIDADE

TITULO DO TRABALHO: CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS CATEGORIA: SUSTENTABILIDADE

ÍNDICE `

1

Introdução ......................................................................................

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Memorial Descritivo ...........................................................................

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Resultados Obtidos, Benefícios Econômicos e Socioambientais .......................

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Conclusão ......................................................................................

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15º CONCURSO FALCÃO BAUER CATEGORIA: SUSTENTABILIDADE

1. INTRODUÇÃO É sabido que os processos de construção, assim como as atividades industriais, geram um impacto significativo no meio ambiente, na economia, na saúde e na produtividade das pessoas. Edificações e plantas industriais consomem consideráveis índices de energia, eletricidade, água e recursos naturais que poderiam ser reduzidos de forma significativa, através da aplicação de processos sistematizados de tecnologias limpas. Métodos de construção “verdes” podem reduzir substancialmente, ou até mesmo eliminar, impactos ambientais e melhorar projetos, construções e práticas operacionais não-sustentáveis já existentes. Como benefícios adicionais, projetos “verdes” resultam na redução de custos operacionais, na melhoria da imagem da organização, no aumento da produtividade dos colaboradores e reduzem potenciais riscos de problemas de qualidade do ar interior nas edificações. Neste cenário, a empresa vem se especializando fortemente na aplicação dos Conceitos de “Edificações Verdes”, conforme os critérios estabelecidos pelo United States Green Building Council (USGBC), através da certificação LEED (Leadership on Energy and Environmental Design). Por meio destes processos sustentáveis, cria em seus empreendimentos e em plantas industriais (através de serviços de consultoria) ambientes de alta performance ambiental, saudáveis, duráveis, com elevado conforto termo-acústico e de alto valor agregado, gerando ações nas seguintes áreas: Localização sustentável para a edificação; Eficiência no uso da água; Energia e atmosfera; Materiais e recursos; Qualidade ambiental interna; Inovação em projetos. Através deste trabalho, pretende-se demonstrar que projetos bem pensados e dimensionados, de forma sustentável, são economicamente viáveis e muito bem aceitos pelo mercado consumidor.

2. MEMORIAL DESCRITIVO CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS 2.1. Benefícios do Projeto Construções “Verdes” (Green Buildings) são empreendimentos que prevêem em seu projeto, construção e uso, elementos plenamente integrados ao tripé ambiental, social e econômico, caracterizando-os como sustentáveis, avaliados através de requisitos de conformidade préestabelecidos por uma comissão de experts no assunto. Eles caracterizam-se por aumentar a produtividade dos usuários, melhorar a sua saúde, conservar os recursos naturais aplicados na construção e existentes no local e proporcionam custos reduzidos de manutenção, gerando um elevado valor agregado aos moradores, investidores e usuários. Os empreendimentos considerados “Verdes” são, por fim, construções de alta performance social, econômica e ambiental, conforme padrões internacionalmente reconhecidos.

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Os usuários destas construções e instalações percebem os seguintes benefícios: - Redução do consumo energético; - Aumento de produtividade; - Redução dos custos operacionais; - Benefícios na promoção de marketing; - Benefícios ambientais intangíveis; - Benefícios para a saúde e segurança. Neste caso específico, serão evidenciadas melhorias aplicadas aos Projetos do Empreendimento Príncipe de Greenfield, pela adoção de Técnicas de Sustentabilidade, envolvendo a cadeia produtiva, desde o fornecedor de matérias primas, passando pelos empreiteiros de mão de obra e chegando aos arquitetos e clientes. O processo descrito neste estudo, intitulado de “CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS”, foi implementado em julho de 2007, no empreendimento Príncipe de Greenfield, edifício residencial com 53 unidades, na cidade de Porto Alegre. 2.2. Caracterização do Projeto O Príncipe de Greenfield é um empreendimento com 9.529,41 m² de área total construída, no Bairro Mont Serrat, na cidade de Porto Alegre. Ele é composto de Lofts e apartamentos de 01 e 02 dormitórios, totalizando 53 unidades habitacionais. Ocupa um terreno de 2.715,88 m², sendo que a área de projeção do mesmo é de apenas 600 m². O empreendimento foi projetado de forma a não prejudicar a vegetação existente no local. Desta forma, 70% da mesma está sendo protegida e restaurada.

