NÚMERO
01- FEV\ 2018
SEJA QUEM E O QUE VOCÊ QUISER.
EDITORIAL Olá! Sou Pietra Braga Zanatta, autora da Maria Bonita, uma revista independente, feminista e contra os padrões sociais de beleza. Ela surgiu de um incômodo, o de tentar me encaixar durante muito tempo nos padrões de beleza exigidos pela sociedade. As mídias e meios de comunicações nos “bombardeiam” o tempo inteiro com informações que padronizam comportamentos, definindo o que é certo ou errado, bonito ou feio, bom ou ruim e até mesmo, criando “novas tendências” e determinando nossa forma de viver. Organizar essa revista, para todos, independente de sexo ou gênero, foi a forma que encontrei para dizer que acredito que todos têm suas belezas, seus direitos e necessitam de algo que possam ler, se sentir bem e mais confiantes. Aqui, terão histórias de mulheres que lutaram para mudar o mundo e a realidade de muitas pessoas, incentivando movimentos, mudanças de leis, direitos e padrões. O meu desejo é que a revista represente toda a sociedade e acolha as diferenças. Espero que gostem. Essa revista foi feita para a Maria Bonita, e para todos nós, porque todos somos Marias e bonitas. Quero agradecer a Renata Stort que me incentivou e orientou durante esse processo, a Maria Elizabeth Naves que revisou essa revista, a escola Stagium que nos deu voz e nos fez acreditar que somos capazes de realizar nossos sonhos, e a vocês que estão lendo e acreditam em um mundo melhor!
SOBRE A BELEZA POR PIETRA ZANATTA
"A beleza é relativa, mas de uma coisa ela é certa, qualquer beleza é bela". o problema é ela alisar seu cabelo porque garotas bonitas tem cabelo liso, e o padrão que exige que todas sejam iguais, pois elas só serão bonitas assim? Muito magra, muito gorda, muito baixa, muito alta. Nada é o suficiente para as pessoas. Mas quer saber? Não tem que ser mesmo. Ninguém tem nada a ver com a vida de ninguém. Se eu me sinto bem do jeito que eu sou, é a única coisa que importa. Porém, nem sempre todas as formas de beleza são representadas na televisão, na internet e nas revistas.
Existe cabelo ruim? Existe lápis cor de pele? Existe Perfeição? Ficamos mais bonitos quando tentamos moldar nosso corpo? Quando estamos com uma máscara de maquiagem que esconde quem somos? Sabiam que apenas 4% das pessoas se sentem bonitas? E 70% dos adolescentes sofrem com problemas de autoestima e transtornos alimentares, por tentarem cegamente se encaixar em padrões de beleza? Isso diz alguma coisa? Porque isso me diz alguma coisa. Isso me diz que a mídia e a sociedade impõem a todas elas serem “perfeitas” e elas se sentem forçadas a realizar isso. Pessoas que mudam seus corpos, que fazem cirurgias estéticas, que morrem tentando se encaixar na indústria da beleza. Se tornaram escravas da ditadura da beleza. O Brasil é o maior país que realiza cirurgias plásticas no mundo, e possuí um número altíssimo de adolescentes de 14 a 18 que mudam seus corpos, para serem bonitas. O problema não é uma pessoa querer mudar algo em si, o problema é ela se sentir obrigada a isso. O problema não é uma garota alisar o seu cabelo,
"Esse é nosso cabelo, essa é a cor da nossa pele, esse é nosso corpo, não precisa mudar, seja você, por você, para você!" Quando falamos em beleza, as fotos que costumamos ver são de mulheres com o corpo magro, algumas curvas, rosto perfeitamente esculpido e cabelos ao vento. Mas será que só esse tipo de aparência é belo? Será mesmo que temos que nos encaixar em um único padrão para sermos bonitas? Já que somos diferentes precisamos aprender a enxergar e a divulgar outros tipos de beleza, mesmo que o padrão ainda insista em uma aparência única. Afinal, nenhuma beleza é igual a outra. A beleza é relativa, mas de uma coisa ela é certa, qualquer beleza é bela. Independente do gênero ou a idade, a ditadura da beleza está em todo lugar, e precisamos aprender a lutar contra ela. A questão é: Ao ligarmos uma televisão ou ao abrirmos uma revista, nos deparamos com mulheres altas, magras e perfeitamente maquiadas, desde pequenas somos influenciadas por "Barbies" e propagandas. Perdemos nossa autoestima ao vermos essas mulheres, as chamadas modelos, convivemos com esse estereótipo estético. A mídia capitalista impõe as formas de "perfeição" e estipulam as maneiras adequadas ou não de se utilizar determinada roupa ou corte de cabelo, e nos fazem acreditar que só seremos aceitos pela sociedade nos aproximando deles, esquecendo nossa própria individualidade e a natureza da beleza. Mas sabe, esse é nosso cabelo, essa é a cor da nossa pele, esse é nosso corpo, não precisa mudar, seja você, por você, para você!