ÁREA EDIFICADA

2.3. Soluções Sustentáveis Implementadas Dentro dos princípios de Sustentabilidade que regem as construções da empresa, e conforme os padrões de certificação do United States Green Building Council, entidade da qual é membro

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desde janeiro de 2007, foram propostas diversas soluções que conferem ao Príncipe de Greenfield características únicas no mercado. Desta forma, este empreendimento é o primeiro residencial no Brasil a estar aplicando na totalidade os princípios de sustentabilidade na construção, os quais são descritos a seguir. De modo a facilitar o entendimento e a disseminar os conceitos, as soluções serão apresentadas de forma segmentada nos seguintes tópicos: I – Sustentabilidade do Site II – Eficiência no Uso da Água III – Energia e Atmosfera IV – Materiais e Recursos V – Qualidade do Ar

I – Sustentabilidade do Site I.1. Prevenção da Poluição gerada por atividades de construção De forma a controlar a erosão do solo, sedimentação de partículas e geração de poeira, foram tomadas diversas ações: Preservação da Vegetação Natural: todas as árvores existentes foram preservadas ou replantadas no próprio local, tendo sido mantida uma área de 800 m² de reserva natural. Plantio temporário: é utilizado um tipo bem comum de grama, chamada Esmeralda, que se adapta facilmente à região e cresce rapidamente. É uma prática eficiente que controla a erosão, sedimentação e geração de poeira, com um custo bem competitivo. Esta ação também educa os colaboradores a manterem um local limpo, organizado e com apelo ambiental, sendo que faz parte de suas atribuições cuidar dos jardins durante a obra. As áreas verdes, além de serem permeáveis, reduzem a velocidade dos córregos de água e filtram as suas impurezas. I.2. Seleção do Local O local foi muito bem selecionado, tendo fácil acesso a uma das principais vias de Porto Alegre (Avenida Carlos Gomes) e próximo a pelo menos 18 pontos de serviço básico. Os moradores poderão ir caminhando a farmácias, supermercados, bancos, hospitais-dia e escolas. A figura abaixo demonstra:

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I.3. Acesso a Transporte Público As três vias que estão em torno do empreendimento possuem diversas paradas de ônibus que dão acesso a qualquer parte da cidade, como universidades, centro, rodoviária e aeroporto, por exemplo.

Parada de ônibus

Distância da parada ao prédio

Linha de ônibus

Direção

1

380 m

Rio Branco - Anita Auxiliadora - Anita Montserrat - Anita

Norte Norte Norte

2

315 m

Auxiliadora

Norte

3

400 m

Auxiliadora - Anita 520 Iguatemi - Vila Jardim

Centro Norte - Centro Centro

4

330 m

Carlos Gomes T11 T2 T29

Norte - Centro Oeste - Sul Norte - Sul Norte - Sul

I.4. Bicicletários com Vestiários O empreendimento contempla 26 espaços para bicicletas, considerando que mais de 15% dos 154 moradores possuirão pelo menos uma. Todos os estacionamentos serão cobertos, próximos aos elevadores.

I.5. Estacionamentos preferenciais para veículos com combustíveis alternativos

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O empreendimento contempla 06 estacionamentos cobertos preferenciais para veículos que usam gás natural e etanol como combustíveis, localizados próximos à entrada principal do Condomínio.

I.6. Proteção do Habitat O projeto previu a não degradação da vegetação existente no local, preservando mais de 70% da área. O time de paisagismo especificou somente plantas nativas da região, de modo a manter as características locais e garantir que a vegetação necessite de menos recursos para sobreviver.

I.6. Área permeável para drenagem O projeto prevê a infiltração de água utilizando piso drenante, telhados verdes e espaços abertos com vegetação natural. A água drenada percorre uma tubulação até a cisterna do empreendimento, onde será tratada e reutilizada para irrigação automatizada. Mais de 90% da água da chuva será captada e reutilizada no próprio empreendimento. I.7. Efeitos de aquecimento Todos os estacionamentos são cobertos, o que previne o aquecimento dos veículos. Em locais onde não há subsolo, as coberturas são com telhados verdes. I.8. Redução de Poluição Luminotécnica Através de luminárias externas com foco e sem dispersão de iluminação e internas que não desperdicem iluminação para o exterior, não se tem perdas de energia e poluição luminotécnica.

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II – Eficiência no Uso da Água II.1. Projeto de Eficiência no Uso da Água Neste empreendimento não é utilizada água potável para irrigação e incêndio. Existem duas cisternas com 10.000 litros cada uma. Da mesma forma, a vegetação nativa necessita menos água para sobreviver. Existem, também, sensores de umidade no solo com sprinklers que são ativados apenas quando necessários para irrigarem as plantas. Todo o esgoto também é tratado e reutilizado nos bacilos, através de uma Estação de Tratamento de Esgoto. Com isso, não é jogada água cinza ou negra na rede pública. II.2. Novas Tecnologias para redução do consumo de água Será tratada 100% da água utilizada no empreendimento, com utilização para irrigação e nos vasos sanitários. Os misturadores de água são com acionamento automático e aeradores são instalados nos lavatórios e chuveiros. De forma inovadora, a Estação de Tratamento de Esgoto funciona já durante a obra, de modo que nem mesmo na fase construtiva o empreendimento deixa uma pegada ecológica. Todos os lavatórios e chuveiros possuirão redutores de vazão e aeradores, controlando sua vazão máxima de saída. III – Energia e Atmosfera III.1. Performance Energética da Edificação Todo o empreendimento foi projetado conforme a norma americana Ashrae 90.1/2004, que determina níveis de excelência energética para edificações. Através da utilização do software EnergyPlus, o projeto foi simulado e comparado com o padrão estabelecido pela Norma. Através desta simulação especificou-se todos os materiais e revestimentos externos, como vidros duplos, pastilhas porcelanizadas e breases. A seguir, esquema da simulação, detectando as zonas de calor do empreendimento. O Projeto Luminotécnico, aliado ao controle por automação, promove consideráveis reduções no consumo energético devido às especificações de luminárias e lâmpadas de alta eficiência.

III.2. Sistema de Ar Condicionado Foi projetado um sistema de ar condicionado que não utiliza CFC, mas sim gás ecológico (HVAC&R), do tipo VAV, da Toshiba. Este sistema, além de consumir menos energia, não polui o ar e ocupa uma área inferior para as máquinas evaporadoras e condensadoras, promovendo mais área útil para os apartamentos.

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N ( Numero de unidades)

18 9 6 Qtotal

Qunit ( tons )

5 2 1 264

Refrigerant

R410a R22 407c

Entradas GWPr

1,89 1,78 1,7

ODPr

0 0,04 0

Rc (lb/ton)

Vida Útil (years)

1,98 0,64 2,2

15 15 15

Mr (%)

10% 10% 10%

Tr Total leakage (Lr x Life + Mr) 40 40 30

Memória de Cálculo Impacto LCGWP LCODP X 5 (QWPr x Tr Atmosférico = 10 x Rc)/ Vida LCGWP + 100,000 X 5 Util (ODPr X Tr X LCODP X 10 Rc)/ Vida Util 99,792 0 99,792 30,3786667 68,2666667 98,64533333 74,8 0 74,8 Subtotal

(LCGWP + LCODP X 105 )X N X Qunit

8981,28 3004,416 448,8 12434,496

Média do Impacto Atmosférico da Refrigeração = [{LCGWP + LCODP X 105 ) X Qunit]/ Qtotal

GWP - Global warming Potential ODP - Ozone Depletion Potential Rc - Refrigerant Charge Mr - End-of-life refrigerant Loss LCGWP - Lifecycle direct Global Warming Potential LCODP - Lifecycle direct Ozone Depletion Potential Qunit - Cooling Capacity of an individual HVAC unit