MARIA BONITA POR RENATA STORT
Esta revista, corajosamente criada e planejada para se tornar uma coletânea de reflexões, ações e imagens acerca do empoderamento da mulher, nasce com nome de uma mulher histórica: Maria bonita. Importante trazer a esta primeira publicação, a sensibilidade de compreender a percepção figural acerca de uma personagem marco-mulher que transcende a história do cangaço, que a retira da sombra do lampião e a liberta do rótulo de um simples objeto da antropologia.
Não despregando Maria do seu tempo, ela ainda ressalta o nosso olhar ao real significado da mulher em uma sociedade em crise, em que os padrões e os valores tradicionais não encontram mais condições de subsistência na opressão. Maria bonita abandona o anonimato para dar voz às mulheres do mundo. Ela torna-se senhora do seu destino e enfrenta os obstáculos da vida sendo mais companheira que comandante e pronta para viver no modo de vida que ela bem entendeu. E seja quem for, somos todas Marias e Bonitas, por que como bem escreveram Milton Nascimento e Fernando Brant “[...] É um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta [...]”. Vida longa a essa voz, mas podemos chamar de revista para que nossos direitos sejam revistos!
“[...] É UM DOM, UMA CERTA MAGIA, UMA FORÇA QUE NOS ALERTA [...]”.
HISTORIAS DE MULHERES PRISCILA BARIANI POR PIETRA ZANATTA
Essa fase de lamentações, de se sentir culpada ou de tentar achar culpa nos outros já passou, ela está em outra fase: "Ou eu me aceito do jeito que sou ou amém, o mundo é gigante, e não vou perder meu tempo com pessoas que não vão me agregar." Ela quebra um pouco esse preconceito nas pessoas de que por ser gorda precisa se privar das coisas, ela foge de todos os pré-padrões impostos, porque buscar a felicidade dentro do padrão está muito enraizado na sociedade, porém não é exatamente assim, vivemos nesse mundo muito regrado e quando saímos da "caixinha" as pessoas entranham no início, e não aceitam, mas quando definimos que precisamos da aceitação alheia para ser nós mesmos e amar nosso próprio corpo?
N
Priscila é uma mulher forte, fora dos padrões de beleza, porém super se aceita, ela realmente não liga para o que a sociedade pensa, ela simplesmente é ela mesma. Ela percebeu que não adianta lamentar por ser gorda, não adianta lamentar que a sociedade não aceita, que devemos ir atrás dos nossos objetivos e buscar a melhor forma para que estejamos satisfeitas, temos o problema de culpar tudo, de lamentar tudo, acabamos culpando muito os outros.
“[...] NÃO ADIANTA EU LAMENTAR POR SER GORDA OU PELA SOCIEDADE NÃO ACEITAR, EU TENHO QUE CORRER ATRÁS DOS MEUS OBJETIVOS. [...]”.
DESCONSTRUÇÃO DO PERFEITO POR PIETRA ZANATTA
Julgamos as pessoas por elas não simplesmente se encaixarem no “normal” que nem sequer existe. Porque alguém estar fora dos padrões é uma questão tão forte e que incomoda tanto? A tão perseguida e desejada perfeição trata-se somente de uma utopia, ou seja, um estado imaginativo que não alcançaremos, porém é extremamente falado o como gostaríamos de ter o carro perfeito, a família perfeita, o corpo, a pele e nos tornarmos um dia, perfeitos. Nós nos sentimos cobrados e cobramos os outros para alcançar algo irreal. Somos moldados pela sociedade, são impostas maneiras ”corretas e incorretas” de ser e estar, restringidas maneiras de pensar e escolher. O conceito de perfeição acompanha a intolerância, como julgamos incansavelmente pessoas pela sua escolha sexual, religião, jeitos de se vestir, de pensar, condições, gostos, e aparência em geral. As pessoas são preconceituosas pensando estar defendendo algo que considere correto. A desconstrução do perfeito começa da simples maneira que pensamos, e que deixamos de pré-julgar os outros e nós mesmos, em minha opinião consiste em nos aceitar, como indivíduos imperfeitos que somos, cada um com suas próprias características e diversidades, o respeito e a ausência da cobrança para alguém ser da maneira que determinamos como o perfeito e o ideal. Desconstruir um conceito enraizado há muito tempo dentro de uma sociedade é extremamente complicado e leva tempo. Porém aceitando que somos completamente diferentes, que cada um tem suas próprias particularidades, que é essencial aprendermos a valorizá-las e respeitar as diferenças de cada um, se torna mais fácil. Juntos formamos um mundo colorido, seres que representam a vida de todas as suas maneiras de ser vista, somos cultura e diversidade, só precisamos de mais respeito, de contribuição para desconstruir o perfeito!