III.3. Aquecimento Solar – Energia Renovável De modo a incrementar o uso de energias renováveis no local foram projetados painéis solares para aquecimento de água dos apartamentos, do condomínio e da piscina. É um sistema australiano de alto rendimento, resistente a baixas temperaturas e granizo e de muito fácil manutenção. Entre os meses de setembro e abril, não é necessário aquecimento alternativo de água. III.4. Automação Predial e Residencial O prédio possui uma Central de Automação que controla todo o sistema de Luminárias, Bombas, Elevadores, Segurança, Irrigação, de modo que somente aquilo que é necessário é utilizado. Todos os setores condominiais possuem sensores de presença, inclusive os Elevadores, onde a luminária somente acende quando há pessoas em seu interior. IV – Materiais e Recursos IV.1. Coleta e Armazenamento de Recicláveis Durante a obra e na ocupação do empreendimento é realizada a coleta seletiva de materiais. Foi projetada uma sala de recicláveis no pavimento térreo, onde será feita a separação. Ela está marcada em amarelo na figura.

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Ela está dimensionada para coleta de papel, papelão, vidro, plástico, metais e matéria orgânica. Para facilitar o acesso, a sala de coleta possui uma entrada interna e outra externa, para que a saída dos recicláveis não impacte no interior do empreendimento. Da mesma forma, no fundo do terreno, haverá um local para compostagem e adubação de matéria orgânica, reduzindo em muito a utilização de serviços públicos de coleta de lixo. Durante a obra, segue-se a cartilha e o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, já implementado pela construtora há 4 anos. Papel, papelão, plástico, blocos cerâmicos, madeira, vidro, latas, aço e gesso são enviados para locais certificados de reciclagem, através de contratos pré-estabelecidos. A residência que havia no local antes da construção foi desmontada e seus materiais também foram reciclados. Madeiras e tijolos foram aproveitados no local e o gesso foi enviado para a “Pro Ambiente”, que trata e armazena este tipo de entulho. IV.2. Reuso de materiais O uso de madeiras de demolição é amplo neste empreendimento, onde existe uma trilha na altura das copas das árvores existentes na parte de trás do terreno. Esta trilha compreenderá também alimentadores de pássaros.

A estrutura de cobertura dos estacionamentos do térreo também será construída com madeira proveniente de reaproveitamento. Além da madeira, os tijolos provenientes da demolição da casa que havia no local foram utilizados para execução de alvenaria nos pavimentos de subsolo. IV.3. Materiais com conteúdo reciclado A empresa projetou um elevado índice de utilização de materiais com componentes reciclados no Príncipe de Greenfield. - Tubulações feitas de embalagem PET

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- Formas de concreto feitas de polipropileno - Ecoplacas, feitas com plástico 100% reciclado, que substituem o gesso nos forros. - Porcelanatos feitos a partir da reutilização de pó de mármore.

IV.4. Materiais da Região De modo a fortalecer a indústria local e a gastar menos combustível para transportar materiais das fábricas para o canteiro de obras, o setor de suprimentos e de projetos previu o uso de materiais predominantemente regionais, vindos de uma distância de até 700 metros do empreendimento. FABRICANTE

DISTÂNCIA DE TRANSPORTE (Km)

Blocos cerâmicos

Pauluzzi

25

Concreto

Conpasul

113

Aço

Gerdau

92

Cerâmica

Eliane

333

Tubulação

Tigre

615

Tecnoplac

550

PRODUTO

Placas de Gesso Metais e Louças

Deca

47

Metais Sanitários

Docol

667

IV.5. Madeira Certificada Todos os materiais que compõe o mobiliário do empreendimento, assim como portas, marcos e guarnições, são de madeira certificada FSC. Os pisos laminados também o são e estão ilustrados na figura a seguir.

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Como já abordado, a passarela da trilha de Madeira nas copas das árvores será feita com madeira de reuso e certificada.

V – Qualidade do Ar V.1. Monitoramento dos Índices de Qualidade do Ar e Proibição de Tabagismo O fumo é proibido nas áreas comuns. O projeto contempla uma área de fumantes a 18 metros de distância da entrada do prédio. As janelas e portas são vedadas para entrada de qualquer tipo de fumaça. Da mesma forma, as portas das unidades habitacionais também possuem vedação para que não passe qualquer sinal de fumo para os corredores e áreas comuns. V.2. Tintas e Selantes com baixos emissores As tintas são compostas por materiais provenientes de fontes minerais, mais especificamente Silicato de Potássio. A pintura não excede os limites estabelecidos pela norma Green Seal Standard GS-11 quanto a compostos orgânicos voláteis, sendo toda a base de água. V.3. Iluminação Natural Todas as peças dos apartamentos possuem iluminação e ventilação natural, o que reduz consideravelmente o consumo de energia. A figura abaixo mostra o Loft tipo 05 do empreendimento, mostrando o pé-direito de 6,0m de altura com vidros duplos Ecolite e plena visão da cidade.

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3. RESULTADOS E BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS Com diversas inovações tecnológicas e atributos que contemplam o desenvolvimento sustentável, social, ambiental e econômico, o Príncipe de Greenfield proporciona inúmeros benefícios aos seus moradores, que jamais estiveram presentes em qualquer construção no país. Integram ao primeiro prédio residencial no Brasil com estas características, projeto de automação predial e residencial, a captação, tratamento e reutilização da água da chuva, de lavatórios, chuveiros e drenos de ar condicionado, nos terraços haverá mantas de isolamento termoacústicas, proporcionando conforto e redução de custos no empreendimento. Além disso, a construção também preserva os recursos naturais, a madeira que será utilizada no empreendimento tem o selo de reflorestamento. O Príncipe de Greenfield também conta com dimerizadores de iluminação, redutores de vazão em torneiras, misturadores e chuveiros e equipamentos de medição individual de consumos de água e energia elétrica por unidade habitacional e coleta seletiva de lixo e salas especiais de armazenamento temporário, antes do seu descarte, além de oferecer, aos seus moradores, uma área verde natural preservada, com trilha de madeira certificada na altura da copa das árvores. Desta forma, além destes benefícios intangíveis, os seguintes resultados foram obtidos: 3.1. Resultados relativos à Sustentabilidade do Site Estacionamento para 26 bicicletas; Meios de Transporte alternativos que cobrem as Universidades Federal, PUC, Ulbra e Unisinos, a Rodoviária e o Aeroporto; 90% da água da chuva captada para reuso no condomínio; 3.2. Resultados relativos à Eficiência no Uso da Água Economia de 40% no uso de água, resultante do tratamento e reuso de água da chuva e de vasos sanitários, chuveiros, lavatórios e drenos de ar condicionado e da colocação de aeradores e redutores de vazão nas torneiras, misturadores e chuveiros, representando uma economia superior a 440 mil m³ de água por ano, ao longo da vida útil do empreendimento. Programa de redução de consumo com foco na conscientização ecológica da equipe, gerando uma economia de R$ 4.800,00 por empreendimento, representando aproximadamente 16% de redução de custo. 3.3. Resultados relativos à Energia e Atmosfera O sistema de aquecimento solar representa uma economia em Valor Presente Líquido de R$ 935.000,00 ao longo de 20 anos para os condôminos do empreendimento, além de 30 ton de CO2 que deixam de ser emitidas pelo Condomínio. O projeto luminotécnico representa uma economia em Valor Presente Líquido de R$ 345.000,00 ao longo de 20 anos para os condôminos do empreendimento. O projeto de envelopamento energético representa uma economia de 31% no custo mensal de energia, resultante da adoção de equipamentos, máquinas e sistemas de revestimento que consomem menos energia. O uso de lâmpadas econômicas e sensores de presença no canteiro de obras, juntamente com trabalhos de conscientização da força de trabalho, geram uma economia na ordem de R$ 5.400,00 no empreendimento, representando aproximadamente 21% de redução de custo. 3.4. Resultados relativos a Materiais e Recursos