O MUNDO PRECISA DE PESSOAS REAIS POR PIETRA ZANATTA
Vivemos nesse mundo que lucra com a nossa insegurança, vendendo produtos para acreditarmos estar melhorando a nossa imagem e nos tornando mais atraentes, para sermos aceitas pela sociedade. A mídia cria o conceito de beleza e os padrões que muitos vão passar a vida tentando alcançar, enquanto as indústrias de beleza lucram. Você evita comidas de que gosta, muda seu estilo, alisa seu cabelo e principalmente deseja não ser você para se tornar quem os outros desejam que você seja, você muda sua essência tentando se encaixar, passa a vida convivendo com esses esteriótipos estéticos, realizando dietas da moda, e correndo atrás da perfeição. Porém você precisa saber que é incrível da sua maneira, com suas próprias particularidades, do seu jeito, que não deve se importar com que os outros dizem, porque quem é feliz e bem consigo mesmo não tem tempo para julgar a felicidade alheia, você é o único que deve se aceitar, e saber que o amor próprio vem em primeiro lugar, porque se você não é capaz de amar a si próprio e se aceitar, como é capaz de amar outra pessoa?
Reconhecer suas qualidades e defeitos é o primeiro passo, compreender que ninguém é perfeito, que você pode sempre evoluir, mas para seu próprio bem e felicidade, sem se basear no que pessoas exigem que você seja por fora, pois é extremamente mais importante como você é por dentro, e quem for te amar, te achará a pessoa mais bonita do universo, por dentro e por fora. Se aceitar não significa que você pensa que não pode mudar nada nem evoluir, e sim que você valoriza seu modo de ser e se permite ser você mesmo. Se não te disserem que você é incrível, eu digo, e diga para você mesmo todos os dias, pois você é, independe do que dizem, ou do que as revistas dizem que é incrível ou suficiente, você é único, com seu potencial e todas suas particularidades. Então seja você mesmo, não se preocupe em usar as roupas "da moda" e em estar dentro dos padrões, coloque seu melhor sorriso no rosto e viva da sua maneira, o mundo precisa de pessoas reais!!!
" Quando eu me aceito, me liberto do peso de precisar que você me aceite." -Steve Maraboli
Regras para ser feliz E PAR A FAZER OS OUTR OS FEL IZES TAMBÉM
1. Correr atrás do que faz bem a você; 2. Amar intensamente os outros e você mesmo; 3. Ver coisas comuns por outra perspectiva; 4. Distribuir elogios sinceros; 5. Agradecer pessoas que facilitam seu dia; 6. Saber perdoar e pedir perdão; 7. Fazer alguém sorrir; 8. Voar (muito) alto com seus sonhos; 9. Tentar novas coisas; 10. Acreditar sempre em você.
UM POUCO SOBRE AMOR POR GABRIELA GOMES
Vamos falar um pouco sobre Amor. Você sabe tudo sobre esta pequena palavra, que diz muito? Bom, na verdade nem eu sei, mas vamos tentar descobrir mais, e descobrir também a grande importância de expressar essa palavrinha, e ver o que isso pode causar na sua vida. Comecemos pelo fato de que, o amor é um sentimento tão grande que, não há apenas diversas formas de se amar, mas também, há diversas formas de amor. Portanto, ele é classificado em 7 tipos: o amor platônico, o amor eros, o amor ágape, o amor narcisista, o amor philia, o amor storge e o amor mania (obs: se você quiser, pesquise mais à fundo sobre as características de cada um deles, é interessante). Um dos mais importantes não está classificado aí, que é o amor próprio - não confunda amor próprio com amor narcisista ;). E porque ele é tão importante assim? Vejamos... Você alguma vez já parou para admirar a pessoa que é? Já se olhou no espelho e se sentiu bem com a imagem que viu? Alguma vez já se amou de verdade? Se a sua resposta para todas estas perguntas foi "não", senta aqui, vamos conversar (e se foi "sim" fique aqui também, é sempre bom ouvir/ler coisas novas). E como eu havia dizendo, amor próprio é importante. E a explicação mais fundamental disso é: se você não ama a si mesmo, como pode/poderá amar os outros? Pense bem. Se valorize. Nunca pense que não é suficiente. Nunca se subestime nem se coloque para baixo. Você é único e especial. Nunca duvide disso! Mas, seguindo o raciocínio... Imaginemos que sua autoconfiança esteja bem, e você esteja bem também. Já está pronto para amar o próximo. Você sabe o quão importante é certificar as pessoas que ama, de que as ama? Sendo com gestos, palavras, demonstrações de afeto, tudo vale. Mas nunca se prive de mostrar o que sente, essa é uma das coisas mais bonitas na vida, o amor. E ainda mais, a forma como você o entrega/recebe. E não importa quem/como você ama, o amor não diferencia raças, religiões ou sexos, ele não deve ser rotulado, não deve ser imposto se é "certo" ou "errado", não deve ser perfeito, aliás, nada é. O amor pode ser monogâmico/poligâmico, tudo depende exclusivamente de VOCÊ. A única regra que deve seguir é: não ter medo de ser feliz por conta de opiniões alheias. Não se baseie em comentários que atrapalharão você de oportunidades únicas!!! O seu amor não precisa ser "entendido", aliás, talvez o amor nem seja feito para ser entendido, apenas para senti-lo, e eu digo sentir da melhor forma que puder e por quem você quiser. Ninguém ama um sexo ou uma raça, não existe definição, existe apenas o amor. Então, se permita amar.