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A economia de madeira gerada pela substituição de formas de madeira por polipropileno e a substituição de escoras de madeira por alumínio, geram uma economia de 3.000 m² de madeira compensada e o equivalente a 1200 arvores de 5 metros de altura que deixam de ser retiradas do meio ambiente. Estas ações, além do benefício ambiental, geram uma redução de 2% do custo da obra, na ordem de R$ 250 mil. Redução de 92% da serragem proveniente do corte de madeiras e 354 kg de pregos que deixam de ser usados. Através da coleta e separação de materiais, 426 kg de papelão e 53 kg de plástico encaminhados para reciclagem. Todos os sacos de cimento e embalagens de tintas encaminhados aos fabricantes para reciclagem e reaproveitamento. Redução de 326 caçambas (cerca de 1.500m3) de entulho ao longo da construção, representando uma economia de R$ 25.000 para o empreendimento; A modulação dos projetos de pisos e azulejos cerâmicos representa uma redução de 8% no desperdício destes materiais, gerando uma economia de mais de R$ 26.000 ao empreendimento. A sala de coleta de óleo de cozinha fará com que mais de 7.000 litros de óleo de cozinha deixem de contaminar as águas de Porto Alegre, lembrando que 1 litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água. 3.5. Resultados relativos à Qualidade do Ar A proibição do fumo durante a obra e no prédio concluído em locais fechados gera benefícios intangíveis à saúde dos trabalhadores e moradores. Da mesma forma, a iluminação e ventilação natural, aliadas aos amplos espaços de lazer a céu aberto, promovem melhorias significativas na qualidade de vida, aliada ao excelente visual da cidade e do Rio Guaíba, que terão todos os apartamentos.

3.6. Resultados relativos ao Mercado Considerando-se que a incorporação de todos estes sistemas e tecnologias acrecem um custo extra de 2% ao empreendimento, ele torna-se amplamente competitivo, visto que os benefícios econômicos superam em muito esta cifra, conforme detalhado neste item 3. Da mesma forma, por serem únicos, os Green Buildings da empresa possuem grande aceitação no mercado. Desta forma, todos os apartamentos foram comercializados antes do início do empreendimento. Somente este fato, que leva ao financiamento direto da obra pelos compradores, não sendo necessário financiamento bancário (acréscimo de 10% ao ano + TR sobre o Custo), já viabiliza completamente a implementação destas soluções inovadoras e, sobretudo SUSTENTÁVEIS.

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4. CONCLUSÃO Com a aplicação das diretrizes de Construções Sustentáveis no empreendimento Príncipe de Greenfield e incorporação das mesmas no processo de Gestão da empresa, diversos foram os benefícios práticos relativos à qualidade e meio ambiente, saúde e segurança que foram obtidos, para todos os intervenientes no processo. Foi comprovado, com este estudo de caso, através de uma metodologia explicitada por processos e critérios sistematizados, os benefícios da inovação, redução de perdas e desperdício de material e mão de obra, melhoria da qualidade, atendimento às Normas Regulamentadoras e reutilização de materiais recicláveis. Através de um sistema de gerenciamento e de especificações simples, porém inovador, torna-se fácil sua replicação para outros empreendimentos, sendo a troca de experiências e o benchmarking práticas que devem ser, cada vez mais, aplicadas em nosso meio. Da mesma forma, verificando-se a magnitude dos benefícios econômicos e ambientais, verifica-se a exemplaridade e singularidade destes processos aqui apresentados, de modo que os grandes beneficiados não são a empresa construtora

e seus acionistas, mas sim os trabalhadores, os moradores do

empreendimento e a sociedade como um todo. Vale salientar, também, que promover a melhoria das condições ambientais em canteiros de obra da construção civil não é uma tarefa fácil. Esse setor é por muitos visto como de elevado desperdício e de insuficiente controle de qualidade. E por isto a necessidade de desenvolver constantemente Técnicas de Produção Mais Limpas, o que a empresa vem desenvolvendo continuadamente desde 1998, quando iniciou a primeira parceria com o CNTL. Empresas ambientalmente responsáveis, desta forma, podem ser possuidoras de uma real vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.

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