a t i m r e p " e r a "S m a
TESTE
AMOR PRÓPRIO VOCÊ REALMENTE SE AMA E SE ACEITA? Você já olhou no espelho e Quando elogiam, você nega ou 3 disse suas qualidades? 1 agradece? a) Sim, eu as valorizo. a) Agradeço e me sinto bem. Sei que tenho qualidades, mas b) Concordo algumas vezes. b) não me lembro com frequência. c) Nego e sei que os elogios não são reais. c) Não sei se tenho qualidades ou se é necessário serem ditas.
2 Você gosta de quem você é?
Assumo meus próprios valores e gosto
a) de quem sou, mesmo possuindo defeitos de algumas partes de mim, seria b) Gosto melhor se fosse de "tal jeito". gosto de como sou, me aceitaria c) Não melhor se fosse diferente.
RESULTADO MAIORIA A
Você se aceita e se ama e isso é libertador, é importante se valorizar e saber que você não é perfeito e tudo bem.
Você já mudou para ser 4aceita por alguém? Não mudaria por ninguém,
a) somente por mim. b) Algumas vezes. que é mais importante c) Sinto agradar os outros do que a mim mesmo.
MAIORIA B
MAIORIA C
Aprender a se aceitar Gostar de si mesmo é respeitar-se, por completo, tanto seus defeitos quanto aprenda a se amar em primeiro qualidades ainda é um lugar sempre. processo .
PARA ESPALHAR PELO MUNDO OU LEMBRAR PARA ALGUÉM O QUANTO VOCÊ O AMA
CANTADAS OU ASSÉDIO? POR PIETRA ZANATTA
Sei que muitas garotas já ouviram um “psiu” ou “ei gostosa” na rua, é uma coisa que acontece diariamente, quase que rotina, não é? Porém não devia ser, o que muitas pessoas não sabem, é diferenciar cantada de assédio, quando um homem grita “gostosa!” na rua, ele se dirige a mulher como um objeto sexual, de uma maneira grosseira e sem o consentimento dela, que a faz se sentir exposta e desconfortável. Se uma cantada tem o interesse de ambos os lados, e principalmente o consentimento, não é algo constrangedor. Não é normal trocar de roupa antes de sair de casa, deixar de sair ou passar por algum lugar por medo, não temos que suportar todos os dias olhares e falas constrangedoras e indesejadas, pois isso não é normal, por eu estar em um lugar público não significa que seu corpo também é. Por você usar um decote e uma saia curta ou um batom não significa que você permitiu ser assediada, o mínimo que devemos ter é o respeito, e a liberdade para andar onde quiser ou como quiser. E o mínimo de consideração que deveriam ter é que não podem violar verbalmente ou não alguém, INDEPENDENTE de como estejam vestidas ou o que estejam fazendo! Por simplesmente ter nascido mulher você não deve ter medo de andar na rua, ou ser rotulada por adjetivos pejorativos com base na roupa que está usando, e muito menos isso servir de justificativa por ter sido agredida. Isso está tão enraizado na sociedade, estamos tão submetidas a essa realidade, que tem gente que nem percebe que isso não é uma coisa normal, que não deve ser aceita, e aturada nos mantendo caladas diante de tudo. Somos oprimidas e caladas, e convivemos com esse medo constante por ser mulher, não deveríamos ensinar o homem ao respeitar ao invés de ensinar a mulher a ter medo e se “comportar”?
MEU CORPO
NÃO
É PÚBLICO
"QUANDO A GENTE BUSCA A FORMA PERFEITA, ACABA PERDENDO A ESSÊNCIA." AUTOR DESCONHECIDO
"A BELEZA DE ALGUÉM NÃO SIGNIFICA A AUSÊNCIA DA SUA".